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OK - Auxílio Doença C.C Aposentadoria Por Invalidez
OK - Auxílio Doença C.C Aposentadoria Por Invalidez
1) DA SÍNTESE FÁTICA
A parte autora requereu a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença
(NB 6234986254) junto ao INSS, em 11/06/2018 conforme demonstra a cópia da
decisão de indeferimento que segue em anexo. O benefício foi negado sob a alegação
que o início do benefício seria posterior à data de sua cessação.
Decisão equivocada e não fundamentada do INSS, que não considerou no momento
da realização da perícia todo o conjunto de provas, idade, enquadramento social e tão
pouco a atividade habitual exercida pela autora.
De fato, conforme os documentos juntados a presente inicial e ao processo
administrativo, é notável a incapacidade ao labor uma vez que a parte é acometida por:
CID 10 - I01: Febre reumática com comprometimento do coração;
CID 10 - I05.2: Estenose mitral com insuficiência.
Data vênia, não merece prosperar a decisão administrativa que negou o benefício
previdenciário pleiteado pela segurada, razão pela qual a autora propõe a presente
demanda, com o objetivo de ver seu lídimo direito reconhecido em sede judicial.
2) DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
A) DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
A tutela de urgência é um instituto presente no ordenamento jurídico, a fim de na
existência de uma situação de urgência, possa ter o direito ora pleiteado antecipado ou
resguardado. Diante disto, este instituto divide-se em tutela de urgência cautelar ou
antecipada. Assim, em conformidade ao disciplinado no Art. 300, do Código de
Processo Civil (CPC), a tutela antecipada visa antecipar um direito evidente, o qual
somente seria concebido no final do trâmite processual.
Dessa forma, o instituto mais adequado para garantir o direito da Autora, é a
tutela de urgência antecipada, tendo em vista que a Demandante robustamente
comprovou sua incapacidade laborativa, como consta em anexo o devido laudo médico,
logo, é evidente o seu direito ora pleiteado.
De acordo com o disciplinado no art. 300, §2 do Código de Processo Civil, o
presente instituto pode ser deferido quando forem evidentes dois requisitos
primordiais, sendo estes: O Fumus boni iuris e o Periclum in Mora.
Dessa forma, a situação criada pela Ré, ou seja, a negatória do benefício por
incapacidade, seja ele o auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez, está pondo em
risco a subsistência da Parte Autora e de sua família, principalmente pela natureza
alimentar do benefício.
Sem receber qualquer tipo de rendimentos e não podendo trabalhar, a Parte Autora
passa por sérias dificuldades financeiras desde seu afastamento do trabalho, uma vez
que o benefício em questão seria seu único meio de subsistência.
Assim, impõe-se a designação de perícia médica, com urgência, a fim de que, após o
laudo, possam ser antecipados os efeitos da tutela, como medida de salvaguarda à vida
da Parte Autora. Em não sendo possível a realização de perícia judicial de forma rápida,
faz-se necessária à concessão, ainda que precariamente, da tutela antecipada, de forma a
garantir a subsistência do núcleo familiar do qual faz parte a segurada.
A jurisprudência vem entendendo pelo cabimento da antecipação de tutela antes
mesmo da perícia, caso esse respeitável Juízo se convença da existência dos
pressupostos para a concessão da medida a partir da documentação já acostada, como se
vê da decisão a seguir transcrita:
PREVIDENCIÁRIO. AGTR. AUXÍLIO-DOENÇA. ART. 59 DA LEI
N.º 8.213/1991. INEXISTÊNCIA DE PERÍCIA JUDICIAL.
INCAPACIDADE ATESTADA. ESTADO DE SAÚDE
QUALIFICADO PELO JUIZ A QUO, EM AUDIÊNCIA, COMO
DEPRIMENTE. RESTABELECIMENTO. POSSIBILIDADE. AGTR
IMPROVIDO.
1. Pretende o INSS a reforma da decisão agravada, que determinou o
imediato restabelecimento do benefício de auxílio-doença da ora
agravada, por entender que o estado de saúde da autora salta aos olhos
como deprimente (fls. 83).
2. A Lei n.º 8.213/1991, ao dispor sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social, determina o preenchimento de requisitos para que
haja a concessão de benefício de auxílio-doença, quais sejam, a
incapacidade para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos e o período de carência.
3. No caso dos autos, ainda não foi realizada a perícia judicial, mas o
atestado colacionado às fls. 47 se reporta à incapacidade da agravada
como total e definitiva, ocasião em que não mais lhe seria devido o
benefício do auxílio-doença e sim a aposentadoria da agravada por
invalidez.
4. Observa-se, ainda, que o douto Magistrado a quo consignou, em
audiência, que o estado de saúde da autora salta aos olhos como
deprimente (fls. 83), devendo ser mantido o benefício de auxílio-
doença até que seja realizada a perícia judicial.
5. AGTR improvido.
(TRF5, Proc. 0003579-72.2008.4.05.9999, Rel. Des. Federal Amanda
Lucena (Substituto), publ. 26.2.2009).
A prova documental apresentada pela autora evidencia que não possui condições
de exercer qualquer atividade laboral, e mesmo depois de ostensivo acompanhamento
médico, se mostrou permanente, deixando-a com comprometimento nas funções
necessárias à atividade.
B) DA INCAPACIDADE
No presente caso, a carência foi devidamente cumprida pela segurada, tendo sido,
portanto, implementada essa condição para a concessão do benefício.
Além disso, a Parte Autora não possui a capacidade para o trabalho ou para as
atividades habituais e, em face do agravamento de sua enfermidade, está impedida de
desempenhar suas atividades laborais. Tal fato está suficientemente comprovado pelos
laudos apresentados e poderá ser ratificado pelo laudo pericial.
Por outro lado, O caput do artigo 42 da Lei n.º 8.213/1991 assim estabelece:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for
o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou
não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e
insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.
4) DOS PEDIDOS
Ante o exposto, a parte autora requer:
a) Seja recebida a presente ação, bem como que seja deferida A ANTECIPAÇÃO
DE TUTELA, ANTES MESMO DA CITAÇÃO DA REQUERIDA;
c) Caso o INSS apresente aos autos documento a qual o autor não teve prévio
acesso, incluindo a cópia integral do P.A referente ao NB 623.498.625-4, a parte
autora requer que lhe seja oportunizada a emenda ou retificação da petição
inicial;
d) Ao final, com ou sem contestação, a parte autora requer que a presente ação seja
julgada TOTALMENTE PROCEDENTE; concedendo em favor da autora o
benefício previdenciário de AUXÍLIO-DOENÇA com o pagamento das
parcelas vencidas desde a DER, e sucessivamente, o benefício de
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ;
Protesta, por fim provar todo o alegado por todos os meios legais admitidos em
direito, especialmente, a testemunhal, documental e pericial.