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Relatorio PIBIC-2018 Brenda 10p Final
Relatorio PIBIC-2018 Brenda 10p Final
PIBIC-RELATÓRIO FINAL
Resumo
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) está localizado na cidade de Alcântara/MA e
nele são realizados os lançamentos de veículos espaciais nacionais. Para isso é de suma
importância realizar a previsão de elementos e fenômenos atmosféricos durante essa
campanha de lançamentos, o que é feito, principalmente, através de modelos numéricos. Na
modelagem são necessários alguns parâmetros estatísticos tais como a vegetação que, no
Maranhão, é composta por uma grande variedade de biomas característicos. Assim, o
objetivo deste trabalho compreendeu em verificar (e eventualmente corrigir) o mapa de uso
de terra utilizado pelo modelo Weather Research and Forecasting (WRF) para a região do
Centro de Lançamento de Alcântara. Para tanto, foram utilizados dados da vegetação do
Projeto RADAMBRASIL e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). A categoria Floresta
juntamente com a categoria Mangue / influência de água, representaram aproximadamente
92% e 85% dos dados do RADAMBRASIL e da UEMA respectivamente. O novo mapa representa
melhor a Floresta a oeste da área, a Savana e o Mangue. Os dados das plataformas utilizadas
não representam muito bem a área urbana e a agrícola quando comparadas com a imagem de
satélite da região. O mapa final ficou com um total de sete categorias.
1. Introdução
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Na seção seguinte (seção 2), os tipos de vegetação encontrados no Maranhão são brevemente
apresentados para facilitar o entendimento da classificação utilizada nos mapeamentos do
RADAMBRASIL e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Esses mapeamentos são
utilizados como base deste trabalho e apresentados na seção 3. A correção do mapa de uso da
terra utilizado pelo modelo WRF é realizada na seção 4. Finalmente, na seção 5, apresentam-
se as conclusões do trabalho.
2. Vegetação no Maranhão
A vegetação do estado do Maranhão é composta por uma grande variedade de biomas: Mata
de Cocais (a leste), transição entre o cerrado e a floresta equatorial, mangues (no litoral),
floresta Amazônica (a noroeste, conhecida como Amazônia Maranhense), campos (no
extremo norte, também conhecidos como Baixada Maranhense) e cerrado (ao sul) [1, 2].
A Mata de Cocais é uma floresta ombrófila aberta que fica entre a floresta amazônica, o
cerrado e a caatinga, ocupando vários estados, entre eles o Maranhão. Tem esse nome pela
alta quantidade de cocais, principalmente o babaçu e a carnaúba [3]. Na floresta de babaçu
(Figura 1A), esta palmeira predomina pela sua maior resistência que outras espécies tropicais
e possui a maior importância econômica para o território. Outras espécies de palmeiras
encontradas na região são a oiticica, o buriti (Figura 1B), carnaúba e o açaí [4].
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https://www.mmm.ucar.edu/weather-research-and-forecasting-model
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Os manguezais (Figura 1C) são um dos ecossistemas mais produtivos do planeta. Eles são
importantes sequestradores e estocadores de carbono na biomassa e no solo [5]. Os
manguezais são formações típicas de litoral e apresentam uma vegetação com um único
estrato, de porte arbóreo e diversidade muito restrita [6]. No Brasil, o estado do Maranhão
tem maior área ocupada por mangue: 505 mil ha [5].
A Amazônia Maranhense (Figura 1D) possui rica biodiversidade, ocupa 26% do bioma
amazônico, encontra-se em 62 municípios do Maranhão e representa, em termos de bioma,
34% do território do Estado [7]. Atualmente, a sua vegetação original está reduzida a menos
de 25%. Trata-se de uma área mais considerável em riqueza de espécies e endemismo [8].
O cerrado (Figura 1E) representa mais da metade de todos os biomas existentes no Estado do
Maranhão - 60%. É um dos biomas que atualmente sofre grande risco devido ao agronegócio
(principalmente da soja) [9]. No cerrado maranhense, tem destaque o Parque Nacional da
Chapada das Mesas (Figura 1F), que possui relevo diferenciado e quedas de água.
Os campos (Figura 1 G,H) possuem áreas inundadas, matas de galeria e uma rica fauna e
flora [9]. É uma área de Proteção Ambiental criada pelo governo do Estado, em 1991, devido
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3. Material e métodos
O modelo WRF [13] utiliza informações estáticas como uso da terra, relevo e tipos de solo
[14, 15]. A classificação do uso da terra segue a do United States Geological Survey (USGS),
que realiza a classificação de uso ou de cobertura da terra utilizando sensoriamento remoto, e
possui 24 categorias [16, 17]. Dois mapas são utilizados para corrigir o mapa de uso da terra
do WRF: o do Projeto RADAMBRASIL e o da UEMA.
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O mapa da UEMA refere-se ao mapa temático da cobertura vegetal do ano de 2010 e foi
elaborado pelo Núcleo Geoambiental (NUGEO) da universidade [19]. A classificação de uso
da terra do mapa da UEMA é a seguinte: 0: Águas Superficiais, 1: Atividades Agricolas, 2:
Dunas Móveis, 3: Floresta Ombrófila + Floresta Vegetação Secundária + Agropecuária +
Savana, 4: Formações Aluviais, 5: Mangue, 6: Mangue+Savana Arborizada Aberta, 7:
Savana Arborizada Aberta + Vegetação Secundária + Agropecuária, 8: Savana + Floresta +
Agropecuária e 9: Savana Parque + Savana Arborizada Aberta.
4. Resultados
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R = 3, 4, 5, 6
W, R, U Não W = 16 Não R= 0 e U= 0 Não W=1 Não R= 2 e U= 2 Não U= 1 Não
Ou U = 4, 5, 6
W2 = 16 W2 = 1 W2 = 19 W2 = 6 W2 = 18
W2 = 16 Não
(corpo d água) (area urbana) (duna) (agricultura) (mangue)
W2 = 19 W2 = 13 W2 = 18 W2 = 10 W2 = 13
(duna) (floresta) (mangue) (cerrado) (floresta)
Na Figura 4, pode-se notar que há pouca informação disponível sobre os dados referente à
agricultura, sendo o RADAMBRASIL o único (dos dados estimados) que apresenta essa
classificação em uma pequena parte da região sul e sudeste da região de estudo.
Em comparação ao mapa utilizado pelo WRF, o novo mapa possui uma grande área de
Mangue e uma área maior de Floresta. Em contrapartida, agora, a área relativa à Savana se
concentra apenas no sudeste da região, sendo bem parecida com ao da UEMA. Também há
uns traços de Dunas que, comparado ao antigo, coincide com alguns pontos ao norte de
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Alcântara. Em uma pequena parte do sudeste há Dunas onde, antes, era considerada Savana.
O novo mapa da região se constitui basicamente de Floresta, Mangue e Savana.
Figura 4 – Mapas da região de estudo da UEMA, RADAMBRASIL, antigo e novo mapa do WRF.
5. Conclusões
Neste trabalho, verificou-se e corrigiu o mapa de uso de terra utilizado pelo modelo WRF
para a região do CLA. Pode-se concluir que o mapa do WRF usado anteriormente, na região
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Como trabalho futuro, sugere-se realizar uma simulação com o modelo WRF, utilizando o
novo mapa de uso da terra, para avaliar o impacto no ciclo diurno da temperatura à superfície.
Referências
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[9] CARVALHO, Ribamar. Cerrado no Maranhão é o maior bioma. Cerradania. Disponível em:
<https://cerradania.org/2017/11/25/cerrado-no-maranhao-e-o-maior-bioma/>. Acesso em: 23 de nov. de 2018.
[10] G1 Maranhão. Baixada Maranhense é uma das maiores riquezas naturais do NE. Disponível em:
<http://g1.globo.com/ma/maranhao/maranhao-natureza/noticia/2017/02/baixada-maranhense-e-uma-das-
maiores-riquezas-naturais-do-ne.html>. Acesso em: 23 de nov. de 2018.
[11] MARQUES, R. F. C.; FISCH, G. F. As atividades de meteorologia aeroespacial no Centro Técnico
Aeroespacial (CTA). Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia, v.29, n.3, p.21-25, 2005.
[12] SILVA, A. F. G.; FISCH, G. Avaliação do modelo WRF para a previsão do perfil do vento no Centro de
Lançamento de Alcântara. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 29, n.2, p. 259-270, 2014.
[13] NCAR/UCAR. Weather Research and Forecasting Model. Disponível em: <
https://www.mmm.ucar.edu/weather-research-and-forecasting-model>. Acesso em: 05 de jan. de 2019.
[14] SKAMAROCK, W. C.; KLEMP, J. B. ; DUDHIA, J.; GILL, D. O. ; BARKER, D. M. ; DUDA, M. G.;
HUANG, X-Y. ; WANG, W. E POWERS, J. G. A description of the advanced research WRF version 3,
NCAR Technical Note NCAR/TN–475+STR, National Center for Atmospheric Research, 2008, 88 p.
[15] LOURENÇO, R. A. Análise da sensibilidade do modelo WRF a diferentes perfis deresolução vertica.
157p. Dissertação (Mestrado em Meteorologia) – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos
Campos, 2017.
[16] ANDERSON, J. R.; HARDY, E. E.; ROACH, J. T.; WITMER, R. E. A Land Use and Land Cover
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Washington, 1976. 34 p.
[17] FILHO, M. C. A.; MENESES, P. R.; SANO, E. E. Sistema de classificação de uso e cobertura da terra com
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[18] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2. ed. rev. e
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[19] Núcleo Geoambiental. Quem somos. Disponível em: < https://www.nugeo.uema.br/?page_id=7815>.
Acesso em: 17 de jan. de 2019.
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