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• Laboratório de Eletricidade e Magnetismo - Laboratório de Fı́sica Geral III

Relatório 10: Estudo do torque e momento de dipolo magnético


numa Bobina de Helmholtz
Ana Gabriele da Cunha Torres 1
Luciana Cerdeira Almeida 1
Maiza Ellen de Souza Mota 1
Marcelo Felipe Araújo Santana 2
Micael Davi Lima de Oliveira 1
Vitória Aline Ihuaraqui Nogueira 1

1 Graduando no curso de Bacharelado em Fı́sica, 2 Graduando no curso de Licenciatura em Fı́sica, Julho de 2019

Departamento de Fı́sica, Universidade Federal do Amazonas - AM


Orientador: Prof. Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro

Resumo

Este relatório pretender analisar quatro funções nas quais o torque sofrido pela espira depende de algum parâmetro. Sendo assim,
iremos analisar as seguintes funções: τ (i ), τ (r ), τ (n) e τ (sin θ ). Os dados experimentais obtidos, de como o torque exercido sobre
a espira variou mediante a mudança de algum parâmetro, serão mostrados neste relatório. Além disso, por meio dos dados será
possı́vel construir 4 gráficos, nos quais será possı́vel compreender como esses parâmetros influenciam no valor do torque, e se
apresentam uma proporção direta ou indireta com o torque. Tudo isso, será objeto de análise nesse relatório, e além disso, por meio
dos gráficos construı́dos, poderemos descobrir o valor do campo magnético gerado pela passagem de corrente elétrica nas Bobinas de
Helmholtz. Dessa forma, o intuito deste trabalho é buscar entender como o torque magnético se altera mediante várias situações
possı́veis. É importante destacar que o torque magnético é semelhante ao torque mecânico, onde é calculado o produto vetorial entre
a força aplicada e a distância ao eixo de rotação. Por consequência, para cada torque haverá um momento de dipolo magnético
correspondente, o qual poderia ser analisado opcionalmente. No entanto, é importante destacar que o principal objetivo deste trabalho
será entender o comportamento do torque na espira.
Palavras-chave: Eletromagnetismo, bobina de Helmholtz, lei de Biot-Savart, balança de torção, momento magnético, torque.

I. Fundamentação Teórica age sobre um condutor percorrido por corrente, quando


é colocado num campo magnético externo. Baseando-se
O eletromagnetismo é uma área da Fı́sica que se dedica nessa equação, é possı́vel demostrar o torque que é exer-
a estudar a relação entre a eletricidade e magnetismo. O cido sobre uma espira percorrida por corrente elétrica,
seu estudo se divide em duas partes, o estudo do campo por estar imersa num campo magnético. E portanto, ao
elétrico e do campo magnético. Em 1820, curiosamente interagir um campo magnético com um corpo, tal como
de forma acidental, segundo algumas versões, em uma de uma espira, por onde passa uma corrente elétrica, um
suas aulas, Hans Oersted deixou uma pequena bússola torque é produzido. Desta forma, a espira tende a sofrer
sob um circuito elétrico e verificou que sua agulha era um movimento de rotação. Este torque pode ser definido
defletida quando ligava-se o circuito elétrico. Ao perceber como o produto do momento de dipolo magnético µ pela
isto, e verificando através de repetições da experiência, intensidade do campo magnético ~B que interage com a
Oersted concluiu que toda corrente elétrica gera ao redor espira.
de si um campo magnético. 1
Há uma equação que descreve a força magnética que
1 Princı́pios de Fı́sica - Vol.III - Eletromagnetismo(Serway e Jewett). Editora: Cengage Learning; Edição: 2a (Junho de 2014).

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τ ≡ µ · ~B (1) τ ≡ d · F · (sin θ ) (6)

τ ≡ µ · ~B · (sin θ ) (2) τm áx ≡ i · B · Atotal (7)


Na fı́sica, o momento magnético é um vetor que em
presença de um campo magnético(inerentemente vetorial),
µ ≡ n·i·A (3) interage com o vetor de campo elétrico e magnético. O
Como o torque é um produto vetorial entre o momento vetor de campo magnético é expresso por ~B cuja unidade
de dipolo magnético e campo magnético, quando o sentido no SI é o Tesla. Seja na fı́sica, na astronomia, quı́mica ou
do campo magnético e da corrente elétrica coincidirem engenharia elétrica, o momento magnético pode também
ou terem sentidos opostos, tem-se um torque de valor ser encontrado num fio percorrido por corrente elétrica,
produto, pois o produto vetorial do momento e campo é numa barra de magneto, numa molécula, ou mesmo, nos
igual a zero. Uma espira de corrente ou qualquer corpo ca- planetas. De uma forma geral, um momento magnético
paz de sofrer torque magnético, é denominado de dipolo está relacionado com o torque produzido por interações
magnético. elétricas e magnéticas.
O ângulo θ é formado entre o momento de dipolo e o
campo magnético. A corrente elétrica i que atravessa um
número de espiras n e a área A expressam o momento de
dipolo magnético. Ao considerar um campo magnético
~B que interage com uma espira, e que seja formado por
2 bobinas percorridas pela mesma corrente elétrica, e de
mesma intensidade e sentido. Assim como também, 2
bobinas cujos raios sejam R = 0, 20m, e seu número de
espiras seja n = 156, e a permeabilidade magnética no
vácuo de µ0 ≈ 4π · 10−7 T/A, pode-se finalmente calcular
o valor da constante de Helmholtz:

µ0 · n · R2
C≡  !2 3/5 (4)
R
 R2 + 
2

Ao calcular o valor de ~B, ao aplicar uma corrente Figura 1: Esta figura ajuda a entender um pouco melhor, o torque
magnético que atua numa espira mediante a interação entre
elétrica, é possı́vel calcular o valor do torque gerado pelo
campos.
momento de dipolo magnético. E portanto, tem-se que:

τ ≡ n · i · A · B · (sin θ ) (5)
A demonstração da equação que descreve a inten-
O torque possui ser valor máximo quando o campo sidade do campo magnético gerado pelas Bobinas de
magnético é paralelo a0 plano da espira, ou seja, quando Helmholtz é bastante complexo. Contudo, a parte mais
θ = 90o . Quando τ = 0, o campo magnético precisa importante da teoria é saber como calcular o torque medi-
ser perpendicular à reta normal ao plano da espira, e ante a aplicação de uma força, e descobrir o fatores que
portanto, paralelo à reta normal ao plano da espira, e por- influencia na intensidade do torque presente numa espira.
tanto, quando θ = 0o . A área total numa espira é descrita No entanto, também é necessário que se entenda algumas
pelo produto do número total de voltas(espiras) pela área peculiaridades de uma Bobina de Helmholtz.
de uma única espira. No experimento de Laboratório de Ao colocar duas bobinas circulares planas e separadas
Fı́sica, ao fazer uso de uma balança de torção, pode-se por uma distância igual ao seu raio, cada uma contendo o
mensurar a força que é exercida na extremidade do braço. mesmo número n de espiras, com uma corrente elétrica a
E mediante a força, e a distância ao eixo de rotação, é fluir nas duas com o mesmo sentido e intensidade, foi idea-
possı́vel calcular o torque exercido no braço da balança: lizado pelo fı́sico e médico Hermann von Helmholtz(1821-

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1894), e com o qual conseguiu produzir campo magnéticos


uniforme de baixa intensidade, mas que ocupavam um
volume muito grande. A teoria que será descrita, é con-
siderando sempre que a corrente elétrica a passar nas
bobinas, é contı́nua, e portanto, não varia sua intensidade
periodicamente. 2
O campo magnético produzido por uma espira circular
percorrida por uma corrente I pode ser calculado a partir
da Lei de Biot-Savart:
Figura 2: Esta imagem representa grande parte da demonstração reali-
! ! zada para descrever o campo magnético gerado pela Bobina
µ0 · I d~l × ~p
d~B ≡ (8) de Helmholtz.
4π p3

! ! !
µ0 I I µ0 dl
dB ≡ dl ≡ (9)
4πρ2 4π ( R2 + z2 ))

! !
µ0 I R2
B ≡ Bz ≡ (10)
2 ( R2 + z2 )3/2

!
µ0 I 1
B ≡ Bz ≡ !2 3/2 (11)
2R 
z
1 + 
R

!" # Figura 3: Esta imagem pode ajudar a entender o mecanismo de funcio-


µ0 I N 1 1 namento de Bobina de Helmholtz. 4
B(z) ≡ +
2R (1 + ( A1 )2 )3/2 (1 + ( A2 )2 )3/2
(12)
Portanto, a descrição matemática do campo magnético
! gerado pelas Bobinas de Helmholtz é análogo ao exis-
µ0 · I 2
B(0, 0) ≡ ·I· !3/2 (13) tente numa espira circular percorrida por corrente elétrica.
2R 5 Numa campainha, ou num transformador, num motor
4 elétrico, observa-se diversas bobinas com um grande
número de espiras organizadas de um modo tão com-
pacto, que cada volta no fio pode ser considerada uma
I espira circular plana. E por isso, a Lei de Biot-Savart foi
B(0, 0) ≡ (0, 716) · µ0 · N · (14)
R crucial para pudesse ser demonstrado a intensidade do
campo magnético no centro de uma bobina de Helmholtz.
Após toda a demonstrações chegou-se finalmente à É crucial mencionar uma importante aplicação das
Equação 14, na qual pode-se calcular o campo magnético teoria sobre o Eletromagnetismo. Nas imagens por Res-
real gerado pela corrente elétrica nas Bobinas de sonância Magnética(RM), um paciente é colocado num
Helmholtz. Essa equação será fundamental para que pos- campo magnético com uma intensidade extremamente
samos comparar os resultados experimentais com o valor alta, a tal ponto de que cada núcleo de hidrogênio no pa-
real do campo magnético. 3 ciente atue como uma pequena espira de corrente, de tal
2 https://www.dfi.isep.ipp.pt/
3 https://www.nikhef.nl/
~h73/kn1c/praktikum/phywe/LEP/Experim/4_3_03.pdf
4 http://physicsx.pr.erau.edu/HelmholtzCoils/

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modo que o momento de dipolo magnética de cada átomo I I 


alinha-se ao campo aplicado. Além disso, são emitidos F≡I (dl × B) ≡ I dl × B ≡≡ 0 (15)
ondas de radiofrequência que ao estarem em ressonância
com a frequência de alinhamento e desalinhamento dos
átomos de hidrogênio, é interpretada por um algoritmo F ≡ 2π · I · R · B · (cos θ ) (16)
computacional, no qual possibilitará gerar imagens deta-
lhistas de tecidos ricos em hidrogênio, os quais não são
F ≡ ∇(~µ · ~B) (17)
visı́veis em Raios-X. Por outro lado, no exame de ossos,
os aparelho de Raios-X tornam-se superiores ao RM, isto No entanto, mesmo que as equações acima guardem
porque, os ossos contém poucos átomos de hidrogênio, muitos semelhanças com equações que descrevem a ele-
dificultando a análise via ressonância magnética. 5 trostática, o magnetismo é composta por linhas de campo
fechadas. Isso implica na inexistência de monopolos
magnéticos. Dessa forma, o magnetismo não é decor-
rente de dois monopolos magnéticos, mas sim, de cargas
elétricas em movimento. Em materiais paramagnéticos e
diamagnéticos, a magnetização é sustentada pelo campo.
E por isso, quando ~B é removido, ~µ também desaparece.
A magnetização pode ser generalizada para boa parte dos
materiais, onde terá uma proporcionalidade ao campo
gerado.

M ≡ χm · H (18)
Figura 4: O guindaste eletromagnético consiste numa bobina con-
tendo inúmeras espiras, nas quais é percorrida uma cor-
rente elétrica, a tal ponto de produzir campos magnéticos B ≡ µ·H (19)
tão intensos capazes de coletar grandes quantidade de itens A constante de proporcionalidade χm é chamada de
ferromagnéticos. 6
susceptibilidade magnética. É uma grandeza sem di-
mensão e que varia de uma substância a outra. E µ é
chamado de permeabilidade magnética do material. No
vácuo, onde não há matéria para magnetizar, a suscetibili-
Um dipolo magnético sofre um torque em um campo dade χm é zero e a permeabilidade é µ0 .
magnético, da mesma forma que um dipolo elétrico num O momento magnético de uma espira na qual passa
campo elétrico. O torque quando em função do campo uma corrente elétrica, é medido quando a espira está sus-
magnético, é necessário para que finalmente para que se pensa por uma balança de torção dentro de uma campo
tenha a conclusão de que o torque é igual ao produto veto- magnético que seja homogêneo, produzido por Bobinas
rial entre o momento e a intensidade do campo magnético. de Helmholtz. A interação entre ~B com ~µ é o que produz
O momento de dipolo na espira é expresso por µ ≡ i · A. ~ um torque defletor sobre a espira. Esse torque faz com
Contudo a descrição do torque dessa forma é uma con- que o fio que suspende a espira, sofra uma torção e como
sequência do fenômeno de paramagnetismo. Todo elétrons consequência, surja um torque restaurador de natureza
constitui um dipolo magnético, pois poderia ser compa- mecânica τ~ mec que tende a fazer com que a espira ao centro
rado a uma minúscula esfera de carga em rotação. 7 O pa- da bobina se posicione na condição de equilı́brio.
ramagnetismo geralmente ocorre em átomos ou moléculas O valor do torque mecânico é medido com a balança
com um número ı́mpar de elétrons, de tal forma que os de torção. O campo magnético ~B é função da corrente I 0
elétrons sem pares ficariam sujeitos ao torque magnético. que circula nas bobinas de Helmholtz, como também do
Dessa forma, uma forma mais rigorosa de expressar o raio e do meio. Podendo ser descoberto teoricamente por
momento e o campo magnético, onde a força aplicada meio da lei de Biot-Savart ou pode ser medido por um
seria: teslâmetro. 8
5 Fı́sica III, Sears e Zemansky: eletromagnetismo. 14a edição - São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
6 http://www.fisica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1167
7 Eletrodinâmica, David J. Griffiths; 3a edição - São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2011.
8 http://coral.ufsm.br/cograca/rot15.pdf

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movimentos podem influenciar na medida. Lembrar que


mec ≡ τmag
τ~ ~ (20) as medidas da distância ao eixo de rotação, e portanto, o
raio do braço da balança de torção é igual a r ≈ 12cm.
τmag III. Os torques medidos em função de menos de 3 es-
~µ ≡ (21) piras pode se tornar extremamente pequeno, dificultando
B · (sin θ )
análise. Contudo é preciso, que seja obtido a função que
relaciona o torque para n = 1, n = 2 e n = 3.
II. Descrição experimental IV. Nas medições do torque da espira em função da
corrente elétrica que percorre as bobinas, será adotado
Instrumentos utilizados: o valor constante de 3A nas bobinas de Helmholtz e as
seguintes correntes na espiras: 0, 5A - 1, 0A - 1, 5A - 2, 0A
1 balança de torção graduada em (mN);
- 2, 5A - 3, 0A - 3, 5A - 4, 0A - 4, 5A.
Bobinas de Helmholtz com 156 espiras e R ≈ 0, 20m;
V. Nas medições quando o torque estiver em função
1 fonte de CC variável;
do raio das espiras, haverão três tamanhos de espiras:
2 amperı́metros na escala de 1A;
d ≈ 6cm, d ≈ 4, 25cm e d ≈ 3cm.
3 espiras de R ≈ 6, 0cm;
VI. E por fim, quando forem efetuadas as medidas do
1 espira de R ≈ 4, 25cm;
torque em função do ângulo entre as espiras e o campo
1 espira de R ≈ 3cm;
magnético, serão adotados os seguintes ângulos: α =
Procedimento experimental: (−90o / + 90o ), α = (−60o / + 60o ), α = (−30o / + 30o ) e
α = ( 0o ) .

III. Resultados e Discussões


• Parte A: Análise da função τ (i )

Os dados da tabela abaixo foram obtidos mediante


a medição da força mensurado pela balança de torção,
após a interação entre os campos magnéticos. Conforme
aumentávamos o valor da corrente elétrica, maior foi o
torque sofrido pelas espiras. O cálculo do torque será
mostrado logo em seguida. O cálculo do torque para cada
valor de corrente elétrica, será importante para entender
a relação que há entre o aumento de corrente e o tor-
que. É perceptı́vel que conforme aumentou-se a corrente
elétrica nas espiras, maior foi a força exercida das espiras
Figura 5: Imagem da montagem experimental da Bobina de Helmholtz, sobre a balança de torção, e consequentemente maior foi
juntamente com as espiras e a balança de torção utilizada
o torque e mais perceptı́vel tornou-se a rotação das espiras.
para mensurar a força associada à torção em (mN).

Torque mecânico para 0,5A:

• Parte A: Medição de τ (i ), τ (r ), τ (n) e τ (sin θ ) τ = ~F × d~ (22)

I. É recomendável não ultrapassar o valor de 3A nas τ = (0, 50.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (23)
bobinas de Helmholtz(corrente elétrica constante), isto
porque, poderia danificar as espiras a ponto de levar ao
aquecimento do material isolantes, e acarretar no contato τ ≈ (6, 0 × 10−5 ) N · m (24)
entre as espiras condutoras da bobina. Além disso, não Torque mecânico para 1,0A:
pode-se esquecer que o raio das bobinas de Helmholtz é
τ = (0, 75.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (25)
R ≈ 20cm.
II. O ponto zero da balança de torção deve ser testado
a cada medida feita, isto porque, até mesmo pequenos τ ≈ (9, 0 × 10−5 ) N · m (26)

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Tabela 1: Nesta tabela é mostrado como o valor da corrente elétrica nas espiras afetou o valor da força sobre a balança de torção, e consequentemente
o torque sofrido pelas espiras.

Corrente Elétrica(A) Força de Torção(mN) Torque(N.m)


0, 5 0, 50 6, 0 × 10−5
1, 0 0, 75 9, 0 × 10−5
1, 5 1, 10 13, 2 × 10−5
2, 0 1, 50 18, 0 × 10−5
2, 5 1, 90 22, 8 × 10−5
3, 0 2, 30 27, 6 × 10−5
3, 5 2, 65 31, 8 × 10−5
4, 0 3, 00 36, 0 × 10−5
4, 5 3, 25 39, 0 × 10−5

Torque mecânico para 1,5A: Torque mecânico para 4,5A:

τ = (1, 10.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (27) τ = (3, 25.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (39)

τ ≈ (13, 2 × 10−5 ) N · m (28)


τ ≈ (39, 0 × 10−5 ) N · m (40)
Torque mecânico para 2,0A:

τ = (1, 50.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (29) Mediante a inclinação do gráfico abaixo é possı́vel des-
cobrir a intensidade do campo magnético uniforme gerado
pelas Bobinas de Helmholtz. No entanto, antes de adentrar
τ ≈ (18, 0 × 10−5 ) N · m (30) nesse cálculo, foi possı́vel perceber por meio do gráfico
Torque mecânico para 2,5A: que τ e corrente elétrica I são diretamente proporcionais
entre si. Isto porque, conforme mais corrente percorria as
τ = (1, 90.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (31) espiras, maior foi a interação magnética, e portanto, maior
foi a torção sofrida pela balança. Além disso, como o sen-
tido do campo magnético esteve perpendicular ao sentido
τ ≈ (22, 8 × 10−5 ) N · m (32) da corrente elétrica que percorria a espira, conclui-se que
houve o torque máximo para as correntes adotadas. Isto
Torque mecânico para 3,0A:
porque, se o experimento fosse refeito para os mesmos
τ = (2, 30.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (33) valores de corrente elétrica, mas alterando o ângulo entre
as espiras e a bobina, iria-se obter valores diferentes para
o torque.
τ ≈ (27, 6 × 10−5 ) N · m (34)
Torque mecânico para 3,5A: τ∝I (41)

τ = (2, 65.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (35) Após ter sido feita a análise de como a corrente elétrica
influenciou no torque sofrido pelas espiras, o próximo
consiste em descobrir o valor do campo magnético gerado
τ ≈ (31, 8 × 10−5 ) N · m (36) pelo ı́mã. Inicialmente, será calculado teoricamente o valor
”real” da intensidade do campo. Isto porque, também po-
Torque mecânico para 4,0A: deria ser obtido o campo magnético, mediante a utilização
de um teslâmetro nas Bobinas de Helmholtz.
τ = (3, 00.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (37)
!
I
B(0, 0) ≡ (0, 716) · (µ0 ) · ( N ) · (42)
τ ≈ (36, 0 × 10−5 ) N · m (38) R

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Figura 6: Neste gráfico foi plotado todos os dados experimentais do torque mecânico em função da corrente elétrica aplicada nas espiras.

• Parte B: Análise da função τ (r )


Os dados obtidos em laboratório permitiram obser-
B(0, 0) ≡ (0, 716) · (4π × 10−7 T · A/m)
! var que conforme o tamanho das espiras diminui, menor
3A (43) tornou-se o deslocamento sofrido pela balança de torção.
·(156) ·
0, 20m E sendo assim, intuitivamente é possı́vel afirmar que me-
nor foi a intensidade do torque sofrido pela espira. Uma
B(0, 0) ≈ 2, 11mT (44) explicação do porquê disso ter acontecido, é que ao ter
uma espirar de raio menor, inevitavelmente menos linhas
Cálculo do campo magnético gerado nas bobinas: de campo magnético puderam interagir, e consequente-
~τ ≡ ~µ × ~B (45) mente mais sutil será a deflexão das espiras na presença
de um campo magnético.
Uma maneira de quantificar as observações, é uti-
τ ≡ N · A · i · B · sin α (46) lizando o conceito de densidade de linhas de campo
magnético, e mesmo que a Bobina de Helmholtz gere um
campo magnético uniforme e homogêneo, a densidade
τ ≡ ( N · A · B · sin α) · i (47)
de linhas não se mantém uniforme. Isto porque, um
menor raio, acarreta num surgimento menor de linhas de
tan θ ≡ ( N · A · B · sin α) (48) campo ao ser percorrida uma corrente elétrica nas espiras,
e portanto, menor serão as interações entre as linhas de
tan θ campo.
B≡ (49)
N · A · sin α
! Torque mecânico para 6,0cm:
0, 000087N · m · A−1
B≈ (50)
3 · π · (6 × 10−2 m)2 · sin 90o τ = (0, 69.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (52)

Bτ (i) ≈ 2, 56mT (51) τ ≈ (8, 28 × 10−5 ) N · m (53)

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Tabela 2: Nesta tabela é apresentado a intensidade da força atuante na balança de torção, na qual manteve-se constante a corrente de 2A e contante
o número de espiras de n = 1, mas variou-se o raio para 3 tamanhos diferentes.

Raio(cm) Força de Torção(mN) Torque(N.m)


6, 0 0, 69 8, 28 × 10−5
4, 25 0, 29 3, 48 × 10−5
3, 0 0, 19 2, 28 × 10−5

Torque mecânico para 4,25cm: magnético a partir do gráfico da função τ (i ), mas também
é possı́vel calcular através da função τ (r ).
τ = (0, 29.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (54) Em todas as análises das funções, não será feito o
cálculo do momento de dipolo magnético, mas é impor-
τ ≈ (3, 48 × 10−5 ) N · m (55) tante destacar que o momento magnético e o torque estão
Torque mecânico para 3,00cm: diretamente relacionados entre si. Mesmo que tenham sig-
nificados fı́sicos distintos, esses dois parâmetros afetam-se
τ = (0, 19.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (56) mutuamente.

τ ≈ (2, 28 × 10−5 ) N · m (57) ~τ ∝ ~µ (59)

É possı́vel perceber que conforme o raio das espiras Um ponto também a ser destacado na análise, é de que
diminui, a força exercida na balança de torção também a balança de torção apresentou uma sensibilidade bem alta
torna-se menor, e portanto, é possı́vel afirmar que me- nesta parte do experimento. Isto se deve porque mediante
nor foi o torque sofrido pelas espiras. Uma importante torções menores, torna-se mais complexo a mensuração
observação é que na Parte A deste relatório adotou-se um da intensidade da força aplicada na balança, e por isso,
raio constante no valor de r ≈ 6, 0cm. Porém, ao comparar os erros sistemáticos se tornam mais frequentes. Uma
o mesmo torque sofrido nesta parte do experimento, com a possı́vel forma de contornar este problema, é submeter
parte anterior, percebe-se que é diferente e bastante abaixo às espiras uma corrente elétrica constante mais alta. No
do mostrado anteriormente. Nesta parte, o torque sofrido entanto, correntes altas podem ocasionar o aquecimento
na espira de 6cm foi de τ ≈ 8, 28 × 10−5 N · m, por outro dos fios de conexão, os quais estão isolados por um mate-
lado, na parte anterior obteve-se τ ≈ 18, 0 × 10−5 N · m. rial com uma relativa alta absorção de calor. E portanto, o
Isto se deve a um outro parâmetro que também variou, Efeito Joule poderia acarretar numa danificação dos cabos
o número de espiras, pois na PartaA haviam 3 espiras de conexão perante correntes de intensidade muito alta.
no total, enquanto neste parte foi realizada com apenas
1 espira. Mais na frente, será explicado como a quanti- Cálculo do campo magnético gerado nas bobinas:
dade de espiras influencia no torque. Portanto, mediante
os resultado obtidos pode-se perceber que o torque foi ~τ ≡ ~µ × ~B (60)
diretamente proporcional ao raio da espira.

τ ≡ N · A · i · B · sin α (61)
τ∝r (58)

Contudo, mesmo com a análise de como o torque va-


riou em função do raio, é preciso que ainda seja feito τ ≡ ( N · i · B · sin α) · A (62)
uma análise gráfica. Ao plotar um gráfico, nos permite
um estudo mais aprofundado do que aconteceu, isto por- tan θ ≡ ( N · i · B · sin α) · A (63)
que por meio da inclinação da reta é possı́vel calcular
alguns parâmetros presentes no experimento. E portanto,
a inclinação da reta guarda valiosas informações consigo, e tan θ
B≡ (64)
por meio da matemática é possı́vel interpretar esses resul- N · i · sin α
tados. Com a inclinação é possı́vel calcular a intensidade !
do campo magnético gerado pelas Bobinas de Helmholtz. 0, 00205N
B≈ (65)
Neste relatório já foi apresentado o cálculo do campo 1 · (2A) · sin 90o

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Figura 7: Neste gráfico é apresentado o torque sofrido pela espira em função de seu raio. A corrente na espira se manteve constante a i ≈ 2A, assim
como o número de espiras também foi constante a n = 1.

de torção, descobrir a relação que há entre o número de


Bτ (r) ≈ 1, 03mT (66) espiras e torque sofrido.
Numa quantidade maior de espiras, há uma tendência
Analisando o gráfico plotado, é possı́vel perceber que de haver menos incoerências nos resultados obtidos. Isto
os pontos experimentais se deslocaram de forma signifi- porque, mais visı́vel será o valor da força aplicada na
cativa da reta central, isto ocorreu porque o número de balança de torção, diminuindo-se as falhas sistemáticas.
espiras foi apenas 1, isto fez com que a força de torção Porém, o método de regressão de linear, mesmo com
tenha obtido uma intensidade tão baixa, a ponto de di- pontos experimentais muito deslocados da reta central;
ficultar a mensuração mediante a escala na balança de o algoritmo irá procurar a melhor reta que se ajusta aos
torção. O ideal seria que houvesse utilizado um número pontos fornecidos, atenuando as falhas.
de espiras de n = 3, e uma corrente elétrica de maior Torque mecânico quando n = 1
intensidade. De qualquer maneira, obteve-se um campo
τ = (0, 69.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (67)
na mesma ordem de grandeza do valor correto, contudo,
devidos à dificuldades durantes a medição, houveram τ ≈ (8, 28 × 10−5 ) N · m (68)
certas incoerências nos dados experimentais referentes à Torque mecânico quando n = 2
função τ (r ).
τ = (1, 21.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (69)
• Parte C: Análise da função τ (n) τ ≈ (14, 5 × 10−5 ) N · m (70)

Desta vez, o parâmetro a ser alterado deverá ser o Torque mecânico para n = 3:
número de espiras. Os valores possı́veis serão: n = 1, τ = (1, 54.10−3 N ) · (0, 12m) · (sin 90o ) (71)
n = 2 e n = 3. A corrente elétrica manteve-se constante −5
no valor de i ≈ 2A, como também o raio das espiras, onde τ ≈ (18, 5 × 10 )N · m (72)
adotou-se o tamanho máximo de r ≈ 6cm. E sendo assim, Percebe-se que conforme o número de espiras aumen-
pretendemos por meios das medições referentes à força tou, o torque sofrido também foi maior. A explicação é

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Tabela 3: Nesta tabela encontra-se como o valor do torque sofrido, variou conforme aumentou-se o número de espiras ao centro da Bobina de
Helmholtz. É importante destacar que o valor da corrente elétrica nas espiras manteve-se constante no valor de i ≈ 2A, assim como
também, manteve-se constante o raio de r ≈ 6cm.

Números de espiras Força de Torção(mN) Torque(N.m)


1 0, 69 8, 28 × 10−5
2 1, 21 14, 5 × 10−5
3 1, 54 18, 5 × 10−5

que a quantidade de espiras permite que seja gerado um magnético gerado pelas bobinas em função do coeficiente
campo magnético de maior intensidade, pois a corrente angular da reta resultante no gráfico.
elétrica para cada espira, multiplica o valor gerado de li- Na construção de qualquer gráfico, no fundo, também
nhas de campo. E sendo assim, mediante um maior campo apresenta inúmeros conceitos da Teoria da Probabilidade
nas espiras, maior será a interação com o campo magnético e Estatı́stica. Durante a construção de todos os gráficos
gerado pelas Bobinas de Helmholtz, e consequentemente deste relatório, há uma coeficiente estatı́stico que possibi-
maior será a torção na balança. lita verificar quão coerentes foram os dados obtidos. O
Este relatório vem buscando entender os fatores que coeficiente de determinação( R2 ) expressa o quanto a reta
influenciam no torque. E pela medição da intensidade central foi capaz de descrever o fenômeno fı́sico analisado.
da força aplicada à balança de torção vem sendo possı́vel Isto porque, dados incoerentes acarretam em equações
descobrir como o torque comporta-se mediante a alteração de curvas que descrevem muito pouco o fenômeno ob-
de determinados parâmetros. A quantidade de espiras servado, ou mesmo, podem levar a conclusões erradas
aumenta numa proporção direta com o valor do torque de alguns parâmetros, já conhecidos previamente no ex-
sofrido. perimento. Algo que vem sendo feito neste relatório, é
utilizar o coeficiente angular da reta obtida para calcular
τ∝n (73) o parâmetro referente à intensidade do campo magnético
das Bobinas de Helmholtz, e caso o valor obtido tenha se
Além de tudo isso, na verdade, existem inúmeras ou- distanciado muito do esperado, conclui-se que os dados
tras variáveis que atuaram no experimento, mas que são de estão incoerentes, e que houve alguma falha durante o
interpretação complexa. Sabe-se que o torque está intima- experimento.
mente relacionado com o momento de dipolo magnético. E portanto, logo em seguida, será apresentado o gráfico
As mesmas observações que vêm sendo feitas até agora de da função τ (n), no qual houveram 3 dados experimen-
como o torque variou, são válidas e exatamente as mesmas tais, e espera-se que obtenha-se um curva que descreva
podem ser aplicadas ao estudo do momento magnético. coerentemente os parâmetros do experimento.
Outro ponto, e que vem constantemente destacado,
é de que o torque sofrido pelas espiras é de natureza Cálculo do campo magnético gerado nas bobinas:
mecânica, ao invés de citar que é de natureza magnética.
É importante apontar que o torque tratado na mecânica, ~τ ≡ ~µ × ~B (74)
pode ser expresso pelo produto vetorial entre a força e
o deslocamento ocasionado. Por outro lado, o torque
τ ≡ n · A · i · B · sin α (75)
quando aplicado ao magnetismo pode estar em função
de outras variáveis, podendo ser expresso pelo produto
vetorial entre o campo e o momento magnético. Ainda τ ≡ ( A · i · B · sin α) · n (76)
sim, torque mecânico e magnético são equivalentes, e pos-
suem a mesma intensidade, ainda que sejam de naturezas tan θ ≡ ( A · i · B · sin α) · n (77)
distintas.
Resta-se assim, construir o gráfico da função τ (n), tan θ
possibilitando uma análise matemática mais completa. B≡ (78)
A · i · sin α
Por meio do gráfico, será interpretado o significado da
inclinação da reta por meio dos conceitos de torque e !
momento magnético, já mostrados anteriormente. Para (5, 11 × 10−5 ) N · m · n−1
B≈ (79)
que no fim, possamos calcular a intensidade do campo π · (6, 0 × 10−2 m)2 · (2A) · sin 90o

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Figura 8: Neste gráfico é mostrado a plotagem da função τ (n), onde a corrente elétrica nas espiras manteve-se constante a i ≈ 2, 0A, assim como
também, foi fixado o valor do raio das espiras no valor de r ≈ 6cm.

piras e o campo magnético afeta de forma proporcional


Bτ (n) ≈ 2, 26mT (80) o valor do torque. Aparentemente, todo grandeza fı́sica
dependente do seno entre vetores, pode-se talvez concluir
Mediante o resultado de Bτ (n) ≈ 2, 26mT pode-se afir- que sempre será expressa mediante o produto vetorial.
mar que este foi o parâmetro mais bem sucedido de todos Contudo, é perigoso fazer generalizações, e pelo menos
até agora. E portanto, ao construir o gráfico do torque referente ao experimento realizado, a ideia de vetores que
aplicado, em função do número de espiras, obteve-se dependem do seno entre si, é coerente.
valores de intensidade para a força de torção extrema-
mente coerentes, permitindo obter um valor para o campo Cálculo do campo magnético gerado nas bobinas:
magnético bem próximo do valor teórico Breal ≈ 2, 11mT.
~τ ≡ ~µ × ~B (81)
• Parte D: Análise da função τ (sin α)
τ ≡ n · A · i · B · sin α (82)
Por fim, será analisado o último parâmetro deste re-
latório. Desta vez, será observado como o torque aplicado
τ ≡ ( A · i · B · n) · sin α (83)
varia em função do ângulo existente entre o sentido da cor-
rente elétrica que percorre as espiras, e o sentido do campo
magnético gerado pela Bobina de Helmholtz. Sendo as- tan θ ≡ ( A · i · B · n) · sin α (84)
sim, pretende-se entender de que maneira o ângulo afeta
o torque sofrido pelas espiras. E portanto, refletir sobre tan θ
como as linhas de campo interagem entre si, e também B≡ (85)
n·A·i
buscar entender o que determinada o sentido do torque !
nas espiras. (1, 80 × 10−4 ) N · m
B≈ (86)
As espiras podem rotacionar-se no sentido horário ou 3 · π · (6, 0 × 10−2 m)2 · (2A)
anti-horário dependendo da posição do observador. De
qualquer forma, percebeu-se que o ângulo entre as es- Bτ (sin α) ≈ 2, 65mT (87)

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Tabela 4: Nesta tabela é mostrado os dados obtidos quando o torque esteve em função do seno do ângulo entre o sentido da corrente nas espiras e o
sentido do campo gerado pelas bobinas. A corrente elétrica nas espiras manteve-se constante no valor de i ≈ 2A. Assim como também, o
raio foi fixado no valor de r ≈ 6cm. E o número de espiras constante, e portanto, n = 3.

α Força de Torção(mN) Torque(N.m)


−90o −1, 54 18, 5 × 10−5
−60o −1, 40 16, 8 × 10−5
−30o −0, 75 9, 0 × 10−5
0o 0 0
30o 0, 77 9, 24 × 10−5
60o 1, 16 13, 9 × 10−5
90o 1, 49 17, 9 × 10−5

Figura 9: Neste último gráfico é mostrado a relação que há do torque em função do respectivo seno do ângulo formado entre o sentido do campo
magnético e o sentido da corrente elétrica nas espiras.

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Por fim, ao construir o gráfico da função τ (sin α) foi com o campo magnético gerado pela Bobina de Helmholtz.
possı́vel perceber que conforme o valor do seno torna-se Novamente, foi perceptı́vel que conforme aumentava-se o
maior, o torque também possuirá uma maior intensidade. número de espiras, consequentemente o valor do torque
No entanto, antes de afirmar que o seno do ângulo e o tor- também tornava-se maior. E desta forma, o torque e a
que são diretamente proporcionais entre si, é importante quantidade de espiras possuem uma relação de proporção
atentar na existência de ângulos negativos. Percebeu-se direta, assim como a corrente elétrica e o raio.
que num intervalo entre 0 < α ≤ 90o , quanto mais perto No último gráfico, buscamos analisar como o torque
o ângulo estivesse de 90o , mais o torque tendia ao seu se modifica perante a mudança do ângulo formado entre
valor máximo. Por outro lado, ao considerar o intervalo o sentido da corrente elétrica que percorre as espiras,
−90o ≤ α < 0, logo, quanto mais próximo o ângulo estiver e o sentido do campo magnético gerado pelas bobinas
de −90o , o torque também tende ao seu valor máximo. De de Helmholtz. Constatou-se que conforme o ângulo
uma forma geral, quanto mais o ângulo distancia-se de 0o , aproxima-se de +90o ou −90o , mais o torque tende ao seu
maior torna-se o torque sofrido pela espira. valor máximo, onde o seno torna-se 1, é onde o produto
Referente ao cálculo da intensidade do campo vetorial adquire seu maior valor, referente todas às possi-
magnético produzido pela corrente que percorria a bo- bilidades de ângulo.
bina, obteve-se um valor bastante próximo do campo
magnético teórico. E sendo assim, a inclinação do gráfico Resultados obtidos:
da função τ (sin α) propiciou um coeficiente angular no
qual pudesse chegar a um valor do campo magnético de * Campo Magnético gerado pela Bobina de Helmholtz:
forma condizente com a realidade. E portanto, os dados
experimentais foram bem sucedidos, podendo-se afirmar B ≈ 2, 11mT (88)
que na construção desse gráfico houveram poucos erros * Relação entre torque e corrente elétrica:
sistemáticos associados. Ainda sim, como a determinação
do ângulo é relativamente falha, adotou-se uma incerteza τ∝i (89)
absoluta de ±0, 08 para os pontos no gráfico. Esse valor foi
obtido a partir da diferença entre o seno de ângulos que * Relação entre torque e raio:
distam entre si o equivalente a 5o . Foi algo totalmente ar- τ∝r (90)
bitrário, pois supõe-se que talvez o ângulo pudesse variar
± 5o . * Relação entre torque e número de espiras:

τ∝n (91)
IV. Conclusões
* Relação entre torque e seno:
De uma forma geral, esse relatório pretendeu entender
lim (sin α) = τmáx (92)
diversas mudanças em alguns parâmetros do experimento. α→(±π/2)
E assim analisar de que forma poderiam afetar o valor
do torque sofrido pela espira. Primeiramente, buscou- Agradecimentos
se entender como a intensidade da corrente elétrica na
espira poderia afetar o torque sofrido. Por meio deste Agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos dado
experimento, foi possı́vel constatar que corrente elétrica saúde e esperança para continuar. E se não fosse por Ele,
e torque são diretamente proporcionais entre si, pois à já terı́amos desistido de tudo. Ainda que a nossa fé seja
medida que aumentamos a corrente na espira, maior foi a tão pequena.
torção ocorrida na balança. Agradecemos ao professor Haroldo de Almeida Guer-
Ao analisar o segundo gráfico, onde relacionou-se o reiro, pelas inúmeras dicas e pela imensa paciência co-
torque em função do raio das espiras, foi notável que a nosco. Estando sempre disposto a ensinar, mesmo tendo
medida que as espiram aumentam de tamanho, maior foi seus próprios problemas.
a intensidade do torque sofrido pela espira. E sendo assim, Agradecemos pela Ufam, por ter nos dado a oportuni-
o torque possui uma relação de proporção direta com o dade de realizar o curso de Fı́sica, e cedendo sua estrutura
tamanho. para que pudéssemos realizar este experimento.
No terceiro gráfico, onde plotou-se a função τn, modi- Agradecemos a cada membro de nossa equipe, onde
ficamos a quantidade de espiras as quais iriam interagir trabalhamos juntos para a realização deste trabalho.

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E por último, a todos que contribuı́ram de alguma


maneira, seja de forma direta ou indireta. Fica registrado [4]http://physicsx.pr.erau.edu/HelmholtzCoils/
aqui, o nosso muito obrigado!
[5]Fı́sica III, Sears e Zemansky: eletromagnetismo. 14a
edição - São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
Referências
[6]http://www.fisica.seed.pr.gov.br/modules/
[1]Princı́pios de Fı́sica - Vol.III - Eletromagne- galeria/detalhe.php?foto=1167
tismo(Serway e Jewett). Editora: Cengage Learning;
[7]Eletrodinâmica, David J. Griffiths; 3a edição - São
[2]https://www.dfi.isep.ipp.pt/ Paulo: Pearson Addison Wesley, 2011.

[3]https://www.nikhef.nl/~h73/kn1c/praktikum/ [8]http://coral.ufsm.br/cograca/rot15.pdf
phywe/LEP/Experim/4_3_03.pdf

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