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A administração pública pode ser dividida em dois tipos: direta e indireta.

A administração pública direta é composta pelos órgãos e entidades que


integram a estrutura básica da organização do Estado, ou seja, aqueles que
exercem atividades de forma centralizada, sem personalidade jurídica própria.
Exemplos de órgãos da administração direta são as secretarias de governo,
ministérios, autarquias, entre outros.

Já a administração pública indireta é composta por entidades que possuem


personalidade jurídica própria e desempenham atividades de forma
descentralizada. Essas entidades são criadas por lei específica e podem ter
diferentes formas jurídicas, como empresas públicas, sociedades de economia
mista, fundações públicas e autarquias especiais. Um exemplo de entidade da
administração pública indireta é a Petrobras, empresa pública responsável pelo
setor de petróleo e gás no Brasil.

Ambas as esferas são responsáveis por executar as políticas públicas e prestar


serviços à sociedade, mas possuem diferenças na forma como são estruturadas
e organizadas. A administração pública direta é mais centralizada, enquanto a
administração indireta é mais descentralizada e pode ter maior autonomia na
tomada de decisões.

O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princípios que regem a


administração pública brasileira. São eles:

I - Legalidade: a administração pública deve atuar em conformidade com a lei e


o direito.

II - Impessoalidade: os atos da administração pública devem ser objetivos e não


devem favorecer ou prejudicar pessoas específicas.

III - Moralidade: a administração pública deve pautar-se pela ética e pelos bons
costumes.

IV - Publicidade: os atos da administração pública devem ser divulgados para


que a sociedade possa exercer o controle social.

V - Eficiência: a administração pública deve buscar a melhor utilização dos


recursos públicos, garantindo a qualidade dos serviços prestados à sociedade.

Esses princípios orientam todas as ações da administração pública, desde a


elaboração de políticas públicas até a prestação de serviços à sociedade. Além
disso, o artigo 37 também estabelece a obrigatoriedade do concurso público
para o ingresso no serviço público e a possibilidade de contratação de
servidores temporários em casos excepcionais, sempre respeitando os princípios
da administração pública.

Agentes públicos são pessoas que desempenham funções em nome do Estado


e são remuneradas pelos cofres públicos. Eles exercem atividades relacionadas à
administração pública, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. Esses
agentes são responsáveis por garantir o cumprimento das leis, a defesa dos
interesses da sociedade e a prestação de serviços públicos.

Dentre os agentes públicos, podemos citar os servidores públicos, que são


aqueles que possuem vínculo empregatício com o Estado, como os
concursados, comissionados ou contratados temporariamente. Também estão
incluídos nessa categoria os políticos eleitos, como presidentes, governadores,
prefeitos, deputados e senadores, entre outros.

Os agentes públicos devem atuar com ética, transparência e responsabilidade


na gestão dos recursos públicos, buscando sempre atender ao interesse público
e garantir a efetividade das políticas públicas.

Há diversas leis que tratam dos agentes públicos no Brasil, dentre elas podemos
destacar:

1. Constituição Federal: A Constituição é a principal norma que regula os


agentes públicos no país. Ela estabelece as regras básicas da
administração pública, como os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
2. Lei nº 8.112/1990: Essa lei dispõe sobre o regime jurídico dos servidores
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
3. Lei nº 8.429/1992: Essa lei estabelece as sanções aplicáveis aos agentes
públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de suas
funções.
4. Lei nº 8.666/1993: Essa lei institui normas para licitações e contratos da
administração pública.
5. Lei nº 13.303/2016: Essa lei dispõe sobre o estatuto jurídico das empresas
estatais, incluindo as regras de governança, transparência e controle
interno.

Além dessas, há muitas outras leis, normas e regulamentos que tratam dos
agentes públicos em diferentes esferas da administração, como leis estaduais e
municipais, estatutos de servidores públicos, regimentos internos de órgãos
públicos, entre outros.
Agentes políticos são pessoas que ocupam cargos eletivos ou de nomeação
política, em geral vinculados aos poderes Executivo e Legislativo, e que exercem
funções públicas de representação e decisão. Esses agentes são eleitos ou
nomeados pelo poder público para desempenhar funções políticas,
administrativas ou legislativas.

Dentre os agentes políticos, podemos citar o presidente da República,


governadores, prefeitos, ministros, secretários de estado ou município,
deputados federais e estaduais, senadores, vereadores, entre outros.

Ao contrário dos servidores públicos, que têm uma relação de trabalho com o
Estado, os agentes políticos têm uma relação de mandato, pois foram
escolhidos para representar a população em um determinado período. Eles são
responsáveis por tomar decisões políticas e administrativas, implementar
políticas públicas, elaborar leis e fiscalizar o poder público.

Os agentes políticos são fundamentais para a democracia, pois representam a


vontade popular e exercem o poder em nome do povo. Eles devem atuar com
ética, transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos,
buscando sempre atender ao interesse público e garantir a efetividade das
políticas públicas.

A Súmula Vinculante e a jurisprudência são institutos do direito que têm em


comum a finalidade de uniformizar a interpretação e aplicação do direito em
todo o país. No entanto, há diferenças importantes entre elas.

A Súmula Vinculante é um enunciado de jurisprudência de caráter obrigatório,


editado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que fixa a interpretação da
Constituição Federal e das leis federais por meio de uma decisão reiterada em
diversos casos semelhantes. Ela obriga todos os órgãos do Poder Judiciário e a
administração pública a seguir a interpretação firmada pelo STF, evitando
decisões divergentes sobre o mesmo assunto. Portanto, a Súmula Vinculante
tem força normativa, vinculando todos os órgãos e entidades públicas.

A jurisprudência, por sua vez, é o conjunto de decisões reiteradas dos tribunais


sobre determinado tema. Ela não tem força normativa, mas influencia as
decisões judiciais posteriores, pois representa a interpretação adotada pelos
tribunais sobre determinada questão.

Assim, a principal diferença entre a Súmula Vinculante e a jurisprudência é que a


primeira tem força obrigatória, enquanto a segunda tem caráter persuasivo.
Além disso, a Súmula Vinculante é editada pelo STF, enquanto a jurisprudência
é construída pelos tribunais em suas decisões reiteradas.
A responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano causado a outra
pessoa em decorrência de uma ação ou omissão que tenha violado algum
direito ou provocado prejuízo. As questões relacionadas à responsabilidade civil
são muitas e variadas, e podem incluir:

1. Indenização por danos morais e materiais: quando uma pessoa causa


danos a outra, é comum que haja a obrigação de pagar uma indenização.
Os danos podem ser materiais, como a perda de um bem, ou morais,
como a dor e o sofrimento causados por uma ofensa.
2. Acidentes de trânsito: em casos de acidentes de trânsito, a
responsabilidade civil pode recair sobre o motorista que causou o
acidente. Isso pode envolver a obrigação de reparar os danos causados
ao veículo do outro motorista, bem como o pagamento de indenização
por danos pessoais.
3. Responsabilidade por produtos defeituosos: quando um produto é
defeituoso e causa danos a um consumidor, a responsabilidade pode
recair sobre o fabricante, distribuidor ou vendedor do produto. Nesses
casos, pode haver a obrigação de indenizar o consumidor pelos danos
causados.
4. Responsabilidade profissional: profissionais como médicos, advogados e
contadores têm responsabilidade civil por seus atos profissionais. Se um
erro ou omissão causar danos a um cliente, o profissional pode ser
obrigado a indenizá-lo.
5. Responsabilidade por danos ambientais: empresas e indivíduos que
causam danos ao meio ambiente podem ser responsabilizados civilmente
pelos danos causados. Isso pode incluir a obrigação de reparar o dano
causado e pagar indenizações a pessoas afetadas.
Ana foi aprovada em concurso público para o provimento do
cargo administrativo de técnico de ensino médio, em âmbito
federal, no qual veio a adquirir estabilidade em 2012. 
 
Ocorre que Ana decidiu investir em outra área de formação e,
após obter o diploma de economia, prestou concurso público
para o cargo de analista em outra carreira federal, que tinha
o grau de instrução de ensino superior, como requisito. Foi
aprovada e convocada no ano corrente (2021), sendo certo
que este segundo cargo não é acumulável com aquele que a
servidora ocupava anteriormente. 
 
Ana, como é recém-formada em economia, receia vir a ser
inabilitada no estágio probatório para o novo cargo, razão
pela qual consulta você para, na qualidade de advogado,
responder, fundamentadamente, aos questionamentos a
seguir. 
 
A) Caso o receio de Ana venha a concretizar-se, qual é
a providência que deve ser adotada, com o fim de
resguardar a possibilidade de eventual retorno ao
cargo anterior? Sendo tal possível, qual será o
provimento adequado para tanto? Justifique. (Valor:
0,65)
 
B) A investidura por concurso e o efetivo exercício do
estágio probatório por três anos bastam para que Ana
adquira estabilidade no cargo de analista? Justifique.
(Valor: 0,60)

A) Ana deveria pleitear a declaração de vacância no cargo


federal de nível médio em que é estável, para resguardar
eventual possibilidade de retorno, na forma do Art. 33, inciso
VIII, da Lei nº 8.112/90, sendo certo que a forma de
provimento do cargo público adequada é a recondução,
consoante disposto no Art. 29, inciso I, da Lei nº 8.112/90. 
 
B) Não. A investidura por concurso e o efetivo exercício, pelo
prazo de três anos, do estágio probatório não são suficientes,
porque a avaliação especial de desempenho, por comissão
instituída para essa finalidade, é condição para a aquisição da
estabilidade, nos termos do Art. 41, § 4º, da CRFB/88.

A declaração de vacância é um documento que comprova a ausência de


ocupação de um cargo, emprego ou função pública. Ela é emitida quando o
ocupante do cargo deixa de exercer suas funções, seja por motivo de
aposentadoria, exoneração, demissão, falecimento, entre outros.

A declaração de vacância é importante para que o órgão ou entidade pública


possa dar andamento aos processos necessários para a ocupação do cargo,
como a realização de concurso público ou a nomeação de um novo ocupante
para o cargo vago.

A emissão da declaração de vacância é de responsabilidade do órgão ou


entidade pública onde o cargo estava sendo ocupado. Ela deve conter
informações como o nome completo do ocupante anterior, o número de
registro funcional, o cargo ou função ocupada, a data de vacância e o motivo da
saída.

A declaração de vacância pode ser solicitada por interessados que desejam


verificar a situação de um cargo público ou para a realização de processos de
ocupação de cargos públicos.

As leis de responsabilidade do Estado referem-se às normas que estabelecem as


obrigações, deveres e responsabilidades dos entes estatais, ou seja, da
administração pública. Essas leis visam garantir que o Estado cumpra suas
funções de forma eficiente e responsável, protegendo os direitos dos cidadãos
e promovendo o bem-estar social.

Alguns exemplos de leis de responsabilidade do Estado incluem:

1. Lei de Improbidade Administrativa - estabelece as sanções aplicáveis aos


agentes públicos que pratiquem atos de corrupção, enriquecimento
ilícito ou outras condutas lesivas ao erário.
2. Lei de Responsabilidade Fiscal - estabelece normas para o controle dos
gastos públicos, com o objetivo de evitar o endividamento excessivo do
Estado e garantir a transparência na gestão dos recursos públicos.
3. Lei de Acesso à Informação - estabelece o direito dos cidadãos de
acessar informações públicas e regulamenta o procedimento para o
acesso a essas informações.
4. Lei de Licitações e Contratos Administrativos - estabelece as normas e os
procedimentos para a realização de licitações e contratações pela
administração pública, visando garantir a transparência, a
competitividade e a eficiência na utilização dos recursos públicos.
5. Lei do Mandado de Segurança - estabelece os procedimentos para a
concessão de mandados de segurança para proteger direitos individuais
ou coletivos contra atos ilegais ou abusivos praticados pela
administração pública.

Essas leis têm como objetivo garantir que o Estado exerça suas funções de
forma transparente, eficiente e responsável, protegendo os direitos dos
cidadãos e promovendo o bem-estar social.
■ Tradicionalmente, a doutrina afirma que uma única conduta do servidor público do
servidor público pode desencadear três processos distintos e independentes:

– civil: relacionado à reparação de dano patrimonial;

– penal: para apuração de eventual crime; e

– administrativa: voltada à aplicação de punição dos agentes públicos.

■ A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que


resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

■ A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções imputadas ao servidor,


nessa qualidade.

A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no


desempenho do cargo ou função

■ A Lei nº 8.112, de 1990, prevê dois procedimentos diferentes para aplicação das
sanções disciplinares:

– Sindicância. Constitui procedimento sumário instaurado para apurar infrações


que comportem a pena máxima de suspensão por até trinta dias. Pode resultar
em (i) arquivamento; (ii) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão
até trinta dias; e (iii) instauração de PAD. Não é obrigatória a instauração de
sindicância prévia ao PAD.

– PAD. Deve ser utilizado para apuração de ilícitos que ensejarem penalidades
mais severas do que a suspensão por trinta dias, incluindo demissão, cassação
da aposentadoria ou disponibilidade e destituição do cargo em comissão. Será
desenvolvido em três fases:

• instauração com a publicação do ato que constituir a comissão;

• inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e


relatório; e

• julgamento.
Responsabilidade.

■ Responsabilidade implica a noção de resposta. O responsável deve responder em


virtude de um fato jurídico antecedente.

■ O fato e sua imputabilidade a alguém constituem pressupostos da responsabilidade.

■ O fato jurídico gerador da responsabilidade não está necessariamente vinculado à


licitude ou ilicitude da qualificação jurídica do antecedente.

■ A responsabilidade não é exclusivamente civil. A diversidade de norma corresponde a


tipos diferentes de responsabilidade: se a norma é civil, há responsabilidade civil, se a
norma é direito penal, há responsabilidade penal, se a norma é de direito
administrativo, gera responsabilidade administrativa
■ A responsabilidade civil é aquela decorrente da existência de um fato que atribui a
determinado indivíduo o caráter de imputabilidade dentro do direito privado, ou seja,
na ideia de reparação a um dano.

■ A responsabilidade é dita extracontratual quando deriva das várias atividades estatais


sem qualquer conotação pactual.

■ Esse é o tema do estudo: a responsabilidade civil extracontratual da Administração


Pública.

Teoria da Culpa e Teoria do risco na teoria geral da responsabilidade civil

■ A responsabilidade diz-se extracontratual ou aquiliana (Lex Aquilia) porque a


condenação ao pagamento da reparação do dano não decorre de qualquer prévia
relação contratual entre as partes, mas decorre do comportamento injusto (ou ilícito).

■ A noção está amparada na ideia de culpa, de violação ao dever legal, sem o qual não
diferencio o bom comportamento do má conduta.

■ A noção de risco, surge inicialmente com uma ideia de culpa presumida, mas logo
evolui para a ideia segundo a qual aquele que, mediante o exercício de sua atividade,
gera risco (risco criado), deve suportar o prejuízo de sua atividade realizada, ainda que
a exerça licitamente, em particular quando essa atividade lhe proporciona proveito
(risco/proveito).

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Estado:

A teoria da culpa anônima pode ser caracterizada por uma das seguintes situações: (i)
o serviço não funcionou; (ii) o serviço funcionou mal; e (iii) o serviço funcionou com
atraso

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Teses sobre a responsabilidade do Estado – teoria da responsabilidade objetiva

■ Após a teoria da culpa no serviço, o direito dos povos modernos passou a consagrar a
hipótese de responsabilidade objetiva do Estado.

■ Nessa modalidade, a verificação da culpa em relação ao fato danoso fica dispensada.

■ A incidência da responsabilidade ocorre ainda que o fato seja lícito, basta ao


interessado que comprove a relação causal entre o fato e o dano com amparo na
teoria do risco.

■ A teoria do risco administrativo pressupõe que o Estado assume prerrogativas


especiais e tarefas diversas em relação aos cidadãos que possuem riscos de danos
inerentes.
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Tese da responsabilidade com culpa no Código Civil de 1916

■ Art. 15. As pessoas jurídicas de direito publico são civilmente responsáveis por atos
dos seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo
de modo contrario ao direito ou faltando a dever prescrito por lei, salvo o direito
regressivo contra os causadores do dano.

■ (Código Civil – revogado)

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Tese da responsabilidade objetiva do Estado

■ Constituição brasileira de 1946:

Art. 194 - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis
pelos danos que os seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros.

Parágrafo único - Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcionários causadores do


dano, quando tiver havido culpa destes.

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As teorias sobre a responsabilidade objetiva do Estado – nexo de causalidade

1. Equivalência dos antecedentes: para essa teoria, todos os fatores que, se eliminados
num cenário hipotético, levariam a não ocorrência do dano, fazem parte do nexo
causal, pois seriam conditio sine qua non do resultado.

2. Causalidade adequada: somente aquilo que tenha condições de necessariamente


causar o dano é que deve ser mantido no nexo causal. O critério para excluir ou incluir
circunstâncias nessa cadeia de acontecimentos é a probabilidade.

3. Teoria do dano direto e imediato: O dano precisa ser direto e imediato, ou seja,
precisa-se comprovar que o dano gerado, certo e jurídico, decorre direta e
imediatamente da conduta.

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As teorias sobre a responsabilidade objetiva do Estado

1. Tese do risco administrativo. Funda-se na responsabilidade objetiva do Estado.


Admite seja excluída a responsabilidade do Estado quando houver (i) responsabilidade
do lesado, ainda que parcial, (ii) culpa exclusiva de terceiro e (iii) caso fortuito ou força
maior.

2. Tese do risco integral. Admite a responsabilização do Estado, independentemente da


comprovação de nexo de causalidade entre o dano e a ação ou omissão estatal. Daí
que não cabem cláusulas excludentes de responsabilidade.
3. Teoria do risco social. O foco da responsabilidade civil é a vítima, e não o autor do
dano, de modo que a reparação estaria a cargo de toda a coletividade, importando na
socialização do prejuízo.

....

Os atos lícitos da administração são aqueles que estão em conformidade com


as leis e normas que regem a atuação do Estado. Em outras palavras, são as
ações que a administração pública pode realizar dentro dos limites impostos
pela Constituição, leis, regulamentos e demais normas que regulamentam a
atividade administrativa.

Esses atos são, em geral, aqueles que visam atender ao interesse público e
garantir a prestação de serviços de qualidade à população. Alguns exemplos de
atos lícitos da administração são:

 Realização de licitações para contratação de serviços ou aquisição de


bens para o Estado;
 Elaboração e execução de políticas públicas para áreas como saúde,
educação, segurança, transporte e meio ambiente;
 Fiscalização e controle das atividades econômicas, ambientais e de
segurança;
 Realização de obras e serviços públicos para atender às necessidades da
população;
 Aprovação de regulamentos e normas para garantir a segurança e a
qualidade dos serviços prestados pelo Estado.

Os atos lícitos da administração são fundamentais para garantir a legalidade, a


transparência e a eficiência na atuação do Estado, protegendo o interesse
público e os direitos dos cidadãos. É importante destacar que, caso a
administração pública realize atos ilícitos, os mesmos podem ser contestados
judicialmente e os responsáveis podem ser penalizados, inclusive com a perda
de seus cargos ou funções públicas.

...
A sociedade empresária Águas Claras é concessionária prestadora do serviço
público de abastecimento de água no Município Beta e, no último ano, teve
recorde em seus lucros. Alberto, empregado da sociedade empresária Águas
Claras, após reclamação de Maria, usuária do serviço, realizava reparo na rede de
abastecimento de água potável em via pública em frente à casa da usuária,
quando manuseou com muita força seu instrumento de trabalho, causando a
ruptura total da tubulação. A conduta de Alberto fez com que, imediatamente,
jorrasse água com muita pressão no veículo do turista João (não usuário do
serviço público), que passava pelo local naquele momento, causando-lhe danos
materiais pela quebra dos vidros de seu carro. Ademais, os jatos de água também
quebraram o portão elétrico de entrada da casa de Maria. Na qualidade de
advogado(a) contratado(a) por João e Maria para ajuizar ação indenizatória pelos
danos materiais sofridos, responda às perguntas a seguir levando em conta a
estratégia jurídica que demande menor ônus probatório para seus clientes.
A) Em face de quem deverão ser manejadas as ações judiciais a serem
propostas? Justifique.
B) Qual tipo de responsabilidade civil deve embasar as ações indenizatórias a
serem ajuizadas por Maria (usuária do serviço público) e por João (terceiro, não
usuário do serviço público)? Justifique.
Sua Resposta:
A) Deev ser proposta em face da sociedade empresária Águas Claras, pois, se
trata de prestação de serviço público que deve responder pelos danos causados
por seu funcionário (Art. 37, paragrafo 6º).

B) Incide a responsabilidade civil objetiva, na qual não há necessidade de


comprovação do elemento elemento subjetivo, dolo ou culpa, quanto para Maria
(usuário serviço público), quanto para João (não usuário serviço público). Art. 37,
paragrafo 6º.

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O município de Balinhas, com o objetivo de melhorar a circulação urbana para a Copa


do Mundo a ser realizada no país, elabora novo plano viário para a cidade, prevendo a
construção de elevados e vias expressas. Para alcançar este objetivo, em especial a
construção do viaduto “Taça do Mundo”, interdita uma rua ao tráfego de veículos, já
que ela seria usada como canteiro para as obras.

Diante dessa situação, os moradores de um edifício localizado na rua interditada, que


também possuía saída para outro logradouro, ajuízam ação contra a Prefeitura,
argumentando que agora gastam mais 10 minutos diariamente para entrar e sair do
prédio, e postulando uma indenização pelos transtornos causados.Também ajuíza ação
contra o município o proprietário de uma oficina mecânica localizada na rua
interditada, sob o fundamento de que a clientela não consegue mais chegar ao seu
estabelecimento. O município contesta, afirmando não ser devida indenização por atos
lícitos da Administração.

Acerca da viabilidade jurídica dos referidos pleitos, responda aos itens a seguir,
empregando os argumentos jurídicos apropriados.

A) Atos lícitos da Administração podem gerar o dever de indenizar? (Valor: 0,45)

B) É cabível indenização aos moradores do edifício? (Valor: 0,40)

C) É cabível indenização ao empresário? (Valor: 0,40)

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