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INTRODUÇÃO À

ENGENHARIA
QUÍMICA
ENQ 010

Prof. Moacir Kaminski


Prof. Tadeu Cardoso

2022

1
Sumário

1. UMA BREVE INTRODUÇÃO ..............................................................................................3


2. DE QUE É FEITO UM PROCESSO? ..................................................................................3
3. BALANÇO DE MASSA E INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES UNITÁRIAS ................10
3.1 Fundamentos sobre Balanço de Massa ...........................................................................10
3.1.1 Concentração ...........................................................................................................11
3.1.2 Fração ......................................................................................................................11
3.1.3 Mudança de base de cálculo (mássica  molar) .................................................12
3.1.4 Balanço de massa.....................................................................................................13
3.2 Tubos e tubulação.............................................................................................................16
3.2.1 Balanço de massa em tubulações ............................................................................16
3.3 Bombas e Compressores ...................................................................................................18
3.4 Tanque de mistura ............................................................................................................18
3.4.1 Balanço de massa em tanques de mistura: .............................................................18
3.5 Decantação .......................................................................................................................19
3.6 Centrifugação ...................................................................................................................21
3.7 Filtração............................................................................................................................21
3.8 Trocadores de Calor .........................................................................................................24
3.9 Evaporadores ....................................................................................................................27
3.9.1 Balanço de massa em evaporadores ........................................................................30
3.10 Cristalização ................................................................................................................30
3.10.1 Balanço de massa em cristalizadores .....................................................................31
3.11 Balanço de Massa em um Processo .............................................................................32
3.12 Extração........................................................................................................................33
3.13 Secadores ......................................................................................................................34
3.13.1 Balanço de massa em secadores ..............................................................................35
3.14 Destilação .....................................................................................................................35
3.14.1 Balanço de massa em colunas de destilação ...........................................................38
3.15 Absorção .......................................................................................................................39
3.15.1 Balanço de massa em coluna absorvedoras ............................................................41
3.16 Moagem ........................................................................................................................43
3.17 Reatores Químicos ......................................................................................................44
3.17.1 Reator de Batelada (BATCH)................................................................................44
3.17.2 Reator Tubular (PFR) ............................................................................................44
3.17.3 Reator de Mistura (CSTR) ....................................................................................45
3.18 Agente limitante, excesso, conversão, seletividade, rendimento e grau de avanço 46
3.19 Balanço de Massa com reação.....................................................................................48
4 ANEXOS ................................................................................................................................50
ANEXO 1 – O QUE É ENGENHARIA QUÍMICA?.............................................................50
ANEXO 2 – TEMPERATURA E PRESSÃO ......................................................................533
ANEXO 3 - INTERPOLAÇÃO LINEAR ..............................................................................54
ANEXO 4 – ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS E ARREDONDAMENTO ................595
ANEXO 5 – ANÁLISE DIMENSIONAL ...............................................................................56
ANEXO 6 – CONVERSÃO DE UNIDADES ........................................................................59
ANEXO 7 –EXERCÍCIOS ......................................................................................................61
ANEXO 8 - EXEMPLOS DE ALGUNS PROCESSOS INDUSTRIAIS ...........................832
TABELA PERIÓDICA ...........................................................................................................90
5 BIBLIOGRAFIA: ...............................................................................................................921

2
1. UMA BREVE INTRODUÇÃO

Você está iniciando sua formação em Engenharia Química. A profissão que você
escolheu permite uma multiplicidade de caminhos que poucas profissões igualam. Mas,
com raras exceções, praticamente todos os caminhos e ações profissionais estarão, de
algum modo, ligados a um processo de transformação ou de fabricação de algum bem. No
entanto, agora você está estudando muita Matemática, Física e Química. No segundo ano,
estudará mais Matemática e Física, mas também Termodinâmica. Depois, Fenômenos de
Transportes, Operações Unitárias, Cinética e Reatores, Instrumentação e Controle... Você
deve estar pensando: “Céus! Que é isso tudo? Serve para quê? É isso que vim buscar
aqui??”
Bem... Você não conhece ainda como um processo industrial opera, ou de que é
feito, quais os princípios físicos e químicos que regem seu funcionamento. É natural,
portanto, a dúvida. O presente curso tem como objetivo colocar você em uma situação
privilegiada: simular que você já está no 50 ano do curso, já passou por todas as disciplinas
básicas e de formação, e vai iniciar o projeto de final de curso. Esse projeto é regularmente
feito pelos alunos no 50 ano porque exige a aplicação de todos os conhecimentos que
compõem a base da Engenharia Química. Para desenvolver o seu projeto, você também
terá de visitar todas as matérias fundamentais para sua formação, ver de que são feitas e,
principalmente, para que servem. É evidente que tudo isso será desenvolvido em um nível
que você seja capaz de aprender e aplicar.
Esperamos que você complete esta viagem conhecendo os caminhos que trilhará
nos próximos 5 anos construindo sua formação em Engenharia Química, e, desse modo,
possa fazê-lo com consciência e profundidade, aproveitando ao máximo tudo o que o curso
oferecerá.

2. DE QUE É FEITO UM PROCESSO?

Afinal, se você vai trabalhar interagindo de algum modo com um processo de


fabricação, a primeira pergunta que nos acode é: como é um processo?
É possível você acompanhar um processo e visitar suas operações mesmo em sua
casa. Veja o exemplo:

Processo para obtenção de Feijão Cozido:

Pese meio quilo de feijão. Verifique se não está bichado ou se não é velho e muito
duro. Escolha o feijão, retirando as impurezas (detritos e grãos danificados). Lave
cuidadosamente o feijão. Coloque em uma panela de pressão com um litro e meio de água
e aqueça até a ebulição, mantendo assim por 40 minutos. Descomprima a panela e
acrescente sal, óleo vegetal, cebola e alho. Mantenha em ebulição por mais 1 hora. Sirva
quente.

Pronto! Que tal o processo? Um processo industrial é assim. Apenas a escala é


muito maior, e você emprega equipamentos para realizar muitas tarefas que você fez com
suas mãos. Veja as operações realizadas:

3
- verificação da idade do feijão e da presença ou não de insetos e larvas: controle
de qualidade: essencial para que seu produto seja produzido com a qualidade que o
mercado exige. Na fábrica é feito em um laboratório, empregando equipamentos de medida
adequados, às vezes muito sofisticados, dependendo das medidas a serem realizadas. A
Estatística é muito empregada ali para sistematizar resultados.
- catação: operação de separação de componentes em uma mistura de sólidos,
realizada normalmente com auxílio de peneiras vibratórias ou algum outro processo
adequado ao tipo de sólido a ser separado.
- cozimento: reação química, realizada nesse caso em um reator pressurizado a 1,2
atm (panela de pressão), onde os grânulos de amido que compõe o feijão serão hidratados
e rompidos pela ação da água a alta temperatura, liberando as cadeias de amido na água.
Uma fração considerável dessas moléculas será rompida pela exposição a altas
temperaturas, 119 0C no caso (reação de pirólise), produzindo compostos de menor massa
molecular, de fácil assimilação pelo organismo humano. Essa reação é denominada
gelatinização do amido.
- adição de óleo vegetal: adição de reagente que vai interagir com as moléculas de
amido e derivados químicos resultantes da gelatinização, formando um complexo que
modifica as propriedades da suspensão obtida, de modo a evitar a retrogradação do amido
(recristalização das moléculas de amido), e promovendo uma consistência agradável ao
paladar (qualidades finais do seu produto!)
Um Engenheiro poderá inclusive desenvolver um fluxograma para mostrar como
o processo é desenvolvido. Veja na figura 1:

Figura 1. Processo de produção de feijão cozido.

No exemplo dado você pode observar que um processo é simplesmente feito de


etapas ou operações encadeadas de modo conveniente para que se atinja o objetivo
desejado. Você já comprou sopa de feijão desidratada no supermercado? Pois é! Pode ter
sido feita segundo o processo acima descrito, acrescentando-se algumas operações para
desidratar a sopa e envasá-la. Cada uma dessas operações isoladamente é chamada de uma
operação unitária. Todos os processos industriais são feitos de operações unitárias e
reações, encadeadas entre si, cada uma delas respondendo por uma dada transformação
física ou química nas substâncias envolvidas, até que se atinja a qualidade do produto final.
O exemplo que se segue ilustra bem o encadeamento das operações unitárias:

4
Processo simplificado para produção de Açúcar de Cana:

a) A cana é lavada logo após ser descarregada do caminhão que a trouxe do canavial, para
limpar terra e outros detritos aderidos.
b) A cana é finamente picada por um picador de facas, para facilitar a extração do suco que
contém o açúcar.
c) A cana picada é alimentada a um conjunto de espremedores que separam o suco do
bagaço.
d) O caldo obtido da prensagem da cana não contém apenas açúcar. Junto são retiradas
gomas, proteínas e outros compostos orgânicos naturais da cana (você já tomou garapa?
Deve ter percebido que não é apenas água com açúcar!). Para retirar as gomas e proteínas,
o caldo recebe uma suspensão em água de hidróxido de cálcio, de modo que seu pH eleve-
se para 7,2. Isso faz com que as proteínas e gomas tornem-se insolúveis.
e) O caldo é então aquecido até 900C para aglutinar e precipitar os materiais indesejáveis.
É então alimentado a um vaso muito grande (decantador), onde permanece pelo tempo
necessário para que o material insolúvel decante e possa ser separado da fase líquida,
chamada de caldo clarificado. Este caldo contém em média 15% em massa de açúcar.
f) O caldo clarificado é transportado para evaporadores, onde é aquecido até a fervura, de
modo que a água evapore, concentrando o açúcar até em torno de 70% em massa. Como
uma solução de açúcar em água satura em uma concentração em torno de 60% a quente,
uma boa parte do açúcar presente cristaliza e separa-se do líquido.
g) A mistura de cristais de açúcar com xarope (caldo concentrado) é passada em uma
centrífuga (como aquela da sua máquina de lavar roupas), que retém os cristais e separa o
xarope.
h) Os cristais são secos com ar quente e armazenados.

Você pode acompanhar essas etapas todas no fluxograma da figura 2. Deve


observar que todo o movimento dos fluidos de uma operação para outra é feita com auxílio
de tubos que interligam os equipamentos e bombas que movimentam os fluidos. Portanto
as tubulações representam um elemento de vital importância nos processos químicos.

5
água moenda
cana cana
picador bagaço para
ser queimado
na caldeira
água com
sujeira
cana picada caldo

Ca(OH)2
decantador
0
25 C 0
90 C caldo clarificado

dosagem trocador
de calor

vapor lodo

ar úmido ar quente

evaporador centrífuga

açúcar secador açúcar


seco

mel

Figura 2. Fluxograma simplificado do processo de fabricação de açúcar.

Observe que no fluxograma da figura 2 foi empregada uma técnica de representação


mais completa que aquele da figura 1. Aqui, as operações são representadas por desenhos
simplificados dos equipamentos que as realizam, de modo a tornar a identificação visual
imediata. Habitualmente os fluxogramas de processos são assim representados.

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EXEMPLO DE UM CURIOSO PROCESSO NÃO INDUSTRIAL:

Sistema de suporte à vida de uma Estação Espacial (do REKLAITS)

Na criação de equipamentos para missões espaciais tripuladas, uma atenção


considerável deve ser dedicada para o suprimento de ar, água e comida, bem como a
deposição dos dejetos oriundos dos processos fisiológicos humanos.
Enquanto para missões curtas, as necessidades de suprimento podem ser solucionadas
com reservas a bordo e os rejeitos podem simplesmente ser armazenados ou jogados fora,
para longas missões a reciclagem de rejeitos torna-se importante para minimizar a
necessidade de uma grande reserva de suprimentos. O mais importante processo de
reciclagem envolve a recuperação de CO2 da respiração, que processado, torna-se O2, além
da recuperação e reuso da água da respiração e da urina.
A alimentação, que é representada como C2H2 (porque a relação entre carbono e
hidrogênio na dieta média é unitária), é oxidado pela tripulação da missão para produzir
CO2 e H2O, usando o O2 da atmosfera da cabine.
A água formada é eletrolisada para produzir os gases O2 e H2 numa célula eletrolítica.
O O2 é retornado para uso no metabolismo da comida, enquanto o H2 é usado para reduzir
o CO2 para a forma de metano (CH4) e H2O.
A reação de redução do CO2 é conhecida como reação de Sabatier e pode ser executada
num reator tubular com catalisador de rutênio. Os produtos da reação podem facilmente
ser separados, a água vai para reciclagem na célula eletrolítica enquanto o metano é
descartado no espaço.

O2 armazenado
H2 armazenado
Metabolismo
CO2
C2H2

O2
Reator de Sabatier
H2O H2 CH4

H2O
Eletrólise

H2O armazenado

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PRODUÇÃO DE POLIESTIRENO – ESTUDO DE CASO

A chave para o sucesso da produção do poliestireno é a reação, como indicado no


fluxograma a seguir. A lavagem serve para remover a suspensão e estabilizar os agentes.

- Preparação da Alimentação

Para reduzir o tempo de residência do reator, a água e o estireno da alimentação são pré-
aquecidos a uma temperatura próxima à da reação. O aquecimento da água é realizado através da
mistura direta com vapor, já o estireno recebe energia de um trocador de calor, que está logo acima
do reator.
O catalisador, borracha estabilizada e o agente em suspensão são pré-misturados ao estireno
e descarregados por gravidade ao reator.

- Purificação e Extrusão

Se a água pode ser removida usando processos físicos de separação, então outras impurezas
dissolvidas na mesma serão descarregadas. Uma centrífuga com um passo de lavagem será aplicada
para tal fim.
O extrusor e o secador não podem ser abertos à atmosfera e requerem uma absorvedora
para remover impurezas orgânicas da corrente de vapor.
A fase final de purificação é a secagem. O poliestireno que deixa a unidade deve atender a
algumas especificações de umidade. O soprador para o ar quente de entrada do secador deve ser
colocado antes do aquecedor de ar, ou após o filtro. A extrusão do produto serve para facilitar o
manuseio do mesmo.

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- Rejeitos

Foi assumido que 3% do poliestireno poderia ser removido do processo por arraste, na
secagem, centrifugação, transferência ou como produto ruim. No mínimo 95% de tudo o que é
perdido ao longo do processo deve ser interceptado antes de sair da planta. A maioria desse material
pode ser recuperada e reutilizada.

- Uso da energia

O que deve ser feito com a água que deixa o banho de resfriamento do poliestireno e/ou o
vapor condensado? Ambas as correntes são mais quentes que a água que entra no processo. Pode
esta água ser usada na alimentação do reator? Deveria o vapor condensado retornar à caldeira ou
ser enviado ao reator?

Exemplo 1 – Dimensionamento de tanque

Dimensione um tanque de armazenamento de metanol para uma planta que produz 10


milhões lb de um produto. Do balanço material, a seguinte informação é obtida: 0,3 lb de metanol
é necessário para cada libra de produto; 15 dias é a capacidade especificada para o armazenamento
do metanol e a planta operará 8300 h/ano. Assuma que o comprimento é igual a três vezes o
diâmetro do tanque e que ele será preenchido até 90% de sua capacidade máxima.

Resolução:

Libras de metanol usadas por dia:

0,3 lb me tan ol 10 milhões lb produto 1 ano 24 h


x x x = 8675
lb produto ano 8300 h dia

Libras de metanol que devem ser armazenadas:

8675 lb / dia x 15 dias = 130000 lb

A massa específica do metanol = 0,792.


Galões de metanol que devem ser armazenados:

1 ft 3 7,48 gal
130000 lb x x = 19700 gal
(0,792 x 62,4) lb ft 3

 D2L 3 D 3 1 ft 3 1
= = 19700gal x x = 2930 ft 3
4 4 7,48 gal 0,90

D = 10,72 ou 11 ft
L = 32 ft (para dar o volume correto)

9
Resta uma pergunta final: e o que é que o Engenheiro Químico faz na vida
profissional? Olhando para esses processos fica mais fácil responder. Veja as principais
atividades:
- Desenvolve processos novos ou melhora os velhos, pesquisando novas rotas mais
econômicas, ou que oferecem melhor qualidade para o produto desejado.
- Projeta os equipamentos para novas fábricas ou para adaptações em fábricas já em
operação.
- Acompanha a montagem de fábricas novas e de equipamentos novos em fábricas já em
operação, pondo em operação o processo (pré-partida no processo). A partida em processos
recém-instalados é uma das atividades mais interessantes de que você pode participar, face
à multiplicidade de problemas que acontecem.
- Gerencia a produção em processos implantados, cuidando para que o processo produza
as quantidades exigidas pelo mercado, com a qualidade requerida.
- Opera na área de vendas, em contato direto com os clientes, que neste caso são
engenheiros de fábricas que usam o produto em seus próprios processos.

Você tem mais informações sobre a Engenharia Química no Anexo 1.


No próximo capítulo você vai aprender como funcionam algumas operações
unitárias e como desenvolver os balanços de massa necessários ao projeto da unidade. Isto
permitirá que você possa olhar os processos por dentro, compreendendo a sua operação.

3. BALANÇO DE MASSA E INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES UNITÁRIAS

No item anterior você aprendeu que os processos são feitos de operações


encadeadas, cada uma delas respondendo por uma dada transformação física ou química
nas matérias primas que circulam no processo, de modo a obtermos o produto desejado,
com a qualidade desejada.
Agora você vai ser apresentado a algumas dessas operações, as mais comuns, de
modo que possa entender como elas funcionam, e, em decorrência, como funcionam os
processos. Além disso, você vai saber como desenvolver os cálculos de balanços de massa
nessas unidades.

3.1 Fundamentos sobre Balanço de Massa

Os balanços de massa constituem a base do projeto de um processo. O balanço de


massa estabelecido sobre um processo determina as quantidades de matérias primas
necessárias e os produtos produzidos. O balanço sobre cada uma das unidades do processo
estabelece as vazões e a composição das correntes.
No projeto de uma determinada unidade é essencial compreender bem os cálculos
de balanço de massa e para isso precisamos de alguns conceitos que serão vistos na
sequência.

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As correntes de um processo podem, ocasionalmente, conter uma única substância,
mas normalmente consistem de misturas de substâncias.
Os seguintes termos são utilizados para definir a composição de uma mistura de
substâncias incluindo a espécie A:

3.1.1 Concentração

Uma das maneiras mais simples de expressar a concentração baseia-se na


composição percentual de uma solução. Esta composição pode estar relacionada com
• a massa,
• o volume,
• a quantidade de mols dos componentes da solução.

3.1.2 Fração

a) Fração em massa:
mA
yA =
mT

Onde: yA : fração mássica do componente A


mA: massa do componente A e
mT : massa total da mistura.

A fração mássica também pode ser expressa em porcentagem:


m
y A (%) = A .100
mT

Na indústria trabalhamos com vazões mássicas, volumétricas e molares; dessa


maneira podemos expressar a fração na forma de vazões:

A
 A (%) = x100
T

onde : A: vazão mássica do componente A e


T: vazão mássica total da corrente.

b) Fração molar:
nA
xA =
nT

Onde: xA: fração molar do componente A


nA: o número de mols do componente A e

11
nT: o número de mols total da mistura.

Assim como a fração mássica, a fração molar também pode ser expressa em termos
de porcentagem:
n
x A (%) = A 100
nT
Exercícios:

Ex.1. Mistura-se 40 g de benzeno(C6H6) com 16 g de tolueno (C7H8). Qual a porcentagem


em massa de tolueno na solução? (Resposta: ytolueno =28,6%)

Ex.2. Tem-se uma solução a 35% de benzeno em éter. Que massa da solução deve ser
separada para que tenhamos 50 g de benzeno? (Resposta: m = 142,86 g)

Ex.3. Misturando-se 50 gmol de butano com 12 gmol de propano obtém-se uma solução.
Determine a concentração em porcentagem molar e mássica do propano. (Resposta: x =
19,4% e y = 15,4%)

Ex.4. Uma coluna de destilação é alimentada com 600 kmol/h de uma solução de
tolueno/benzeno com 87% molar em benzeno. Qual a vazão molar de tolueno alimentada?
(Resposta: 78 kmol/h)

Ex.5. Mistura-se 65 g de benzeno em 90 g de álcool. Qual a fração mássica do benzeno na


solução obtida? Qual a porcentagem em massa? (Resposta: y = 0,419 ou 41,9%)

Ex.6. Um reator produz 2500 kg/h de uma solução cuja fração em massa de álcool é igual
a 0,85. Qual a quantidade de álcool produzida? (Resposta: wEtOH = 2125 kg/h)

Ex.7. De um reator resulta uma mistura de gases contendo:


NH3 : 15 kmol/h
N2: 3 kmol/h
H2: 5 kmol/h
Determine a fração molar dos componentes: (Resp: xNH3 = 0,65, xN2 = 0,13, xH2 = 0,22)

3.1.3 Mudança de base de cálculo (mássica  molar)

Ex.8. Desprezando-se os microcomponentes ( H2O, CO2, Ar, ...) pode-se considerar que o
ar seja composto por: N2= 79% molar e O2= 21% molar. Qual a porcentagem em massa do
O2? (Resposta: yO2 = 23,3%)

Ex.9. Uma solução de álcool etílico em água contém 96% em massa de álcool. Qual a
fração molar do álcool? (Resposta: xEtOH = 0,9038)

Ex.10. Uma mistura de gases apresenta a seguinte composição em massa:

12
O2 CO2 CO N2
16% 17% 4% 63%

Qual a composição molar da mistura? (Resp: xO2 = 0,1525, xCO = 0,0436, xCO2 = 0,1177,
xN2 = 0,6862)

Ex.11. Uma mistura de metano e etano contém 30% em massa de etano. Qual deve ser
vazão mássica da mistura para que a vazão molar de metano seja 25 kmol/h? (Resposta:
wmist = 571 kg/h)

Ex.12. A corrente de alimentação de um reator de síntese contém 25% molar de N2 e o


restante de H2. A vazão da corrente que entra no reator é de 3000 kg/h. Calcular a vazão da
corrente de N2 que entra no reator em kg/h. (Resposta: wN2 = 2471 kg/h)

Ex.13. Uma mistura contém quantidades equimolares de etileno, etano e propano. Calcular
a fração em massa dos componentes na mistura e a MM média.
(Resposta: MM (média) =34 Fração: Etileno: y = 0,2745; Etano: y = 0,2941).

Ex. 14. Uma mistura gasosa em uma saída de linha tem a seguinte composição molar: 15,1
% de C2H6, 33,5 % de SO2, 18 % de O2 e o restante de N2. Calcular a composição mássica.
(Resposta: 11,0 % C2H6, 52,2 % SO2 e 14,0 % O2)

3.1.4 Balanço de massa

O balanço de massa está baseado nas Leis de Conservação que se apóiam nas
experiências de Lavoisier e de muitos outros cientistas que seguiram o seu caminho. Esses
pesquisadores estudaram quantitativamente as transformações químicas e descobriram que,
invariavelmente, a soma das massas que entravam em uma reação era igual à soma dos
produtos dessa reação. Assim as experiências foram reunidas e generalizadas na forma da
Lei de Conservação de massa.

PRINCÍPIO: “Lei da Conservação da massa”

O princípio se aplica a processos com ou sem reação química:

❖ A massa de um sistema fechado permanece constante durante todos os processos que


ocorrem.
❖ A massa alimentada durante um determinado intervalo de tempo a um sistema aberto é
igual à massa que sai, mais a massa que ficou acumulada, nesse mesmo intervalo de
tempo.
entra = sai + acúmulo

Obs.: O balanço de massa é, simplesmente, uma contabilidade dos fluxos e alterações do


sistema.

13
Entrada
de
material M
Saída de
material

sai – entra + acúmulo = 0 (1)

O acúmulo é a variação da massa com o tempo, portanto é uma taxa, ou seja:

M
acúmulo = (2)
t

Se a M e t tenderem a zero temos, do cálculo, a definição da derivada de uma função:

dM
acúmulo = (3)
dt

Reescrevendo a equação (1):

2 - 1 + dM/dt = 0 (4)

Onde: 2: vazão de saída;


1: vazão de entrada e
t: tempo.

Ex. Veja alguns exemplos e calcule o acúmulo em cada um:

14
No regime permanente (estado estacionário) nenhuma grandeza (P, T, pH, etc)
varia com o tempo e, portanto, o acúmulo é igual à zero. No regime transiente há a
variação de alguma grandeza (ex.: o acúmulo é diferente de zero).
Além disso, um processo pode ser contínuo (sem interrupções) ou em batelada
(descontínuo). Já nos processos semi-contínuos, o acúmulo é exatamente tudo o que entra
ou tudo o que sai, como por exemplo, em um tanque descarregando (só há a saída de
material) ou em um processo como na hidrogenação de óleos, quando o reator é alimentado
continuamente, sem que haja retirada de produto, possibilitando assim escolher o grau de
hidrogenação mais facilmente.
Diga em cada situação se o processo opera em regime transiente, estacionário ou
semi-contínuo.

15
3.2 Tubos e tubulação

Tubos são dutos fechados destinados, principalmente, ao transporte de fluidos. A


maioria dos tubos é de seção circular, e apresentam-se como cilindros ocos. Podemos
encontrar também dutos de seção quadrada.
Chama-se tubulação ao conjunto de tubos e de seus diversos acessórios (curvas,
joelhos, Ts, redutores, anéis, etc).
Como já dissemos, os tubos são usados para o transporte de todos os fluidos
conhecidos, líquidos ou gasosos, assim como para materiais pastosos e para fluidos com
sólidos em suspensão, em toda a faixa de variação de pressões e temperaturas usuais na
indústria, desde o vácuo absoluto até cerca de 6.000 kgf/cm2, e desde próximo ao zero
absoluto até as temperaturas de fusão dos metais.
Na prática, chamam-se tubos (vulgarmente, canos) apenas aos condutos rígidos. Os
condutos flexíveis são comumente chamados de mangueiras ou mangotes.
Empregam-se uma variedade muito grande de materiais (mais de 500 tipos) para a
fabricação de tubos.
Ex.: - Tubos metálicos:
• Ferrosos: aço carbono, aço inoxidável (aço-liga).
• Não-ferrosos: cobre, alumínio.
- Tubos não metálicos
• Materiais plásticos: PVC, Polietileno, Epóxi···.
• Vidro
• Cerâmica

3.2.1 Balanço de massa em tubulações

Determine o valor e a composição das correntes nos exemplos abaixo: (y) massa
(x) molar

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1)

(Resposta yB = yC = yA = 0,2)

2)

(Resposta xB = xC = xA = 0,2, wb = 3 kmol/h)

3)

(Que tipo de reação provavelmente ocorrerá?)


(Resposta: wc = 150 kmol/h, yO2=0,67)

4)

(Resposta: wc = 300 kmol/h C2H4 x = 0,83 C2H6 x = 0,17)

17
5) Quais as correntes que possuem as mesmas composições?

(Resposta: 5, 6 e 7)

3.3 Bombas e Compressores

Para que um fluido (líquido ou vapor) possa se movimentar, ele necessita de


energia. Essa energia é fornecida pelas máquinas para deslocamento de fluidos: as bombas
para os líquidos e os compressores (ou ventiladores ou sopradores) para os gases.
As formas de energia mais comuns envolvidas, geralmente são as seguintes:
- energia potencial do fluido
- energia cinética do fluido
- energia de pressão
- energia fornecida pela máquina
- energia gasta no escoamento (perda de carga)

Vazão Volumétrica (Q):


Q = v . A (velocidade de escoamento vezes área da seção do tubo)
Vazão Mássica (W):
𝑊 = 𝜌. 𝑣. 𝐴 (densidade do líquido vezes velocidade de deslocamento vezes área da
seção reta do tubo)

3.4 Tanque de mistura

A preparação de misturas de sólidos, líquidos e gases é uma parte essencial da


maioria dos processos nas indústrias químicas e abrange todas as etapas do processamento,
desde a preparação de reagentes até a mistura final de produtos. O equipamento que se
utiliza depende da natureza dos materiais e do grau de mistura requerido. A mistura está
normalmente associada com outras operações, como reação e transferência de calor.

3.4.1 Balanço de massa em tanques de mistura:

Ex.1: Num tanque, são misturadas duas correntes, uma com 100 kg/h de água e outra com
20 kg/h de álcool. Calcule a vazão da corrente de saída e suas frações mássicas. (Resposta:
wc=120 kg/h, yálcool = 0,167)

Ex.2: Para um determinado processo de branqueamento de polpa de celulose há


necessidade de se preparar uma solução de peróxido. A solução é preparada a partir de uma

18
solução concentrada de H2O2 (peróxido) a 60% (em massa). Qual a quantidade de água
adicionada para obtermos uma solução diluída a 30% em massa de peróxido?
(Resposta: para wc = 100 kg/h, wa = 50 kg/h)

Ex.3: A solubilidade do sulfato manganoso anidro a 20oC é 62,9 g/100g de água. Qual a
quantidade de sal a ser dissolvida em 1000 kg/h de água para obtermos uma solução
saturada? (Resposta: 629 kg/h)

Ex.4: A solubilidade do NaOH a 80oC é 313,7 g em 100g de água. Calcule a quantidade de


água adicionada ao hidróxido para obtermos 100 kg/h de uma solução saturada a 80oC.
(Resposta: 24 kg/h)

Ex.5: A solubilidade do sulfato de magnésio anidro a 20oC é 35,5kg/100 kg de H2O . Qual


a quantidade de MgSO4.7 H2O a ser dissolvida em 100 kg/h de água, para que seja formada
uma solução saturada? (Resposta: 115 kg/h)
Dados: MgSO4: 120 g . mol-1
H2O: 18 g . mol-1

Ex.6: Qual a vazão e a composição da corrente de saída de um tanque de mistura, dada


uma alimentação composta de duas correntes: A, com 15% em massa de NaOH e vazão de
50 kg/h; e B, com 70 em massa de NaOH e vazão de 100 kg/h.
(Resposta: wc = 150 kg/h e yNaOH = 0,52)

Ex.7: Para certo processo, é necessária uma solução de nitrogênio, oxigênio e metano,
preparada a partir da junção de três correntes num tanque de mistura. Para o preparo de 120
mol/h dessa solução, a vazão das correntes de entrada é: 30 mol/h de N2 e 40 mol/h de CH4.
Calcule a vazão da corrente de oxigênio e a concentração molar de cada substancia da
solução. (Resposta: wO2= 50 mol/h, yO2 = 0,42, yN2=0,25, yCH4=0,33)

Ex.8: A corrente de alimentação de um determinado processo consiste de 1000 kg/h de gás


contendo 25% (molar) de N2 e o restante de H2. A corrente é obtida misturando-se os gases
do tanque A e do tanque B. Os gases dos dois tanques consistem de uma mistura de N 2 e
H2. Supondo que: xAN2= 0,10 e xBN2= 0,50, calcule qual a vazão molar das correntes A e B
para produzirmos a corrente de alimentação mencionada.
(Resposta: wA = 73 kmol/h e wB = 44 kmol/h)

3.5 Decantação

A operação de decantação (ou sedimentação) tem como objetivo separar um sólido


de um gás ou de um líquido, empregando para isso a ação da força da gravidade.
Um grão de areia, abandonado em um tanque contendo água, desloca-se para o
fundo do tanque movido por seu peso. A queda da partícula de areia não tem, no entanto,
como aceleração 9,8 m/s2. A água que está em contato direto com a superfície da partícula
adere a ela, e para que a partícula mova-se deverá, portanto vencer a resistência

19
representada pela viscosidade do fluido. Além disso, o impacto do fluido sobre a partícula
representa também uma resistência ao movimento, denominada força de pressão. Para
sentir esse efeito, mova a mão dentro da água: você sentirá prontamente a resistência
oferecida pelo fluido ao movimento.
A soma desses dois efeitos resulta em uma força que o fluido exerce sobre a
partícula, e que é sempre contrária ao movimento desta, denominada força de arraste. A
queda suave, no ar, de um homem equipado com pára-quedas ilustra bem o fenômeno. A
velocidade de queda de uma partícula no interior de um fluido contrapõe, portanto, o peso
da partícula, que vai movê-la, com a ação da viscosidade do fluido e a forma geométrica
da partícula, que decide a força de pressão. Um tanque contendo água com areia ficará
límpido em segundos, ao passo que contendo partículas muito finas de argila (barro) poderá
levar um dia inteiro para decantar a ‘sujeira’.
Em termos industriais a decantação é muito empregada por representar uma
operação de baixo custo energético: empregamos a ação da gravidade para realizar o
trabalho. Um decantador é habitualmente um tanque grande, cilíndrico, de fundo cônico
para facilitar a retirada da fase espessa, ou lodo, equipado com algum tipo de pás raspadoras
para encaminhar o lodo para a boca de saída. O tamanho do tanque é dimensionado de
modo que a quantidade de material a ser tratada tenha tempo suficiente para decantar e
separar as partículas sólidas contidas. A figura 3 mostra um decantador típico.

Figura 3. Esquema de um tanque de decantação munido de pás raspadoras.

20
3.6 Centrifugação

A centrifugação é análoga à decantação, porém a aceleração da gravidade é


substituída pela aceleração centrífuga.
Como a aceleração centrífuga é muito maior que a aceleração da gravidade, a
centrifugação é mais rápida que a decantação. Porém, é muito mais cara, e, por isso, tem
seu uso limitado. Por isso, a centrifugação geralmente é usada para processos com
capacidade baixa, cujos produtos têm alto valor comercial, como, por exemplo, na
biotecnologia.

Figura 4. Centrifugador de duas fases (sólido-líquido)

Section A Detail B
.

3.7 Filtração

Assim como a decantação, a operação de filtração tem como objetivo separar


partículas sólidas de um líquido. Aqui o fluido é bombeado através de um meio poroso,
denominado “meio filtrante”. Um exemplo de meio filtrante que você conhece é o coador
de papel usado para fazer café. Os meios filtrantes usados na indústria são habitualmente
tecidos grossos e resistentes, muitas vezes feitos com uma fibra sintética adequada como,
por exemplo, o nylon.
A figura 5 esquematiza a operação, ali realizada com auxílio de duas câmaras,
separadas pelo meio filtrante. A camada de partículas sólidas que progressivamente

21
deposita-se sobre o meio filtrante é denominada de torta ou bolo. O filtro esquematizado é
descontínuo: deverá parar de funcionar para retirada da torta e limpeza periodicamente.

Figura 5. Desenho esquemático de um filtro.

A ideia esquematizada na figura 5 propõe uma única câmara de filtração, separada


pelo meio filtrante. Quando se necessita de uma maior área para passagem do fluido,
podem-se agregar várias câmaras idênticas em paralelo, distribuindo o fluido para todas
simultaneamente. Obtém-se assim o que se denomina de um filtro prensa. O nome “prensa”
vem o sistema mecânico usado para acoplar as câmaras, constituído de um parafuso que
comprime uma câmara à outra, mantendo o sistema solidário. As câmaras são denominadas
de quadros.

Figura 6. Esquema de um filtro prensa.

22
Os filtros de operação contínua são muito mais sofisticados mecanicamente que o
filtro prensa, pois devem conter um dispositivo que permita a retirada contínua da torta.
Um exemplo típico é o filtro rotativo a vácuo (Figura 7). É constituído de um tambor
metálico de parede dupla, sendo a externa toda perfurada com orifícios de muito pequeno
diâmetro. O tambor gira vagarosamente, imerso no fluido contendo as partículas sólidas a
serem retiradas, suportado por um eixo oco. O eixo oco comunica-se com a parede dupla
do tambor, por uma série de tubos pescadores. Uma bomba de vácuo aspira o ar do espaço
determinado pela parede dupla, sugando o fluido do exterior do tambor para dentro e
retirando-o pelos tubos pescadores. O meio filtrante é uma fita contínua de tecido que
envolve a superfície externa do tambor, mas destaca-se dele em um dado ponto, guiada por
um conjunto de roldanas. Conforme o fluido vai sendo sugado para o interior do tambor,
as partículas sólidas depositam-se no meio filtrante, espessando progressivamente a torta
enquanto o tambor gira. A torta é retirada continuamente no ponto em que o meio filtrante
passa pelas roldanas externas.

23
Figura 7. Esquema de um filtro contínuo, tipo tambor rotativo a vácuo.

3.8 Trocadores de Calor

Nos processos industriais é bastante comum você necessitar aquecer ou resfriar um


dado fluido, para que o mesmo possa ser processado de modo adequado (veja o caldo de
cana ou a cristalização). Há situações em que você tem de condensar vapores ou então
vaporizar um líquido. Na sua casa você resolve esse problema simplesmente colocando o
material em um recipiente adequado e processando no fogão, ou no forno, ou ainda ligando
um aquecedor elétrico adequado (chuveiro, por exemplo). Em sistemas industriais, como
as quantidades processadas são muito maiores, necessita-se de equipamentos adequados
para realizar essas operações. Esses equipamentos são chamados de trocadores de calor.
O princípio físico no qual um trocador de calor está calcado é que uma diferença
de temperatura é um potencial capaz de promover um fluxo de energia do mais alto
potencial (temperatura mais alta) para o potencial mais baixo. Esse fluxo de energia é
denominado de fluxo de calor.
A figura 8 esquematiza o equipamento mais simples idealizado para trocar calor
entre dois fluidos, em um processo. É constituído por dois tubos concêntricos. Em um deles
circula o fluido frio e no outro o fluido quente. A diferença de temperatura existente entre
eles promove um fluxo de calor, onde o fluido quente cede calor para o frio, aquecendo-o.
Esse equipamento é chamado de trocador de calor de duplo-tubo.

Figura 8. Trocador de calor tipo duplo-tubo

24
O fluxo de calor tem, como “janela de passagem”, a área de contato entre os fluidos,
representada pela área do tubo interno, na figura 8. Se o tubo for curto, a quantidade de calor
trocada na unidade de tempo (fluxo) será também pequena. No caso de grandes vazões de
fluidos quentes e frios, se faz necessário áreas de troca muito maiores que aquela representada
por um tubo. A solução para esse problema foi obtida enfeixando um número grande de tubos
dentro de uma única carcaça (veja a figura 9). O conjunto interno de tubos é conhecido como
“banco de tubos”. A figura 10 mostra o banco de tubos isolado.
Pelo tubo externo, ou carcaça, circula um dos fluidos, enquanto no feixe tubular, ou
banco, escoa o outro. Um conjunto de placas metálicas, denominadas de chicanas, forçam o
fluido que circula pela carcaça a viajar sempre cruzando o banco de tubos, de modo a aumentar
a eficiência das trocas de calor.

Figura 9. Trocador de calor tipo feixe tubular.

Figura 10. Banco de tubos de um trocador tipo feixe tubular.

Há situações práticas onde a vazão de um dos fluidos é muito diferente da do outro.


Um projeto normal resultaria aqui em um trocador de pequeno diâmetro e muito comprido,
desproporcional e de montagem difícil. Nesse caso opta-se por uma disposição interna que
força o fluido dos tubos a passar duas vezes, indo e voltando, pelo feixe tubular. Esse
trocador é denominado de tipo 1-2, ou de dupla passagem. A figura 9 mostra um corte
longitudinal desse tipo, abordando ainda uma engenhosa solução para o problema da
dilatação térmica diferenciada do banco de tubos, em relação à carcaça. Suponha que o
fluido quente circula no banco de tubos: a temperatura dos tubos será muito maior que da
carcaça, levando o feixe tubular a dilatar-se mais. Se o feixe estiver firmemente fixo pelas
extremidade à carcaça, a dilatação diferenciada levará ao empenamento do feixe,
danificando-o de modo irreversível. A figura 10 mostra uma extremidade (cabeçote) dupla
para o feixe tubular, sendo que a interna pode mover-se livremente no interior da carcaça,
sem que os fluidos se misturem. Esse tipo de trocador é chamado de “cabeçote flutuante”.

25
Figura 11. Corte longitudinal de um trocador com cabeçote flutuante.

Em situações em que se deseja resfriar ou aquecer um equipamento, como um tanque


ou um reator químico, e nos casos em que o fluxo de calor não é muito grande, é comum
empregarmos dispositivos denominados de serpentinas e camisas de aquecimento ou
resfriamento, como mostra a figura 12. A serpentina é um tubo enrolado segundo uma
helicoidal, por onde circula o fluido de aquecimento ou refrigeração (fluido térmico). A camisa
é uma parede dupla construída no vaso, por onde circula o fluido térmico.
Em todas as situações acima discutidas, é comum empregarmos o vapor de água como
fluido térmico: a água não é tóxica, nem inflamável, não provocando qualquer problema no
manuseio ou em um vazamento acidental, é barata, e, principalmente, possui um alto valor para
o seu calor latente de condensação. Além disso, é facilmente reutilizável e pode ser usada
inclusive com injeção direta, em alguns casos.

Figura 12. Esquema de serpentina e camisa de aquecimento ou resfriamento.

26
O fato de os fluidos entrarem em contracorrente também aumenta a eficiência da
troca de calor. Se os fluidos entram em concorrente de início teremos uma enorme diferença
de temperatura entre eles; porém ao longo do percurso suas temperaturas se igualarão e a
troca de energia cessa. Mas se entrarem em contracorrente, durante todo o caminho dos
fluidos haverá uma diferença de temperatura e portanto trocarão calor a todo o momento,
aproveitando melhor a energia disponível. Os gráficos abaixo mostram isso: onde o eixo
das ordenadas representa a temperatura e o da abscissa a distância percorrida pelos fluidos.

Figura 13. Gráficos da temperatura em função da distância percorrida pelo fluido


em um trocador de calor, para concorrente e contracorrente, respectivamente.

3.9 Evaporadores

A operação de evaporação é empregada industrialmente quando desejamos


concentrar uma solução de um sólido em um líquido. Por exemplo: você quer vender suco
de laranja para a Europa. Se despachar o suco integral congelado em tambores, gastará
muito dinheiro resfriando a água que compõe o suco e o frete será mais caro, porque a água
representará uma massa adicional a ser transportada. Ficará mais barato retirar boa parte
da água do suco por evaporação, mesmo considerando que você gastará energia para
realizar a operação.
O princípio desta operação é que quando colocamos para ferver uma solução
constituída por um sólido dissolvido em um líquido, apenas o líquido passa para o estado
vapor, enquanto o sólido permanece na solução (na realidade, uma parte ínfima do sólido
dissolvido também pode evaporar; nos inorgânicos essa quantidade é desprezível).
Você pode testar essa operação em sua casa: tome uma panela com um pouco de
água, e dissolva na água duas colheres de sal de cozinha. Depois coloque a panela no fogo

27
e leve até a fervura, mantendo-a ali por certo tempo. Você verifica que a água passa para o
estado vapor enquanto o sal restará no fundo da panela quando a água secar. Esse mesmo
processo é empregado para retirar o sal da água do mar; a diferença é que, neste caso, a
energia empregada para a evaporação será energia solar (é grátis!).
O equipamento usado industrialmente para realizar esta operação é denominado de
evaporador. É constituído de um vaso grande, para permitir a livre ebulição do líquido e
facilitar a separação da fase vapor, munido de um trocador de calor conveniente. De modo
genérico, podemos dividir os trocadores de calor em dois tipos: de circulação natural
(Figura 14a), onde a solução circula pelos tubos por convecção natural, e de circulação
forçada (Figura 14b), onde a solução é movimentada por uma bomba. O de circulação
natural é de operação mais barata porque não gasta energia na bomba de circulação da
solução. No entanto, como o trocador é menos eficiente que o de circulação forçada, o
equipamento é muito maior que o outro, e, portanto, mais caro.

Figura 14a. Corte longitudinal esquemático de evaporadores de circulação natural.

28
Figura 14b. Corte longitudinal esquemático de evaporadores de circulação forçada

Às vezes, é desejável diminuir a concentração de solvente por evaporação, mas sem


aumentar muito a temperatura. Isso ocorre quando temperaturas muito altas podem
danificar o produto final. Por exemplo, vitaminas de sucos que podem ser desnaturadas.
Nesses casos, é recomendado usar a evaporação a vácuo.

Como pode ser visto na figura 15, mesmo a uma baixa temperatura, uma diminuição
de pressão faz com que o líquido passe para a fase gasosa. O processo é indicado pela seta
reta.

Figura 15. Diagrama de fases PxT genérico

A seta curva representa outro processo, chamado liofilização. Não é um processo


de evaporação, mas sim um em que o solvente é previamente solidificado, tendo em

29
seguida sua pressão abaixada e temperatura aumentada, de modo que passe direto da fase
líquida para a gasosa (sublimação). A liofilização é ainda melhor que a evaporação a vácuo
em termos de conservar as propriedades do produto, mas é mais cara.

3.9.1 Balanço de massa em evaporadores

Ex.1: Deseja-se concentrar, em um evaporador, uma solução contendo 10% (em massa de
sólidos) até 30% (em massa) de sólidos. Desenvolva o balanço no evaporador para um
alimentação de 500 kg/h de solução diluída. (Resposta: wb = 167 kg/h e wt = 333 kg/h)

Ex.2: Suco de uva é concentrado em um evaporador de 20% em sólidos até 45% em


sólidos. Qual a quantidade de água removida para um produção de 1000kg/h de suco
concentrado? (Resposta: wt = 1250 kg/h)
Ex.3: Um evaporador de placas é utilizado para concentrar suco de laranja. O suco entra
no evaporador com 12 % (em massa) de sólidos e será concentrado até 42% (em massa) .
Desenvolva o balanço de massa na unidade para uma alimentação de 100 kg/h de suco.
(Resposta: wt = 71 kg/h e wb = 29 kg/h)

3.10 Cristalização

A operação de cristalização tem como objetivo separar um sólido dissolvido em um


líquido, segregando-o da solução na forma de cristais.
O princípio empregado é de que os sólidos não são solúveis em líquidos em
proporções infinitas. Isso quer dizer que, em uma quantidade finita de líquido somente é
possível dissolver uma quantidade também finita de sólido. A concentração máxima do
soluto no solvente é denominada de “concentração de saturação”.
Você pode observar esse princípio em uma experiência muito simples: coloque
água até a metade de um copo. Depois, vá adicionando açúcar com uma colher, agitando a
solução após cada colher adicionada, de modo que todo o açúcar dissolva. Em um dado
momento, você adicionará uma nova colher e por mais que agite, o açúcar não mais se
dissolve. Você pode adicionar mais colheres de açúcar à solução: sua concentração não
mais se altera e o açúcar adicionado apenas deposita-se no fundo do copo.
A concentração de saturação dos sólidos em líquidos é uma função da temperatura.
Geralmente, quanto maior a temperatura, maior a concentração de saturação de um dado
sólido em um líquido. No entanto, essa função não é a mesma para todos os sólidos. Há
sólidos que variam muito sua concentração de saturação com a temperatura. Outros

30
apresentam pequenas variações, para grandes mudanças de temperatura. Estes dois casos
extremos estão esquematizados na figura 16. Para gases, a relação normalmente é inversa,
ou seja, quanto maior a temperatura, menor a solubilidade, mas podem ocorrer variações.

Figura 16: Variação da concentração de saturação de sólidos em líquidos com T


(a) Fortemente da temperatura (b) Fracamente dependente.

Para que você provoque a cristalização de um sólido a partir de uma solução, bastará
fazer com que a concentração do sólido ultrapasse a de saturação. O excesso
automaticamente será segregado, vindo a formar cristais. A formação de cristais não é
instantânea: os cristais crescerão segundo uma dinâmica própria, exigindo tempo para
atingirem um eventual tamanho desejado.
Observando a figura 16, você pode concluir facilmente que o modo de se forçar
uma cristalização em uma solução pode variar de sólido para sólido. Em um sólido cuja
concentração de saturação varia muito com a temperatura, basta tomar a solução e resfria-
la, de modo que a saturação seja atingida. Mas com sólidos com concentração de saturação
pouco dependente da temperatura, o resfriamento dificilmente será uma opção econômica
para a operação. Aqui, deve-se retirar o solvente por evaporação até que a solução super-
sature e force a cristalização. O açúcar é um exemplo típico.
Os equipamentos usados para a cristalização serão, portanto, vasos com um
tamanho suficiente para tratar as quantidades de solução desejadas, munidos de um
trocador de calor, que pode ter duas funções diferentes: pode ser um trocador de calor de
resfriamento, assim como pode ser um trocador de aquecimento para evaporar o solvente.
Neste último caso, o cristalizador confunde-se com um evaporador, pois realiza ambas as
operações.

3.10.1 Balanço de massa em cristalizadores:

Ex.1: 100 kg/h de uma solução saturada a 20 ºC de MgSO4 é alimentada a um


cristalizador onde é resfriada até 5 ºC. Desenvolva o balanço no cristalizador e calcule o
rendimento.

31
Dados: MM: MgSO4: 120,36
solubilidade a 5 ºC: 6,5 kg/100 kg de água
solubilidade a 20 ºC: 35,5 kg/100 kg de água
( Resposta: Wbs = 79 kg/h, ybsMgSO4 = 0,061 e Wbc = 21 kg/h, R = 81,7 % )

Ex.2: A solubilidade do Ba(NO3)2 a 100 ºC é 34 kg/100 kg de água e a 0 ºC é 5 kg / 100


kg água. Desejamos produzir uma solução aquosa saturada de nitrato de bário, partindo de
100 kg /h de Ba(NO3)2. 5 H2O ( T = 100 ºC );
a) Qual a quantidade de água a ser adicionada? ( Resposta: 193 kg/h )
b) Se a solução for resfriada até 5 ºC, qual será a quantidade de Ba(NO3)2 que será
precipitada? ( Resposta: 60 kg/h )
c) Qual o rendimento dessa operação? ( Resposta: 80,6 % )

3.11 Balanço de Massa em um Processo

Agora que já conhecemos várias operações unitárias podemos desenvolver o


balanço de massa para um determinado processo.

Ex.1: Em um processo para a produção de Ba(NO3)2 um reator produz 500 kg/h de uma
solução aquosa de Ba(NO3)2 a 15% em massa de sal. Para a produção do Ba(NO3)2 a
solução é , inicialmente, concentrada por evaporação até a saturação a 90oC. A solução é,
então, resfriada a 20oC em um cristalizador.
Os cristais obtidos são separados da solução-mãe em um filtro e deixam o mesmo
úmidos, com 15% em massa de solução. Os cristais são, finalmente, secos em secador
rotativo até 2% de umidade em base úmida. Desenvolver o BM na planta.
Dados: solubilidade do Ba(NO3)2 a 90oC = 30,6 kg/100kg de H2O
solubilidade do Ba(NO3)2 a 20oC = 8,6 kg/100kg de H2O
(Respostas: wc = 321 kg/h, wv = 179 kg/h, wdsolucao = 267 kg/h, wdcristais = 54 kg/h,
ws = 257 kg/h, we = 64 kg/h, wa = 8,5 kg/h, wg = 55,5 kg/h )

Figura 17: Processo de fabricação de nitrato de bário

32
3.12 Extração

A operação de extração é empregada para separar um componente de uma solução,


ou de uma mistura, usando como agente de separação um solvente seletivo apenas ao
componente que se deseja separar. Por exemplo: você deseja separar óleo do germe de
trigo. Para que serve? É rico em vitamina E e pode ser empregado para a preparação de
concentrados dessa vitamina. Como o germe é sólido, você pode imergi-lo em um solvente,
no qual apenas o óleo seja solúvel, por ex. hexano. O hexano vai penetrar nos grânulos de
germe e dissolver o óleo, sem dissolver o germe como um todo. Devido ao movimento
molecular natural, as moléculas das substâncias que compõe o óleo viajarão para o exterior
do grânulo, usando o solvente como meio de movimento.
Esse movimento é denominado de difusão de massa, e acontece porque as
moléculas em um meio líquido ou gasoso movem-se continuamente em todas as direções
(acompanhe na Figura 18 a explicação). Suponha uma fronteira fictícia em um dado
sistema. Se houver uma diferença de concentração de um dado composto ao longo do
sistema considerado, haverá muito mais moléculas desse composto na região de maior
concentração que na região de menor concentração. Devido ao movimento natural das
moléculas, muitas moléculas do composto considerado mover-se-ão através da fronteira
para o lado de menor concentração. É evidente que do lado menos concentrado também se
moverão moléculas para o lado mais concentrado. Mas passarão mais moléculas do lado
de maior concentração para o de menor concentração que vice-versa, simplesmente porque
ali existem mais moléculas e a probabilidade que algumas delas passem para o outro lado
é maior que onde há menos moléculas. Temos assim dois fluxos por difusão: um de A para
B (Figura 18) e outro de B para A. Mas o fluxo de A para B é maior, resultando em uma
taxa de transferência de A para B. (É uma resultante)

Figura 18. Fluxo de massa por difusão.

Se você deixar o germe em contato com o hexano, a concentração de óleo no hexano


fora dos grânulos de germe aumentará progressivamente, enquanto dentro diminui devido
ao movimento por difusão. Ao cabo de algumas horas as concentrações dentro e fora se
igualam e o movimento de extração cessa. Você pode então drenar o hexano líquido,
extraindo assim o óleo da matriz sólida do germe.
Você empregou, no exemplo acima, um dispositivo descontínuo para realizar a
operação. Esse tipo de operação é chamada de operação por batelada. Em indústrias
empregamos com mais frequência equipamentos contínuos, onde o material está sempre
sendo alimentado e o solvente passa continuamente através dele. A Figura 19 esquematiza
a operação.

33
Figura 19. Esquema ilustrativo de um extrator contínuo.

O solvente a ser utilizado deve ser escolhido com atenção. Ele deve, além de
dissolver bem e rápido o óleo a ser extraído, ser atóxico e, de preferência, barato.

3.13 Secadores

A secagem é uma operação unitária que ocorre normalmente no final de um


processo, antes da embalagem. É a remoção deliberada de água de um material para:
 Reduzir o custo de transporte
 Preservar as características do material
A secagem pode ser realizada por aquecimento direto ou indireto e pela passagem
de ar seco. Os equipamentos utilizados para a secagem são denominados secadores e
podem ser de vários tipos:
 Secadores rotativos
 Secadores de bandeja
 Secadores tipo túnel
 Spray-dryers

Figura 20. Esquema ilustrativo de um secador contínuo.

34
3.13.1 Balanço de massa em secadores

Ex.1: Deseja-se reduzir o teor de água de um produto alimentício de 80% para 10% em
massa. Essa operação é realizada em um secador tipo tambor rotativo. A base de cálculo é
100 kg/h de alimentação. Calcule:
a) a quantidade de água removida. ( resposta: 77,8 kg/h )
b) A massa de água removida por kg de material “seco”. (resposta: 3,5 ( com umidade )
ou 3,9 kg água/kg material “seco” ) (diferença entre base úmida e base seca)
c) A massa de água removida por kg de material úmido. ( resposta: 0,778 kg água/kg
material úmido )

Ex.2: Açúcar úmido contendo 20% (em massa) de água entra em um secador onde 75% da
água é removida. Desenvolva o balanço de massa para uma produção de 100 kg/h de açúcar
seco.
(Resposta: wA=118 kg/h wC=18 kg/h yBaçúcar=0,94 yBágua=0,06)

3.14 Destilação

A operação de destilação é empregada para separar componentes de soluções


líquidas. O princípio básico no qual esta operação está calcada é que quando fazemos ferver
uma solução, os vapores obtidos apresentam uma composição diferente da solução que os
gerou. Normalmente a concentração é mais alta no vapor que no líquido para o componente
com mais baixo ponto de ebulição. Há exceções a esta regra: determinadas soluções podem
apresentar concentrações específicas onde os vapores gerados na ebulição apresentam a
mesma composição que a solução. Essa concentração é denominada de ponto azeotrópico.
A Fig. 21 mostra a relação entre a fração do componente mais volátil na fase vapor
(y) com a fração do componente mais volátil na fase líquida (x), para uma pressão
constante; a linha reta é a diagonal (portanto, os pontos nos quais essas frações são iguais);
a linha curva representa o EQUILÍBRIO entre as fases:

Figura 21. Exemplo de uma curva de equilíbrio líquido-vapor (ELV).

35
O ponto no qual as linhas se encontram é o azeótropo. Ex.: uma solução com 96 %
(em volume) de etanol e 4 % de água forma um azeótropo.
Existe uma lei que relaciona a fração de um componente na fase vapor e a sua fração
na fase líquida, a chamada Lei de Raoult.
y i P = xi Pi v
onde y é a fração do componente i na fase vapor, P é a pressão total do sistema, x é
a fração do componente i na fase líquida e Pv é a pressão de vapor do componente i.
A pressão de vapor de cada componente pode ser encontrada a partir de dados
tabelados ou de alguma equação, como a de Antoine:

B
ln P v = A +
T +C

Pv é a pressão de vapor e T é a temperatura. Os valores de A, B e C são tabelados


e podem ser encontrados facilmente em vários livros de propriedades termodinâmicas. As
unidades e o formato da equação variam de acordo com a tabela utilizada.

Como exemplo, suponha que você produziu, por fermentação de caldo de cana,
uma solução contendo 10% em massa de álcool, e deseje obter a partir dela uma solução
com maior concentração de álcool (para ser usado como combustível). Seguindo o
princípio acima, se você colocar a solução original em um vaso, em cuja tampa haja um
tubo para a saída dos vapores (veja a figura 22), e aquecer a solução até a ebulição, os
vapores obtidos não apresentarão apenas 10% em álcool, mas sim 52 % em massa de
álcool! Dizemos que houve um enriquecimento em álcool. Isso se deve ao fato de que o
álcool apresenta um ponto de ebulição, quando puro e a 1 atm, de 78 0C enquanto o da água
nas mesmas condições é de 100 0C. Se o vapor passar por um trocador de calor, poderá ser
condensado e você obterá uma solução de álcool em água a 52 %. Note que a solução que
não evapora fica mais rica em água. Um equipamento assim constituído faz uma destilação
com um único estágio de separação (parecida com a destilação feita em laboratório).

Figura 22. Destilador de um único estágio de separação

36
Como você deseja uma solução mais concentrada em etanol, poderá repetir a
operação: coloca agora a solução a 52% para ferver. Obterá vapores com concentração de
78% em álcool. Bem... Você pode repetir a operação até chegar à concentração desejada!
Uma maneira prática de realizar toda a sequência de destilações seria dispor de um conjunto
grande de vasos (estágios de separação) e encadeá-los como mostra a Figura 23. Observe
que a fase líquida também está conectada estágio a estágio. Ali, cada estágio estará gerando
vapores progressivamente mais ricos em álcool, enquanto a fase líquida desce
progressivamente mais pobre em álcool (o álcool vai sendo vaporizado estágio a estágio).

Figura 23. Operação com vários estágios de separação encadeados em cascata.

Figura 24. Três estágios de separação (bandejas ou pratos ou trays) de uma coluna de
destilação.

Industrialmente essa sequência de operações é realizada em um único equipamento,


denominado de coluna de destilação. A coluna é constituída de um tubo, de diâmetro

37
adequado para tratar a vazão de fluido que se tem, e toda secionada em compartimentos
(veja a Figura 24), cada um deles representando um estágio de separação. A divisória entre
dois compartimentos é chamada de bandeja. É como se empilharmos os estágios da figura
23, uns sobre os outros. O vapor passa de um estágio para o outro por borbulhadores, que
forçam o contato do vapor com o líquido do estágio. Assim, parte do vapor condensa
aquecendo o líquido e fazendo-o ferver para gerar o vapor mais rico no componente mais
leve, que passa para o estágio seguinte...
O líquido, por sua vez, escoa coluna abaixo de um estágio para outro, por condutos
denominados “ladrão”. A alimentação da coluna é feita em um estágio intermediário. A
coluna toda é posta, portanto, em ebulição pelos vapores que sobem borbulhando prato a
prato. No fundo da coluna instala-se um trocador de calor que recebe o líquido de fundo,
chamado de produto de fundo, aquece-o, vaporiza-o e devolve os vapores para a coluna.
Este trocador de calor é chamado de refervedor e sua principal função é fornecer a energia
necessária para a coluna. Os vapores que deixam o topo da coluna concentrados no
componente mais leve (aquele de mais baixo ponto de ebulição) são resfriados em um
trocador de calor e condensados, para que se obtenha o produto da operação, denominado
de produto de topo ou destilado. Esse trocador de calor é chamado de condensador de
topo. Parte do produto de topo é realimentado à coluna, para constituir a camada de líquido
do último prato. A Figura 25 mostra um esquema de uma coluna com o refervedor e o
condensador de topo.

Figura 25. Esquema geral e vista do interior de uma coluna de destilação

3.14.1 Balanço de massa em colunas de destilação

Ex.1: 2000 kg/h de uma mistura contendo 45% (em massa) de benzeno e 55% de tolueno
é alimentada na coluna de destilação.

38
Na corrente de topo obtemos benzeno na concentração de 95% e 8% do benzeno
alimentado sai na corrente de fundo. Desenvolva o balanço de massa na unidade.
(Resposta: wt = 872 kg/h, wb = 1128kg/h e ybbenzeno = 0,064)

Ex.2: Uma coluna de destilação é alimentada com 50 kmol/h de uma solução contendo
15% molar de álcool isopropílico e água. Desenvolva o balanço de massa na coluna para
que se obtenha no topo da coluna, álcool com 89% molar de pureza. A recuperação do
álcool é de 96% do alimentado.
(Resposta: wt = 8 kmol/h, wb = 42kmol/h e xbálcool = 0,007)

Ex.3: Deseja-se obter 100 kg/h de álcool etílico com 94% em massa, partindo de uma
mistura água/ álcool contendo 15% molar de álcool. O resíduo de fundo contém 5% molar
de álcool. Desenvolva o BM. (Resposta: wb = 332 kg/h e wf = 432 kg/h)

3.15 Absorção
No item anterior você foi apresentado a uma operação que permite a separação de
componentes de soluções líquidas. Mas na indústria temos também misturas em fase
gasosa. Como separamos componentes de misturas gasosas?
Uma das operações mais empregadas, face ao seu baixo custo operacional, para
separar componentes de misturas em fase gás é a absorção. Esta operação serve-se do
princípio de que os gases são solúveis em líquidos. Por exemplo: o oxigênio é solúvel em
água. Graças a isso os peixes vivem e respiram na água! A água dos rios e do mar recebem
oxigênio do ar, que se dissolve nas gotas de chuva ou através da superfície da água. Para
que isso aconteça, se faz necessário que haja uma superfície de contato entre o líquido e a
fase gás. Uma área pequena de contato permitirá um fluxo pequeno de gás para o líquido.
Esse fenômeno é denominado de transporte de massa (lembra da difusão estudada no
item Extração?).
Veja o caso de um aquário: a água recebe oxigênio apenas pela superfície livre (área
de contato líquido-gás). Isso gera um fluxo pequeno, que pode não ser o suficiente para os
peixes que habitam o aquário. Por isso instalamos um borbulhador de ar, que promove uma
grande área de troca de massa entre as fases, representada pela soma das áreas de todas as
pequenas bolhas formadas no borbulhamento. A operação oxigena de modo adequado a
água e deixa os peixes felizes!
Em termos industriais, a operação é realizada com auxílio de um tubo grande,
denominado de coluna de absorção. O tubo não é vazio: preenchemos o tubo com partículas
sólidas denominadas de recheio. O gás é alimentado por baixo da coluna (veja a Figura

39
26) e permeia pelos espaços vazios entre as partículas sólidas, coluna acima. No topo da
coluna aspergimos o líquido (solvente) que desce molhando as partículas do recheio.
Assim, a área de todas as partículas do recheio passa a funcionar como área de contato
entre a fase gás e o solvente líquido, oferecendo uma enorme área de troca de massa entre
as fases e garantindo uma alta eficiência à operação. Por isso a coluna é recheada! Basta
agora que você escolha um líquido adequado para alimentar à coluna: deve ser um bom
solvente para o componente da mistura que você quer separar, mas deve ser um mal
solvente para os outros componentes. Assim o componente desejado dissolve-se na fase
líquida, deixando na fase gás seus companheiros. Na figura 26, a mistura contém três
componentes A, B e C. O componente A é absorvido.

Figura 26. Esquema de uma coluna de absorção.

A Figura 27 mostra a forma física dos sólidos mais empregados como recheio em
colunas. Também empregamos pratos com pequenos orifícios, por onde a fase gás borbulha
na fase líquida, como meio de colocá-los em contato, empregando o mesmo princípio do
borbulhador do aquário. Atualmente são muito empregados recheios denominados de
estruturados: são sanduíches de placas metálicas ou de plástico onduladas, que molhadas
pelo solvente oferecem áreas maiores para troca que um recheio de partículas, resultando
em equipamentos mais eficientes e, portanto, mais compactos.

40
Figura 27. Tipos de recheio comerciais: (a) anéis de Raschig; (b) Pall ring; (c)
Pall ring plástico; (d) sela Berl; (e) sela Intalox; (f) super Intalox; (g) Intalox metálico.

Algumas características essenciais, além da área de contato, devem ser


consideradas ao se escolher o recheio a ser usado:

- Deve ser inerte, ou seja, não deve reagir nem com o líquido nem com o gás.

- Deve ter certa resistência térmica e resistência à compressão, para não derreter, não ser
esmagado, entre outros efeitos indesejáveis.

- Deve ser “molhável” pelo líquido, causar a máxima turbulência possível e ser, de
preferência, barato.

3.15.1 Balanço de massa em coluna absorvedoras

Ex.1: 50 kmol/h de uma mistura de gases de composição:


C2H4O = 60%
CO2 = 12%
C2H4 = 28%
É alimentada a uma coluna de absorção para a separação do óxido de etileno. A coluna
emprega como solvente água contendo 2% molar em óxido de etileno. Sabendo-se que
10% do CO2 alimentado é absorvido juntamente com o óxido de etileno e que o etileno não
é absorvido em água, desenvolva o BM na coluna para que se obtenha a solução de fundo
com concentração de 40% molar em óxido.

41
T

(Resposta: wt = 19 kmol/h, xtCO2 = 0,278 e xtEt = 0,722, ws = 47 kmol/h, wb = 77 kmol/h e


xbH2O = 0,592 e xbCO2 = 0,008)
Ex.2: Desenvolva o BM na coluna de absorção abaixo sabendo-se que, são alimentados
100kmol/h de gás natural. O gás deverá ser dessulfurizado utilizando como solvente DEA.
CO2 não é absorvido, 80% do H2S é removido. A concentração de HC(hidrocarbonetos)
leves é de 1% molar na corrente de fundo, e a vazão de solvente é de 70 kmol/h.
Dados: composição do gás natural: HC leves: 75,3%, H2S : 15,2%, CO2 : 9,5%
(Resposta: wb = 83 kmol/h, xbDEA = 0,843 e wt = 87 kmol/h e xtH2S = 0,035, xtCO2 = 0,109 e
xtHC = 0,856)

Ex.3: Em sua tarefa como novo engenheiro de uma indústria, você deve implementar um
sistema de recuperação de acetona que seja capaz de remover acetona da corrente gasosa
que era jogada na atmosfera. Seu chefe forneceu o fluxograma do sistema proposto. A partir
das informações dadas desenvolva o BM para que os equipamentos possam ser
dimensionados. (Resposta: wg = 1260 kg/h, wf = 3090 kg/h, wc = 3000kg/h, wd = 1290
kg/h, ydAc = 0,072)

(na imagem acima, a vazão que sai do condensador é wE = 30 kg/h)

42
3.16 Moagem

A fragmentação é uma operação bem rústica que tem por finalidade a diminuição
do tamanho de partículas sólidas. Ela é feita em equipamentos chamados de britadores ou
moinhos. É uma operação com baixíssimo rendimento: grande gasto de energia.

Figura 28. Esquema de um moinho de martelos.

Figura 29. Esquema de um moinho de bolas.

43
3.17 Reatores Químicos

Um reator é considerado o coração de um processo. É o equipamento onde ocorre


a conversão da alimentação nos produtos finais desejados. Os três principais tipos serão
analisados a seguir.

3.17.1 Reator de Batelada (batch)

Neste tipo de reator (Figura 30 A), os reagentes são despejados num tanque e
misturados, ali permanecendo durante certo período, no qual ocorre a reação.
Após o término da reação, o tanque para a mistura resultante é então descarregado.
Essa é uma operação em batelada (descontínua) cuja composição varia com o tempo
(Figura 30 B).

Figura 30 A. Exemplo de um reator do tipo batelada (descontínuo).

Figura 30 B. Variação da concentração de um reagente A em função do tempo.

3.17.2 Reator Tubular (PFR)

O PFR (“Plug Flow Reactor” - Figura 31 A) é operado continuamente,


normalmente sem agitação, e possui configuração física de um tubo. Caracteriza-se por
apresentar um escoamento ordenado dos elementos fluidos. Consequentemente, não
haverá difusão ao longo do percurso nem diferença de velocidade entre dois elementos
quaisquer do fluido. Isto é, tudo se passa como se os reagentes caminhassem ao longo
do reator em uma única fila ordenada, em que a reação de formação dos produtos vai
acontecendo ao longo do comprimento do reator (Figura 31 B).

44
Uma condição para a operação de um reator tubular é a constância do tempo de
permanência para qualquer elemento do fluido. É um reator do tipo contínuo (regime
permanente).

Figura 31 A. Exemplo de um reator do tipo PFR (tubular).

Figura 31 B. Variação da concentração de um reagente A em função do comprimento


do reator tubular.

3.17.3 Reator de Mistura (CSTR)

O CSTR (“Continuous Stirred-Tank Reactor”) é um reator do tipo contínuo em que


todo o conteúdo é agitado, mantendo-se a composição constante ao longo do reator. Assim
sendo a mistura na saída tem a mesma composição da mistura no interior do tanque e
permanece constante ao longo do tempo (regime permanente) e ao longo da posição dentro
do reator (supondo mistura perfeita). É ideal para o processamento industrial quando as
velocidades de reação e de produção são bastante elevadas.

Figura 32. Exemplo de um reator do tipo CSTR (mistura)

45
Quadro comparativo entre os principais tipos de reatores:

TIPO DE USO VANTAGENS DESVANTAGENS


REATOR
BATCH -produção em -elevada conversão por unidade de - descontínuo
pequena escala; volume; -elevados custos de operação;
(bate- -flexibilidade de operação; -qualidade do produto é bastante
lada) -fácil limpeza; variável;
PFR -produção em grande -elevada conversão por unidade de -baixo controle da temperatura;
escala; volume; - parada e limpeza muito
(tubular) -utiliza-se com -baixo custo de operação ; onerosas;
reações em fase -operação contínua;
gasosa e em fase
líquida;
CSTR -produção em grande -fácil controle de temperatura; -baixa conversão por unidade de
escala; -simplicidade de construção; volume;
(mistura) -utiliza-se em reações -baixo custo de operação; -possibilidade de “curtos-
em fase líquida, -fácil limpeza; circuitos” no caso de má
reações gás-líquido e -operação contínua; agitação;
sólido-líquido;

3.18 Agente limitante, excesso, conversão, seletividade, rendimento e


grau de avanço
Para o cálculo de balanços de massa com reações, muitas variáveis podem estar
envolvidas. Por isso é importante entender algumas definições.

1. Reagente limitante – É o reagente que está presente na menor quantidade


estequiométrica.

2. Reagente em excesso – É o reagente que está presente em excesso estequiométrico em


relação ao reagente limitante.

Exemplo – Suponha que entrem num reator 21 mol/h de H2S e 10 mol/h de SO2, que
reagirão entre si para formar enxofre e água, segundo a seguinte reação:

2 H2S + SO2 → 3 S + 2 H2O

Qual é o reagente limitante, qual é o reagente em excesso e qual a porcentagem de excesso?

A equação nos diz que cada mol de SO2 reage com 2 mols de H2S. Ou seja, 10 mols de SO2
reagirão com 20 mols de H2S. Então, conclui-se que o reagente limitante é o SO2 e que o
em reagente em excesso é o H2S. A porcentagem de excesso é (1mol/20mols)*100 = 5%.

46
3. Conversão – É a fração da alimentação que é convertida em produtos.

Por exemplo, na mesma equação usada acima, suponha que o SO2 esteja em excesso. Se
entrarem 100 mols de H2S e apenas 80 reagirem, dizemos que a conversão de H2S foi de
0,8 ou 80%.

4. Seletividade – É a porcentagem de reagente limitante convertido que participa da reação


principal.

Por exemplo, suponha a produção de óxido de etileno a partir do eteno. Esse processo
ocorre segundo a seguinte reação:

C2H4 + ½ O2 → C2H4O

Porém, uma reação secundária indesejável pode ocorrer (combustão do etileno


alimentado):

C2H4 + 3 O2 → 2 CO2 + 2 H2O

Se dissermos que foram alimentados ao reator 100 mols de etileno, que a conversão foi de
90% e que a seletividade foi de 95% para a reação principal, estamos dizendo que 90 mols
reagiram, sendo que, desses 90 mols, 85,5 (95% de 90) reagiram formando óxido de etileno
e 4,5 (5% de 90) foram consumidos por combustão.

5. Rendimento – É a porcentagem de reagente que se transformou efetivamente em


produto.

No exemplo anterior, por exemplo, podemos dizer que o rendimento foi de 85,5%, pois,
dos 100 mols de etileno que entraram no reator, apenas 85,5% reagiram para formar o
produto final desejado.

6. Grau de avanço: ( ) - É uma propriedade que mede o avanço da reação, muito útil nos
cálculos de balanço de massa em sistema com reações. É definido por:
n saida − nientrada
= i
i
Onde  i é o coeficiente estequiométrico do componente i na reação. Deve ser
lembrado que os coeficientes estequiométricos para reagentes são negativos e para os
produtos são positivos. Portanto, o grau de avanço assumirá sempre um valor positivo.
O que torna o grau de avanço uma importante ferramenta no cálculo do balanço de
massa em sistemas reativos é o fato de que ele assume apenas um valor para a reação, ou
seja, o grau de avanço é único, independente de qual o componente i usado para seu cálculo.
Assim, sabendo a quantidade de material que entra e sai de um dos componentes é possível

47
determinar todas as demais quantidades de material para os outros componentes, valendo-
se da igualdade:
i =  j
nisaida − nientrada n saida − n entrada
=
j j

i j

3.19 Balanço de Massa com reação

Para o balanço de massa em reatores, o princípio da conservação da massa continua


valendo, mas repare: o número de mols geralmente varia em uma reação. Veja a
estequiometria (proporção de reagentes e produtos) da reação abaixo:

C2H6 + 3,5O2 2CO2 + 3H2O

É uma combustão muito simples não? Veja o número de mols: entram 1 de metano
e 3,5 de oxigênio, totalizando 4,5 mols. Mas saem apenas 2 de CO2 e 3 de água, totalizando
5 mols. Portanto tem 0,5 mol aparecendo do nada? Não, não. O número de mols variou,
mas a massa não? É a massa que define a matéria (pelo menos até aonde precisamos da
definição de matéria). Mas a massa não varia também? Vamos somar:

M (g/mol) O2 = 32 C2H6 = 30 CO2 = 44 H2O = 18

Então somamos as massas multiplicadas pelo número de mols:

1C2H6 + 3,5O2 2CO2 + 3H2O

1x30 + 3,5x32 = 2x44 + 3x18

142g = 142g !!!

Viu? Fique tranquilo. A massa não muda, a não ser que ocorra uma reação que
transforme a natureza da matéria, liberando energia( MUITA energia! Lembra das usinas
nucleares?)

Balanço de massa com reação - Exercícios

Ex.1. Um reator produz metanol a partir de CO e H2, segundo a reação:

CO + 2H2 CH3OH

T = 350 a 400 ºC, P = 200 a 300 atm, Catalisador: ZnO + Cr2O3

Desenvolva o balanço no reator para uma produção de 500 kg/h de metanol, considerando
alimentação estequiométrica e conversão de 90% do CO alimentado.

48
(Resp.: [kmol/h]: Alim: CO = 17,361, H2 = 34,722 Sai: CO = 1,735, H2 = 3,47,
CH3OH = 15,625)

Ex.2. Um reator é alimentado com excesso de 20% de C2H6 para uma conversão de 85% do
cloro alimentado. Desenvolva o BM para uma produção de 10 kmol/h de C2H4Cl2.

C2H6 + Cl2 C2H4Cl2 + HCl

(Resp.: [kmol/h]: Alim: C2H6 = 14,12, Cl2 = 23,53, Sai: C2H6 = 4,02, Cl2 = 3,53,
C2H4Cl2 = 10, HCl = 20)

Ex.3. Em um processo de oxidação do etanol para produção de acetaldeído, foram obtidos os


seguintes resultados na saída do reator:
Componente Vazão(kmol/h) Reação:
CH3CHO 9
H2O 9 CH3CH2OH + O2 CH3CHO + H2O
O2 2,5
CH3CH2OH 1
Determine a conversão e o excesso utilizado no processo. (Resp.: C = 90% e E = 40%)

Ex. 4. Considerando a reação de oxidação do etileno (C2H4), gerando etanal (C2H4O), para
uma alimentação de 180 kmol/h de etileno, após a reação são obtidos 110 kmol/h de etanal.
Calcule a conversão do etileno, o grau de avanço da reação e a composição molar na saída
do reator.
(Resp.: Xetileno = 61 %; α = 55; C2H4 = 33 %, O2 = 16 %, C2H4O = 51 %)

Ex. 5. Etileno é alimentado em um reator a fim de ser produzido 8800 kg/h de óxido de
etileno (C2H4O). Como o outro reagente é o oxigênio, além da reação de oxidação desejada,
também ocorre a combustão do etileno, gerando CO2 e água. A alimentação contém 20 %
de excesso de etileno em relação ao estequiométrico da reação principal e a conversão é de
80 % do oxigênio. A seletividade é de 90 % na reação principal. Desenvolva o balanço de
massa neste reator e calcule as vazões molares de todos os componentes na saída do reator.
(Resp.: 129,3 kmol/h de C2H4, 28 kmol/h de O2, 200 kmol/h de C2H4O, 7,4 kmol/h de CO2
e 7,4 kmol/h de H2O).

49
4 ANEXOS
ANEXO 1 – O QUE É ENGENHARIA QUÍMICA?

A Engenharia Química está presente nos mais variados produtos e situações da sua vida:
-nos alimentos e bebidas industrializados
-nos medicamentos, cosméticos e produtos de limpeza
-nos tecidos, plásticos, metais, vidros e papéis
-nos combustíveis, tintas e inseticidas
-no tratamento de efluentes e resíduos
Pode-se dizer, de maneira simplificada, que a Engenharia Química tem como objetivo
principal transformar a matéria prima em produtos de interesse. Para isso, o Engenheiro
Químico pesquisa, cria, projeta, implanta, opera e controla processos e equipamentos que
permitam realizar essas transformações com viabilidade técnica e econômica.
Por exemplo: um químico pode descobrir um novo composto orgânico, que pode ser
esticado em um filamento fino e forte. É o Engenheiro Químico que usa seus
conhecimentos para projetar e operar a fábrica que irá produzir o composto em quantidade
adequada, visando sua utilização em produtos como fios, tecidos, roupas, cordas ou
qualquer outra aplicação que possa utilizar esse material em particular. Outras vezes a
situação se inverte: há a necessidade de um produto com determinadas propriedades e o
Engenheiro Químico irá tentar produzi-lo de forma econômica e prática.
Uma característica marcante desta profissão é a sua enorme abrangência, tanto pelo
grande número de áreas de atuação, como pelo tipo de atividade desempenhada em cada
uma destas áreas. Prova disto são os vários cursos que tiveram sua origem ou forte
influência da Engenharia Química, tais como: Engenharia de Alimentos, Engenharia de
Bioprocessos e Biotecnologia, Engenharia de Materiais e Engenharia Ambiental.

Onde trabalha um Engenheiro Químico?

De maneira geral, um Engenheiro Químico pode trabalhar em indústrias ou empresas


das seguintes áreas:
- Petróleo e Petroquímica (refino, craqueamento, derivados)
- Materiais (polímeros, metais e cerâmicas)
- Alimentos e bebidas (processamento, conservação, melhoramento)
- Biotecnologia (processos que envolvem células microbianas)
- Meio Ambiente (identificação, diminuição e tratamento de resíduos)
- Fontes de Energia (combustíveis, fontes alternativas)
- Química fina (essências, aditivos, pigmentos, etc.)
- Produtos de limpeza e cosméticos (processos industriais)
- Produtos farmacológicos (medicamentos e afins)
- Cimento (beneficiamento dos minérios, produção, utilização)
- Eletroquímica (tratamento superficial, galvanoplastia, corrosão)
- Fertilizantes; tintas, vernizes e resinas; papel e celulose; tecidos; couros; explosivos
(qualquer uma destas áreas envolve a produção, operação, controle, comercialização e
aplicações)
A profissão está prestes a, internacionalmente, dar um salto qualitativo até o próximo
século, face aos novos desafios e oportunidades que já estão delineados para um futuro

50
próximo nos campos de informática, ciência dos materiais, biotecnologia, química fina,
controle ambiental e demais áreas de tecnologia de ponta.

Quais as atividades de um Engenheiro Químico?

Em qualquer uma destas áreas, o Engenheiro Químico pode desenvolver as


seguintes atividades:
- desenvolve projetos e processos de manufatura para transformar matéria bruta em
produtos de uso industrial e comercial;
- pesquisa novos métodos de trabalho que não agridam o meio ambiente;
- participa da instalação e da expansão das indústrias químicas;
- controla e garante a qualidade dos produtos químicos;
- projeta, dimensiona, seleciona e desenvolve equipamentos;
- supervisiona e coordena as atividades dos trabalhos de indústrias;
- realiza pesquisas em escala de laboratório relativas à transformação de matérias para
desenvolver novos produtos;
- comercializa produtos químicos.
Assim, resumidamente, pode-se dizer que o Engenheiro Químico atua nas seguintes
atividades:
- pesquisa e desenvolvimento
- projeto
- produção
- processo
- segurança
- ensino
- consultoria
- vendas e assistência técnica

Perfil de um bom Engenheiro Químico

Adaptação às mudanças, capacidade de lidar com conceitos teóricos, de trabalhar com


equipes multidisciplinares e de conduzir empreendimentos são características comuns aos
engenheiros químicos.
Raciocínio abstrato e analítico, afinidade com disciplinas da área de exatas (Física,
Matemática e Química) além de disciplina e paciência nos estudos e atividades em
laboratório, também são requisitos importantes para um bom acompanhamento do curso.
A preocupação com a preservação do meio-ambiente, habilidade e experiência para
solucionar problemas atuais e futuros de interesse da sociedade, traçam o perfil de um
profissional valorizado.

Diferenças entre Engenharia Química e ...


QUÍMICA – O químico é um profissional mais ligado à escala de laboratório, e que
possui vasta capacitação no entendimento e controle das reações químicas, assim como de
análises que permitem a produção de novos materiais, além do controle de qualidade de
produtos químicos, ao passo que o Engenheiro Químico projeta, opera e controla
equipamentos em escala industrial nos quais são promovidas as transformações desejadas.

51
ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS E BIOTECNOLOGIA – Tem como meta
capacitar os profissionais para entender, conceber, projetar, construir e operar
equipamentos destinados a reproduzir em escala industrial os processos de transformação
naturais que envolvem as células de natureza microbiana, vegetal os animal. O Engenheiro
de Bioprocessos e Biotecnologia também poderá atuar na concepção e desenvolvimento de
equipamentos e materiais utilizados pelas áreas médica e farmacêutica. O Engenheiro
Químico encontra-se menos capacitado para trabalhar com esse tipo de processo, podendo,
todavia, especializar-se nele.

ENGENHARIA AMBIENTAL – O Engenheiro Ambiental é o conjunto de técnicas,


métodos e processos de análise dos impactos das ações humanas sobre o meio-ambiente
físico e ecossistemas, assim como seu funcionamento natural e desenvolvimento de
tecnologia objetivando o desenvolvimento sustentável. Há uma demanda por profissionais
capazes de analisar os impactos do desenvolvimento econômico, propor soluções de
engenharia harmônicas e ecologicamente compatíveis com o ambiente, e garantir para as
novas atividades econômicas padrões de funcionamento aceitos internacionalmente.

ENGENHARIA DE ALIMENTOS – O Engenheiro de Alimentos possui formação (e


consequentemente habilidade) voltada à fabricação de alimentos, sendo especializado
nesse tipo de processo. O Engenheiro Químico conta com uma formação mais geral, não
tão especializada.

FARMÁCIA – Curso que tem como objetivo habilitar aqueles que vão desenvolver e
produzir novos medicamentos. O farmacêutico é um profissional mais ligado à área da
saúde, com conhecimentos de anatomia, imunologia e biologia, dentre outros. O
farmacêutico tem, como campo de atuação, a dispensação e o preparo de medicamentos
em farmácias (públicas, privadas ou hospitalares). Pode trabalhar com alimentos, soros,
vacinas, cosméticos e produtos dietéticos. O bioquímico está apto para a realização das
mais diversas análises em amostras biológicas, também para a medicina criminalística. Por
outro lado, o Engenheiro Químico projeta indústrias destinadas à produção destes produtos
e pode, em conjunto com químicos e farmacêuticos, operá-las.

O Curso de Engenharia Química na UFPR

Os dois primeiros anos do curso seguem o núcleo comum de todos os cursos de


engenharia, com ênfase em matemática, física e química, mas com o diferencial de contar
com matérias de introdução à engenharia, fazendo com que o aluno “sinta” a profissão
desde o primeiro ano.
A partir do terceiro ano, o aluno passa a conviver muito mais intimamente com a
Engenharia Química propriamente dita, em matérias como Termodinâmica, Operações
Unitárias (cada uma das diversas operações industriais que visam à transformação da
matéria-prima, tais como destilação, secagem e filtração), Fenômenos de transporte (o
estudo da transmissão de calor, mecânica de fluidos e difusão) e Cálculos de Reatores
Químicos.

No segundo semestre do quarto ano ou no primeiro semestre do quinto ano (a critério


do aluno) realiza-se o Estágio Obrigatório Supervisionado, no qual o aluno tem a chance

52
de consolidar e atualizar seus conhecimentos, atuando em indústrias na região de Curitiba,
ou mesmo em outros estados do país.
No final do curso faz-se o projeto completo de uma indústria química. Com esse projeto
o aluno tem a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos e ter contato
com conhecimentos não abordados de maneira profunda durante o curso (administração e
economia), tomar decisões (“agir” como engenheiro). No desenvolvimento do projeto o
aluno se envolve com todas as etapas da produção e comercialização de um produto, como:
dimensionamento de equipamentos da indústria, procura de matérias-primas, pesquisa de
mercado consumidor, cálculo de custos de produção, venda do produto.

ANEXO 2 – TEMPERATURA E PRESSÃO

Conversão de Temperaturas
SI - C (Celsius) Termodinâmica (Absoluta ) – K (Kelvin)
Sistema Inglês - F (Fahrenheit) Termodinâmica (Absoluta ) – R (Rankine)

As escalas Celsius e Fahrenheit são definidas a partir dos pontos de fusão e ebulição da
água. As escalas de temperatura termodinâmica medem o valor absoluto da temperatura. 0
ponto zero de ambas é o zero absoluto(-273,15 C). A temperatura em Kelvin avança de
modo análogo ao da temp. em C, e a temp. em Rankine avança análoga à temp. em F.
Veja as equações:

T(F) = 1,8 T(C) + 32 T(R) = T(F) + 459,67


T(F) = 1,8 T(K) – 459,67 T(R) = 1,8 T(K)
T(K) = T(C) + 273,15 T(R) = 1,8 T(C) + 491,67

Dedução das equações:


Ex. Converter F para C a partir dos pontos de fusão e ebulição da água
F 212 C 100 - ponto de ebulição

32 0 - ponto de fusão

F = 180 C = 100 → amplitudes equivalentes

T(escala A) – T(pto qquer conhecido) = T(escala B) – T(pto qquer conhecido


equivalente ao da escala A)
Amplitude (A) = Amplitude (B, equivalente ao da escala A)

T (C ) − 0(PF ) T ( F ) − 32(PF )


=
100 180
ou
T (C )1.8 = T (F ) − 32

53
Pressão Absoluta e Manométrica

Dado o sistema seguinte, qual a pressão total no fundo do recipiente se no manômetro for
feito vácuo?
Patm + Plíq = Ptotal ou absoluta

Esta pressão resultante é chamada de pressão absoluta (Pabs)

Qual a pressão exercida apenas pelo líquido? Plíq = Pexercida


Patm + Plíq = Pmedida + Patm ou Pmedida = Plíquido

Esta pressão é chamada de pressão manométrica (Pman), e também pode ser expressa como:
Pabs = Pman + Patm ou Pman = Pabs – Patm

E se o manômetro estiver aberto, que pressão ele medirá?

ANEXO 3 - INTERPOLAÇÃO LINEAR

Se, num dado intervalo, dados que são funções de uma variável independente tiverem
crescimento linear (variação constante) com a variação (positiva ou negativa) da variável,
podemos descobrir dados que não estão implícitos. Isto significa que devemos encontrar a
equação da reta Y = Ax + B. O método é semelhante ao usado para encontrar as equações
de temperatura.

Ex. Dado a solubilidade do KCl a 0, 10, 20 e 30 C,


calcule a solubilidade a 16 C.

Solubilidade
T( C) (g/100g de H2O)
0,00 27,6
10,0 31,0
20,0 34,0
30,0 37,0

54
Para encontrar o coeficiente linear(B): A solubilidade no início da reta é quando
T = 0, e é 27,6 g/100g H2O

Para encontrar o coeficiente angular(A): A solubilidade em outro ponto é de 37,0g/100g


H2O para T = 30 por exemplo. A variação de temperatura entre o ponto inicial e final é de
30 e a variação de solubilidade é 9,4g/100g H2O
Então a variação de solubilidade com a variação de temperatura é de 9,40/30,0 = 0,313
(g/100g)/ C que é o coeficiente angular(A, a inclinação da reta).

Solubilidade = 27,6 + 0,313.T(C), a 16C = 32,608 ou 32,6 g/100g H2O. Repare na tabela
como faz sentido.

ANEXO 4 - ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS E ARREDONDAMENTO

Os algarismos significativos são aqueles que foram medidos ou calculados com


precisão suficiente para que não possamos duvidar que seu real valor seja aquele. Por
exemplo, uma balança que marque até 4 casas decimais mas o fabricante só garanta 3 delas,
dará valores de peso com 3 decimais. O quarto algarismo decimal pode estar marcando 5,
mas seu valor real pode ser 0 ou 9, e nunca saberemos esse valor com certeza. Esses
algarismos são os incertos. (Note que algarismos significativos não são a mesma coisa que
casas decimais)

Quantos são os algarismos significativos em um dado problema? Assume-se que


quem fornece os dados expressa-os com todos os algarismos significativos. Zeros antes de
um dado valor não são contados
Ex: 5,000 L => 4 algarismos significativos. (ou as)
6,056 L + 0,9070 L = 6,963 L => 4 as também
0,005 m => 1 as
0,003 m + 0,006 m = 0,009 m => 1 as também
Perceba que 5,000 L é bem mais preciso do que 5,0 L, pois em 5,000 o algarismo
da incerteza é o milésimo do litro, com valores entre 5,000 e 5,009 L, e em 5,0 é o décimo
do litro, com valores entre 5,0 e 5,9 L

55
E as operações com diferentes números de algarismos significativos? Utilizamos
nos cálculos todos os algarismos fornecidos, mas a resposta mostra apenas o menor número
de as.
Ex 100,00 m / 10 s = 10 m/s
Mas e se fizermos: 100,00 m / 3,000 s = 33,3333333333... Como ficam todos os 3s que
não cabem em quatro as?

Precisamos arredondá-los. Ao arredondar, observamos o primeiro algarismo não


significativo. Se for maior que 5, arredondamos o último as para cima. Se for menor que 5,
arredondamos para baixo. Se for igual, vemos o segundo algarismo que não é significativo,
e assim por diante. Se não houver outro algarismo, por exemplo 1,25 (2as), arredondamos
para cima se o último as for par, o aumentamos de uma unidade. Se for ímpar,
arredondamos para baixo. Esse é um procedimento estatístico, e podemos fazer o
oposto(par =, impar >) contanto que mantenhamos o mesmo processo durante toda a
resolução de um problema.
As regras acima não são perfeitas, mas são satisfatórias para arredondamentos
simples.
Ex 100,00 m / 3,000 s = 33,333333..... 4 as, o quinto algarismo é menor que 5, portanto a
resposta é 33,33 m/s.
40 kg / 60 m3 = 0,66666..... 2 as, o terceiro algarismo é maior que 5, portanto a resposta
é 0,67 kg/m3
5,0 s / 4,0 s = 1,25 2as, o terceiro algarismo é 5, não há mais algarismos, dois é par e a
resposta é 1,3 (adimensional)

ANEXO 5 – ANÁLISE DIMENSIONAL

Todas as grandezas físicas ou são adimensionais (sem unidades) ou dimensionais


(com unidades). O estudo da análise dimensional visa compreender quais são as grandezas
básicas (fundamentais) que dão origem as demais.

Teorema de Bridgmann

“Toda grandeza física pode ser expressa a menos de um fator puramente numérico,
sob a forma de produto das potências das grandezas da base do sistema ao qual pertencem.”

Este teorema diz que uma grandeza física G que depende das grandezas de base X,
Y e Z pode ser escrita como:
G = K. X a. Y b. Z c
sendo K, a, b e c números reais.
Normalmente expressamos as grandezas física mecânicas em função de grandezas
específicas ( as fundamentais ), que são: comprimento [ L ], massa [ M ] e tempo [T ].
GRANDEZAS FUNDAMENTAIS UNIDADES REPRESENTAÇÃO
Comprimento metro (m) L
Massa quilograma (kg) M

56
Tempo segundo (s) T
Temperatura kelvin (K) θ
Intensidade de corrente elétrica ampère (A)
Intensidade luminosa candela (cd)
Quantidade de matéria mol (mol)

Logo, as fórmulas dimensionais serão do tipo:

[ G ] = [ L ] a [ M ] b [ T ] c ou [ G ] = L a M b T c

( k foi excluído por não possuir unidade )


FÓRMULA DIMENSIONAL DE UMA GRANDEZA

Partindo da fórmula de definição de uma dada grandeza e substituindo as unidades


de base pelas fundamentais chega-se a fórmula dimensional de tal grandeza.

Exemplos:

1 ) Faça a análise dimensional das seguintes grandezas:

S
a) velocidade ( V ), dado que Vm =
t

[ V ] = L . T –1

V
b ) aceleração ( a ), dado que a m =
t

[ a ] = L . T –1. T –1 = L . T –2

HOMOGENEIDADE DIMENSIONAL

“Uma lei física não pode ser verdadeira se não for dimensionalmente homogênea”.
Então, as dimensões de um membro da equação devem ser iguais às dimensões de
outro membro.
Exemplos:

2 ) Prove que a expressão da energia cinética é homogênea.

mv 2 [ L] 2
K= [K]=[M]. 2
= M L 2 T - 2 no S.I: kg m 2 s –2 = J
2 [T ]

3 ) Prove que a equação horária do M.R.U é homogênea.

57
S = S0 + v.t [ L ] = [ L ] + [ L ] [ T ] –1 [ T ] .: [L]=[L]+[L]

Como todos os termos da equação possuem as mesmas dimensões, a equação é


homogênea.

EXERCÍCIOS PARA TREINAR:

1 ) Faça a análise dimensional das seguintes grandezas:

a ) força ( F ), dado que FR = m .a


b ) pressão ( p ), dado que p = F / A
c) energia potencial (U), dado que U = mgh

2 ) Prove que a equação de Torrricelli é homogênea ( v2 = v02 + 2a  s )

3 ) Um movimento retilíneo uniforme é representado pela equação x = At 2 + Bt3,


onde x é o deslocamento, t é o tempo e A e B são constantes. No sistema massa –
comprimento – tempo, quais são as fórmulas dimensionais de A e B ?

Mais exemplos:

Ex: Transformar 300 ft/min em m/s:

300 ft . 0,3048 m . 1 min = 1,524 m/s ou 1,52 m/s.


1 min 1 ft 60 s

Note que 1 min = 60 s e (1 min / 60 s) = 1 e que (min / min) = 1, o mesmo valendo para
pés e metros, e portanto é uma sucessiva multiplicação por 1s. Claro que 5000 L divididos
por 5000 L é simplesmente 1, pois o a unidade L também é simplificada.

Ex. Um gás é contido em um balão de vidro por uma coluna de 28,6 cm de Hg. Qual a
Pressão Absoluta em atm?
Dado: hg (densidade) =13,53 g/cm3

Pgás = PHg + Patm = Pabs, Patm = 1


Pabs = PHg + 1

Como temos duas variáveis e uma equação. vamos tentar por análise dimensional

58
de modo que obtenhamos apenas variáveis conhecidas:

V = A . h, P = F/A = (m . g) /A = ( . V . g)/A

Pabs = Hg . A . h . g + 1 = Hg . h . g + 1


Ou seja, precisamos apenas conhecer a altura da coluna, sem saber quanto mercúrio
existe lá dentro. Substituindo as valores, Pgás = 1,3746 atm ou 1,38 atm.

Muitas vezes, precisamos fazer cálculos bem mais complexos do que de pressões.
Fica muito difícil avaliar o significado físico de cada expressão e portanto não sabemos
intuitivamente como proceder os cálculos e agrupar as variáveis e constantes. Com a
análise dimensional podemos saber como agrupar nossas informações para chegar à
resposta desejada. (ou seja, se queremos velocidade em [m/s] e temos a aceleração em
[m/s2] e o tempo em [s], basta multiplicar a aceleração pelo tempo para sabermos a
velocidade, pois m/s2 x s = m/s!

ANEXO 6 - CONVERSÃO DE UNIDADES

Grandeza Conversão
Comprimento 1m = 10-3 km = 3,28 ft = 39,37 in
1 ft (pé) = 12 inches (polegadas)
Massa 1 kg = 103 g = 10-3 ton = 2,205 lb = 6,022 1023 u
Pressão 1 atm = 105 Pa = 1 bar = 10,3 metros coluna água (mca) =
1 kgf/cm2 = 760 mmHg = 14,7 psi
1 Pa = 1N/m2 = 10-5 atm.
1 cm3 = 1 mL
Volume 1 L = 103 cm3 = 10-3 m3
1 m3 = 1000 L = 106 cm3 = 35,31 ft3
Densidade 1 g/cm3 = 103 kg/m3 = 1 kg/L = 62,4 lb/ft3
Viscosidade 1 cP = 10-3 kg/m.s = 1 mPa.s
Vazão 1 ton/h = 16,66 kg/min = 0,2777 kg/s
1 m3/h = 16,66 l/min = 0,2777 l/s
1 cal = 4,18 J = 1,16.10-6 kWh = 3,97.10-3 Btu =
Energia 4,19.107 erg
1 J = 1 Nm = 1 kg m2 s-2 = 1 m3 Pa = 0,239 cal
1 kWh = 3,6 MJ
Potência 1 kW = 103 W = 1,34 HP
1 HP = 745,7 W
Temperatura ºF = 32+1,8. ºC
K = 273 + ºC
R = 460 + ºF
Força 1 N = 1kg.m/s² = 105 dina = 0,224809 lbf =
0,101968 kgf

59
Constantes:
R = 0.082 atm.l/ºK.mol = 1.987 cal/ºK.mol = 1546 ft.lb/ºR.lbmol
J = 4.18 J/cal = 778 ft.lb/Btu = 427 kgm/ kca
g = 981 cm/s2 = 9,81 m/s2 = 32,2 ft/s2 = 1,271 x 108 m/h2
Volume molar = 22,41 L/mol = 359 ft3/lbmol nas C.N.T.P.
(C.N.T.P. = condições normais = 0º C e 1 atm)

NORMAS OFICIAIS

1.Todas as unidades, fundamentais ou derivadas, quando escritas por extenso devem ter
inicial minúscula, mesmo no caso de nomes de pessoas. Assim, escrevemos metro, newton,
ampère, joule, etc. Exceção: Celsius (inicial maiúscula).
2.Para os símbolos devemos usar letra minúscula, exceto no caso de nome de pessoa: m
para metro, N para newton, A para ampère, s para segundo, etc.
3.Não se misturam unidades por extenso com símbolos. Errado: metros/s. Certo: m/s ou
metros por segundo.
4.O plural das unidades é obtido simplesmente pelo acréscimo da letra s. Assim,
escrevemos metros, segundos, ampères, pascals, decibels, etc.
5.Os símbolos nunca se flexionam no plural. 50 metros devem ser escritos 50m e não 50ms.

Múltiplos e Submúltiplos das Unidades SI

Nome do Símbolo do
Fator pelo qual a unidade é multiplicada
Prefixo Prefixo
yotta Y 1024 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000
zetta Z 1021 = 1 000 000 000 000 000 000 000
exa E 1018 = 1 000 000 000 000 000 000
peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000
tera T 1012 = 1 000 000 000 000
giga G 109 = 1 000 000 000
mega M 106 = 1 000 000
quilo k 103 = 1 000
hecto h 102 = 1 00
deca da 10
UNIDADE
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro µ 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001
femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001
atto a 10-18 = 0,000 000 000 000 000 001

60
zepto z 10-21 = 0,000 000 000 000 000 000 001
yocto y 10-24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001

Para formar o múltiplo ou submúltiplo de uma unidade, basta colocar o nome do prefixo
desejado na frente do nome desta unidade. O mesmo se dá com o símbolo.
Exemplos:
Para multiplicar e dividir a unidade volt por mil:
quilo + volt = quilovolt; k + V = kV
mili + volt = milivolt; m + V = mV
Os prefixos SI também podem ser empregados com unidades fora do SI.
Exemplos:
milibar; quilocaloria; megatonelada; hectolitro
Por motivos históricos o nome da unidade SI de massa contém um prefixo: quilograma.
Por isso, os múltiplos e submúltiplos da unidade são feitos a partir do grama.
Exemplos:
micrograma; centigrama; miligrama; decagrama; hectograma

ANEXO 7 – LISTAS DE EXERCÍCIOS

LISTA 1

1) Para cada um dos seguintes casos, faça a conversão de unidades solicitada (as tabelas
estão no Anexo 6):

a) Comprimento iv) 2’’ (polegadas) em cm


i) 87 mm em km v) 1 m em pé (ft)
ii) 9 km em m vi) 33 ft em m
iii) 15 m em polegadas vii) 7’’ em pé

b) Área ii) 5 km2 em m2


i) 254 mm2 em km2 iii) 0,6 cm2 em ft2

c) Volume iii) 1274 dm3 em m3


i) 18 cm3 em litros (L) iv) 0,96 m3 em litros
ii) 570 m3 em mm3 v) 69 L em m3

d) Temperatura ii) 299°C em °F


i) 5°F em K iii) 104 K em °C

e) Tempo i) 8,23 minutos em segundos

61
ii) 95 horas em segundos iii) 358,30 minutos em horas

f) Massa iii) 27 kg em toneladas


i) 14 libras (lb) em kg iv) 608 libras em toneladas
ii) 8 toneladas (t) em kg

g) Velocidade ii) 0,410 mm/h em dm/s


i) 20 km/h em m/s iii) 8 m/s em cm/min

h) Densidade iii) 1200 kg/L em kg/cm3


i) 875 g/cm3 em kg/m3 iv) 21 g/dm3 em kg/L
ii) 7 kg/m3 em g/mL

i) Vazão Mássica ii) 7,0 mg/h em kg/min


i) 40 kg/h em g/s iii) 66,7 dg/h em kg/s

j) Vazão Volumétrica ii) 5 dm3/h em cm3/min


i) 36 m3/s em L/min iii) 83 cm3/h em m3/s

k) Pressão iii) 8 mmHg em g/(mm.s2)


i) 1510 atm em mmHg iv) 97 atm em mca
ii) 85 mmHg em Pa v) 0,21 mca em Pa

l) Viscosidade
i) 51 kg/(m.s) em g/ (km.h)
ii) 3660,7 kg/(cm.min) em g/(cm.h)
iii) 43 g/(cm.h) em cP
iv) 81 Pa.s em mg/(km.min)

m) Força
i) 13 N em kgf
ii) 85 kgf em N
iii) 0,5 dina em N
iv) 2700 N em dina
v) 666 dina em kgf

1
RESPOSTAS DA LISTA 1 DE EXERCÍCIOS (conversão de unidades):

1) Conversão

a) Comprimento iii) 5,9717 h iii) 2,31x10-8 m3/s


i) 87x10-6 km
ii) 9000 m
f) Massa k) Pressão
iii) 590,55’’
i) 6,35 kg i) 1,148x106 mmHg
iv) 5,08 cm
ii) 8000 kg ii) 1,1x104 Pa
v) 3,2808 ft
iii) 0,027 t iii) 1,05x103
vi) 10,0584 m
iv) 0,276 t g/(mm.s2)
vii) 0,5833 ft
iv) 999,1 mca
v) 2,04x103 Pa
b) Área g) Velocidade
i) 2,54x10-10 km2 i) 5,6 m/s
ii) 5x106 m2 ii) 1,14x10-6 dm/s
iii) 6,458x10-4 ft2 iii) 48000 cm/min
c) Volume l) Viscosidade
i) 18x10-3 L i) 1,8x1011 g/(km.h)
ii) 570x109 mm3 h) Densidade ii) 2,1964x108
iii) 1,274 m3 i) 875x103 kg/m3 g/(cm.h)
iv) 960 L ii) 7x10-3 g/mL iii) 7,78x10-8
v) 0,069 m3 iii) 1,2 kg/cm3 dg/(mm.s)
iv) 21x10-3 kg/L iv) 1,2cP
v) 4,86x1012
d) Temperatura
i) Vazão Mássica mg/(km.min)
i) 258,15 K
ii) 570,2 °F i) 11,11 g/s
iii) -169,15 °C ii) 1,2x10-7kg/min m) Força
iii) 1,85x10-6 kg/s i) 1,326 kgf
ii) 833,6 N
e) Tempo j) Vazão Volumétrica iii) 5x10-6 N
i) 493,8 s i) 2,16x106 L/min iv) 2,7x108 dina
ii) 342000 s ii) 83,3 cm3min v) 6,791x10-4 kgf

LISTA 2

1) Expresse as seguintes quantidades em notação científica e indique o número. de


algarismos significativos.
a) 32540

63
b) 32540,0
c) 0,032540

2) Ache a solução dos seguintes problemas, expressando o número correto de algarismos


significativos.
a) (3,87)(42,56)/(0,001420)
b) (3,42x105)(0,35x10-7)

3) Em 10 kmol de propano, calcule:


a) A massa em kg (Resp.: 440 kg)
b) A quantidade de matéria (kmol) e a massa (kg) de carbono. (Resp.: 30 kmol, 360
kg)

4) Transforme cada temperatura abaixo nas 3 demais unidades usadas em engenharia:


a) 50 F
b) 40 C
c) 203 K
d) 1520 R

5) A janela de uma câmara hiperbárica usada para inspeção em plataformas submarinas


tem uma área de 80,0 cm2. Se a pressão interna da câmara deve ser mantida a 101,0
kPa, que força, em newtons, deve a janela suportar se o mergulhador descer a uma
profundidade de 400 m? Considere a massa específica da água igual a 1050 kg/m3 e a
pressão atmosférica igual a 105 Pa. (Resp.: 3,29.104 N)

6) Um sistema por gravidade, como o abaixo, é usado para suprir água a um processo, na
mínima pressão manométrica de 2,55 kgf/cm2, na entrada do processo. Calcule:
a) A mínima elevação do nível de água acima do processo. (Resp.: 25,5 m)
b) A massa específica do fluido se a mínima elevação for de 30,0m. (Resp.: 850
kg/m3)

66
7) Determine a equação que dá o número de Reynolds (Re), importante na mecânica dos
fluidos, diretamente quando se conhece: vazão volumétrica (Q = m3/h), densidade (ρ),
diâmetro (D = mm) e viscosidade ( = Pa.s). (Re = 0,354 Q ρ /  D)

8) Converta o volume de 50 L para m3.

9) Converta a pressão de 695 mmHg para todas as outras unidades de pressão.

10) Converta a potência de 60 HP para kW e para kcal/s.

11) Converta a vazão de 100 m3/h para L/min, para mL/h e para m3/s.

12) Converta a densidade de 0,8 g/mL para kg/m3. Converta 49,256 lb/ft3 para g/cm3.

13) Converta a vazão mássica de 15 kg/s para lb/h (libras por hora).

14) Converta a velocidade de 12 m/s para cm/min e para km/h.

15) Converta a viscosidade de 3 kg/m.s para g/cm.s e para miliPa.s (cP).

16) Converta a temperatura de 20 °C para °F e para K. Converta 60 °F para K.

17) Calcule a massa molar (g/mol) das seguintes substâncias:


a) Sulfato de cálcio di-hidratado.
b) Glicose.
c) Fosfato de magnésio.

18) Calcule a massa (em g) de cada uma das seguintes quantidades de matéria:
a) 2 mols de bicarbonato de sódio.
b) 0,01 mol de naftaleno.
c) 2 . 10-4 mol de sacarose.

19) Uma coluna de mercúrio de um manômetro (massa específica = 13,6 g/cm3) tem um
diâmetro de 3 mm e uma altura de 72 cm. Calcule o peso da coluna em Newton.

67
20) O número de Reynolds (Re) é um grupo adimensional muito importante nos cálculos
de engenharia química, na área de mecânica dos fluidos. Suponha que um fluido escoa
em uma tubulação de 2,067 in de diâmetro (D), a uma velocidade 0,048 ft/s (v), com
uma viscosidade (μ) de 0,43 cP e que esse fluido possui uma massa específica (ρ) de
0,805 g/cm3. Calcule o número de Reynolds (Re = D v ρ /μ) desse fluido.

LISTA 3:

1) Uma mistura equimolar de gases contém etileno, etano e propano. Calcule a fração
mássica dos componentes da mistura e a massa molecular média da mesma.

2) Uma dada mistura gasosa apresenta a seguinte composição mássica: 70 % de CH4, 20


% de C2H6 e 10 % de N2.
a) Encontre as frações molares de cada componente da mistura.
b) Calcule a massa molar média dessa mistura.

3) Uma mistura de gases tem a seguinte composição mássica:

Componente %

O2 16

CO 4

CO2 17

N2 63

a) Determine a composição desta mistura em termos das frações molares.


b) Determine a massa molecular média (M) da mistura.
c) Calcule a densidade dessa mistura nas condições ambiente.

4) Um gás liquefeito de petróleo, também conhecido como GLP ou gás de cozinha,


contém 40 % de propano (C3H8) e 60 % de butano (C4H10) em base molar. Obtenha a
composição mássica desse produto.

5) Uma solução aquosa de NaCl contém 230 g de cloreto de sódio por litro, a 20ºC. A
densidade desta solução, nesta temperatura vale 1,148 g/cm3. Calcule:
a) a fração mássica do soluto (y = 0,20)
b) a fração molar da água (x = 0,929)

68
c) a relação: massa de NaCl por massa de H2O (0,25)

6) Uma mistura gasosa com CO, CO2 e CH4 é analisado em um cromatógrafo a gás. O
cromatograma obtido está ilustrado abaixo. Para cada espécie existe uma área (A) que
é proporcional ao número de mols da substância. Use as informações do cromatograma
para determinar as frações molares e as frações mássicas dos componentes. (Resposta:
yCO = 0,222 yCO2 = 0,698)

LISTA 4:

1) Uma tubulação possui área da seção transversal de 250 cm2 e transporta 5 litros por
segundo de água. Qual a velocidade deste escoamento (nas unidades do SI)? (R:0,2
m/s)

2) Os chamados “Buracos Negros” seriam regiões do Universo capazes de absorver


matéria, que passaria a ter a densidade desses Buracos. Se a Terra (massa da ordem de
1024 kg) fosse absorvida por um Buraco Negro com densidade 1024 g/mL, qual seria o
seu volume (em L)?(R: 1 L)

3) Um reator nuclear instalado às margens de um rio dissipa nessas águas a potência de 2


. 109 J/s. Sabendo que a densidade da água é 1 kg/L e que o seu calor específico é 1
kcal/kg.°C, calcule a vazão volumétrica mínima da água de refrigeração (nas unidades
do SI) para que a temperatura da água não aumente mais do que 10 °C. (R:47,8 m3/s)

4) Um equipamento é vendido em n parcelas iguais, sem juros. Caso se queira adquirir o


produto pagando-se 3 ou 5 parcelas a menos, ainda sem juros, o valor de cada parcela
deve ser acrescido de R$ 600,00 ou de R$ 1.500,00 respectivamente. Calcule n. (R: 9
parcelas)

5) Calcule a densidade aproximada (em g/L) do ar armazenado em um cilindro com


pressão absoluta de 2 bar e na temperatura de 40 °C. (R: 2,22 g/L)

69
6) Um líquido com densidade igual à da água a 20 °C, escoa com a velocidade de 2 m/s
em um tubo circular com diâmetro de 10 cm. Calcular a vazão volumétrica (nas
unidades do SI e em m3/h) e a vazão mássica (nas unidades do SI). (R: 1,57E-2 m3/s;
56,5 m3/h; 15,7 kg/s)

7) Uma corrente de 200 kg/h de solução aquosa de ácido acético possui fração molar do
soluto igual a 0,2. Qual a vazão (em m3/h) de ácido acético nesta corrente, sabendo que
a densidade deste ácido é de 0,8 g/mL? (R:0,114 m3/h)

8) O teor de álcool etílico médio das cervejas é em torno de 4% (em volume). Sabendo-
se que a massa específica do álcool etílico é igual a 49,256 lb/ft3, se você tomasse 6
garrafas de 600 mL de cerveja isso equivaleria à ingestão de quantos gramas de álcool?
(R: 113,4 g)

9) Quando se trata de substâncias tóxicas, uma informação muito utilizada é aquela


denominada Dose Letal 50 (DL50) que é a quantidade de uma substância química que
quando é administrada em uma única dose por via oral, expressa em massa da
substância por massa de animal, produz a morte de 50 % dos animais expostos dentro
de um período de observação de 14 dias. Sabendo-se que a DL50 do etanol é de 7000
mg/kg de peso corporal e tendo por base o resultado da questão anterior, calcule quantas
garrafas de cerveja representam a DL50 para um homem de 75 kg. (R: 28 garrafas)

10) Analise os fluxogramas apresentados no Anexo 8.

11) Pesquise e elabore o fluxograma de tratamento de água para abastecer uma cidade.

LISTA 5:

1) Num tanque, são misturadas duas correntes, uma com 200 kg/h de água e outra com
30 kg/h de álcool. Calcule a vazão da corrente de saída e suas frações mássicas.

2) Bronze é o nome que se dá a uma família de ligas metálicas constituidas


predominantemente por cobre e proporções variáveis de outros elementos como estanho,
zinco, fósforo e ferro, entre outros. A tabela a seguir apresenta a composição de três ligas
metálicas de bronze.

70
Supondo que no processo de mistura dessas ligas não haja perdas, responda as seguintes
perguntas:
a) Misturando três partes da liga A com duas partes da liga B, a liga resultante terá que
percentual de cobre, estanho e zinco?
b) Em que proporção as ligas A, B, e C devem ser misturadas, de modo que a liga resultante
seja composta de 60% de cobre, 20% de estanho e 20% de zinco.

3) Um tanque contém uma mistura com as seguintes frações molares: 45% de


H2O,25% de HBr, 10% de H3PO4 e 20% de HNO3. Determine a fração mássica de cada
constituinte assim como a vazão mássica da alimentação sabendo que 1000 kmol/h de
solução são alimentadas. (R: y H2O = 0,160, y HBr= 0,399, y H3PO4= 0,193, y HNO3=
0,248 e wAlimentado.=50750 kg/h)

4) Uma vazão A contendo benzeno e hexano deve ser misturada a uma vazão B (igual
a 400 kmol/h) com os mesmos constituintes (com fração molar do benzeno de 0,25) para
obter 1000 kmol/h de uma corrente C, de composição equimolar entre os dois
componentes. Calcule a fração molar do benzeno na corrente A. (Resposta: xbenz = 0,667)

5) Uma solução ácida A com 60% de H2SO4, 20% de HNO3 e 20% de H2O (todas as
porcentagens são mássicas), deve ser obtida pela mistura das seguintes soluções: S1 = 10%
de HNO3, 60% de H2SO4 e 30% de H2O; S2 = 90% de HNO3 e 10% de H2O; S3 = 95%
de H2SO4 e 5% de H2O. Calcule a massa de cada solução a ser misturada para se obter
1000 kg da solução. (Resposta:565 kg de S1, 160 kg de S2, 275 kg de S3)

6) Uma suspensão de um minério chamado talco (silicatos) contém 75 % em massa


de água e é submetido a uma filtração descontínua, na qual 80 % da água é removida. Com
isso, a suspensão transforma-se em uma lama, diminuindo sua massa em 72 kg. Calcule a
massa original da suspensão e a porcentagem de água presente na lama após a filtração.
(Resposta:120 kg, ylama = 37,5 %)

7) A solubilidade do sulfato de magnésio anidro a 20ºC é 35,5kg/100 kg de água.


Calcule a quantidade de MgSO4.7 H20 que deve ser adicionada a 10 kmol/h de H2O para
obtermos uma solução saturada a 20ºC.(R: 206,8 kg/h)

71
LISTA 6:

1) Para certo processo, é necessária uma solução com nitrogênio, oxigênio e metano,
preparada a partir da mistura de três correntes num tanque de mistura. Para o preparo de
100 mol/h dessa solução, a vazão das correntes de entrada é: 40 mol/h de N2 e 30 mol/h de
CH4. Calcule a vazão da corrente de oxigênio e a concentração molar de cada substância
na solução. (R: QO2 = 30 mol/h; MN2 = 0,4; MCH4=0,3; MO2 = 0,3)

2) Na indústria de laticínios a “padronização” é o processo de obtenção de um produto


com uma composição desejada (padrão desejado), a partir de uma mistura de componentes.
Qual quantidade de leite, com 3,5 % de gordura, deve-se misturar com creme de leite (nata),
contendo 35% de gordura, para obter 3.000 kg de um outro creme de leite com 15 % de
gordura? (R: 1905 kg de leite)

3) Um suco de tomate escoa por uma tubulação a uma taxa de 100 kg/min, onde o
mesmo é salgado, através da adição, a uma vazão constante, de uma solução saturada de
sal (26% de sal em massa). A que taxa deve ser adicionada a solução salina para se obter
um produto (suco de tomate) com 2 % de sal? (R: 8,3 kg/min de solução salina)

4) Num tanque, são misturadas duas correntes, uma com 200 kg/h de água e outra com
30 kg/h de álcool. Calcule a vazão da corrente de saída e suas frações molares.(R: vazãosaída
= 230kg/h; FraçãoEtOH = 5,53%; FraçãoEtOH = 94,47%)

5) Em uma tubulação, a vazão volumétrica de uma mistura com teor de O2 de 4,0 %


(em volume) é de 30 m3/min. Deseja-se que o teor de O2 na tubulação seja de 6,0 % pela
adição de O2 puro ou de ar. Calcule as vazões volumétricas de O2 puro ou de ar a ser
adicionada.(R: vazãoO2 PURO = 0,638 m³/min; vazãoAR = 4 m³/min)

6) Para preparar uma solução com 50 % de ácido sulfúrico, um rejeito ácido diluído
contendo 28 % de H2SO4 é reforçado com um ácido sulfúrico comprado contendo 96 % de
H2SO4. Quantos quilogramas de ácido devem ser comprados para cada 100 kg de ácido
diluído? (R: 48 kg)

7) Uma unidade industrial de verniz tem que entregar 1000 lb de uma solução de
nitrocelulose a 8 % (em massa). Eles têm em estoque a solução a 5,5 %. Qual massa de
nitrocelulose seca (em kg) deve ser dissolvida na solução para atender ao pedido?(R:12 kg)

8) Uma corrente A contendo 25 % (em massa) de metanol em água é diluída por outra
corrente (B) a 10 % para formar um produto (C) com 17 % de metanol em água.
a) Escolha uma base de cálculo conveniente e calcule a razão (vazão C/ vazão A).(R: 2,14)
b) Qual a vazão de alimentação da solução B é necessária para produzir 62 kmol/h de
produto?

72
9) Uma solução aquosa contém 25 % em massa de sal. Calcule:
a) o teor de sal na solução, se for evaporada 40,0 % da água originalmente presente; (R:
35,7 %)
b) o teor de sal na solução, se a massa de água evaporada equivale a 40,0 % da massa da
solução original; (R: 41,7%)
c) a porcentagem de água da solução, se a solução final contiver 40 % de sal. (R: 60%)

10) A solubilidade do hidróxido de sódio a 80 °C é 313,7 g / 100 g de água. Calcule a


vazão de água (em kg/h) que deve ser adicionada ao hidróxido puro para ser obtida uma
corrente de 100 kmol/h de uma solução saturada a 80 °C. (R: 747 kg/h)

11) Uma quantidade de 1000 kg de solução aquosa de dicromato de potássio (K2Cr2O7),


com 13% em massa, é submetida a uma evaporação, obtendo-se 640 kg de água. A solução
residual é resfriada até 20 ºC. Calcule a quantidade e o rendimento de cristais de dicromato
resultantes deste processo. Dado: solubilidade do dicromato a 20 ºC: 0,390 kmol por 1000
kg de água. (Resposta: 104 kg, η = 79,7%)

LISTA 7:

1) Certo cereal contém 20% em massa de água e deve ser secado até atingir, no
máximo, 4% de água. Calcule a % de remoção de água do cereal. (Resposta: 84%)

2) Um sólido contendo 25,0% de água é continuamente alimentado com a vazão


mássica de 1000 kg/h em um secador a ar para reduzir o teor de água a um máximo de
4,00%. O ar usado para aquecimento tem a umidade de 0,90 kg/100kg ar seco e o ar
efluente do secador deve ser limitado a 21,4 kg água/100kg ar seco. Calcule a porcentagem
de remoção de água do sólido original e a vazão mássica de ar seco. (Resposta:
87,5% água removida e 1067 kg/h ar seco)

3) Uma corrente de 1000 kg/h de solução aquosa de etanol, com fração mássica igual
a 0,30 deve ser submetida a uma destilação, visando obter uma solução com 96% (em
massa) no topo da coluna de destilação e um resíduo no fundo. É necessário também que
95% (massa) do álcool alimentado seja recuperado no topo da coluna. Calcule a vazão e a
composição do produto de fundo. (Resposta: 703 kg/h, yEtOH = 2,1%)

4) A solubilidade do Ba(NO3) 2 a 100ºC é 34 kg/100 kg de água e a 0ºC é 5 kg/100 kg


de água. Deseja-se produzir uma solução saturada de Ba(NO3) 2 em água partindo de 200
kg/h de Ba(NO3) 2.5 H20 a 100ºC.

a. Qual é a quantidade de água a ser adicionada (R: 385,8 kg/h)


b. Se a solução for resfriada até 5ºC, qual será a quantidade de Ba(NO3) 2 que
será precipitada? (R: 120,4 kg/h)
c. Qual será o rendimento dessa operação?(R: 81%)

73
5) Deseja-se reduzir o teor de água de um produto alimentício de 90% para apenas 15%
em massa. Essa operação é realizada em um secador tipo tambor rotativo. Calcule:
a. A quantidade de água removida. Use 100 kg/h na alimentação como base
de cálculo. (R: 88,2 kg/h )
b. A massa de água removida por kg de material seco (R: 7,54 kg/h )
c. A massa de água removida por kg de material úmido (R: 0,88 kg/h )

6) Um vapor com fração em massa: propano 0,3; n-butano 0,3 e n-pentano 0,4 é carga de
uma torre de destilação. O teor máximo de propano no produto de fundo deve ser de
0,15 em massa. O destilado será enviado para outra torre, onde a recuperação do
propano deve ser de 0,90. Calcule:
a. A vazão mássica de carga da primeira torre para se produzir 10 Mg/dia de
propano no destilado da segunda, sabendo que a relação produto de
fundo/carga da primeira é 0,4. (R: 46,29 Mg/dia)
b. A recuperação do propano em relação à carga da primeira torre. (R: 72%)

7) Um vapor com fração em massa: propano 0,3, n-butano 0,3 e n-pentano 0,4 é carga de
uma torre de destilação. O teor mínimo de propano no destilado deve ser 0,65 em
massa. O destilado será enviado para outra torre, onde a recuperação do propano deve
ser de 0,96. Calcule:
a. A vazão mássica da carga da primeira torre para se produzir 10 Mg/dia de
propano no destilado da segunda, se a relação destilado/carga da primeira é
0,4. (F = 40 Mg/dia)
b. A recuperação do propano em relação à carga da primeira torre.
(R = 0,832)

8) 100 kg/min de água adensada(F) a ser tratada contendo 20% em massa de matéria
orgânica(MO) e 3% de sais minerais(SM) é alimentada ao digestor primário(contém
bactérias que fermentam a MO, parecido com o que você também faz depois da
feijoada). Assumimos que apenas metano é produzido, e que a corrente gasosa(G)
contém 99% metano e 1% vapor de água. A corrente que sai do digestor(H) tem razão

74
SM:MO de 3:1, e é submetida a um condicionamento químico com sais de alumínio(a
70%) e flúor(a 99%) de modo que a corrente que sai(L) deve conter 0,1% de alumínio
e 0,01% de flúor. É então separada em filtro mecânico de modo que exista apenas 0,1%
de MO na corrente final dessa unidade. 90% da massa da torta do filtro é de MO e o
restante é umidade.
a. Desenvolva o BM

b. Quantos litros por dia de metano saem na corrente G? Assuma que toda a
MO é composta de metano. Dados P = 1atm, T = 25 C

Respostas:
a) F G H I J L M O
Água(%) 1 30 1 10
SM(%) 3 3,7 70 99 3,8 3,8
MO(%) 20 99 1,2 1,2 0,1 90
W (kg/min) 100 19,2 80,8 0,113 0,00817 80,9 79,9 1

b) 41870000 L/dia

9) Tem-se uma solução saturada de dicromato de potássio (K2Cr2O7) a 40 ºC. Deseja-se obter o
sal em sua forma sólida. Para isso, temos duas alternativas: usar um cristalizador que resfriaria a
solução até 5 ºC ou um evaporador que elevaria a temperatura até 100 ºC para evaporar a água,
fazendo com o que o sólido precipitasse. Com seus conhecimentos e pela análise do gráfico
abaixo, qual é a melhor alternativa? Justifique e desenvolva o balanço de massa para as duas
opções, sabendo que a corrente de entrada é de 400 kg/h. Qual quantidade de sólido é recuperado
na cristalização e quanto é o rendimento dessa operação? Para se obter a mesma quantidade de
sólidos no evaporador, qual é a quantidade de água que deve ser retirada? Relacione os resultados
dos balanços com sua justificativa de escolha. Apresente os resultados finais na forma de uma
tabela de fácil leitura.
Dados (do gráfico):
Solubilidade do K2Cr2O7 a 5 ºC – 6 g/100g de água
Solubilidade do K2Cr2O7 a 40 ºC – 29 g/100g de água
Solubilidade do K2Cr2O7 a 100 ºC – 104 g/100g de água

75
Se fosse feito o mesmo processo para o Ca(C2H3O2)2, qual seria a melhor escolha, o
cristalizador ou o evaporador? Justifique.

LISTA 8:

1) Um tanque contém uma mistura com as seguintes frações molares: 45% de H2O,
25% de HBr, 10% de H3PO4 e 20% de HNO3. Determine a fração mássica de cada
constituinte assim como a vazão mássica da alimentação sabendo que 1000 kmol/h de
solução são alimentadas. (R:H2O-16%, 8,1 ton/h; HBr- 39,9%, 20,225 ton/h; H3PO3-
19,3%, 9,8 ton/h; HNO3-24,8%, 12,6 ton/h)

2) A solubilidade do sulfato de magnésio anidro a 20 °C é 35,5 kg/100 kg de água. Calcule


a quantidade de MgSO4.7 H2O que deve ser adicionada a 10 kmol/h de H2O para
obtermos uma solução saturada a 20 °C.(R:207,8 kg)

3) Uma lama de talco contém 80,0 % em massa de água. 80,0 % da água é removida por
filtração, o que faz a massa de lama reduzir em 64,0 kg. Calcule:

76
a) a massa original da lama;(R: 100kg)
b) a porcentagem de água presente na lama após a filtração.(R:44,44%)

4) Uma solução aquosa de NaOH a 10,0 % (em massa) deve ser concentrada em um
evaporador onde 500,0 kg/h de água são evaporados. Se a solução final contiver 28,2
% de NaOH, calcule a vazão da solução concentrada final.(R: 274,7 kg/h)

5) Um tanque contém uma mistura com as seguintes frações molares: 45% de H2O, 25%
de HBr, 10% de H3PO4 e 20% de HNO3. Determine a fração mássica de cada
constituinte assim como a vazão mássica da alimentação, sabendo que 1000 kmol/h de
solução é alimentada. Calcule também a “massa molar média” dessa mistura.(R:H2O-
16%, 8,1 ton/h; HBr- 39,9%, 20,225 ton/h; H3PO3-19,3%, 9,8 ton/h; HNO3-24,8%, 12,6
ton/h; MMm=50,725 kg/kmol)

6) Para certo processo, é necessária uma solução de nitrogênio, oxigênio e metano,


preparada a partir da junção de três correntes desses gases puros. Para o preparo de 120
mol/h dessa solução, a vazão das correntes de entrada é: 30 mol/h de N2 e 40 mol/h de
CH4. Calcule a vazão da corrente de oxigênio, a concentração molar de cada substância
e a densidade média dessa solução.(R nas CNTP: QO2=50 kmol/h; MN2=0,25;
MCH4=0,3333; MO2=0,4167; ρ=1,14 kg/m3)

7) Para diluir 100 kg/h de uma solução de álcool a 40 % (em massa), é adicionada uma
corrente de água de 20 kg/h. Calcule a vazão molar da corrente de saída do tanque e a
concentração molar de álcool nessa corrente.(R: Qms=5,31 kmol/h;
Concentraçãoetanol=16,4%)

8) Pretende-se concentrar suco de tomate de 12 % até 28 % em massa de sólidos em um


evaporador. Desenvolva o Balanço de Massa para uma alimentação de 100 kg/h de
suco.(R: Centrada=100 kg/h, 12% sólidos; Cevaporado=57,14 kg/h, 0% sólidos; Csaída=42,86
kg/h, 28% sólidos)

9) Uma solução aquosa contém 25 % em massa de sal. Calcule:


a) o teor de sal na solução, se for evaporada 40,0 % da água originalmente
presente;(R:35,7%)
b) o teor de sal na solução, se a massa de água evaporada equivale a 40,0 % da
massa da solução original;(R: 41,7%)
c) a porcentagem de água da solução, se a solução final contiver 40 % de sal.(R:
60%)

10) Usando unidades do SI, calcule a densidade do ar (supondo gás ideal) a 20 °C e 1


bar. Compare com a densidade da água na mesma temperatura. (R: ρar=1,19 kg/m3,
ρágua=840* ρar)

77
11) Um classificador de maçãs por tamanho classifica as frutas em grandes e pequenas.
A separação não é perfeita, mas é importante para a comercialização das frutas. Após
a classificação, as frutas saem do equipamento através de duas esteiras, chamadas
esteira inferior e esteira superior. A fração de maçãs grandes que saem na esteira
superior é cinco vezes superior à fração de maçãs grandes na esteira inferior. Cem mil
maçãs passam pelo classificador a cada dia, sendo que 40 % são classificadas como
grandes. Sabe-se também que 30.000 maçãs saem pela esteira superior a cada dia.
Encontre as frações de maçãs grandes em cada esteira e o fluxo total de maçãs na esteira
inferior.(R:EsmG=90,9%; EimG=18,18%; Eifluxo=70.000 maçãs).

LISTA 9:

1) Um cereal que contém 25 % em massa de água necessita ser seco até atingir, no
máximo, 5 % de umidade. Calcule a porcentagem de remoção da água, sabendo que a
alimentação é de 200 kg/h.(R: 84,2% de remoção)

2) Uma mistura liquida (corrente F) contendo 30% de benzeno (B), 25% de tolueno (T) e
45% de xileno (X), em base molar, é alimentada a uma taxa de 1275 kmol/h em uma
unidade de destilação constituída de duas colunas. O produto de fundo da primeira
coluna (corrente C) contém 99% em mol de X e nenhum B, sendo que 98% da
quantidade de X que é alimentado são recuperados nessa corrente. O produto de topo
da segunda coluna (corrente D) contem 99% em mol de B e nenhum X. O benzeno
recuperado nessa corrente representa 96% do B presente na corrente de alimentação.
Chame a corrente de topo da 1ª coluna de A e a corrente de fundo da 2ª coluna de E.
Calcule as correntes em kmol/h e as frações molares dos componentes em cada corrente
de produto de ambas as colunas.(Corrente A: 707,5 kmol/h, sendo 382,5 kmol/h de
benzeno, 313,07 kmol/h de tolueno e 11,48 kmol/h de xileno. Corrente C: 567,95
kmol/h, sendo 562,27 kmol/h de xileno e 5,68 kmol/h de tolueno. Corrente D: 370,9
kmol/h sendo 367,2 kmol/h de benzeno e 3,7 kmol/h de tolueno. Corrente E: 336,15
kmol/h sendo 309,37 kmol/h de tolueno, 15,3 kmol/h de benzeno e 11,48 kmol/h de
xileno. Corrente F dada no enunciado)

3) Qual a principal função do refervedor (reboiler) em uma coluna de destilação?

4) Quais as principais vantagens de se usar o vapor como forma de aquecimento em um


processo?

5) Explique a finalidade e o princípio de funcionamento de um evaporador a vácuo.

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6) Em sua tarefa como novo engenheiro de uma indústria, você deve implementar um
sistema de recuperação de acetona que seja capaz de remover acetona da corrente
gasosa que era jogada na atmosfera. Seu chefe forneceu o fluxograma do sistema
proposto. A partir das informações dadas desenvolva o balanço de massa para que os
equipamentos possam ser dimensionados (faça as hipóteses que forem convenientes).
(Corrente F: 92,84 kg/h de acetona e 3042,1 kg/h de ar. Corrente C: 3042,1 kg/h de Ar.
Corrente D: 1200kg/h de água e 92,84 kg de acetona. Corrente E: 29,7 kg/h de acetona
e 0,3 kg/h de água. Corrente G: 1199,7 kg/h de água e 63,14 kg/h de acetona)

7) Uma coluna de absorção recebe 500 kg/h de uma mistura de gases contendo 20% em
massa de metano, 70% em massa de N2 e 10% em massa de CO2. Para absorver o
metano empregar-se-á, como solvente, uma corrente contendo 98% em massa de
hexano e 2% de metano. Sabendo-se que a eficiência da absorção é de 100% e que CO2
e N2 não são absorvidos, calcular a quantidade de solvente a ser empregada para que a
solução que deixa a coluna apresente 60% em massa de metano.(R: Solvente 68,974
kg/h de solvente)

8) Açúcar úmido contendo 20% em massa de água entra em um secador, em que 75% da
água é removida. Desenvolva o balanço de massa para uma produção de 250 kg/h de
açúcar seco.(R: Entrada 294 kg/h. Produto: 250kg/h de açúcar “seco”, 235,3 kg/h de
açúcar puro e 14,7 kg/h de água. Água Retirada: 44,1 kg/h de água)

9) Quais as semelhanças e as diferenças entre os processos de evaporação e de secagem?

10) Um sólido contendo 20% de água (base mássica) é continuamente alimentado a uma
vazão de 900 kg/h em uma secadora. É empregado ar, a fim de reduzir a umidade do
sólido para no máximo 4%. O ar utilizado na secagem possui uma umidade de 0,82 kg

79
de água para cada 100 kg de ar (esta mistura é chamada de ar seco). Considerando que
na saída a umidade do ar deve ser limitada a 21,2 kg de água por 100 kg de ar, calcule:
a) A porcentagem de remoção de água do sólido original.(83,33 %)
b) A vazão mássica de ar seco.(735,65 kg/h)

11) Um fluxograma simplificado para a fabricação de açúcar é apresentado na figura


seguinte. A cana-de-açúcar alimenta um moinho onde o xarope é espremido, e o bagaço
resultante contém 80% de polpa. O xarope (E) contendo pedaços de polpa finamente
divididos é alimentado para uma peneira que remove toda a polpa e produz um xarope
límpido (H), contendo 15% de açúcar e 85% de água. O evaporador prepara um xarope
“pesado” e o cristalizador produz 900 kg/h de cristais de açúcar.

a) Calcule a água removida no cristalizador e no evaporador (kg/hora).(Corrente J:


5100 kg/h de água. Corrente L: 1350 kg/h de água)
b) Calcule as frações mássicas dos componentes (água e açúcar) na corrente de
rejeito G.(Água 44,07 kg/h; Açucar 7,78 kg/h)
c) Calcule a vazão de alimentação (F) de cana na unidade (kg/hora).(22113 kg/h)

LISTA 10:

1) Um reator produz óxido de etileno a partir do etileno. Determinar o BM no reator para uma
produção de 1500kg/h de óxido (PM = 44) com alimentação estequiométrica e conversão de
70% do etileno alimentado.
(Resp.: [kmol/h]: Alim: C2H4 = 48,7, O2 = 24,35 Sai: C2H4 = 14,61, O2 = 7,305, CH3OH =
34,09)

80
C2H4 + O2 C2H4O

2) Sulfato de sódio é produzido em um reator a 500 ºC a partir do NaCl e H2SO4. Desenvolva o


BM para uma produção de 100kg/h de sulfato sabendo-se que a alimentação é
estequiométrica e que a conversão do NaCl é de 85%. Dado: PM(Na2SO4) = 142

NaCl + H2SO4 Na2SO4 + HCl

(Resp.: [kmol/h]: Alim: NaCl = 1,66, H2SO4 = 0,83 Sai: NaCl = 0,25, H2SO4 = 0,12,
Na2SO4 = 0,70, HCl = 1,41)

3) Um reator produz óxido de etileno a partir do etileno. Determinar o BM no reator para uma
produção de 1000kg/h de óxido (PM = 44) com excesso de 40% de etileno e conversão de
90% do O2 alimentado. (Resp.: [kmol/h]: Alim: C2H4 = 35,3, O2 = 12,6 Sai: C2H4 = 12,6, O2
= 1,3, C2H4O = 22,7)

C2H4 + O2 → C2H4O

4) Em um processo de oxidação do etanol para produção de acetaldeído, foram obtidos


os seguintes resultados na saída do reator:

Componente Vazão (Kmol/h)

CH3CHO 10

H2O 10

O2 3

CH3CH2OH 2

Determine a conversão e o excesso utilizados no processo. (R: conversão=


83,33% e excesso= 33,33%)
Reação: CH3CH2OH + O2 → CH3CHO + H2O

5) Um reator produz tetracloreto de etano a partir da reação de etileno com cloro.


Empregando-se um excesso de 40 % de cloro, obtém-se uma conversão de 85 % do
etileno alimentado. Desenvolva o balanço de massa no reator para uma produção de
2000 kg/h do produto desejado. Reação: C2H4 + Cl2 → C2H2Cl4 + HCl

81
6) Em um reator são alimentados 100 kmol/h de metano, que sofre combustão completa,
utilizando 50 % de excesso de oxigênio. Sabendo que 97 % do metano alimentado é
queimado, calcule a vazão e a composição molar da corrente gasosa na saída do reator.

7) Seja a desidrogenação de etano conduzida em reator contínuo, em estado estacionário.


A reação é:

C2H6 → C2H4 + H2
100 mol/min são alimentados no reator e na corrente do produto formado há uma vazão de
hidrogênio igual a 40 mol/min. Com base nas informações fornecidas, determine as vazões
(em mol/min) de etano e eteno na corrente de produto.

8) Desenvolva o balanço de massa em um reator contínuo utilizado para a produção de


benzeno mediante a rota de hidrodesmetilação, considerando uma produção de benzeno
de 10.000 kg/h, conversão de tolueno de 72,5 % e excesso de hidrogênio de 50 %.
C6 H 5CH 3 + H 2 → C6 H 6 + CH 4

9) Deseja-se produzir sulfato de alumínio usando a bauxita como matéria-prima. A reação


ocorre em um leito rotativo onde são adicionados 1000 kg/h de bauxita (formada por
45 % em massa de óxido de alumínio e 55 % de minerais inertes) e 1472 kg/h de ácido
sulfúrico. A conversão do óxido de alumínio é de 70 % e o outro produto da reação é a
água. Sabendo que a massa molar média desses minerais inertes é de 61 g/mol, calcule:
a] A produção (vazão mássica) de sulfato de alumínio obtida nesse reator.
b] O excesso de ácido sulfúrico utilizado no processo.

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ANEXO 5 – EXEMPLOS DE ALGUNS PROCESSOS INDUSTRIAIS

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5 BIBLIOGRAFIA:

BADINO JR, A. C.; CRUZ, A. J. C. Fundamentos de balanços de massa e energia:


Um texto básico para análise de processos químicos. São Carlos: EdUFSCar, 2010.
BRASIL, Nilo Índio do. Introdução à Engenharia Química. Rio de Janeiro:
Interciência-Petrobrás, 1999.
CREMASCO, M.A. Vale a Pena Estudar Engenharia Química. São Paulo: E.
Blucher, 2005.
FELDER, R.M.; ROUSSEAU, R.W. Princípios Elementares dos Processos
Químicos. 3ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
GOMIDE, Reynaldo. Estequiometria Industrial. 3ª ed. São Paulo: R. Gomide, 1984.
HIMMELBLAU, D.H. Engenharia Química: princípios e cálculos. Prentice Hall.
LIMA, Léo da Rocha. Elementos Básicos de Engenharia Química. S.Paulo: McGraw-
Hill, 1978.
MURPHY, R.M. Introduction to Chemical Processes: Principles, Analysis, Synthesis.
McGraw-Hill Education, 2007.
PERRY. Manual de Engenharia Química. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1980.
REKLAITS, G.V. Engineering optimization methods and applications. New York:
John Wiley and Sons, 1983.
SHREVE, R.N.; BRINK Jr, J.A. Indústrias de Processos Químicos. 4ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Dois, 1977.
THOMPSON, E.V. Introduction to Chemical Engineering. McGraw-Hill.

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