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Trabalho Port. Alv Camp
Trabalho Port. Alv Camp
Ode- Composição poética, dividida em estrofes simétricas, é uma composição poética para ser
cantada.
3ª parte: Último verso – espécie de fenda que representa uma confissão de fracasso e um
retorno ao ponto inicial, à febre.
Existe uma ausência de esquemas rimático e métrico (há versos que vão desde as cinco sílabas
métricas até às vinte e uma);
Linguagem corrente- «(Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!)» (v. 26);
«(Mas, ah outra vez a raiva mecânica constante!)» (v. 58);
Linguagem marcada pelo excesso - «Poderão menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
/Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento/A todos os perfumes de óleos
e calores e carvões/Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!» .
Para resumir: Todos estes diferentes registos têm o intuito de aproximar linguisticamente a
poesia à realidade que exprime, bem como escandalizar, no caso da excessividade linguística.
Campos lexicais
Inovação poética
Rutura ao nível do conteúdo: o uso de palavras comuns ou vulgares;
Estruturas rítmicas
Anáfora: «Olá grandes armazéns com várias secções! / Olá, anúncios, elétricos que vêm e
estão e desaparecem! / Olá, tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é diferente de
ontem! (vv. 35-37)»;
Metáfora: «flora estupenda, negra, artificial e insaciável» (v. 32); «sou o calor mecânico e a
eletricidade!» (v. 100);
Onomatopeia: «r-r-r-r-r-r-r eterno» (v. 5); «Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá! / Hé-la! He-hô!H-
o-o-o-o! / Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!» (vv. 105-106)
Interjeição: «Ó» (v. 34); «ah» (v. 26); «Olá»; «Eh» (v. 38), «Eia» (v. 100),
Neologismo: «submarinos» (v. 40); «aeroplanos» (v. 40); «árvore-fábrica» (v. 93);
e as casas de máquinas e a Europa!» (vv. 100-101); «Ao ruído cruel e delicioso da civilização
de hoje?» (v.76);
Parênteses: «(e quem sabe o quê por dentro?)», v.; «(Na nora do quintal da minha casa /
Oburro anda à roda, anda à roda […] / E havemos todos de morrer)», vv. 40-57.
Tempos verbais
Predomínio do presente do indicativo (concatenação de todos os tempos) «Nem sei que existo
para dentro. Giro, rodeio, engenho-me. / Engatam-me em todos os comboios. / Içam-me em
todos os cais. / Giro dentro das hélices de todos os navios.» (vv. 95-98);
Construções sintáticas
-Gerúndio: «Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando»? (v. 24);«enroscando» (v.
43);
-Infinitivas: «Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! / Ser completo como
uma máquina!» (vv. 26-27); «Galgar com tudo por cima de tudo!»(v. 103);
Simbolismo associado a esses momentos Intercalados nos devaneios frenéticos da ode, estes
momentos disfóricos representam o retorno do eu lírico à dura realidade: a rotina inalterável e
monótona; a incapacidade de atingir a verdadeira dimensão do mistério do mundo; o reverso
da medalha do progresso industrial e as duras condições de vida dos trabalhadores; a evasão
para a infância irremediavelmente perdida. Num poema de apologia impetuosa da força e da
modernidade, estes momentos incluem reflexões pessoais que denunciam a incapacidade do
sujeito poético de se integrar plenamente no tempo que exalta, refugiando-se na memória do
passado e avançando com observações de tonalidade pessimista que antecipam a sua fase
mais intimista e abúlica.