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DUAS CANÇÕES

Escrevi duas canções para você.


A primeira fala de amor a entardecer.
E na outra você foi embora e é o fim de nós dois.
Nosso amor não é mais como outrora, você disse, te explico depois.
Na canção não tem mais esperança, mas na vida real, que tal?
Estou apenas poetizando um sentimento trivial.

Escrevi duas canções de amor pra você.


A tardinha, a campainha, quem deve ser?
Meu amor agora está longe por isso escrevo.
Na mesma cadeira na mesma varanda ainda me lembro.
Das canções que fiz e refiz e desfiz e rasguei.
Ainda estão na mesma gaveta onde deixei.

Você não sabe por que foi embora e nem me conhecer, conheceu.
Eu pensava que fosse nós dois, mas sempre foi eu, só eu.
Obrigada por essa canção que da gente nasceu, doeu.
Não teria canção nem amor nem história.
E muito menos você e eu.
Foi assim que nasceu e morreu nosso feeling de amor, que horror.
Como pôde dizer que me amava se nunca pra mim olhou.
Ganhamos a chance de mudar o destino, mas você não valorizou.
Vou embora na mala as memórias no bolso o rancor.
De tentar construir uma história baseada no amor.
Não queria, mas acho que agora por fim, realmente, tudo acabou.
ASAS AZUIS

Tenho asas azuis da cor do céu.


Em meio a multidão vou de chapéu.
Passando sem ninguém me ver passar.

Essas asas azuis um tanto blues.


Na sombra a se esconder a beira mar.
O céu é mais intenso de cor de par.
Sabor olhar.

Se insisto em não parar de falar.


O seu carro na esquina, o sofá.
Esse tempo esse clima e o luar.
São culpados disso tudo acontecer.

Se eu soubesse que assim seria não mudaria nada.


Deixaria acontecer tudo outra vez.
Na piscina no sobrado onde quiser .
E puder.
Sente ao meu lado.
E num tom sobressaltante você pôs-se a falar.
E eu ouvindo calmamente sua voz no seu olhar.
Só lembrava do seu carro na esquina.
Me dizendo .
Que não ia mais voltar.
A sua falta na minha cama eu nem senti.
Seu pijama na cadeira perto do espelho eu nem vi.
Peço que agora vá e não me olhe.
Para não ter o desprazer de me ver sorrir.
Enquanto eu fecho a porta pode ir.
E não voltar.
E nem passar.
Por aqui.
ME DESFIZ DE VOCÊ. GIVE ME AWAY FROM YOU.

Já me desfiz de você. I already got rid of you.


Não foi tão fácil esquecer não.
It wasn't so easy to forget.
Meu corpo pede o seu prazer.
Não quero mais sentir ninguém não. My body asks for your pleasure.

I don't want to feel anyone anymore.

Têm dias que nem sei viver.


There are days I don't even know how to live.
Se não bater seu coração dentro do meu.
Ainda bem que eu me desfiz de você. If you don't beat your heart inside mine.
A tempo de sobreviver em mim.
Glad I got rid of you.

In time to survive in me.

E de repente eu nem sei mais o que fazer.


E de repente já nem sei pensar. And suddenly I don't even know what to do
A sua ausência me alivia, me completa.
anymore.
E mesmo assim estou repleta de você.
And suddenly I don't even know how to think.

Your absence relieves me, completes me.

And yet I am filled with you.


E vai parando por aí não venha mais.
E vai sugando o meu ser, me satisfaz.
Não quero mais você aqui e é nunca mais.
Sozinha agora e sem você como é que faz? And it stops there, don't come anymore.

And it sucks my being, it satisfies me.

I don't want you here anymore and it's never

again.

Alone now and without you how do you do?


AGUA FLORADA

A minha pele se alimenta de você


eu sei tão pouco para poder não lembrar
a minha droga é poder te dar prazer
estou falecendo nessa casa Vem Pra Cá

E vê se para aqui só um minutinho


se aprochegue devagar devagarinho
e passe a mão pelo meu corpo bem depressa
no meu ouvido falando bem definido

e vai bombando feito poço artesiano


me salpicando um pouco de água florada
eu quero ver você furando esse poço
e despejando em mim toda essa água
a minha sede é eterna você sabe
traz a mangueira ou balde ou faz chover
que eu tô seca no deserto toda tarde

no mesmo horário que você aparecer


tô bonitinha maquiada e arrumadinha
até São Pedro se lamenta e faz chover
A TARDINHA

Tenho olhos para quê


para subscrever
carimbar você em mim
ao seu lado amanhecer

eu já fiz nosso café


sem açúcar para você
a tardinha é assim
só nós 2 você em mim

nosso amor é singular


o seu amor me dá prazer
nos meus sonhos você está
Vem Pra Cá meu bebê
em reescrever o verbo amar
vem me encontrar reconhecer
que nosso amor é respirar
a de ter 2 para viver
SÓ SENDO SAMBA

O samba quando é bom não dorme cedo


levanta revoada varre o quintal
de dia perseguido pelo tempo
levando embora todo o baixo astral

tem dia que só um samba para dar jeito


sambar um samba assim não é normal
se todo mundo samba com defeito
eu sambo feio assim tão natural

o meu cantar o samba vem do peito


o meu voar o samba sai de mim
e quando esse meu samba bem Estreito
te atinge posso ver você sorrir
maré quando tá baixa o barco sai
balança com a maré e quais não cai
e se um amor se vai lá vem um Monte
se acha que não dá é que não dá mais
TCHAU

Pode ir
me deixa aqui com o meu jornal e meu cigarro
o bar fechado e eu aqui chorando baixo
um copo um copo seco e o garçom só quer passar

me alucina
nem sentimento existe no seu coração
desse uísque a cachaça e o zangão
que hoje à noite vou para a farra te esquecer

paga pra ver


faço de conta que se nunca existiu
faz sua pipoca e fica aí no seu refil
já que sou louca agora mesmo é que vou ser
você não viu
e me alucina e agora quer pagar pra ver
e vai achando que vou esperar você
eu sinto muito te informar mas não vai dar
a minha agenda já fechou já tô no bar

MANIA DE VOCÊ

Mania de ficar sem você


a vida não deixou escolher
por esse som que sai do meu peito
por ora vejo o vento correr

em cima da poltrona meu bem


na mesa da cozinha também
no teto no quadro na rede
em pé na parede
de ladinho no chão cão
QUANDO VOCE VEM

Verdade é quando você vem


eu fico toda toda
arrumadinha e perfumada
eu fico toda boba

que faz doer não é amor


se faz tremer que é
se faz chover não é calor
só com você que é

eu quero mais o seu Sorriso


coladinho com o meu
fazendo graça para quem passa
e é só você e eu

se faz doer não é amor


se faz tremer que é
se faz chover não é calor
só com você que é

POR TELEFONE

Atende a ligação
sem nenhuma pretensão
quando menos percebi era você
parou o meu coração
e por baixo do portão
recebi esse recado seu
eu sei que foi demais
loucamente fugaz
viver com alguém como eu
por trás de toda a paz
existe alguém que faz
loucuras e sobreviveu
assim que eu contar
do que eu sou capaz
você vai se arrepender
eu posso muito mais
do que se pode ver
eu posso até fazer
você me esquecer
ESTAÇÃO CENTRAL

Sentei perto do trem na estação central


ao longe olhava bem aquele casal
seu filho 5 anos perturbando
não sei se era o pai o tal
O Sol na fachada batia
bem de leve sentia
o desembarcar do trem
eu peguei meu bilhete de ida
aqui na faixa dizia
esse lado é para alguém
uma pena que a cadeira ao meu lado
já foi bem preenchida
sem reservas o meu coração
sempre está de partida
NÃO TE VI

Na ordem dos acontecimentos


seu nome eu soube só depois
às vezes tenho um pressentimento
que só nós 2 lutamos por nós 2

se não quiser ficar não vou chorar


você é livre para ir
mas não sou obrigada a disfarçar
nem vou aí me despedir

para eu sorrir preciso de um Sorriso seu


porque o meu partir te agrada
para deixar ir o verso não se acaba aqui
quando for voltar não fala

e faz de conta que nem veio
vá porque pra mim nem existiu
não seja ingênuo de voltar
porque seu cobertor morreu de frio
BARQUINHO DO AMOR

E é pelo Rio do amor que eu vou


com o meu barquinho bonitinho escrito love
passando Bela os cantores a Capela e o jornaleiro a gritar
olha o amor na promoção
quem vai querer posso entregar
logo em seguida eu distraída pela rua Boulevard
eu vejo quem? o seu Omar!
e me devia já faz 2 dias e nem pra mim mais quer olhar
É se Omar!
naquela esquina
que a patroa do seu Pedro discutiu com a minha prima
deu bate boca voou cadeira
e de repente lá de cima do fogão uma explosão
pronto acabou a brincadeira
e eu passando de fininho
toda Bela com aquele sorrisinho
foi passando e levando meu barquinho bonitinho escrito love

Love
Love
fui levando meu barquinho bonitinho escrito love
Love
Love
TRANSPARENTE

Transparente mente o arranha-céu


do céu da boca
a roupa rota
o pincel
faço de boba
me jogo toda
pro beleléu
e a cigana leu minha mão
não disse nada
me olhou nos olhos
se despediu desapareceu
são 2 peças
da mesma estante
que você me deu
não quero mais
essa lilás
é muito eu

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