Você está na página 1de 8

Seção Extraordinária

Resumão dos Clippings dos dias 3 a 7 de abril de 2023


Resumão dos Clippings dos dias 3 a 7 de abril de
2023
Clipping ,
Notas oficiais
Em 5 de abril, ocorreu a 7ª Comissão Mista Brasil-Angola. Mecanismo
de concertação política criado em 1980, o encontro reúne os chanceleres de
ambos os países. A 7ª Comissão reuniu conclusões de grupos de trabalho
sobre agricultura; economia e transporte; educação; saúde; e segurança
pública. O resultado da ocasião foi a assinatura de nove atos, entre os quais
o Acordo para evitar a dupla tributação dos lucros do transporte aéreo e
marítimo internacional. O Brasil propôs a negociação de Acordo para Evitar
a Dupla Tributação dos Lucros do Transporte Aéreo e Marítimo
Internacional (ADT aéreo) em 2005, a fim de evitar novos de transtornos
relativos a cobranças fiscais envolvendo a empresa angolana TAAG. A
função do instrumento é servir como incentivo para que outras empresas,
brasileiras ou estrangeiras, ofereçam frequências diretas de cargas e
passageiros, complementando, assim, o Acordo de Serviços Aéreos (ASA)
de 2019.

Vale Lembrar: Em 1975, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a


independência de Angola, realizada sob a égide do Movimento Popular
pela Libertação de Angola (MPLA). Há 12 anos, as relações diplomáticas
Brasil-Angola possuem caráter estratégico e pautam-se em termos de
cooperação técnica, concertação política e integração econômica. Nos
últimos quatro anos, têm sido realizados inúmeros encontros de alto nível
entre os dois países. As relações aerocomerciais entre Brasil e Angola são
regidas pelo Acordo de Serviços Aéreos (ASA), assinado em 1983, e por
Memorando de Entendimento, firmado pelas autoridades aeronáuticas dos
dois países em 2017. Novo ASA bilateral foi assinado em 2019, à margem
da 40ª Assembleia Geral da Organização de Aviação Civil Internacional
(OACI).

Em 31 de março, o Brasil assumiu presidência no Regime de Controle


de Tecnologia de Mísseis (MTCR) durante o biênio 2023-2024. O nome
do Embaixador Antonio José Vallim Guerreiro ara presidir o MTCR foi
aprovado por unanimidade. O apoio unânime ao pleito brasileiro é
expressão eloquente do reconhecimento do compromisso do Brasil com o
multilateralismo e com a prevenção da proliferação de armas de destruição
em massa e seus vetores. Em nota, o Itamaraty se comprometeu a promover,
no exercício da presidência do MTCR, o equilíbrio entre o controle de
tecnologias missilísticas sensíveis e o direito ao intercâmbio, acesso e
desenvolvimento dessas tecnologias para propósitos legítimos, incluindo
programas espaciais.

Vale Lembrar: Integrado por 35 Estados, o MTCR tem como objetivo


prevenir a utilização de tecnologias de mísseis de longo alcance como
vetores de armas de destruição em massa (nucleares, químicas e
biológicas). O Brasil integra o MTCR desde 1995, e já presidiu o Regime
em 2009. O Brasil sucederá a Suíça na presidência do MTCR por ocasião
da 35ª Reunião Plenária, prevista para ocorrer no Rio de Janeiro, no
segundo semestre de 2023.
ONU
Em 1º de abril, a Rússia assumiu a presidência rotativa do Conselho de
Segurança das Nações Unidas (CSNU). A Rússia substitui Moçambique,
que esteve no cargo em março. A representante da Ucrânia na ONU
descreveu a situação de como um “nível inédito de absurdo” e que ela
demonstra falhas na arquitetura internacional de segurança. A última vez
que a Rússia ocupou a presidência do conselho foi em fevereiro de 2022,
quando o país invadiu a Ucrânia à revelia do órgão. Outro membro
permanente, os Estados Unidos, também iniciou uma guerra sem aprovação
do colegiado, como demanda o direito internacional, ao invadir o Iraque em
2003. O nível de isolamento da Rússia nas Nações Unidas após a decisão,
no entanto, é muito maior do que no caso americano. O governo de
Vladimir Putin ficará um mês à frente do conselho. A regulação da
exportação de armamento militar é um dos temas previstos, segundo a
agência russa Tass.
Segurança
Em 4 de abril, a Finlândia entrou para a Otan. Tornando-se oficialmente
o 31° país da Otan, a entrada da Finlândia na aliança foi o último passo de
um processo iniciado em 2022 motivado pela invasão russa da Ucrânia. O
ingresso do país nórdico representa o fim de 78 anos de sua neutralidade em
relação à disputa entre o Ocidente e Moscou. A entrada da Finlândia na
Otan também representa um desafio estratégico para a Rússia, que, ao
invadir a Ucrânia, não esperava aumentar sua fronteira comum com o bloco
ocidental em 1.300 km. Segundo o porta-voz russo, “a expansão da Otan é
uma invasão da nossa segurança e dos interesses da Federação Russa”. O
país nórdico também passa a ser protegido pelo Artigo 5° da aliança, que
trata um ataque a um membro como um ataque a todos eles. A entrada
finlandesa deve permitir que o bloco proteja ainda mais a área ao redor do
Mar Báltico em defesa de seus membros Estônia, Letônia e Lituânia, que
são frequentemente vistos como alvos potenciais da agressão russa.
Também traz outra nação do Ártico para a aliança, cujas forças armadas são
treinadas para clima frio — um recurso importante em um momento em que
o Extremo Norte está ganhando importância estratégica à luz da presença
militar crescente da Rússia e da China na região.
Oriente Médio
Em 6 de abril, os chanceleres da Arábia Saudita e do Irã se reuniram na
China. Na reunião, os representantes discutiram a reabertura das missões
diplomáticas e outras questões de interesse comum. Os chanceleres se
comprometeram a trabalhar juntos para para levar "segurança e
estabilidade" para o Oriente Médio. O porta-voz do Ministério chinês das
Relações Exteriores elogiou o encontro e destacou que a China trabalhará
com os países do Oriente Médio para implementar iniciativas com o
objetivo de promover a segurança, estabilidade, desenvolvimento. Foi o
primeiro encontro entre representantes do mais alto escalão dos dois
governos desde o rompimento dos vínculos em 2016. Em março deste ano,
as nações retomaram seus laços diplomáticos após a intermediação do
governo chinês.

Vale Lembrar: Irã e Arábia Saudita apoiam grupos rivais em diversas


áreas de conflito do Oriente Médio, incluindo o Iêmen, onde os rebeldes
houthis contam com o apoio de Teerã, enquanto Riad lidera uma coalizão
militar pró-governo. Os dois países também disputam influência na Síria,
Líbano e Iraque. A China é o maior parceiro comercial da Arábia Saudita,
enquanto a Arábia Saudita é um dos maiores fornecedores de petróleo do
país. Ao contrário de Washington, Pequim se posiciona como um parceiro
comercial sem compromissos.

Você também pode gostar