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Cálculo Das Probabilidades I - Capítulo 2-5
Cálculo Das Probabilidades I - Capítulo 2-5
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Exemplo 51 Se o experimento consiste em medir a vida útil de um carro, então
um possível espaço amostral consiste de todos os números reais não-negativos, isto
é, = [0; 1).
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(Clássica) Baseia-se no conceito de equiprobabilidade, ou seja, de resultados equiprováveis.
Seja A um evento e o espaço amostral …nito, então
jAj
P (A) =
j j
Observação 7 O limite acima não pode ser entendido como um limite matemático,
pois dado " > 0 não há garantia de que existe n0 2 N tal que para todo n n0 se
tenha
nA
P (A) < ".
n
nA
É improvável que P (A) " para n N (grande), mas pode acontecer.
n
Outra di…culdade do conceito frequentista é que o experimento nunca é realizado
in…nitas vezes, logo não há como avaliar a probabilidade de forma estrita.
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(Subjetiva) Baseia-se em crenças e/ou informações do observador a respeito do fenômeno
em estudo. Neste caso a probabilidade de um evento depende do observador,
isto é, do que o observador conhece sobre o fenômeno em estudo. Pode pare-
cer um tanto informal para uma de…nição de probabilidade de um evento. No
entanto, em muitas situações é necessário recorrer a um especialista para ter
pelo menos uma ideia vaga de como se comporta o fenômeno de nosso inte-
resse e saber se a probabilidade de um evento é alta o baixa. Por exemplo,
qual é a probabilidade de que o Vasco ganhe o próximo campeonato? Cer-
tas circunstâncias internas do time, as condições do time rival ou qualquer
outra condição externa, são elementos que só algumas pessoas conhecem e que
poder¬am nos dar uma ideia mais exata desta probabilidade. Esta forma sub-
jetiva de atribuir probabilidades aos diferentes eventos deve, entretanto, ser
consistente com uma série de regras naturais que estudaremos adiante.
Não nos preocuparemos com o problema de como de…nir probabilidade para cada
experimento. Assentaremos a base axiomática da teoria das probabilidades tal como
foi erigida pelo matemático russo Kolmogorov, responsável pela base matemática só-
lida da teoria. Antes, porém, será necessário de…nirmos uma classe de subconjuntos
do amostral cujos membros são os eventos aleatórios.
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De…nição 16 Seja A uma classe de subconjuntos de tendo as seguintes pro-
priedades:
(i) 2 A;
(ii) Se A 2 A então Ac 2 A; (a classe é fechada pela complementariedade)
1
(iii) Se A1 ; A2 ; ::: 2 A então [ Ai 2 A. (a classe é fechada pela união in…nita
i=1
enumerável)
Então a classe A de subconjuntos de é chamada uma -álgebra.
P : A ! [0; 1]
A1) P (A) 0.
A2) P ( ) = 1.
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b) Uma -álgebra A de eventos aleatórios.
Teorema 2 P (?) = 0.
= ! = (x; y) : x2 + y 2 1
com SA a área da região de…nida pelos pontos de A. Mas então, todo evento ele-
mentar desse espaço amostral tem probabilidade nula, pois se A = f(a; b)g, então
SA = 0, e consequentemente
0
P (A) = = 0.
No entanto A 6= ?. Além disso, observe que todo experimento terá como um resul-
tado um ponto do círculo unitário, que tinha probabilidade nula antes de ele ocorrer.
Portanto eventos de probabilidade 0 não são necessariamente eventos impossíveis!
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Seja agora o evento B como sendo o conjunto de pontos do círculo unitário tais
que a abscissa é diferente da ordenada, isto é, B = f! = (x; y) : x2 + y 2 1 e x =
6 yg.
Naturalmente B é subconjunto próprio de . Mas
SB
P (B) = = = 1,
1
1 X
Teorema 7 Para qualquer sequência de eventos A1 ; A2 ; ::: 2 A, P [ Ai P (Ai )
i=1
i=1
(desigualdade de Boole).
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Prova. (Em aula.)
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Modelo 3: Um ponto é escolhido aleatoriamente do círculo. A corda é
construída tendo o ponto selecionado como seu ponto médio. Então p = 14 .
Exemplo 56 Suponha que dois dados sejam lançados. Qual a probabilidade de que
a soma dos números seja par?
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Exemplo 65 Se P (E) = 0; 9 e P (F ) = 0; 8, mostre que P (E \ F ) 0; 7. Em geral
mostre que
P (E \ F ) P (E) + P (F ) 1.
Este resultado é conhecido como a desigualdade de Bonferroni.
Exemplo 66 Suponha que n homens presentes numa festa joguem seus chapéus no
centro da sala. Em seguida cada homem de olhos vendados seleciona um chapéu.
Mostre que a probabilidade de que nenhum dos n homens selecione o seu próprio
chapéu é
1 1 1 ( 1)n
+ ::: + .
2! 3! 4! n!
O que acontece quando n ! 1?
P (A \ B)
P (A j B) = , A 2 A. (2.1)
P (B)
P (A \ B) = P (B):P (A j B)
= P (A):P (B j A)
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Exemplo 68 Selecionar três cartas sem reposição ao acaso. Qual a probabilidade
de se retirar 3 reis. (Use o teorema acima para resolver o problema e compare com
o uso da análise combinatória.)
para todo B 2 A.
P (Ai )P (B j Ai )
P (Ai j B) = X . (2.3)
P (Aj ):P (B j Aj )
j
Exemplo 69 Seja uma caixa contendo 3 moedas: duas honestas e uma de duas
caras. Retirar uma moeda ao acaso e jogá-la. Pergunta: qual a probabilidade condi-
cional da moeda ter sido a de duas caras, dado que o resultado …nal foi cara?
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Exemplo 71 Pedro quer enviar uma carta à Marina. A probabilidade de que Pedro
escreva a carta é de 0,80. A probabilidade de que o correio não a perca é de 0,9. A
probabilidade de que o carteiro a entregue é de 0,9. Dado que Marina não recebeu a
carta, qual é a probabilidade de que Pedro não a tenha escrito?
2.3 Independência
De…nição 22 Seja ( ; A; P ) um espaço de probabilidade. Os eventos aleatórios A
e B são (estocasticamente) independentes se
P (A \ B) = P (A):P (B).
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Teorema 14 A é independente de si mesmo se e somente se P (A) = 0 ou 1.
para todo i; j 2 I, i 6= j.
para todo 1 i1 < i2 < ::: < im n, para todo m = 2; 3; :::; n (isto é, se todas as
combinações satisfazem a regra produto).
(b) Os eventos aleatórios A1 ; A2 ; ::: independentes se para todo n 2, A1 ; :::; An
são independentes.
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Exercício 52 Em uma roda são colocadas n pessoas. Qual é a probabilidade de
duas dessas pessoas …carem juntas? Resp.: 2=(n 1)
Exercício 53 Uma pessoa tem um molho de n chaves, das quais apenas uma abre
a porta. Se ela vai experimentando as chaves até acertar, determine a probabilidade
dela só acertar na tentativa de ordem k, supondo:
(a) que a cada tentativa frustrada ela toma a sábia providência de descartar a
chave que não serviu. Resp.: 1=n
(b) supondo que ela não age como no item (a). Resp.: (n 1)k 1 =nk
Exercício 55 Laura e Telma retiram cada uma um bilhete numerado de uma urna
que contém bilhetes numerados de 1 a 100. Determine a probabilidade do número
de Laura ser maior que o de Telma, supondo a extração:
(a) sem reposição. Resp.: 50%
(b) com reposição. Resp.: 49; 5%
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Exercício 61 Quantas vezes, no mínimo, se deve lançar um dado para que a pro-
babilidade de se obter algum seis seja superior a 0; 9? Resp.: 13
Exercício 64 Dois dados são lançados. Seja A1 = fface ímpar no primeiro dadog,
A2 = fface ímpar no segundo dadog e A3 = fa soma da faces é ímparg. Esses even-
tos são independentes dois a dois? Eles são conjuntamente independentes? Resp.:
Sim; Não.
Exercício 65 Uma moeda honesta é lançada até que uma cara ocorra ou então até
que três lançamentos sejam feitos. Qual a probabilidade de que a moeda deva ser
jogada 3 vezes se se sabe que o primeiro lançamento foi coroa? Resp.: 1=2
Exercício 66 Prove que se A e B são eventos tais que P (A) > 0, P (B) > 0 e
P (AjB) > P (A), então P (BjA) > P (B).
Exercício 70 Quantas pessoas você deve intrevistar para ter probabilidade igual ou
superior a 0; 5 de encontrar pelo menos uma que aniversarie hoje? Resp.: 253
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Exercício 72 Qual a probabilidade de, em um grupo de 4 pessoas:
(a) haver alguma coincidência de signos zodiacais? Resp.: 41=96
(b) as quatro terem o mesmo signo? Resp.: 1=1728
(c) duas terem um mesmo signo, e as outras duas outro signo? Resp.: 11=576
(d) três terem um mesmo signo, e a outra outro signo? Resp.: 11=432
(e) todas terem signos diferentes? Resp.: 55=96
Exercício 75 Num certo certo país, todos os membros de comitê legislativo ou são
comunistas ou são republicanos. Há três comitês. O comitê 1 tem 5 comunistas, o
comitê 2 tem 2 comunistas e 4 republicanos, e o comitê 3 consiste de 3 comunistas e
4 republicanos. Um comitê é selecionado aleatoriamente e uma pessoa é selecionada
aleatoriamente deste comitê.
(a) Ache a probabilidade de que a pessoa selecionada seja comunista. Resp.:
58; 73%
(b) Dado que a pessoa selecionada é comunista, qual a probabilidade de ela ter
vindo do comitê 1? Resp.: 56; 76%
Exercício 76 Um executivo pediu à sua secretária que …zesse uma ligação para
o escritório do Sr.X. Admitindo que: a probabilidade de a secretária conseguir a
ligação é de 50%; a probabilidade de o Sr.X se encontrar no escritório naquele
momento é de 80%; a probabilidade de o executivo não se ausentar enquanto a
secretária tenta fazer o que ele pediu é de 90%.
(a) Calcule a probabilidade de que o executivo tenha de fato conseguido falar com
o Sr.X pelo telefone. Resp.: 36%
(b) No caso de ele não ter conseguido falar com o Sr.X, calcule a probabilidade
condicional de que isso tenha ocorrido porque a ligação não se completou. Resp.:
78; 125%
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Exercício 78 Suponha que A, B e C sejam eventos tais que A e B sejam indepen-
dentes e que P (A \ B \ C) = 0; 04, P (C j A \ B) = 0; 25, P (B) = 4P (A). Calcule
P (A [ B). Resp.: 84%
Exercício 79 Suponha que uma caixa contenha 5 moedas e que cada moeda tenha
uma probabilidade diferente de dar cara. Seja pi a probabilidade de sair cara, quando
a i-ésima moeda é lançada, e que p1 = 0, p2 = 1=4, p3 = 1=2, p4 = 3=4, p5 = 1.
Suponha, …nalmente, que uma moeda é selecionada aleatoriamente da caixa e que,
ao ser lançada, dá cara. Com base nesta informação, calcule:
(a) A probabilidade de que se tenha selecionado a moeda 5. Resp.: 2=5
(b) A probabilidade de se obter outra cara ao lançar a mesma moeda novamente.
Resp.: 3=4
Exercício 80 Um dado não viciado é lançado uma vez. Se a face que aparece é
ímpar, uma moeda não viciada é lançada repetidas vezes. Se a face é par, uma
moeda com probabilidade p 6= 12 de dar cara é lançada repetidamente. Os sucessivos
lançamentos são independentes. Se os primeiros n lançamentos resultaram em cara,
qual a probabilidade de que a moeda não viciada foi usada? Resp.: [1 + (2p)n ]
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