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O uso dos Protocolos de Redes Industriais no

ambiente Hospitalar
Victor Campos Brandani Júnior & João Paulo de Carvalho Henriques

Abstract – With the increasing complexity of processes to be


controlled and the increase of the number of points to be
monitored are the industrial network protocols essential today . No ambiente hospitalar os elementos que compõem os
As in the industrial environment, the use of industrial networks
sistemas de controle e supervisão estão distribuídos em uma
in the hospital environment is shown as promising, since the
industrial network protocols allow minitoramento a large
área extensa. Desta forma, os protocolos de redes industriais
number of points, with a high transmission rate and high se mostram adequados para conexão, contole e
availability. In this context, this paper presents the concept of monitoramento destes equipamentos, uma vez que o cenário
industrial networks and use the hospitalar automation. em questão se assemelha com o ambiente fabril.
Keywords: Fieldbus; hospitalar automation; supervision and Neste contexto, este trabalho apresenta uma revisão da
control in hospitalar systems. literatura sobre o uso de redes industriais em ambientes
hospitalares, apresentando as principais vantagens, aplicações
Resumo – Com o aumento da complexidade dos processos a e a importância do uso de tal tecnologia.
serem controlados e o aumento do número de pontos a serem
monitorados fazem dos protocolos de redes industriais essenciais
nos dias de hoje. Assim como no ambiente industrial, o uso das
redes industriais no ambiente hospitalar se mostra como
promissor, uma vez que os protocolos de redes industriais II. REDES INDUSTRIAIS
permitem o minitoramento de um grande número de pontos, com
alta taxa de transmissão e com alta disponibilidade. Neste As redes foram desenvolvidas para a permutação de dados
contexto, o presente trabalho apresenta o conceito de redes entre os computadores. Na atualidade, seu uso propicia uma
industriais e sua utilização do ambiente hospitalar. comunicação rápida e segura entre os equipamentos, fatores
Palavras chave: redes industriais, automação hospitalar, estes indispensáveis na produtividade industrial. [1]
supervisão e controle sistemas hospitalares. A partir da década de 60 ocorreu na área industrial a
introdução das redes por meio de sinais elétricos analógicos,
I. INTRODUÇÃO permitindo a substituição dos tubos usados na transmissão
pneumática, reduzindo também o custo de instalação dos
Nos processos industriais são fundamentais a aquisição, sistemas e o tempo de transmissão dos sinais. [1]
monitoramento e o processamento de sinais com objetivo de À medida que os sistemas de automação foram se
controlar e garantir que as plantas trabalhem sem interrupção, tornando maiores, o número de dispositivos utilizados
o maior tempo possível. Neste contexto, equipamentos e aumentou e tornou-se importante que padrões fossem criados,
controladores de diferentes fabricantes trabalham de forma para interligar os diferentes dispositivos de automação, além
conjunta para atender os mais rígidos requisitos relacionados de permitir que a estrutura de distribuição de rede fosse usada
ao controle dos processos e máquinas. de modo satisfatório. O padrão OSI – Open Systems
Visando uma solução eficiente para a conexão entre os Interconnection propicia a comunicação de dois dispositivos
diversos dispositivos no processo de automação, em meados de automação de modo confiável, independente do fabricante.
da década de 80 surgiu o conceito de redes industriais, no [1,2]
qual protocolos padronizados possibilitam a comunicação e As vantagens propiciadas pelo uso das redes industriais,
supervisão de diferentes equipamentos fornecidos por quando comparada com a conexão convencional são: a
fabricantes distintos. redução da fiação, a facilidade de manutenção, a flexibilidade
Observado o contexto industrial, é possível fazer um na configuração de rede e o diagnóstico de dispositivos. Além
paralelo com o ambiente hospitalar, no qual diferentes das vantagens apresentadas, o uso dos protocolos de
equipamentos e dispositivos trocam dados com sistemas de comunicação digitais padronizados, permite a integração de
controle e supervisão tendo como principal requisito alta equipamentos de fabricantes diferentes. Esses sistemas são
confiabilidade dos dados e a maior disponibilidade possível chamados de abertos e estão presentes em todas as áreas da
do sistema. tecnologia por causa de sua capacidade de expansão e
flexibilidade. [1]
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado
de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Eletroeletrônicos,
Automação e Controle Industrial. Orientadores: Prof. João Paulo de
Carvalho Henriques. Trabalho aprovado em XX/2016.
Para que a rede de comunicação atenda às necessidades comunicação entre uma estação central e dispositivos de
da planta industrial deve-se considerar em um projeto: a taxa campo, seguindo o modelo Provider-Consumer para a troca de
de transmissão, a topologia física de rede, o meio físico de dados, não apresentando hierarquia entre os elementos da
transmissão, a tecnologia de comunicação e o algoritmo de rede. Há três dispositivos definidos, são eles: [5]
acesso ao barramento. [1]
. Por permitir um sistema flexível e distribuído, as redes IO-Controller: representa a estação central de
de comunicação industrial estão presentes em todos os níveis inteligência, como o CLP. Responsável pela
de um sistema de automação industrial. [2] Dentre os configuração e parametrização de seus respectivos
protocolos de redes utilizados no ambiente industrial e dispositivos associados e controla a transferência de
hospitalar, destacam-se o Profibus, Profinet, ZigBee, dentre dados do processo. [5]
outros. IO-Device: representa os dispositivos de campo. Ele
transmite ciclicamente os dados de processo
A. PROFIBUS coletados ao IO-Controller e vice-versa. Também
disponibiliza diagnósticos e alarmes. [5]
O padrão aberto de rede de comunicação industrial
denominadoPROFIBUS permite a comunicação entre IO-Supervisor: representa a estação de engenharia
dispositivos de fabricantes diferentes por meio da transmissão para programação, configuração ou diagnóstico dos
de dados em alta velocidade, permitindo assim, uma ampla dispositivos da rede. [5]
aplicação em processos, manufatura e automação predial. O
protocolo de comunicação PROFIBUS, utiliza como meio Quanto ao meio físico, o sinal é transmitido no padrão
físico o sistema RS 485 ou a fibra óptica, seguindo o padrão 100BASE-TX, no cabo CAT 5 e FTP, sendo a cor
determinado pelas normas EN 50170 e EN 50254. [1][2][3] característica, a verde. A velocidade de transmissão é de 100
Em uma aplicação utilizando PROFIBUS, os dispositivos Mbit/s e podem ser lançados até 100m de cabo a cada
comunicam utilizando o conceito de Mestre Escravo. Além segmento da rede, faz uso de conectores RJ45 e M12.
disso, pode ser utilizado em aplicações com transmissão de Também é amplamente explorado o uso de fibra óptica e
dados de alta velocidade, como por exemplo, em um sistema comunicação wireless. O protocolo traz também ampla
de supervisão industrial. A rede profbus é dividida em duas versatilidade em relação à topologia de rede a ser adotada,
arquiteturas: [4] podendo ser: estrela, árvore, linha e as combinações entre elas.
[5]

· PROFIBUS DP – Periferia descentralizada


(Decentralized Periphery): A PROFIBUS DP foi III. AUTOMAÇÃO HOSPITALAR E AS REDES INDUSTRIAIS
desenvolvida para uma comunicação de alta
A automação envolve linguagens de programação
velocidade e conexão de baixo custo. Sua
(software), plataformas eletrônicas (hardware) e atuação
implementação é para uma comunicação entre
(mecânica). Uma subárea da automação é a automação
sistemas de automação e equipamentos hospitalar cujo objetivo é a automação dos processos presentes
descentralizados. Este protocolo pode ser utilizado no ambiente hospitalar, de modo a aumentar a eficiência e a
para substituir sistemas convencionais com CLP’s, produtividade por meio de conceitos da automação
sistemas de sinais de 4 a 20mA e transmissão com industrial.[6] Contudo os hospitais possuem características e
24Vcc. restrições específicas, como por exemplo: a aquisição de
dados deve ser provida de privacidade, garantindo a ética
· PROFIBUS PA – Automação de Processos (Process médica e a preservação da integridade do paciente.
Automation): Foi projetado para a aplicação em No decorrer dos anos, os hospitais estão informatizando
processos de transmissão de sinais de 4 a 20mA ou seus processos através do uso de sistemas de informação,
Hart. Possibilita a comunicação de dados e sendo em sua maioria, dirigidos à gestão, visando redução de
alimentação no mesmo barramento, utilizando a custos e a otimização dos professos administrativos, como por
tecnologia dois fios. A rede PA tem como vantagem exemplo: o prontuário eletrônico; marcação de consultas;
em relação à DP, a conexão dos sistemas de controle controle da farmácia, internamento, laboratoriais, entre
com dispositivos em campo, onde estes podem ser outros.[6] Além disso, a área hospitalar incorporou conceitos
configurados e parametrizados. aplicados na automação com o objetivo de garantir o
aprimoramento na execução de operações referentes a
procedimentos médicos, como por exemplo, o monitoramento
B. PROFINET dos sinais vitais de um paciente de forma automatizada, e o
controle do estoque e da administração dos medicamentos na
O protocolo PROFINET possui o suporte de associação farmácia hospitalar. [7][6]
de empresas no segmento de automação industrial chamado A automação hospitalar utiliza conceitos e quipamentos
Profibus Internacional (PI), sendo definido pelas normas IEC da automação Industrial. Desta forma, o conceito de
61158 e IEC 61784. O protocolo PROFINET atua na instrumentação, acionamentos, controle e supervisão estão se
tornando termos comuns e de interesse por parte do corpo
técnico do hospital, especificamente do Engenheiro Clínico. [ 7]
Assim como na Automação Industrial, é possível
representar um sistema de Automação Hospitalar utilizando
uma pirâmide hierárquica, como apresentado na Figura .1[8]
No topo da pirâmide estão localizados os sistemas usados nos
processos hospitalares, abaixo os protocolos de comunicação
que permitem a integração entre os dispositivos médicos
(hardware) e os sistemas de supervisão. É importante ressaltar
na pirâmide a lógica de tolerância à falha, uma vez que na
automação hospitalar é essencial que os sistemas ao falharem
possam ir para um estado seguro ou ainda, serem substituídos
em tempo real (on the fly), garantindo assim, a integridade dos
processos relacionados aos pacientes. Como exemplo de
sensores, indicadores e atuadores há os dispositivos médicos
implementados em hardwares, como os monitores de
frequência cardíaca e os sensores de glicose.[8]

Figura 2 - Modelo Arquitetural de Rede [8]

Na rede de controle, é importante a presença de um


sistema supervisório com objetivo de monitorar os processos e
equipamentos, aumentando assim, os níveis de segurança
quanto aos dados obtidos dos pacientes. Portanto, a rede de
sistema só deve ter acesso à rede de controle pelos serviços
providos pelo supervisório, sendo liberados apenas com uma
criteriosa política de segurança implementada no firewall de
rede. [4] Os equipamentos monitorados pela rede controle
apresetada na Figura 2 compõe um leito de UTI, com as
seguintes características:
1. Infusores: utilizados para injeção de medicamentos
e/ou alimentos nos pacientes; [7]
2. Monitor de frequência cardíaca: utilizado para medir
Figura 1 - Hierarquia dos Elementos Usados na Automação Hospitalar[4] os batimentos cardíacos dos pacientes; [7]
3. Rede elétrica: utilizada para alimentar os
Ao contrário da automação industrial, no qual os sistemas dispositivos de monitoramento e também, no
de controle são segmentados fazendo uso de diferentes cabeamento da rede de controle; [7]
tecnologias para cada tipo de rede, a automação hospitalar, 4. Switches ou Hubs Ethernet: esses ativos conectam os
tende a fazer uso da tecnologia Ethernet, sendo predominante dispositivos do leito, os quais trocarão dados na rede.
na maioria dos hospitais. O que constitui um benefício, pois, Os Switches ou Hubs devem estar conectados a um
facilita a integração e a interoperabilidade entre os ativos de switch de borda da rede e deve ainda, ter maior
rede, devido ao baixo custo e alto espectro de penetração das capacidade de processamento, em número de portas.
redes Ethernet no mercado.[8] Os switches de borda são importantes nos projetos
A Figura 2 apresenta uma arquitetura de integração entre das redes controle na automação hospitalar e devem
diferentes equipamentos e dispositivios em um hospital. É suportar os protocolos de controle de acesso ao meio
possível dividir o sistema automatizado apresentado na Figura desenvolvidos sobre Ethernet, os quais terão a função
2 em redes de Computadores e redes de Campo, ou rede de de garantir o alto desempenho da rede, provendo a
controle. corretude lógica e temporal das mensagens. [7]
5. Respirador: dispositivo de monitoramento e atuação
§ As estações de trabalho são utilizadas para que realiza o processo de respiração artificial dos
cadastramento e controle dos pacientes com insuficiência respiratória; [7]
pacientes/equipamentos, e são conectados ao servidor 6. Oxímetro de pulso, sensor de pressão arterial,
por meio de uma comunicação Ethernet;[8] termômetro: são outros dispositivos biomédicos que
§ Na rede de controle estão os leitos hospitalares, onde realizam a aquisição dos sinais vitais dos pacientes.
[7]
estão dispositivos médicos (Monitor de Frequência
Cardíaca, Oximetro de Pulso, Sensor de Glicose,
Infusor de Soro, outros). [8]
A. A rede industrial no ambiente hospitalar, suas naquele momento. Nessa etapa foi implementado um
vantagens e desvantagens middleware, capaz de monitorar a análise desses dados e
ainda, enviar alertas aos dispositivos pré-definidos. [11] O
Nitzan e Rosen (1976)[9] afirmaram que os conceitos da middleware desenvolvido apresenta no primeiro passo no que
automação industrial poderiam ser automatizados através diz respeito ao cadastro e todas as formas de alertas enviadas a
sistemas programáveis, promovendo a redução de custos e a ele (e-mail, número de celular, entre outros). Após o cadastro
otimização de processos. Estes conceitos já estão a algum qualquer alteração na normalidade do paciente será enviada ao
tempo sendo incorporados na área médica, e agora passam a médico plantonista através de e-mail, SMS. Uma consulta
ser utilizados na automação hospitalar.[10] Neste contexto, a periódica é configurada na entrada do paciente na UTI e ainda,
automação hospitalar passa a necessitar de aplicações que há uma tela de monitoramento no qual os estados dos
visam a melhoria dos processos encontrados no ambiente pacientes pode ser melhor visualizado. Deste modo, esse
hospitalar. Como por exemplo, os sistemas de monitoramento middleware pode ser utilizado em diferentes cenários, desde
de pacientes. [10] monitoramento doméstico ao monitoramento de aplicações
Contudo, há um problema no processo de automação mais críticas, apresentando um grande potencial de aplicação.
[10]
hospitalar, baseado no padrão Ethernet (IEEE 802.3), que é
um padrão não determinístico, inviabilizando a automação de
alguns processos que precisam de confiabilidade e restrições
temporais. As redes de automação industrial ao contrário usam
tecnologias com suporte às restrições temporais e ainda, a
prioridade e a confiabilidade, são elas: Profibus, WorldFIP,
Foundation Fieldbus, Controller Area Network (CAN) e
DeviceNet. [9][7] A seguir serão apresentados alguns exemplos
da utilização dos conceitos de redes de computadores e redes
industriais, no ambiente hospitalar.

IIII. EXEMPLO DE APLICAÇÃO DAS REDES DE


COMPUTADORES E REDES INDUSTRIAIS NO AMBIENTE
HOSPITALAR

A. O desenvolvimento de um Middleware de
Monitoramento e Envio de Alertas em ambiente Figura 3- Arquitetura do Ambiente Hospitalar [10]
hospitalar
Esta aplicação ilustra a proximidade dos conceitos
Devido à necessidade de acompanhamento continuo dos
utilizados em Automação Industrial e Automação Hospitalar,
sinais vitais dos pacientes na Unidade de Terapia Intensiva
uma vez que o processo automatizado pode ser comparado
(UTI), visando a detecção antecipada de situações de risco e
com uma fábrica, na qual é necessário monitorar, tratar e
permitindo a intervenção pelos profissionais da saúde em
classificar os dados de um determinado.
tempo hábil, foi criado um sistema de monitoramento,
utilizando o conceito de redes industriais e redes de
computadores, com apresentado na Figura 3.[10]
Esse sistema deve ser capaz de realizar operações B. Sistema de Fieldbus sem fio que integra o sistema de
relacionadas ao monitoramento de informações em tempo real Vigilância em Saúde
na consulta aos bancos de dados, além de enviar alertas em
diversas situações de risco previamente definidas pelo usuário. O trabalho apresentado por A.Sleman, M. Alafandi, R.
Sendo o funcionamento geral do sistema divido em 5 etapas, Moeller, 2003 [12] apresenta um sistema de monitoramento na
na qual a primeira é a aquisição, onde ocorre a captação dos área da saúde compostos por um protocolo de comunicação
dados e envio para um servidor local, o qual posteriormente, sem fio no qual um redes de sensores coleta as informações
serão enviados a um servidor central. Nesta etapa, o uso das dos pacientes monitorados utilizando o protocolo de
redes industriais se mostra viável, uma vez que as distâncias comunicação ZigBee, e envia para um computador
são extensas e há uma quantidade de dados. centralizador local, como apresentado na Figura 4.
Na segunda etapa, acontece o Pré-processamento, onde O computador envia as informações para um Controlador
ocorre o processo de filtragem, podendo fazer uso de Lógico Programável (CLP) utilizando o protocolo Ethernet
processamento digital de sinais. Depois dos dados pré- industrial Profinet. Tanto o CLP como o comutador central
processados, ocorre a classificação segundo o contexto do podem enviar os dados do paciente aos responsaveis no
problema e a prioridade. No caso de alterações na análise de hospital através de e-mail ou de a rede móvel usando uma
dados realizada pelo classificador, no Pós-processamento, conexão GSM ou ainda utilizando a rede de dados do hospital.
automaticamente alertas serão preparados e enviados para os
dispositivos cadastrados pelo usuário responsável no local,
Figura 4 – Aplicação do Profibus DP no ambiente hospitalar [13]

O desenvolvimento de um sistema de monitoramento


requer uma adequada fonte de sinal. Na realidade, os sinais
vitais são originários a partir de pacientes humanos e são
medidos com eletrodos ou cateteres. No estudo em questão
[13]
, utilizou-se um paciente artificial para gerar os sinais vitais
para teste no sistema sob estudo, utilizando um computador
Figura 4- Arquitetura do Ambiente Hospitalar [12]
industrial com um conversor de Analógico Digital de 12
Após adquirir os dados do paciente a qualquer momento, canais. Os sinais gerados simulam os seguintes sinais vitais de
inclusive em momentos de emergência, o CLP aciona um um paciente: [13]
alerta ou ainda enviar as informações para um sistema
supervisório localizado na sala da enfermagem. [12] 1) 1, 2 ou 3 canais de electrocardiograma (ECG)
No trabalho em questão, os sensores medem a tempeatura (dependendo da banco de dados);
do pacientes e enviam para o computador central, que por sua 2) Pressão arterial não invasiva;
vez comunica com CLP e tomas as decisões pertinentes, como 3) Respiração abdominal ou fluxo de ar nasal;
por exemplo, gerando um alerta de temperatura alta em um 4) Temperatura do corpo;
determinado paciente.[12] 5) pressão arterial venosa pulmonar e central;
6) SpO2 (saturação de O2) e PCO2 (pressão CO2).
C. Sistema de vigilância associado à Fieldbus
Para a medida dos sinais vitais do pacinte artificial
O monitoramento dos sinais vitais de um paciente na UTI utilizou-se um medidor de sinais vitais conectado em a uma
(Unidade de Terapia Intensiva) é uma tarefa fundamental e de rede Profibus DP operando como mestre. As informações
extrema importância no ambiente hospitalar. Durante muitas amostradas por este medidos foram enviadas para o sistema de
décadas esse monitoramento foi realizado de maneira manual, Supervisão e Controle, neste caso um escravo na rede
ou ainda através de sistemas específicos que por sua vez Profibus, localizado na sala da enfermagem na UTI.
apresentam um custo elevado. Os sinais foram medidos por um cartão com oito canais
O trabalho proposto por Peter et al. 2002[13], ilustra a analógicos, utilizando um conversor com resolução de 12 bits.
utilização do protocolo industrial Profibus DP para A taxa de amostragem é de 100 Hz para a pressão sanguínea e
monitoramento de um leito hospitalar, na qual um sistema para o ECG, e 50 Hz para os outros sinais. [13]
supervisório recebe as informações captadas pelos sensores O monitor central é um PC desktop equipado com uma
conectados aos módulos de rede. O uso do protocolo industrial interface Profibus Slave, sendo possível a recepção do sinal de
Profibus, trás algumas vantagens para o sistema de diferentes medidores instalados. As principais funcionalidades
monitoramento (comunicação determinística, robustez a do sistema de supervisão são apresentadas a seguir: [13]
ruídos e interferências, alta velocidade de transmissão) quando
comparado a outros padrões de comunicação já utilizados para 1) Recepção em tempo real de dados de até 16
esta finalidade, como por exemplo, o MIB (Medical monitores/pacientes diferentes;
Information Bus). A taxa de transmissão escolhida para o 2) Interpretação dos sinal e geração de alarmes de
sistema de monitoramento foi de 1.5 Mb/s utilizando uma acordo com os valores pré estabelecidos pela equipe
topologia em barramento.[13] A Figura 5 apresenta a arquitetura médica;
utilizada no trabalho. 3) Registo dos principais eventos com o paciente;
4) Armazenamento automático em banco de dados de
todos os dados de cabeceira recebidos nas últimas
24hs;
5) Teleassistência (remoto) utilizando uma ferramenta
específica;
VI. CONCLUSÃO [13] V.Péter, B.Zoltán, B.Balázs. An Open Architecture Patient Monitoring
System Using Standard Technologies. IEEE Transactions Technology in
Biomedicine, v.6,n.1, March 2002.
A automação hospitalar surgiu devido a necessidade de
controle de modo eficiente do processo da gestão dos
hospitais, de modo a tornar possível gerenciar o fluxo de
produção, armazenagem, entrada e saída de medicamentos e
Victor Campos Brandani Júnior- nasceu em Borda da Mata- MG, em 05 de
prescrição médica. outubro de 1983. Pós-graduando em Engenharia Biomédica e Clínica pelo
E ainda, a automação hospitalar traz diversos benefícios Inatel (2013/2014). Pós-Graduado em Insumos Farmacêuticos pela
como: segurança ao paciente e segurança no trabalho da Universidade São Francisco em 2008 e Análises Clínicas em 2007. Título de
Farmacêutico pela Universidade São Francisco em 2007.
equipe médica. Esses fatores são favoráveis, pois, o
crescimento e expansão de novas aplicações e soluções
tecnológicas com o objetivo de aumentar a eficiência e
eficácia dos processos e procedimentos em ambientes
hospitalares.

REFERÊNCIAS

[1] A.N. Thiago. Redes de comunicação para sistemas de automação


industrial. Monografia de Graduação em Engenharia de Controle de
Automação. Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto. 2009.

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http://www.unipac.br/site/bb/tcc/tcc-
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[10] A.M.V. Ricardo et al. PM-AH: Rede de Controle em Ambiente


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[11] Carreiro, F., Moraes, R., Fonseca, J. A e Vasques, F. "Real-Time


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[12] A.Sleman, M. Alafandi, R. Moeller. Intagration of wireless Fieldbus for


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