Você está na página 1de 1

Alexis Tocqueville (1805-1859)

A obra de Tocqueville fundamenta-se em um estudo do autor sobre a sociedade estadunidense


- recém emancipada da coroa britânica - trazendo reflexões sobre o processo democrático que estava
se moldando. Nesse sentido, o autor francês reflete a ideia de que a extensão territorial dos Estados
Unidos é um importante fator que impede a centralização do poder por um nobre, sendo um local
ideal para o desenvolvimento.
Tocqueville defende a noção de uma democracia institucional, que se consolidasse a partir de
órgãos governamentais, como o poder executivo, legislativo e judiciário e os sistemas de saúde e
educação, por exemplo. Após a consolidação desses órgãos a democracia deve garantir igualdade de
condição e acesso a essas instituições, de modo em que não necessariamente todos devessem
participar diretamente das decisões públicas, mas sim que todas as pessoas tenham o direito de modo
igualitário ao acesso a essas, assim a liberdade e os direitos individuais seriam garantidos.
Nessa perspectiva, o autor diferencia a noção de egoísmo e individualismo, afirmando que o
egoísmo é um sentimento primitivo do ser humano, em que há um desejo de um ter mais privilégios
que os demais, sendo prejudicial ao corpo social. Já o individualismo é inerente à democracia, pois
refere-se ao individualismo como a preservação de direitos individuais que fundamentam a
democracia.
Além disso, Tocqueville aponta as fragilidades da democracia ao refletir que a democracia
institucional deve ter uma definição estrita (como por exemplo diferenciar claramente os limites do
público e do privado) para os cidadãos, uma vez que uma má interpretação desse modelo pode resultar
na ascensão de modelos autoritários, como despotismos ou uma "ditadura da maioria".

John Stuart Mill (1806-1873)


John Stuart Mill é classificado como um liberal utilitarista, defendendo que a sociedade, a
ética, a política e a constituição devem servir de base para garantir a felicidade para o maior número
de pessoas. Vale ressaltar que o filósofo e economista britânico aborda uma visão qualitativa de
felicidade, defendendo que há felicidades "melhores" que outras, classificando a felicidade oriunda de
prazeres intelectuais como superior às demais fontes de felicidade.
Esse importante filósofo e economista britânico, a partir do conceito de liberalismo
individual, defende que existe uma área em que o indivíduo é soberano, em que o Estado nem a
sociedade deve intervir, uma vez que a noção de felicidade é individual e subjetiva, e cada ser humano
deve ter o direito de buscar sua felicidade. Na visão de Mill, o que faz a sociedade progredir é a
vontade do ser humano de buscar a felicidade, e restringir essa busca é impedir o progresso social.
Nesse sentido, o autor cria 3 pontos para a defesa da liberdade de expressão, sendo estes: a
falibilidade humana (nunca temos certeza se estamos certos), a parcela de verdade (as noções
individuais podem ter falhas e lacunas) e o dogma (o questionamento de falácias, faz com que
verdades não se tornem dogmas).
John Stuart Mill, no entanto, não defende uma liberdade irrestrita, ele apresenta o conceito do
princípio do dano em que afirma "a única finalidade pela qual se garante à humanidade, individual ou
coletivamente de interferir na propriedade do outro é a autoproteção". Logo, uma pessoa que se auto
prejudica não pode ser condenada pelo Estado nem pela sociedade, excetuando-se o caso em que
cause dano a terceiros, pois, segundo o filósofo, deve ser punida de algum modo se isso acontecer.
O autor também aponta 4 pilares da liberdade individual:
- Cada indivíduo deve desenvolver o seu próprio plano de vida;
- Cada indivíduo tem o direito de não intervir nos direitos dos demais;
- Cada indivíduo tem a possibilidade de prejudicar os demais;
- Cada tipo de dano ao próximo corresponde a uma punição adequada;

Você também pode gostar