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As Dinamicas Do Ensino de Hist
As Dinamicas Do Ensino de Hist
Tempos de Mudança
Autor Ana Paula Dallegrave
Prof. Orientador Fabiana Lazzari
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Licenciatura em História (Flx 0012) – Estágio Curricular Obrigatório II
16/12/20
RESUMO
O presente trabalho traz como temática as dinâmicas do ensino de história e busca apresentar o
conhecimento adquirido ao longo da disciplina de Estágio Curricular Obrigatório II, do curso de
Licenciatura em História da UNIASSELVI. Expõe os processos de elaboração, desenvolvimento e
realização do estágio de maneira diferente dos anteriores, sendo este totalmente executado de
forma virtual, a instituição de ensino escolhida para a realização desse estágio foi a Escola
Estadual de Ensino Médio Olga Maria Kayser, localizada na Rua Antônio Fantinel, 177- Bairro
Kayser, no município de Caxias do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Como projeto de extensão
será apresentado um produto virtual em formato de Estudo Dirigido a respeito do tema Direitos
Humanos, seguindo a orientação do plano de estágio para o período de pandemia da Uniasselvi.
1 INTRODUÇÃO
Ainda, de acordo com Bueno e Gomes [...] a educação reflete as transformações de base material da
sociedade e, por isso, não está acima da sociedade, mas consiste em uma dimensão concreta da vida
material e que se modela em consonância com as condições de existência dessa mesma sociedade.
(BUENO; GOMES,2011, p.54). Dessa forma buscamos problematizar como os professores e alunos
podem transformar esse momento de distanciamento em aprendizado, sem prejuízos para o
educando e de uma forma eficaz. Como utilizar as ferramentas tecnológicas a favor do ensino,
buscando envolver e desenvolver as habilidades dos alunos, para que os mesmos participem
efetivamente do processo de ensino-aprendizagem, dado que:
As mudanças nos processos educativos nesse momento, requerem transformações nos sistemas
educacionais, flexibilidade, criatividade e adaptação de todos os organismos educacionais. Na
medida em que essas novas situações se impõem, a educação precisa adaptar-se à nova realidade.
Para Chartier, a história cultural objetiva identificar o modo como em diferentes lugares e
momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler (CHARTIER, 1988).
Assim, com o objetivo de ter uma educação inovadora, que perceba o aluno de maneira ampla,
criando oportunidades e subsídios que sirvam para o debate da disciplina de história e suas
implicações no contexto das constantes mudanças da sociedade, a tecnologia pode ser uma forte
aliada. Souza e Ramalho (2012) citam que são inúmeros os desafios da formação de gestores em
serviço e com a utilização de metodologias que incluam a EAD, não só para os cursistas, mas para
toda a equipe técnica, pedagógica, as instituições e os executores desses projetos, pois vários são os
fatores que devem ser analisados para que os alunos a distância possam ter um atendimento
adequado e um aprendizado eficiente. Já Luck (2011) compreende que a gestão educacional deve
estar compreendendo essas transformações sociais para estabelecer direcionamento e mobilização
capazes de sustentar e dinamizar o modo de ser e fazer do sistema de ensino e das escolas, sem o
que todos os demais esforços e gastos são despendidos sem promover os devidos resultados.
Ressalta também que o processo de gestão pressupõe a ação ampla e continuada que envolve
múltiplas dimensões, tanto técnicas quanto políticas e que só se efetivam de fato, quando articuladas
entre si (LUCK, 2011). Então o ensino de história baseado nessa concepção, estaria vinculado a
ações que visam instrumentalizar o aluno de modo a formar um sujeito ativo na construção da sua
história e responsável pela construção do seu próprio conhecimento e identidade social e cultural.
Portanto cabe ao educador conhecer e compreender a realidade dos seus alunos, inserindo-os num
mundo de descobertas e curiosidade, destacando como as Tecnologias da informação e da
comunicação podem oferecer recursos para um aprendizado amplo e globalizado. De acordo com
Belloni
Mais que nunca, crianças e adolescentes encontram nas mensagens das mídias os
valores, símbolos, mitos e ideias com os quais vão construir suas identidades, seus
mundos sociais e culturais. As instâncias tradicionais de socialização (família,
escola, igreja) são também penetradas e influenciadas por essas mensagens.
(BELLONI, 2010, p. 88-89)
Todo ser humano tem o direito a instrução. A instrução será garantida, pelo menos
nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A
instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da pessoa humana e
do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades individuais.
(Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948).
Tendo em vista que durante a pandemia da Covid-19 essas diferenças sociais se acentuaram e se
mostraram ainda mais evidentes, manifesta-se com mais urgência a destinação de recursos e a
implementação de projetos para a educação, a formação continuada para os docentes do ensino
público e a disponibilização de recursos físicos para que todos os alunos tenham acesso a uma
educação de qualidade, mesmo que à distância. Pois, conforme o Artigo 205 da Constituição
Federal de 1988: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Constituição Federal, Art.
205, 1988). Portanto é possível afirmar que a educação deve ser uma prioridade, não apenas do
Estado e da família, mas da sociedade como um todo.
O estudo dirigido, por sua vez, é um instrumento que segundo a visão de Veiga, procura o
desenvolvimento do processo reflexivo, da análise crítica, em vez da memorização de uma
quantidade de informações. (VEIGA, 2007). Sendo, assim, um método que possibilita desenvolver
as habilidades e o pensamento crítico, através da leitura, pesquisa e reflexão, dando ênfase ao
sujeito no seu processo de construção do conhecimento.
3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
Em razão do momento que vivemos em 2020 e os transtornos gerados pela pandemia causada pelo
coronavírus, não foi possível realizar o estágio 2 de observação e regência de forma presencial, o
que pode ter deixado algumas lacunas enquanto estudante do curso de licenciatura em história,
porém, após ter realizado os estágios 1 e 3, de observação e regência respectivamente e ter
estagiado na Divisão de Museus municipais de Caxias do Sul, a pesquisa tem sido de grande
importância para agregar e desenvolver competências, durante esse processo se pode compreender
os desafios dos professores e alunos no decorrer ano letivo de 2020. Como maneira de amenizar os
prejuízos causados em decorrência da falta da prática em sala de aula, a UNIASSELVI oportunizou
a realização do estágio em formato de produção acadêmica, pesquisas de extensão e produção do
produto virtual, a trilha de estudos dirigidos em direitos humanos que de acordo com Ronca, pode-
se considerar como:
[...] uma técnica operatória, específica de ensino aprendizagem, pela qual levamos o
aluno a passar por uma experiência de estudo, pessoal ou grupal. Exercitando, pois,
a pesquisa e o trabalho intelectual, é o Estudo Dirigido uma técnica que visa
desenvolver nos alunos uma atitude ativa perante o estudo. (Ronca 1980, apud
PRADO, 2007).
O que proporcionou aos alunos futuros professores, observar que o docente é antes de tudo um
pesquisador e eterno aprendente, sempre em busca do conhecimento e de como incentivar o
pensamento crítico e analítico do alunado. A escola necessita ser um espaço de representação da
vida, um local com processos dinâmicos, interativos e dialógicos, em favor de todos, onde seus
espaços poderiam vir a discutir as necessidades e demandas da comunidade, considerando suas
formas de ser e estar no mundo, igualmente. Como destaca Paulo Freire, a
[...] posição normal do homem, era a de não apenas estar no mundo, mas com ele.
A de travar relações permanentes com este mundo, de que decorre pelos atos de
criação e recriação, o acrescentamento que ele faz ao mundo natural, que não fez,
representado na realidade cultural. E de que, nestas relações com a realidade, trava
o homem uma relação específica - de sujeito para objeto (FREIRE, 1967).
A temática escolhida para a elaboração da trilha de estudos dirigidos foram os Direitos Humanos,
conforme orientação da UNIASSELVI, seguindo o template previamente disponibilizado pela
instituição e será direcionado à toda comunidade, visando desmistificar o senso comum de que os
“Direitos Humanos” sejam uma instituição que protege apenas uma parcela da sociedade e assim
trazer à luz do entendimento de que a Declaração Universal dos Direitos Humanos protege os
direitos fundamentais de todos os seres humanos.
4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (considerações finais)
Com toda a certeza a prática do estágio é um dos momentos mais importantes durante os cursos de
licenciatura, é durante esse período que o futuro docente se aproxima do fazer pedagógico e é
também nesse momento que se depara com inúmeros desafios dentro do seu campo de atuação. O
cenário atual reforça a necessidade de se buscar novos métodos e estabelecer novas abordagens de
ensino, o momento tem nos ensinado que as dinâmicas e métodos de ensino que utilizamos até o
início de 2020 necessitam de aperfeiçoamento, adequações, se o mundo não estava preparado para
enfrentar uma pandemia da dimensão da COVID-19, tampouco a educação estaria. Os desafios
impostos pela necessidade do afastamento físico, geraram a aproximação tecnológica, muito foi
feito, mas ainda não o suficiente para que a educação nesse período seja de fato igualitária.
REFERÊNCIAS
CHARTIER, Roger. A história cultural entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Difel,
1988
FERREIRA, Rubens Alves; DUARTE, Marcia Maria Nascimento Baptista. Políticas Públicas
voltadas para a educação de jovens e adultos: construindo a educação para todos. Políticas
Públicas para a Formação de Pessoas Jovens e Adultas. Secretaria Municipal de Educação, Cultura
e Esportes de Mauá, SP.
LUCK, H. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 9 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro:
Vozes, 2011.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação, 2 ed. São Paulo: Ed. Cortez, 2011.
PIMENTA, S. G; LIMA, M. S. L. Estágio e docência: diferentes concepções. São Paulo: Revista
Poíesis, 2006.
PRADO, Eliane Mimesse. Estudos dirigidos e sua aplicação no 1º grau. Revista Fragmentos de
Cultura – Revista interdisciplinar de ciências humanas, v.17, nº 5, 2007.