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Prof. Thales
Lacrou, biscoiteiro, crush. Quem nunca se deparou com ao menos uma dessas palavras não
passa muito tempo nas redes sociais. Do dia para a noite, palavras e frases começaram a
definir sentimentos e acontecimentos, e o sucesso desse tour foi parar no vocabulário de muita
gente. O dialeto já não se restringe só à web. O contato constante com palavras do ambiente
on-line acaba rompendo a barreira entre o mundo virtual e o mundo real. Quando menos se
espera, começamos a repetir, em conversas do dia a dia, o que aprendemos na internet. A
partir daí, juntamos palavras já conhecidas do nosso idioma às novas expressões.
Glossário de expressões
Biscoiteiro: alguém que faz de tudo para ter atenção o tempo inteiro, para ter curtidas.
Chamar no probleminha: conversar no privado.
Crush: alguém que desperta interesse.
Divou: estar muito produzida, sair bem em uma foto, assim como uma diva.
Fazer a egípcia: ignorar algo.
Lacrou/sambou: ganhar uma discussão com bons argumentos a ponto de não haver
possibilidade de resposta.
Stalkear: investigar sobre a vida de alguém nas redes sociais.
Embora migrando do ambiente on-line para o vocabulário das pessoas fora da rede, essas
expressões não são consideradas como características do uso padrão da língua porque
a) definem sentimentos e acontecimentos corriqueiros na web.
b) constituem marcas específicas de uma determinada variedade.
c) passam a integrar a fala das pessoas em conversas cotidianas.
d) são empregadas por quem passa muito tempo nas redes sociais.
e) complementam palavras e expressões já conhecidas do português.
Ao informar que o hunsrückisch é falado em algumas regiões do país, o texto revela que o
Brasil
a) foi subordinado à cultura alemã.
b) é caracterizado pelo plurilinguismo.
c) foi consagrado por sua diversidade linguística.
d) foi beneficiado pelo ensino bilíngue em seu território.
e) está sujeito a imposições linguísticas de outros povos.
Se eu fosse um passarim
Destes bem avoadô
Destes bem piquititim
Assim que nem beija-flor
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Avoava do gaim e assentava sem assombro
Nas grimpinha do seu ombro
Mode beijá seus beicim
CARNEIRO, H.; MORAIS, J. E. Disponível em: www.palcomp3.com.br. Acesso em: 3 jul. 2019.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
TEXTO 2
Samba do Arnesto
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4. (Uece) A variação linguística pode revelar muitas informações acerca de quem a está
utilizando. Valendo-se desse fenômeno, o autor do texto 2 apresenta o eu lírico como alguém
que não domina a norma culta brasileira, por misturar traços da linguagem caipira com a fala de
imigrantes italianos de conhecidos bairros paulistas para figurativizar o personagem. Atente
para o que se diz a seguir sobre variação linguística:
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Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
Que tua flauta do sertão quando assobia,
Ah! A gente sofre sem querê!
Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
Ah! Ah!
Irerê, solta teu canto!
Canta mais! Canta mais!
Prá alembrá o Cariri!
O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do Brasil é justificado por tratar-se de um(a)
a) reverência de um povo a seu país.
b) gênero solene de característica protocolar.
c) canção concebida sem interferência da oralidade.
d) escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa.
e) artefato cultural respeitado por todo o povo brasileiro.
8. (Enem)
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Nos versos de um menino de 12 anos, o emprego da palavra “Gerimum" grafada com a letra
“g” tem por objetivo
a) valorizar usos informais caracterizadores da norma nacional.
b) confirmar o uso da norma-padrão em contexto da linguagem poética.
c) enfatizar um processo recorrente na transformação da língua portuguesa.
d) registrar a diversidade étnica e linguística presente no território brasileiro.
e) reafirmar discursivamente a forte relação do falante com seu lugar de origem.
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molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio
há de proteger minha pobreza e minha devoção.
Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest’a” contribui
para
a) marcar a classe social das personagens.
b) caracterizar usos linguísticos de uma região.
c) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e
é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por
contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor
a) emprega sinais de pontuação em excesso.
b) recorre a termos e expressões em desuso no português.
c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o destinatário.
d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especializado.
e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional.
Todos os meses são recolhidas das rodovias brasileiras centenas de milhares de toneladas de
lixo. Só nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulistas são 41,5 mil toneladas. O hábito de
descartar embalagens, garrafas, papéis e bitucas de cigarro pelas rodovias persiste e tem
aumentado nos últimos anos. O problema é que o lixo acumulado na rodovia, além de
prejudicar o meio ambiente, pode impedir o escoamento da água, contribuir para as enchentes,
provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até causar acidentes. Além dos perigos que o lixo
representa para os motoristas, o material descartado poderia ser devolvido para a cadeia
produtiva. Ou seja, o papel que está sobrando nas rodovias poderia ter melhor destino. Isso
também vale para os plásticos inservíveis, que poderiam se transformar em sacos de lixo,
baldes, cabides e até acessórios para os carros.
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a) apresentar dados estatísticos sobre a reciclagem no país.
b) alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do mercado de recicláveis.
c) divulgar a quantidade de produtos reciclados retirados das rodovias brasileiras.
d) revelar os altos índices de acidentes nas rodovias brasileiras poluídas nos últimos anos.
e) conscientizar sobre a necessidade de preservação ambiental e de segurança nas rodovias.
SILVA JR., M. G.; FONSECA. V. Revista Minas Faz Ciência, n. 51, set.-nov. 2012 (adaptado).
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais.
Também deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem
causar entupimentos:
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e
tinta, podem ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a destinação final adequada.
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).
O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no interlocutor, que caracteriza a
função conativa da linguagem, predomina também nele a função referencial, que busca
a) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, induzindo-o a ter atitudes
responsáveis que beneficiarão a sustentabilidade do planeta.
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b) informar o leitor sobre as consequências da destinação inadequada do lixo, orientando-o
sobre como fazer o correto descarte de alguns dejetos.
c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando exemplos de atitudes sustentáveis
do autor do texto em relação ao planeta.
d) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando certificar-se de que a mensagem
sobre ações de sustentabilidade está sendo compreendida.
e) explorar o uso da linguagem, conceituando detalhadamente os termos utilizados de forma a
proporcionar melhor compreensão do texto.
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17. (Enem) Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. [...]
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...]
GABRIEL, O PENSADOR. “Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo)”. Rio de
Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe a diálogo com o
ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem
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em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo
locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta a organização que vai “reger” a
veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à
transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.
TEXTO II
Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de
canção,
a) Estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação
radiofônica.
b) Lirismo na abordagem do problema, o que afasta de uma possível situação real de
comunicação radiofônica.
c) Marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade
de comunicação diferente da radiofônica.
d) Direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação
do rádio, que é atingir as massas.
e) Objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a
diminuir as marcas de subjetividade do locutor.
20. (Enem) eu gostava muito de passeá... saí com as minhas colegas... brincá na porta di
casa di vôlei... andá de patins... bicicleta... quando eu levava um tombo ou outro... eu era a::...
a palhaça da turma... ((risos))... eu acho que foi uma das fases mais... assim... gostosas da
minha vida... essa fase de quinze... dos meus treze aos dezessete anos...
A.P.S., sexo feminino, 38 anos , nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana, UFG, 2010
(inédito).
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e) presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.
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