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sábado, 21 de maio de 2011

Erinlé Inle Ibualamo Otin

Oke Aro Erinlé, Ajàjá, Bábá mi.


Todos os dias quando eu acordo, lembro dos meus Caminhos…
Erinlé aponta para o amanhecer e me diz: “está vendo aquele sol ali?
Agradeça a Deus que o deu a você, sem ele você não sobreviveria”. E
continua: “está sentindo esse ar enchendo os seus pulmões? Agradeça a
Deus que o deu a você, sem ele você não sobreviveria”. E Erinlé me
pergunta: “gostou da noite que você dormiu e do conforto do seu sono?
Agradeça a Deus que os deu a você, sem eles você não estaria pronto
para o dia de hoje”.
E por mais este dia, Erinlé me diz: “agradeça a Deus que hoje você está
vivo para aprender mais, crescer mais e evoluir mais. Agradeça a Deus
que te deu mais este dia pela sabedoria ao trilhar os seus caminhos de
aprendizado, crescimento e evolução”.
Começo a caminhar, e então, Erinlé aponta para o chão e me diz: “está
vendo esta terra que você está pisando? Agradeça a Deus que a deu a
você, sem ela você não seria quem será amanhã”.
Tomo meu banho, escovo meus dentes, bebo água, uso perfume,
sabonete e roupa limpa, e Erinlé me diz: “veja quanto conforto você tem.
Agradeça a Deus que você tem saúde para trabalhar e conquistar tudo
isto e muito mais. Cuide da saúde que Deus te deu”.
Preparo meu café e, quando vou comer, Erinlé me diz: “está vendo esta
comida que você vai comer? Agradeça a Deus que a deu a você. Quantas
pessoas lá fora gostariam de comê-la e ela é sua por direito. Agradeça!”.
Saio de casa, chego ao trabalho e Erinlé me diz: “está vendo quantas
pessoas há ao seu redor? Está sentindo quanta coragem você tem de
enfrentar o mundo e vencer? Agradeça a deus pela sua Vida, pois o
trabalho é seu e coragem muita gente pede, mas mesmo assim nem todos
que pedem-na aceitam tê-la”.
E Erinlé me disse: “Deus te deu a Vida como professora, para você
aprender a viver neste mundo, para você creser e servir de norte aos
pequenos, e para que você evoluir mais e cumprir sua missão”. Erinlé me
disse: “agradeça a Deus!”.
E eu agradeci a Deus por todas estas coisas e por muito mais. Agradeci a
Deus mais ainda por ter colocado Erinlé na minha vida, meu amigo, meu
pai, minha raiz, do qual eu descendi, e que me lembra todos os dias da
minha pequenez diante de Deus e do quanto eu tenho de suar para me
tornar um grande motivo de viver aos que ainda são pequenos.
Agradeci a Deus por ter me dado um amigo tão bom quanto o Caçador,
que me acompanha por toda a Vida neste mundo tenebroso, nesta terra
maravilhosa, nestes caminhos de aprendizado do que é viver. Agradeço à
Vida por tudo o que aprendi e ainda vou aprender.
Ai de mim, pela minha pequenez, porque sou nada e recebo tantos
presentes todos os dias. E nenhuma dor eu senti, nenhuma dificuldade eu
passei, nenhuma mágoa eu recebi ou em nenhuma prova me decepcionei
que não me fossem necessárias para aprender, crescer, evoluir e
perceber o quanto ainda sou pequeno e tenho de crescer.
E Erinlé mais uma vez me fez lembrar de Deus e disse: “você foi colocado
aqui para viver!”. ♐
POR KLEVERTON JOURNAUX
Ire o.

Lenda de Erinlé
Orunmilá consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir a um país de vales.
Os adivinhos lhe disseram:
“Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom amigo.
Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja feliz.”
Orunmilá fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios
da costa.
Quando ele chegou lá, quando Orunmilá chegou naquele país de vales,
ele tornou-se amigo de Erinlé.
Erinlé é um caçador.
Erinlé é também um guerreiro.
Erinlé é, além de tudo, um orixá.
Esta amizade foi grande.
Erinlé tomou dinheiro emprestado a Orunmilá. O montante deste
empréstimo foi de doze mil búzios.
Quando chegou a hora de Orunmilá retornar à casa de Ifé, Erinlé teria de
reembolsar o empréstimo.
Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu vergonha e foi consultar Ifá.
“Onde poderei encontrar este dinheiro?”
Os adivinhos lhe aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um
cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de
búzios da costa.
Erinlé exclamou:
“Ah! Já devo doze mil búzios! Onde poderei encontrar todas estas
coisas?”
Erinlé tinha um talismã nas mãos. A qualquer momento ele poderia,
graças a este talismã, transformar-se em água. Quando ele assim o
desejasse.
Erinlé foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o talismã no chão e
entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água.
Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles foram consultar
Orunmilá para que ele examinasse o caso. Orunmilá lhes disse:
“Façam oferendas para encontrar vosso pai. Talvez não o vereis mais,
Mas encontrarão um sinal dele.”
Disse-lhes, ainda, Que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete
galos e Vinte e um sacos de búzios da costa.
Os filhos de Erinlé fizeram as oferendas. Orunmilá lhes dissera, também,
que deveriam ir com os carneiros, os cães e os galos, chamar pelo pai. E
eles foram.
Percorreram todos os lugares onde Erinlé costumava ir. Quando
chegaram ao local onde Erinlé entrara terra adentro, Encontraram seus
instrumentos de caça: Fuzil, lança, arco e flechas. Todo o material que ele
usava para caçar. E, bem no meio disso tudo, eles viram a jarra com água.
Esta água começou a escorrer.
Esta água era abundante.
Os filhos saudaram o pai assim:
“Oh! Erinlé, o caçador, retorne à casa! Nós oferecemos carneiro, cachorro
e galos!”
E chamaram Erinlé, sem descanso.
Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de
casa. Erinlé lhes disse para deixar os galos livres, no lugar onde os
encontraram.
Os galos que naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erinlé
cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa mata-los. Certa vez, pessoas
ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. Desde
que o prato estivesse pronto, Os galos saltavam da tigela, Batiam
novamente suas asas – Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore
Akô, Cantando de novo seu cocoricô!
No mesmo momento em que Erinlé, o rio, se pôs a correr, Oxum
preparava-se para partir da cidade de Ijumu. Ela também se pôs a correr.
E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito
destes rios é suave – eles estão felizes. E o curso de ambos tornou-se um
mesmo. Juntos, eles correm para a lagoa.

(Logunedé) Imagem do artista plástico baiano Leo Santana


Erinlé, o caçador orixá guerreiro,um dia conheceu Orunmilá e tornaram-se
amigos.
Erinlé necessitava de dinheiroe seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o
necessário. O tempo passou e Orunmilá teve que voltar a Ifé. Como Erinlé
não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô. O
oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo
dinheiro que devia e muito mais. Mas as oferendas eram demasiadamente
dispendiosas e Erinlé não pode fazer o sacrifício.
Sem saída, Erinlé estava completamente envergonhado. Foi até um ermo
local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no
chão e desapareceu solo adentro. Junto ao seu ofá restou apenas uma
quartinha d'água.
Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na
busca do pai. Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais,
mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.
Os filhos de Erinlé o procuraram por tudo o que foi canto.
Um dia, chegando ao local misterioso onde Erinlé desaparecera,
depararam com as armas do pai junto à quartinha d'água. Ali então
ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai.
Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância,
escorrendo pelo chão. O jorro d'água tomou um curso mata adentro,
avolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio
Erinlé.
Os parentes seguiram o rio, que os guiou até a sua casa. No caminho,
Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem
soltos vivos.
Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que
ninguém ousa matá-los.
Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre.
Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio É Oxum, o rio Oxum, que parte
de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé.
Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas
tranquilas que correm juntas para a lagoa.
Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.
tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela
profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.
por causa do nome do lugar, o Caçador, que também se chama Inlé,
passou a ser conhecido como Ibualama.

(Prandi, Reginaldo. In Mitologia dos Orixás).

Inlè-Ibualama
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Inlè-Ibualama ou Erinlè - escultura de Carybé em
madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Inlè-Ibualama ou Erinlè - Em Ilesa East, cidade do estado de Osun na
Nigéria, onde passa o rio Erinlè, há um orixá da caça com o mesmo nome.
Segundo Verger, seu templo principal é em Ilobu, onde dois cultos teriam
se misturado: o culto do rio e o do caçador de elefantes, que por diversas
ocasiões, viera ajudar os habitantes de Ilobu a combater seus
adversários. O culto a Erinlè realiza-se às margens de diversos lugares
profundos (Ibu) do rio.
Cada um desses lugares recebe um nome, mas é sempre Erinlè que é
adorado sob todos esses nomes. Um desses lugares profundos de Erinlè
é chamado de Ibùalamo (Ibualama) nome pelo qual também é cultuado no
candomblé da Bahia, durante sua dança traz nas mãos o símbolo de
Oxóssi, o arco e a flecha de ferro, e uma espécie de chicote (bilala), com o
qual ele fustiga a si mesmo.
Ele recebe oferendas de acarajé, de inhames, bananas, milho, feijão
assado, tudo com azeite de dendê. No Brasil e em Cuba também é
conhecido com o nome de Inlè.

Erinle / Ibualama /Otim

ERINLE
O culto de Erínlè nasce no Odu de Òkànràn Ogbè. Seu
culto está centrado ao redor do rio Erínlè, um rio
tributário do rio Òsun, que atravessa a cidade de Ìlobùú
(Ilú Òbú ou cidade de Òbú), localizada ao sul da Nigéria
Ocidental, na estrada de Ogbomoso para Osogbo (está
situada aproximadamente dez milhas a oeste de Osogbo). Ele é a
divindade patrona de Ìlobùú. Ìlobùú é um centro de comércio para o
inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão, quiabo e está
em uma área de savana habitada principalmente pelos Yoruba. Òbú é um
tipo de giz nativo (efun) e é comestível. É usado para temperar comida e
era um dos temperos principais, muito antes do sal, da mesma forma que
o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para temperar comidas
como o ekuru aró.
Tido como filho de Ainá, Erínlè é considerado por muitos como filho
mítico de Yemoja e de Olokun. É um Òrìsà caçador, pescador e um
médico, por conta do seu grande conhecimento da floresta e da flora.
Este Òrìsà, enquanto médico dominou, antes que Osányìn, o poder da
botânica. Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um
cajado (òsù) semelhante ao que carregam os sacerdotes de Osányìn e de
Ifá devido a importância deles como curandeiros medicinais.
Sabe-se que ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina
nasce em Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido em Nupeland
e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na
conexão entre Erínlè e o exilado rei da Nupeland.
Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é
comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú,
Enlè em Okuku. Em Cuba e Trinidad ele é conhecido como Inlè ou Erínlè
"Ajaja". Ajaja é um título honorífico que significa "Ele que come
cachorro", "o que é feroz". No Brasil, no Candomblé Ketu, ele é conhecido
como Inlè e Òsóòsì Ibualama. Erínlè quer dizer elefante (Erin) em-o-terra
(ilè) ou terra-elefante.
Erínlè é considerado por alguns como uma divindade hermafrodita, mas
ele é adorado principalmente como uma divindade masculina em
Yorùbáland. Ele é pensado por alguns estudiosos como sendo o aspecto
masculino de Yemoja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè
mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com
Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. A residência verdadeira
dele seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se
misturam as águas doce e salgada.
No Candomblé Ketu é considerado que Erínlè tem dois caminhos ou
aspectos. Um aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama.
O outro caminho é mais jovem e mais delicado e bonito, normalmente
chamado Inlè.
Na tradição Lukumi, Erínlè é acompanhado por Ibojuto e Abátàn. Abátàn
(ou Abàtà = pântano) é a divindade da baixada. Abátàn normalmente é
considerado como a companheira feminina de Erínlè mas alguns
reconhecem Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro
da cerimônia de iniciação, Abátàn também é assentada. Ela tem canções
e oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de todas as suas
oferendas e sacrifícios.
Erínlè seria acompanhado por Abátàn, sua contraparte feminina. Duas
divindades que se unem como um, embora distintos, eles funcionam
juntos, como uma unidade. Há um equilíbrio, dando uma visão
instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita de energias
masculina e feminina.
Além disso, na tradição Lukumi, considera-se que a familia de Erínlè se
compõe de: Abátàn - sua esposa, Boyuto - guardião de Erínlè e Abátàn,
Otin - filha de Erínlè e Abátàn, Jobia - filho de Asipelu, ajudante de Erínlè,
Olóògùn Èdè (Lògùn Èdè), o "senhor" (dono) do medicamento (medicina)
de Èdè - filho de Erínlè com Osun, e, por último, Asao - duplo de Erínlè.
Na Nigéria, Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos
como ibú: Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú. É o oríkì de
cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações de
Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um
caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São
cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma
como também são invocados coletivamente.
O awo - ota - Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados
dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como
aawe - Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas
em Ìlobùú e na maior parte da Yorùbáland). Potes fechados que guardam
pedras e água são predominantemente associadas com divindades
fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e
Òsun. O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de
Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival
anual de Erínlè em muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes
trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de
Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota -
Erínlè colocado no alto da cabeça.
O òpá òrèrè (osu/cajado com o pássaro de ferro) de Erínlè é a
representação para os seus seguidores da importância de Erínlè como
curandeiro. A divindade mais amplamente conhecida com o mesmo
símbolo é Osányìn. O cajado é feito de ferro. Sempre é mantido em pé.
Pássaros de ferro empoleiram-se no topo. A maioria dos exemplos mostra
um grande pássaro central cercado por pássaros menores. Não há
diferenças significativas entre os cajados de Erínlè e de Osányìn
encontrados na Nigéria, cada cajado é uma peça autorizada e única e
assim os estilos variam imensamente. Porém há dois desenhos comuns
do cajado de Osányìn feitos dentro da perspectiva dos awo em
Yorùbáland. É comum se ver um cajado relativamente curto com um
grande pássaro em seu topo e com 16 pássaros menores, em um arranjo
circular, que olham para o pássaro mais alto, central. Lá também pode ser
encontrado um òpá/osu Osányìn alto, com um só e único pássaro e
quatro cones de metal invertidos, as aberturas deles coberta por disco de
metal para guardar medicamentos; seguro levemente na parte mais baixa
do cajado (este cajado também é encontrado na tradição Lukumi, sua
especificação é considerada um requisito de Odù).
Deve ser acentuado que os cajados de Erínlè e Osányìn nas terras Yorùbá
são encontrados em muitas variações no número de pássaros, formas e
estilos. Foi sugerido que os 16 pássaros menores representam a
divindade Odù e os Olódù de adivinhação. As curvas graciosas destes
pássaros estáticos também podem ser confundidas com um agrupamento
permanente de folhas de metal. Tais folhas, que não morrem, são uma
lembrança visual forte para Osányìn e os medicamentos de Erínlè!
O pássaro de coroamento é, segundo muitos, um símbolo do poder
sobre/pacto de Osányìn e Erínlè com as Ìyáàmi. São os medicamentos
herbários de Erínlè e Osányìn que podem neutralizar ou contrapor-se aos
ataques pelos aspectos negativos de Ìyáàmi. Eleye significa "mulheres
que possuem e são pássaros", sendo os pássaros os mensageiros de
Àjé/Ìyáàmi. Estes mensageiros também podem ser vistos em muito da
estatuária religiosa e do simbolismo real, como por exemplo, no alto da
coroa dos Oba. Ìyáàmi é em essência o àse/awo feminino primordial, que
pode ser potencialmente benéfico ou maléfico (em condições judiciosas).
Os símbolos de pássaro lembram aos líderes e congregações que
ninguém está acima das forças invisíveis que precisam ser apaziguadas.
As Ìyáàmi representam a gênese, as guardiãs e as doadoras do àse na
terra.
Boyuto ou Ibojuto é encontrado em todos os santuários Lukumi para
Erínlè. É descendente do òpá Erínlè encontrado entre os Yorùbá. Boyuto
leva seu nome de uma das qualidades ou caminhos de Erínlè. Esta
qualidade de Erínlè está ligada a profundidade impressiva do rio Erínlè. É
dito que nesta profundidade é encontrado o reino mítico de Erínlè,
chamado Ode Kobaye. "Esta profundidade escura do redemoinho é
chamado Ojuto. Acredita-se assim, profundamente, que as duas casas
históricas (ilé pètésì) teriam sido tragadas para cima (emergido) dentro
das correntes coloridas de índigo. Do fundo do ibu Ojuto, assim é
acreditado, bandos (escoltas) de pombos voam para acima das águas e
desaparecem no ar." (Baba Erinlè de Ílobúù falando com R. F. Thompson
no local de rio Erínlè, em Ílodúù, 1994). Boyuto ou Ibojuto é também
conhecido comumente com osu de Erínlè.
Òkànràn Ogbè - O nascimento do culto de Erínlè
Um Itan do Odu Ònkànràn Ogbè conta a história de um homem Nùpe
(Tápà) com o nome de Àyònù que veio para a região de Ílobùú. Ele era o
herdeiro da coroa em sua terra natal porém devido a algumas manobras
políticas o título lhe foi usurpado e ele foi forçado a fugir da cidade - ele
teria sido morto para destruir a possibilidade de qualquer reivindicação
futura à coroa.
Àyònù veio para Ìlobùú para caçar e ajudar a um caçador nativo que tinha
uma estranha aparência. O amigo percebeu que Àyònù, embora
mostrando-se apto nas habilidades da caça e agudo em aprender todos
os segredos possíveis, não vivia sua vida conforme um caçador. Àyònù
contou sua história para o amigo caçador. O amigo era Erínlè mas ele não
o conhecia pelo nome porque os caçadores não mencionam nomes no
mato para não serem afetados por nenhum dos espíritos animais.
Caçadores referem-se uns aos outros simplesmente como Àwé. Erínlè,
por seu turno, contou para Àyònù sobre sua casa, um palácio que ele
tinha embaixo da terra. Ele golpeou o chão com a palma de sua mão, a
terra abriu-se e os dois desceram para o palácio subterrâneo.
Erínlè tinha estado caçando por um longo tempo e, assim, ele decidiu
fazer um pacto com Àyònù. Erínlè prometeu para Àyònù um nova coroa
para recompensá-lo pelo título que ele havia perdido em sua terra natal.
Ele disse para Àyònù que, por tanto tempo quanto ele continuasse a lhe
trazer comida de caça, ele o compensaria com um título novo. Erínlè
também prometeu que a guerra nunca afetaria o reino dele. Erínlè e
Àyònù consolidaram seu pacto e Erínlè retirou-se para seu palácio na
terra. Ele disse para Àyònù que se ele precisasse dele novamente deveria
chamá-lo golpeando a terra com a palma da sua mão. Àyònù nunca mais
viu seu amigo novamente.
Àyònù construiu sua casa lá e logo outros caçadores vieram viver com
ele, seguidos por fazendeiros. Uma cidade tinha sido estabelecida e eles
consultaram Ifá. Os adivinhos lançaram Òkànràn Ogbè e Òrúnmìlà disse:
ire! Desde esta época a cidade de Ìlobùú nunca foi invadida ou afligida
por guerra, mesmo durante o tumultuoso século dezenove, marcado por
muitos anos de conflitos civis na Yorùbáland.
Àwá ti Erínlè fi sodi o
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,
o Àwá ti Erínlè fi sodi
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,
o Ogun ò jà jà
A guerra não pode nos atacar,
Kógun ó jà¹loòbú
A guerra não pode nos atacar e afetar Loòbú.
Àwá ti Erínlè fi sodi
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza, o.
Porque a guerra e a escravização tiveram pouco efeito sobre o povo de
Ìlobùú a fama de Erínlè espalhou-se através da Yorùbáland e o seu culto
foi a partir daí estabelecido, expandindo-se além de sua região de origem.
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IBUALAMA
Ibualama é um Orixá proveniente de Efan(Ijexá).
Numa guerra entre Efan e Ketu, Efan foi derrotada e Ibualama foi levado à
Ketu passando a ser cultuado por seus moradores,ao lado de Oxossi .
Ibualama significa "água profunda".
Ele é o Pai de Logun-Odé cuja mãe é Oxum Aponda ,portanto toda a
Família é oriunda de Efan.
Ibualamo é um orixá da familia dos Odé e seu culto esta ligado a
Obaluaiye e Oxalá. Segura na mão duas Ibilalá,e traz Ofá e Ogue
pendurados como simbolos de caça. No Brasil seu culto acontece em
Dezembro, e é separado do culto de Oxossi que é realizado no dia de
Corpus Christi.
Usa muitos búzios e palha da costa em suas indumentárias. Seus animais
sagrados incluem o porco e todos os animais ligados á caça e pesca.
Prata é o seu metal preferido.

Otim

Embora no Rio Grande do Sul se cultue Otim


como feminina, ela participa em conjunto em toda
a obrigação de Odé. Seu dia da semana é
segunda feira, sua conta é 7 e sua cor é azulão,
azul e branco. Sua saudação é: Okê - okebamo -
okebambo.
No Batuque, Otim é cultuado junto com Odé. São os protetores das matas
e dos animais silvestres e selvagens. Os filhos de Otim são quase
inexistentes, pois na Mitologia, Otim não teve filhos na terra, dando assim
as cabeças dos filhos para Odé. Com o passar dos tempos já se nota a
existência de filhos de Otim, caso raro e absurdo para muitos Pais-de-
Santo.
 

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