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UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO HUAMBO


DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

N.º de registo______

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE ARMAZENAMENTO


DE DADOS PARA A GRÁFICA LEONEL MARIA – HUAMBO.

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Electrónica e


Telecomunicações, apresentado por Isaac Sanhanga Soma Chimbanda em
2019, orientado pelo professor Msc. Lucas Saviqueia.

HUAMBO - 2019
UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO HUAMBO
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE ARMAZENAMENTO


DE DADOS PARA A GRÁFICA LEONEL MARIA - HUAMBO.

Trabalho subordinado ao tema


”PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE ARMAZENAMENTO DE
DADOS PARA A GRÁFICA LEONEL MARIA
- HUAMBO”, a ser apresentado à
Universidade José Eduardo dos Santos,
como parte dos requisitos para aquisição
do grau de Licenciatura em Engenharia
Electrónica e Telecomunicações
HUAMBO – 2019
FICHA DE APROVAÇÃO

TEMA

“PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE


ARMAZENAMENTO DE DADOS PARA A GRÁFICA LEONEL MARIA -
HUAMBO”

OBJECTIVO

PROPOR A IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE ARMAZENAMENTO DE


DADOS PARA A GRÁFICA LEONEL MARIA DO HUAMBO.

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO HUAMBO

=ISP-HUAMBO=

AUTOR: ISAAC SANHANGA SOMA CHIMBANDA

DATA DE APROVAÇÃO _______ DE JUNHO DE 2019

PRESIDENTE DO CORPO DE JÚRI:_______________________________

1º VOGAL:____________________________________________________

2º VOGAL:____________________________________________________

SECRETÁRIO:_________________________________________________

i
FICHA CATALOGRÁFICA

CANDIDATO: ISAAC SANHANGA SOMA CHIMBANDA

Nº UNIVERSITÁRIO: 12024

TEMA

“PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA INFRA-ESTRUTURA DE


ARMAZENAMENTO DE DADOS EM REDE PARA A GRAFIMAGEM ”

Trabalho subordinado ao tema


”PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE
UM SISTEMA DE ARMAZENAMENTO
DE DADOS PARA A GRÁFICA LEONEL
MARIA - HUAMBO”, a ser apresentado
à Universidade José Eduardo dos
Santos, como parte dos requisitos para
aquisição do grau de Licenciatura em
Engenharia Electrónica e
Telecomunicações
.

TUTOR: Eng.º Lucas Savikeia Msc.

ii
Dedicatória
Dedico em especial com todo amor, respeito e admiraçães com toda a minha
reverência na terra a minha mãe Esperança Tchiondo.
Com todo amor e respeito, dedico este trabalho aos meus queridos sobrinhos.
A família que formei ao Nascimento Márcio Kupapala Luís, José Quarta
Tchipululu, Ismael Cavovo, Pedro Miguel Da Silva, Irelma Francisco, Alda Watyola
e Paulo Henriques Da Silva (espero que o tempo não destrua a nossa amizade).
Por último mas não menos importante, dedico este trabalho a uma pessoa super
especial que já não faz parte deste mundo, a minha motivação de continuar todos
os dias lutando com o propósito de honrar seu nome, ao meu pai Inácio
Chimbanda.

iii
Agradecimentos
Por tudo, muito obrigado SENHOR JESUS.
A minha querida mãe pelo amor, compreensão, apoio, dedicação, orientação.
Aos meus queridos irmãos;
A dona Domingas Gonçalves José Hungulo por ter sido durante toda minha vida
uma mãe para mim.
Ao meu professor “Eng.º Lucas Savikeia”, por ter acreditado em mim, um dos
quais devem ser atribuídos o mérito deste trabalho;
Ao tio Beto Vihinda por tudo que fez por mim.
A todos aqueles que de uma ou outra forma contribuíram para minha formação.

iv
Índice
Resumo....................................................................................................................vii
Abstract...................................................................................................................viii
Lista de figuras.........................................................................................................ix
Lista de abreviaturas................................................................................................xi
Introdução.................................................................................................................1
1.1- Informação.........................................................................................................5
1.1.1 Armazenamento...............................................................................................5
1.1.2- A importância do armazenamento..................................................................5
1.1.3- A evolução do armazenamento de dados......................................................6
1.2. Componentes de uma rede de armazenamento de dados...............................8
1.2.1 Computadores..................................................................................................8
1.2.2 Dispositivos de armazenamento......................................................................9
1.2.2.1 Disco magnético.........................................................................................10
1.2.2.1.1Tecnologias de disco magnético..............................................................11
1.2.2.1.1.1 IDE........................................................................................................12
1.2.2.1.1.2 SCSI......................................................................................................12
1.2.2.1.1.3 SATA.....................................................................................................13
1.2.2.1.1.4 Fibre Channel.......................................................................................14
1.2.2.2 Sistema de segurança................................................................................14
1.2.2.2.1 RAID.........................................................................................................15
1.2.3 Redes de computadores................................................................................16
1.2.3.1 Topologias...................................................................................................17
1.2.3.1.1 Barramento..............................................................................................17
1.2.3.1.2 Estrela......................................................................................................17
1.2.3.1.3 Anel..........................................................................................................18
1.2.3.3.1 Arquitetura do modelo OSI......................................................................21
1.2.3.3.2 Camada física..........................................................................................21
1.2.3.3.3 Camada de enlace de dados...................................................................22
1.2.3.3.4 Camada de rede......................................................................................22
1.2.3.3.5 Camada de transporte.............................................................................22
1.2.3.3.6 Camada de sessão..................................................................................22
1.2.3.3.7 Camada de apresentação.......................................................................23
1.2.3.3.8 Camada de aplicação..............................................................................23
1.2.3.4 TCP/IP.........................................................................................................23
1.2.3.4.1 TCP(Protocolo com controlo da Transmissão)........................................24
1.2.3.4.2 UDP(Protocolo sem controlo da Transmissão).......................................24
v
1.2.3.5 IP (Internet Protocol)...................................................................................24
Capitulo 2 – Redes de armazenamento de dados.................................................26
2.1- Sistemas de armazenamento de dados..........................................................27
2.1.1 Direct Attached Storage - DAS......................................................................28
2.1.2 Network Attached Storage - NAS..................................................................28
2.1.3 Storage Area Network - SAN.........................................................................31
2.2 Comparativo entre NAS e SAN........................................................................32
2.3 NAS...................................................................................................................34
2.3.1 Servidor NAS.................................................................................................34
2.3.2 Controladora NAS..........................................................................................35
2.3.4 Protocolo SMB/CIFS......................................................................................36
2.3.5 Benefícios Limitações do NAS......................................................................36
Conclusões.............................................................................................................37

vi
Resumo
Na década de 80, observou-se a descentralização dos sistemas computacionais
que evoluíram dos ambientes centralizados, como no caso dos sistemas
mainframe, para plataformas distribuídas, onde os sistemas eram separados em
blocos operacionais, com cada um dos blocos realizando uma função específica.
Com a evolução dos sistemas computacionais os sistemas de armazenamento de
dados também tiveram que evoluir para arquiteturas distribuídas.
Essa evolução natural dos dispositivos de armazenamento de dados dos sistemas
computacionais foi motivada pelo uso de conexão directa e dedicada aos
computadores para uma forma mais flexível e compartilhada. A forma adotada foi
através do uso de infra-estruturas das redes de computadores.
Este trabalho analisa as tecnologias das redes de armazenamento de dados
Storage Area Networks (SAN) e Network Attached Storage (NAS) com maior
enfoque, que são as principais arquiteturas que utilizam as tecnologias de redes
para o armazenamento e compartilhamento de dados e com base nos resultados
desta analise propôs-se a implementação de um sistema de armazenamento de
dados em rede para a gráfica Leonel Maria – Huambo de forma contribuir para
melhoria da forma como é mantida e gerenciada o conjunto de dados
armazenados em seu sistema de informação sendo a mesma uma solução free
mas que responde as necessidades de muitas pequenas e medias empresas
quanto ao seu custo beneficio.
Palavras-chave: Armazenamento de dados, Redes de armazenamento de dados,
Protocolos de redes, DAS, NAS, SAN.

vii
Abstract

viii
Lista de figuras
Figura 1 - Evolução das arquiteturas de armazenamento de dados [6]..................8
Figura 2 - Estrutura do disco magnético [8]............................................................12
Figura 3 - Topologia em barramento. [13]..............................................................17
Figura 4 - Topologia em estrela. [13]......................................................................18
Figura 5 - Topologia em anel. [13]..........................................................................19
Figura 6 - Modelo de referência OSI [13]...............................................................21
Figura 7 - Sistema de armazenamento DAS..........................................................28
Figura 8 - Sistema de armazenamento NAS..........................................................30
Figura 9 - Sistema de armazenamento SAN..........................................................32
Figura 10-comparativo com as principais características entre DAS, NAS e SAN.
................................................................................................................................34

ix
Lista de tabelas

Tabela 1 - Geração dos computadores....................................................................9


Tabela 2 -Camadas do protocolo TCP/IP...............................................................24

x
Lista de abreviaturas
CIFS – Common Internet File System
DAS – Direct Attached Storage
FDDI - Fiber Distributed Data Interface
FTP - File Transfer Protocol
ISO - International Standarization Organization
LAN - Local Area Network
LVM - Logical Volume Manager
MAN - Metropolitan Area Network
NAS - Network Attached Storage
NFS - Network File System
OSI - Open Systems Interconnection
RAID - Redundant Array of Independent Disks
SAN - Storage Area Networks
SCSI - Small Computer Systems Interface
TCP/IP - Transfer Control Protocol/Internet Protocol
WTC - World Trade Center
WAN - Wide Area Network
TCP – Transmission Control Protocol
UDP – User Datagram Protocol
IP – Internet Protocol

xi
Introdução
As informações estão certamente entre os bens mais importantes e críticos das
organizações. As tarefas realizadas pelas empresas envolvem cada vez mais
novas tecnologias de informação tornando assim mais frequente o uso de redes
de computadores nas empresas, seja ela pequena, media ou grande empresa.
Com isso, tem-se verificado um aumento na procura por soluções de
armazenamento que atenda os requisitos de segurança da informação tais como
a segurança e disponibilidade da própria informação tendo em conta a relação
custo beneficio.
O armazenamento e a comunicação digital representam o alicerce de todo
sistema de informação moderno sendo a infra-estrutura básica da Tecnologia da
Informação. Os meios foram evoluindo de cartões perfurados para estado sólido,
de cabos coaxiais para rádio frequência, mas os seus papéis continuam sendo os
mesmos. Sistemas de armazenamento e comunicação digitais são arquitetados
baseados na premissa básica de que a informação está em constante movimento
[1].
Desta feita, com essa quantidade de dados que ficam cada vez maior começam a
surgir problemas de como armazenar essa grande quantidade de dados nos
dispositivos de armazenamento disponíveis atualmente no mercado.
Assim surgem os sistemas de armazenamento em rede, de modo a dar resposta
a esses problemas.
Centralizando o armazenamento através de redes dedicadas de alta performance
separadas das LANs e WANs, com melhor capacidade de gestão, maior
escalabilidade, alta disponibilidade e com a redução do custo do armazenamento
e segurança, os denominados Network Attached Storage ou NAS e os Storage
Area Networks ou SANs.
Um sistema NAS é essencialmente uma solução de armazenamento plug-and-
play baseada em arquitetura padrão de rede e conectada a uma LAN, MAN ou
WAN. Sua estrutura elimina gargalos de I/O de servidores em redes
heterogêneas, oferecendo armazenamento e compartilhamento de arquivos com
ótima relação custo-benefício. Por outro lado, um sistema SAN de uma arquitetura
fibre channel aberta e escalável que interconecta sistemas de armazenamento,
dispositivos de backup e servidores a alta taxas de transferência com maior custo

1
de investimento [2].
O presente trabalho é sobre uma proposta de implementação de baixo custo de
um tipo de sistema de armazenamento de dados, chamada de NAS. Durante o
trabalho também são mostradas as características desta proposta e os motivos
que levaram o NAS ter sido melhor opção com a finalidade de alcançar os
objectivos predispostos na investigação.
Situação problemática
A gráfica Leonel Maria do Huambo é uma empresa do sector privado que se
dedica nos serviços gráficos de criação e impressão digital e para isso usa as
tecnologias de informação e comunicação para o desenvolvimento de suas
tarefas e consequentemente para o bom funcionamento da organização.
Apos algumas visitas constatou-se que, são geradas um grande número de
informações no desenvolvimento de suas actividades. Informações essas que
necessitam de estar armazenadas, organizadas e disponibilizadas sempre que
necessário, atendendo o fluxo de trabalhos.
Tem-se verificado constante avarias nos equipamentos da organização o que tem
muitas das vezes impossibilitado o cumprimento de alguns dos prazos de certos
trabalhos isto porque vezes há que informações extremamente importante
acabam ficando inacessível isto por falha técnica nos equipamentos facto que tem
criado constrangimentos entre os colaboradores da gráfica e seus clientes.
A estas problemáticas junta-se a necessidade de proporcionar aos funcionários
da gráfica Leonel Maria um ambiente que proporcione a redução dos problemas
vividos no quotidiano da organização quanto as informações disponíveis nos
sistemas computacionais o que constitui matéria imprescindível para seus
produtos e serviços.
Formulação do Problema:
Como melhorar o sistema de gerenciamento dos dados da gráfica Leonel Maria
do Huambo
Objecto de estudo:
O processo de armazenamento de dados da gráfica Leonel Maria Huambo.
Campo de acção:
Sistemas de armazenamentos de dados.
Caracterização do contexto de estudo:

2
Redes de armazenamento de dados.

3
Objetivo geral
Propor a implementação de um sistema de armazenamento de dados para a
gráfica Leonel Maria do Huambo.
Objetivos específicos
 Fundamentar os aspectos teóricos relativos ao armazenamento de dados;
 Sistematizar os referentes teóricos e metodológicos sobre os sistemas de
armazenamento de dados
 Desenvolver uma comparação entre os sistemas de armazenamento de
dados (DAS, SAN E NAS);
 Apresentar um protótipo funcional do sistema proposto e avaliar os
resultados obtidos.
Metodologia
A metodologia da pesquisa será baseada em pesquisas bibliográficas e estudo de
campo, o processo de pesquisa será desenvolvido com base em material já
elaborado, constituído principalmente de artigos científicos e livros; O tipo de
metodologia é exploratória e para isso os métodos utilizados são observação,
entrevista, histórico-lógico, analítico, sintético, modelação e prático.
Entrevista: realizou-se conversas com o pessoal que constitui o colectivo de
colaboradores da gráfica de modo a saber da existência de um sistema de
armazenamento de dados e da necessidade de um.
Observação: realizou-se visitas de modo a saber das reais necessidades no local
de serviços isso na gráfica Leonel Maria do Huambo.
Histórico Lógico: analisaram-se antecedentes, onde se mostra o
desenvolvimento da tecnologia em questão desde a sua origem até a atualidade.
Análise-síntese: aplicada a biografias sobre o tema, a informação e documentos
selecionados durante a revisão da literatura primeiro analisam-se a partir das
perguntas da investigação e os critérios de qualidade assumidos, extraem-se as
respostas às perguntas, e logo realiza-se a síntese da informação extraída
mediante diversas formas (texto, tabelas e gráficos). De forma tal que sirva de
pedestal de uma coluna teórica para o trabalho.
Modelagem: desenvolveu-se um desenho por intermedio de um software de
modelagem que permitiu fazer uma ilustração do modelo do sistema de
armazenamento proposto.

4
Prático: simulação de um ambiente computacional com o sistema funcionando
permitindo assim uma melhor apreciação do sistema e suas vantagens na prática.
Estrutura do trabalho
Estruturalmente, este trabalho contará com 2 capítulos, sendo abordado no
primeiro capitulo os aspectos relacionados a toda fundamentação teórica sobre os
sistemas armazenamento, bem como um breve historial sobre a tecnologia.
No segundo capítulo estará descrita os aspectos relacionados a modelagem do
sistema bem como a configuração do sistema operacional usado durante a
implementação da rede de dados bem como suas potencialidades a nível das
pequenas empresas.
Finalmente será apresentado o protótipo funcional, conclusões obtidas através
das pesquisas efectuadas sobre o problema e as recomendações.

5
Capítulo 1: Fundamentação teórica sobre as redes de armazenamento de dados.

Neste capítulo apresentaremos uma revisão das principais bibliografias


relacionados ao armazenamento de dados. Trataremos subtemas como:
informação, armazenamento, componentes de uma rede de armazenamento,
redes de computadores e no final culminaremos com principais protocolos
relacionados com as redes de armazenamento de dados.
1.1- Informação
A informação sintoniza o mundo. Como onda ou partícula, participa na evolução e
da revolução do homem em direção à sua história. Como elemento organizador, a
informação referencia o homem ao seu destino; mesmo antes de seu nascimento,
através de sua identidade genética, e durante sua existência pela sua
competência em elaborar a informação para estabelecer a sua odisséia individual
no espaço e no tempo. A importância que a informação assumiu na actualidade
pós-industrial recoloca para o pensamento questões sobre a sua natureza, seu
conceito e os benefícios que pode trazer ao indivíduo e no seu relacionamento
com o mundo em que vive [3].
1.1.1 Armazenamento
De forma geral, armazenamento é o acto ou efeito de armazenar, guardar, juntar
qualquer coisa em algum lugar de forma que seja possível resgatá-la, consultá-la,
usá-la ou consumi-la posteriormente. Pode-se armazenar diversos produtos,
desde sólidos, líquidos ou gases.
Na informática, chamamos de armazenamento o acto de armazenar
informações em algum dispositivo físico. Um dispositivo de armazenamento é um
hardware capaz de armazenar uma quantidade considerável de informação [4].
1.1.2- A importância do armazenamento
Durante a evolução humana, inúmeras experiências começaram a ser aprendidas
e transformadas em informação para serem compartilhadas. Entre 10 mil e 6.500
anos atrás, após os adventos dos primeiros desenhos e com a evolução da
comunicação, processos de habitação, início da agricultura e adestração de
animais, havia-se constatado a necessidade se se registrar todo este
conhecimento. Começou-se então a se definir sons primários e padrão para a
comunicação, e com o uso das primeiras ferramentas colocar-se os registros em
pedra e madeira [5].

6
As primeiras formas de armazenamento da informação permitiram aos habitantes
daquela época guardar as informações em forma de registros de modo que
pudesse ser utilizada futuramente por um membro da sociedade caso
necessitasse conforme espelhado no parágrafo acima.
Com o passar dos anos, as sociedades foram aumentando, suas capacidades
intelectuais evoluindo de forma constante através do acúmulo de informação
armazenada ao longo das gerações. Cidades e sociedades foram se formando e
com elas suas respectivas falas e escritas, utilizadas para ordenar todo o
conhecimento e informação ao longo dos seus séculos de vida. [5]
As ferramentas utilizadas, já evoluídas passaram a utilizar novas formas de
armazenamento. As inscrições em rocha, madeira e até argila passaram a ser
portáteis, assim poderiam ser carregadas e transportadas, levando o
conhecimento e registro para onde fossem necessários. Estas eram as primeiras
tecnologias de transmissão da informação das sociedades. [5]
Durante o século VI dc. a tinta começara a ser implementada no lugar dos
entalhes e as superfícies de papel foram inventadas para facilitar o
armazenamento, além de fornecer uma maior segurança e durabilidade durante o
transporte do conhecimento adquirido [5].
Com o passar dos anos, os mais sábios de cada sociedade verificaram a
importância de ordenar todos os registros já conquistados ao longo de séculos e
que a perda deste seria a ruína de seu grupo. Logo, armazenar de forma segura
ao longo dos anos tornou-se essencial. Daí as primeiras construções de templos
e bibliotecas - locais de fundamentais para o armazenamento das informações
obtidas - que organizadas de modo padrão, tornar-se-iam conhecimento
fundamental para a prosperidade das futuras gerações [5].
1.1.3- A evolução do armazenamento de dados
A utilização da Tecnologia da Informação é uma necessidade de todas as
empresas que devem estar continuamente buscando novas soluções que
reduzam os custos operacionais, aumentem a produtividade e melhorem o serviço
aos seus clientes. Isto implica na utilização de soluções como Enterprise Resouce
Planing - ERP, DataWarehouse, E-commerce, Customer Relationship
Management - CRM, correio eletrônico entre outras. Todas estas aplicações tem
um denominador em comum: informação. A informação é o cerne de todas estas

7
aplicações e o activo estratégico de qualquer empresa que queira se manter
competitiva no mercado [2].
Nos anos 80 e 90, várias empresas fizeram downsizing e a descentralização com
a disseminação das redes locais. Aos poucos descobriu-se que haviam vários
servidores atendendo a aplicações individuais cada um com seus recursos
próprios de armazenamento e de segurança a altos custos de gerenciamento. O
gerenciamento e localização destas informações, espalhadas por centenas de
máquinas, em inúmeras redes distribuídas, torna-se uma tarefa dificílima, senão
impossível [2].
O gerenciamento de um ambiente distribuído é complexo devido a diversidade de
tecnologias e fornecedores envolvidos. Como consequência, tem-se altos tempos
de resposta, níveis baixo de disponibilidade e alto custo de propriedade [2].
A falta de gerenciamento adequado destas informações, pode causar grandes
dificuldades para a tomada de decisões importantes no mercado cada vez mais
competitivo.
As novas tecnologias como Fibre Channel, Clustering e Storage Networking estão
transformando todo este cenário, causando uma verdadeira revolução nos
conceitos de armazenamento de dados.
O armazenamento está caminhando em dois sentidos simultâneos:
decentralização, eliminando-se as ilhas existentes actualmente; e a
externalização, separando o armazenamento da ligação física com os servidores.
Com base nisso, as informações estão se deslocando do modelo server-centric
para o modelo information-centric onde a informação passa a ser o cerne do
negócio e activo estratégico de qualquer organização [2].
A figura 1 mostra a evolução da arquitetura de armazenamento em relação aos
actuais, do processamento centralizado com controladoras dedicadas ao
armazenamento centralizado para o modelo client/server com a distribuição de
dados, e atualmente para o armazenamento em rede onde o objetivo é o acesso
universal dos dados, com ferramentas que permitem o gerenciamento dos dados
armazenados.

8
Figura 1 - Evolução das arquiteturas de armazenamento de dados [6].
1.2. Componentes de uma rede de armazenamento de dados
1.2.1 Computadores
O computador é um dispositivo electrónico capaz de receber, processar,
armazenar e mostrar dados com finalidade de realizar operações matemáticas.
Os computadores fazem parte dos instrumentos que o homem inventou e
desenvolveu buscando agilizar suas atividades. As primeiras aplicações dos
computadores foram como instrumento para agilizar a execução de operações
matemáticas, contudo hoje sua aplicação se encontra em praticamente todos as
atividades do ser humano [7].
Com o surgimento dos computadores veio a necessidade dos dispositivos de
armazenamento dos dados, tanto dos dados a serem processados quanto aos
dados resultantes destes processamentos.
A história do computador remonta ao surgimento do mais antigo equipamento
para cálculo, o ábaco. Surgido da tentativa do homem de se livrar dos trabalhos
manuais e repetitivos e da necessidade inata de se fazer contas mais rápida e
precisamente, o ábaco provavelmente foi criado por volta de 2500 A.C [7].
Existem várias formas de se organizar os principais momentos históricos ligados à
invenção e desenvolvimento dos computadores modernos. Desta feita usamos a
tabela xxx para ilustrar a evolução dos computadores em gerações tendo em
conta os marcos históricos partindo da utilização das válvulas aos
microprocessadores que têm estado a evoluir ate aos dias actuais.

9
Tabela 1 - Geração dos computadores
1.2.2 Dispositivos de armazenamento
Entre as partes mais importantes de um sistema computacional estão os
dispositivos que permitem salvar seus trabalhos. Os componentes físicos, ou
materiais, onde os dados são armazenados chamam-se meios de
armazenamento. Os meios de armazenamento evoluíram drasticamente desde a
infância dos computadores, e esse ritmo vem sofrendo aceleração desde a
entrada em cena dos micros [2].
Desde o surgimento dos sistemas computacionais existe a necessidade de
armazenamento de dados. Eles são passíveis de serem armazenados para uso
imediato ou futuro, tanto os dados de entrada, que serão processados pelos
sistemas computacionais, como os dados intermediários, usados durante o
10
processamento, quanto os dados resultantes do processamento.
Segundo [2] os dispositivos de armazenamento de dados dos sistemas
computacionais podem ser classificados em duas tecnologias, podendo ser:
Armazenamento magnético que são os disquetes, discos rígidos e fitas
magnéticas;
Armazenamento óptico que são os CD-ROM, WORM e meios ópticos
magnéticos.
Entre os dispositivos de armazenamento de dados, os dispositivos magnéticos
são amplamente usados pelos sistemas computacionais, pois oferecem as
seguintes vantagens:
• Baixo custo: devido às tecnologias empregadas e ao grande volume de
produção. Para se ter uma idéia, hoje o armazenamento em disco magnético é
mais barato que o armazenamento em papel.
• Alta confiabilidade: Os discos magnéticos estão entre os dispositivos
eletromagnéticos mais confiáveis produzidos atualmente. A maioria dos discos
magnéticos de mercado possui MTBF13 maior que um milhão de horas.
• Universalidade: Nas últimas décadas, as tecnologias de conexão dos discos
magnéticos aos sistemas computacionais têm sido padronizadas. Hoje, a maioria
dos discos magnéticos pode ser usada com a maioria dos sistemas
computacionais.
Apesar de existirem outras tecnologias de armazenamento de dados, como os
discos ópticos, os discos de estado sólido, etc, as tecnologias de discos
magnéticos, são amplamente utilizados por oferecem vantagem como o baixo
custo, o tipo de armazenamento permanente e on-line necessário aos sistemas
computacionais atuais.
1.2.2.1 Disco magnético
Discos magnéticos, também conhecidos como discos rígidos, memória de massa
ou ainda memória secundária é a parte do computador onde são armazenados os
dados de forma persistente. O disco rígido é uma memória não-volátil, ou seja, as
informações não são perdidas quando o computador é desligado, sendo
considerado o principal meio de armazenamento de dados em massa. Dada essa
característica é um meio para realizar, reincidentemente, a execução de
programas e carregar arquivos contendo os dados inseridos anteriormente à

11
última inicialização do computador [8].
Desta forma, os discos magnéticos desempenham dois papéis importantes nos
sistemas de computadores. (1) Armazenamento não-volátil de longo prazo para
arquivos, mesmo quando nenhum programa esteja em execução. (2) Um nível de
hierarquia de memória abaixo da memória principal, usado como apoio para a
memória virtual durante a execução de programas [8].
Desde os primeiros computadores ficou clara a necessidade de armazenar dados.
No início com uso de cartões perfurados e depois fita magnética. Foi somente em
1956 que a IBM lançou o primeiro sistema com discos rígidos magnéticos, o
RAMAC 305 [7] [9].
Desde então muitas tecnologias tentaram tomar o lugar dos discos magnéticos
como principal meio de armazenamento de memória de massa, entre elas
destacam-se: as fitas magnéticas, os discos ópticos, e, mais recentemente, as
memórias de estado sólido (SSD – Solid State Disc). Com exceção desta última,
que se tornou dominante nos sistemas embarcados, e em aplicações de mais
baixa capacidade, nenhuma tecnologia ameaçou historicamente a hegemonia dos
discos magnéticos na função de memória secundária nos sistemas de
computação. Isso se deve principalmente a dois factores [8]:
 Constante evolução na capacidade de armazenamento
 Redução do custo por bit a cada nova geração da tecnologia.
1.2.2.1.1Tecnologias de disco magnético
As tecnologias usadas pelos discos magnéticos são os principais responsáveis
pela determinação da velocidade de transmissão em que o disco será capaz de
operar isto e escrita e leitura dos dados.
A controladora de disco é conectada diretamente ao barramento do computador e
em alguns casos está integrada a placa-mãe e podem manipular uma ou mais
unidades de disco.
Existem varias interfaces mas de modo objectivo listaremos abaixo algumas das
interfaces mais utilizadas actualmente.

12
Figura 2 - Estrutura do disco magnético [8].
1.2.2.1.1.1 IDE
A Integrated Drive Eletronics – IDE foi criada em 1983 sendo uma evolução da
ST-506 integrando os circuitos da controladora ao próprio disco criando uma
interface mais simples e mais confiável. Podem atingir taxas de transferência de
até 100 MB por segundo [2].
Embora o padrão tenha definido a designação ATA desde o início, o mercado
inicial divulgou a tecnologia como IDE (e sucessora EIDE). Embora estas
designações fossem meramente comerciais e estes termos aparecem muitas
vezes ao mesmo tempo. O termo Integrated Drive Electronics (IDE) refere-se não
somente à definição do conector e interface, mas também ao fato do controlador
estar integrado à unidade de disco rígido, escusando a placa-mãe dessa função
[8].
1.2.2.1.1.2 SCSI
O padrão SCSI (Small Computer Systems Interface) foi criado em 1979 quando a
empresa Shugart Associates desenvolveu a interface paralela de conexão a
discos chamada SASI (Shugart Associates Systems Interface). Ela suportava um
conjunto pequeno de comandos e funcionava a uma taxa de 1,5 MB/s. Em 1981,
a Shugart Associates e outra empresa, a NCR Corporation, unem-se para
convencer o comitê de padronização da ANSI a tornar o SASI um padrão. Foi,
somente, em 1986, que o primeiro padrão SCSI foi publicado pelo grupo de
trabalho X3T9.2 da ANSI [7].
Uma das principais diferenças da interface SCSI com as outras interfaces na
época era que o controle do processo de comunicação estava no próprio
13
periférico. Outras vantagens incluem cabeamento mais comprido, possibilidade de
conectar até 7 periféricos (posteriormente foi aumentado para 15) em uma única
interface SCSI. Os periféricos podem ser de vários tipos (discos, fitas, CDs,
scanners, etc). Outra vantagem da interface SCSI sobre as demais é a
possibilidade de manter e administrar uma fila de comandos e permitir o
enfileiramento de requisições de vários periféricos. Isto significa, por exemplo, que
a controladora de disco trabalha em multitarefa [7].
O primeiro padrão SCSI, também conhecido por SCSI-1, definiu um barramento
paralelo de 8 bits trabalhando a uma taxa de transferência de 5 MB/s, com
possibilidade de conectar até 7 periféricos [7].
O SCSI continuou sendo aperfeiçoado chegando a ser publicado em 1996 o
padrão SCSI-3, uma das principais novidades desse aperfeiçoamento foi a adição
de um esquema de interconexão serial além da paralela. O padrão foi dividido em
múltiplos níveis, oferecendo mais alternativas para o nível físico, podendo ser:
SCSI Serial, Fibre Channel, SSA, IEEE 1394, InfiniBand, entre outras [7].
1.2.2.1.1.3 SATA
Serial ATA, SATA ou S-ATA é o sucessor da tecnologia ATA. Diferentemente dos
discos rígidos ATA, que transmitem os dados em um barramento de quarenta ou
oitenta fios paralelos, os discos rígidos SATA transferem os dados em série
através de uma conexão ponto a ponto. Os cabos Serial ATA são formados por
dois pares de fios (um par para transmissão e outro par para recepção) usando
transmissão diferencial, e mais três fios para o aterramento, totalizando 7 fios.
Isso permite o uso de cabos com menor espessura que facilitam a ventilação do
gabinete.
As principais vantagens sobre a interface ATA são [8]:
 Maior rapidez na transferência de dados devido a maior imunidade à ruído
e cross-talk;
 Possibilidade de remover ou acrescentar dispositivos enquanto em
operação (hot swapping);
 Utilização de cabos mais estreitos que permitem o resfriamento de forma
mais eficiente;
 Capacidade de reconhecer os dispositivos de imediato após serem
conectados;

14
 Ligação de dispositivos externos através do conector eSATA;
Codificação de linha codificação conhecido como 8B/10B, também usado nas
interfaces de rede Ethernet. O padrão de interface dos controladores SATA é
chamada AHCI (Advanced Host Controller Interface) que permite a utilização de
recursos avançados, como o já mencionado hot plug e NCQ (Native Command
Queuing) [8].
1.2.2.1.1.4 Fibre Channel
Fiber Channel, ou FC, é uma tecnologia de rede que opera a taxa de gigabits por
segundo e é usada para a construção de redes de armazenamento (SAN). O FC
foi utilizado primariamente no campo dos supercoputadores, mas actualmente é o
padrão de conexão para SAN em datacenters e ambientes cooporativos. Apesar
do nome, o FC pode operar tanto em meio óptico como em cobre através de
pares transados. Através da infra-estrutura óptica uma SAN FC pode ter cobertura
de até 10km entre duas portas. O protocolo FC é utilizado para o transporte de
dados de forma análoga ao protocolo TCP em redes IP, e predominantemente
transporta comandos SCSI ao longo da rede FC [8].
1.2.2.2 Sistema de segurança
A necessidade de armazenar cada vez mais informações cresceu mais
rapidamente do que a capacidade dos discos magnéticos podiam oferecer
isoladamente. Uma solução foi desenvolvida para atender a essa necessidade.
Ela é baseada num processo de agregação e virtualização de vários discos,
criando-se um disco virtual de maior capacidade. O conceito de agregação de
discos magnéticos surgiu para aumentar a capacidade e melhorar o desempenho
e a disponibilidade dos dispositivos de armazenamento. As funções básicas na
agregação de discos são [7]:
 Concatenação – discos concatenados se apresentam como se fosse um
grande e único disco virtual de maior capacidade.
 Distribuição – também conhecido com “ stripping” permite aumentar o
desempenho ao distribuir informações em vários discos físicos simultaneamente.
Além disso, apresenta um grande e único disco virtual de maior capacidade.
 Espelhamento – informações idênticas são escritas em dois ou mais
discos. Do ponto de vista do sistema computacional, o espelhamento é visto como
um único disco.

15
 Combinação – vários discos são agregados usando-se técnicas RAID para
distribuír dados entre eles. Grava-se uma informação de redundancia nos discos
para garantir integridade de dados. Além disso, apresenta um grande e único
disco virtual de maior capacidade.
1.2.2.2.1 RAID
O sistema RAID surgiu em 1987 pelos pesquisadores Patterson, Gibson e Katz,
da Universidade da Califórnia, Berkeley.
O RAID (Redundant Array of Independent Disks) em português: Conjunto Redundante
de Discos Independentes é uma tecnologia na qual os dados são armazenados de
forma distribuída entre grupos de disco para conseguir ao mesmo tempo
redundância e taxas mais altas de transferência de dados. Ao invés de armazenar
os dados em um único disco rígido que pode falhar, o RAID mantém uma forma
de redundância de informação baseada nos dados gravados entre diversos discos
do grupo de disco [4].
O RAID constitui-se a base para todas as funcionalidades esperadas num sistema
de armazenamento, em termos de proteção dos dados, tolerância a falhas, altos
níveis de desempenho, grande capacidade de armazenamento e escalabilidade.
A implementação de um sistema RAID somente é possível utilizando as
controladoras SCSI que permitem a conexão e configuração de vários discos a
fim de obter as vantagens que o RAID proporciona [2].
Os sistemas RAID foram projectados com base em três principios fundamentais
para seu funcionamento.
 Vários discos acessados em paralelo fornecerão uma taxa de I/O superior
a de um único disco;
 O armazenamento de dados redundantes em vários discos fornecerão
tolerância a falha;
 Usando tecnologia de Hot Plug pode-se trocar o dispositivo sem
necessidade de parada do servidor.
Existem vários tipos de configuração de RAID desde o RAID 0 desta feita
alistamos alguns dos tipos de RAID existentes:
RAID 0: Distribuição de dados em vários discos (stripping). Neste caso, as
informações são espalhadas em vários discos para se ter um desempenho maior
fazendo a gravação em paralelo entre eles. As taxas de transferências são muito

16
altas, mas não há proteção contra falhas nos discos.
RAID 1: Espelhamento (mirror). Todos os dados são sempre gravados em dois ou
mais discos, o que oferece a mais alta confiabilidade de dados. Para leitura, a
taxa de transferência de dados é mais alta do que para um único disco, pois pode
ler de qualquer um dos discos simultaneamente.
RAID 2: Distribuição de dados em vários discos, com informação de redundância
(paridade) sendo gravada em multíplos discos. A paridade que se usa é o código
de detecção de erros Hamming code. Na prática, não é um método usado porque
as próprias controladoras de discos atuais já possuem mecanismos de detecção e
correção de erros.
RAID 3: Distibuição de dados em vários discos com um disco adicional de
redundância (paridade). Todos os discos trabalham de forma sincronizada. A
gravação é feita de forma simultânea, em “ tiras” (“ stripes” ) por todos os discos
de dados. No disco de paridade, a informação gravada é operação lógica XOR de
todos os dados da “ tira” . A unidade de informação usada dos discos é um único
byte. No caso da falha de qualquer disco, é possível continuar entregando dados
a partir dos discos restantes.
RAID 4: Similar ao RAID 3, porém não trabalha de maneira sincronizada e a
informação básica de informação da “ tira” , usada para calcular a redundância
(paridade) é um blocos de dados (em média de 1 a 8 Kbytes).
RAID 5: Similar ao RAID 4, porém ao invés de usar a paridade em um único
disco, todos os discos contém tiras para dados e tiras para armazenar a paridade
dos outros discos do grupo RAID.
RAID 6: Similar ao RAID 5, mas grava um segundo disco de paridade. Assim, é
possível mesmo depois da falha simultânea de dois discos de dados, continuar
entregando dados;
RAID 0+1: Também chamado pela indústria de RAID 10, usa de maneira conjunta
as duas técnicas: divisão de dados e espelhamento. Obtém-se o melhor
desempenho por conta do paralelismo do RAID-0 e a proteção oferecida pelo
RAID-1.
1.2.3 Redes de computadores
Uma rede é um conjunto de sistemas ou objectos ligados entre si. O exemplo
mais comum de uma rede é um sistema telefónico, conhecido como Public

17
Switched Telephone Network [10].
As redes de comunicação são indispensáveis ao funcionamento de praticamente
todas as estruturas da sociedade. No nosso dia-a-dia, é quase certa a utilização
de pelo menos um serviço dependente de uma rede de comunicação [11].
Um dos exemplos mais frequentes na nossa sociedade actual e a crescente
utilização das redes sociais como veiculo de comunicação usando com base a
internet.
O projecto de desenvolvimento de redes tornou-se assim uma aréa indispensável
para dar resposta ás necessidades de comunicação dos mais variados serviços
da sociedade actual [11]. Desta feita interessa-nos saber os conceitos e princípios
que estão por trás das soluções e recursos que tornam possível a comunicação
dos mais variados tipos de dados entre inúmeros dispositivos geograficamente
distribuídos.
1.2.3.1 Topologias
1.2.3.1.1 Barramento
No modelo de conexão denominado rede em bus, também conhecido como
barramento, todos os computadores são ligados em um mesmo barramento físico
de dados.
Apesar de os dados não passarem por dentro de cada um dos nós, apenas uma
máquina pode “escrever” no barramento num dado momento, todas as outras
“escutam” e recolhem para si os dados destinados a elas [12].
Quando um computador estiver transmitindo um sinal, toda a rede fica ocupada e
se outro computador tentar enviar outro sinal ao mesmo tempo, ocorre uma
colisão e é preciso reiniciar a transmissão [12].

18
Figura 3 - Topologia em barramento. [13]
1.2.3.1.2 Estrela
Na topologia de rede designada por Rede em estrela, toda a informação deve
passar obrigatoriamente por uma estação central inteligente, que deve conectar
cada estação da rede e distribuir o tráfego para que uma estação não receba,
indevidamente, dados destinados às outras. É neste aspecto que esta topologia
difere da topologia barramento: uma rede local que use um hub não é
considerada como estrela, pois o tráfego que entra pela porta do hub é destinado
a todas as outras portas. Porém, uma rede que usa switches, apenas os dados
destinados aquele nó são enviados a ele. As redes em estrela, que são as mais
comuns hoje em dia, utilizam cabos de par trançado e uma switch como ponto
central da rede [12].

Figura 4 - Topologia em estrela. [13]

1.2.3.1.3 Anel
Na topologia em anel cada dispositivo os pacotes circulam por todos os
dispositivos da rede, tendo cada um o seu endereço. O fluxo de informaç ão é
unidireccional, existindo um dispositivo (hub) que intercepta e gere o fluxo de
dados que entra e sai do anel. A tecnologia token ring aparece usualmente com
esta topologia [14].

19
Figura 5 - Topologia em anel. [13]
1.2.3.2 Protocolos de rede
No final da década de 1960, a agencia ARPA (Advanced Reasearch Projects
Agency) iniciou o projecto de uma rede de computadores conhecida como
ARPANET. O objectivo era implementar a rede física de suporte às comunicações
e uma arquitetura de cominicação e respectivos protocolos. Uma das primeiras
arquiteturas de comunicação a surguir foi uma arquitetura de quatro camadas
desenvolvida pelo departamento de defesa. O departamento de defesa serviu de
base à arquitetura mais usada actualmente, a arquitetura TCP/IP [11].
1.2.3.3 Modelo OSI
Tendo em conta o surguimento das redes e normal que se questione como os
dispositivos se comunicavem entre si numa rede, tendo eles muitas das vezes
funcionalidades diferentes ou mesmo de fabricantes diferentes.
A resposta a esta pergunta é a criação de standards. Os standards são regras
seguidas pelos fabricantes no desenvolvimento dos seus produtos [11].
Em relação as redes de comunicação, também foi necessário criar standards que
garantissem a interligação e a interoperabilidade entre dispositivos da rede. Os
primeiros standards de rede foram criados com o aparecimento da primeira rede
de dados em 1969 – ARPANET. A ARPANET ligava a Universidade da Califórnia
em Los Angeles, o Instituto de Investigação em Standford, a Universidade da
Califórnia em Santa Bárbara e a Universidade de Utah. A comunicação entre os
dispositivos de rede baseava-se na transmissão de pacotes de dados com a
indicação dos endereços destino e origem. Para garantir a interoperabilidade e a
interligação, definiram-se standards que especificavam o formato dos pacotes e a
20
interligação física ao meio de comunicação. Assim, juntamente com a primeira
rede de dados, definiu-se o que pode ser considerado o primeiro modelo de
referência para a interligação de computadores [11].
A abordagem usada no desenvolvimento dos modelos de comunicação constitui
em dividir o processo de comunicação em camadas. A cada camada do modelo
são associadas funções e serviços. A divisão do processo de comunicação em
camadas tem diversas vantagens [11]:
 Reduz a complexidade do processo de comunicação – garantir a
entrega dos dados desde a sua produção até à sua transmissão física através de
redes com diferentes tecnologias é um processo bastante complexo.
 Facilita o desenvolvimento de software e de dispositivos hardware
intervenientes no processo de comunicação – os fabricantes podem
desenvolver livremente produtos dedicados a uma determinada camada sem
recearem a sua interoperabilidade com produtos de outras camadas.
 Permite o desenvolvimento modular do processo de comunicação –
Podem desenvolver-se novos protocolos ou incluir novos serviços numa qualquer
camada sem ter de alterar as restantes.
 Permite a utilização de pprotocolos proprietários numa determinada
camada, ao mesmo tempo que utiliza protocolos standards nas restantes
camadas – é natural que um fabricante desenvolva novos serviços e protocolos
em determinadas camadas do modelo de comunicação com objectivo de se
distinguir dos restantes fabricantes. Surgem, assim os protocolos proprietários
que apenas operam dentro da gama de produtos do fabricante a que pertence.

21
1.2.3.3.1 Arquitetura do modelo OSI
O modelo de referência OSI é o método para descrever como os conjuntos
interconectados de hardware e software de rede podem ser organizados para que
trabalhem concomitantemente no mundo das redes. Com efeito, o modelo OSI
oferece um modo de dividir arbitrariamente a tarefa da rede em pedaços
separados, que estão sujeitos ao processo formal de padronização.
Para fazer isso, o modelo de referência OSI descreve sete camadas de funções
de rede, descritas a seguir e ilustradas na Figura

Figura 6 - Modelo de referência OSI [13].


1.2.3.3.2 Camada física
A camada física trata da transmissão de bits brutos por um canal de
comunicação. O projeto da rede deve garantir que, quando um lado enviar um bit
1, o outro lado o receberá como um bit 1, não como um bit 0. Nesse caso, as
questões mais comuns são a voltagem a ser usada para representar um bit 1 e
um bit 0, a quantidade de nanossegundos que um bit deve durar, o fato de a
transmissão poder ser ou não realizada nos dois sentidos simultaneamente, a
forma como a conexão inicial será esta belecida e de que maneira ela será
encerrada quando ambos os lados tiverem terminado, e ainda quantos pinos o
conector de rede terá e qu al será a finalidade de cada pino. Nessa situação, as
questões de projeto lidam em grande parte com interfaces mecânicas, elétricas e
de sincronização, e com o meio físico de transmissão que se situa abaixo da
camada física [15].

22
1.2.3.3.3 Camada de enlace de dados
A principal tarefa da camada de enlace de dados é transformar um canal de
transmissão bruta em uma linha que pare ça livre de erros de transmissão não
detectados para a camada de rede. Para executar essa tarefa, a camada de
enlace de dados faz com que o transmissor divida os dados de entrada em
quadros de dados (que, em geral, têm algumas centenas ou alguns milhares de
bytes), e 69transmita os quadros seqüencialmente. Se o serviço for confiável, o
receptor confirmará a recepção correta de ca da quadro, envian do de volta um
quadro de confirmação [15].
1.2.3.3.4 Camada de rede
A camada de rede controla a operação da sub-rede. Uma questão fundamental de
projeto é determinar a maneira como os pacotes são roteados da origem até o
destino. As rotas podem se basear em tabelas estáticas, "amarradas" à rede e
raramente alteradas. Elas também podem ser determinadas no início de cada
conversação; por exemplo, uma sessão de terminal (como um logon em uma
máquina remota). Por fim, elas po dem ser altamente dinâmicas, sendo
determinadas para cada pacote, com o objetivo de refletir a carga atual da rede
[15].
1.2.3.3.5 Camada de transporte
A função básica da camada de transporte é aceitar dados da camada acima dela,
dividi-los em unidades menores caso necessário, repassar essas unidades à
camada de rede e assegurar que todos os fragmentos chegarão corretamente à
outra extremidade. Além do mais, tudo isso deve ser feito com eficiência e de
forma que as camadas superiores fiquem isoladas das inevitáveis mudanças na
tecnologia de hardware [15].
1.2.3.3.6 Camada de sessão
A camada de sessão permite que os usuários de diferentes máquinas
estabeleçam sessões entre eles. Uma sessão oferece diversos serviços, inclusive
o controle de diálogo (mantendo o controle de quem deve transmitir em cada
momento), o gerenciamento de símbolos (impedindo que duas partes tentem
executar a mesma operação crítica ao mesmo tempo) e a sincronização
(realizando a verificação periódica de transmissões longas para permitir que elas
continuem a partir do ponto em que estavam ao ocorrer uma falha) [15].

23
24
1.2.3.3.7 Camada de apresentação
Diferente das camadas mais baixas, que se preocupam principalmente com a
movimentação de bits, a camada de apresentação está relacionada à sintaxe e à
semântica das informações transmitidas. Para tornar possível a comunicação
entre computadores com diferentes representações de dados, as estruturas de
dados a serem intercambiadas podem ser definidas de maneira abstrata,
juntamente com uma codificação padrão que será usada durante a conexão. A
camada de apresentação gerência essas estruturas de dados abstratas e permite
a definição e o intercâmbio de estruturas de dados de nível mais alto (por
exemplo, registros bancários) [15].
1.2.3.3.8 Camada de aplicação
A camada de aplicação contém uma série de protocolos comumente necessários
para os usuários. Um protocolo de aplicação amplamente utilizado é o HTTP
(HyperText Transfer Protocol), que constitui a base para a World Wide Web.
Quando um navegador deseja uma página da Web, ele envia o nome da página
desejada ao servidor, utilizan do o HTTP. Então, o servidor transmite a página de
volta. Outros protocolos de aplicação são usados para transferências de arquivos,
correio eletrônico e transmissão de notícias pela rede [15].
1.2.3.4 TCP/IP
A arquitetura de comunicação TCP/IP inclui um conjunto de protocolos de suporte
a transmissão de dados. A sua simplicidade e o facto de ser uma arquitetura
aberta tornaram o TCP/IP na arquitetura utilizada na maioria das redes de
comunicação de dados, incluindo a rede internet [11].
Os protocolos do conjunto TCP/IP são muito conhecidos atualmente, pois
fornecem transporte de dados para todos os serviços disponíveis na Internet.
Alguns desses serviços incluem [7]:
 Navegação e acesso a WWW (World Wide Web)
 Troca de correio eletrônico;
 Transferência de arquivoS;
 Entrega de notícis a grupo de usuários;
 Comunicação instantânea;
 Jogos interativos
 Comércio eletrônico.
25
Tabela 2 -Camadas do protocolo TCP/IP.
Camada Descrição
Aplicação Quando o usuário inicia uma
transferência de dados, esta camada
passa as solicitações para a camada
de transporte. Como por exemplo,
telnet, FTP, e-mail, etc.
Transporte TCP, UDP
Rede Aqui são adicionados os IP de origem
e destino para os propósitos de
roteamento. Protocolos IP, ICMP,
IGMP.
Enlace Efectua as verificações de erros sobre
o fluxo de dados entre od protocolos
acima e a camada física.
1.2.3.4.1 TCP(Protocolo com controlo da Transmissão)
o protocolo TCP é conhecido como sendo fiável porque garante que os dados são
todos entregues na ordem correta. Antes de iniciar a transferência de dados, o
TCP começa por estabelecer uma sessão, com um protocolo de navegação de
três vias, que é terminada no final da transferência. É pois um protocolo orientado
à ligação. Adicionalmente, o protocolo realiza o controlo de fluxo com janela, a
partilha de ligações e a recuperação de erros [11].
1.2.3.4.2 UDP(Protocolo sem controlo da Transmissão)
O protocolo UDP, tal como o TCP, disponibiliza serviços de transferência de
dados e de partilha de ligações por varias aplicações. No entanto, não é um
protocolo fiável, uma vez que não garante a entrega dos dados nos seguimentos,
nem a ordem por que são entregues. Alem disso, não tem qualquer mecanismo
de controlo de fluxo e não tem qualquer processo de inicialização e terminação de
ligação, dai a designação de protocolo sem ligação [11].
1.2.3.5 IP (Internet Protocol)
O protocolo realiza a transferência de pacotes com base no endereço logico,
também designado por endereço IP. Os segmentos recebidos do TCP ou do UDP
são fragmentados, se necessário, para criar pacotes. A cada pacote é adicionado
o endereço IP de origem e de destino, de acordo com a informação recebida do
26
pprotocolo de transporte. De seguida, com base no endereço de destino, o pacote
é encaminhado através das varias redes até chegar ao receptor [11].

27
Capitulo 2 – Redes de armazenamento de dados
As redes de armazenamento são redes projetadas para permitir que os hosts
tenham acesso remoto às áreas de dados no dispositivo de armazenamento [16].
As empresas estão enfrentando grandes dificuldades e altos custos para
gerenciar o armazenamento das informações. À medida que cresce o número de
computadores interligados nas empresas e entre as empresas, maior é a
dificuldade de se localizar uma dada informação. Além disso, questões
operacionais como backups e procedimentos de segurança tornam-se
extremamente complexos em ambientes distribuídos, com dezenas de máquinas
diferentes, com os mais diversos sistemas operacionais, cada um com seus
próprios sistemas de armazenamento [2].
Para se manterem competitivas em um cenário globalizado, as informações
devem ser compartilhadas por um número cada vez maior de pessoas,
trabalhando em grupos. Além do compartilhamento, é necessário garantir-se
disponibilidade, integridade, performance e segurança das informações
armazenadas [2].
Em um ambiente distribuído, como o client/server, com dezenas ou até centenas
de servidores, e inúmeras estações de trabalho, as dificuldades de gerenciamento
crescem exponencialmente. Gerenciar o armazenamento de informações neste
cenário é absolutamente impossível [2].
O modelo actual de armazenamento, criado com os primeiros computadores,
considera os discos como meio primário de armazenamento de informações para
rápido acesso como meros periféricos das máquinas consideradas principais, os
processadores [2].
O caminho que uma informação deve percorrer para ser enviada de um
computador de uma rede a outro é longo, e como tal, sujeito a falhas. Um
exemplo pode ser uma estação de trabalho solicitando informações residentes em
um servidor localizado em outra rede. Desde o servidor até a estação, a
informação provavelmente navega por vários e diversos servidores, cruzando
diferentes protocolos e topologias de rede [2].
Dificilmente sabe-se em que servidor determinada informação reside e em
consequência, as informações acabam sendo duplicadas em cada local. O
resultado final é uma grande ineficiência no tratamento e localização de

28
informações, dificultando a recuperação delas em tempo hábil [2].
O modelo client/server mudou o conceito da computação centralizada. O modelo
de armazenamento denominado Storage Area Network - SAN, quebra o
tradicional conceito de discos serem meros periféricos. O SAN utiliza os conceitos
de redes locais - LAN e desloca o centro da rede para o armazenamento. A
informação não fica mais presa a um servidor, mas sim disponível a todos os
servidores da rede, em pontos específicos de armazenamento [2].
Com a explosão de dados gerados pelo E-commerce, ERP, entre outros, muitas
empresas perceberam o crescimento rápido associado ao gerenciamento dos
dados. Prover a os recursos necessários é somente parte do problema. Com o
custo do armazenamento caindo, é possível adicionar mais área quando
necessário [2].
Por outro lado, a quantidade de servidores cresceu, e a sobrecarga associada ao
armazenamento directamente conectado ao servidor saíram do controle. Na
sequência, seria necessário contornar problemas de backup, pois a adição de
mais discos teria consequências na janela maior de backup, ou seja, seria
necessário adicionar mais unidades de fita [2].
Na existência de clusters, é necessário também a duplicação da área no servidor
cluster e as unidades de backup existentes. Neste caso os custos do investimento
seriam inviáveis além das dificuldades de gerenciamento desta solução [2].
Algumas das influências na tecnologia da informação levaram à adoção do
armazenamento em rede:
 O crescente número de aplicações que compartilham informações;
 Utilização de padrões de rede como TCP/IP, NFS e CIFS;
 Implantação de sistemas que requerem grandes áreas tais como ERP,
CRM, Ecommerce, obrigações fiscais;
 Necessidade de reduzir os custos de gerenciamento e complexidade
através de uma gestão centralizada;
 Distribuição de recursos de maneira fácil entre as aplicações.
2.1- Sistemas de armazenamento de dados
O armazenamento em rede evolui a fim de prover a necessidade de fornecer uma
ligação mais aberta à informação e a quebrar os entraves que se desenvolveram
nas arquiteturas tradicionais DAS. Duas formas de armazenamento em rede -

29
NAS e SAN – foram desenvolvidas para permitir a realização destes benefícios
empresariais. Os custos elevados da gestão de armazenamento distribuído
levaram ao movimento para consolidar os recursos de armazenamento e à
necessidade subsequente de compartilhar o acesso a estes sistemas
consolidados. [2]
As tecnologias NAS e SAN oferecem benefícios de consolidação do
armazenamento, mas também requerem os investimentos necessários e a gestão
da respectiva arquitetura de armazenamento [2].
Separando o armazenamento dos servidores, pode-se implementar uma
arquitetura em degraus e escalável que supra as constantes necessidades de
armazenamento. Assim como os switchs de rede são necessários para evoluir
para além das limitações dos hubs, os sistemas de armazenamento também
estão evoluindo [2].
2.1.1 Direct Attached Storage - DAS
Também conhecido como Server Attached Storage – SAS. É o método tradicional
de conectar localmente o armazenamento a servidores através de um caminho de
comunicação dedicado entre o servidor e o armazenamento. A DAS é
normalmente implementada como uma ligação SCSI ou outra interface [2].
O armazenamento DAS pode ser unidades de disco, um subsistema RAID, ou
outro dispositivo de armazenamento. O servidor normalmente comunica com o
subsistema de armazenamento utilizando uma block-level interface [2].
A figura 2 mostra que o sistema de arquivos reside no servidor e que determina
quais os bloqueios de dados que são necessários para que os dispositivos de
armazenamento completem os pedidos de arquivos das aplicações.

30
Figura 7 - Sistema de armazenamento DAS.

2.1.2 Network Attached Storage - NAS


O NAS é um dispositivo de compartilhamento de dados, em nível de arquivo,
conectado a rede local IP. Seu principal objetivo é a eliminação de múltiplos
servidores de arquivo, permitindo de forma rápida e direta o compartilhamento de
arquivos com baixo custo de gerenciamento. O dispositivo NAS é um sistema de
armazenamento e serviço de arquivo dedicado de alto desempenho, e tem seus
componentes de hardware e software integrados para melhor atender as
especificações do serviço de arquivo [16].
Tem um sistema operacional próprio de tempo real dedicado ao serviço de
arquivo, que é otimizado para executar com maior eficiência as tarefas de E/S de
dados. Ele serve a vários clientes através da rede IP e a maioria dos dispositivos
NAS suportam múltiplas placas de redes [16].
Com a arquitetura de servidor NAS, uma grande quantidade de dados
armazenados, com um sistema de arquivos próprio é directamente ligado à rede
que é sensível a interfaces de um sistema de arquivos de rede de padrões
industriais como NFS do UNIX e SMB/CIFS do Windows NT and Windows® 2000
até LAN. As solicitações de arquivos são enviadas diretamente a partir dos
clientes utilizando Remote Procedure Calls – RPC para o sistema de arquivos
NAS [2].
Um dispositivo NAS possui apenas funcionalidades para o gerenciamento de
armazenamento, através de interfaces web, utilizando protocolos baseados em
arquivos como NFS (Network File System) ou SMB (Server Message Block) –
providos pelo sistema operacional [1].
A tradução da informação para os diferentes formatos de arquivo de Windows e
UNIX é feita pelo sistema de arquivos multilíngue da NAS. O sistema de arquivos
NAS bloqueia arquivos de forma segura e compete com os esquemas de
autorização de arquivo do UNIX e do Windows para evitar a corrupção dos dados
à medida que clientes diferentes lêem e escrevem para o mesmo arquivo. Os
servidores NAS, por isso, fornecem uma file-level interface para subsistemas de
armazenamento [2].

31
Figura 8 - Sistema de armazenamento NAS.

32
2.1.3 Storage Area Network - SAN
É uma rede de armazenamento criada especificamente para ligar os dados
armazenados, os dispositivos de backup e os servidores. Estas redes de
armazenamento podem ser consolidadas num único compartimento ou alcançar
um grande número de sistemas e de localizações geográficas diferentes. Uma
SAN está ligada por trás dos servidores e como as DAS, apresenta uma block-
level interface ao sistema de armazenamento [2].
A SAN é uma rede dedicada de alto desempenho para a conexão de servidores e
dispositivos de armazenamento compartilhado, onde existem vários caminhos
disponíveis para o transporte de dados entre dois pontos. Tradicionalmente a
conexão é realizada através da rede fibre channel (FC), que utiliza cabeamento
de fibra óptica e dispositivos de interconexão como hubs FC e switches FC,
proporcionando maior disponibilidade, flexibilidade e segurança [16].
A figura 9 mostra que o sistema de arquivos reside no servidor. Apesar de existir
uma limitação de distância de 10 km e distâncias metropolitanas com channel
extenders, oferecem novas possibilidades de criar SAN em redes públicas de
longas distâncias. Estas redes de armazenamento a longa distância foram
concebidas para utilizar a transmissão de informação através da Internet a baixo
custo e para evitar os custos de linhas privadas [2].
A combinação efetiva das vantagens da SAN junto com o FC se tornou uma
solução de armazenamento muito utilizada por grandes empresas. Porém, as
organizações precisam do desempenho e a capacidade de expansão da SAN
tradicional, com a facilidade de uso e o menor custo da solução NAS, baseada no
protocolo IP.

33
Figura 9 - Sistema de armazenamento SAN.

2.2 Comparativo entre NAS e SAN


A rápida evolução das redes no que se refere à velocidade é um dos elementos
que levam a essa convergência. A velocidade das redes está ultrapassando a
velocidade dos dispositivos de armazenamento. Em pouco tempo, a diferença
entre Gigabit Ethernet e Fibre Channel deverá ser fator de pouca importância na
hora de implantar um sistema de armazenamento o que deixa a questão da
velocidade fora da opção por NAS ou SAN [2].
Uma das principais diferenças entre a arquitetura SAN e NAS está no tipo de
dado que trafega na rede. Na arquitetura SAN, os dados que trafegam são os
blocos de dados, já na arquitetura NAS, os dados que trafegam são os arquivos
[7].
Na tecnologia NAS, um sistema de arquivos central controla o armazenamento de
dados a partir de um dispositivo NAS. Já numa SAN, o sistema de arquivos
constitui parte dos sistemas operacionais, que residem em múltiplos servidores. A
existência de múltiplos servidores implica em que os dados precisam ser
armazenados em diversos sistemas de arquivos e formatos [2].
Do ponto de vista das aplicações que estão sendo executadas em um servidor, o
facto de ele fazer acesso a bloco ou acesso a arquivo pode fazer uma diferença
significativa [7].
No caso de acesso a bloco, o servidor recebe um disco virtual do dispositivo de

34
armazenamento e nesse disco ele executa todas as tarefas básicas que ele
executaria em um disco real, assim, tanto para o sistema operacional do servidor
quanto para a aplicação nada muda entre dispositivo de armazenamento via rede
ou local ao servidor. Já quando se faz acesso a arquivos existe a dependência de
saber se aplicação aceita trabalhar com dados em sistema de arquivos e se
aceita, qual sistema de arquivos ele reconhece. Isso pode ser um grande
obstáculo caso se tenha migrado de uma arquitetura DAS para uma arquitetura
NAS [7].
Uma vantagem da arquitetura NAS é sua independência de plataforma ou sistema
operacional. Por exemplo, uma vez que um sistema suporta o protocolo NFS, não
importa se está rodando em um processador Intel com sistema operacional Linux,
ou em um mainframe com suporte a TCP/IP e NFS [7].
Pode ser interessante a instalação de SANs apenas em grandes empresas devido
aos investimentos de uma nova infra-estrutura. Enquanto os pequenos e médios
negócios que possuem uma infra-estrutura adequada podem também obter
benefícios em várias aplicações com a instalação do NAS [2].
Pode haver situações em que a instalação de uma SAN é desaconselhada.
Clientes PCs, estações de trabalho bem como pequenos servidores
departamentais poderão não ter volume suficiente de dados que justifique o
investimento em interfaces Fibre Channel de elevado desempenho. Apesar
destes clientes terem a possibilidade de fazer cópias de segurança diretamente
para dispositivos da SAN, poderá ser prático continuar a fazer cópias de
segurança pela LAN, desde que não sobrecarregue desnecessariamente a
largura de banda da mesma [2].
Uma alternativa as SANs para as pequenas e médias empresas que tem
necessidades de armazenamento de compartilhamento de dados é a tecnologia
NAS aproveitando a rede Ethernet já existente embora o seu desempenho é
consideravelmente inferior ao de uma SAN. Em pouco tempo, o NAS poderá
oferecer melhores taxas de transferência à medida que o padrões de rede
evoluam para velocidades de 2 Gbps ou mais [2].
A figura 10 mostra o comparativo com as principais características entre DAS,
NAS e SAN. Em resumo, a SAN é mais indicado para situações de missão crítica,
onde performance e segurança são fatores cruciais. Por outro lado, a NAS é mais

35
indicado para compartilhamento de arquivos de baixo volume devido ao seu
menor tempo de resposta [2].

Figura 10-comparativo com as principais características entre DAS, NAS e SAN.

2.3 NAS
A arquitetura de armazenamento de dados NAS baseia-se em dispositivos de
armazenamento de dados que se comunicam com os servidores através dos
protocolos de compartilhamento de arquivos na rede. O controle do sistema de
arquivos é responsabilidade do próprio dispositivo de armazenamento [7].
Um equipamento NAS pode ser implementado de duas maneiras distintas:
 Servidor NAS;
 Controladora NAS.
2.3.1 Servidor NAS
É composta de processador integrado a um conjunto de discos próprios. O
servidor NAS atua desde a camada de arquivo/registro até a camada de bloco, na
36
qual se faz a agregação dos dispositivos de blocos (os discos). Toda conexão
interna ao dispositivo NAS, entre o processador e os discos, é direta e dedicada
[7].
2.3.2 Controladora NAS
Também chamada de “ NAS-head”, é composta de um processador conectado à
uma rede SAN, que, por sua vez, se conecta a um subsistema de discos 53
independente. O armazenamento é efetuado em discos que fazem parte de uma
SAN interna, chamada de SAN “ back-end” [7].
Independentemente do tipo de implementação a NAS seja por servidor NAS ou
por controladora NAS a forma como e conectada aos computadores da rede e
sempre da mesma forma, podendo ser feita através de redes LAN, MAN OU WAN
ou seja através do conjunto de protocolos TCP/IP que permite a comunicação dos
dispositivos existentes na rede.
Algo comum que ocorre em empresas é a utilização de mais de um tipo de
dispositivo de armazenamento, como por exemplo, caso uma empresa não
desejasse distribuir uma SAN em cada filial, então o NAS poderia ser a solução
complementar para locais remotos, mesmo que isso criasse ilhas de informação.
Dispositivos NAS tiveram que superar diversas barreiras quando foram
introduzidos no mercado de armazenamento, devido ao fato de que sua
arquitetura representa uma quebra do modelo DAS e também provê um
mecanismo que possibilita a ligação entre armazenamento através da Ethernet e
redes IP [1].
2.3.3 Componentes do NAS
O dispositivo NAS é composto pelos seguintes componentes de hardware e
software [16]:
 Hardware: NAS head compostos de CPU e memória; matriz de
armazenamento que consiste em uma quantidade de discos e configurações de
RAID; placas de redes que são interfaces que fornecem conectividade com a rede
IP;
 Software: sistema operacional otimizado para o gerenciamento e
funcionalidades do compartilhamento de arquivos; protocolos de
compartilhamento de arquivos, normalmente Network File System (NFS) para
sistemas da família Unix e Common Internet File System (CIFS) para sistemas

37
Windows; protocolos de armazenamento que conecta e gerencia os recursos de
discos físicos.
O NAS head provê conectividade aos clientes e atende as solicitações de E/S de
dados através dos protocolos NFS ou CIFS. O cliente realiza o acesso ao
ambiente NAS por meio da rede IP. A figura 21 ilustra os componentes NAS e o
acesso pelos clientes [16].
2.3.4 Protocolo SMB/CIFS
Server Message Block (SMB) ou Common Internet File System (CIFS) é um
protocolo de rede em nível de aplicação com o propósito de permitir acesso
compartilhado a arquivos, impressoras, etc., provendo a comunicação entre nós
de uma rede [Wikipedia 2007b]. SMB/CIFS utiliza-se de uma abordagem ponto-a-
ponto, onde o cliente realiza uma requisição específica e o servidor a processa e
responde de acordo com o solicitado [1].
Através do uso do protocolo SMB/CIFS, pode ser realizado o compartilhamento
de arquivos em um sistema de arquivos distribuídos. O protocolo permite o
acesso a arquivos compartilhados entre clientes de diferentes plataformas
(sistemas operacionais), assumindo a existência de um servidor de arquivo NAS,
que possui acesso exclusivo aos meta-dados dos arquivos [1].
2.3.5 Benefícios Limitações do NAS
O NAS traz alguns benefícios como: acesso abrangente às informações, onde
muitos clientes podem ser servidos por um NAS e um cliente pode ter acesso a
muitos NAS; armazenamento centralizado, eliminado múltiplos servidores de
arquivos; gerenciamento simplificado, através de console central de
gerenciamento do sistema de arquivo; capacidade de expansão, possibilitando a
expansão, conforme necessidade do tipo de aplicação; infraestrutura simplificada,
utilizando a rede local IP existente para troca de dados; alta disponibilidade,
oferecendo recursos de replicação, recuperação de dados, redundância dos
componentes de rede e pode utilizar tecnologia de cluster para failover [16].
A largura de banda e a latência são as principais limitações que afetam o
desempenho e a disponibilidade do NAS, uma vez que utiliza a rede IP. Com isso,
é necessário ter uma rede local bem planejada para atender as necessidades do
uso do NAS. Outros fatores podem influenciar o desempenho: retransmissão de
dados; uso saturado dos equipamentos intermediários da rede; tempo de

38
autenticação nos serviços de diretórios como LDAP e NIS; alto nível de utilização
dos dispositivos NAS. Algumas acções podem ser realizadas para melhorar o
desempenho como a criação de rede local virtual, Virtual Local Area Network
(VLAN); estabelecer unidade máxima de transmissão, Maximum Transmission
Unit (MTU); e estabelecer o tamanho da janela de transmissão TCP. Assim como
agregação de links e redundância de rede para garantir alta disponibilidade [16].

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Conclusões

1. Foi possível fundamentar os aspectos teóricos relativos ao armazenamento


de dados;

2. Foi também possível fundamentar os aspectos teóricos relativos aos


sistemas de armazenamento de dados (DAS, SAN E NAS);

3. Apresentou-se um estudo comparativo das atuais formas de


armazenamento e compartilhamento de dados mesmo que de forma não
aprofundada;

4. Foi possivel Analisar por quais motivos e benefícios do uso das redes de
armazenamento de dados, e como isso se traduz em uma diminuição nos custos
de armazenamento e gerenciamento de acesso a dados;

5. Feita a revisão bibliografica foi possivel apontar uma possivel e solução


utilizadas na implementação das redes de armazenamento de dados que
permitem obter o máximo de seus recursos e com uma boa relação
custo/benefício;

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Bibliografia

[1] R. . F. DA SILVA e S. S. PIRES, “STORPORT-J: UMA SOLUÇÃO DE


VIRTUALIZAÇÃO DE ARMAZENAMENTO,” João Pessoa, 2007.
[2] V. G. Porcher, “Network Storage: Estudo de caso e implantação de uma
SAN,” Novo Hamburgo, 2002.
[3] A. D. A. BARRETO, A QUESTÃO DA INFORMAÇÃO, São Paulo, 1994.
[4] Wikipédia, “Wikipédia,” [Online]. Available:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Armazenamento. [Acedido em 12 10 2019].
[5] R. M. Vourakis, “A Evolução do Armazenamento da Informação,” 2017.
[6] R. K. Khattar, M. . S. Murphy, G. J. Tarella e K. E. Nystrom, “Introduction to
Storage Area Network, SAN,” IBM, California, 1999.
[7] A. V. d. Almeida, “ARQUITETURAS DE REDES DE ARMAZENAMENTO DE
DADOS,” Campinas, 2016.
[8] V. G. de Oliveira e R. Correa, “Tecnologias de Discos Magnéticos”.
[9] I. B. M. Corporation, “IBM General Information Manual 305 RAMAC
Programmer's Guide,” 1958.
[10] J. Gouveia, Gestão Prática de Redes, Lisboa: FCA-Editora de Informática,
Lda, 2011.
[11] M. Véstias, Redes Cisco Para Profissionais, Lisboa: FCA, 2009.
[12] D. Diego, “Instalação de Redes,” em Arquitetura de rede, Topologia de rede.
[13] M. A. d. S. Alencar, Fundamentos de redes de computadores, Brasil, 2010.
[14] U. d. Porto, “Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,” [Online].
Available: https://paginas.fe.up.pt/~goii2000/M3/redes2.htm. [Acedido em 02
11 2019].
[15] A. S. Tanenbaum, Redes de Computadores, Campus.
[16] A. P. Estrella, “ANÁLISE DAS REDES DE ARMAZENAMENTO: Suporte para
Alta Disponibilidade de Servidores Vituais,” Rio de Janeiro, 2013.

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