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ACT, 67 anos, sexo masculino, fumador (2 maços por dia) sem antecedentes pessoais ou
familiares relevantes.
História da Doença Atual: Aparentemente saudável até à 2 dias, altura em que inicia quadro de
dispneia (respiração desconfortável ou desagradável.) de início súbito associado a toracalgia
(dor na cavidade torácica) intensa à esquerda. A sintomatologia surgiu em repouso e não tem
relação com os esforços. A dor é constante e caracterizada como uma picada, sem irradiação e
sem fatores de alívio ou de agravamento, ou seja, trata-se de uma toracalgia atípica, pois o
caráter da dor é como o de uma picada, e por se dar em repouso, e a dor é considerada como
uma dor do tipo C: provavelmente não anginosa1 (tendo apenas a presença de 1 característica
típica, que tem a ver com o da sua localização).
O doente refere ainda que a sua perna direita inchada com impotência funcional.
Biopsia5 (Guiada por TAC): Leiomiossarcoma (tumor maligno raro que ataca os tecidos
moles, podendo atingir trato gastrointestinal, pele, cavidade oral, couro cabeludo e útero,
principalmente de mulheres no período pós-menopausa. Esse tipo de sarcoma é grave e tende
a espalhar-se facilmente para outros órgãos).
3. Explique porque está a tromboflebite está tantas vezes associada a cancro? E qual a
importância da neoangiogénese neste processo?
A tromboflebite, ou trombose venosa superficial, é uma inflamação de uma veia do
sistema venoso superficial causada pela formação de um trombo (coágulo) que, na maior parte
das vezes, surge relacionada com varizes dos membros inferiores. A trombose está muitas
vezes associada ao cancro, podendo surgir por:
⮚ Obstrução / Compressão da veia, devida à presença de um tumor maligno de
grande tamanho adjacente à mesma;
⮚ Neoangiogénese, processo pelo qual as células tumorais estimulam a formação dos
novos vasos sanguíneos necessários para o fornecimento dos nutrientes essenciais
para seu crescimento acelerado. As formações de novos vasos sanguíneos expõem
os tecidos formados à cascata de coagulação;
⮚ Utilização da trombose para que se manifestem metástases noutras partes do
organismo. Pequenas tromboses formam-se ao redor das células cancerígenas e
protegem as células tumorais das células imunitárias e facilitam às células
cancerígenas que cheguem a outros locais no organismo causando metástases.
O cancro cria um desequilíbrio dos fatores de coagulação, as células tumorais são
responsáveis por aumentar o nível de fatores pró-coagulantes em relação ao nível de fatores
anticoagulantes, aumentando a formação de trombos (coágulos) sanguíneos.
1
Angina – síndrome que se manifesta através de dor no peito, normalmente, na área central e
precordial (região localizada na face anterior do tórax onde o coração e os grandes vasos se
projetam).
Por vezes, esse incômodo aparece diante de stress emocional, esforço físico ou refeições e
desaparece de forma espontânea depois de alguns minutos. No entanto, pode também surgir
antes do infarto. Esta costuma indicar problemas como a aterosclerose2, caracterizada pelo
entupimento dos vasos sanguíneos.
2
Aterosclerose – Ocorre quando a parede das artérias é submetida a algum tipo de agressão, e
há uma acumulação local de lipoproteínas e migração de células inflamatórias e outros tipos de
elementos celulares, nas camadas mais internas das artérias. Esse processo depois vai conduzir
ao estreitamento progressivo do calibre arterial e tende a atingir as características elásticas dos
vasos, podendo causar infartos, derrames, etc.
3
TAC – tecnologia de imagem que usa um equipamento especial de raios X para obter um
volume de dados do corpo que são depois processados por um computador para obter
imagens dos órgãos internos do organismo.
É um método de diagnóstico não invasivo, sendo útil para mostrar órgãos e tecidos com maior
clareza e detalhe do que uma radiografia convencional. Muitas vezes é possível fazer um
diagnóstico definitivo recorrendo a um exame de TAC, não sendo necessário a realização de
outros exames de diagnóstico.
4
Adenopatias – aumento do volume dos gânglios linfáticos (que tem a função de eliminar as
impurezas e, sobretudo, destruir os microrganismos presentes, impedindo assim a sua
passagem para o sistema vascular e a sua distribuição por todo o organismo), decorrente da
proliferação de linfócitos e histiócitos dos gânglios ou da infiltração por células inflamatórias ou
neoplásicas. Tipos de Adenopatias: Doença de Kawasaki; Tuberculose ganglionar; Rubéola;
Doença da arranhadura do gato; Linfomas5.
5
Linfomas – grupo de doenças malignas do sangue, caracterizadas pela proliferação
descontrolada de linfócitos e de células de gânglios linfáticos, conduzindo ao aparecimento de
células malignas capazes de invadir os tecidos do organismo. Podem ser classificadas como
Hodgkin e não Hodgkin.
6
Biopsia – exame através do qual se faz a colheita de um tecido biológico, cuja análise poderá
identificar uma patologia e ajudar na definição do tratamento. Sobre esse tecido é feita uma
análise histológica que permite chegar a um diagnóstico definitivo e que pode comprovar a
nossa suspeição clínica.
Cancro
Devemos ter em conta que nem todos os tumores são cancro. Existem dois tipos: os malignos,
e os benignos. Os malignos podem-se disseminar para outras partes do organismo, produzindo
o que se denomina “metástases”. Os benignos normalmente não representam qualquer perigo
para a vida, porque se multiplicam lentamente e permanecem no lugar onde tiveram origem,
embora possam crescer demasiado e pressionar os órgãos vizinhos, acabando por provocar
problemas de saúde.
Tipos de Cancro
⮚ com o órgão ou tecido no qual têm origem. Por exemplo o cancro do pulmão tem início
em células pulmonares
⮚ com o tipo de células que são formados. Por exemplo:
● carcinomas são formados por células epiteliais (células que formam os tecidos
básicos do corpo humano)
● sarcomas são formados a partir do osso ou dos tecidos moles (músculos, vasos
sanguíneos, tecido fibroso ou adiposo)
● linfomas têm origem nos linfócitos (um tipo de glóbulos brancos)
● leucemias têm origem nas células presentes na medula óssea
● mieloma múltiplo tem origem nos plasmócitos (células especializadas em
produzir anticorpos)
● melanoma forma-se a partir dos melanócitos (células da pele que produzem
melanina – pigmento da pele)
⮚ Fadiga;
⮚ Febre;
⮚ Perda de peso não intencional;
⮚ Náuseas;
⮚ Mal-estar geral;
⮚ Inchaço e dor na região em que há desenvolvimento do leiomiossarcoma;
⮚ Sangramento gastrointestinal;
⮚ Desconforto abdominal;
⮚ Presença de sangue nas fezes;
⮚ Vômito com sangue.
CASO 2
Os marcadores tumorais são proteínas ou outras substâncias produzidas tanto por células
normais quanto por células cancerígenas, mas em quantidades maiores pelas células
cancerígenas. Eles podem ser encontrados no sangue, urina, fezes, tumores ou em outros
tecidos ou fluídos corporais de alguns pacientes com cancro.
Existem vários marcadores tumorais em uso clínico. Alguns estão associados a apenas um
tipo de cancro, enquanto outros estão relacionados a vários tipos de cancro.
1
Estudo Imuno-histoquímico – O exame anátomo-patológico é aquele no qual o médico
patologista avalia um material biológico de um paciente, que foi retirado por biópsia, cirurgia,
punção ou outro tipo de coleta. Algumas vezes, o médico patologista precisa de técnicas
complementares para conseguir alcançar o diagnóstico correto. Dentre estas técnicas, o estudo
Imuno-histoquímico exerce papel fundamental para fins de diagnóstico e prognóstico de
muitas doenças.
O propósito da imuno-histoquímica é reconhecer antígenos e assim identificar e classificar
células específicas dentro de uma população celular morfologicamente heterogênea (ou
aparentemente homogênea).
As células cancerígenas retiradas durante uma biópsia ou cirurgia são analisadas para verificar
se têm recetores de estrogênio ou progesterona. Quando os hormônios se ligam a esses
recetores, “alimentam” o crescimento do câncer.
Conhecer o status dos recetores hormonais do tumor é importante para definir o tipo de
tratamento. Se o tumor tiver um ou ambos recetores hormonais, os medicamentos para
hormonoterapia podem ser usados para diminuir os níveis de estrogênio ou impede o
estrogênio atue sobre as células cancerígenas da mama. Esse tipo de tratamento é útil para o
câncer de mama recetor hormonal positivo
Cancro da mama recetor de hormona positivo. As células de cancro da mama recetor
hormonal positivo têm ER+ ou PR+ ou ambas. Estes cancros podem ser tratados com terapia
hormonal que reduzem os níveis de estrogénio ou bloqueiam os recetores de estrogénio. Os
cancros recetores hormonais positivos tendem a crescer mais lentamente do que aqueles que
são recetores hormonais negativos. As mulheres com cancro hormonal recetor positivo
tendem a ter um melhor prognóstico a curto prazo, mas esses cancros às vezes podem
reaparecer muitos anos após o tratamento.
2
Cintilografia óssea – exame diagnóstico de imagem nuclear que permite identificar áreas de
alterações físicas e químicas nas estruturas dos ossos e permite acompanhar o progresso do
tratamento de algumas doenças. Importante para o diagnóstico de várias doenças ósseas como
infeções, artrite, fratura ou alterações na circulação sanguínea do osso, bem como a avaliação
de próteses nos ossos e deteção de metástases ósseas, ocorrentes quando o cancro originário
de outra local do organismo se espalha para os ossos.
3
CA 15.3 – exame normalmente solicitado para monitorar o tratamento e verificar recidiva de
cancro da mama. O CA 15.3 é uma proteína produzida normalmente pelas células mamárias,
no entanto, no cancro a concentração dessa proteína é bastante elevada, sendo utilizada como
marcador tumoral. O valor de referência para esse exame é de 0 a 30 U/mL, valores acima
desse já são indicativos de malignidade.
Caso 3
AM, sexo feminino, 47 anos, G4P2, menarca (1 menstruação) aos 9 anos, recorre a consulta de
ginecologia por apresentar hemorragia vaginal há 5 dias apesar de já se encontrar na
menopausa há dois anos. A hemorragia teve início como “spotting” na roupa interior, tendo
intensificado nos últimos 2 dias assemelhando-se a uma menstruação normal, que obrigou a
doente a usar 3 pensos higiénicos por dia.
Nega episódios semelhantes desde que entrou na menopausa, bem como fatores agravantes
ou de alívio. Nega trauma pélvico (lesão ou ferida causada por batida na zona pélvica que
pode originar uma hemorragia), edema periférico (acumulação de líquido que provoca
inchaço), febre, fadiga, dor abdominal e ainda queixas urinárias. Nega ainda secura ou prurido
vaginal (comichão).
Como história clínica relevante destaca-se o diagnóstico de diabetes tipo 2 há cinco anos atrás
e de hipertensão essencial (é a pressão arterial elevada (superior a 140/90 mmHg) sem
qualquer causa identificável) há dois anos atrás, estando medicada com metformina
(medicamento para os diabetes, excesso de peso) e metoprolol (para diminuir a pressão
arterial).
É prescrita a realização de um exame citológico cervical, cujo resultado foi HSIL – lesão
pavimentosa intraepitelial de alto grau (lesões que se não forem tratadas podem evoluir para
cancro do colo do útero, podem ter origem no hpv (vírus do papiloma humano). As células
pré-cancerígenas estão apenas na superfície do colo do útero sendo fundamental o seu
tratamento nesta fase). A doente foi de seguida submetida a exame colposcópico com biópsia
dirigida, que revelou neoplasia intraepitelial (algumas células se parecem anormais) cervical
de grau 3 (CIN3) (o mais próximo do câncer), pelo que foi realizada conização do colo uterino
(procedimento cirúrgico no qual um pedaço em formato de cone é retirado do órgão para a
realização de uma biópsia).
Neoplasia (cancro) intraepitelial (entre duas camadas de epitelio - uterino e vaginal) cervical
(perto da zona genetial) grau 3 (NIC 3)= Substituição de toda (pq é avançado) a espessura do
epitélio; células com atipias (mutadas) severas
4. O que é a “zona de transição” do colo uterino? Por que motivo é considerada a região mais
vulnerável ao desenvolvimento de neoplasia?
É o local onde os dois tipos principais de células que cobrem o colo do útero se encontram é e
onde a maioria dos cânceres de colo de útero se origina.
Os dois tipos principais de células que cobrem o colo do útero são as células espinocelulares
(no exocervice) e as células glandulares (no endocervice)
Notas
No pequeno número de casos nos quais a infeção persiste e, especialmente, é causada por um
subtipo viral oncogénico, pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras (lesão
intraepitelial escamosa de alto grau e adenocarcinoma in situ), cuja identificação e tratamento
adequado possibilita a prevenção da progressão para o câncer cervical invasivo
Lesão intraepitelial de alto grau (HSIL): embora não consideradas cancro, são lesões que se
não forem tratadas podem evoluir para cancro do colo do útero. As células pré-cancerígenas
estão apenas na superfície do colo do útero sendo fundamental o seu tratamento nesta fase.
procede-se à investigação a partir dos três passos: citologia, colposcopia e biópsia. Para o
estudo histopatológico, a fim de evitar a progressão para lesões mais graves ou para carcinoma
de colo do útero, pode ser feita a cirurgia de alta frequência
Todos os consensos são unânimes ao afirmar que frente à presença de lesão intraepitelial de
alto grau em mulheres adultas, a excisão desta deve ser feita.
Caso 4
Mulher de 66 anos aparentemente saudável, começou a sentir-se doente desde abril, logo
após ter regressado de férias na Tailândia. Inicialmente apareceu com dor no hipogástro
direito, icterícia e fraqueza.
Os exames laboratoriais mostraram níveis elevados de VS (indicam uma inflamação) e fosfatase
alcalina (indicam obstrução do fluxo biliar).
A ultrassonografia revelou fígado aumentado, alterações difusas no fígado e pâncreas, sinais de
colecistite crónica (inflamação da vesícula biliar) e aumento do ducto biliar comum.
Pelo agravamento dos sintomas e da icterícia, a paciente foi submetida a cirurgia (stent
bilateral de ducto biliar) em junho. Dois meses depois, foi admitida na urgência com dor
abdominal, fraqueza, vómitos biliares, febre (38,5 C), marcada hipotensão e sinais de ascite
(acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no interior do abdômen, no espaço entre os
tecidos que revestem o abdômen). Faleceu por falência de múltiplos órgãos 2horas após a
admissão.
Dor hipogástrica- dores abdominais localizadas (no pé da barriga) na região hipogástrica podem
ter origem na bexiga ou no útero.
Icterícia- coloração amarela da pele e dos olhos causados pelo excesso da bilirrubina (subs
produzido pelo fígado como resultado da filtragem de glóbulos vermelhos)
Níveis elevados de fosfatase alcalina indicam obstrução do fluxo biliar, isto vai levar ao
bloqueio dos canais que conduzem a bile para o intestino ou na vesícula biliar, nestes casos
também ocorre um aumento grande das bilirrubinas. Níveis normais 46 a 120 U/L
Coleciste- inflamação na vesícula biliar, bolsa que que armazena bile (importante na digestão
de gorduras) que fica em contato com o fígado. Esta condição pode se desenvolver em 2
estados colecistite crônica (crises repetidas de dor (cólica biliar) que ocorrem quando os
cálculos biliares bloqueiam, temporariamente, o ducto cístico) e colecistite aguda.
Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) Técnica que usa simultaneamente a
endoscopia digestiva e a imagem fluoroscópica para diagnosticar e tratar doenças associadas
ao sistema biliopancreático.
Colangiocarcinoma-cancro das vias biliares que se forma nos ductos biliares. Sintomas da
doença: dor abdominal. pele amarela perda de peso e prurido
Sinais-icterícia
O adenocarcinoma é um tipo de câncer que afeta as glândulas e o tecido epitelial dos órgãos
excretores.
A histologia da paciente sugeriu um colangiocarcinoma que poder ser resultado da infeção por
Opisthorchis viverrini que é uma infeção causado pela ingestão de peixe cru ou malcozido tem
como sintomas icterícia dor abdominal fraqueza vómitos, hipotensão e febre. Como esta
infeção não foi tratada corretamente o seu estado agravou afetando os outros órgãos o fato de
ter sido feito um stent bilateral de ducto pode ter agravado seriamente o estado da paciente.
Os fatores etiológicos que podem estar na origem destas neoplasias podem ser o consumo de
peixe cru ou malcozido, invasão das paredes da veia porta e da artéria hepática e infiltração
total da parede da vesícula biliar
Para o tratamento da infeção a paciente poderia ter sido medicada com praziquantel, um
antivermicida que impede os vermes de crescer deve ser administrada 3x ao dia por 2 dias ou
Albendazol que é indicado para tratamento de infecções por vermes.
Caso 5
Paciente do sexo masculino, 63 anos, procurou Unidade de Saúde com queixas de dor na
coluna lombar a pelo menos 6 meses que melhorava com o uso de analgésicos. Paciente relata
que há cerca de 45 dias, apresenta perda de apetite e fadiga. Nega febre. Nega doenças
prévias, alergias, transfusão ou cirurgias prévias. Nega tabagismo e consumo de bebidas
alcoólicas. Relata que o pai veio a óbito devido a um cancro não especificado.
Aparelho cardiovascular com bulhas cardíacas (som geradas pelo impacto do sangue nas
estruturas cardíacas e nos grandes vasos) normofonéticas, rítmicas, em 2 tempos (duas bulhas
seguidas num batimento), sem sopros. Abdome (Entre o tórax e a pelve) com ruídos hidroáreos
presentes (sons normais dos intestinos devido à presença de ar nos intestinos por movimentos
peristalicos), normotenso (tensão arterial em valores normais), indolor a palpação. Linfonodos
(pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas) palpáveis em
região inguinal (canal inguinal permite a passagem de estruturas importantes das cavidades
abdominal e pélvica), com mais de 2 cm de diâmetro (estes aumentam o tamanho quando
perto de um nódulo linfático há uma infeção feridas ou câncer enquanto estão a filtrar as
células "más"- linfonodomegalia), consistência endurecida, indolores. Sinal de Lasègue positivo
(Lasègue é um sinal clínico que descreve a existência de dor na parte posterior da perna
quando a perna é estendida, indicativo de ciática) bilateralemente. Ao exame digital retal
(palpação do revestimento do recto e dos órgãos circundantes, importante para detetar o
cancro da próstata) , observou-se próstata aumentada (pode ser hiperplasia (aumento das
células) benigna é um problema urinário comum dificulta o ato de urinar, pode ser Prostatite-
dor e inchaço da glândula da próstata, ou pode ser cancro) endurecida à esquerda e com
nódulo (Estrutura anatómica arredondada).
O paciente foi encaminhado ao serviço de urologia pela próstata aumentada com suspeita de
cancro de próstata e fez investigação ambulatorial. Realizou biópsia transretal (uma pequena
sonda inserida via reto com máquina de ultrassom fornece imagens da próstata e com uma
agulha, retira-se amostra desse tecido) guiada por ultrassom evidenciando diminuição do
calibre da uretra (estenoses, pode ser causado pelo acumular de cálcio), além de exames
laboratoriais. O paciente apresentava hemoglobina: 11 g/dl (normal 14 a 18 g/dL causa palidez
cutânea, redução dos níveis de oxigênio nos órgãos do corpo levando ao cansaço e falta de ar),
PSA: 45,6 ng/ml (enzima produzida pela próstata com características de marcador tumoral
normal- 4,5 ng/ml, valor alto pode ser um sinal de cancro na próstata), ureia: 31
mg/dl;(normal- 13 e 43 mg/ dL, rins e figado) creatinina: 1,2 mg/dl (normal- 0,7 e
1,3mg/dl realização do exame-alteração renal, como cansaço excessivo, aumento do volume de
urina, inchaço e dor na região lombar). Cintilografia (pesquisa de metástases óssea) óssea
evidenciou hipercaptação do radiofármaco no segundo arco costal à esquerda e
posteriormente, nos ilíacos (existência de metástase ósseas, o que pode estar relacionado com
processo inflamatório). O tratamento foi realizado com Docetaxel associado a Degarelix
(eficácia do tratamento, nível de fatores inflamatórios) e radioterapia (tratamento focal, com
radiação ionizante) para a metástase (células cancerianas que se espalham pelo corpo e
invadem os ossos). Também foi feita a excisão dos linfonodos acometidos (corte dos linfonodos
afetados, são indicador de tumor). Foi recomendado suplementação de cálcio (devido a
hemoglobina baixa) e vitamina D.
O paciente foi monitorado inicialmente com consultas mensais ao oncologista clínico, com
redução significativa dos níveis de PSA, apresentando PSA de 23,7 ng/ml após um mês de
tratamento, 4,56 ng/ml após quatro meses e 2,7 após 10 meses. Segue em acompanhamento
do PSA e sintomas de 4 em 4 meses.
Notas:
Os linfonodos normais são pequenos e podem ser difíceis de serem diagnosticados, mas
quando há uma infeção, inflamação ou câncer, os gânglios podem aumentar de tamanho
Ciatalgia bilateral (Dor ao longo do nervo ciático) em homens com mais de 60 anos de idade é
altamente sugestiva de câncer de próstata.