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Rúgbi: 1º capitão negro da África do Sul pode

fazer história no Mundial


A África do Sul pode chegar ao terceiro título Copa do Mundo
de rúgbi no próximo sábado, às 5h45 (horário de Brasília), diante da
Inglaterra, no Japão. Mesmo se a conquista não vier, a campanha
dos Springboks, como é conhecido o time sul-africano, já é histórica.
Afinal, pela primeira vez na história, a seleção é capitaneada em um
Mundial por um jogador negro: o flanker (ou asa, como se traduz o
nome de sua posição) Siya Kolisi, de 28 anos.
Quem assistiu ao filme Invictus, estrelado por Matt Damon e Morgan
Freeman, dirigido por Clint Eastwood, sabe da importância do esporte
nos primeiros anos após o fim do regime de segregação racial que
vigorou no país por quase meio século (de 1948 a 1994). Embora o
rúgbi seja hoje um sucesso na África do Sul, por muitos anos foi dos
principais símbolos do racismo legalizado. Afinal, até o fim do
apartheid, apenas jogadores brancos podiam integrar a seleção.
Por essa razão, a população negra do país sempre preferiu torcer
para os adversários dos Springboks. O cenário começou a mudar em
1995, ano em que Nelson Mandela assumiu a presidência do país,
mesma época em que o time da África do Sul levantou a primeira taça
da Copa do Mundo. A conquista se tornou um símbolo de união
quando Mandela e François Pieenar, então capitão da equipe, se
cumprimentaram na cerimônia de entrega do troféu.

O capitão Kolisi nasceu na cidade de Zwide, a quase 730 quilômetros


da Cidade do Cabo, capital legislativa da África do Sul. O flanker foi
criado pela avó, que era faxineira. Em seus primeiros testes, Kolisi
jogava de cueca boxer, pois não tinha condições de comprar um
uniforme apropriado. Ele treinava em campos de terra, onde foi
descoberto por um olheiro de uma escola, que lhe concedeu bolsa
integral de estudos. Siya evoluiu e chegou à seleção nacional, onde se
consolidou e disputará seu 50º jogo no próximo sábado, o 20º como
capitão.

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