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Análise Do Filme O Mínimo para Viver
Análise Do Filme O Mínimo para Viver
Curso de Psicologia
SANTOS - SP
Novembro de 2021
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Beatriz Sales de Paula Garcez
Carolina Conceição do Nascimento
Lara Moreira Mucci
Luma Camargo de Oliveira
Patrícia Carvalho dos Santos
SANTOS - SP
Novembro de 2021
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1. Introdução
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cometeu suicídio e deixou uma carta mencionando Ellen como incentivo para a
atitude que tomou. Após esse acontecimento que abala demais a protagonista,
Susan, encontra um certo tratamento diferente dos que já haviam tentado. É aí
que entra em cena o doutor William Beckham, que oferece um tratamento não
convencional que a faz enfrentar a sua condição. O filme mostra aos olhos da
personagem como é a vida do anoréxico e a forma como se enxergam diante do
espelho e do mundo. No começo do filme pode se notar uma relutância de Ellen
perante ao tratamento, porém ao longo da trama ela se convence de que o
tratamento pode ser a sua única opção.
Ellen passa a frequentar a clínica, e lá ela divide espaço com mais
outros seis pacientes (Luke, Megan, Pearl, Kendra, Tracy e Anna). A
personagem se encontra na fase em que não sabe se segue um caminho de
força para superação ou se larga tudo e se entrega à doença. O tratamento de
Ellen na casa de recuperação é cheio de emoções, ela lida com problemas
internos e se sente culpada pelo sofrimento da família. Em certo momento ela
cria uma amizade com Luke e passa a conhecer melhor os pacientes da casa, o
que a ajuda a enxergar uma perspectiva melhor. Luke desperta nela um
interesse e tenta ajudá-la no processo de recuperação.
O doutor William Beckham também tem grande importância para o
tratamento de Ellen, mesmo ele não aparecendo tanto no filme ele é um elo que
traz esperança para a personagem e os demais pacientes da casa. Ele não é
um médico tradicional, sendo assim, ele deixa que a personagem chegue ao
fundo do poço para mostrar como a vida é importante, e até mesmo cita que para
alguns pacientes, chegar ao fundo do poço é muito difícil, mas para a
protagonista do filme é algo necessário. Após uma reconexão com a sua mãe
em uma cena muito marcante, Ellen faz uma longa caminhada, adormece e em
uma espécie de sonho se enxerga e compreende a gravidade do que vêm
enfrentando, assim, a mesma se sente pronta para seguir com seu tratamento,
mas dessa vez “de corpo e alma”.
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3. Os impactos da anorexia na vida dos jovens
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se caracteriza pela recusa em manter o peso e o Índice de Massa Corporal (IMC)
dentro da normalidade para a sua idade e altura.
Já na bulimia a característica clínica primária segundo Diagnostic
and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual de Diagnóstico e
Estatística das Perturbações Mentais (DSMIV), está relacionada ao consumo
compulsivo de alimentos em um curto prazo de tempo assim levando o indivíduo
ao um sentimento de culpa e perca de controle. Geralmente os alimentos
consumidos contêm um grande índice calórico tais como, sorvetes, biscoitos
recheados, balas, salgadinhos, pizza. E ao consumi-los, perdem o controle da
situação gerando sentimentos de incapacidade e logo depois do episódio de
compulsão, sentem a necessidade de punição para que se obtenha uma falsa
sensação de alívio imediato.
Os transtornos alimentares (TA) têm como características
sintomatológicas tanto sintomas físicos como sintomas psíquicos variados, tais
como, distorção acentuada da imagem corporal, rituais de alimentação. E no
âmbito mental esses pacientes são obsessivos, compulsivos, extremamente
impulsivos e têm maiores chances de desenvolver quadros de depressão, abuso
de álcool, drogas, transtornos de personalidade quando comparados com
pessoas sem transtornos alimentares. Na grande maioria, os casos de anorexia
ocorrem a partir de uma dieta decorrente da insatisfação com o seu peso
corporal, muitas das vezes injustificadamente. Os pacientes anoréxicos
restringem ou até mesmo eliminam grande parte dos alimentos nos quais eles
julgam mais calóricos.
Uma equipe multidisciplinar é de suma importância para pacientes
em tratamento dos distúrbios alimentares, atendimento com psiquiatra, psicólogo
e nutricionista são indispensáveis, ressaltando sempre a importância da aliança
dessa equipe com o paciente, assim assegurando um bom tratamento e também
sempre priorizando um diagnóstico precoce para possibilitar um tratamento e
prevenção mais eficientes e eficazes.
A incidência no aumento de casos de anorexia e bulimia na
adolescência demonstra quão grande é a importância de estudar os transtornos
alimentares nessa fase da vida de transformação de muitos jovens,
principalmente no sexo feminino, pois, a preocupação com a imagem corporal e
práticas inadequadas com a alimentação vem sendo mais evidenciadas neste
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grupo. Uma vez estabelecida a insatisfação corporal, o medo de engordar e
chegar a obesidade vem tomando conta desses jovens assim comprometendo
até mesmo o desenvolvimento físico, mental e social dos indivíduos que
apresentam distúrbios alimentares. Se no ambiente escolar houver um
conhecimento mais amplo dos distúrbios da alimentação e suas complicações,
facilitará a percepção de novos casos através dos pedagogos, pais, sociedade
e até mesmo amigos que estão diretamente em contato com a população de
risco.
4. Conclusão do grupo
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quando as mães interagem com os filhos, e como resultado da mudança de
personalidade da paciente, ela acaba justamente perdendo a capacidade de
sentir amor pela criança.
E aqui vale citar que a produção recebeu certas críticas acerca do
episódio, pois mesmo acertando em tratar de um tema tão delicado e cobrindo
as fragilidades deste, o método da estimulação cerebral profunda é realmente
algo que ainda está em estágio experimental, sendo aprovado somente em
distúrbios de movimento e relacionados, como o Parkinson. Sem contar que, ao
irem na área do cérebro de Louisa que é responsável pela fome, acabam
abarcando uma visão simplista da anorexia ao tratá-la como um problema de
fome, o ideal seria ter as áreas responsáveis pela compulsão como alvo do
procedimento.
Dentro da internet o TA é bem citado entre os jovens adultos e
adolescentes, existem diversos vídeos e textos nas redes sociais relatando como
eles lidam com o transtorno ou como estão muito melhores, seus passos curtos
porém importantes para uma eventual superação (se é que esta já não foi
alcançada). Histórias que acabam por incentivar outros em semelhante situação,
os inspirando a também lutarem contra seus transtornos através dos tratamentos
indicados.
O que nos trás inclusive para o próprio filme, que ao mesmo tempo
em que retrata uma história de superação (já que, ao final do filme, vemos Ellen
com atitudes mais positivas em relação ao seu tratamento) também cumpre o
papel de nos advertir para a sociedade que vivemos, os padrões de corpos que
impomos e toda essa glamourização acerca de se obter o corpo ideal (no caso,
o corpo magro) a qualquer custo. Além do que, não despersonaliza Ellen, a
transformando somente em seu transtorno já que não investiga cegamente um
motivo para que este tenha sido desenvolvido. O Mínimo para Viver é sobre Ellen
e trás um retrato de seu transtorno que, claro, acaba impactando grande parte
de sua vida, mas assim como qualquer outro tipo de transtorno ele não é uma
parte de sua personalidade e não devemos anulá-la, diminuindo toda a sua
existência somente a isso.
Assim, podemos analisar, tendo conhecimento destas e de outras
menções nas produções midiáticas —seja de natureza audiovisual, impressa ou
digital—, a importância de se falar a respeito dos transtornos alimentares (TA) e
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outros fatores que muitas vezes andam lado a lado com eles, como por exemplo
a dismorfia corporal, para a informação e prevenção destes, que podem levar as
pessoas que os desenvolvem a severos problemas de saúde e até mesmo a
morte.
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5. Referências bibliográficas
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