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O Jantar
O Jantar
O episódio e o subtítulo
O subtítulo Episódios da Vida Romântica remete para os episódios que retratam os
costumes, gostos, tradições, aspetos sociais e questões políticas, que é criticado no
episódio O Jantar em casados Gouvarinho pela ociosidade em que vive a sociedade e pela
a ausência de espírito crítico.
Objetivo do jantar:
juntar a nobreza e a alta burguesia, bem como a camada dirigente do país, e
desmascarar a sua ignorância. Permitindo, assim, através das conversas, observar a
subvalorização dos valores sociais, o atraso intelectual do país, e a mediocridade mental de
alguns personagens da burguesia e da nobreza.
Personagens:
- Carlos da Maia
- é o protagonista da obra, é filho de Pedro da Maia mas, após o suicídio do pai, vai viver
com o avô que lhe proporciona uma educação à inglesa. Apesar de ter sido educado
para ser capaz de enfrentar todas as contrariedades, a sua vida fracassou, devido a ter
tido uma educação baseada apenas em valores físicos e espirituais. Mas também
devido ao meio onde se instalou – uma sociedade parasita, ociosa, fútil e sem estímulos,
e por outro lado devido a aspectos hereditários – a fraqueza e cobardia do pai, o
egoísmo, a futilidade e o espírito boémio da mãe.
- Carlos tem cabelos e olhos negros, pele branca e tem estaura alta (“(…) e os olhos dos
Maias, aqueles irresistíveis olhos do pai, de um negro líquido, ternos como os dele e
mais graves.”) e, tinha barba fina, castanha escura, pequena na face e aguçada no
queixo (“(…) o que lhe dava, com o bonito bigode arqueado aos cantos da boca, uma
fisionomia de belo cavaleira da Renascença.”).
- traços psicológicos de carlos: culto, bem educado, generoso, e era vítima da
hereditariedade: gosto exagerado pelo luxo (mãe) e tendência para o sentimentalismo
(pai) (“Mas tinha nas veias o veneno de diletantismo: e estava destinado, como dizia
João da Ega, a ser um desses médicos literários que inventam doenças de que a
humanidade apalpava se presta logo a morrer!”)
- Maria Eduarda
- era jovem, bela e extraordinariamente atraente; ignora a sua verdadeira
origem e tem um percurso sentimental atribulado (amantes) “(…) uma senhora alta,
loira, com um meio véu muito apertado e muito escuro que realçava o esplendor da sua
carnação ebúrnea(…) com um passo soberano de deusa, maravilhosamente bem feita,
deixando atrás de si como uma claridade, um reflexo de cabelos de oiro, e um aroma no ar.”
- João da Ega
- apresenta uma função naturalista e realista na obra, sendo uma pessoa
contraditória (projeção literária de Eça de Queirós), mostrando-se romântico e
sentimental mas também crítico e sarcástico.
- É o grande companheiro e confidente de Carlos da Maia. É o responsável pela
apresentação de Carlos à sociedade lisboeta (através do jantar que organiza no
Hotel Central) e tem, também, um papel fundamental na intriga principal, visto que é
ele a que Guimarães entrega o cofre com a verdade.
- Conde de Gouvarinho
-É ministro e par do Reino, personagem-tipo que representa o político incompetente,
sendo futil, maçador, incompetente e inculto.
- Condessa de Gouvarinho
- É uma mulher fútil que despreza o marido pelo seu fraco poder economico e
desenvolve uma paixão por Carlos (até este se enfastiar e resolver abandoná-la).
- É uma personagem-tipo, simbolizando as mulheres adúlteras.
-É uma aristocrata que corporiza a decadência moral e a ausência de escala de valores
da alta sociedade.
- Sousa Neto
- É representante da Administração Pública. É um homem ignorante, defende a imitação
do estrangeiro, acompanha as conversas sem intervir, acatando todas as opiniões
alheias, mesmo que absurdas. É uma personagem-tipo da burocracia, tacanhez
intelectual e ineficácia da Administração.
- D. Maria Da Cunha
- é uma senhora idosa, amiga de Afonso da Maia, que sabia do romance de Carlos e
Maria Eduarda.
Personagens-tipo
João da Ega, Conde e Condessa de Gouvarinho e Sousa Neto são
personagens-tipo uma vez que representam as qualidades e defeitos das classes
sociais.