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14/11/2022 08:44 Estilo de vida, saúde e meio ambiente

ESTILO DE VIDA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE


UNIDADE 1 - SAÚ DE PÚ BLICA, SAÚ DE Ú NICA E
SEU PAPEL NO MUNDO

Autoria: Lucianna Schmitt - Revisã o técnica: Renata Bazante Rodrigues

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Introdução
Olá, estudante! Você já parou para refletir sobre o conceito de saú de? Conforme a realidade de cada pessoa, a
saú de pode ser interpretada de forma distinta. Isso porque cada um de nó s vive em circunstâncias e condiçõ es
de vida diferentes. Podemos pensar no nosso País, onde existem variedades culturais entre os estados e
regiõ es, que contribuem para níveis de saú de diferentes, como os hábitos alimentares, por exemplo. É
possível avaliar também diferenças em investimento em saú de, acesso a serviços pú blicos, faixa etária da
população, condiçõ es de moradia, estilo de vida etc.
Outro aspecto relevante para pensarmos em saú de é a relação que a vida humana tem com a vida animal e o
meio ambiente. Um universo de fatores implica na saú de das pessoas, o que torna necessário que tenhamos
um conceito universal de saú de. Nesta unidade, aprenderemos alguns conceitos fundamentais sobre saú de,
também estudaremos sobre problemas globais de saú de e noçõ es como prevenção de doenças e promoção de
saú de.
Bons estudos!

1.1 Conceitos de saúde


Ao pensar em saú de podem vir à mente diversas imagens, como atividade física, serviços de saú de, bem-estar,
alimentação e, até mesmo, recursos financeiros. Para que os países possam estruturar suas açõ es e políticas
para a saú de, é necessário conceituar o que ela significa. A Organização Mundial da Saú de (OMS) define saú de
como um “estado de bem-estar físico, mental e social completo, e não meramente a ausência de doença ou
enfermidade" (WHO, 1948). Contudo, esse conceito vem sendo criticado por ser considerado não alcançável e
por deixar de fora concepçõ es genéticas e hereditárias (WHO, 2005; BARROS, 2016).

1.1.1 Saúde pública


O termo saú de pú blica nos remete a ideia de promoção de saú de, campanhas de prevenção ou financiamento
pú blico para programas de saú de, mas ela não se limita a essas açõ es, como vamos estudar nessa disciplina.
A definição de saú de pú blica foi estabelecida em 1920, por Winslow, e é utilizada até hoje,

Saú de pú blica é a ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida, e promover a saú de e a
eficiência com o esforço organizado da comunidade para obter a sanitização do ambiente, o
controle de infecçõ es comunicáveis, a educação das pessoas em relação à higiene pessoal, a
organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnó stico precoce, e o tratamento
preventivo de doenças, bem como para obter o desenvolvimento do maquinário social para
garantir a todos um padrão de vida adequado para a manutenção da saú de; organizando assim
esses benefícios para permitir que cada cidadão tenha seu direito de nascer com saú de e ter
longevidade.  (WINSLOW, 1920, p. 30)

De natureza pluridisciplinar, a saú de pú blica, deve ser entendida como um movimento para fazer face aos
determinantes de saú de, reduzir as doenças das populaçõ es, estudar e buscar a resolução dos problemas de
saú de, que condicionam a saú de dos indivíduos integrados no seu meio ambiente (FERREIRA, 1963).

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VOCÊ SABIA?
A Organizaçã o Mundial da Saú de (OMS) faz parte da Organizaçã o das Nações
Unidas (ONU), uma vez que, a saú de faz parte dos direitos humanos. A ONU foi
criada após a 2ª Guerra Mundial, por 50 países, com o objetivo de assegurar a paz
e o desenvolvimento mundial. A ONU faz a aná lise de problemas econômicos e
sociais que possam impactar nos direitos humanos, e sensibiliza os governos para
esses problemas, a fim de cooperar internacionalmente pelo desenvolvimento de
todas as nações. 

A saú de pú blica busca manter saudáveis e sem doenças todos os indivíduos de uma comunidade, ao limitar
as exposiçõ es que eles possam encontrar durante suas vidas. O Institute of Medicine (IOM) resumiu a missão
da saú de pú blica em seu relató rio “The Future of Public Health” de 1988, ao destacar a função da saú de
pú blica na intervenção precoce e na prevenção da doença. Esses esforços incluem imunizaçõ es e programas
para o controle de doenças transmissíveis. 

Figura 1 - Saú de pú blica


Fonte: stoatphoto, Shutterstock, 2020.

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#PraCegoVer: imagem com o termo saú de pú blica escrito no centro, cercado de figuras que representam, por
exemplo, a atividade física, meditação, atendimento médico, alimentação, peso corporal e exames de sangue.

As funçõ es da saú de pú blica devem ser cumpridas pelas agências, que são compreendidas como os governos
ou organizaçõ es mundiais que normatizam e executam a saú de pú blica (INSTITUTE OF MEDICINE, 1988). Em
seu relató rio de 1988, citado anteriormente, o IOM identificou dez funçõ es essenciais da saú de pú blica, que
são agrupadas em três eixos.
Clique nas abas a seguir para identificar as funçõ es correspondentes.

Avaliação

1. Monitorar a saú de.

2. Diagnosticar e investigar problemas e danos à saú de na comunidade.

Desenvolvimento de políticas

3. Empoderar, informar e educar as pessoas sobre questõ es de saú de.

4. Mobilizar parceiras na comunidade e açõ es para identificar e resolver os problemas de saú de.

5. Desenvolver políticas e planos que apoiem os esforços individuais e comunitários.

Garantia

6. Reforçar as leis e regulaçõ es que protegem e garantem a segurança em saú de.

7. Vincular as pessoas com necessidades em saú de aos serviços e assegurar a oferta do cuidado em
saú de.

8. Assegurar equipe competente em saú de.

9. Avaliar a efetividade, acessibilidade e qualidade dos trabalhadores e serviços de saú de.

10. Pesquisar novas ideias e inovaçõ es para solucionar problemas de saú de. 

Avaliação
"Cada agência de saú de pú blica deve regularmente e
sistematicamente coletar, agrupar, analisar e disponibilizar
informaçõ es sobre saú de da comunidade, incluindo estatísticas
sobre condição de saú de, necessidades de saú de da comunidade,
bem como estudos epidemioló gicos e outros estudos de problemas
de saú de".

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Desenvolvimento de políticas
"Cada agência de saú de pú blica deve exercitar sua responsabilidade
de atender ao interesse pú blico no desenvolvimento de políticas
abrangentes de saú de pú blica ao promover o uso da base do
conhecimento científico na tomada de decisõ es sobre saú de pú blica,
e ao liderar o desenvolvimento de políticas de saú de pú blica. As
agências devem ter uma abordagem estratégica, desenvolvida com
base em uma apreciação positiva do processo político democrático."

As agências de saú de pú blica devem garantir a seus constituintes


que os serviços necessários para atingir objetivos acordados serão
Garantia fornecidos, seja ao incentivar açõ es por outras entidades (do setor
privado ou pú blico), ao exigir essa ação por meio de regulamentos
ou ao fornecer serviços diretamente. Cada agência de saú de pú blica
deve envolver os principais responsáveis pela tomada de decisõ es e
o pú blico geral na determinação de um conjunto de serviços de
saú de, que incluem os de alta prioridade pessoal e os de amplitude
comunitária, que os governos garantirão a cada membro da
comunidade. Essa garantia deve incluir a subvenção ou provisão
direta de serviços de atendimento de saú de de alta prioridade para
aqueles que não podem pagar por eles. 

A seguir, você pode verificar a figura que mostra as dez funçõ es essenciais de acordo com seus eixos.

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Figura 2 - Funçõ es da saú de pú blica


Fonte: CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2020.

#PraCegoVer: imagem em formato de círculo descreve as 10 funçõ es da saú de pú blica.


A saú de pú blica é um esforço preliminar para evitar doenças ou lesõ es, mas também funciona para garantir
que a causa correta da saú de insatisfató ria seja identificada, que tratamentos apropriados ocorram e que
programas de política ou educação atendam ao problema subjacente, para que futuras populaçõ es não sofram.

1.1.2 Saúde global


Saú de global é "a área de estudo, pesquisa e prática que prioriza a melhoria da saú de e o alcance da igualdade
na saú de para todas as pessoas no mundo" (KOPLAN et al., 2009, p. 1994). Problemas de saú de que
transcendem fronteiras nacionais ou que tem um impacto político global e econô mico são de grande interesse
no campo de saú de global. A saú de global é uma parte integral de estudos de saú de pú blica por vários
motivos. Um deles é que, nas ú ltimas cinco décadas, a saú de das populaçõ es humanas melhorou no planeta.

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Isso pode ser atribuído às principais realizaçõ es de programas de saú de pú blica em países desenvolvidos e
em desenvolvimento. Esses países tiveram um aumento expressivo na expectativa de vida, de 40 anos para 69
anos, ao longo das ú ltimas décadas (PIRES FILHO, 1987).

Outro motivo para o estudo da saú de global é aprender mais sobre os desafios existentes em estágios
nacionais e internacionais, bem como determinar maneiras para criar estratégias e intervençõ es eficazes para
resolver problemas. Melhorar a saú de global pode melhorar a saú de de cada país e apoiar interesses globais e
nacionais, ao estimular o crescimento econô mico, a diplomacia e a estabilidade mundialmente.

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VOCÊ O CONHECE?
Fundada em 1948, a Organizaçã o Mundial de Saú de (OMS) direciona e coordena a
saú de internacional no sistema das Nações Unidas, e é reconhecida como a principal
organizaçã o de saú de pú blica internacional. A OMS auxilia autoridades nacionais no
desenvolvimento de planos e políticas de saú de, e ajuda os governos no trabalho com
parceiros de desenvolvimento para alinhar a assistê ncia externa com as prioridades
domé sticas, isto é , questões de conflitos, pobreza, desastres humanitá rios etc. També m
coleta e dissemina dados sobre saú de para que os países possam planejar gastos em
saú de e rastrear o progresso. 

À medida que avançamos no estudo sobre saú de global, teremos uma melhor compreensão de como resolver
problemas de saú de global e avançar no bem-estar de geraçõ es que estão por vir (WHO, 2019).

1.1.3 Saúde única


Você deve ter observado na leitura, até o momento, que a saú de humana é indissociável do meio ambiente. A
nossa saú de depende da saú de ambiental e animal, todas se completam. Pensando nisso, as organizaçõ es
mundiais da saú de, da saú de animal, das naçõ es unidas e a federação para alimentação e agricultura
reconheceram que existe um vínculo muito grande entre essas saú des. De acordo com a World Organization
for Animal Health (OIE), 60% das doenças humanas têm origem a partir do contato e do ciclo da saú de
animal. Das pandemias e doenças emergentes, 70% delas têm relação com a vida animal (VALLAT, online). 

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VOCÊ QUER VER?


Assista ao vídeo How a virus like coronavirus jumps from animals to people, que explica
como o Corona vírus em cé lulas de animais pode sofrer mutações e afetar as cé lulas
humanas, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RutcZPyvVWo.

Alguns exemplos de doenças que surgiram dos animais são: Ebola, surgido dos macacos; Nipah, oriundo dos
morcegos; e tuberculose, dos bovinos. Muitas doenças de origem animal ocorrem por razõ es de
desmatamento e mudanças climáticas que levam os animais a mudarem seu habitat, propiciando a mutação
dos vírus.

VOCÊ QUER LER?


O artigo científico Da Samarco em Mariana à Vale em Brumadinho: desastres em
barragens de mineração e Saúde Coletiva, de Freitas et al. (2019),  explica como
desastres naturais e crimes ambientais exercem influê ncia no aumento de zoonoses
como a dengue e a febre amarela. Acesse em:  https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019000600502
(https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2019000600502).

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Essas doenças são consideradas zoonoses, isto é, doenças de animais que podem ser transmitidas para
humanos e vice-versa. O controle desses pató genos que podem ser transmitidos entre humanos e animais
deve fazer parte das estratégias globais de saú de pú blica. Serviços veterinários da vigilância epidemioló gica
dos estados e municípios têm papel fundamental na garantia da saú de animal e ambiental (Conselho Federal
de Medicina Veterinária). 

1.2 Bem-estar
Bem-estar é a percepção das pessoas sobre as suas vidas estarem dando certo, isso é um resultado positivo e
significante para as pessoas de toda a sociedade. O bem-estar envolve boas condiçõ es de moradia, trabalho,
saú de etc. Existem muitos indicadores para medir esses itens, tais como educação, renda e condiçõ es de
moradia. Contudo, faltam pesquisas que meçam a percepção e a satisfação das pessoas com relação às suas
vidas como a qualidade das suas relaçõ es, resiliência e emoçõ es positivas, e satisfação em geral com a vida
(DIENER, 2004; 2009). 

1.3 Promoção, prevenção e proteção


Para garantir a saú de da população e dos países, existem diferentes formas de atuar em saú de pú blica. A
atuação pode ser por meio da motivação das pessoas, ou educação para que elas saibam cuidar de si e do
ambiente.  Contudo, nem sempre isso basta e serão necessárias medidas para proteger a população de doenças
e agentes nocivos. 

1.3.1 Promoção da saúde


A promoção da saú de é definida como "a arte e a ciência de motivar as pessoas a melhorar seu estilo de vida
para ter a saú de completa, não apenas a ausência de doença" (PROCHASKA, 2013, p. 12). A boa saú de requer
decisõ es inteligentes e comportamentos positivos, alguns dos quais não são fáceis de identificar sem
conscientização e orientação adequada. É por isso que a promoção da saú de é necessária para facilitar as
escolhas de estilo de vida ideal. O objetivo da promoção da saú de é facilitar a capacidade da pessoa de realizar
tarefas, participar de atividades e cumprir objetivos pessoais em um nível ideal de saú de. Uma maneira de
atingir esse objetivo é por meio da prevenção de doença, ou prevenção primária. Estar sem doença permite
que a pessoa tenha mais saú de e maior satisfação com a vida. Porém, a promoção da saú de é mais do que
apenas prevenção primária. Ela também incentiva a adoção de escolhas saudáveis e estimula esforços de
educação sobre como ser saudável.
Os programas mais eficazes de promoção da saú de incluem uma combinação de estratégias para desenvolver
culturas e ambientes físicos que aumentarão a conscientização, facilitarão a mudança de comportamento e
servirão de incentivo e apoio às práticas de estilo de vida saudáveis. Para persuadir uma pessoa a se cuidar
melhor, a promoção da saú de enfatiza as mudanças no estilo de vida pessoal, bem como as mudanças nas
influências culturais e ambientais que afetam esses comportamentos pessoais (WHO, 2017).
A OMS define promoção da saú de como "o processo de capacitar pessoas para que aumentem o controle sobre
sua saú de e a aprimorem. Ele vai além de um foco no comportamento individual, na direção de uma ampla
gama de intervençõ es sociais e ambientais" (WHO, 2017, p. 17).
Mudar os comportamentos de pessoas exige uma compreensão dos fatores que influenciam esses
comportamentos. A cultura e como ela está relacionada a comportamentos de saú de, práticas e crenças de
saú de individuais e culturais, e como as pessoas interagem com o sistema de atendimento de saú de, são
fatores que devem ser considerados ao tentar mudar o comportamento (PROCHASKA, 2013).

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A cultura pode ser um determinante importante do comportamento individual. Cultura pode ser definida
como o conjunto de "crenças e percepçõ es, valores e normas, e hábitos e comportamentos que são
compartilhados por um grupo ou sociedade e que foram passados de uma geração para a outra através de
educação formal e informal", (BARRIS et al., 1985, p. 16). Como vemos, o nosso ambiente e as pessoas, os
desafios e as oportunidades são moldados pelas culturas às quais pertencemos. Nossas culturas nos
fornecem um conjunto de regras sociais ou expectativas que podem ou não ser positivas para nossa saú de e
bem-estar.
Um exemplo de comportamento cultural que possivelmente reforça a saú de é o da monogamia com parceiros
sexuais. A cultura de monogamia, ou seja, de ter somente um parceiro sexual por vez, tem o efeito potencial de
reduzir taxas de HIV/AIDS. Ao contrário, a transmissão de HIV e outras doenças transmissíveis sexualmente
poderia aumentar em culturas que aceitam ou incentivam vários parceiros sexuais ao mesmo tempo ou
durante o mesmo período (SKOLNIK, 2012).
Práticas e crenças de saú de variam entre diferentes culturas. As perspectivas sobre a doença e as causas de
doença, e as perspectivas sobre as práticas de bem-estar e a prevenção de doenças podem variar
consideravelmente em diferentes grupos culturais. Por exemplo, a malária é tão comum na Á frica subsaariana
que muitos habitantes a aceitam como parte normal da vida. Em vez de buscar assistência médica, as pessoas
afetadas nessa região podem escolher simplesmente descansar ou seguir a recomendação de um curandeiro
tradicional, que pode ou não fornecer um tratamento eficaz.  Estudos de diferentes grupos culturais mostram
que muitos deles têm tabus e rituais, os quais eles acreditam que protegerão a sua saú de. Alguns tabus
culturais, por exemplo, envolvem alimentos que as mulheres devem evitar durante a gravidez. Na verdade,
essas restriçõ es na dieta podem causar danos à mãe e ao filho, por deixar de oferecer nutrientes e proteínas
importantes. Outros grupos culturais podem ter rituais de passagem de idade que envolvem testar a força e a
"masculinidade" de meninos por meio de perigosos exercícios de força física, independentemente do risco de
ferimentos (SKOLNIK, 2012).
Comportamentos de saú de e mudança de comportamento são componentes importantes de iniciativas de
promoção da saú de. Uma vez que pode ser difícil mudar um comportamento enraizado e, especialmente, um
comportamento de saú de, cientistas de saú de pú blica criaram modelos teó ricos para considerar os muitos
fatores envolvidos na mudança de comportamento. Ao aplicar vários modelos de mudança à problemas de
saú de pú blica, os pesquisadores tentam reconhecer quaisquer barreiras que atinjam a mudança de
comportamento desejada, como a falta de conhecimento dos possíveis efeitos do comportamento sobre a
saú de. Muitos modelos também tentam encontrar fatores que promovam a mudança de comportamento, por
exemplo, redes de parceiros que atuam como sistemas de apoio para a mudança. Ao aplicar diferentes
modelos teó ricos a esses comportamentos de saú de, os profissionais de saú de pú blica podem direcionar seus
esforços para os problemas mais críticos com o intuito de promover uma mudança significativa no
comportamento de saú de (NASEM, 2018).
Há vários modelos populares que estão em uso nas ú ltimas décadas. Um modelo teó rico comum usado para
resolver a mudança de comportamento de saú de é o HBM (Health Belief Model, Modelo de crenças em saú de).
Desenvolvido pelo serviço de saú de pú blica dos EUA nos anos 1950 e atualizado nos anos 1980, é baseado na
teoria de que a disposição, ou a não disposição, de uma pessoa para se envolver no comportamento de
promoção da saú de está vinculada a alguns fatores, incluindo (WHO, 2017):
• a crença sobre a seriedade e consequências de um problema de
saúde;
• a percepção de que os benefícios de mudança de comportamento
superam os obstáculos; e
• a confiança na capacidade de mudar com êxito o
comportamento.

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A combinação desses fatores indica a prontidão de uma pessoa para agir. Em aplicação prática, provedores de
assistência médica, oficiais de saú de pú blica e pesquisadores também buscam promover "dicas para ação",
normalmente um conjunto de estratégias criado para motivar pacientes em potencial a procurar cuidados para
si pró prios. As "dicas para ação" podem incluir avisos de serviços pú blicos em relação ao risco de uma
doença, panfletos ou sites dedicados ao tó pico, e incentivos como exames gratuitos para determinada doença
(GLANZ et al., 2002).
Outro modelo de mudança de comportamento popular é o modelo transteó rico, também conhecido como
“Estágios de modelo de mudança”, isto é, as várias fases de mudança de comportamento. Essa estrutura
conceitual foi criada por James Prochaska e Carlo DiClemente para tentar explicar as diferenças no desejo das
pessoas de fazer mudanças, sua disposição em fazer essas mudanças e o êxito de tentar a mudança de
comportamento. Essa teoria reconhece várias fases de mudança de comportamento que uma pessoa pode ter
em um determinado período, e os autores acreditam que quaisquer esforços de intervenção de saú de pú blica
devem ser alinhados à fase na qual a pessoa se encontra (ESCORSIN, 2016).
À s vezes, uma intervenção bem-sucedida pode ser simplesmente fazer com que uma pessoa passe de uma
fase para outra, enquanto outras intervençõ es podem significar incentivar uma mudança de comportamento
sustentável. Uma pessoa pode mudar, ignorar ou voltar para diferentes fases a qualquer momento. Embora
extremamente popular entre médicos e outros campos de mudança de saú de, esse modelo tem sido criticado
por sua aparente falta de atenção ao impacto de fatores externos (economia, ambiente e política) na
capacidade de uma pessoa transcender as fases (PROCHASKA; DICLEMENTE, 2013).

Figura 3 - Modelo transteó rico


Fonte: PROCHASKA, 1994.

#PraCegoVer: a imagem mostra uma escada do modelo transteó rico de mudança do comportamento. No
primeiro nível tem a pré-contemplação; no segundo, a contemplação; no terceiro, a preparação, sinalizada por
uma bandeira; no quarto, a ação, sinalizada por uma pessoa andando de bicicleta; no quinto, a manutenção,

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sinalizada por uma maçã e uma barra de levantamento de peso. A recaída é um dos possíveis acontecimentos
nesse modelo, e está representada fora da escada.

O modelo socioecológico foi publicado por Dahlberg e Krug em 2002 e popularizado pelo Centro de Controle
e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, como uma maneira de incorporar uma estrutura
conceitual que não aborda apenas características individuais, mas também afeta os impactos de relaçõ es, da
comunidade e da sociedade em geral. A ideia é que a experiência e o ambiente de uma pessoa podem
influenciar seus comportamentos e exposiçõ es. Esse modelo usa a sobreposição de componentes para
demonstrar que cada aspecto tem uma relação complexa com os outros, e que é impossível abordar um ú nico
fator sem compreender como ele se molda às outras áreas do modelo. Embora seja um modelo bem recebido
para análise de áreas para esforços de prevenção de doenças, pode ser difícil diferenciar em quais fatores você
deve se concentrar para obter mudança de comportamento e promover a saú de.
Todos os modelos de saú de pú blica e teorias sobre mudança de comportamento têm como objetivo auxiliar
os profissionais de saú de pú blica no desenvolvimento de programas ou intervençõ es envolvendo a promoção
da saú de. A ideia é que, se você pode compreender onde uma pessoa está na progressão de um modelo
específico das fases de mudança de comportamento, pode influenciar a decisão dela para passar para a
pró xima fase e, por fim, ter uma verdadeira mudança de comportamento que resultará em uma saú de melhor.
Esses são apenas alguns exemplos de mudança de comportamento e modelos de prevenção disponíveis para
orientar pesquisadores e profissionais da saú de pú blica. Cada modelo de estrutura conceitual tem uma
finalidade específica e é importante para que profissionais de saú de compreendam as diferentes teorias, a fim
de que a melhor possa ser aplicada a um programa ou problema de saú de da comunidade em questão.
Algumas teorias têm como objetivo auxiliar com a promoção da saú de, enquanto outras são mais diretamente
focadas na prevenção de doença e proteção de saú de. Essas diferentes abordagens, com frequência, podem ser
encontradas nos mesmos programas, mas cada uma atende a uma finalidade específica. A promoção da saú de
é a categoria mais ampla, pois ela trabalha para capacitar pessoas e comunidades a se envolverem em
comportamentos saudáveis, que beneficiarão seu bem-estar em geral. A prevenção de doenças é mais focada
no objetivo de evitar que uma determinada doença ou enfermidade ocorra. A proteção de saú de também é
mais específica, pois atua para tornar ambientes ou atividades mais seguras, para que doenças ou lesõ es não
ocorram.

1.3.2 Prevenção de doenças


A prevenção é a gestão de fatores que poderiam resultar em doença, a fim de impedir sua ocorrência. Mas as
medidas de prevenção não se limitam a impedir uma doença de ocorrer, também auxiliam na redução dos
fatores de risco que contribuem para a doença ou para a exposição à doença, ou minimização do progresso da
doença e a redução de consequências assim que a doença for estabelecida (WHO, 1984).
Tanto a saú de pú blica como a saú de pú blica global usam um sistema de classificação de diferentes tipos de
esforços de prevenção. No final dos anos 1940, Hugh Leavell e E. Guerney Clark, considerados pioneiros em
filosofia de saú de pú blica, descreveram os princípios de prevenção de doenças no contexto de "hospedeiro",
"agente" e "ambiente", comumente referidos como o modelo de triângulo epidemioló gico (IOM, 1988). 

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Figura 4 - Triângulo epidemioló gico


Fonte: Elaborada pela autora, baseada em NORTHERN INTER-TRIBAL HEALTH AUTHORITY, 2020.

#PraCegoVer: o "triângulo" mostra as três principais áreas de transmissão de doença infecciosa. Primeiro, há
o hospedeiro ou “quem” poderia se tornar infectado, lesionado ou doente em decorrência da doença. Esse
pode ser um humano ou animal para muitas doenças. Em segundo lugar, há um agente, que é “o que” causa a
doença (exemplo, parasita, vírus, bactérias etc.). E, por fim, há o ambiente ou “onde” a infecção, a doença ou a
lesão da doença ocorre ou quais fatores externos podem estar contribuindo para a doença.

Epidemiologistas são profissionais detetives de doenças que tentam descobrir como esse triângulo pode ser
aplicado a doenças e enfermidades, e qual lado pode ser rompido usando medidas apropriadas de prevenção
de saú de. Usando o contexto de três lados do triângulo epidemioló gico, Leavell e Clark (1958) propuseram
três níveis de prevenção: principal, secundária e terciária.
Antes da presença de doença (período pré-patogênico), há a oportunidade de bloquear a infecção inteiramente.
A prevenção primária tem como objetivo evitar doenças ou lesõ es antes que elas ocorram. Isso é feito por
meio de diversas intervençõ es:

• evitando exposições a riscos;


• mudando comportamentos não saudáveis ou não seguros;
• aumentando a resistência a doenças ou lesões caso ocorra
exposição.

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Entre os exemplos estão:

• legislação e aplicação para vetar ou controlar o uso de produtos


perigosos ou para exigir práticas seguras e saudáveis;
• educação sobre hábitos saudáveis e seguros, como exercícios e
dieta adequada;
• imunização contra doenças infecciosas.

No entanto, mesmo com uma boa política de saú de, as normas adequadas de segurança e os comportamentos
pessoais saudáveis, uma doença ainda pode surgir. A prevenção secundária tem como objetivo reduzir o
impacto de uma doença ou lesão que já ocorreu. Isso é feito ao:

• detectar e tratar a doença ou a lesão assim que possível;


• implementar estratégias para interromper o curso da doença ou
atrasar o seu progresso;
• realizar treinamento, educar e desenvolver habilidades para
administrar a doença com êxito.
Entre os exemplos estão:

• triagens de mama e da coluna para detectar sinais precoces de


câncer;
• exame de sangue ou saliva para HIV/AIDS;
• medicação com prescrição para combater pressão alta.
Por fim, às vezes, não é possível prevenir ou reduzir o efeito inicial de uma doença ou enfermidade.

A prevenção terciária tenta suavizar o impacto da doença ou lesão contínua ao ajudar pessoas a administrar
problemas de saú de a longo prazo, para melhorar sua capacidade de funcionamento, qualidade de vida e
expectativa de vida. Entre os exemplos estão:

tratamento de tuberculose com Terapia observada diretamente (TOD) para manejo de caso a longo prazo;

• programas de manejo de doença crônica, como aulas de culinária


para diabéticos;
• grupos de apoio para auxiliar com os desafios mentais e
emocionais da doença;
• programas de reabilitação vocacional para retreinar funcionários
para estarem capacitados para contratação após uma lesão.

Um outro nível de prevenção, a prevenção quaternária, cobre procedimentos e políticas que identificam
pessoas e grupos em risco de diagnó stico ou medicação excessiva, e que diminuem a intervenção sanitária e
médica excessiva (FAERSTEIN, 2016).

1.3.3 Proteção da saúde

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Proteção é a defesa ou imunidade contra influências nocivas. A proteção da saú de na era moderna de saú de
pú blica tem como foco principal as açõ es de prevenir e controlar doenças infecciosas, bem como proteger
contra riscos ambientais, incluindo alimentos que não atendem aos padrõ es higiênicos. A proteção de saú de
também é aplicável a situaçõ es ocupacionais, a fim de garantir que os funcionários e consumidores não
entrem em contato com materiais perigosos ou condiçõ es não seguras. A proteção de saú de oferece
oportunidades iguais para pessoas s que tenham o nível mais elevado possível de saú de. Ela pode ser obtida
com o desenvolvimento e a implementação de leis, políticas e programas nas áreas de proteção de saú de
ambiental, e nos empregadores ou nas instalaçõ es de atendimento à comunidade. Intervençõ es de proteção de
saú de ajudam a limitar o risco de doença ou lesão.

1.4 Prática em saúde global


Saú de pú blica é um campo importante da saú de que tem foco na prevenção de doenças e lesõ es ou ainda para
reverter o máximo possível de consequências negativas. A saú de pú blica é diferente do atendimento clínico
no sentido de que tem foco em populaçõ es e não apenas em pacientes individuais. Ela também envolve
promoção da saú de, prevenção e proteção em um objetivo ú nico e abrangente. A saú de pú blica global é a
aplicação de políticas, programas, teorias e pesquisas de saú de pú blica a comunidades no mundo inteiro, com
o objetivo de oferecer acesso igualitário à saú de, à acessibilidade e aos resultados para todas as pessoas,
independentemente do status econô mico, do nível de educação, da cultura ou do ambiente.

1.4.1 Ameaças à saúde global


A OMS publicou em 2019 o seu plano estratégico, que tem por objetivo ampliar e qualificar o acesso à saú de
no mundo. Parte desse plano envolve divulgar as 10 principais ameaças à saú de global, são elas:

1. Poluição do ar e mudanças climáticas

Existem poluentes do ar que são microscó picos e responsáveis por sete milhõ es de mortes prematuras no
mundo, isso é, mortes que acontecem antes do previsto, em razão de câncer, derrame cerebral, doenças
coronárias e pulmonares. A maior parte dessas mortes acontece nos países de renda baixa ou média.  A
poluição do ar também é o maior contribuinte para as mudanças climáticas, as quais devem matar 250mil
pessoas ao ano, entre 2030 e 2050, por questõ es de desnutrição, malária, diarreia e calor.

2. Doenças crônicas não transmissíveis

Doenças como diabetes, câncer e doenças cardíacas são responsáveis por 70% das mortes no mundo, sendo
15 milhõ es de mortes prematuras de pessoas com idades entre 30 e 69 anos. Uma das estratégias da OMS é
trabalhar junto aos governos para implementar políticas de incentivo à atividade física.

3. Pandemia de influenza

É uma ameaça que se concretizará, mas não se sabe quando. O maior problema é que muitos países não têm
preparo de resposta para quando isso acontecer. A OMS realiza o monitoramento da circulação do vírus por
meio de 153 instituiçõ es em 114 países.

4. Cenários de fragilidade e vulnerabilidade

Mais de 1,6 bilhõ es de pessoas (22% da população mundial) vivem em lugares que enfraquecem a atenção à
saú de por meio da combinação de fatores como fome, conflito, seca e migração populacional.

5. Resistência microbiana

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Os medicamentos que salvaram milhõ es de vidas, como os antibió ticos, antivirais, remédios antimalária,
estão agora enfrentando a capacidade que vírus e bactérias têm de mutar rapidamente e tornarem-se
resistentes. O uso excessivo desses medicamentos em humanos e animais de consumo, somado ao incorreto
descarte na natureza por falta de saneamento e coleta de lixo, está infectando o solo e a água.

Figura 5 - Mundo nas mãos das pessoas


Fonte: maxstockphoto, Mediapool, 2020.

#PraCegoVer: a imagem representa as mãos segurando o mundo.


6. Ebola e outros vírus de alta ameaça

O Ebola matou muitas pessoas em 2018 e permanece ativo em regiõ es da Á frica onde o conflito não permite
que as soluçõ es cheguem. Além desse vírus, outros considerados de alto risco estão sendo monitorados pela
OMS, são eles: Zika, Nipah, MERS-CoV e SARS-CoV. A OMS e outros parceiros estão constantemente
investigando agentes microbioló gicos que possuem alto potencial para afetar os humanos. Isso fortalece a
necessidade de estarmos preparados para a doença X, uma pandemia desconhecida que atingirá a humanidade.
Cabe ressaltar que o COVID-19, vírus da família da SARS-Cov e MERS-CoV, surgiu apó s a publicação dessa
lista.

7. Serviços fracos de atenção primária à saúde

A atenção primária à saú de é o primeiro contato dos indivíduos com os sistemas de saú de e deve ser
responsável por atender 85% das demandas em saú de. Em muitos países a saú de não é acessível à população
e não tem cobertura universal, isso faz com que as pessoas adoeçam muito antes de chegarem a um
atendimento em saú de.

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8. Hesitação em vacinar

A vacinação é responsável por salvar 4,5 milhõ es de vidas ao ano. Doenças evitáveis por vacina como o
sarampo estão com aumento de novos casos a cada ano, e isso se deve a resistência das pessoas em tomarem
as vacinas. 

9. Dengue
A dengue é uma doença transmitida por mosquito e produz sintomas semelhantes aos de uma gripe forte.
Possui uma mortalidade de 20% e tende a ser uma doença de maior abrangência, pois, com a mudança
climática haverá maior proliferação de mosquitos. Estima-se que 40% do mundo está exposto à dengue, que
causa 390 milhõ es de mortes anuais.

10. HIV
Apesar dos grandes avanços no combate ao HIV, os casos da doença voltaram a subir, especialmente em
jovens mulheres na Á frica. Essa epidemia continua a atingir 1 milhão de novos casos anualmente.

1.4.2 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)


Os ODS propõ em uma série de passos que os governos devem dar para garantir três aspectos fundamentais do
bem-estar mundial: o aspecto social, econô mico e ambiental. São guias de decisõ es que criam um ambiente
para que os governantes tomem as decisõ es certas para a humanidade e para o planeta. Decisõ es que vão
beneficiar os mais pobres e vulneráveis, melhorar a qualidade de vida de toda a sociedade, melhorando o
bem-estar social como um todo (KRUK et al., 2018; DYE, 2017).
A promoção de saú de oferece caminhos que conectam a implementação de políticas nacionais, globais e
econô micas para atender a necessidade de políticas sustentáveis de produção e consumo, bem como modelos
econô micos que impeçam a corrupção e favoreçam a transparência financeira dos países (THE WORLD BANK,
2017).
A ONU criou a versão preliminar da agenda de objetivos sustentáveis pó s-2015 (ORGANIZAÇÃ O DAS NAÇÕ ES
UNIDAS, 2012).

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Figura 6 - Símbolos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável


Fonte: MintArt, Shutterstock, 2020.

#PraCegoVer: a imagem contém dezessete símbolos que representam os objetivos do desenvolvimento


sustentável.

Os objetivos propostos incluem:

• Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em


todos os lugares.
• Objetivo 2: Acabar com a fome, atingir segurança alimentar e
nutrição aprimorada, e promover agricultura sustentável.
• Objetivo 3: Garantir vidas saudáveis e promover bem-estar para
todos, de todas as idades.
• Objetivo 4: Garantir educação de qualidade, inclusiva e
igualitária, e promover oportunidades de aprendizado durante
toda a vida para todos.
• Objetivo 5: Obter igualdade de gênero, bem como capacitar
todas as mulheres e meninas.

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• Objetivo 6: Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da


água e do saneamento para todos.
• Objetivo 7: Garantir o acesso à energia acessível, confiável,
sustentável e moderna para todos;
• Objetivo 8: Promover o crescimento econômico, sustentável e
inclusivo, o emprego produtivo e completo, e o trabalho decente
para todos.
• Objetivo 9: Criar infraestrutura resiliente, promover
industrialização inclusiva e sustentável, e estimular a inovação.
• Objetivo 10: Reduzir a desigualdade nos países e entre eles.
• Objetivo 11: Tornar cidades e lugares inclusivos, seguros,
resilientes e sustentáveis.
• Objetivo 12: Garantir padrões de produção e consumo
sustentáveis;
• Objetivo 13: Realizar ação urgente para combater a mudança
climática e seus impactos.
• Objetivo 14: Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os
mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
• Objetivo 15: Proteger, restaurar e promover o uso sustentável de
ecossistemas terrestres, gerenciar sustentavelmente florestas,
combater desertificação, e interromper e reverter degradação de
terras e a perda de biodiversidade.
• Objetivo 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para
desenvolvimento sustentável, fornecer acesso à justiça para todos,
bem como criar instituições eficazes, justas e inclusivas em todos
os níveis.
• Objetivo 17: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a
parceria global para desenvolvimento sustentável.

Seguindo os passos de realizaçõ es anteriores, como a erradicação da varíola e a expansão da expectativa de


vida para recém-nascidos, as Naçõ es Unidas estão divulgando objetivos de desenvolvimento sustentável para
orientar a pesquisa e a prática nos pró ximos quinze anos, com a esperança de novo avanço em saú de pú blica
global.

Conclusão

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Aqui, estudamos alguns conceitos fundamentais sobre saú de, além dos problemas globais de saú de e noçõ es
como prevenção de doenças e promoção de saú de

Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• reconhecer os principais conceitos referentes à saúde pública,


saúde global e saúde;
• compreender os princípios de integração entre o ambiente, a
saúde humana, a saúde animal e a adoção de políticas públicas
efetivas para prevenção e controle de enfermidades nos níveis
local, regional, nacional e global;
• eelacionar as práticas de saúde global aos problemas mundiais
de saúde;
• discutir a importância e os objetivos de desenvolvimento
sustentável para a saúde e o meio ambiente.

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