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Como Produzir Etanol de Milho
Como Produzir Etanol de Milho
CÁLCULOS
1- Quantidade de água.
Formula = ton/h x (100 - umidade do milho) ÷ sólidos desejados.10 x (100 – 13) ÷ 25= 34,8
ton/h, que é a vazão total (milho mais água) dai você subtrai a vazão de milho que no
nosso exemplo é 10, 34,8 – 10= 24,8 ton de água por hora, pode arredondar para 25
ton/h.
2- Quantidade de enzima alfa amilase.
Dosagem recomendada é de 0,25kg/ton, como no nosso exemplo é 10 ton de milho, 10 x
0,25= 2,5kg. A densidade da alfa amilase é de 1,25Kg/l. D=m/v, substituindo e fazendo as
manipulações algébricas: V= 2,5/1,25= 2 litros por hora, mas para facilitar o controle da
dosagem da enzima, vamos converter por minuto, fazendo uma regra de três:
2l 60min
X 1min
Transformando para ml, 33,33ml/min, vamos arredondar para 34ml/min essa é a dosagem
para a moagem exemplo, algumas usinas faz essa dosagem com bombas de diafragma,
daí o operador de campo regula a dosagem com o auxílio de uma proveta de 50ml, e um
cronometro, e acompanha essa dosagem a cada 15 minutos ou meia hora, isso depende
da disponibilidade do operador, mais é de suma importância acompanhar essa dosagem,
pois caso a bombinha mande menos que o necessário, não ocorrera a conversão
desejada, e terá perda de rendimento na planta, caso esteja dosando enzima em excesso,
também é desnecessário, principalmente economicamente, sabendo que a enzima alfa
amilase é de preço elevado, deixando o preço de produção acima do necessário, por isso
a importância de sistemas automáticos e acompanhamento, pois nosso objetivo é produzir
com o menor custo possível.
COZIMENTO
Logo após o misturador, a mistura de farinha com água e enzima, vai para tanques de
cozimento e liquefação, nessa etapa o objetivo é dar o tempo para a ação da enzima no
amido, para isso deve-se manter os parâmetros ótimos para obter maior eficiência da ação
da enzima, ph entre 5 e 5.8, agitação constante, tempo de retenção de 1,5 horas até 3
horas, aqui também acompanha a taxa de conversão, que deve ser a mais alta possível,
mas segundo consultores, acima de 75% já é satisfatório, a conta é simples, o laboratório
faz analises periódicas de brix e sólidos do cozimento em andamento, a taxa de conversão
é brix/sólidos x 100, exemplo: brix 20, sólidos 25%, 20/25= 0,80 x 100 = 80%.
Manter a temperatura em torno de 82°C até 86°C, temperaturas abaixo de 82°C, ocorrerá
alto teor de amido residual, pois a ação da enzima fica mais lenta, temperaturas acima de
90°C desnatura a enzima (alfa-amilase), abaixo um gráfico sobre a temperatura ótima de
atuação da enzima.
PROPAGAÇÃO
Para dar sequência no processo, é necessário preparar o fermento para receber o mosto
de milho já cozido, o recomendado é propagar 10% do volume total, como base de cálculo
vou utilizar um volume de 500m3, a propagação do fermento deve ser feita em um tanque
ou cuba devidamente limpo, para evitar contaminação.
Adicionar 15m3 de água tratada.
Adicionar a levedura hidratada (20kg).
Adicionar 750 ml de bactericida.
Adicionar 10 m3 de mosto.
Adicionar 25 kg de Ureia.
Adicionar 2,1 litros da enzima glucoamilase
Adicionar mais 25 m3 de mosto.
Adicionar mais 25kg de ureia, 2,1litros da enzima glucoamilase, e 750ml de
bactericida.
Manter a fermentação com agitação constante, aeração, temperatura entre 32 a
34°C, de 6 a 10 horas, até que o número de células/ml de fermento atingir 10^8 .
FERMENTAÇÃO
Logo após a propagação, o fermento é enviado para uma dorna, e mantido sob agitação
constante, daí começa a alimentar com o mosto de milho, até atingir o volume desejado,
que no nosso exemplo é 500 m3, durante a alimentação é acompanhado de hora em hora,
brix, sólidos, gl, acidez, analises microbiológicas, e temperatura, manter sempre entre 32 a
34°C. Durante a fermentação, também é adicionado insumos, vamos fazer os cálculos:
Enzima glucoamilase: recomenda-se 0,4kg/ton, o volume de mosto é de 450m3, e
sólidos 25%, 450 x 0,25= 112,5 ton de milho. 112,5 x 0,4 = 45kg de enzima, a
densidade da enzima glucoamilase é 1,2kg/litro, D=m/V , substituindo e fazendo as
manipulações algébricas, V= 45/1,2 = 37,5 litros.
Bactericida 10ppm em cima do volume total de 500m3, fazendo a conta
encontramos 5 litros.
Ureia: 400ppm em cima do volume total, 500m3, fazendo a conta
encontramos 200Kg.
Quando inicia a alimentação, dosamos 12,5 litros de enzima glucoamilase, 2,5 litros de
bactericida, e 100kg de ureia, na metade da alimentação dosamos 12,5 litros da enzima
glucoamilase, no final da alimentação dosamos 12,5 litros da enzima glucoamilase, 2,5
litros de bactericida, e 100kg de ureia, perceba que a enzima nos dividimos a dosagem
total em três parte, pois assim observei uma melhor ação da enzima, há quem jogue o total
tudo no início, ou em duas dosagens, daí cada planta tem que fazer testes e chegar a
metodologia ideal, ureia e bactericida, dividimos em duas dosagens, inicio e fim de
alimentação, apos atingir o volume desejado, a dorna é mantida sob agitação constante, e
temperatura entre 32 a 34°C, o tempo é de 12 a 36 horas, o laboratório acompanha de
hora em hora brix, sólidos, gl, dentre outras analises, percebe-se nessa etapa o gl subindo,
brix e sólidos caindo, o fim da fermentação se dá quando o gl da dorna estabiliza, ou seja,
repete por três ou quatro vezes o mesmo valor, essa metodologia que mencionei acima eu
vivenciei em uma usina que produz etanol de milho, obtivemos 402 litros de etanol por
tonelada de milho, fazendo a lição de casa certinho pode-se atingir 380 até 420 litros de
etanol por tonelada de milho.
O objetivo desse artigo é propagar o conhecimento, essas dosagens e a forma que
mencionei, foi uma experiencia minha, as dosagens das enzimas podem ser otimizadas de
acordo com a tecnologia de cada planta, poucas usinas de etanol de milho por exemplo,
fazem a recuperação do óleo, isso já inclui outra tecnologia enzimática.