Novo, mas Antigo...
João Guilherme C. Ribeiro, M.I., M.R.A.
É perfeitamente natural a confusão
entre nós com relação ao que o Irm.
Joaquim Pires chama, com razão,
de o suposto Rito de York. Como sem-
pre, a explicação está na História.
Mesmo antes da chegada da Missão
Artística Francesa ao Rio de Janeiro,
em 1816, nossa matriz cultural ma-
çônica já era francesa. Na França
iam estudar os filhos das poucas fa-
mílias abastadas brasileiras e lá aca-
bavam por conhecer a Ordem e seu
ideário, nos últimos anos exacerba-
do radicalmente pela Revolução. Hi-
pólito da Costa, pai do Jornalismo
Brasileiro, que foi Grão Mestre Pro-
vincial na Inglaterra, é apenas a exce-
ção que confirma a regra.
A primeira Loja regular brasileira,
União ou Reunião, de 1801, recebeu
sua carta patente do Grand Orient de
]'ile de France (Grande Oriente da
Ilha de França, como eram chama-
das as Ilhas Maurício, então posses-
são francesa). Se a Loja União, do
Rio de Janeiro, trabalhava no Rito
dos Doze Graus (Adonhiramita), a Lo-
ja Virtude e Razão, de Salvador, fun-
dada em 1802, trabalhava no Rito
Moderno - ambos Ritos franceses.
O Grande Oriente do Brasil, que foi
fundado em 17 de junho de 1822,
com o desdobramento da Loja Co-
mércio e Artes em três Lojas metro-
politanas, começou a trabalhar no Ri-
to Adonhiramita, que logo depois
substituiu pelo Moderno.
Essa influência francesa era univer-
sal. Os convites da Academia Brasi-
leira de Letras, fundada em 1896,
eram respeitosamente impressos em
francês, a nossa língua cultural, co-
mo homenagem a l'Académie Fran-
çaise, fundada pelo Cardeal Richeli-
eu, em 1634. Os uniformes do Exér-
cito Brasileiro eram semelhantes aos
franceses até a II Guerra Mundial.
Os neologismos no idioma, até algu-
mas décadas atrás, eram chamados
galicismos. Hoje, para fechar o ves-
tido, as moças de hoje usam o zíper,
mas as de ontem o faziam com fecho-
éclair ...
Engenho & Arte 5/2000
, dos Dias, vamos ter o seguinte pano-
~yy
L Aréel/
BALlET-PAKTll I E
en Trois Tableaux
Então, como estranhar a influência
francesa na Maçonaria brasileira?
E não é só na Maçonaria Simbólica.
Muito embora o primeiro Supremo
Conselho tenha sido criado em Char-
leston, na Carolina do Sul, Estados
Unidos, sua origem está nos Haute
Grades franceses, através do Rito de
Perfeição, praticado em Bordeaux
por volta de 1754. Vinte e dois, dos
trinta Graus que chamamos de Filo-
Ritos no Brasil por Lojas
4638 Lojas, jurisdicionadas ao
Grande Oriente do Brasil, Grandes
Lojas, Grande Oriente Independente
e Grandes Lojas Unidas
Fonte: Infinity Editorial (/999)
sóficos, vieram da França. Fica fácil
compreender como a elite Maçônica
brasileira, abertamente francófila,
se dedicou tão entusiasticamente ao
Rito Escocês Antigo e Aceito, francês
até a medula, que de escocês só tem
a tradição - mesmo com todo respei-
to ao americano Albert Pike, seu re-
formador nos Altos Graus.
Ainda hoje, se analisarmos as infor-
mações que há 4 anos, pacientemen-
te, recolhemos para editar O Livro
rama: 4155 Lojas Simbólicas traba-
lhando no Rito EscocêsAntigo e Acei-
to, 169 Lojas no Rito Adonhiramita,
62 Lojas no Rito Francês ou Moder-
no, 170 Lojas no Rito Brasileiro, 17
Lojas no Rito Schrõder e 65 Lojas no
Rito dito "de York". Se repararmos
que os três primeiros são de origem
francesa, dá para ver o que dissemos
no início sobre Matriz Cultural Ma-
çônica. Só que a Francomaçonaria
nasceu inglesa.
A Francomaçonaria organizada nas-
ceu em 1717, com a fundação daPri-
meira Grande Loja da Inglaterra por
quatro das Lojas então existentes em
Londres. Se isso é de domínio pú-
blico para a grande maioria dos
Aprendizes, o que aconteceu, daí
89,6 % Rito Escocês
Antigo e Aceito
3,6 % Rito Adonhiramita
3,7 % Rito Brasileiro
I ,4 % Rito Francês
ou Moderno
I ,S % Rito Emulação
---'-----, ("York ")
0,4 % Rito Schrôder
25

Oceano
Atlântico
Donegal.
Claremorris• ~~ ~\\\~Mar d a I r I an d a
<?P'
Galway ~ Iullamore j,
·Irlacnnda· • Kildare
. Límerlo- Kilkenny. ~arlow
K"ke~ • • ~ ;; • Stafford
Tralee Tipperary e R. NOre ~
• y,lacJcrvater .,. Q;
Kenrnare Lee • Waterford
• •
Cork
Youghal
por diante, não é muito conhecido
mesmo entre os Mestres Maçons.
A Maçonaria se difunde
A Grande Loja da Irlanda foi a se-
gunda, possivelmente em 1725, mas
há indícios de uma Loja irlandesa
por volta de 1688. Em Madrid, o Du-
que de Wharton abriu uma Loja em
1728. Na Escócia, onde Lojas opera-
tivas existiam desde 1588, as quatro
Lojas de Edinburgh formaram uma
Grande Loja em 1736. No início da
década de 1730, foram formadas Lo-
jas na França, Alemanha, Países Bai-
xos, Itália, Suíça e Rússia.
Em meados do século, a Francoma-
çonaria tinha-se difundido por toda
a Europa (1) e chegara às colônias in-
glesas na América.
Usualmente, viajantes ou imigran-
tes ingleses começavam uma Loja
em algum lugar, como aconteceu
com as Lojas de Madrid e Bordeaux.
26
Kirkwell
pletos da iniciação de novos mem-
Inglaterra. Escócia e Irlanda. bros nos três graus da Maçonaria".
O mapa mostra as principais
Masonry Dissected (Maçonaria Dis-
cidades e locais significativos
para a Ordem. secada), de Samuel Prichard, um
Francomaçom de quem pouco se sa-
be. causou tanta sensação que três
edições foram vendidas em apenas
onze dias!
De certa forma, devemos muito a Pri-
chard, porque seu livreto nos permi-
te conhecer hoje o que se praticava
na época. Só para dar uma idéia da
importância de Masonry Dissected,
é lá que está a primeira referência im-
pressa que se conhece sobre a Lenda
Scarboroughe
de Hiram.
·Douglas York Entretanto, o livrinho de Prichard de-
Leeds •
Mar do Norte sencadeou um processo com conse-
•
Wig!n Manchester qüências que o autor nunca poderia
Dublin '-:iverpool. • Sh:ffield .lincoln ter imaginado, porque a Primeira
~
•
'"\Chester
_). Derby '\~~\~ Nottingham Grande Loja. temendo a infiltração
eaemarvon ( • ~ •• de impostores nas Lojas, introduziu
.I It Norwich
~:: '\ c~vent~g a :rra Ipswich novas mudanças (2) nos trabalhos ri-
'(WYe " • Cambridge • tualísticos, desagradando a muitos
ales' Stratford
(estranhamente familiar esta histó-
Swansea.
<,
\
Oxford.
R. Tlzames •
London
• Cardíff B' 1 • Canterbury ria, não?).
• nsto '! •
Canal de Bris/ol W. h
r
Kmgston. Dover A própria criação da Primeira Gran-
me esti Hastings ~
Southampton., • <:::?" Calais de Loja não tinha sido universal-
Exeter. Bournemouthe P~rtsmouth ,,&Ç) l>~ mente popular. Diversas Lojas já
Plymouth I' h Channel x.'t existentes, como a de York e a de
• Eng IS I ) S"
Pe~ance (Cm1U1 da Mane lU Alnwick, não a aceitaram e permane-
França ceram afastadas. A antiga Loja em
York fez-se Grand Lodge of All
England at York (Grande Loja de toda
Com o tempo, recebiam um Grão- a Inglaterra em York), ou, expressan-
Mestre Provincial com poderes para do em termos latinos, mais solenes,
constituir novas Lojas. Aquela Loja Totius Angliae! (3) Ela perduraria até
inicial tornava-se assim a Loja-mãe. 1790.
à cuja volta crescia uma comunida- Mesmo mais tarde, quando a in-
de maçônica. fluência da Primeira Grande Loja se
Naturalmente, naqueles tempos de fazia sentir em toda parte, havia fo-
difícil comunicação, é compreensí- cos de resistência. Outra Grande Lo-
vel que o velho ritual inglês tenham ja foi criada em Wigan, em 1821.
recebido influências locais - varia-
ções em torno de um mesmo tema,
diriam os compositores eruditos.
Mas, de todos. o principal fator de di-
fusão foram as Lojas militares orga-
nizadas nos regimentos do exército
britânico. Voltaremos a elas. mais
tarde.
Um dedo-duro complica
Em 1730, foi editado em Londres um
livreto de 32 páginas que causou sen-
sação. Por apenas 6 pence, qualquer
um poderia ter acesso a um "relato
imparcial dos procedimentos com-

Uma de suas Oficinas, a Siticeiity
Lodge, permaneceria acirradamente
independente até 1913, quando fi-
nalmente reintegrou-se à Grande Lo-
ja Unida da Inglaterra, depois de 90
anos a descoberto!
Todos já ouvimos falar de Maçons de
São João (St. John Masons). Segun-
do Henry Coil, o termo indicava os
Maçons que não se afiliaram à Pri-
meira Grande Loja, preferindo a prá-
tica ritualística anterior, de inspira-
ção cristã. Já outros Maçons preferi-
ram formar grupos rivais, como os
Apollonians Masons, os Honorary
Masons, os Real Masons e os cômi-
cos Scald Miserable Masons (Mise-
ráveis Maçons Casca de Ferida!).
Surgem os Antigos
Mas a rival mais formidável da Pri-
meira Grande Loja foi a Grand Lodge
of England according to the Old lnsti-
tutions (Grande Loja da Inglaterra de
acordo com as Antigas Instituições),
mais conhecida como The Antients
(Os Antigos).
Aparentemente, a Primeira Grande
Loja foi ficando elitizada, aristocrá-
tica, a ponto de esnobar Maçons ir-
landeses, recusando-lhes admissão.
Estes resolveram então fundar sua
própria Grande Loja, cujo primeiro
registro data de 17 de julho de 1751,
na Turk's Head Tavern (Taberna da
Cabeça do Turco), em Londres.
eles juntaram-se Maçons ingleses
que acusavam a Primeira Grande Lo-
ja de ter-se afastado das tradições.
Ao mesmo tempo em que se intitula-
vam Antients (até a forma de escre-
ver, com t, era arcaica!), estes tradi-
cionalistas apelidaram pejorativa-
mente de Os Modernos (tipo moder-
ninhos) aos Maçons da Primeira
Grande Loja, que deram o troco, cha-
mando osAntigos de cismáticos.
Obviamente, essas Grandes Lojas
não se reconheciam, embora o po-
vão Maçônico se freqüentasse e mui-
tos Maçons tivessem dupla filiação
(aqui entre nós, novamente, como
soa familiar essa história, não?).
O pau comeu mesmo quando Lau-
rence Dermott (3) foi eleito Grande
Secretário dos Antigos, em 1752.
Dermott era um carne-de-pescoço in-
fernal. Polêmico e obstinado, dedi-
cou sua vida à promoção do que de-
Engenho &Arte 5/2000
Ano
1588
1600 10 Maçam não operativo
1646 Iniciação de Ashmo/e
1682 Ashmo/e visita Loja
1688 Loja em Chester
1701 Loja em Alnwick
1705 Loja em York
1717 Primeira Grande Loja
1723 Livro das Constituições
1725 Grande Loja de Yor~
1730 Masonry Dissected __
1732 Modificações nos rituais
1736
1744
1751 G L Antigos
1752 Dermott, Secretário
1753
1761
1766 Capítulo RA Modern~
1771 Capítulo RA Antigos
1776
1797
1798
1813 União Ant & Mod (Simb)
1817 União Ant & Mod (RA)
1829 Supremo Cap Real Arco
--- Ritual Real Arco inglês
1834
Cronologia dos principais
fatos desta história
nominava Maçonaria Antiga, fusti-
A gando implacavelmente os Moder-
nos. a terceira edição do Ahiman
Rezon, o Livro das Constituições dos
Antigos que Dermott compilou, ele
usa como propaganda negativa a res-
posta dada por Samuel Spencer,
Grande Secretário dos Modernos, a
um Maçom irlandês que recorrera à
caridade daquela Grande Loja: "Nos-
sa sociedade não é Arco, nem Real
Arco, nem Antiga; por isso, você não
tem direito à nossa caridade". O ho-
menzinho não era fácíl. ..
Mas foi graças, principalmente,
sua defesa intransigente e à sua atua-
ção incansável, que a Grande Loja
dos Antigos cresceu e espalhou-se pe-
lo mundo, um espinho na garganta
da Primeira Grande Loja.
o Pomo da Discórdia
Na verdade, exceto por algumas mo-
dificações, sabe-se que as diferenças
entre a ritualística de Modernos e
Antigos não eram assim tão pronun-
Estatutos de Schaw
Loja em Youghall
G L Irlanda
I a Loja militar 10 Loja
G L Escócia
Referência ao Real Arco
~al Arco pratica~
_G L Pennsylvania __
~evolução Americ~
Ritual R A americano
-
-.-0ande Cap Real Arco
--
Abreviaturas:
Ant - Antigos
Cap - Capítulo
G L - Grande Loja
Mod - Modernos
RA - Real Arco
Simb - Simbolismo
ciadas, exceto por um detalhe signi-
ficativo: o RealArco.
A origem do Real Arco tem sido atri-
buída à Irlanda, à França, à Escócia e
à própria Inglaterra. Ele apareceu
por volta de 1740, como os outros
Altos Graus. A primeira menção in-
direta apareceu no Faulkner's Du-
blinJournal, de janeiro de 1743, nar-
rando uma parada organizada por
uma Loja irlandesa, Youghall N° 21,
para festejar o dia de São João, na
qual "o Real Arco foi carregado por
dois Excelentes Maçons".
à Também na Irlanda apareceu a pri-
meira referência direta, num livreto
do Dr. Fifield Dassigny, de 1744:
"Estou informado de que naquela ci-
dade [York] reune-se uma assem-
bléia de Mestre Maçons sob o título
de Maçons do Real Arco que, por cau-
sa de suas qualificações e excelênci-
as superiores, recebem paga maior
que Maçons operativos ... " (4)
Curiosamente, a primeira Ata do Re-
27
 al Arco que se conhece vem da Amé-
rica, quando foi registrado que três
Irmãos da Loja Fredericksburg N° 4,
da Virgínia, foram "elevados ao Grau
de Maçons do ReaIArco".
Qualquer que tenha sido sua ori-
gem, inegavelmente, desde o início,
o Grau de Maçam do RealArco tem si-
do percebido como a complementa-
ção do Grau de Mestre Maçam. Der-
mott, que dizia ter sido iniciado na
Irlanda, em 1746, considerava o Re-
al Arco como "raiz, coração e cerne
da Maçonaria, a perfeição e a consu-
mação do Terceiro Grau".
A Grande Loja dos Antigos adotara o
Grau tão entusiasticamente que pas-
sou a ser conhecida como A Grande
Loja dos Quatro Graus. Ostentava,
em seu brasão d'armas, quase que ex-
clusivamente elementos do Real
Arco - quatro das bandeiras das tri-
bos de Israel, os querubins e a Arca
da Aliança. "Como essas eram as ar-
mas dos Maçons que construíram o
tabernáculo e o Templo", escreveu
Dermott, "não há a mínima dúvida
de que sejam as armas apropriadas
da [".] fraternidade dos maçons li-
vres e aceitos; e a prática, as formali-
Influência do Real Arco na Grande Loja dos Antigos
Arco da Aliança' (RA)
As bandeiras das quatro principais
tribos de Israel (RA): Leão Uudá) ,
~oi (Efraim), Homem (Rúben) e
Aguia (Dan)
2 Engenho &Arte 1/98
dades e tradições, em todas as Lojas
regulares, do mais baixo ao mais alto
Grau, isto é, o Real Arco, confirma a
verdade disso".
Embora não reconhecido pela Gran-
de Loja dos Modernos, o Real Arco
era tão popular entre os Maçons que,
com o passar do tempo, acabou ten-
do em seus quadros mais Modernos
do que Antigos! E, por incrível que
pareça, foi entre os Modernos que
surgiu o primeiro Grande Capítulo
do Arco Real da Inglaterra, assinado
pelo Grão-Mestre, LordBlayney, em
1766. A Carta que lhe deu origem é
conhecida como CharterofCompact
e visava colocar como de direito algo
que já era de fato. Apesar de execra-
do por muitos graduados, foi acla-
mado pelo povão Maçônico e pros-
perou, mas como um corpo distinto
da Grande Loja dos Modernos.
Entre os Antigos, onde o RealArco fa-
zia parte integrante do currículo, foi
também criado um Grande Capítulo
em 1771. Criado para não perder ter-
reno para os Modernos, o Grande Ca-
pítulo dos Antigos nunca se separou
de sua própria Grande Loja.
ão cabe, neste artigo, ir além nas de-
"Santidade ao Senhor',
divisa do Real Aeco
Instrumentos
(Simbolismo)
savenças das duas Grandes Lojas.
Mas é importante dizer que os Anti-
gos tinham o apoio das Grandes Lo-
jas da Irlanda e da Escócia. Diferen-
ciando-se dos Modernos, estas três
Grandes Lojas afirmavam praticar o
Antigo Rito de York. (5)
Do Outro lado do Atlântico ...
Para a América, junto com os imi-
grantes vieram os Francomaçons. O
primeiro a chegar ao continente ame-
ricano foi o escocês John Skene, che-
gado a New Iersey em 1688. O pri-
meiro com registro confiável foi [o-
nathan Belcher, Governador de Mas-
sachussetts e de New Jersey. Ele fo-
ra feito Francomaçom quando de
sua visita à Inglaterra, em 1704, an-
tes até da fundação da Primeira Gran-
de Loja.
Como vimos antes, as Lojas milita-
res foram importantíssimas na dis-
seminação da Francomaçonaria nas
Colônias inglesas, principalmente
da Maçonaria dita Antiga. A primei-
ra delas, junto ao 1st British Foot Regi-
ment (10 Regimento Britânico de
Infantaria), recebeu carta constituti-
va da Grande Loja da Irlanda em
1732. As quatro Grandes Lojas bri-
tânicas - Modernos, Antigos, Escócia
e Irlanda - deram Cartas Constituti-
vas a Lojas militares.
Às vésperas da independência ame-
ricana, em 1776, 45% das Lojas
eram do bloco Moderno, ligado à Pri-
meira Grande Loja. Os outros 55%,
pertenciam à turma da tradição -
Grandes Lojas dos Antigos, da Escó-
cia e da Irlanda. A Carta Constituti-
va da Grande Loja Provincial da
Pennsylvania, datada de 1761 e expe-
dida pela Grande Loja dos Antigos,
diz orgulhosamente: "". assim sen-
do, somos Maçons Antigos e Aceitos e
nossa Maçonaria é a de York".
Nada mais natural, quando aconte-
ceu a Revolução Americana, que a in-
fluência da Grande Loja dos Moder-
nos, ligada ao establishment inglês,
praticamente desaparecesse nos
Estados Unidos. E a Francomaçona-
ria americana, oriunda de quatro fon-
tes diferentes, reorganizou-se, pre-
dominando a chamadaAntiga Maço-
naria de York.
Nestas condições, é claro que o Real
Arco, seu grande pala de atração, ga-
 nharia preeminência ainda maior na
nova República. A tal ponto que, na
América do século XIX, a Pedra Cha-
ve (Keystone), símbolo do Grau de
Mestre de Marca, seria mais conhe-
cida como insígnia maçônica do que
o Esquadro & Compasso! E o nome
York se perpetuou lá.
Um detalhe importante: a Franco-
maçonaria americana desligou-se da
inglesa antes da União que iria acon-
tecer em 1813. Em 8 de março de
177 7, a Grande Loja Provincial de
Massachussetts (dos Antigos) tor-
nou-se independente ao eleger, em
plena guerra de independência, Jo-
seph Webb como seu Grão-Mestre,
após a morte do Grão-Mestre anteri-
or, Joseph Warren, na batalha de
Bunker Hill. A partir daí, em cada
uma das treze colônias originais for-
mou-se uma Grande Loja indepen-
dente, sendo Delaware a última, em
1806.
Isto quer dizer que, quando Antigos e
Modernos reuniram-se na Loja de
Promulgação (1809-1811) para revi-
sar sua ritualística (de um modo ge-
ral prevalecendo a dos Antigos), os
americanos já haviam praticamente
formalizado a deles há alguns anos,
inclusive o RealArco, que ainda leva-
ria décadas, na Inglaterra, para che-
gar a um ritual aprovado. O que vi-
ria a acontecer na Grande Loja-Mãe
não teria qualquer repercussão algu-
ma na América, onde a Francomaço-
naria multiplicar-se-ia, apesar de
muitos contratempos, de forma
espetacular.
que ficassem mais práticas de traba-
lhar, mais ao jeito americano. Por
isso, Kent Anderson, em seu Maso-
nic World Guide (Guia maçônico
Mundial), diz que as Lojas america-
nas trabalham no Webb Form Ritual,
quer dizer, um ritual ao modo Webb.
Justa homenagem.
Também os Graus do Real Arco fo-
ram também por ele organizados e,
logo depois, com a fundação do
Grand General Chapter (Grande Ca-
pítulo Geral), em 24 de janeiro de
1797, cristalizar-se-iam em sua for-
ma definitiva: Mestre de Marca, Past
Master, Mui Excelente Mestre e Ma-
çam do Real Arco. Constituía-se as-
sim o Real Arco como Maçonaria Ca-
pitular, distinta dos Graus Simbóli-
cos.
Um detalhe: entre americanos, ao se
falar em Rito EscocêsAntigo eAceito,
estamos falando dos trinta Graus,
do 4° ao 33°; ao se falar em Rito de
York, estamos falando de três con-
juntos: Maçonaria Capitular (Real
Arco,quatro Graus do), Maçonaria
Críptica (três Graus) e Ordens de Ca-
valaria (três Graus).
Fim da polêmica
Enquanto isso, como já dissemos an-
tes, a turma do deixa disso finalmen-
te levou a melhor na Inglaterra.
Com um príncipe de sangue real co-
mo Grão-Mestre em cada uma das
Grandes Lojas, Antigos e Modernos
embainharam as espadas e decidi-
ram-se pela União. Os detalhes fi-
cam para outra história. Só quere-
mos enfatizar um ponto.
Àquela altura, o Real Arco já era acei-
to pelos Modernos - aliás, como já vi-
mos, o primeiro Grande Capítulo sur-
giu entre os Modernos, em 1767!
Mas ainda persistia um impasse: co-
mo harmonizar as posições das duas
facções, se os Modernos só admitiam
três Graus Simbólicos e os Antigos
não abriam mão do Real Arco?
A história não conta o autor da faça-
nha, mas foi achado um caminho
digno do PSD mineiro (alguém ain-
da se lembra?).
Como está no Artigo II do Tratado da
União, realizada em 27 de dezembro
de 1813, "Maçonaria Antiga, pura,
consiste de três Graus e mais ne-

Além dos Craft Degrees

As cerimônias praticadas pelas Lo-
jas e Capítulos na América têm algu-
mas diferenças, mas são bem seme-
lhantes. Isso se deve à capacidade
de organização de um grande ritua-
lista, Thomas Smith Webb (1771-
1819). Webb foi niciado em 1790 e
exaltado Maçam do Real Arco em
1796. Um ano depois, em 1797,
com a colaboração de um Maçam in-
glês, [ohn Hanmer, publicou e regis-
trou The Freemason's Monitor ou
Illustration of Freemasonry, larga-
mente baseado na obra homônima
de William Preston para os Graus
Simbólicos. Webb simplificou as ex-
tensas cerimônias de Preston, para

Engenho & Arte 5/2000

 Altos Graus: Ordens de Cavalaria,outras Ordens
nh um, isto é, os de
Aprendiz, Companheiro
Graus Capitulares Maçam do Real e Seleto
e Mestre Maçam, inclu- Maçam do Maçam do
Real Arco Mestre Real Arco Real Arco
indo a Suprema Ordem
I • •

I
do Sagrado Real Arco" ... Cavaleiro da Mui Excelente
Cruz Vermelha Mestre (*)
Com isso, resolveu-se a
divergência, mas os Capí-
Excelente
Mestre (*) •
Nauta da Past
tulos do Arco Real (6) in-
I Arca Real Master
glês deixaram de ser algo
além dos Graus Simbóli-
cos e passaram a ser liga-
Nauta da
Arca Real - Mestre
de Marca
Mestre
de Marca
Mestre
de Marca
•
Mestre
de Marca

dos às Lojas Simbólicas, Graus Simbólicos

constituindo-se em um
si de degree, isto é, um Maçam do _
Arco Real
Grau lateral. Uma situa-
ção bem peculiar. Se o
Arco Real é a comple-
mentação da Lenda do
Grau de Mestre, os ingle-
ses o colocaram dentro
dos Graus Simbólicos,
mas evitaram criar um
Quarto Grau - por misti-
cismo ou para não dar o
braço a torcer ...
A união efetiva dos Capítulos do
Arco Real dos Antigos e Modernos
aconteceria em 1817, mas somente
em novembro de 1834 seria promul-
gado um ritual específico.
Porém, na União, foi negligenciado
um Grau muito importante, o de
Marca. Em Bristol, de onde os Altos
Graus se difundiram na Inglaterra, o
de Marca fez parte do Grau de Com-
panheiro até 1813. Este Grau ficaria
órfão por muito tempo, sobreviven-
do sem autorização para funciona-
mento até que fosse criada a Grand
Lodge of Mark Masters Masons of
England and Wales and Colonies
and Dependencies of the British
Crown (Grande Loja de Maçons Mes-
tres de Marca na Inglaterra, Gales,
Colônias e Dependências da Coroa
Britânica), em 1856. Entre os ameri-
canos, como vimos, o Grau de Marca
faz parte da Maçonaria Capitular.
o Real Arco no mundo
Eternamente preocupado com a re-
gularidade, mas sem informações su-
ficientes, é natural que o Maçam bra-
sileiro pergunte: Mas qual deles é o
regular?
A resposta é: ambos - e mais o Real
Arco escocês e o irlandês. E espa-
lham-se toda parte do mundo, guar-
dando suas diferenças peculiares.
Mestre Maçam Mestre Maçam
Companheiro Companheiro
Aprendiz Aprendiz
- 11II
Nota - Os Graus marcados com um (*) são inteiramente diferentes. O Grau de Excelente Mestre,
da Escócia, baseia-se na cerimônia de Passagem dos Véus, enquanto o de Mui Excelente Mestre,
americano, é o único Grau Maçônico sobre a terminação e dedicação do templo de Saiomão.
Em termos bem brasileiros, diría-
mos que o enredo dos sistemas é qua-
se o mesmo, mas o samba é diferen-
te. O panorama atual é este:
1. O Arco Real inglês é um único
Grau lateral, Maçam do Arco Real,
mas dentro dos Graus Simbólicos e
subordinado à Grande Loja Unida
da Inglaterra. Sua lenda concentra-
se na reconstrução do Templo de Sa-
lomão.
2. O Real Arco americano não per-
tence aos Graus Simbólicos. Divide-
se em quatro Graus Capitulares e es-
tá subordinado ao Grande Capítulo
Geral de Maçons do Real Arco. Sua
lenda narra a terminação e dedica-
ção do Templo de Salomão e sua pos-
terior reconstrução, numa seqüên-
cia lógica. Mestre de Marca resgata
uma importante parte esquecida do
Grau de Companheiro (ver artigo do
Irm. Ralph Wheeler, neste núme-
ro). Past Master (Virtual) foi o Grau
que tornou possível aos Antigos es-
tender o Real Arco a Mestres Ma-
çons ainda não Eleitos ou Instala-
dos, Mui Excelente Mestre é o único
Grau Maçônico de qualquer Rito
que trata da terminação e dedicação
do Templo do Rei Salomão. E Ma-
çam do RealArco conclui a Lenda de
Hiram, redes cobrindo o que fora per-
dido.
Mestre Maçam Mestre Maçam
Companheiro Companheiro
Aprendiz Aprendiz
3. O Real Arco escocês também não
pertence aos Graus Simbólicos.
Está subordinado ao Supremo Gran-
de Capítulo do Real Arco, constituí-
do em 1829. Tem três Graus: Marca
(que também pode ser conferido nas
Lojas Simbólicas), Excelente Mestre
e RealArco.
4. O Real Arco irlandês está subordi-
nado ao Supremo Grande Capítulo
do RealArco, embora os Capítulos se-
jam ligados às Lojas, inclusive com o
mesmo número. Tem dois Graus,
Mestre de Marca e Maçam do Real
Arco.
É comum, dado à primazia histórica
da Francomaçonaria inglesa, que a
forma atual, por ela hoje praticada,
seja considerada a ritualística origi-
nal. Quanto a isso, só para ilustrar,
há uma interessante observação do
historiador Henry Coil (Coil's Maso-
nic Encyclopedia) que vale a pena
traduzir: "Maçotis ingleses, visitan-
do Lojas americanas e notando as di-
ferenças, tendem a batizá-Ias de ame-
ricanismos, pressupondo que as mu-
danças tenham sido introduzidas na
América. Embora a ritualística ame-
ricana seja mais antiga na maioria
dos detalhes, os ingleses acostuma-
ram-se a pensar em suas próprias
inovações como sendo a forma oiigi-

30 Engenho & Arte 1/98

nal. A Escócia, que não foi afetada
pelas modificações inglesas, tem tam-
bém uma ritualística mais antiga,
considerada pela Grande Loja esco-
cesa omo a Maçonaria de S. João ori-
ginal" .
O Real Arco no Brasil
Os Capítulos do Arco Real de origem
inglesa no Brasil são subordinados
diretamente ao Grande Capítulo Dis-
trital desde sua fundação, em 1968.
São agregados às Lojas Simbólicas e
têm geralmente o nome delas. No
Rio, temos dois Capítulos: Guana-
bara N° 5557 e James Anderson N°
7766. Em São Paulo, temos quatro
Capítulos: Silver Jubilee N° 5560,
Centenary N° 5564, Campos Sales
N° 5565 e Santo Amara Fenix N°
7250. E, em Santos, Sp, o Capí-
tulo WandererN° 5562.
Os Capítulos do Real Arco de ori-
gem americana são subordina-
dos a The General Grand Chapter
of Royal Arch Masons, Internatio-
nal. O primeiro a ser fundado foi o
Capítulo Jerusalém, do Paraná, fun-
dado em 1990. Mas o primeiro a re-
ceber a Carta Constitutiva definitiva
foi o Capítulo José Guimarães Gon-
çalves, do Rio de Janeiro, fundado
em 1993, hoje com o número 1 para
o Brasil, e o Capítulo Thomas Smith
Webb, U.D., de Porto Alegre, funda-
do em 1997, com Carta Constitutiva
Provisória. (7)
Como dissemos, todos são regulares.
Só que as diferenças trazem situa-
ções que precisam ser conhecidas pa-
ra não gerar mal-entendidos. Um
Maçom do Arco Real inglês pode visi-
tar um Capítulo do Real Arco ameri-
cano trabalhando naquele Grau e vi-
ce-versa. Um Mestre de Marca in-
glês pode visitar uma reunião de
Mestres de Marca americanos e vice-
versa. Mas um Maçom do Arco Real
inglês não pode assistir a uma reu-
nião de Mestres de Marca, Past Mas-
ters ou Mui Excelentes Mestres, a não
ser que seja investido nesses Graus.
Essa é uma determinação do Gene-
ral Grand Chapter of Royal Arch Ma-
sons, respeitada desde 1933.
Em suma, a Maçonaria do Real Arco
é tão ou quase tão antiga quanto a
própria Francomaçonaria organiza-
da. Mas é relativamente ainda pou-
Engenho & Arte 5/2000
co conhecida no Brasil, principal-
mente por falta de informação. Mas
agora, despertado o interesse dos
Maçons brasileiros, é bem possível
que tenhamos a chance de trilhar
um novo caminho, capaz de repetir
o sucesso dos Altos Graus do Rito
EscocêsAntigo eAceito.
Lembremo-nos de que o Escocês e o
York são dois caminhos que nunca
se excluem. Pelo contrário, somam-
se extraordinariamente .•
o Chapter Penny do Capítulo José
Guimarães Gonçalves N° I de Maçons
do Real Arco é a primeira moeda de um
Capítulo do Real Arco no Brasil.
A Marca nele inscrita é do seu fundador,
Irm. José Nunes dos Santos
Notas
(1) Para quem quiser estudar este perío-
do, a obra do Padre José Ferrer Benime-
li, Masonería, Iglesia y Ilustración, é pri-
mordial. Está editada em castelhano,
sendo assim mais acessível aos leitores
brasileiros ..
(2) A Primeira Grande Loja introduzira,
gradativamente, importantes modifica-
ções, como o abandono de qualquer cone-
xão com os operativos e a descristianiza-
ção dos rituais, embora os preceitos e cos-
tumes básicos antigos tenham sido man-
tidos.
(3) Laurence Dermott (1720-1791), pin-
tor diarista, fora iniciado em Dublin,
Irlanda, em 1740, instalado Venerável
Mestre de sua Loja em 1746. Na Ingla-
terra, para onde emigrara, chegou a fazer
parte da Primeira Grande Loja, da qual se
desligara talvez por sua ligação com o Re-
al Arco, não aceito pela Obediência. Foi
um Maçom notável, com algum conheci-
mento de latim e hebraico. Organizou
modelos de estatutos para as Lojas e com-
pilou a Constituição dos Antigos, à qual
deu o nome Ahiman Rezon, ou Ajuda a
um Irmão. Foi Grande Secretário de
1752 até 1771. Foi Deputy Grand Master
em 1771-1777 e depois novamente em
1783-1787. Sua influência na Ordem é
imensa, principalmente na Maçonaria
Americana. Antes de falecer, Dermott
deixou, para o Fundo de Beneficência de
sua Grande Loja, os direitos que lhe cabi-
am no Ahiman Rezon.
(4) Com efeito, a Loja de York é antiquís-
sima, possivelmente datando da cons-
trução da famosa catedral daquela cida-
de, York Minster, cuja Relação de Obrei-
ros (Fabric Rolls) para o ano de 1335
ainda existe. Além disso, a Loja pos-
suía nada menos de 6 cópias Gothic
Constitutions (Constituições Góticas
- ou antigas), uma delas datada de
1693, onde consta o nome de seis
Membros da Loja, incluindo o Vigi-
lante. Em 1735, o Grande Segundo
Vigilante da Grande Loja de York, o
médico Francis Drake, fez um célebre
discurso, através do qual sabemos que a
Loja constituía-se de Maçons operativos,
pessoas de outros ofícios e gentlemen,
além de que a Loja estava já familiariza-
da com os três Graus. Diz ele: "Vocês sa-
bem de que podemos gabar-nos de que a
primeira Grande Loja jamais reunida na
Inglaterra aconteceu nesta cidade, onde
Edwin, o primeiro rei cristão da North-
umbria (região ao Norte da Inglaterra),
acerca do ano 600 A.D., e quem estabele-
ceu as fundações de nossa catedral, sen-
tou como Grão-Mestre. Isto é suficiente
para disputar superioridade com as Lo-
jas em Londres. Mas nada desse tipo de-
veria acontecer em nossa Fraternidade
amiga. Damo-nos por satisfeitos que eles
se dêem o título de Grande Loja da Ingla-
terra, mas o título Totius Angliae (foda a
Inglaterra), nós reivindicamos como in-
dubitável direito nosso".
(5) Quando parece que tudo está enten-
dido, aparece um detalhe para compli-
car. Querem ver? Pois Irmãos de uma Lo-
ja dos Modernos, a Punch Bowl Lodge n"
259, findada em 1761, resolveram criar
uma Loja do Arco Real em separado. Só
que não existia ainda quem lhes pudesse
outorgar uma Carta Constitutiva. Quan-
do Irmãos da Punch Bowl se filiaram à
Grande Loja de York, esta transformou a
tal Loja do Arco Real no Grande Capítulo
de Toda a Inglaterra, mais conhecido co-
mo Grande Capítulo de York! York, esse
nome está sempre nas paradas! ...
31
(6) Ao traduzir o termo RoyalArch, os Ca-
pítulos de origem inglesa usaram o ter-
mo Arco Real, enquanto os Capítulos de
origem americana usaram Real Arco.
Por respeito aos pioneiros de ambas as
versões, vamos manter a nomenclatura.
(7) Corre a informação de que um Gran-
de Capítulo do Arco Real, de origem in-
glesa, foi fundado em São Paulo, com Car-
ta Constitutiva outorgada pela Grande
Loja da Espanha, que é reconhecida pela
Grande Loja Unida da Inglaterra. Mas o
Arco Real inglês tem um Grande Supe-
rintendente do Supremo Capítulo, no ca-
so, aqui entre nós, o próprio Grão-Mestre
Distrital no Brasil, sob cuja jurisdição fi-
cam todos os Capítulos. Esperamos que
se evite mágoas e constrangimentos.
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Agradecimento
Agradecemos ao Irm. Carlos Augusto
Ramos Filho por sua boa vontade e por
suas valiosas informações sobre os Capí-
tulos do Arco Real inglês no Brasil.