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Reticulopericardite traumática
Docente:
Ângela Dâmaso
Discentes:
Inês Gonçalves 21904809
Leonor Abegão 21901367
Mariana Dutra 21708027
Monalisa Medeiros 21906200
Vitória Marques 22003337
Índice
1. Introdução: Definição, Anatomia, Etiologia, Epidemiologia e Fatores predisponentes .... 2
2. Sinais clínicos ..................................................................................................................... 3
3. Diagnóstico ......................................................................................................................... 4
3.1 Laboratorial ...................................................................................................................... 4
3.2 Imagiológico..................................................................................................................... 4
3.3 Necrópsia .......................................................................................................................... 6
4. Diagnósticos diferenciais .................................................................................................... 7
5. Tratamento .......................................................................................................................... 7
5.1 Clínico .............................................................................................................................. 8
5.2 Cirúrgico........................................................................................................................... 8
5.2.1 Pré-operatório ............................................................................................................ 8
5.2.1.1 Medicações pré-anestésicas ................................................................................ 8
5.2.1.2 Anestesia ............................................................................................................. 8
5.2.1.3 Cuidados de assepsia........................................................................................... 8
5.2.2 Procedimento cirúrgico.............................................................................................. 9
5.2.3 Pós-operatório ............................................................................................................ 9
5.2.3.1 Indicações ........................................................................................................... 9
5.2.3.2 Complicações .................................................................................................... 10
6. Prognóstico ....................................................................................................................... 10
7. Profilaxia .......................................................................................................................... 10
8. Conclusão ......................................................................................................................... 11
9. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 12
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Reticulopericardite traumática
O comportamento alimentar pouco seletivo dos bovinos, a preensão dos alimentos com
a utilização da língua, assim como a pouca mobilidade dos lábios superiores, são fatores
predisponentes à reticulopericardite traumática, o que faz com que estejam mais sujeitos à
ingestão acidental destes corpos estranhos (Cabral, 2008; Garcia et al., 2008; Jones et al.,
2000). No entanto, a ingestão destes pode ocorrer não apenas de forma acidental, mas também
por carência nutricional de macronutrientes, exemplifica-se bovinos em sistema extensivo ou
intensivo, com maneio alimentar de baixa qualidade que não supre as necessidades energéticas
e minerais, fazendo com que o animal desenvolva um apetite exótico e vá à procura de
compensar estas necessidades ingerindo ferro, pedras e corpos estranhos metálicos disponíveis
no seu local de alimentação (Fontoura, 2009; Mariotto et al., 2021; Martins et al., 2004).
De acordo com Tesch et al., (2020), os bovinos adultos de aptidão leiteira em sistemas
intensivos, são os animais com maior exposição a corpos estranhos nas instalações. A
incidência desta patologia pode aumentar em fêmeas gestantes, segundo Constable et al.,
(2017), o peso e o tamanho associados ao útero gravídico nos últimos meses de gestação podem
provocar compressão do retículo, e além disso, as contrações no momento do parto podem
facilitar a penetração do corpo estranho.
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2. Sinais clínicos
As manifestações clínicas comuns, mas inespecíficas, correspondem a depressão,
anorexia, decúbito, redução do apetite, perda de peso progressiva, diarreia, bruxismo,
hipersiália, descarga nasal, diminuição na produção de leite e a redução ou atonia ruminal
(Abdelaal et al., 2009; Braun, 2009; Cabral, 2008; Constable et al., 2017). Pirexia (40º - 41ºC)
é comum em estados mais agudos, e edema da conjuntiva pode ser observado em casos mais
graves (Braun, 2009; Constable et al., 2017). Um teste do pau positivo é normalmente obtido,
servindo de indicativo para dor abdominal (Cabral, 2008; Done et al., 2017).
Na auscultação cardíaca, os seguintes sons são descritos nas respetivas fases da doença:
(1) Fase aguda (antes da efusão do pericárdio): sons normais ou ruído de fricção,
devido ao deslizamento das lâminas parietal e visceral do pericárdio durante o
ciclo cardíaco (Cabral, 2008; Constable et al., 2017).
(2) Fase subaguda (efusão marcada): sons cardíacos de fricção substituídos por
sons abafados que podem estar associados a sons de marulho. O abafamento dos
sons cardíacos condiz com o desenvolvimento da efusão, a eventual compressão
das câmaras cardíacas produzido por esta (progressão em insuficiência
cardíaca), e na presença de exsudado fibrinoso (Braun, 2009; Cabral, 2008;
Constable et al., 2017). Por outro lado, o som de marulho ocorre devido a
acumulação de gás no pericárdio produzido por microrganismos anaeróbios. As
toxinas produzidas pelas bactérias podem vir a desenvolver um quadro de
toxemia no animal (Cabral, 2008; Constable et al., 2017).
(3) Fase crónica (normalmente em animais recuperados de um quadro de
pericardite): sons cardíacos abafados, normalmente associado a sons de fluídos
no saco pericárdico. Arritmias, aumento da frequência cardíaca (90-100 bpm) e
pulso com pequena amplitude (Constable et al., 2017).
3
Figura 1: Vaca da raça Holstein Frísia com edema Figura 2: Vaca da raça Holstein Frísia com
peitoral (Constable et al., 2017). edema peitoral e submandibular; e distensão da
veia jugular (Braun, 2009).
Os movimentos respiratórios são maioritariamente do tipo abdominal, e a frequência
respiratória está normalmente elevada (40 a 50 rpm) devido a insuficiência cardíaca marcada.
Tosse, dispneia ou sons respiratórios anormais também podem ser identificados (Abdelaal et
al., 2009; Braun, 2009; Constable et al., 2017).
A fase crónica da doença é normalmente observada em animais recuperados de um
quadro de pericardite. Nestes casos, uma má condição corporal, apetite variável e edema
peitoral não estão muito proeminentes, mas há ingurgitamento da jugular (Constable et al.,
2017).
3. Diagnóstico
Diagnósticos de reticulopericardite traumática baseados apenas em sinais clínicos nem
sempre são possíveis. Deste modo, é importante utilizar exames complementares, como
análises gerais (hemograma e bioquímicas), radiografia e ultrassonografia, para estabelecer um
diagnóstico definitivo (Cabral, 2008; da Silva, 2021; HMM & NA, 2016).
3.1 Laboratorial
Em resposta ao processo infeccioso causado pela presença do corpo estranho no
pericárdio, no hemograma, é comum observar anemia, que varia consoante o grau de
desidratação e a perda de sangue do animal. Já no leucograma, é comum observar uma
leucocitose por neutrofilia. Nas bioquímicas, o nível de fibrinogénio plasmático mostra-se um
bom indicador no processo inflamatório, sendo esperado nestes casos estar aumentado em
todos os estadios da doença (tabela 1) (Cabral, 2008; da Silva, 2021; de Freitas et al., 2018).
3.2 Imagiológico
A radiografia é um meio de diagnóstico importante em casos de reticulopericardite
traumática. Numa projeção laterolateral da região caudoventral do tórax e do retículo, podemos
observar o corpo estranho perfurante na parede cranial do retículo e diafragma (Braun, 2009).
O aumento da dimensão do pericárdio e a presença de fluidos e gás, também são possíveis
achados radiográficos (Cabral, 2008). Esta acumulação de gás, geralmente observada na região
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caudoventral do tórax, serve de indicativo para uma infeção bacteriana, por microrganismos
anaeróbios produtores de gás (ver tópico 2) (Braun, 2009). Para além disso, o contorno do
diafragma e da silhueta cardíaca fica mais difícil de observar com a progressão da doença, em
resultado da acumulação de grandes quantidades de exsudado fibrinopurulento no saco
pericárdico (Cabral, 2008).
5
Figura 5: Ultrassonografia de um bovino com Figura 6: Ultrassonografia de um bovino com pericardite
pericardite traumática. Utilização de um transdutor traumática. Utilização de um transdutor convexo de 5MHz do
convexo de 5MHz. (1) parede torácica, (2) efusão terceiro ao quinto espaço intercostal (lado esquerdo). É possível
pleural, (3) pericárdio espessado, (4) fluido hiperecóico observar as quatro câmaras cardíacas, com espessamento da
no saco pericárdico, (5) epicárdio espessado com parede visceral e parietal do pericárdio, e a presença de gás
depósitos de fibrina (Braun, 2009). representado por um ponto hiperecóico (seta azul) (de Freitas et
al., 2018).
3.3 Necrópsia
A necrópsia também pode ser utilizada como meio de
diagnóstico, embora sendo o último método de eleição. Para além
da presença do corpo estranho, é comum observar (da Silva, 2021):
● O local de perfuração do corpo estranho no retículo,
diafragma, saco pericárdico e no miocárdio;
● Grande quantidade de líquido translúcido na cavidade
abdominal e torácica;
● Distensão do saco pericárdico em resultado a acumulação
de exsudado fibrinopurulento;
● Aderências fibrinosas no pericárdio visceral e na superfície
epicárdica;
Figura 7: Achados de necropsia (objeto
● Alterações hepáticas perfurante encontrado no saco
pericárdico e lesão no miocárdio
causado pelo mesmo) (da Silva, 2021).
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4. Diagnósticos diferenciais
De acordo com Constable et al., (2017), devido à semelhança de sons cardíacos
anormais, são importantes diagnósticos diferenciais de reticulopericardite traumática:
➢ Linfossarcoma com envolvimento cardíaco
a. Como mencionado anteriormente (ver tópico 3.2), a pericardiocentese é
utilizada como meio diagnóstico e terapêutico nesta patologia, sendo
imprescindível a realização do procedimento para distinguir de
pericardite traumática.
➢ Defeitos cardíacos congénitos
a. Assimetria das válvulas da mitral
b. Defeitos do septo atrial
c. Defeito do septo ventricular
d. Estenose pulmonar
e. Persistência do forâmen oval e persistência do canal arterial
➢ Endocardite
As causas menos comuns de sons cardíacos anormais que podem ser considerados
como diagnósticos diferenciais são: hérnia diafragmática, abscessos torácicos e linfossarcoma
tímico (Constable et al., (2017).
Além disso, encontram-se descritos casos de pericardite não traumática, atribuída à via
hematógena, geralmente associada à Pasteurelose, Salmonelose, agentes anaeróbicos e
Colibacilose (Braun, 2009).
5. Tratamento
O tratamento pode consistir em dois métodos, o clínico e o cirúrgico. Antes da decisão
de qual procedimento optar, devemos considerar o fator risco dependendo da gravidade, o
avanço da perfuração e o valor económico do animal afetado para a exploração.
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5.1 Clínico
O tratamento clínico envolve a imobilização do animal, utilização de fármacos
antimicrobianos de amplo espectro, que abrange bactérias aeróbias e anaeróbias gram-positivas
e gram-negativas, como a penicilina, cefalosporina e gentamicina, medicamentos anti-
inflamatórios não esteróides como o fenilbutazona para terapia coadjuvante e a colocação de
um íman por via oral, de preferência após jejum de 18 a 24 horas, na tentativa de manter parte
do objeto perfurante imobilizado (Bezerra, 2014; Cabral, 2008; Radostits, 2002).
5.2 Cirúrgico
O tratamento cirúrgico, como em qualquer patologia, tem maior probabilidade de
originar complicações no período pós-operatório. Tendo isto, devemos considerar antes da
realização de qualquer procedimento cirúrgico, fatores como o tamanho e peso do animal, o
método de anestesia, o tempo da intervenção e a manutenção da assepsia durante o
procedimento, pois este, quando mal executado, pode levar o animal à morte (Homero, 2019;
Silva, 2019; Vantuil, 2019). Segundo Constable et al., 2017, o pré-operatório é feito da seguinte
forma:
5.2.1 Pré-operatório
5.2.1.2 Anestesia
O fármaco utilizado para a anestesia local é a procaína. A anestesia geral só é feita em
ambiente hospitalar e tem um maior risco para o animal durante a própria cirurgia e no período
pós-operatório.
O cirurgião deve paramentar-se com: luvas e bata estéreis, touca, máscara e utilizar
instrumentos devidamente esterilizados. No entanto, muitos destes cuidados relativamente ao
cirurgião são desprezados no ambiente de campo, o que pode originar um prognóstico menos
vantajoso devido a haver maior risco de contaminação.
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5.2.2 Procedimento cirúrgico
O procedimento cirúrgico pode ser realizado através de:
1. Ruminotomia exploratória, para remover diretamente o corpo estranho, acompanhada
por tratamento com antibióticos. O cirurgião opta por esta técnica quando acredita que
parte do objeto ainda se encontra no retículo.
2. Se houver existência de um abcesso adjacente, deve ser feita uma aspiração deste para
confirmação de diagnóstico
3. Devem ser feitas, além disso, várias lavagens (soluções diluídas de soro aquecido) e
drenagens pericárdicas, a partir da colocação de um cateter para retirada de líquido para
alívio do animal e possível diagnóstico, a que damos o nome de pericardiocentese
(Bezerra, 2014). O material utilizado para recolha de líquido poderá ser uma agulha
medular de 18G com cerca de 8,75cm. Este líquido terá aspecto purulento e cheiro
fétido (Peek & McGuirk, 2008). Apresenta uma elevada concentração de proteínas e
leucocitose, composta principalmente por neutrófilos e poderão ser observadas
bactérias, caso se confirme a presença das mesmas, através da realização de uma
coloração Gram, como referido anteriormente (ver tópico 3.2) (Cabral, 2008; Reef &
McGuirk, 2002).
4. Há também relatos de casos em que foi utilizada a técnica de pericardiotomia através
da ressecção da quinta costela/ quinto espaço intercostal (toracotomia), porém é uma
técnica utilizada em casos mais raros quando não há resposta positiva às lavagens
realizadas anteriormente. Esta técnica promove a drenagem do líquido, uma melhor
chance de encontrar o corpo estranho e previne o acúmulo de líquido no coração que
pode resultar, posteriormente, em possíveis constrições (Peek & McGuirk, 2008).
5.2.3 Pós-operatório
5.2.3.1 Indicações
As vacas devem estar isoladas dos restantes animais no período de recuperação, durante
aproximadamente 1 a 2 semanas (depende entre cada animal), num ambiente controlado, em
pastagens livres de corpos estranhos e com alimento sem objetos metálicos ao alcance dos
animais como arame farpado, para evitar a ocorrência do mesmo problema. Além disto, passar
sempre que possível sobre a ração detectores metálicos por prevenção (Cabral, 2008).
Deve ser feita terapia de suporte, apenas nos casos que assim o sugiram. É indicado
também o uso de antibiótico (cloridrato de ceftiofur) e anti-inflamatório (meloxicam) em
alguns casos.
Quando for possível, o ideal é que a escolha do antibiótico utilizado seja baseada na
sensibilidade dos organismos identificados no líquido recolhido na pericardiocentese. Em
situações em que isso não é possível, deve ser utilizado um antibiótico de largo espectro ou
uma combinação de antibióticos, como descrito acima (ver tópico 5.1). Além disso, segundo
Radostits et al., 2007, a utilização de penicilina e gentamicina em conjunto fornece cobertura
para os microrganismos normalmente associados a esta infeção.
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5.2.3.2 Complicações
Relativamente às técnicas escolhidas para tratamento, como a pericardiocentese, temos
riscos/ complicações como pneumotórax, arritmias graves, punção de coração (que leva a
consequente hemorragia interna), e saída de líquido do pericárdio para a cavidade torácica, que
levará a pleurite. No entanto, dado o prognóstico reservado destas situações, a realização deste
procedimento para confirmação do diagnóstico é válida antes de tentar tratar um bovino com
suspeita de pericardite traumática (Peek & McGuirk, 2008). No caso da ruminotomia, podemos
ter deiscência de pontos da sutura, caso aumente a pressão sobre o local da cirurgia (da Silva,
2005).
Em casos mais graves, com complicações secundárias e recuperações com mau
prognóstico devido a não resposta ao tratamento, devemos ter em conta o valor do animal num
ponto de vista económico. Caso não tenham um valor considerável para o proprietário, a
eutanásia é a opção mais recomendada devido a questões de bem-estar animal.
6. Prognóstico
Na maioria dos casos o prognóstico de reticulopericardite traumática é reservado.
Diferentemente dos cães e dos cavalos que em casos de pericardite apresentam uma efusão do
pericárdio do tipo seroso, serofibrinoso ou sanguinolento, os bovinos apresentam deposição
fibrinopurulenta (Braun, 2009; da Silva, 2021). Deste modo, foi sugerido que a quantidade de
fibrina depositada no pericárdio é um parâmetro importante para determinação do prognóstico
(Tharwat, 2010). Para além disso, a insuficiência cardíaca instalada causa lesões não só no
pericárdio como também no miocárdio, complicando ainda mais o prognóstico (Cabral, 2008).
7. Profilaxia
É necessário que os produtores e os trabalhadores das explorações sejam devidamente
alertados sobre a importância da inspeção dos alimentos antes do fornecimento aos bovinos,
bem como da manutenção das cercas e limpeza periódica dos parques e locais de pasto,
removendo qualquer objeto que possa ser ingerido (Mariotto et al., 2022).
Neste sentido, todo o alimento processado deve passar por uma zona de ímans de forma
a detetar e remover materiais metálicos, prevenindo que estes sejam fornecidos aos animais. A
eliminação de fontes de objetos pontiagudos, como por exemplo os arames que amarram os
fardos de feno, também tem contribuído para a diminuição da incidência desta patologia
(Cabral, 2008).
Apesar disto, a aplicação de um íman intra-ruminal nos bovinos, protege-os desta
situação, devendo por isso ser implementada como uma medida preventiva (Cabral, 2008). Este
íman encontra-se no interior de um compartimento de plástico e deve ser inserido no rúmen de
todos os bovinos saudáveis ou em bovinos com suspeita de corpo estranho. O seu magnetismo
é suficiente para capturar os corpos estranhos e retê-los no espaço da gaiola. Por esta razão, a
introdução destes ímans nos animais tem efeito tanto curativo como preventivo (Garcia et al.,
2008). No entanto, antes de se aplicar um íman intra-ruminal, devemos certificar-nos que ainda
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não existe nenhum já colocado, pois a presença de mais de um íman não é benéfica para o
animal (Reef & McGuirk, 2002).
8. Conclusão
Em conclusão, a reticulopericardite traumática sendo uma enfermidade grave sem
tratamento específico, tal como em muitas outras situações clínicas, a sua prevenção é
imprescindível. Na maioria dos casos, os sinais clínicos não são suficientes para realizar um
diagnóstico definitivo, sendo muitos deles inespecíficos. Deste modo, é necessário a utilização
de meios de diagnóstico complementares como a hematologia, radiografia e ultrassonografia,
para completar o diagnóstico.
Alguns tratamentos são descritos, como a pericardiocentese, ruminotomia exploratória
e pericardiotomia. No entanto, para a realização destes procedimentos cirúrgicos, as
complicações associadas aos mesmos, a gravidade do quadro clínico e o avanço da perfuração
causada pelo corpo estranho, devem ser considerados.
Por ter uma significativa importância económica, devido às perdas de produção e às
mortes advindas da doença, algumas técnicas de maneio devem ser adotadas nas explorações,
como por exemplo: a inspeção regular ao fornecimento de alimentos, limpeza periódica dos
parques e locais de pasto para a remoção de objetos que possam ser ingeridos pelos animais,
assim como, fornecer alimentos de alta qualidade para suprir as necessidades nutricionais dos
mesmos.
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9. Referências Bibliográficas
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