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A

DEFINIÇÃO

DA ARTE
Esse objeto pertence a
Sentido classificativo uma determinada classe
(descritivo)
(às obras de arte)

ARTE O objeto, além de


Sentido valorativo pertencer às obras de
(avaliativo) arte, é um bom exemplar
dessa categoria
Teorias
sobre a
arte
• O que pretendem as
diferentes teorias?
• Responder às perguntas
• O que é a arte?
• O que faz com que uma
obra seja considerada
artística?
A arte contemporânea colocou a questão de
saber o que é a arte de forma exemplar,
sobretudo através do surgimento dos objetos
ansiosos.

Objetos ansiosos são produções artísticas feitas


deliberadamente para manter a incerteza sobre
se são ou não obras de arte.

Levantam uma questão óbvia: basta que um


artista assim o decida para que um certo
objeto, uma pessoa ou um gesto possam ser
arte?
TEORIAS
SOBRE
A
NATUREZA
DA
ARTE
TEORIAS SOBRE A
NATUREZA
DA ARTE

• Teorias
essencialistas
• Teorias não
essencialistas
Teorias essencialistas

✓ Teoria da arte como imitação/representação


✓ Teoria da arte como expressão
✓ Teoria da arte como forma significante

Pressuposto implícito:
Parte-se do princípio de que a arte tem uma essência – uma
natureza eterna e imutável – e de que é possível apreender
essa essência e definir arte de uma vez por todas.
Procuram estabelecer as condições necessárias e suficientes
para que possamos classificar um objeto como arte.
A teoria da arte como
imitação/representação
Dá-se o nome de teoria da arte como imitação à perspetiva
mais antiga sobre a natureza da arte, que data da
Antiguidade.
O valor estético da obra de arte é conferido pelo grau de
fidelidade com que o artista retrata a realidade

A tese central da teoria da arte como imitação, ou teoria


mimética, é a seguinte:

➢ A arte é imitação da realidade.

• Platão parte da tese de que a arte é imitação para


concluir que ela deve ser repudiada. Defende que as
obras de arte são cópias das realidades que estão ao
alcance dos nossos sentidos e destinam-se a iludir-nos.

• Aceitando também que a arte imita a realidade,


Aristóteles atribui-lhe um papel social importante, uma
vez que liberta o público de sentimentos com os quais
viveria mais perigosamente.
Para Platão: Teoria da imitação

A arte é mimese (imitação). No entanto, quando


o artista copia os objetos do mundo esconde a
verdadeira essência da realidade.

Para Aristóteles:

A arte imita a natureza e o ser humano, mas não é


ilusória.
O artista usa as formas da natureza harmonizando-
as para que pareçam melhor ao olho humano.
- «imitar é natural aos homens desde a infância e
nisto diferem dos outros animais, pois o homem
é o que tem mais capacidade de imitar e é pela
imitação que adquire os seus primeiros
conhecimentos»
- «Todos sentem prazer nas imitações»

Platão e Aristóteles defendem


que a arte é imitação (ou
mimese).
Teoria da arte como imitação/representação
Defensores da teoria Platão e Aristóteles – século IV a. C.

Uma obra de arte imita ou representa a realidade e


Núcleo da teoria o critério de valor da obra reside na qualidade da
imitação/representação.

Vitória de Samotrácia;
Obras A Escola de Atenas;
exemplificativas as tragédias gregas ou os dramas de Shakespeare;
etc.

Épocas históricas – Antiguidade, Idade Média e


Idade Moderna – em que as técnicas de
Contexto histórico-social
representação da realidade repousavam na
habilidade dos artistas.

Se ainda hoje se aceitasse esta teoria, teriam de se


Objeções à teoria excluir do domínio da arte inúmeras obras
reconhecidamente artísticas.
Limitações da teoria
• Se a arte imita a realidade, o original
não será superior à cópia?
• Por mais fiel que seja a cópia, a obra
de arte é sempre uma transfiguração
da realidade.
• Nem toda a arte imita ou pretende
imitar a realidade.
• A realidade não se reduz à aparência.
Teoria da imitação
Vantagens da teoria da arte como imitação:
• Apresenta um critério rigoroso e objetivo;
• Estamos familiarizados com esta característica da arte
(pois muitas obras de arte recorrem à mimese).
Dificuldades da teoria da arte como imitação:
• Muitas obras de arte consagradas não fazem uso da imitação;
• Há muitas outras realidades que imitam e não
pertencem ao universo da arte.

Conclusões: A teoria da imitação fornece um critério objetivo para


a definição da arte (baseado nas características do objeto estético).
Porém, este critério não é necessário nem suficiente para definir a
obra de arte.
A teoria da arte como imitação é demasiado restritiva.
A teoria expressivista
No século XIX, com o aparecimento do Romantismo, a
criação artística passou a ser entendida como um meio
para alcançar um tipo de conhecimento mais profundo, e o
artista como aquele que podia, através da introspeção e da
partilha, revelar muitos dos mistérios da existência
humana.

Foi neste contexto de transformação da própria arte que


surgiu a teoria expressivista, segundo a qual

➢ A arte é a expressão da emoção do seu criador, o artista.


• (O que confere estatuto artístico às obras são os
sentimentos, as emoções transportadas para a obra pelo
artista
• A obra de arte é o produto da vida interior do artista)

• Segundo Tolstoi, a arte é uma forma de comunicação


que une o artista a todos aqueles com quem partilha os
seus sentimentos.
• Benedetto Croce é outro partidário desta teoria.
Teoria expressivista – o exemplo de Tolstói

«Toda a obra de arte leva o recetor a entrar numa espécie de


relação entre aquele que produziu, ou está a produzir, a arte, e
todos aqueles que[…] recebem a mesma impressão artística. O
discurso, ao transmitir os pensamentos e as experiências do
homem, serve de elo de ligação entre os homens, e a arte atua de
forma semelhante. A particularidade deste último elo de ligação,
distinguindo-se da ligação por meio de palavras, consiste em que
enquanto pelas palavras um homem transmite os seus
pensamentos a outro, através da arte transmite os seus
sentimentos.»
Lev Tolstói, O que é a Arte?
Teoria expressivista – o exemplo de Tolstói

«A atividade artística está baseada no facto de que uma pessoa,


ao receber através da audição ou da visão a expressão ou
sentimento de outra pessoa, é capaz de experienciar a emoção
que moveu aquele que a expressou»
Tolstói, O que é a Arte?
Para Tolstoi: Teoria expressivista

• O artista sente uma emoção sincera.


• O artista produz intencionalmente uma obra.
• O público sente a mesma emoção que o artista.

Nestas condições, estamos na presença de uma obra de arte.

Uma obra, que pode ser bela, poética, rica em


efeitos e interessante, não é uma obra de arte se
não despertar em nós aquela emoção particular.
Para Croce: Teoria expressivista
• A arte não é um fenómeno físico;
• A arte não é utilitária nem tem por objetivo o prazer;
• A arte não tem objetivos morais;
• A arte não tem uma explicação racional nem pretende
transmitir conhecimento;
A arte é simplesmente emoção (intuição).

À pergunta sobre o que é a arte, refiro


desde já, e com a maior simplicidade, que
a arte é visão ou intuição.
Teoria da arte como expressão
Defensores da teoria Leão Tolstoi; Benedetto Croce

Uma obra de arte transmite sentimentos e outras


Núcleo da teoria
pessoas experimentam esses sentimentos.

O absinto, de Degas;
Pietà Rondanini, de Miguel Ângelo;
Obras exemplificativas
Um par de sapatos, de Van Gogh;
etc.

Esta teoria impôs-se na época romântica que se


Contexto histórico-social caracterizou pela valorização dos senti-mentos e
das emoções.

Não é suficientemente abrangente, há


Objeções à teoria inúmeros objetos estéticos a que não
se aplica.
Limitações da teoria

• Será que toda a forma de comunicar sentimentos é uma forma


de arte. Por exemplo, os desenhos de uma criança podem ser
considerados arte na medida em que exprimem ideias e
emoções?

• Também nem toda a expressão artística pretenderá comunicar


sentimentos: será que todo o arquiteto terá como finalidade a
expressão de sentimentos?

• Serão os sentimentos universais e passíveis de serem captados


por todos? Não poderemos apenas recorrer às reações do
público porque poderão surgir respostas muito distintas e até
contrárias.
Vantagens da teoria expressivista: Teoria expressivista
• Aproxima-se da nossa perceção comum da arte;
• Caracteriza-se pela simplicidade;
• Menos restritiva que outras teorias da arte.
Dificuldades da teoria expressivista :
• Pouco precisa na identificação da emoção específica
produzida pelas obras de arte;
• Há muitos objetos que geram emoções e que
não são obras de arte;
• Não é possível saber-se que emoções estiveram na
origem da maioria das obras de arte;
• Nada nos garante que o artista pretende transmitir
emoções quando produz sua obra.
A teoria formalista
Na passagem do século XIX para o século XX, os pintores impressionistas
revolucionaram as artes plásticas, ao romperem com as regras do realismo e com as
visões sobre a arte aceites até aí. Os objetos e as figuras perderam protagonismo
para cederem o lugar às cores e aos contrastes cromáticos.

➢ Surgiu então a teoria formalista da arte.

➢ O que define a arte é a presença de uma forma ou combinação de formas que


traduzem o significado da obra e provocam emoções estéticas.

• Segundo Clive Bell, o que define as obras de arte é a sua capacidade de dar
origem a uma emoção estética.

Todas as obras de arte, e só elas, possuem forma significante e só esta provoca


emoção estética.
Teoria formalista
Tese central:
• As obras de arte produzem um tipo específico de emoção.

• Essa emoção resulta da sua forma.

Logo:
• Há arte quando a forma desse objeto é determinante
para o sentimento estético desencadeado no sujeito.

Clive Bell é partidário da teoria da arte como


forma significante.
Teoria da arte como forma significante

«Qual é a qualidade que é partilhada por todos os objetos que


provocam as nossas emoções estéticas? […] Parece-me que há
uma única resposta possível: a forma significante. Em cada um
destes objetos, uma particular combinação de linhas e cores,
certas formas e relações entre formas, despertam as nossas
emoções estéticas.»

Clive Bell, «A hipótese estética», in Carmo d’Orey, O que é a arte?, 2007.


Para Clive Bell: Teoria formalista
• Toda a obra de arte produz uma emoção exclusiva;
• Essa emoção não resulta do assunto, do tema ou
de outros atributos do seu conteúdo;
• Todas as obras de arte têm forma (que pode
resultar da composição, da combinação de sons,
cores, sentidos, etc.);
• A forma na arte é determinante para que se
desencadeie a emoção específica da arte.

A definição da arte resulta da sua


forma significante.
Teoria da arte como forma significante
Defensores da teoria Clive Bell

Obra de arte é aquela obra que apresenta uma


forma significante, sendo o conteúdo irrelevante
para a determinação do valor artístico.
Núcleo da teoria
A forma significante resulta da combinação
adequada de linhas, cores, planos, volumes e
outras características formais.

Obras exemplificativas Obras de Cézanne, de Kandinsky, de Mondrian, etc.

Fins do século XIX e século XX, na sequência da


Contexto histórico-social descoberta e desenvolvimento das técnicas
fotográficas.

Não clarifica o conceito de forma significante que


reenvia para o conceito de emoção estética:
Objeções à teoria
sabemos que a forma é significante porque
provoca uma emoção estética.
Limitações da teoria
• Nem toda a arte consegue provocar no espetador uma emoção estética a partir da
mera combinação das formas;
• A arte é um todo composto por conteúdo e forma, não podendo estes serem
separados;
• A arte como forma significante faz depender o valor estético de uma obra da
correta apreensão do jogo das formas, pelo que só o indivíduo educado do ponto
de vista estético será capaz de ter emoções estéticas e de, assim, atribuir valor
estético ao objeto.
• A definição de arte é circular: as obras de arte reconhecem-se porque produzem
uma emoção estética, mas a emoção estética define-se como o tipo de emoção
provocada especificamente por obras de arte. Esta circularidade estende-se à
relação entre os conceitos de forma significante e emoção estética: a emoção
estética é aquela que é provocada por objetos que possuem forma significante, e
a forma significante é a propriedade dos objetos capazes de produzir emoção
estética.
• O conceito de forma significante é um dos aspetos
mais controversos da teoria formalista. Todos os
objetos têm forma, mas isso não poderá significar
que tenham forma significante. O que faz, então,
com que uma forma seja significante?

• Alguns críticos de Bell defendem que,


contrariamente ao que afirma, não existe uma
emoção diferenciada a que se possa chamar
emoção estética, e mesmo que exista, não é
consensual que esta só possa ser provocada pelas
obras de arte e não por elementos naturais, como
paisagens, detalhes de flores ou pormenores de
pelagens de animais, por exemplo.
Teoria formalista
Vantagens da teoria formalista:
• Procura um atributo exclusivo da arte (forma significante);
• Chama a atenção para a forma da arte (e não para o seu assunto).

Dificuldades da teoria formalista:


• A teoria formalista usa um raciocínio redundante e é pouco
concreta no que se refere à caracterização do elemento distintivo
da arte. Segundo esta teoria:

A forma significante é A emoção estética


responsável pela produção resulta unicamente da
da emoção estética. forma significante.
Teorias não essencialistas

✓ Teoria institucional da arte


✓ Teoria historicista arte

Pressuposto assumido:
A arte é um conceito aberto e por isso não tem uma
essência que se deixe fixar numa definição definitiva.
Focam-se nos aspetos relacionais, processuais e
contextuais da arte, isto é, nas relações que os objetos
artísticos estabelecem, nos processos por que passam
e no contexto histórico e social que os envolve.
Teoria institucional da arte

A teoria institucional da arte destaca o contexto em que surgem e são apreciadas as obras de
arte. Esta teoria foi defendida, por exemplo, pelo filósofo George Dickie (1926).

Este autor considera que existem dois aspetos comuns a todas as obras de arte, no
sentido classificatório e não valorativo:
1 Todas as obras de arte são artefactos.

Todas as obras de arte são artefactos. Em geral, «artefacto» equivale a qualquer


objeto que, de algum modo, tenha sido trabalhado ou modificado através da
intervenção humana.

No entanto, para G. Dickie, pelo menos nas primeiras formulações da sua teoria, a
artefactualidade constitui algo que pode ser atribuído aos objetos naturais, sem
que estes tenham sido modificados.

Assim, a simples exposição intencional de um qualquer objeto (uma pedra, um


vaso, um sinal de trânsito) numa galeria de arte é já um passo para que esse
objeto seja tido como um artefacto e venha a ser considerado uma obra de arte.
Toda a obra de arte possui o estatuto de obra de arte (o estatuto de candidato
2
à apreciação) que lhe foi atribuído por alguém.

Toda a obra de arte possui o estatuto de obra de arte – mais precisamente, o


estatuto de candidato à apreciação (não é obrigatório que o artefacto venha a ser
apreciado) – porque este lhe é conferido por uma ou várias pessoas, ligadas à
instituição social que é o mundo da arte, que detêm autoridade para o fazer.

Tais pessoas, mediante uma ação de batismo, transformam objetos e artefactos


em obras de arte, através de processos como a exibição, a representação e a
publicação dessas obras, e até o simples facto de lhes chamarem arte.

O estatuto não é conferido ao artefacto no seu todo, mas apenas a um conjunto


dos seus aspetos, pois há características do objeto que não são relevantes para o
seu estatuto de obra de arte.
Assim, ser um artefacto é uma condição necessária para que algo seja considerado obra de arte,
mas não uma condição suficiente (caso contrário, todo o artefacto seria obra de arte).

Só satisfazendo as condições de artefactualidade e de atribuição de estatuto é que


algo pode ser considerado obra de arte.

Sendo uma conceção extremamente flexível em relação àquilo que pode ou não ser
considerado arte, a teoria institucional apresenta algumas virtudes, mas é também
alvo de objeções.

Apesar de tais objeções, a teoria institucional chama-nos a atenção para o carácter


decisivo do campo cultural em que uma obra aparece no que diz respeito à avaliação
que dela se faz.
Teoria institucional da arte

→ O conceito de arte não tem sentido valorativo, mas de classificação


O sentido valorativo da arte é aquele pelo qual julgamos se uma obra é boa ou má
arte. O sentido classificativo é o que fornece um critério para separar o que é arte
daquilo que não o é, não importando o valor estético do objeto.
→ A atribuição do estatuto de arte não depende das características internas dos
objetos

→ O que permite que uma obra seja considerada arte é a presença de determinadas
condições: ser um artefacto candidato à apreciação.
Teoria institucional da arte

«Uma obra de arte no sentido classificatório é: (1) um artefacto (2) ao qual


uma ou várias pessoas, agindo em nome de uma certa instituição social (o
mundo da arte), atribuem o estatuto de candidato à apreciação.» (George
Dickie)

Para ter o estatuto de arte, é necessário que o artefacto seja tratado como tal e
disponibilizado para apreciação do público.
Objeções

Esta teoria é muitas vezes acusada de elitismo, uma vez que considera que
apenas um grupo de privilegiados, formado pelos membros do mundo da arte,
tem o poder de conferir o estatuto de obra de arte aos artefactos.

De acordo com esta teoria, quase tudo – ou mesmo tudo – se pode transformar
numa obra de arte, bastando para tal o parecer de pessoas avalizadas nessa
matéria. Assim, esta teoria não permite distinguir a boa da má arte: dizer que
algo é arte é apenas classificá-lo como tal, sem avançar qualquer apreciação
valorativa a respeito do facto de essa obra ser boa, má ou indiferente.

Esta teoria inviabiliza a possibilidade de se falar numa arte primitiva, visto que é
muito implausível que nos tempos primitivos existisse o mundo da arte, pondo
igualmente em causa a existência da arte criada por artistas solitários, isto é,
criada à margem da instituição social que é o mundo da arte.
Esta teoria é viciosamente circular: uma obra de arte é um artefacto a que o
mundo da arte conferiu estatuto, sendo o mundo da arte um conjunto de pessoas
com poder de conferir a um artefacto o estatuto de obra de arte.

No caso do mundo da arte, ao invés do que acontece com outras instituições


sociais, não existe uma organização suficiente nem procedimentos reconhecidos
para conferir a algo o estatuto de obra de arte, havendo, muitas vezes, grandes
discordâncias quando se trata de o fazer.

Como observa Richard Wollheim (1923-2003), ainda que se admita que as


pessoas ligadas ao mundo da arte têm o dom de converter qualquer artefacto
numa obra de arte, deve haver razões para escolherem uns e não outros.

Se não há razões, se isso é feito de


Se há razões, então são essas a fixar o forma extravagante e arbitrária, então
que é arte e o que o não é, tornando- a arte também será vista como
se desnecessária a teoria institucional. arbitrária, não possuindo
propriamente interesse.
TEORIAS SOBRE A NATUREZA DA ARTE

Teoria institucional da arte


Defensores da teoria George Dickie

Uma obra de arte é um artefacto que adquire


Núcleo da teoria aquele estatuto se a instituição – mundo da arte –
lho atribuir.

A fonte, de Marcel Duchamp;


Obras exemplificativas Caixas Brillo, de Andy Warhol;
etc.

Século XX, na sequência do


Contexto histórico-social
desenvolvimento tecnológico.

Estamos mais uma vez peran-


te uma “definição” circular de
Objeções à teoria arte: arte é o que o mundo da
arte aceita como tal, o que
equivale a dizer: arte é arte.
A teoria histórica

Na atualidade mantém-se em aberto a


questão de saber qual é a natureza da
arte.

As teorias históricas defendem que a


essência da arte reside no facto de
todas as obras se relacionarem com
obras anteriores.

Pretendem encontrar uma característica


comum a todas as obras de arte e só a
elas.
Jerrol Levinson define a arte da seguinte forma:

- X é uma obra de arte se e apenas se X é um objeto acerca do qual uma pessoa,


possuindo o direito de propriedade sobre X, tem uma intenção duradoura de que
este seja visto como uma obra de arte, i.e., visto de qualquer modo (ou modos)
como foram ou são vistas as obras de arte anteriores.
Objeções à teoria histórica

• É discutível que o direito de propriedade possa


ser apontado como uma condição necessária
para haver arte quando podemos imaginar
inúmeros contraexemplos que mostram o
contrário.

• É discutível que a intencionalidade seja


necessária para haver arte. Um exemplo que nos
leva a pensar que não será diz respeito a algumas
das obras de Frank Kafka. Os manuscritos de
O Processo e O Castelo deveriam ter sido
destruídos a pedido do autor, aquando da sua
morte. Contudo, as obras foram publicadas e
ninguém põe em causa que sejam obras de arte
literárias.

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