Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA VARA DA FAMÍLIA E

SUCESSÕES DA COMARCA DE LAGES- SC.

JONAS DE LIZ DAMASCENO, brasileiro, solteiro, auxiliar de produção, inscrito no CPF sob o
nº 059.077.619-38, portador do RG n. 4.421.333, residente e domiciliado à Rua Salustiano Netto, nº 281,
Bairro São Luiz, em Lages-SC, cópia dos documentos anexo, por sua procuradora subscrito, procuração
em anexo, com endereço profissional constante no rodapé, que, para fins do disposto no art. 106, inciso I
do CPC, recebe intimações/notificações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 24 da Lei 5.478/68 e artigo 1.583 do Código Civil, promover a presente:

AÇÃO DE OFERTA DE ALIMENTOS C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em prol de AMANDA ALVES DAMASCENO, menor impúbere, neste ato representado por sua
genitora BRUNA KOCHE ALVES, brasileira, residente e domiciliada à Rua Jose Maria Ribas Pinto, SN,
Bairro Promorar, Residencial Pedro Filomeno de Abreu, Bloco 62 em Lages-SC, telefone (49)99962-
6598, pelas razões de fato e de direito que passa expor para ao final requerer.

I – DA PRELIMINAR

Nos termos dos artigos 98 e 99, do CPC e do artigo 4º da Lei 1060/50, informa o autor que não
possui condições financeiras de arcar com as custas e despesas processuais, bem como honorários
advocatícios e periciais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, razão pela qual, requer o
deferimento dos benefícios da justiça gratuita integral.

II - DOS FATOS

O requerente manteve um relacionamento amoroso com a Sra. Bruna Koche Alves, tendo como
fruto desta relação o nascimento do menor Amanda Alves Damasceno, hoje com 11 anos de idade,
conforme certidão de nascimento em anexo.

O requerente tenta há meses entrar em um consenso com a genitora da criança para que seja
ajustada uma quantia justa e adequada a título de alimentos, entretanto sem êxito, não restando outra
opção senão o ingresso da presente ação.

III – DOS ALIMENTOS

No presente momento o requerente tem a disponibilidade de oferecer a título de pensão


alimentícia o valor de 20% (vinte por cento) do salário mínimo vigente, totalizando o valor de R$242,40
(duzentos e quarenta e dois reais e quarenta centavos) mensais, haja vista que o autor está aguardando
resultado de pericia de beneficio por incapacidade, não recebendo nenhuma remuneração.

O autor teve como ultima profissão a atividade de auxiliar de produção, porém acometido de
doença incapacitante, a qual o levou a postular beneficio por incapacidade junto a autarquia
previdenciária, conforme comprovante de requerimento anexo.
CASA DA CIDADANIA PROFESSOR ANTONIO CHAVES DE LIMA - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NPJ – UNIFACVEST
Av. Marechal Floriano, nº 997, Centro, Lages/SC. CEP 88501-103.
Neste sentido, conforme dispõe o artigo 1.695 do Código Civil, os alimentos devem ser prestados
"quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento".

Nos termos do art. 1.695 do Código Civil, os alimentos quando fixados deverão sempre obedecer
ao binômio necessidade/possibilidade, não devendo desfalcar o necessário ao sustento do devedor,
devendo ser, como amplo entendimento jurisprudencial e doutrinário, fixados de acordo com percentual
dos rendimentos do genitor, entretanto, no caso em tela tendo em vista a situação do autor, os alimentos
deverão ser fixados com base no salário mínimo.

O sustento da filha é responsabilidade de ambos os genitores, além disso, os alimentos provisórios


devem ser fixados em quantidade que o genitor suporte.

Neste sentido, veja-se a posição do TJSC e TJRS acerca da obrigação mútua dos pais de sustento
da prole:

APELAÇÃO CÍVEL. [...] FILHOS MENORES DO CASAL RESIDENTES NO


IMÓVEL. DEVER DE PROPORCIONAR MORADIA À PROLE QUE RECAI
SOBRE AMBOS OS GENITORES. AUTORA QUE NÃO CONTRIBUI PARA A
MANTENÇA DOS FILHOS. IMPOSSIBILIDADE DE ARBITRAMENTO DE
ALUGUERES EM SEU FAVOR. DECISÃO MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO.
Em que pese a possibilidade de obrigar-se o condômino a indenizar proporcionalmente o
coproprietário pelo uso exclusivo de imóvel em condomínio, o caso concreto guarda a
particularidade de o coproprietário (e ex-companheiro da Demandante) ter abrigado no
bem os filhos menores do casal durante o período em que lá residiu, bem como
suportado sozinho as despesas advindas do sustento da prole. Nessa toada, o
acolhimento da pretensão da Autora implicaria impor, exclusivamente, ao Réu, dever
que recai a ambos os pais, pois estaria ele arcando sozinho com as despesas de moradia e
sustento dos filhos, o que não se admite.
[...]
(TJSC, Apelação Cível n. XXXXX-65.2012.8.24.0159, de Armazém, rel. Des. Joel
Figueira Júnior, j. 06-07-2017)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. [...] DEVER DE SUSTENTO DA PROLE QUE
DEVE SER SUPORTADO POR AMBOS OS PAIS. OBSERVÂNCIA DO BINÔMIO
NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. VERBA ALIMENTAR MANTIDA NO
PATAMAR ORIGINALMENTE FIXADO. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO.
A fixação dos alimentos, ainda que provisórios, implica observância do critério previsto
no artigo 1.694 do Código Civil, que determina a proporcionalidade entre as
necessidades de quem reclama a verba alimentar e as possibilidades de quem os supre.
[...]
Destarte, considerando-se que a responsabilidade pela manutenção e assistência da prole
é dever de ambos os pais [...]
(TJSC, Agravo de Instrumento n. XXXXX-32.2016.8.24.0000, de Brusque, rel. Des.
Joel Figueira Júnior, j. 06-04-2017).
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ALIMENTOS AVOENGOS. NATUREZA
SUBSIDIÁRIA E COMPLEMENTAR. DEVER DE SOLIDARIEDADE. ART. 1.696
DO CÓDIGO CIVIL. CONCLUSÃO Nº 44 DO CENTRO DE ESTUDOS DESTA
CORTE.

CASA DA CIDADANIA PROFESSOR ANTONIO CHAVES DE LIMA - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NPJ – UNIFACVEST
Av. Marechal Floriano, nº 997, Centro, Lages/SC. CEP 88501-103.
1. A obrigação alimentar dos avós é de caráter subsidiário e complementar, só podendo
ser afirmada quando comprovado que ambos os genitores não têm condições de prover o
sustento da prole.
2. No caso, está demonstrado que o pai exerce atividade remunerada, possuindo
condições de prestar auxílio financeiro aos alimentados, e que a genitora, que trabalha,
também tem capacidade para contribuir ao sustento dos filhos, como coobrigada de
mesmo grau.
3. Ausência de justificativa à afirmação da obrigação avoenga, que tem natureza
subsidiária e complementar. Manutenção da sentença.
APELAÇÃO DESPROVIDA.
(Apelação Cível Nº 70070895883, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 24/11/2016, Publicação: Diário da
Justiça do dia 29/11/2016)

Assim, o artigo 24 da Lei 5.478/68 permite a proposição da referida ação para oferecimento de
alimentos, in verbis:

Art. 24. A parte responsável pelo sustento da família, e que deixar a residência comum
por motivo, que não necessitará declarar, poderá tomar a iniciativa de comunicar ao
juízo os rendimentos de que dispõe e de pedir a citação do credor, para comparecer à
audiência de conciliação e julgamento destinada à fixação dos alimentos a que está
obrigado.

Por estas razões aqui expostas, o requerente dispõe apenas do valor mencionado acima, sem que
prejudique o seu próprio sustento, assim, requer desde já a fixação dos Alimentos Provisórios no valor de
20% (vinte por cento) sobre o salário mínimo vigente.

IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA

Diante do exposto, mostra-se necessária a fixação de alimentos provisórios em favor do requerido,


ante a sua necessidade urgente de obtenção de recursos financeiros destinados a prover a sua subsistência.

Por outro lado, está evidente que a nossa legislação protege aquele que necessita de alimentos, no
caso em tela, está demonstrada a filiação do requerido, a necessidade e possibilidade do autor em prestar
alimentos, fazendo-se imperiosa a fixação de alimentos provisórios em favor da criança.

Assim dispõe o artigo 300, caput do CPC:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

O artigo 4º da Lei 5.478/68, garante tal pleito conforme segue:

Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.

Por esta razão, requer desde já, a fixação de alimentos provisionais no valor de 20% (vinte por
cento) do salário mínimo vigente, correspondente ao valor de R$242,40 (duzentos e quarenta e dois reais e
quarenta centavos) mensais;

CASA DA CIDADANIA PROFESSOR ANTONIO CHAVES DE LIMA - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NPJ – UNIFACVEST
Av. Marechal Floriano, nº 997, Centro, Lages/SC. CEP 88501-103.
V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:

1 - A antecipação dos efeitos da tutela de urgência nos termos do artigo 300 do CPC, inaudita
altera parte, com a fixação dos alimentos provisórios, no valor de 20% (vinte por cento) do salário
mínimo vigente, correspondente ao valor de R$242,40 (duzentos e quarenta e dois reais e quarenta
centavos) mensais;

2 - A fixação de alimentos, no valor de 20% (vinte por cento) do salário mínimo vigente,
correspondente ao valor de R$242,40 (duzentos e quarenta e dois reais e quarenta centavos) mensais;

3 – A concessão dos benefícios da Assistência Jurídica Integral e Gratuita, nos termos do artigo 5º,
LXXIV da Constituição da República, face à impossibilidade do autor em arcar com as despesas do
presente processo, conforme declaração anexa;

4 - A intervenção do ilustre representante do Ministério Público para que intervenha no feito até
seus ulteriores termos, consoante artigo 178, II, do CPC;

5 – Que seja designada audiência previa de Conciliação nos termos do artigo 319, VII do Código
de Processo Civil;

6 – Não havendo acordo, deverá a requerida, apresentar contestação dentro do prazo legal, sob
pena de confissão e efeitos da revelia;

7 - A condenação da requerida em custas processuais e honorários advocatícios;

8 - Protesta provar todo o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos;

VI – VALOR DA CAUSA

Atribui-se a causa o valor de R$ 2.908,80 (dois mil e novecentos e oito reais e oitenta centavos).

Termos em que,
Pede deferimento.

Lages-SC, 28 de outubro de 2022.

Caroline Ribeiro Bianchini


OAB/SC 12.842

Patrícia Murara Burigo


CASA DA CIDADANIA PROFESSOR ANTONIO CHAVES DE LIMA - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NPJ – UNIFACVEST
Av. Marechal Floriano, nº 997, Centro, Lages/SC. CEP 88501-103.
OAB/SC 34.141

CASA DA CIDADANIA PROFESSOR ANTONIO CHAVES DE LIMA - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NPJ – UNIFACVEST
Av. Marechal Floriano, nº 997, Centro, Lages/SC. CEP 88501-103.

Você também pode gostar