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TERMODINAMICA A PRIMEIRA LEI DA TERMODINAMICA APLICADA A VOLUMES DE CONTROLE Introdug¢ao 2/2202 20:50 E-book 14, caro(a) estudante! E com prazer que apresentamos a vocé este material. Durante nossa leitura, estudaremos algumas aplicagées da primeira lei da termodinémica aplicada aos volumes de controle, Para isso, introduziremos uma nova propriedade termodinamica chamada de entalpia , debatendo suas relagdes com a energia interna . Estudaremos mais profundamente as misturas bifasicas , entendendo como relacionar os estados de equilibrio em uma substancia durante o processo de transigao de fase . Veremos, ainda, algumas relagdes importantes envolvendo sistemas termodinamicos de interesse pratico, como turbinas e bombas de trocadores de calor, analisando 0 comportamento desses sistemas em regime permanente. Para isso, os balangos de energia e de massa serdo utlizados em interpretagoes da primeira lei aplicada a esses sistemas. Vamos la? Prezado(a) estudante, vocé sabia que, em diversas andlises termodinamicas, frequentemente, lidamos com a combinagao entre a energia interna , pressio e volume ? Sobretudo quando desejamos investigar processos que envolvem geragao de poténcia e refrigeragao, por exemplo Como essa relagao € extremamente recorrente, convém determinarmos uma nova propriedade combinada, chamada entalpia , que é definida por: H=U+pV ou h= w+ pv (Equacio 1) Em que H representa a entalpia e h é a entalpia especifica (por unidade de massa). Observe que as unidades de entalpia séo as mesmas utilizadas para a energia interna , ou seja, kJ ou kJ/kg. Segundo Braga Filho (2020), podemos relacionar essas propriedades em um proceso que envolva trabalho mecanico , como na expansao adiabatica de um gas confinado em um cilindro. E possivel escrever a relagao do processo quase-estitico como nitlps:iIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteude/ENG_TERMOD_21/unidade_Slebooklindox himI7rediract 209 2/2202 20:50 E-book dU = 6Q — pdV (Equagao 2) Mas U = H — pV, logo: dU =dH —d(pV) + dH = dU + pdV + Vdp (Equacao 3) Substituindo a Equagao 2 na Equagao 3, somos levados a uma nova expressdo para a primeira lei da termodinamica: dH = 6Q + Vdp ou 6Q = dH — Vdp (Equacéo 4) Integrando essa relagao, temos que: Q=AH — [Vdpou q= Ah — fv dp (Equacao 5) praticar Vimos que a propriedade entalpia, definida como H ou, quando descrita por unidade de massa (chamada de entalpia especifica), h, descreve uma relacao entre energia interna e trabalho, sendo particularmente interessante quando desejamos calcular a quantidade de energia envolvida em uma rea¢ao ou processo associado as transformagées do sistema nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex himI7rediract=1 329 22511212022 20:50 E-book Desse modo, vamos considerar que voce esteja esquentando uma quantidade de égua para preparar um cha em um dia mais frio. Suponha que a poténcia do aquecedor seja de 1 kW, cedendo calor para o recipiente nessa taxa constante enquanto o liquido aquece até iniciar 0 processo de vaporizacao. Se quisermos, como podemos fazer para calcular a taxa de evaporagao da agua, em kg/s ou kg/h? Misturas Bifdsicas Para entender os eventos pelos quais uma substéncia passa ao mudar de fase, devemos, primeiramente, considerar que as variagdes de volume e/ou presséo promovem alteragdes no estado em que a substancia se apresenta. No caso de uma substancia que se encontra no estado liquido a 1 atm, como a agua, por exemplo, qualquer variacdo de temperatura que esteja dentro do limite de saturagao da substédncia (ou seja, entre a temperatura ambiente e qualquer coisa inferior a 100 °C) nao induzira mudangas em seu estado fisico. htlps:fcodely-tmu-contents3.amazonaws.convMoodle/EAD/ConteudolENG_TERMOD_21Vunidade_Slebooklindex html ?radirect=1 an9 2/2202 20:50 E-book Os estados de liquido para quaisquer substancias que se encontrem abaixo de sua temperatura de saturagao so chamados de liquidos comprimidos , uma vez que a pressao em cada estado € superior a pressdo de saturago correspondente a temperatura no estado (MORAN et al., 2018). Quando a substncia se encontra no limiar entre as fases de liquide e vapor , ou seja, durante o inicio da transigo de fase ao atingir a temperatura de saturacdo, qualquer transferéncia de calor adicional a pressdo constante ird resultar em um considerdvel aumento de volume especifico pela formagao de vapor, sem que haja, contudo, mudanga de temperatura . Nesse caso, o sistema é composto por uma mistura bifasiea liquido-vapor coexistindo em equilibrio, em que a fase liquida corresponde a um liquido saturado e a fase vapor é um vapor saturado Quando toda a substancia se converte em vapor ao continuarmos submetendo-a ao aquecimento, tanto a temperatura quanto o volume especifico aumentam continuamente , levando a substancia ao estado de vapor superaquecido . Assim, o sistema se encontra a uma temperatura superior & temperatura de saturagao para a pressdo considerada. SAIBA MAIS E importante salientar que, nas duas regides extremas de liquido comprimido e vapor superaquecido, hé uma tinica fase da substéncia: liquido ou vapor. Todos os estados que contenham ambas as fases em equilibrio se localizam sob a curva, na chamada regido mista, composta pelas quantidades intermedidrias das fases de liquido saturado e vapor saturado. Para saber mais, assista ao video disponivel no link a seguir. De acordo com Gengel (2013), nas tabelas termodinamicas, as propriedades que encontram-se nesses estados so representadas pelos subindices 1, para a fase de liquido saturado, e v, para as propriedades do vapor saturado. Outro recorrente subscrito muito usado € 0 lu, que representa a diferenga entre os valores do vapor saturado e do liquido saturado para a mesma propriedade nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex him\7rediract=1 529 2/2202 20:50 E-book Por exemplo, a entalpia do vapor saturado de uma massa de agua a 100 kPa é hy = 2674, 95 kJ/kg e sua entalpia de liquido saturado 6 hy = 2257, 44 kJ/kg, 0 que faz com que a entalpia de vaporizacéo da substdncia nessa presséo seja Iiyy = hy — hy = 2257, 44 kJ/kg. As misturas bifasicas liquido-vapor podem ser disting las entre si por uma propriedade chamada de titulo , simbolizada como « e calculada como a razao entre a massa de vapor presente e a massa total da mistura, Em outras palavras, temos: = = (Equagao 6) Esse valor varia sempre de zero (caso dos estados de liquido saturado) até a unidade 1 (casos de vapor saturado).. Teste seus Conhecimentos (Atividade nao pontuada) Leia o texto a seguir. “Ha intimeras situag6es prdticas em que duas fases de uma substancia pura coexistem em equilibrio. A dgua existe como uma mistura de liquido e vapor na caldeira e no condensador de uma usina termoelétrica. O refrigerante passa de Ifquido para vapor no congelador de um refrigerador. Por ser uma substancia conhecida, a gua é usada para demonstrar os principios bsicos envolvidos na mudanga de fase” GENGEL, Y. A; BOLES, M, Termodinamica . 7. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013. p. 113, De acordo com 0 que vocé aprendeu sobre equilfbrio de fases nas substancias puras, analise as afirmativas e assinale a correta. a) A agua no estado Iiquido, na temperatura ambiente e pressao atmosférica de 1 atm é chamada de Iiquido saturado. © b) Auma determinada pressdo, a temperatura na qual uma substancia muda de fase 6 chamada de temperatura de saturacao. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex himI7rediract=1 629 2/2202 20:50 E-book © ©) Oestado de vapor superaquecido se da quando a quantidade de vapor se encontra no limite com a fase liquida. d) Uma substancia sempre entra em ebulicéo na mesma temperatura, mesmo a pressdes mais altas que a de saturacao. © e) Um volume de controle é um tipo especial de sistema fechado 0 qual nao interage de forma alguma com as vizinhancas. Caro(a) estudante, vimos, anteriormente, que a energia pode ser transferida para um sistema (ou a partir deste) sob trés formas bésicas: calor , trabalho e fluxo de massa . A partir disso, estenderemos nossa andlise de energia aos sistemas chamados de volume de controle , os quais, ao contrério dos sistemas fechados, permitem outras interagdes com as vizinhangas, como os escoamentos de massa , por meio de suas fronteiras . Para isso, precisaremos desenvolver 0 principio em que a massa também ser uma grandeza conservada, de forma bastante similar ao que fizemos com a energia até entao. Fluxo de Massa e Vazdo Volumétrica Sabemos que, assim como a energia, a massa é uma propriedade que se conserva e nao pode ser criada nem destruida durante um processo (GENGEL, 2013). Conforme vimos, em sistemas fechados, o principio de conservagao da massa é usado implicitamente pela exigéncia de que a massa do sistema permanega constante durante um proceso. Por outro lado, nos volumes de controle, a massa pode atravessar as fronteiras do sistema e, assim, é preciso levar em conta a quantidade de massa que entra e sai do volume de controle. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex himI7rediract=1 729 2/2202 20:50 E-book REFLITA A vazio massica ou taxa de escoamento de massa serd sempre representada ao longo deste estudo como th = dmn/dt, indicando que uma quantidade da substancia flui pelo sistema ao longo do tempo. No cotidiano, estamos muito acostumados com a ideia de taxa, mesmo sem refletirmos muito sobre. Vocé jé parou para pensar que velocidade, vazdo de Agua na torneira e, até mesmo, a corrente elétrica que abastece nossos eletrodomésticos representam taxas temporais? Logo, para os nossos__interesses, convencionamos, para a vazéo méssica, as unidades quilograma por segundo (kg/s) ou quilograma por hora (kg/h). Quando um fluido escoa para dentro ou para fora de um volume de controle (por meio de dispositivos como tubos ou dutos, por exemplo), a quantidade dessa massa que escoa através de uma pequena segdo transversal de drea do tubo por unidade de tempo é chamada de vazéo massica ou fluxo de massa . Consideremos, a partir desse ponto, que o fluxo de massa entrando e/ou saindo do sistema constitui um mecanismo adicional de transferéncia de energia (CENGEL; BOLES, 2013). Dessa forma, definimos que 0 fluxo de massa riz, que passa por um tubo de segao transversal de rea dA, 6 proporcional & massa especifica p do fluido e 4 componente normal da velocidade de escoamento , v,,, podendo ser definido pela integral: t= f pm dA (Equagao 7) 4 No caso de termos um escoamento unidimensional incompressivel, ou seja, quando a massa especifica for uniforme, a equagao se torna th = pv (Equagao 8) Em que v, nesse caso, representa o valor médio das componentes normais das velocidades em toda a seco transversal do tubo. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex him\7rediract=1 829 2/2202 20:50 E-book Portanto, podemos afirmar que, uma vez que a massa também transporta energia durante seu movimento, entao, a energia do sistema tende a aumentar quando ha entrada de massa. E, seguindo 0 mesmo raciocinio, a energia média do sistema diminui quando alguma massa é ejetada do sistema, ja que a massa que sai leva consigo alguma parcela de energia anteriormente contida no volume de controle. Podemos, também, representar a vazéio volumétrica V, de forma bastante semelhante ao que fizemos com a massa, entendendo esta taxa como 0 volume de um fluido escoando através de uma segao transversal ao longo do tempo. Normalmente, utilizamos para essa taxa as unidades metro cibico por segundo (m?/s) ou litro por segundo (I/s). Utilizando a relagdo com a velocidade normal média de escoamento, temos que: V = fv, dA = vA (Equagao 9) 4 Uma vez que massa e volume esto relacionados pela equacgao m = pV = wV, que descreve a densidade absoluta de um fluido em um reservatério, podemos, também, estabelecer uma relagdo entre as taxas de escoamento de massa e volume, obtendo: v tn = pV = © (Equagao 10) Em que v descreve o volume por unidade de massa ou volume especifico Vejamos, agora, como a massa de um fluido se comporta ao escoar por um volume de controle. Principio de Conservagdo da Massa © balanco da taxa de massa para volumes de controle estabelece que a taxa de variagao temporal da massa no interior de um volume de controle (VC) sempre seré igual a diferenca entre a taxa de fluxo de massa, cruzando a fronteira na entrada do sistema, e a taxa de fluxo de massa, cruzando a fronteira do sistema na saida. Esse processo é esquematizado na Figura 3.1 nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex him\7rediract=1 929 22511212022 20:50 E-book Alinha tracejada define a fronteira do volume de controle / Entrada e Figura 3.1 - Representagao esquemitica de um volume de controle com entrada (e) e saida (s) Fonte: Moran et al. (2018, p. 133). #PraCegoVer : a imagem apresenta uma ilustragao de um volume de controle, com uma seta para a direita, onde esté escrito "Entrada e”, seguida de uma ilustragao do volume de controle como uma quase circunferéncia. E, na outra extremidade, ha outra seta apontada para a direita indicando "Saida ss". Ha, ainda, uma legenda com 0 texto “a linha tracejada define a fronteira do volume de controle’. Sabendo que a massa se conserva ao escoar pelo volume de controle, podemos aplicar o principio de conservagao @ massa em transito. Isso nos dé a rela¢éo que chamamos de incipio de conservagao da massa , dada por: Tite — Tit, (Equagao 11) Em que dm,./dt representa a taxa temporal de variacdo da massa contida no interior de um volume e controle, enquanto tine € tit, so, respectivamente, as vazbes de massa na entrada e saida do sistema. Como podem existir varios locais na fronteira do sistema por meio dos quais a massa entra ou sai, normalmente, levamos em consideragao 0 balango da taxa de massa em todas as regides consideradas: Ss = tne — Dring (Equagio 12) Balango de Energia para um Volume de Controle Conforme afirmam Moran et al . (2018), a energia, a exemplo da massa, também é uma propriedade extensiva, podendo ser transferida para um volume de controle como resultado da massa que atravessa a fronteira, Dessa forma, para que possamos definir uma relagdo do balango da taxa de energia para um volume de controle, ¢ conveniente utilizarmos uma htlps:fcodely-tmu-contents3.amazonaws.convMoodle/EAD/ConteudolENG_TERMOD_21Vunidade_Slebooklindex html ?radirect=1 10128 2/2202 20:50 E-book modificagao do balango de energia para um sistema fechado - recurso que jé conhecemos - levando em consideragdo as taxas de transferéncia de massa Fonte: Pop Nukoonrat / 123RF O principio de conservagao da energia aplicado a um volume de controle estabelece que a taxa de variagao de energia no interior do sistema é igual & diferenga das taxas Iiquidas de transferéncia de energia (para dentro do VC por calor e para fora por trabalho), somadas & taxa liquida da energia transferida para o volume de controle juntamente ao fluxo de Expressando matematicamente essa relagdo, temos que o balanco da taxa de energia é dado por: te _ Wray ve a =Q- Wetting (ue +f ) $ (Equagao 13) Em que Ey. representa a energia do volume de controle e os termos Q e W representam, respectivamente, a taxa liquida de transferéncia de energia por calor e por trabalho através da fronteira do volume de controle em um dado instante f, Repare, ainda, por meio da Equacéo 8, que os termos tite (ue + 4 92) e tins (us +5 +92) indicam as taxas de transferéncia de energia interna, cinética e potencial dos fluxos de entrada e saida, com z representando a altura do sistema em relagao a algum ponto de referéncia externo. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex himI7rediract=1 1129 2/2202 20:50 E-book Além disso, temos de considerar que, para um volume de controle, o trabalho realizado durante © fluxo na entrada e saida do sistema é descrito por: W = Wee + tins (p, v. Tine (Pe Ve) (Equagao 14) Em que tine € Tit, Sao as vazées massicas, com ve € Us representando os volumes especificos, respectivamente, na entrada e saida. Substituindo a Equagao 9 na Equago 8 e agrupando os termos, verificamos que isso resulta na equacao que representa o balango de energia para o volume de controle SE = Que — Wee + tite (ue + pete + “+ 920) — 1 (us +pyvs + + 92s) (Equagao 15) Agora, verifique que, em ambos os termos do balango de energia, podemos combinar o elemento u + pv, 0 que, como sabemos, representa a entalpia especifica (por unidade de massa), simbolizada por h e medida em unidade de energia por unidade de massa (kJ/kg). Como na pratica podem existir varios locais na fronteira através dos quais a massa entra ou sai, podemos reescrever a Equagao 15 utilizando a nocéo do somatério dessas regides de fluxo, além de simplificar a escrita com a substituicéo da entalpia especifica h = u + pv. Dessa forma, ficamos com: de y a a « AT = Qve — Wee + Yi tite (he +4 + 9) -¥n, (he +4 + 9%) (Equagao 16) Por consequéncia, ndo havendo fluxo de massa de entrada ou saida, as vazées massicas respectivas sdo nulas e os termos correspondentes a entrada e saida de massa desaparecem da equacdo, se reduzindo a forma do balango da taxa de energia para sistemas fechados. Conforme indicam Moran et al . (2018), as equagdes 15 e 16 fornecem um balango contabil para a energia no volume de controle, Assim, as relagdes enunciam que o aumento ou decréscimo da taxa de energia no interior do volume de controle sera, normalmente, igual & diferenca entre as taxas de transferéncia de energia entrando ou saindo ao longo da fronteira Nesse caso, analogamente aos sistemas fechados, os mecanismos para a transferéncia de energia sao calor e trabalho , juntamente a energia que acompanha o fluxo de massa no volume de controle Andlise de Volumes de Controle em Regime Permanente De acordo com Cengel e Boles (2013), muitos sistemas de engenharia podem ser idealizados enquanto regime permanente, indicando que a quantidade total de massa contida no sistema nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex himI7rediract=1 1229 2/2202 20:50 E-book ndo se altera com o tempo. Esse tipo de regime de escoamento é representado na Figura 3.2 Analisemos seu contetido. Elemento «e aquecimento Perda de sal" eletrieo Went tig=tin E Ar Saida—} if deagua | SI quete | tanquecom | i] cy |, aguaquente) ||C 3 |p ervan L VY desgua fria Figura 3.2 - lustrago do principio de conservagao de massa em um aquecedor de égua operando em regime permanente Fonte: Gengel e Boles (2013, p. 220). #PraCegoVer : a imagem apresenta uma ilustragdo de um volume de controle em regime permanente. Hé um bloco retangular na cor rosa e, em seu centro, esté escrito "VC (Tanque com agua quente)’ Uma barra na cor cinza dentro do retangulo indica "Elemento de aquecimento elétrico - taxa de trabalho de entrada”. Na regido direita, parte inferior do bloco, hé uma seta na cor preta a direita, na qual estd escrito “taxa de massa 1 - Entrada de Agua fria’. Na regido esquerda, parte superior do bloco, ha uma seta na cor preta a direita com a frase “taxa de massa 2 igual & taxa de massa 1- saida de agua quente”. Na parte de cima do bloco, hd uma seta na cor rosa para cima, saindo do bloco, indicando “Perda de calor - taxa de calor de saida” De acordo com Moran et al . (2018, p. 136), “para um volume de controle em regime permanente a identidade da matéria no interior do volume de controle varia continuamente, mas a quantidade total em qualquer instante permanece constante”. Desse modo, Gengel e Boles (2013) afirmam que, ao lidarmos com processos de escoamento em regime permanente, ndo estamos interessados na quantidade de massa que escoa para dentro ou para fora de um dispositive ao longo do tempo, mas, sim, na quantidade de massa que escoa por unidade de tempo Como em um processo ocorrendo em regime permanente, ndo ha variagao diferencial na taxa de massa fluindo pelo sistema com o tempo, as taxas totais de vazo méssica nas entradas e saidas so iguais. Assim, utilizando a Equagao 12 do balanco de massa aplicado a um volume de controle com varias entradas e saidas, temos: drive dt 0 => Ym, = Dm, (Equacdo 17) nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex himI7rediract=1 1329 2/2202 20:50 E-book REFLITA Essa Ultima relagdo pode nos fazer pensar que hd igualdade entre as vazées massicas totais na entrada e na saida, logo, 0 sistema se encontra em regime permanente, certo? Nem tanto! Temos que lembrar aqui que, embora as taxas totais de massa nas entradas e saidas de um VC em regime permanente sejam iguais, a igualdade entre as taxas totais de entrada e saida nao implica necessariamente que um volume de controle esteja em regime permanente. Portanto, devemos considerar outros fatores, como a independéncia das propriedades do sistema com 0 tempo. Fonte: Moran et al . (2018, p. 138). Além disso, no regime permanente, a taxa diferencial de energia é dE,./dt = 0, 0 que nos conduz a uma reinterpretagao da Equacao 16: Se ~ 0 Qe — Woe + Site (he + (Equagao 18) Podemos, também, escrever a Equagao 12 como: On + De (he amy =) = Wee + Ding (he +e +92) = 0 (Equagéo 19) A relagdo da Equacéo 13 afirma que a taxa total por meio da qual a energia é transferida para o volume de controle é igual a taxa total por meio da qual a energia é transferida para fora (MORAN et al, 2018). Segundo Moran et al . (2018, p. 136), “embora a quantidade total de massa no interior do volume de controle em qualquer instante seja constante, outras propriedades, como temperatura e pressdo, podem estar variando com o tempo". No caso de sistemas que apresentam uma Gnica entrada e uma tinica saida (corrente tinica), 0 balango de massa pode ser reduzido ao considerar que rite = rity. Ou seja, a vazdio méssica na nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex himI7rediract=1 14129 2/2202 20:50 E-book saida deve ser igual a essa vazdo na entrada. Com isso, podemos fatorar a Equacao 18, obtendo: Que — Wee +18 | (he — hs) + +9 (ze - *)| = 0 (Equagao 20) Repare que os termos de entalpia, energia cinética e energia potencial aparecem na Equacao 19 como diferengas entre os seus valores na entrada e na saida . Alternativamente, considerando que 0 escoamento se dé em corrente Unica, temos, ainda, a relagéo: p, V. Ae = p, Vs As Segundo Gengel e Boles (2013), muitos dispositive de engenharia, como bocais, difusores, turbinas, compressores e bombas, podem ser modelados dessa forma, com apenas uma entrada e saida de massa Ainda de acordo com Moran et al . (2018), a hipétese de regime permanente ¢ aplicavel quando as propriedades do volume de controle apresentam variagdes periédicas ou quando essas propriedades se distanciam pouco de suas médias. Isso pode ocorrer, por exemplo, em méquinas alternativas e em compressores, nos quais os fluxos de entrada e de saida pulsam conforme as valvulas sao abertas ou fechadas . Em geral, duas condigdes devem ser satisfeitas para qualquer dispositivo operando em regime permanente: ndo pode haver variacdo liquida na energia total e na massa no interior do VC e as médias temporais das vazées de massa, taxas de transferéncia de calor e das propriedades das substancias que cruzam a superficie de controle devem permanecer todas constantes Teste seus Conhecimentos (Atividade nao pontuada) Uma vez que a energia pode ser transferida sob a forma de calor, trabalho e vazSo méssica, em que a contabilidade da transferéncia efetiva de uma quantidade é dada pela diferenca entre as quantidades transferidas na entrada e na safda do sistema, o balanco de energia total pode ser escrito por uma diferenca entre toda a energia que entra no sistema e toda a energia que deixa 0 sistema por qualquer uma dessas formas. Considerando os conceitos de balanco de energia em um sistema, analise as afirmativas e assinale a correta. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex him\7rediract=1 1812 2/2202 20:50 E-book © a) O balanco de energia pode ser escrito de forma que o trabalho liquido que entra durante um ciclo ¢ igual ao calor Iiquido que sai © b) 0 trabalho realizado sera positivo mesmo para os sistemas que nao evolve interacdes de trabalho. © ©) Nenhuma energia é transportada com a massa nos sistemas que nao consideram 0 escoamento de massa pelas fronteiras. d) Para um sistema fechado executando um ciclo, os estados inicial e final so idénticos e a variagao da energia do sistema é maior que zero. © e) O balanco de energia pode ser expresso em termos de interagées de calor trabalho em um sistema fechado com fluxo de massa através das fronteiras. Prezado(a) aluno(a), vocé sabia que diversos dispositivos de uso pratico em engenharia , como turbinas, compressores e bocais, operam por longos periodos sob as mesmas condigées em um regime de operagao estavel por longos perfodos de tempo? Conforme vimos, esses dispositivos podem ser clasificados como de escoamento em regime permanente , uma vez que as propriedades do fluido de trabalho permanecem constantes em um ponto fixo por todo 0 processo (CENGEL; BOLES, 2013). Por exemplo, os componentes de uma usina de poténcia a vapor podem operar sem interrupgdes durante varios meses até o sistema ser desligado para manutengao. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_Slebooklindex him\7rediract=1 16129 22511212022 20:50 E-book Bocais e difusores Em bocais e difusores, s6 existe come trabalho code escoamento nos locais onde a massa entra e sai do volume de controle. ‘#PraCegoVer : 0 infografico interativo apresenta 0 titulo “Modelagem termodinamica de dispositivos em regime permanente” e modelo de linha do tempo na horizontal, com trés tépicos para clicar e visualizar 0 contetido escrito e a figura referente a cada um deles. No primeiro tépico, esta escrito "Bocais e difusores: em bocais € difusores, s6 existe como trabalho 0 de escoamento nos locais onde a massa entra e sai do volume de controle”, e ha a imagem de um pulverizador que pulverizando um produto e, ao fundo deste, desfocado, ha folhagens verdes. No segundo t6pico, estd escrito “Turbinas @ compressores: nas turbinas e nos compressores, as variagdes de energia potencial sao despreziveis, e a energia cinética do escoamento do fluido por meio da fronteira é usualmente pequena o suficiente’, e hd a imagem de uma turbina prateada sobre uma superficie branca. J4 no terceiro e ultimo tépico esta escrito “Trocadores de calor: nos trocadores de calor, o nico trabalho é 0 de escoamento nos locais onde a matéria entra e sai, fazendo com que as energias cinética e potencial das correntes de escoamento sejam ignoradas na entrada e na saida’, e ha a imagem de uma unidade condensadora na cor prata meio azulada, com detalhes em cobre, usada em sistemas centrais de ar-condicionado. Dessa forma, vamos descrever, neste t6pico, alguns dispositivos que operam sob regime permanente e sao bastante recorrentes, analisando os aspectos termodinamicos e algumas htlps:fcodely-tmu-contents3.amazonaws.convMoodle/EAD/ConteudolENG_TERMOD_21Vunidade_Slebooklindex html ?radirect=1 1728 2/2202 20:50 E-book aplicagdes comuns de cada dispositivo. Bocais e Difusores Bocais sdo dispositivos que possuem como objetivo aumentar a velocidade de um fluid que escoa através de sua segdo transversal & custa da redugdo de pressio . Por outro lado, os difusores tém por fungdo a desaceleragio de um fluido na direcdo de escoamento , providenciando um aumento de pressdo em funcdo da redugdo da velocidade do fluido. A Figura 3.3 ilustra os dois dispositivos em que a area de secdo reta varia na dire¢do do escoamento para cada fungao. Vamos verificé-la para entender melhor esse conceito: Bool tev) yy Vite bisor its vo-

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