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Ação Cartão de Crédito RMC
Ação Cartão de Crédito RMC
1. DA JUSTIÇA GRATUITA
O autor é pessoa que não tem recursos suficientes para arcar com as custas e
despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, diante disto, qualifica-se
como pessoa pobre nos termos da lei.
2. DA SÍNTESE FÁTICA
O Autor, servidor público estadual, buscou a instituição financeira com o intuito
de obtenção de empréstimo consignado tradicional, mas restou nitidamente ludibriado
com a realização de outra operação, qual seja, contração de cartão de crédito com
reserva de margem consignável (RCM), porém, sem nunca receber o cartão de crédito.
Todavia, teve creditado em sua conta bancária, em razão dessa operação, o valor de R$.
Essa modalidade de empréstimo, funciona da seguinte maneira: o banco credita
na conta bancária do requerente, antes mesmo do desbloqueio do aludido cartão e sem
que seja necessária a sua utilização, o valor solicitado, e o pagamento integral é enviado
no mês seguinte sob a forma de fatura. Se o requerente pagar integralmente o valor
contraído, nada mais será devido. Não o fazendo, porém, como é de se esperar, será
descontado em folha apenas o VALOR MÍNIMO desta fatura e, sobre a diferença,
incidem encargos rotativos, evidentemente abusivos.
Desde modo, o valor a ser pago no mês seguinte ao da obtenção do empréstimo
é o valor TOTAL da fatura, isto é, o valor total obtido de empréstimo, acrescido dos
encargos e juros. Esse pagamento deve ocorrer por duas vias: o mínimo pela
consignação (desconto em folha) e o restante por meio de fatura impressa enviada à
residência do consumidor com valor integral.
Como dificilmente aquele que busca empréstimo consignado, como é o caso do
Autor, tem condições de adimplir o valor total já no mês seguinte, incidirão em todos os
meses subsequentes juros elevados sobre o valor não adimplido. Além disso, o desconto
via consignação induz o cliente a erro, acreditando que o empréstimo está sendo
adequadamente quitado.
Em verdade o cartão de crédito contratado nem chega a ser encaminhado para o
endereço do consumidor, tampouco as faturas ou informações detalhadas do débito.
Ocorre que, a ilegalidade da contratação realizada normalmente só vem à tona quando o
cliente percebe, após anos de pagamento, que o tipo de contratação realizada não foi o
solicitado e ainda, que não há previsão para o fim dos descontos.
In casu, o Autor realizou o empréstimo de R$ em data, e até data adimpliu o
montante de R$, e não há previsão de termino. Atualmente, o valor descontado em
folha, é na média de R$ conforme extrai-se dos contracheques.
Em outras palavras, a dívida nunca será paga, vez que os descontos mensais
abatem apenas os juros e encargos da dívida, gerando, assim, descontos por prazo
indeterminado e, portanto, como ainda irão incidir juros e encargos, esse valor nunca
será abatido.
Excelência é certo que nenhum consumidor aceitaria realizar a contração de
cartão de crédito com reserva de margem consignável (RCM), se não fosse ludibriado e
induzido ao erro dolosamente. Neste ponto, resta claro, que nunca a parte autora quis
contratar cartão de crédito algum e, ainda que essa fosse sua intenção, o Réu jamais
prestou qualquer informação a respeito da constituição da reserva de margem
consignável (RMC), tão pouco, enviou as faturas do referido cartão ao endereço do
Autor, possibilitando a amortização total do débito.
Portanto, o termo de adesão é visivelmente nulo, pois viola os direitos do Autor
consumidor, especialmente aqueles relacionados à informação e à transparência das
relações de consumo, além de ser omisso quanto às informações vitais para o mínimo de
entendimento da avença por parte do cliente, pois, não há indicação do número de
parcelas; data de início e de término das prestações; do custo efetivo com e sem a
incidência de juros; etc.
Além do mais, o termo de adesão firmado com o Réu contêm práticas abusivas
vedadas pelo CDC, pois tal como formuladas, geraram parcelas infindáveis e
pagamentos que irão ultrapassar facilmente 3 vezes o valor inicialmente obtido,
constituindo vantagem manifestamente excessiva e onerosa ao Autor, razão pela qual
faz-se necessária a obtenção de tutela jurisdicional.
3. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
3.1. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Dispõe a Constituição Federal de 1988 (CF/88) em seu artigo 5º, inciso XXXII, que “o
Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. A defesa de seus direitos
é, portanto, garantia constitucional.
Dessa forma, por meio da Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, o Estado Brasileiro
instituiu o CDC, que regulamenta as formas de proteção do consumidor, com normas de
ordem pública e interesse social, em consonância com a CF/88.
Entre os direitos básicos previstos no CDC está à garantia de reparação dos danos
patrimoniais e morais, o acesso à justiça e a inversão do ônus da prova em favor do
consumidor, nos termos do artigo 6º, incisos VI, VII e VIII.
Cumpre destacar, em relação ao art. 6º, VIII, do CDC, que o Autor encontra-se em
nítida desvantagem em relação ao Réu, o que por si só autoriza a inversão do ônus
probandi, uma vez que se trata de aplicação do direito básico do consumidor, inerente à
facilitação de sua defesa em juízo.
Portanto, re quer desde logo que o caso seja analisado e julgado sob o prisma da relação
de consumo, deferindo-se em favor do Autor o benefício da inversão do ônus da prova
consoante artigo 6º, VIII, do CDC, ante a manifesta hipossuficiência técnica e financeira
em relação ao Réu.
3.2. DA VIOLAÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
A modalidade de empréstimo consignado via contração de cartão de crédito com reserva
de margem consignável (RCM) é marcada por abusividade, vez que o Réu,
deliberadamente, impõe ao Autor o pagamento mínimo da fatura mensal, o que para ele
é vantajoso, já que enseja a aplicação, por muito mais tempo, de juros e demais
encargos contratuais, sem data final de pagamento.
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro
produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação
de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
Ao tecer comentário acerca do inciso I do art. 39, a Professora Cláudia Lima Marques:
Tanto o CDC como a Lei Antitruste proíbem que o fornecedor se prevaleça de sua
superioridade econômica ou técnica para determinar condições negociais desfavoráveis
ao consumidor. Assim, proíbe o art. 39, em seu inciso I, a prática da chamada venda
“casada”, que significa condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço. O inciso ainda proíbe condicionar o
fornecimento, sem justa causa, a limites quantitativos. A jurisprudência assentou que a
prática de venda casada não pode ser tolerada, pois apenas os limites quantitativos é que
podem ser valorados como justificados ou com justa causa.[3]
A despeito dos incisos V e XII do art. 39, restam violados porquanto o Réu já exigiu do
Autor, quantia muito superior à contratada, sem estipular data de início e fim para
pagamento das parcelas. Evidente essa abusividade flagrante dispensa ensinamentos
doutrinários.
A primeira leitura nos remete ao problema do “dado essencial”. A lei diz que a
publicidade é enganosa por omissão quando deixa de informar sobre dado essencial do
produto ou serviço: “Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço” (§ 3º do art. 37).
[…] constrói-se um conceito de essencial naquilo que importa à publicidade. E, nessa
linha, é de dizer que essencial será aquela informação ou dado cuja ausência influencie
o consumidor na sua decisão de comprar, bem como gere um conhecimento adequado
do uso e consumo do produto ou serviço, “realmente”, tal como são.[4]
Logo, vez que não se tem dúvida de que a intenção do Autor, era a de simples
empréstimo consignado, a de contratação de cartão de crédito com reserva de margem
consignável (RCM) se mostra abusiva, e, portanto, nula, nos termos do art. 51, IV, e §
1º, III, do CDC:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
equidade;
1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Resta mencionar, que o Réu trata a contração de cartão de crédito com reserva de
margem consignável (RCM) como sendo um Termo de Adesão. Pois bem, o § 3º do art.
54 do CDC dispõe:
No termo de adesão assinado pelo Autor, não constam informações quanto à data de
início e de término das parcelas, percentual de juros, nem tampouco valor total de
pagamento em razão do acréscimo de juros. E se assim o é, deve incidir a regra disposta
no art. 46 do CDC:
Evidente, pois, que o contrato sob análise afronta direitos básicos do Autor como
consumidor, em especial por estabelecer desvantagem manifestamente excessiva, em
clara violação ao dever de informação insculpido no art. 52 do CDC. Impõe-se, então,
reconhecer a nulidade do negócio jurídico em questão, com o consequente retorno das
partes ao seu status quo ante.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
O final do artigo supra demonstra a necessidade em que um negócio jurídico para ser
anulado por dolo faz-se necessário que este elemento tenha sido sua causa. No caso em
questão, o Autor, com certeza, não teria aceitado um contrato tão adverso, se não fosse
levado a cometer tal erro, por isso, vale destacar também o artigo 147 do Código Civil:
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a
respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa,
provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
O CDC, em seu art. 6º prevê ser um dos direitos básicos do Consumidor a prestação que
as informações sobre o produto ou serviço devam ser adequadas e claras, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentarem, além de proteção contra
práticas e cláusulas abusivas no fornecimento de produtos e serviços.
No caso em comento, restou evidenciado que o Autor não possuía informação clara
sobre o serviço que estava adquirindo. Não sabia que aquele contrato de crédito
consignado que acreditava estar assinando, era na verdade um contrato de cartão de
crédito com reserva de margem consignável (RCM), IMPAGÁVEL.
Não sabia ele, igualmente, que a parcela debitada mensalmente em seus contracheques
era apenas uma forma de adimplemento mínimo, incapaz de amortizar a dívida original,
em flagrante violação à publicidade enganosa e falta de informação.
Sobre essas duas modalidades de mútuo bancário, o Banco Central do Brasil define
como “empréstimo consignado aquele cujo desconto da prestação é feito diretamente
em folha de pagamento ou benefício previdenciário. A consignação em folha de
pagamento ou de benefício depende de autorização prévia e expressa do cliente à
instituição financeira concedente”
(http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/consignados.Asp).
Já a jurisprudência esclarece que no empréstimo por intermédio de cartão de crédito
com margem consignável, coloca-se “à disposição do consumidor um cartão de crédito
de fácil acesso ficando reservado certo percentual, dentre os quais poderão ser
realizados contratos de empréstimo. O consumidor firma o negócio jurídico acreditando
tratar-se de um contrato de empréstimo consignado, com pagamento em parcelas fixas e
por tempo determinado, no entanto, acaba por aderir a um cartão de crédito, de onde é
realizado um saque imediato e cobrado sobre o valor sacado, juros e encargos bem
acima dos praticados na modalidade de empréstimo consignado, gerando assim,
descontos por prazo indeterminado[…]” (Tribunal de Justiça do Maranhão, Apelação
Cível n. 043633, de São Luis, Rel. Cleones Carvalho Cunha).
Ressalte-se que a prática abusiva e ilegal difundiu-se, atingindo escala significativa de
aposentados e pensionistas, tendo como consequência o ajuizamento de inúmeras ações,
inclusive visando tutelar o direito dos consumidores coletivamente considerados, a fim
de reconhecer a nulidade dessa modalidade de desconto via “RMC”.
O “modus operandi” utilizado pelas instituições financeiras foi assim descrito pelo
Núcleo de Defesa do Consumidor da defensoria Pública do Estado do Maranhão, na
ação civil pública ajuizada pelo órgão na defesa dos interesses dos “aposentados e
pensionistas do INSS”:
O cliente busca o representante do banco com a finalidade de obtenção de empréstimo
consignado e a instituição financeira, nitidamente, ludibriando o consumidor, realiza
outra operação – a contratação de cartão de crédito com RMC.” Assim, na folha de
pagamento é descontado apenas um pequeno percentual do valor obtido por empréstimo
e o restante desse valor é cobrado através de fatura de cartão de crédito, com incidência
de juros duas vezes mais caros que no empréstimo consignado
normal.(http://condege.org.br/noticias/473-ma-defensoria-promove-ação-civil-pública-
contrabancos-por-ilegali...)
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou
abusiva.
Pena: Detenção de três meses a um ano e multa.
Ocorre que, a taxa média de juros para crédito pessoal consignado na data da
contratação pelo Autor, conforme divulgado pelo Banco Central do Brasil para o Réu,
era, de 2.06% a.m., totalizando 27,74% a.a.
Assim, à luz do entendimento que vem sendo adotado, a revisão dos contratos
financeiros, tem como base para aferição de abusividade a média de juros praticados
pelo mercado, que difere em muito daquela imposta ao Autor.
Por conseguinte, sabe-se que, nos termos dos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil,
aquele que por ação voluntária violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, ficará obrigado a repará-lo. In verbis:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Para que se configure o ato ilícito, será imprescindível que haja: a) fato lesivo
voluntário, causado pelo agente, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência; b) ocorrência de um dano patrimonial ou moral; c) nexo de causalidade
entre o dano e o comportamento do agente.[5]
O doutrinador Carlos Alberto Bittar conclui:
Assim sendo, para que haja ato ilícito, necessária se faz a conjugação dos seguintes
fatores: a existência de uma ação; a violação da ordem jurídica; a imputabilidade; a
penetração na esfera de outrem. Desse modo, deve haver um comportamento do agente,
positivo (ação) ou negativo (omissão), que, desrespeitando a ordem jurídica, cause
prejuízo a outrem, pela ofensa à bem ou a direito deste. Esse comportamento (comissivo
ou omissivo) deve ser imputável à consciência do agente, por dolo (intenção) ou por
culpa (negligência, imprudência, imperícia), contrariando, seja um dever geral do
ordenamento jurídico (delito civil), seja uma obrigação em concreto (inexecução da
obrigação ou de contrato). […] Deve, pois, o agente recompor o patrimônio (moral ou
econômico) do lesado, ressarcindo-lhe os prejuízos acarretados, à causa do seu próprio,
desde que represente a subjetividade do ilícito.[6]
Constatado o ato do agente e o nexo de causalidade, resta perquirir a extensão do
prejuízo, não para garantir o recebimento da indenização, mas para que o valor seja
arbitrado com fundamento no artigo 944 do Código Civil, in verbis:
O CDC, por seu turno, também contempla a indenização por dano moral, nos incisos VI
e VII, do artigo 6º, in verbis:
Nítida é, a percepção que o Réu sabia exatamente dos descontos que realizou e continua
a realizar, mesmo ultrapassando o dobro do valor incialmente contratado, e que também
tem conhecimento da ilegalidade da operação, entretanto, cômodo é cobrá-las e
transferir ao consumidor o ônus de reclamá-las.
Ocorre que não há, no caso em tela, engano justificável para a cobrança de R$ 4.215,59
com a continuidade dos descontos sem previsão de término, quando o valor emprestado
pelo Réu foi de R$ 1.795,84. Ao realizar descontos sobre o subsídio do Autor, sem
possibilitar a real amortização do saldo devedor ─ procedimento que certamente atende
a seus interesses econômicos ─ a toda evidência o Réu assumiu o risco de prejudicá-lo.
A este proceder desidioso, por certo não se pode conferir a qualidade de causa
“justificável” de engano, eis que presente está, o dolo do Réu, que jamais enviou
qualquer fatura ou documento ao endereço do Autor a fim de informá-lo do valor
devido ou adimplido.
Por fim, resta pleitear a devolução em dobro dos valores que o Réu dolosamente cobrou
a mais do Autor, que deverá ser apurado em eventual liquidação de sentença.
Tem-se que, o julgamento antecipado da lide, decorrida a contestação do Réu, não causa
o cerceamento de defesa, posto que todos os documentos necessários para compreensão
dos fatos e julgamentos do processo acompanham a presente petição inicial.
Isso porque, o art. 355, inciso I do NCPC autoriza o juiz a julgar o mérito de forma
antecipada, quando não houver necessidade de fazer-se prova em audiência. Mesmo
quando a matéria objeto da causa for de fato, o julgamento antecipado é permitido se o
fato for daqueles que não precisam ser provados em audiência, como, por exemplo, os
notórios, os incontroversos, etc.[7]
Nestes termos
Pede deferimento.