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108 PRESERVACAO / PATRIMONIO EDIFICADO Lia Motta | A SPHAN EM OURO PRETO uma historia de conceitos e critérios Patriménio (eve sua criagio Ti+ CO saitarsictomemcnton Movimento Modemista, que foi ‘nm momento de grande teflexde, revisio se conceitos de cultura tomas de posi- ‘sao frente aos problemas eulurans do pais. Esta ciccunstincis marcou profun- aimente-& atwagio do Patrimdnio sobre os centros histricos, determinaude con 1 geitos eritérios de preservagao. A rela- 1 ho entre aquclas idsias © a pritica nao {i ainda explicitada em varios aspectos, principalmente quando vista an longo do tempo c em face das mudangas mais gerais ocorridas nos 50 anos le oxisten= sia da SPAN, Envolvida num trabalho de emergéncia, de salvaguarda de alguns valores culmurais, ¢ posteriormente td nita diante de uma rorina consolidada de métodos inquestionadas. s6 recente mente @ snstituicae inicio! trabaibos de auto-reflexio ¢ critica visando conhecer eanalisar seu priprio pasado, buscando vatualizagio dus agdes presentese aatri- buick do devido valor & experigncia hex dada no cumprimeain do papel piancire «que devemnpenha frente & criagde de inc eros drzfios regionais Uc preservagio & 40 erescente interesse pelo assunto por pate de uma parcela cada ver maior de pupulacdo brasileira Consideruado a importancia da pre~ servagio urbana, que lida cons uma ex pressao sintética da produgao social, ¢ 08 problemas de sna viabilizayiio num puts subdesenvotvido ¢ cin crescimente, bus cou-se identificariniciaimemte a ntungio da imsttuigdo nos eentros histéricos. Nao hstante a historicidade pertinente x toue espago transformaito pelo homem, en- tendem-se agui por centros histéricos (por coma de uma necessaria classitica- Gtio de excecao) as dreas institucional ‘ote profess contra siteages ou in- reresses passageiras que possara cutee las em risco de desaparecer ou ce sotreea descaractericagio de clementos essen- ciais para a compreemsdo da sociedade gue as pmmdvziv. Existem hoje 29 centros historiens tombados, sob a tutela de Patriménic, contendo um acerva de aproximada~ mente 20.000 edificagées, a que tendemn 1a somur novos (ombamentos contipua- mente salicitados & instiluigao. Isto en- volve, para cumprimento do Decteta-Lei S. que rege o tombamento, macronai um controle direto, pela SPHAN, de todo e quaiquer tipo de intervengao nes sas teas, incluirda planos, alas aves, reformas, restauragary © mesmo 0 par- ccelamento da terra ‘Tomande Ouro Preto como exemple, Joram inventeriados ne Arguive central da SPHAN os processos de aprovagio de arquileture nova, actsscimos c reforms ‘que pudessem influie ma configuragao-ne- hana daquela cidade, assim como os do- ‘cumentas necessiirios para entender as ‘opedes da instiuigay no comtexto mais geral de seu desenvolviniemte e para res _gatar o papel desempentiacio por seus Ke nicas cum sujeitos inserides: numa de= terminads historicidade. Embora esta se. -gunde parte nio esteja ainda concluida. é ‘oportano, cava a importancis incomtestie vel do estude da stuacdo da instituigie, apresentar um relate criticy das proces sus Ievantadas, de modo a eselarecer, através de uma compreeasi do conjunte as agdes e de uma visio atual de centro hnstérico, o carter da preservagiie wdo- ada. As primeinas ages do Patriménio nos centros tombados tratavant a cidade ‘como expressde estética, entendida se~ undo eritérios estilisticos, de valores que no tevavam en consideraczo sua caracieristica documental, sea trajetiria © scus diversus componentes coma ex- pressi cultural e parte de un fade soe cialmente construido. Feta ahordagem resultou unig prétics de conservagio rientada para a manutencio das con) tos fumbados com objetos idealizadas, Llistaneiando-se das vantingéncias reais fa preservagav daquele lipo de bem, Com © passar do tempo, mecme dante das retoraulagdes du evnceito de centra histéricoe dis evidéncias de tracassodos citérios sdotados, ess came das mus Uancas ocorridas nos canjuates tombae dos, Patri ménecontinucuempregan- dobasicamenteosmesmeseriteriosde imervengdo. Issose ornarmaisnordvel quando sao analisachs as deverminagoes Para as obras moves maquelas Hrexs, (Na documentagao inventariada mere ce desteque a carta pessual do argentero Liicia Caetano diretor do catio SPHAN. Dr. Rodrigo M.F, de Andrade, a propé- ‘Lia Mota, anquteta, € coordenadora da Se- torde Incentéria de Bens movers da Coer- denadoria de Registro ¢ Decomearacke da SPHAN'Pré- Meri. Fate texto se bascou em secquisa coordenada pela autora, em 1985, na entéo Drretoria de Tombameato e Conse: vaca dx SPHANZPri- Meniéna, dbrigida ma oxsiiy pelo axguiters ‘Angosto Carlos da Silva Teles, endy comma Fonte o Arquivo ea Biblioteca da Conc nadoria de Registro ¢ Dacumentacao da SPHANPré-Mem’ria no Rio de Taneiro € 0 ‘Stor de eonogratia da Bihlieneza Naeions Pestierparara da equipe a histotiadora Maria Tarcila Guedes « estagidzi de histévia Paulo André Parente € ws estaginos de acquit osé Carlos da Silva e Marco Aurétio Cena, ‘etoram consultores © arquileta dt SPHAN) Pro-Mernbria Luiz Pemando P.N. France 2 historiacora Maria Manoela Silsa, ponfess-ra 4a Faculdade de Hisar da UPR, Nz 22/1987 REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL. sito da construgao do Grande Hotel de Ouro Preto, pois aborda, sob o pretexto de recomendar a aprovacio do projeto de Oscar Niemeyer, o problema da arquite- tura nova nos centros antigos segundo lum ponto de vista modernista e dogms- tico que visava 4 manutengio da cidade ‘como objeto idealizado. Foi eserita pou- ‘co depois da criagao do Patrimonio e do tombamento daquela cidade, correspon- ddendo a primeira grande acao num centro hist6rico. Situa o pensamento inicial da instituigdo, indicando os conceitos, as concessdes e a ingenuidade no trato do conjunto tombado, o que, sendo possivel rnaquele contexto, iria revelar-se defor- ‘mante € falsificador com a passagem do tempo. ‘A importancia do arquiteto autor da carta como consetheiro do diretor, inde- Pendentemente dos cargos que ocupou na instituigio e de seu desempenho na vanguarda da arquitetura modernista do Pais, confere ao documento especial in- teresse, justificando sua transcrigéo na integra: “Rodrigo, Na qualidade de arquiteto incumbido pelos CIAM: de organizaro grupo do Rio ‘ena de téenico especialista encarregado pelo SPHAN de estudar a nossa arjuite- {ura antiga, devo informar a voce, com referéncia i construgio em Ouro Preto do hotel projetado pelo O.N.S. [Oscar Nie- meyer Soares}, © seguinte Sci, por experiéncia propria, que are- produgio do estilo das casas de Ouro Pre- 1086 € possivel, hoje em dia, & custa de muito artficio. Admitindo-se que 0 caso ‘especial dessa cidade justificasse, excep- cionalmente, a adogao de tis processos, teriamos, depois de concluida a obra, ou uma imitagdo perfita, eo turista despre- venido correria 0 risco de, & primeira vista, tomar por um dos principais monu- mentos da cidade uma contrafagao, ou ‘um artemedo “neocolonial’ sem nada de ‘comum com o verdadeiro espirito das ve- thas construgoes. Ora, © projeto do O.N.S. tem pelo ‘menos duas coisas de comum com elas: beleza e verdade. Composto de maneira clara, direta, sem compromissos, resolve ‘com uma técnica atualissima ¢ da melhor forma possivel, um problema atual, Tans SANS Mea 1. Planta da cidade de Ouro Preto dat entre 1783 ¢ 1785, rproduzida 1a Cara Geogrifica do Império do Brasil, de CJ. Niemeyer. 2 Plata de 1888, Biblioteca Nacional 3. A plana elaborada or Silvio de Vasconcelos em 1949 revela poucas ateragdes s confronts com os registos anteriores ‘como os construtores de Quro Preto re- solveram da melhor manera entao possi- vel, os seus proprios problemas. De ex- cepcional pureza de linhas, e de muito equilfbrio plistico, ¢, na verdade, uma obra de arte e, como tal, ndio deverd es- tranhar a vizinhanga de outras obras de arte, embora diferentes, porque a boa ar- ‘quitetura de um determinado periodo vi sempre bem com a de qualquer perfodo anterior — o que nao combina com coisa nenhuma ¢ a falta de arquitetura 0 PRESERVACAO / PATRIMONIO EDIFICADO Damesma forma que um bom ventil dore o telefone sobre uma mesa seiscen- lista ou daséculo XVIII nd podem cons- tituir motivo de constrangimienty para 05 que gostam verdadeiramente de coisas antigas — 50.0 novo-rico procura escon- 4é-los ou fabricé-loy eepecialmente no mesmo estilo para io destoarem da am Diente: da mesma forma que o autonsével de chiimo modelo tafega pelas ladeiras du cidade monumento sem eausar dano visual a ninguém, concorrendo mesmo, talvez, para tornar a sensagio de ‘pas sado” ainda mais viva, assing, também, a ‘construgv de um hotel modem, de box arquitetura,’ ern nacta prejudicara Ouro Prete, nem mesmo sob o aspecto turisti- co-sentimental, porque, 20 lado de uma éstrutura como esse tio leve e nitida, 830 moga, s¢ € que posta dizer assim, 0s t2- Inados velnos ve despencando uns sobre ‘8 outros, os rcadilhados belissinaos css portadas de S. Francisco ¢ do Carmo, «casa dos Contos, pesaudona. com cunhais de pedra do Htacolomi, tudo isto que faz parte desse pequeno pussado para mis jd tio espesso, como vocé falow, parecerd muito mais distante, ganharé mais tt sé- clo, pelo menos, em verustez. E as dias grandes sombras, caja prescnga 0 Ma- ‘uel sentin eo bem, avultacio — len dias, quase irreas, Ennio constituird um precedente peri- Reso — possivel de scr imitado depois ‘com mé arquitetura — porquanto Ouro Proto é uma-cidade a prontac as constru- {goes novas que, uma ob putra vee. If se fizerem, seria obrigatoriamente contro ladas pelo SPIAN que tera mesmo de qualquce forma, mais cedo ou mais tarde, de proibirem Ouro Preto os fingi- rmentos ‘colonia’. ‘Quanto aos indmeros exemplos Ue fora, Inglaterra ¢ USA — principalmente. USA, em que se tem adotado critério ‘oposto, isto €. 0 de reproduzir em estilo “apropriado’ tudo, até mescw os inter ruptores de luz elétrica —. eles signifi- ‘cam para mia bem poues cuisa. Conbe- {G0 08 ‘grandes artistas’ que oricatam es- sas importantes organizagées culturais patrocinadas pot senkoras da melhor so ciedade, muita ricas ¢ extremamente senstveis 2s hele7as artsticas ds tila © sda Espanha de outros tempos. La tam: ‘bém as pessoas melhor informadas ji 00 saher disso. Agora, na qualidade nite 56 de arqui- {cto filiado ans CIAM e de téenico espe- Cialista do SPHAN, mas. ainda, de sen amigo, sinto-me na obrigagio de dizer também ¢ seguinte: Diante da reagao “instantnca’ — 90 meu ver tan Canto precipitada — dague- les justamente de quem fora licio, por {odos 08 titwlos, esperar-se uma ultude sais acolhedore ¢ compreensiva — pelo menos depois do exame refletido da questo — e 0 apoio moral &iniciativa, ¢ por avaliar perfestamente as eonsequen- las possivels, sendo mesmo proviveis, dlepse ‘caso” cm que. por falta de amparo, ‘wee poderd se Verna coatingéncia de ter dle sacrilicar todo esse esforgo de mais de dois anos de que sou tetemuaha, compro metendo-se, endo, irmediavelmente © seu programa de realizagies no Scrvigoe no sc fazcade, assim, nem uma nem ou tra coisa, me pergumo se © objetivo em vista justifica os niscos da expericneia e corresponde verdadeiramente — para tras que no pars nds, aryuizetos — a importincia do que esti em jogo. E ja ‘que voce, ontem, me comunicon haver solicitude do O.N.S. 0 estudo de uma variante que procurasse atender mais de perio as caracteristicas locals vuro-pre~ {anes — solicitagdo esta feita por voee espuntaneumente, sem. nem de leve ‘qualquer sngestio ou interferéncia minha —, me pergunto tannin, e ainda agi sem perder de vistd nem os CIAM ce 0 SPHAN, se, em casos assim to espe- isis, e dadas as semelhingss tanta ve- ey observudas entre a técnica modems —nnotlliea ou de concreto armado—e a tradicional do “pau-s-pique", ndo seria possivel de s¢ encontrar uma solugao que, conservand inlegralmente © par- tidn adotado c zespeitando 2 verdade cconsirutiva atual e os principivs dt bos anquitetura, se ajustasse melhor ao quer dro, sem pretender de forma nenhuma reproduzir as velhas construgoes nei coulundir com elas, acentuasse menos 20 vivo ocontraste entre passadoe presente, procurando, apesar de tamanho, spare- ‘ecr 0 menos possivel. néo contar. melbor ainda, née dizer nada (assim como certas pessoas grandes © gordas uias de cuja presenga ¢ gente acaba esquecenda?, ppara que Ouro Preto continue & vontade, sozinho ld n0 Seu canto, a ecviver 3 pr a | Lucio Costa aburdou a cidade da mesioa forma que abordou © projeto de Oscar Niemeyer — como duas obras de arte, Justificava-se, na ocasiao, nor se tratar de um arquiteto em luta pela im- Plantagdo c sobreviveneia da necém-nas- ida arquitetura mexemista ne Brasil, = sim como pela estagnagio quase total de (Ouro Preto por mais de um séeule. Esva- Tiada economicamente, a cidade loi sada como matéria-prims para um la- boratirio de nacionatidade de inspiragao modernists, Ueixando as populagdes gue |i moravam subordinadas « esta visa ideatizacta, no sendo elas sequer motivo de referencia, Despida de sua componente social cidade obra de arte como monumento tombado era preservida pelo Patrimonio através de agdes deconscrvagéo crestau ragdo. As supostamente poucas edifica- @6es nowas no Conjunto exam encaradas coma um retoque, devendo sor exceuta- das de forma a cilsirse ne contexto an {igo ou ser contemporaneas émndernis. tus}, desde que de boa arguiteiura. Nesie asm estavam, de meferéncre, as bras dc cardter excepcional, como o proprio Grande Horel. ou a greja Metodista pro: jetads pelo aryuiteto José de Souza Rei ‘como alternativa para 2 proposta ne: colonial dos proprietarios. Dentro desse critério restaurador ferarn previstas ainda acdes cometivas ‘coma exigéncia, na aprovacio de proje- tos de reforms, da relirada de fromtoes © Dlatibandas caracteristicas da timida evolugdn de Duro Preto posterior a0 sé- culo XVII. Bste tipo de ago era justti ‘sauo pelos enicus ea insituigao com a necessidade de restahelecer a marcante finfis dos beitais da eidade ou, de Forma mais radical, para climinar 0 aspecto bastardo saquelas edilicagies. No tl- timo caso foi este o argumento usado ara a reforma do predio doCine Vila Ri- a, tm parecer de 1987, também do ar- auiteto Lucio Casta. Coetente som a use Uitivativa, nd era fundamental a reforms total das fachadas & moda colonia, mas, se eventualmente fosse este 0 desejo do proprictériv, era prontamente autori- ado. © hotel de Oscar Niemeyer, amtes da {formula conciliatéria sugerida por Liécio Costa, era um ham exempia do eritéve Formalmente 0 ‘querem ria historia, L” inicialmente propost Ne 22/1987 REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL Pprojeto realmente nao demonstrava com: promisso com nada além do programa de utiliz industrial e das linhas simples da arquite tura modernista. Representaria, assim, a -40, com bom uso da tec sociagio de uma expressiio autentica mente nova, considerada de boa q dade, com 0 acervo tombado. Os dois ‘objetos — um pronto, acabado, 0 outro 1. Prédio do antigo Lise de Anes € Ofcios. 2. Deseo de Licio Costa itustrando seu parecer sobre as condigtes necessirias pra que o pred pasasse 4 abrigaro Cine Vila Rica. 3.0 pre hoje por fazer — se relacionariam através da qualidade, sem imitagio e sem integra: ‘lo, como dois volumes bem distintos e distantes (emocional e temporalmente). definitivan na paisagem. Eternizariam desta forma, inte pousados e acomodados como um santuério, 0 ideal de atualiza acionalidade modernist Se nao fosse promovida e controlada pelo Patriménio, esta seria realmente ‘uma forma ideal para a preservagio dos centros hist6ricos. Daria margem a um processo natural de continuidade da pro- dugao arquitetdnica de boa qualidade ao atendimento das novas necessidades, resguardando a produ Mas, certamente, no foi esta uma forma realista nem aplic tempo. Num primeiro momento nio re fel com o passar do sistiua uma tendéncia mais conservadora de intervengio nos centros hist6ricos e. no teria resistido a0 wolvimento urbano e a uma posteriormen proprio des produgdo social do espago arquitetonico | de express: respondente ao gosto da int {que conduzia o Patriménio, Da busca da jpologia’”/“*harmonia’” as primeiras imitagdes Na impossibilidade de levar adiante aquela solugao, Lucio Cost ‘concessdo no que diz respeito a liberdade total de aplicagao dos dogmas modemis- tas, mas manteve-Ihe o cardter, buscando apenas aproximar a expresso formal por semelhanga, & arquitetura tradicio- nal. No entanto, do ponto de vista da ci- dade setecemtistaidealizada, nao foi feita concessio, O arquiteto procurou naquele periodo os elementos de semelhanga, es: tabelecendo desta forma, pi dade da cidade, opadetocolécn de ama fase de Ouro Pree ara ajstar melhor aarquitetura nova soquadro antigo, diminuindoo contrase canto pestedo co preseae sem reprod Tiras velhasconsties, como. projto de gosto neocoonil do aruiteo Carlos [Leto pers o meso hotel, fol indica a inepiogdo oa marcarto dos estios do pat-e‘pique colonial Desta forms ial 1 indiagéo do uso de eleeatoe palsecon pur harmonia com 0 meio oa conviv novo e o preexistente segundo os ter- mos utilizados em estudos no Brasil desde a década de 70 sob forte influéncia ceuropéia, ignorando as formas e conse {quéncias de sua aplicagdo em nivel na. | cional 112 PRESERVACAO / PATRIMONIO EDIFICADO para 0 Grande 1 de Ouro Pre 3.0 Grande H (Ouro Preto obedeceu ao projet ateragSes do po | solvidos os casos mais corriqueiros dear- | vizinhangas levavaimitagaoda arquite- | a comprovacio do respeito as ““linhas mentos que pudessem caracterizar uma | vee que eram de arquitetura menor ¢ que smpo € o aumento dos pedi nial, eram eles substituldos, em projetos | crescer. u-se a evidenciar a impossibili alternativos de arquitetos do Patriménio, Deis projetos aprovados pelo Dr. Al le controle particular de cada caso Por vergas retas buscando as proporgdes | cides da Rocha Miranda em 1942 ¢ 45, | ¢ surgiram as primeiras normas. Passou: € linhas principais de um colonial simpli- | respectivamente, na Rua Alvarenga, | se entio a exigir a utilizacio dos elemen: ficado. propriedade do Sr. Jodo do Nascimento | tos estruturais da fachada em madeira Como eram poucos os projetos apre- | Meneleu, ¢ na Praca Ant6nio Dias, 26, | como: “beirais de cachorro, vos em cai ra ca- | propriedade do Sr. Ascendino Lobo Lei |x externos e folhas em rotulas, ca sufstico, pedindo-se inclusive fotogra- | te, d nstram bem essas agées para | thas, ou guilhotinas 1987 REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO Estas normas passaram a ser empre- sgadas mesmo nas reas novas que iam se formando nas periferias. Como tempo, a grande maioria dos projetos passou a ser apresentada para aprovagio jé de acordo com as exigéncias — conseqiiéncia na- tural da repercussio, na Ouro Preto da época, da recusa pelo érgio federal dos primeiros projetos apresentados. Desta forma, com as normas incorporadas 8 ro- tina de construgdo do ouro-pretano, aos Poucos foi se formando uma nova ima- ‘gem urbana caracterizada pela intengio estética da instituigao. A responsabilidade do Patrimonio como promotor dessa imagem tradicio- nal foi apurada também em outras fontes, uma ver que é reconhecido existir uma continuidade espontanea das caractersti- cas das construgdes em cidades do in terior do Brasil € na arquitetura popular rural. No seu relatrio de 1949, relative a definigao de prioridades de aplicacio de verbas em Ouro Preto, Sflvio de Vascon- celos descreveu a arquitetura nova da periferia da cidade, que independeu da aprovacio do Patriménio, como sendo semelhante & arquitetura tradicional. A tendéncia mais geral, no entanto, no era esta, No mesmo relatdrio, Silvio de Vas- concelos acrescenta que as c: centro adotam inovagées™. Foram iden- tificadas como novas, na ocasiio, 75 ea- sas, computando-se ‘tanto aquelas de construgdo recente, como também as re- formas, de aspectos arquitetOnicos, niio ccondizentes com o conjunto da cid Uma tendéncia a modernizagao aparece ainda no texto de introducio do Plano de Conservacao, Valorizacio € Desenvolvimento de Ouro Preto ¢ Ma. riana,’ que registra um momento muito ecial da vida da cidade: “Digno de re- feréncia € o contrato entre a intendéncia municipal ¢ José Alexandre de Moura Costa e José Barreiros, em 12 de sete bro de 1891. Por ele cogita-se a abertura ce calgamento de ruas, construgio de ca- sas e de um teatro, em fungio de ter sido anunciada a mudanga da capital pelo fato de que acidade nio apresenta condigées. Os interessados trataram de melhorar tudo, a fim de conservar a sede do g0- vero. Dentro dese mesmo espirito pode- mos entender a referéncia feta por José de Souza Ri depoimento dado a i 3 5 Prag Antinio Dias: I. Projeto submetido 2 aprovacio, 2. Foto exigida pelo Patrimtinio para verifiaso do respeito as caractristicas locas. 3. Hustago da semelhanca com a clifcagdo virinha neessiia prove ae Rua Alvarenga: 1. Tipo obido no contexo em be € peda a autrizagio para uma nova ‘ilileagio. 2. Desenho do Patrimonio infer {o context. pesquisadora Teresinha Marinho,* a0 ““clima antipatriménio" vigente em Ou- ro Preto por ocasido de sua visita em 1938. E possivel, portanto, afirmar que hhavia uma tendéncia para a renovacio ¢ atualizacdo da cidade. Isto por um lado valoriza a medida do tombamento, pela forga que teve de preservar 0 acervo an tigo, mas, por outro, torna evidente a participaco do proprio Patriménio como promotor do que hoje é,justamente, cha- mado de “estilo Patriménio" pelos moradores locais, Toda a atencao da instituigdo se vol- tava para as fachadas, o que era natural, pois, acreditando que a cidade nao iia mais crescer, tornava-se irrelevante a preocupagio com outros aspectos, tais como dimensio dos lotes, implantagao dda casa no lote e seu volume. Na maioria das vezes os desenhos submetidos & aprovacao do PatrimOnio se limitavam & fachada principal e a uma planta com @ isposigdo dos cOmodos, talvez por ser sta dltima uma exigéncia da Prefeitura Geralmente as edificacées tinham um ‘inico pavimento com dimensées reduzi- ddas, as poucas referencias ao aspecto ‘volumétrico encontradas nas aprovagdes foram a redugdo de 3,50m para 3,00m do pé-direito de uma casa, a redugio do nf- vel de uma cota de soleira e o alinha- ‘mento de dois telhados, com a cobertura gral das edificagdes eliminando o desni- vel do telhado. Intensifica-se o crescimento e detalham-se as normas fachadistas Com o tempo, em conseqiiéneia da in. dustrializagio de Ouro Preto, as condi {goes para a conservacdo idealizada por Liicio Costa se agravaram. A cidade, ‘do mais obra de arte, retomou seu pro- ccesso de crescimento, as fronteiras se romperam, a periferia foi ocupada ¢ os espagos do centro hist6rico se valori- zaram também economicamente para ‘ocupacao. Nao eram pedidas mais ape. ‘nas uma ou outra construgioe sim suces- sivas residéncias, para atender a uma nova demanda social Ainda durante a década de 40 a 114 PRESERVACAO / PATRIMONIO EDIFICADO, pulacdo economicamente ativa na indi. segundo dados do Iniciava-se 0 que € reconhecido tria eresceu 70% IBGE por alguns como o “ciclo do aluminio Na década seguinte 0 crescimento da mesma populagdo foi de 19%, intensifi cando-se na década de 60 com um re- corde de 131%. Foi nesse iltimo perfodo {que as consequéncias se fizeram sentir na drea urbana. O Arquivo central da SPHAN no Rio de Janeiro tem, registra dos na década de 40, 15 pedidos para obras novas-na cidade. Na década de 50 passam para 124, e na de 60 para 495 Em 1955 surge 0 primeiro pedido de aprovacao de loteamento, Na década se- uinte constam no mesmo Arquivo 10 re- mncias a parcelamento da terra Ficou caracterizada, portanto, mais especificamente na década de 60, a nova forma de morar, que correspondia a um novo lote, uma nova igo das ca. sas no lote, uma nova disposigio dos cé- modlos ¢ uma nova relagio com a rua, in duzindo a uma arquitetura bastante di ferente da tradicional nplan Dos 11 processos de parcelan terra, das décadas de 50 ¢ 60, vito conti nham informagées completas, passiveis de anilise, possibilitando constatar que penas em um deles o Patrimonio fez exi ‘eéncias relativas a logradouros, tamanho dos lotes, fabaritos ¢ taxa de ocupacio, no primeiro, de 1955. Entre n quatro se indica ape necessidade de arborizaco. ‘Os novos lotes, resultantes dos par los, OU mesmo os que iam sur gindo espon nte na cidade ou em, sua periferia imediata justament 1s demais, se assemelhavam, abs que entio se formavam em todas as cidades. Nos loteamentos os terrenos eram aproveitados com 0 maximo de subdivisdes, resultando num tragado xa- drez, com quadras regulares e lotes na maioria dos casos de 10 x 30m. De ma: neira geral, dos lotes apresentados junto ‘com os projetos para aprovacio, fora de Joteamentos previamente apresentados & instituigao, ap a0 tipo caracteristico existente na malha urbana antiga, variando entre quatro e dex metros de testada, ¢ profundidade. ‘quando definida, acima de 30m. Os de ais, 93%, eram atipicos, parcelamento da terra foi feito, em alguns casos, em areas onde antes ex tiram construgées, sendo posstvel, por tanto, identificar até os lotes antigos, ruf- nas ou vestigios arqueol6gicos. E 0.caso, por exemplo, do loteamento apresenta- do pela Santa Casa de Misericérdia em 1965, na Rua Alvarenga. A aprovagio do Patriménio, mesmo assim, exigiu ‘apenas que as casas fossem afastadas do alinhamento da rua antiga, criando uma via paralela a esta, e preservando assim a ruae noo conjunto urbano, uma vez que as 7% se assemelharam. 1 de ropriedade da Santa (Casa de Misericéia, submetido a aprovag 4. Projto modiicado pelo Patrnino estava admitindo o restante do lotea- mento sem restrigbes, Suas caracterist cas densas ede lotes atfpicos resultariam, se estes fossem construidos, e: edificada compacta ao lado da malha an- tiga alongada, outrora margeada de ve getacdo. Dos projetos apresentados, que situa: vam a casa no lote, 78% pediam afas tamento de pelo menos uma divisa. Esta inédita, considerado o re- ferencial setecentista do Patriménio, pois teve origem no Brasil no século XIX © em Ouro Preto somente se configu: situagio e rou em maior escala nessa fase, em ra ziio da retomada de seu crescimento. Da mesma forma era atipica a dimensio das casas em planta. Dos projetos inventa riados, 59% tinham dimensdo tendendo para o quadrado, 11% para um retingu- o.com a frente maior, sobrando apenas 30% com profundidade maior, mais & semelhanga do casario colonial. A. pro- fundidade do modelo predominante era. em média, de 7,50m, 0 que resultava hum volume de telhado muito distinto do tradicional. Afora a restrigio a alguns poucos vo- lumes e a deciso contréria a0 afasta. mento frontal sempre que era pedido, as normas anteriores empregadas pelo Pa- triménio foram sendo particularizadas para o aperfeigoamento dos detalhes coloniais nas fachadas. Aquilo que na primeira fase pretendia apenas cons a repetigdo de linhas tradicionais, sando depois & definigdo de utilizagao de alguns elementos tradicionais anterior mente descritos, nesta fase se consolidou cem exigéncias especificas e rigidas para ‘odetalhamento do casario novo. E, desta Ne 22/1987 maneira, os pareceres de aprovagio dos Drojetos se repetiam durante anos, como lum carimbo ou cartilha, variando muito pouco. Eram exigidos telhados em duas guas, com telha canal, galbo no contra- feito © beiral encachorrado, janelas em guilhotina com caixilhos, medindo 1,00 X 1,50m, e cerdura de 0,10m ou 0, 12m, pintura em cor branca nas alvenarias ¢ cor escura nas madeiras. Até mesmo na cor houve um enrijecimento, pois na dé. cada de 40 ainda era permitida cor clara nas alvenarias, no necessariamente 0 branco. Com o tempo foram sendo incor porados outros detalhes, como por exem: ploos basculantes dos banheiros, que na década de 70 passaram a ter material edi mensdo fixados, sendo em madeira e me | dindo 0,80 x 0,80m Patrimonio fixou, desta forma, seu critério conservador estético-estil as fachadas, por serem estas uma expres: so passivel de deformacio e assimilagio | pelos ouro-pretanos de hoje, mesmo por {que ndo seria possivel exigira volta as re lagdes sociais que outrora determinaram ‘que havia de fundamental na expresso REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL dda cidade ¢ das habitagoes coloniais. Afi nal ndo seria facil no século XX viverem alcovas nem achar mocinhas recatadas por tris das gelosias Descaracterizagio, falsificagao e hibridismo As consequtncias dessa atuagio so per- cebidas em trés escalas: na descaracteri zagio urbanistica e paisagistica, na falsi ficagéo do conjunto e na produgéo de ‘uma arquitetura hibrida. O primeiro caso esté diretamente ligado ao problema do uso do solo e, portanto, do regime de propricdade, no podendo o Patriménio ser responsabilizado sozinho pelas con- seqiiéncias. E quase mitol6gico e intocé: vel na sociedade brasileira o sistema de propricdade da terra, sendo desde sem- pre ligado ao sistema de poder politic. assim como & pobreza e & necessidade de morar nos centros urbanos. © Patrimé rio, mesmo tendo 0 Decreto-Lei 25 lhe atribuido poder e competéneia para deci 15 dir sobre o parcelamento das terras, dado fundamental para a preservacdo dos centros urbanos, nao teve, diante da de manda de moradia em torno dos servi- {90s de Ouro Preto, forca ¢ organizacio su- ficientes para exercer esse tipo de contro- le. Sabe-se que, além dos projetos de parcelamento da terra que constam do Arquivo central da SPHAN, houve ou tros planejados e ilegais, ou esponta neos. Mesmo dentro dos arquivados. dois jd estavam implantados quando seus projetos foram apresentados." A parcela de responsabilidade do Patriménio esta na insisténcia no controle de cada caso. sem um dimensionamento global do pro. | blema que derivasse do conhecimento fundidrio e de seu potencial de uso. Com base nesse conhecimento poderiam ser estabelecidas normas e prioridades sobre onde despender maiores esforgos, evi tando ao menos as ocupagies desfavoré veis em dreas de maior importincia. A acdo pontual era ainda a continuacéo da negacao da possibilidade de crescimento da cidade. A falsificagio se deu em razio da per 1.0 caminho da Casa de Pedra conava em diagonal om sagem natural. 2. © caminho tomas a Rus Panis (0 preencimentoadota ais, 4, Novas edificagies a volta da grea comservado somo oN. Sra. do Pilar 116 PRESERVACAO / PATRIMONIO EDIFICADO no controle das fachadas pa 1G do estilo e lonial, mesmo diante do crescimento acelerado e das transformagées mais gerais ocorridas nas edificagées e suas relagdes com o espaco extemo, jé referi- das. Apesar de tudo, 0 cenério colonial ‘no arruamento foi mantido, enganando 0 espectador menos familiarizado co dquitetura tradicional e, muitas vezes, até © especialista, A isto somaram-se ainda as mutilages promovidas nos estilos posteriores ao século XVIII e a aplicagao daquele eitério em toda a cidade de Ouro Preto € nas dreas de expansio, inde pendentemente de sua situagio na malha_ | ‘ou nos caminhos antigos, morros ou bai-. | © revestiment xadas, descaracterizando o bem tomba-_|_ {mmo plo dd exatamente em seu conjunto. E posst- | Panimnio vel estimar que a SPHAN havia aprovado | itcutas Hennig 3.000 eaificagdesnovas nests condi- | rai ate G6es até 1985, quadruplicando 0 con- | dose junto oficial da eidade, que no instante do tombamento tinha aproximadamente 1.000 ediicages. Desse tipo de controle das edifica- do a0 nove tipo de lote, a implantagao e ao volume novo, surgiu | arquiteturahibrida. Os tethados no se completavam mais com os dos vizinhos | nem terminavam em suas empenas da forma tradicional. Pelas laterais, ou mesmo pelas vistas agreas do conjunto percebem-se as éguascurtas dos telhados das novas residéncias e meias-dguas par ciais, em conseqiéncia das plantas ten ddendo para 0 quadrado e recortadas ‘Como era comum os projetos serem a- provados apenas com o desenho da fa- hava principal, nas laters edificadas € «que apareciam os elementos de uma edi- ficagio que era. 0 reflexo dos novos tem pos: vios rasgados, esquadrias © grades de fero, varandas ete. Assim, a arquite- | ida & SPHAN era ape nas falsaem relagio ao passado € sente, sem ter personalidade n cultural. Revelava uma expresso im posta pelo Estado, jéfrato da deforma fo de um eriteioiniciale da desatu acho conceitual diante da realidad importante ressalvar que foram le vantados alguns poucos casos em que a restrigio&edifcagéo foi total, buscando goes, associa ‘ura nova subi see se atéaaltemnativa de permuta de te Inte dominincia das medidas que, mais fre essa aqui, no entanto, analisara pre- REVISTA DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL Ne 22/1987 A apicago das norms formals do Patino rests fachads Principais, aca {quentemente, contribuiram para a nova fisionomia de Ouro Preto enquanto con junto tombado. E surge um novo conceito | Somente no final da década de 60 um | novo conceito de centro hist6rico come- possibilidade da vivene:a scnsivel dos ‘espagox ¢ a andlise de seus divarsos ele mentos conscitutives Esta maneira ce apreciider os centros histéricus fica bem exetnplificada quan- do Mane Bloch, em sua hur oduyea i= ria, se refere & paisayem rural come a reluindo erro ¢ SS 122 PRESERVACAO / PSTRIMONIO EDIFICADO tunica forma de ““propiciar as perspecti- vas de conjumto de que era necessicio parts" para ciropar & um deter tipo de andlise histérien. E 0 argoiteco Liz. Femando P.N. Franeo, indo alm. no texto avima citado, dos sspectos anarentes das paisigens, wnencionacos pelo historiador, v8 na ocupacéo do tert ticio uma importante fonte primacia. E Anis: alude as marcas que nly estio w= gistradas nos projetos Ou na simples car- twgrafia € propde wma leitura do “'con- junto dos west xies” de two & proceso de ocupagio dos espagos ‘Absndona-se, com esta visu, qual quer forma de contrale estético, estilis- tico e principalmente fachadista, Tal controle € substtuide pela documenta- {io ¢ pelo fegisz0 nfo sé dos vitios cle- ‘rentos imtegrantes do conjunte histérico aus do seu todo, garantindo-se a leitura dle seu processo de formacio e dessus tra- Jetria. assim como o conbacimento dos elememos que a0 faturo ¥8o inevitavel mente se perder. Permits tamiaéra 0 de senvolvimento de estadas para a deli tacio ds comperéncia di tnstituigan. 0 tipo de controle que cla pretend esta- belecer. a definigéo das areas de inter- venga ea abertura de um disloge franc com a8 popilagées. Abandom-se tamn- emo “cada caso ¢ um caso” € passa-se a0 vs0 de instummentas toodemos de con woe urhano core uma visio inteprada, postibitando ao Patimdnic um plane ‘mento capa de implementar a preserva- ie do ponte de vista urbanistico, dane ‘argem ao aparecimenta las expresses rovas que deverdo conviver. por force da naturecs Go objeto tomhado, com 0 acervo preenistente. O parcelamento do solo &, nessa tarefa. 0 condicionador principal e deveria necessarianiente pos- sibilitar @ lettura histériea de arbano Conirolades os volumes, a feicd aryei= {etdnica ficaria @ crténa de cada um, de suas vontades ou possibilidiades obje- tivas Pos esta abordagem seriam incluidas na pradugao contemporines no so mente as solugoes que buseum a “hat- Tonia sem imitagio’. empresande ele= _mentos G0 tipo tradicional local. pois sa0 zulEnticas como expresso de uma elite, mas também as solugivs populares. ‘mesmo quanio escapam as expectarivas cstitieas dos que excrcem o controle na prescrvagio. Adotar-sc-ia um tips de preservacao que admitisse 0 crescimento segundo as peculiaridades locais, inde- pendentemente de modelos internscio- nalmente difundidos [Na vantrigis procedeuse 3 aualizatde dso grata 2.0 primero CIAM (Congreso Intemacional Je [Acgqetua Modereaj cori na Sui 001 Sa Feo I ein, em 9Shagcidee de Datos 1, radogeli, Ln 1929, no sequnce Cgc sem Fear, toram apuovads estos ot indo u8soy2a.s G0 CLAM, wor repesoatages de ‘isesos paises 50 gio do ogo 4. Bes ieforsages eso wos proceso, referen {Se apeovugin de prjetos, extent ne AraLVE 4 Coordenadosin de Repisizo e Dscumeniagbo (CRDi. da SPHAN'P 4S. Mena. com entzada por dere noite propre 5.0 Plano de Cansersecie, Valrizagio e Desen ovimente de Otro etn ¢ Mana fr eaoeads pels Fanta Jose nbs de 1875-9 17S re ennnin ence oem IPHAN (stirs on Pat ima Histrico © Anisnce Nacional, o IEVHA Unaimse Lstagul ds Patnmoaio isvonce erie fe Minas Cras reteitre Pre 6 Depoimento lh em 7 Je dezeuibo de 1982 paca a eeie SPHAS Meda Oil 7T Anguneode CR'SPHANP'5 Metis. proce sos aprovagao mo legalzas de lores ‘ lopabvagt, 2 Vis San Jose 2 Voeaments Bate Filho 9.Uaiizamos age ofiginal de Resrigu M. F Andrade em portosués, Arguivo dx CRD: [SPHAN/Pri-Memia, Pastas de Personalidad, TO LIMA. Viana de. Réwsution i mizeen ven +f Oura Pre, Pars, UNESCO. 1972, angus da CROISPHAN6-Meso 1H Detalbamcets ut de pam de ona te ge wrisinanscoloiden das tapes. rqurve 6a CRDSPHAN Pré-Memina 2. MAGALHAES. Alin, ETewnfo? Aguestan dos Gen ets Bras, Rio te Janes. Noe roster Enda Nashoal ceMrmana, HS p. 188 15 Antormaga 135186. Diewusit de Tarahos ‘mente Crnsecvagao de SPHAN “Tracie de Coors Hisriecs incites es Listes eo Tersbo ‘acu ¢Pamupiticee ce BelasAre aa 1 sem Anqucalgen, Emaprtioae Prsipiai’ 18 ae stem ce 1986, 14 BLOCH, Marc, fonasn & Hise, Cole ‘gas Saber,Publicaciss Huma Amara, Are

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