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Seminário Humanidade e Transcendência

Os símbolos da ausência:

É feito um comparativo, Ser Humano x Animais, no sentido de comportamento! É evidenciado


que o animal quando nasce tem um comportamento instintivo que não é passado por
ninguém, nem regido por nenhuma doutrina.

Ele vai desenvolvendo as habilidades no momento em que sua necessidade vai aumentando,
seja em relação ao momento da caça, ao momento da reprodução... Toda a sabedoria para
sobrevivência vem através da sua adaptabilidade física aquele meio em que eles estão
inseridos.

Cita-se o exemplo da vespa caçadora: ela vai caçar uma aranha, e a captura com uma picada
que a paralisa, logo após ela arrasta a caça para o ninho, ali ela deposita os ovos e morre,
tempos depois quando as larvas nascem elas se alimentam com carne fresca da aranha que
está imóvel. E assim irá continuar ... e sem que ninguém ensine nada nem diga qual o melhor
tempo a se fazer institivamente essa cena irá se repetir.

Ainda que o tempo avance, as técnicas de sobrevivência usada pelos animais serão sempre as
mesmas.

Cada copo produz sempre a mesma coisa e a comparação se faz ao animal nesse momento,
nosso corpo é o nosso animal. A programação biológica é completa e semelhante a todos nós,
ele não possui aberturas para que coisas novas sejam inventadas.

Um Recém-nascido do ponto de vista genético já está 100% definido, acontece que diferente
dos animais nosso corpo não nos dita as regras, o meio em que vivemos e nossas diferentes
experiências interferem em nossas escolhas, gostos e ações.

Os homens se recusam a se “limitar” a semelhança aos animais, então evoluíram, criaram,


construíram, definiram crenças, os homens construíram o mundo e foi aí que o corpo perdeu a
importância de definição, assim como é feito com os animais.

A nossa vida cotidiana se baseia numa permanente negação dos imperativos imediatos do
corpo. Os impulsos sexuais, gostos alimentares, horário de acordar e dormir, nada disso
obedece ao nosso instinto biológico, o corpo se transformou em uma entidade da natureza em
criação da cultura.

Cultura idealizada e criada pelos homens, entra em cena quando o corpo deixa de dar as
ordens.
É jogada em questão o porquê da criação dessa cultura, porque o abandono dos corpos?

E todas as coisas criadas pelos humanos que despertam, sensações, desejos, o que faz dela
fundamental?

Querem definir os homens como seres racionais, mas a cultura mostra que somos feitos a
partir de desejos.

Desejos esses que são criados a partir da ausência e privação: ninguém deseja o que já se tem,
mas sim o que se perdeu, ou que não foi alcançado ainda, o que sente saudade.
A partir desses desejos projetados pela cultura criada pelo homem, começam a desencadear
outros rituais, costumes e situações, que geram sentimento de impotência em que os objetos
do seu amor só existe por meio da magia da imaginação, poder milagroso da palavra... a partir
daí cria-se o amor, desejo, imaginação e símbolos.

Portanto símbolos são pontos de desejos, mas aquele desejo vindo do que não se tem, das
coisas ausentes, saudade de coisas que não nasceram.

Esses símbolos são a base da religião que é uma teia de símbolos, rede de desejo, confissão da
espera.

A religião rege diversos símbolos, como: altares, santuários, comidas, perfumes, lugares,
capelas, templos, amuletos, colares, livros e também gestos, como rezas, cânticos, celebrações
e etc...

A pergunta que cabe é: porque a religião que seguimos irá definir algo? Se o mundo antes
mesmo de nossa existência e criação de todas as coisas já existia de maneira eficaz, antes do
toque do homem.

Coisas e gestos se tornam religiosos quando os homens se apropriam e batizam como tais, a
religião surge com o poder que o homem adquiri de dar poder a algo.

A religião traz falas e experiências, agregado de uma rede de símbolos que são os objetos,
tempo e espaços. E com os símbolos o homem destrói o medo e alcança a glória.

E essa religião se tornou tão importante, que ainda que a ciência comprove que existem
algumas inverdades nas falas, o humano não acredita e isso acaba se tornando uma afronta a
marca emocional/existencial da experiência do sagrado. É sugere que a religião tem o poder,
amor e a dignidade do imaginário, ela se constrói a partir disso.

Os símbolos e objetos acabam concretizando em matéria aquilo que é dito no invisível. Para a
religião o que importa são os objetos que ajudam a construir a fantasia e a imaginação. Os
símbolos eles acabam respondendo a necessidade de resposta de viver num mundo que faz
sentido. Os homens precisam se alimentar deles, pois sem eles não haveria ordem, nem
sentido para a vida, nem vontade de viver, logo os símbolos dão sentido à vida do homem.

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