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SECRETARIA DE AGRICULTURA F ABASTECIMENTO (COORDENADORIA DE PESQUISA DOS AORONEGOCIOS INSTITUTO AGRONOMIC ACIDEZ E CALAGEM EM SOLOS TROPICAIS José Antonio QUAGGIO Quagz, José Antonio ‘Aide clage em slo tropicals / Jou Antonio ‘Qunggi Campinas, SP esate Apronim eppesi.at ISBN a5.85564.060 ‘A evctal ciao de produios mares comereias no egress, neces smote, recnmendaies do eu uso pla Insti, E permits a reprodugo, desde gue citada a fomte. A repro total ‘ae de anuéncia express do lnsiut Agrondmico. [CENTRODE COMUNICACAO FTREINAMENTO- INC [ikleo de Document PREFACIO Exe livro contém informagdes sobre um dos mais importantes problemas para a produgo agricola em regidestopicasdimidas, preva: Fecente na maior parte do Brasil a acidez do soo. Embora a ccorréncia ‘da acide seja generalizaa, a calagem,prtica agricola empregada na sua neutralizagdo, ainda épouco uilizada, Usa-se no Brasil praicamentea mesma quantidade de alero e efertlizants. Nao é uma proporgdo adequada. Ocorreto sera wulizar ‘muito mais caledrio. Com isso perdem os produtores, por liitarem & sa produtvidade. J4 foi emonsrado que a ealagem, em solos ids para culturas no toleantes i acider, pode trazerretornoseconémicos «que muita vezesultrapassim [0 reas para cada real gasto com acalagem, np petfodo de alguns anos. ‘Mas, entio, porque se sa to pouco calcio? A resposta talvez estea no desconhecimento de suas miliplas vantagense, quem sabe, ‘elas informagdes alarmistas que, muitas vere, so difundidas sobre alguns efeitos desfavoriveis, decorrentes de adubago desbalanceada, principalmente pea falta de micronutrienes Exe livro¢ por demais oportuno, em uma gpoca em que o Brasil | passou da hora de datum impulso mais vigoroso em sua produgio ‘agricola, quanda as supersafas parecem munca se realivat A calagem {exerce papel importante, mas para sso precisa ver corre, Este livro ensina como deve ser fits © autor, José Antonio Quaggio,trabalhov comigo, quando eu ainda estava no Instituto Agronémico.Foram anes em que trabalhathos ‘com muito przer exulvamos a cada nova descobeta no campo da ferildade do solo enutrigio de plantas. ODr. Quaggio tem quaidades raas de pesquisidor, Habilidso no laboratrioe no campo e conhece: or da boa agricuura,buscou através de grande niimero de experimentos que realizou com pereigio, muitas das informagdes aqui apresentadas, lgumas inclusive, derrubando mito que exisian com relagaocalagem, em solos tropicals. O métod de determinago da nevessidade de ealagem {que desenvolvemos,o da saturagio por bases, combina a simplicidade dda determinago laboratoria com a reailitagio da uso pritica da eapa- cidade de troca de tions, um dos mais importantes atibutos do solo ‘Tul isso se traduzin em um enorme conjunto de informagées pris, com s6ldo fundamento cienifico, Etalvea maior marca deste livro, que contém tanta informagtes do proprio autor ede sua equipe. Reflete a maneira correta de como a pesquisa deve set feta, eompro- ‘ssa com a slug de problemas dos proutores, mas com un slid embasament cientfico sso garane a sustenabildade da tecnotogi ‘Cumprimento o autor pelo fivz0, com a crteza de que esta obra seri de grande utilidad para aagricultra brasileira, Bernardo van Raij Embrapa Meio Ambiente SUMARIO Pagina PREFACIO. iit INTRODUGAO, 1 1.4 BASE TEORICA DA ACIDEZ, DOS SOLOS E RECOMEN- DAGAO DE CALAGEM 3 1.1 Conceito de éeidose bases 3 1.2 Origem da acidez do solo 3 1.3 Componentes da acidez do solo 7 1.4 Relagdes entre cations troedves © 0 pH do solo. 9 1.5 Reagbes de neuralizagio. 4 1.6 Métados para avaliagao da necessidade de ealagem. 6 1.6.1 Método do aluminio troesvel 0 1.6.2 Método da solugzo-tampao SMP. 18 1.6.3 Métoda da saturagdo por bases 9 1.64 Comparagao da cfiigneia dos métodos para a recomen: ddago de calagem 2 2, RESPOSTAS DAS CULTURAS A CALAGEM. 2s 2.1 Sensibilidad das cultras 3 acidex dos solos 25 SANTERACOES ENTRE CALAGEM E NUTRIENTES E EFI- CIENCIA DA ADUBACAO. » 3.1 Disponibilidade de fsforo » 3.2 Disponibifidade de potsssio 2 3.3 Disponibilidade de ntrogénio e molbuénic. 35 3.4 Disponibildade de micronutrients. 4 4, MATERIAL CORRETIVO DE ACIDEZ. a 4.1 Capacidade neutralizante dos corretivos. 48 4.2 Oscorretivos como fontes de eleio € magnésio 3 4.34 relagdo cilcio © magnésio no solo e a produtividade das ceulturas o 5 MANEIO DA ACIDEZ DO SOLO E A PRATICA DA CALA Gi 7 5.1 Distribuigdo do caletrio. * 5.1.1 Aplicagio localizada de ealeario ” 5.2 Incorporagia da caer, a 5.3 Calagem em plantio diteto a6 5.4 Corregio da aides no subsolo or BIBLIOGRAFIA 10s INTRODUCAO “Muito antes da descoberta do carter cide de certassubstincias, sa necessidade de aplicago de calito, para a corregio de earacteristicas indesejdveis de alguns solos na produgio agricola, 6 era conhecida antes «da ea crit, quando gregos romanos apicavam ao solo mags, mistra de caledrio frivel eargila, para melhorar a produtividade das cultura, Na era modema, os conceitos mais centficos sobre acidez do sole fo- ram descobertos no fim do século passado, os quaisatribuiram & matéria ‘orginia,o caster dcido dos solos. A evolugo da quimica dafsica foi ito répida no inicio do nosso século, 0 que promoveu grande avango ‘nos conhecimentos sobre a acide do solo, Paralelament, os ntrcionistas 6e plantas eucidaram seus efeitos negatives sobre 0 crescimentoe prod tividade das cultura, (© terrtrio brasileiro & composto por eerea de 70% de solos Sci- 4s e, em 40% a produtividade das culturasé reduzida 8 metade. Além disso, apesar do consumo de caledrio ter ereseido de 11,6 miles de tone= Tadas em 1990 para 17.0 milhdes em 1997, segundo os dados da [ABRACAL, ainda é pouco para uma dea cultivada de, apcoximadamente, 51 milhdes de hectares, sem considerar a demanda pela pastagens. Di resulta consumo médio de 0,3 tha", que ébaixo, pois deveriamos con ‘umir, pelo menos, | ha" por ano, em mei, para as princais cultura. ‘A corregao da aciez do solo, através da pita da calagem, cont ui de forma elevante para o aumento da produtividade eda renda agricola, fem vista dos beneficios que traz as propiedades qulmicas, isiease bio- Isgieas do soo, Diversos ests tm demonstada que a calagem em solos ‘com acidezelevada tem permitido dobear produtividade ds planta, com relagio custovbeneticio superior a 20-1, em um periodo de quatro colhet- tas, portant, muito favorveis ao produtor agricola (Ralj & Quageio, 1984 e Quaggio etal, 1991), [A resposta das culturas i calagem depend de fatoresligados 3 planta, 20 solo e ao coretivo empregado, de tal moda que, quando si0 corretamente considerados,obtémse a maxim efciéacia com essa pri ties agricola, 0s fatoresligados& planta dependem de sua carga genética, que lhe confere maior ou menor tolencia as condigbes de aidez dos sols, ‘permitindo-Ihe ou nio formar um sistem radicular eapae de suprir ade {quadamente a pate aérea em gua e nutrientes. 05 fatore ligados ao solo sfo dependentes da natureza do com- plexo coloidal, do grau de acide e da capacidad de eter gua emutinte, principalmente aqueles cujasdisponibilidades so reduzidas pla calagem, ‘Quanto aos corretivos, so importantes as cara «as como riqueza em neuralizantes, granulometria, coneido de cileioe :magnésioe fatoresextemos, como a homogeneidade de dstribuigioe de Incorporagio do caledo, Pretende-se com exe lv unr a informagées dt pesqus, visindo| a melhores informagdes para téenicos,estudanteseagrcultores quanto 20s ‘conhecimentos sobre a natureza da acer do solo ea prétca da calagem 1, A BASE TEORICA DA ACIDEZ DOS SOLOS E RECOMENDACAO DE CALAGEM 1.1 Conceito de dcidos e bases (© conceto mais antigo de dcidos ehass foi proposto por Amhenius ‘gue defin ‘doar prétons (fons H"), enquanto as bases so substincias doadoras de hideoxilas (ons OH). Essa teoria pode ser melhor entendida através da reaglo hipottica de dissociago do ido HA ou da base BOH: 0s idos como substincias que, em solugao, so capazes de HA ew a BOH —» B+ OH ‘Ae B*representam respectivamente um anion ou um ction qual guer, (0s Scidos podem ser clasificados em fortes, quand se dissociam completamente, enquanto os Faces, parclalmente. A mesma clasificagio € vida tamibém para as bases. ‘A teoria de Arsenius no foi suficiente para expicaro carter deido ‘ou bisico de toxas as substincis. Df surgi, em 1923, ateora de Bronsted ‘& Lowry que define os deidos como daudores de prions e a bases como receptores de protons. Em outras palavras,o par éida-hase & definido ‘sempre através de uma reago, cujo exemple pode sera reago de hidise 4o fon aluminio,conforme a seguir: AM + 3H,0 ——e AKOH, + 3H" fcido base base scido ssa teora também ndo ¢ suficiente para explicaro caster dcido 4do fon AI"*, wm dos componentes mais importantes da acide dos solos, enquanto a teoria Bronsted & Lowry & suiciente para todo sistema solo planta - amosters, Outro bom exempl € reapo de dissociago da molécula de Seu HO ——» H" + on feido base A constantedisociago dessa reago (Ka) € igual a 10". Isso sig- niffca que o produto das concentragdes efetvas, ou melhor, das atividades| de He OH € igual a 10" mol. conforme a seguinte expres Ka= [1] x(0H] = 10" Aplicando-se o conceito de potencial, que significa o logaritmo reciproco (log de 1/x) de cada termo da equagio scima, poderemos reeserevé-la como segue: logl/Ka = logt/{H'] + log OH log 10" ou, simplificando, PHY + pon = 14 (0s termos pH + POH’ representam respectivamente os poteneiais os fons H* e OFF. Através dessa nova equagio é ficil entender a ori- ‘gem da escala de pH, pois quando o potencil de H* (pH) for igual ao potencial de OH (pOH}, temos © ponto de neutralidade do sistema, ou seja 2(pH) =14 ou pH = 7.0. A escala de pH varia entio de a 14 través dela, podemos medir o indice de aeider de qualquer sistema, u zando o potencimetro. Por exemplo, 0 valor de pH = 4,0 significa, resolvend 0 inverso do logaritmo reefproco, que a concentracio de fons HE no meio ¢ igual a 10" mol. (0s trabalhos pioneiros sobre sider do solo, consideravam que © cariterdeido era devido apenas & matéria organic e que 0-H’ era o Sinico fon responsive! pela acide. Trabalhos posterioes demonstraram {que com o aumento da acide2, haviaatague &estratura dos miners de argila, o que liberava AI para o meio, tofnando-o importante compo- rnente de solo icido. Paralelamente, os fisilogistas de plantas foram ‘demonstiando o efeito t6xieo do sluminio para a via das planta. 1.2 Origem da acidez do solo (0s solos podem ser naturalmentedcidos em raza da pobreza do ‘material de origem em céleio, magnésio, possi e si, denominados de bases, ou através de processos de formagio ode manejo de solos que levam a perda destas bases, portant, &aeiifieago, ‘Um solo ¢ considerado quimicamente neutro quando possui pH 70, Nessa condigio, us cargas negativas do complexo cola eso oeup 4as por cations bisieos que, por teem cargas eléticas positivas, fleam sorvides nos pontos deo idea, nos quai ears &negatva, O Sédio «um elemento cujaimporcnciarestringe-sea soos salino-sidicos da regio [Nordeste,¢ outros priximos do itoral. Nos demas solos, a concentagio 6 bem inferior os demais cations, podend ser desconsiderado, (© processo de aciditicagd consiste na remogio desses cons para «eamadas mais profundas do perfil do solo, fora do aleance das ais. Para aque isso ocorra,é necesséio primeiramente neutralizar as cargas ele a positvas destes fons. que sio contriras 3s das particulas do solo (contra-ions assim, ficam retidos & superficie dos colides, A neutral ao da carga positva oeoree pela introduc de fons com a mesma carga das paticulas do solo, denominados de co-ons, 08 quis, por essa #8730 sofrem repulsoelétrica, (0s contra-ons Ficam em equilfxioeltrco com os co-fons na sol ‘20 do solo, podendo ser arrastados pelas éguas de percolagio em rofundidade no peril do solo ot mesmo até olengo frestico, coma parte integrante do ciclo desses elementos na natureza, © movimento de fons ‘raves do peril do solo, com as 4guas de pereolagdo ¢ conhecido como Tixviagt. [Na matureza esses co-ons So aicionados 3 solugo do solo através «da mineralizagdo da matéria orgdniea da qual resultam fons NOs, SO, ‘© Cle, ainda, plas reagSes como a dissolugao do gis earnico em sua ‘eanitiieago, ©.CO; dissocia-se segundo a regio: CO, + HO —e HY + HOS Essa reago € mais importante em ecossistemasnaturase, mesmo assim, em solos com pH mais elevado, A nitficagio consis na oxida do nittogéio a patie do amnio até nitato.realizada como fonte de energia para bactérias dos genetos nitrosomas e ntrobacter, como segue: 2NH," +30; = 2NOy + 4H" + H,0 2NOy + 0; —e 2NOy ssa eago libera He co-on;nesse caso, © NOs” € mais impor- tant Fonte de aciitieugo,pineipalmente em solos cutivados que rece ‘bem fertilizantesnitrogenados contendo aménio ou uréia na composigao. [No caso dos ferilizantes deve-selembrar ainda, que eles também posstem ‘outros co-fons como NOs, SO" e CF que, apss a solubilizagao, fea em equilibria com as bases na solugdo do solo, tornando os ctions bi: £06 sujetos Fxiviagdo, © cfeito acidificante de diferentes fontes de ntrogénio pode ser avaliada através do quadro 1.1, obtido de um ensaio desenvovido durante 12 anos com a cultura do café, em latossoloroxo eutrfico, por Moraes ta. (1976), Quadro 1.1. Efeitos de aplicagées anuais de 150 kg.ha’ de N na culbura io cafe, por diferentes fonte, sobre alguns atributos quimicos Tiga ‘dos acide do solo, para mostra coleadas na repido de adubacio ‘Tratamentos PHdosolo Cat Mg am ~ mol dn —— sem N 62 320 0 Nitrosleio so 20 o Salice do Chile ss 210 ° Sulfa de aménio 43 70 150 90. Ue 4a 1. Foote: Moraes era (1976) (0 pl do solo eo teor de bases das parcelas sem nitrogénio manti ‘veramse altos mesmo depois de 12 anos de cultivo com cafeeios. Por ‘outro lado, a dase anual de 150 kg ha! de N, fornecda através de sulfato 22 o +1020 2.00 80.86 20 20+ 50 ot « 030 oo <0 030 100 HG um consenso na literatura internacional que fragdes com sranvlometriasuperiores a 2,0 mm slo pratcamente ineficients eas fa {es menores dle 0.3 mm sio ftalmenteefieientes (Pierre, 1930: Barber, 1984; Verlengia & Gargantni, 1972 € Natale & Coutinho, 1994). Nao ‘nga mesma eoncordincia pats as demaisFragées intermedisrias, devido ‘rincipalmente ao metdo de avalagio, Ensaios de curt dura, desevolvides om laboratro ou em casa de vegetagio, nos quais& mistura entre as partculss de casio com as e solo € mas peeeita,gerlmete resltam om txas de teatvidades menores do que aqueas obtidas no campo, com tempo maior de rag, quando 0 calcio ¢ incorporado ao solo com méquinas nos intensa, Quando se usa no ensaio solo com maior gra de acidez, que ‘consome os produtos da reagio do ealerio mais rapidamente, também resulta em taxas maiores de reatividae, sim, 3 mista é me: [Nos Estados Unidos da América hi diferengas entre 0s Estados, mas as taxas de reatividade mais empregadas foram obtidas no campo, através do trabalho de Pierre (1930). Elasconsideram efieigncia zer para particulasretidas na peneira 8 mesh (2.0 mm): 20% para particulas entre as peneras 8 € 10 mesh 60% para partculas entre peneias 20. 60 mesh «© 100% para patculas menores qu peneira 60 mesh. Esses mesmes valo ‘es foram aotados no Rio Grande do Sul por Wolkweis & Ludvick (1969) (0s valores das taxas de ratividade vigentes na legisla brasi- Jeira foram obtidas em ensaio de incubago de amosras de solo, por um periodo de ts meses (Alearde eta, 1989), 0 que é dil quando io se fispdem de resultados experimentas obtidos no campo. Mas recentemente, Toram publicados trabalhos sobre esse assunto, mosttando que a eficén- cia das rages granulometecas, btidas em condigdes de campo, com base ra resposta da soja i calagem, s80 maiores do que ws atualmente vigen tes na legisla brasileira (Quadro 4.1), Bellingiere et al. (1992) estaram as mesmas fries granulomas 4s legislagio atual, com dois tipos de calcio, Houve grande resposta 3 calagem, porém com pequena diferenga entre as rages, talvez em decor réncia de alguns resultados erticos de produtividade da soja no segundo ‘ano, Entrtanto ealeulando-seo indice de excelenca eatva fragio 03 rm, apenas camo resultados do primeira cultivo, observam-se grande ‘coeréncia com 0s de Natale & Coutinho (19%), [Ness trabalho, as rages testadas nao sio as mesmas da legisla io brasileira mas prdximas, A respostaealagem foi muito altae a fragio ‘com paticulas maior que 2,0 mm apresentoueficiéncia mula, pois pro ‘duzi quae igual &testemunha sem calesro, portato, coerente com toda a literatura. eficigneisrelativa das fragdes 2,0 0,6 mm ¢ 0,680.3 mm, foram para a média de ts cultivos de soja, respecivamente 77 © 93%, bem superior aos valores, respectivamente de 20¢ 60% encontrados por “Aleande etal. (1989), com ineubagio em laboratéri e vigentes na legis- las brasileira (Quadro 42) Durante a década de tena e inicio da atual,houve grade esfongo por parte de alguns indstrias produtoras de corretivo fim de aumentar a panicipago de calcio fnamente moidesecalinados no mercado bas Ieiro. Como instrumenta de publiidade, essas empress prometiam uma gio mais npida e a necessidade de aplicagio da metade ou a6 um tergo 21a 20152-20789 208088 2.0028 1.7598 Lsso 90 08003 2.3918 2.0358 2.213 106 03 23610 18tla 2086 100 ‘as ids pela mes ea cola ea pelo ee de Tks (> 085). RRosolem eal. (1995) amis compraram, em conigbes de campo, as eficiéncas de clesrio taicional, com PRNT de 60%, com oealeinado ‘com PRINT de OS, As doses de cada caledvio foram ajustadas pelo PRNT «© 0s resultados mostraram que ndo houve diferenca de produgio e desen volvimento do sistema radicular da soja entre os ips de ealedro, Entetant, ‘os aulores comentaram que o tradicional apresentou maior efeito residual, Quaggio eta, (1995) desenvolveram, durante 1987 a 1991, um cexperimento no campo ao qual se comparou a eficiéncia agronOmica de {18s tipos de caledrios dolomitics, com teores proximos de Mg: trade ‘ional, moido em moinho de martelo; fino, moido em moinho de bola & ‘ealeinado, com valores de poder de neuralizaco (PN) respectivamente de 77.1; 101.0.¢ 126.3% de equvalentes CaCOs pure. Deve-seressal- tar que as bases neuralizantes do calcio tradicional edo fino so carbo= rnatos, enquanto as do caleinado so mistras de dxidos, hideOxidos e um pouco de earbonato, ji que o pracesso de caleinagdo no € total. Porta to, a solubilidade dos componentes do caleriocaleinado & bem maior do «que em outs tipostestados A figura 4.1 mosira as curvas de distribuigio de partieulas dos 1u8s cottetivos, obtidas por separagio em conjunto de peneiras desde & pencia 10 mesh (0:84 mm) até a pencira 200 mesh (0,074 mi). inte= fino ¢ o caleinado t8m cerca de 100% das 100 mesh (0,189 mm) o que caracteriza escante notar, que cal particulas passant em pene alto grau de moagem Por oueo lad, o caleio tradicional, que gealmenteapresenta uma _ranulometria grossera quando visto armazenado, tem cerca de 40% das partculas passant em peneita 200 mesh (0,074 mm), ou sea, bem finss. cerca de 25% das partculas maiores que peneira 50 mesh (0,297 mm), ortanto mais prosseiras [As doses de caledro empregadas foram 0: 2.0; 4.0; 6.0 €80 tha (PN) de ca ealedrio. A ‘dose de 4,0 tha" coresponde &recomendago de ealagem para elevar a saturagdo por bases do solo a 70%. Assim, fi possivel compararnesse ‘xperimento a efiiénca da caleinago do cal, comparando sea resposta ) | i: ; | PARTICULAS, mm Figura 4.1. Curvas de distribuiglo de partculas de diferentes tipos de “aleirios,obtidas por peneiramento a seco, Fone: Quaggto etal (1995) Quaio 4.3. Efeito de doses de ECaCO, de ealedrios com diferentes formas ‘de neutralizantes, sobre alguns atributos da avidez do sol, em tes pocas de amosiagem pil em Cac O001M_——_H+ AL mmoldm” 1 és ps alae 6 meses pts calgen Midna Sle Sle Moa 3878 Moa Quadro 4.3 Conclusio Ca + Mp wociveis Doser — ee Eesco, Tradl, Cate Cale ‘mo Gtomai__nado Fino ido | — mmo 1 més apés ealager ° 220078 md 8S 58s 2 tg ed ote yee a ‘ ei se te ise iaie 6 Bab BS 4614 256 MSa 167 5 383 ab ISb 4.24 19.26 Oa 2056 Média 342ab 327 37,78 ISDH 42a 1358 6 meses pos ealagem ° 205 102s 60 70 2 30.2 3065 3127 4 6200 Ms 92 as ass 6 BBS 46.2 412182 19.01 8 80.2 46.2 60.7205 2882 Média 3694 3662 4028 1384 1550 139.8 20 meses apés calagem o 2 192 228 one oo 2 2S 24S 247 32 ‘ 3753603987 AT 1804 506 6 405395 43097 2a 57h ‘ 530 50.7 $6.0 7h 29.24 10.0 Média 35.3 3694 340 6.26 24a 5.36 ‘Metis eds pt mesma a, clans, so igus plo ee de Tey (p> 0.08). Fonte: Quasi ra (1995) Nas demais amostragens,realizadas seis e vinle meses apos a calagem, no foram observadas difereneas sinificativas entre 0s tipos de calerios, através dos resultados de pH, HAL Ca-+ Mp trocévels 80 demonstra que a granulometsia mais fina e principalmente a caleinaglo ‘io aumentaram a velocidade de reago dos corretvos de aciez, em cond g8es de campo. a despeito das grandes diferengas nas caractersticas intensecas ene eles A explicapo para tis resultados certamente est relacionado com a limitago que se tem para mistuar as particulas de ealesrio com as de solo, ou seja a Fonte de acidez com a base corretiva, Na agrcultura io uilizados arado ou grade para a incorporagio dos coretivose, por melhor que as operagses seam fits, a mistura é muito heterogénea, resultando ‘em pequenas zonas 30 redor das partculas de ealerio, excessivamente corrgidas,separadas por espagos sem nenhuma corregio. A elevagio do pH, nessas zonas de ata correc, imitam as reagdes de solubilizagio do caledrio,reduzindo-se, assim, as diferengas na reatividade entre eles, ‘quando avaliadas no labora, ‘Com o passar do tempo, através de processos como a difusdo, que caracteriza 0 movimento de fons contra um gradiente de concentragd0, 08 produtos da rego do caledrioaleangam as zonas com menor correo, Uuniformizando a massa de solo, Preparos sueessivos de solo part novos plantios taminém contribuem para uniformizar a corregio do solo. As respostas das culturas&caagem ness ensio foram muito cen tuadas, como mostram os dads do quaro 44, Os resultados de produgSo tanto da soja como do sorgo nio apresentaram diferengassignificativas entre 0s tipos de ealeseo, confirmando desse modo as anilises de solo. Essesresultadas sio coerentes também com outros trabalhos contempo- Fineos da literatura nos quais também no se observou maior eficiéneia dos calerioscaleinados em relagio os radicionas (Rsolem ea. 1995), ‘Outro aspecto importante a ser consierado na eficineia da calagem 6 0 efeto residual que, quanto mais longo, maior Bo os etornos econ’ ‘micos com essa pritica agricola (Raij & Quagglo, 1984). No quadro 4.3 esto representados também os teores de cdcioe magnésio no tocsveis, extrafdos mediante fervura do solo com solucio de deido cloridrico 0.5 ‘mol, portanto,consistem em fragdes dos coretivos que ainda no rea gram, mas que iri reagir utuamente, Observan-se pelos resutados desis andlises que os valores das frages no wocéveis de Ca + Mg diminu! ram entra primeira eas demas amestragens de solo, Eto, dterminaglo 12% Caleério magnesiano Calessio datomitica ‘As variagdes no conte de magnésiodepende de maior ow menor participagio da dolomitae, em alguns corretivos, também da magnesita ‘que so rochas rieas em magnésio. sso também explic a raza de legis lado definiro caledrio magnesiano como o de teorintetmedirio de Mg, «© odolomitico como mais ric. Entetanto, linguisicamentecoret, seria ‘© magnesiano 6 mais rico, ( magnesio é um nutriente muito importante ao desenvolvimento das plantas e também para a qualidade dos produtos. Por essa tazo, as recomendagies de calagem sdo quase sempre baseadss no uso de eaedrio > CI’ > NOy.. Nesses casos, a reagio € de simples troca ‘nica com a superficie de 6xidos de fero, de alumnio de algumas exrs- turas da caulinita, Da mesma forma que o fosfto, 0 fon SO,” pode ser adsorvido especificamente, o que significa a entrada dele naestrutura dos Sxidos Essa reago € conhecida também como troca de ligantes, que fem particular imteresse na correglo da aidez do subsolo porque libera OH pur a solugo de equi, sendo uma das explicagies para oefeitocoreivo do gesso em subsolosScidos. © fon HPO, tem adsoredo preferencial fem rego ao $04" e, por iss0, 0 Pse acumula na camada arévelempur ‘ando 0 $0," para.a de 20-40 em.

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