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Os Sistemas de Produção no Cerrado

Os sistemas de produção que prevalecem na região de cerrados


decorrem, em grande parte, das características físicas, econômicas e
demográficas da região.

Primeiramente destaca-se a baixa densidade demográfica, sendo um


dos condicionantes da oferta de mão-de-obra no meio rural, com 80% da
população residindo em cidades e vilas. Nas áreas de terras mais férteis,
onde se concentram os pequenos estabelecimentos, a densidade é um
pouco maior. Tais áreas fornecem os “bóias-frias” que suprem a forte
demanda estacional de mão-de-obra (Cunha, 1994).

Em segundo lugar há o peculiar regime de chuvas. O período


chuvoso pode retardar-se ou começar mais cedo, fazendo com que os
agricultores retardem o plantio até que um perfil de 15 cm de solo tenha
recebido umidade suficiente. O período de plantio pode ser assim muito
curto. Em conseqüência, equipamentos capazes de plantar grandes áreas
por dia são requeridos. Segundo Landers (1996) é de grande utilidade ter
como referência o processo natural de ciclagem de materiais em
ecossistemas naturais, sem perturbação humana a esse tipo de regime
pluvial. Ênfase deve ser colocada nas diferenças entre a dinâmica dos
agroecossistemas e os ecossistemas naturais; especialmente em dois
aspectos-chave como a exportação e a decomposição. Todos os materiais
exportados pelo agroecossistema vão precisar de algum tipo de reposição.

No processo de decomposição de elementos importados, estes devem


possuir as características mais semelhantes possíveis às dos elementos
exportados, que estão tentando substituir e cuja decomposição vai acontecer
em outros lugares.

O déficit hídrico também impossibilita a realização de uma segunda


safra por ano. Máquinas e equipamentos ficam subutilizados, o mesmo
ocorrendo com a mão-de-obra permanente. A tendência, portanto, é reduzila
ao mínimo: um administrador e dois tratoristas para cada 400 hectares de
grãos, por exemplo, sendo o contingente de trabalhadores completado por
mão-de-obra temporária. Interagem-se assim as condições do mercado de
trabalho (oferta e demanda) e as características naturais da região para
estimular o desenvolvimento da agricultura em direção à intensa
mecanização.

Por último, há de se mencionar a baixa fertilidade natural dos solos.


Sem substancial aporte de capital não há como torná-los produtivo. No
entanto, uma vez recuperados, exigem, para a mesma produtividade,
quantidade de fertilizantes equivalente à das áreas férteis do país. Pela
exigência de aporte de recursos financeiros, e mais particularmente de
recursos humanos, quase não há espaço para a agricultura de subsistência.
Políticas que influenciaram a Expansão Agrícola nos
Cerrados
A estratégia brasileira de crescimento e as políticas que a viabilizaram
tiveram considerável impacto no alargamento da fronteira agrícola,
principalmente na fase de crescimento acelerado da economia no período do
milagre econômico brasileiro. As altas taxas de crescimento geraram um
clima de otimismo de que o Brasil se tornaria uma potência econômica. Após
esse otimismo surge uma prolongada crise, mas os investimentos
continuaram a impulsionar a expansão agrícola por algum tempo.

Durante o período de crescimento rápido as perspectivas otimistas


contagiavam os agricultores e o crescimento urbano-industrial repercutia
favoravelmente sobre o setor rural, mas a política econômica continuava
sendo manifestamente antiagrícola (Cunha, 1994). Enquanto as exportações
de manufaturados eram isentas de toda tributação e recebiam subsídios, as
agrícolas in natura estavam sujeitas à elevada tributação indireta. A
agricultura brasileira é supertributada e os mecanismos fiscais e extrafiscais
retiraram mais renda da agricultura do que nela injetaram. A contrapartida
em favor da agricultura foi a quase total isenção de imposto de renda que
beneficiava o setor.

Políticas e programas governamentais tiveram impactos diretos


sobre as áreas do cerrado, introduzindo melhores infra-estruturas,
favoreceram a produção agrícola. Destacam-se: o Programa Especial de
Desenvolvimento da Grande Dourados, o Programa Especial da Região
Geoeconômica de Brasília e o Programa Integrado de Desenvolvimento do
Noroeste do Brasil (Polonoroeste). Além desses programas, o Polocentro e
o Prodecer foram os que tiveram maior impacto sobre o crescimento da
agricultura de cerrados.

Os Sistemas de Produção no Cerrado


Os sistemas de produção que prevalecem na região de cerrados
decorrem, em grande parte, das características físicas, econômicas e
demográficas da região.

Primeiramente destaca-se a baixa densidade demográfica, sendo um


dos condicionantes da oferta de mão-de-obra no meio rural, com 80% da
população residindo em cidades e vilas. Nas áreas de terras mais férteis,
onde se concentram os pequenos estabelecimentos, a densidade é um
pouco maior. Tais áreas fornecem os “bóias-frias” que suprem a forte
demanda estacional de mão-de-obra (Cunha, 1994).
Em segundo lugar há o peculiar regime de chuvas. O período
chuvoso pode retardar-se ou começar mais cedo, fazendo com que os
agricultores retardem o plantio até que um perfil de 15 cm de solo tenha
recebido umidade suficiente. O período de plantio pode ser assim muito
curto. Em conseqüência, equipamentos capazes de plantar grandes áreas
por dia são requeridos. Segundo Landers (1996) é de grande utilidade ter
como referência o processo natural de ciclagem de materiais em
ecossistemas naturais, sem perturbação humana a esse tipo de regime
pluvial. Ênfase deve ser colocada nas diferenças entre a dinâmica dos
agroecossistemas e os ecossistemas naturais; especialmente em dois
aspectos-chave como a exportação e a decomposição. Todos os materiais
exportados pelo agroecossistema vão precisar de algum tipo de reposição.

No processo de decomposição de elementos importados, estes devem


possuir as características mais semelhantes possíveis às dos elementos
exportados, que estão tentando substituir e cuja decomposição vai acontecer
em outros lugares.

O déficit hídrico também impossibilita a realização de uma segunda


safra por ano. Máquinas e equipamentos ficam subutilizados, o mesmo
ocorrendo com a mão-de-obra permanente. A tendência, portanto, é reduzila
ao mínimo: um administrador e dois tratoristas para cada 400 hectares de
grãos, por exemplo, sendo o contingente de trabalhadores completado por
mão-de-obra temporária. Interagem-se assim as condições do mercado de
trabalho (oferta e demanda) e as características naturais da região para
estimular o desenvolvimento da agricultura em direção à intensa
mecanização.

Por último, há de se mencionar a baixa fertilidade natural dos solos.


Sem substancial aporte de capital não há como torná-los produtivo. No
entanto, uma vez recuperados, exigem, para a mesma produtividade,
quantidade de fertilizantes equivalente à das áreas férteis do país. Pela
exigência de aporte de recursos financeiros, e mais particularmente de
recursos humanos, quase não há espaço para a agricultura de subsistência.

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