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ProfessorFerretto ProfessorFerretto

Historiografia
H0994 - (Enem) Os pesquisadores que trabalham com Segundo a mitologia grega, Clio, a musa da história, é
sociedades indígenas centram sua atenção em filha de Zeus e de Mnemósine, a memória.
documentos do tipo jurídico-administrativo (visitas,
testamentos, processos) ou em relações e informes e Sobre memória e história, atribua V (verdadeiro) ou F
têm deixado em segundo plano as crônicas. Quando as (falso) às afirmativas a seguir.
utilizam, dão maior importância àquelas que foram
escritas primeiro e que têm caráter menos teórico e (__) A memória é a recordação das coisas que ficaram
intelectualizado, por acharem que estas podem no passado, desvinculada do presente e da experiência
oferecer informações menos deformadas. histórica.
Contrariamos esse posicionamento, pois as crônicas (__) A história é a forma de conhecimento que
são importantes fontes etnográficas, investiga aquilo que os seres humanos construíram no
independentemente de serem contemporâneas ao tempo e no espaço; neste sentido, ela é materialista.
momento da conquista ou de terem sido redigidas em (__) A memória é mais verdadeira que a história,
período posterior. O fato de seus autores serem porque se relaciona com a experiência vivida pelo
verdadeiros humanistas ou pouco letrados não indivíduo, e a experiência é mais fidedigna que a
desvaloriza o conteúdo dessas crônicas. representação.
PORTUGAL, A. R. O ayllu andino nas crônicas quinhentistas: um polígrafo (__) A memória coletiva é aquela que, compartilhada
na literatura brasileira do século XIX (1885-1897). São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2009. por um grupo, substitui a história devido ao conceito
de experiência.
As fontes valorizadas no texto são relevantes para a (__) A história utiliza-se dos veículos de memória para
reconstrução da história das sociedades pré- garantir a objetividade necessária a toda forma de
colombianas porque conhecimento.
a) sintetizam os ensinamentos da catequese.
b) enfatizam os esforços de colonização. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo,
c) tipificam os sítios arqueológicos. a sequência correta.
d) relativizam os registros oficiais. a) V, V, F, F, V.
e) substituem as narrativas orais. b) V, V, V, F, F.
c) F, V, F, F, V.
d) F, F, V, V, F.
H0995 - (Uel) Leia o texto a seguir. e) F, F, F, V, V.

Num lugar escolhido da biblioteca do mosteiro [de H0996 - (Unicamp) É uma tarefa difícil realizar um
Ulm] ergue-se uma magnífica escultura barroca. É diagnóstico do tempo presente. Definir o presente
figura dupla da história. Na frente, Cronos, o deus como “época”? Os marcos canônicos (geralmente de
alado. É um ancião com a fronte cingida; a mão natureza política) variam, sabidamente, ao gosto das
esquerda segura um imenso livro do qual a direita experiências nacionais. Na França, na península Ibérica
tenta arrancar uma folha. Atrás, e em desaprumo, a e no Brasil, o marco que define o início da história
própria história. O olhar é sério e perscrutador; um pé contemporânea é a Revolução Francesa. Na Alemanha
derruba uma cornucópia de onde escorre uma chuva e na Inglaterra, o historiador que se dedica à história
de ouro e prata, sinal de instabilidade; a mão esquerda contemporânea trabalha preferencialmente com
detém o gesto do deus, enquanto a direita exibe os eventos posteriores à II Guerra Mundial.
instrumentos da história: o livro, o tinteiro e o estilo. Contemporânea, na Rússia, é a história posterior a
RICOEUR, P. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Ed. 1918. Na Itália, por sua vez, trata-se do período que
UNICAMP, 2007, p. 67. advém após o Congresso de Viena (1814-1815).

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(Adaptado de Helena Miranda Mollo, Sergio da Mata, Mateus H0998 - (Unesp) A Odisseia choca-se com a questão do
Henrique de Faria Pereira e Flávia Varella, Tempo presente & usos passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-
do passado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. Posição Kindle:
107-111.) se geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o
adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que entre os homens, não todos os homens, mas os heróis,
a) o recorte temporal de História Contemporânea é preferencialmente mortos gloriosamente em combate.
natural e consensual entre as civilizações ocidentais e Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado,
resume o que podemos definir como História do mas um passado sem duração, acabado.
(François Hartog. Regimes de historicidade: presentismo e
Tempo Presente. experiências do tempo, 2015. Adaptado.)
b) experiências traumáticas marcadas, por exemplo,
pelas duas grandes guerras mundiais, definem nossa O texto afirma que a obra de Homero
experiência de tempo presente e delimitam o início da a) questiona as ações heroicas dos povos fundadores
História Contemporânea. da Grécia Antiga, pois se baseia na concepção filosófica
c) as balizas cronológicas da História que definem as de physis.
periodizações usadas pelas grandes narrativas b) valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e
históricas e livros escolares são de natureza política, que estão no fundamento das concepções modernas
variando de acordo com as experiências nacionais. de tempo e história.
d) os riscos de se construir narrativas múltiplas sobre a c) é fundadora da ideia de história, pois concebe o
história do tempo presente tornam urgente uma passado como um tempo que prossegue no presente e
revisão histórica que estabeleça balizas cronológicas ensina os homens a aprenderem com seus erros.
universais na linearidade do tempo histórico. d) identifica uma forma do pensamento mítico e uma
visão de passado estranha à ideia de diálogo entre
H0997 - (Upe) Em 1990, o autor espanhol Luís Soler temporalidades, que caracteriza a história.
escreveu: e) desenvolve uma abordagem crítica do passado e
uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à da
“No Recife(...) acabei por me conscientizar a respeito filosofia pré-socrática.
dessa qualidade de arte popular e passei a sentir sua
penetração e significado junto ao povo, a me informar
sobre o seu marcante cultivo no sertão nordestino (...) H0999 - (Cftmg) O texto a seguir apresenta
as influências árabes não se diluíram nas terras ibéricas reformulações curriculares na área de História
a ponto de estarem já deglutidas e descaracterizadas produzidas pelo governo do Estado de Israel, na década
entre os portugueses que colonizaram o Brasil. Ao de 1970, quando já haviam decorrido intensos conflitos
contrário, elas predominavam, com nítidos perfis, nos com os países árabes.
modos e no conceito de vida dos lusos-colonizadores,
sendo precisamente no sertão brasileiro que vieram a Um estudo ainda superficial do curso de História revela
ser preservadas vivas e inteiras, incontaminadas pelos que ele é feito para enaltecer a história dos judeus e
modismos evolutivos (...)”. apresentá-la sob a melhor luz possível, ao passo que a
Disponível em: https://historiaislamica.com/pt/como-seculos-de-
isl-em-portugal-deixaram-uma-forte-influencia-muculmana-na- visão da história árabe é a tal ponto deturpada que
cultura- beira a mentira. A história árabe é apresentada como
nordestina/?fbclid=IwAR1ah4WD6bxFkMj4Rxsq1kFoMNQxQgHHO uma série de revoluções, massacres e disputas
A0-pKFkMJnLksUBaUsJw3qmzyo Acesso em: 17 de jun. 2021. intermináveis, de modo a obscurecer as conquistas
árabes. Do mesmo modo, o tempo dedicado à história
Esse texto descreve a árabe é curto. No quinto ano, por exemplo, alunos de
a) imutabilidade da cultura popular. dez anos passam dez horas (ou períodos) estudando os
b) cultura popular como fonte histórica. “hebreus” e somente cinco a “Península Arábica”. E,
c) extinção da cultura islâmica pós-conquista. mesmo quando estudam a Península Arábica, sua
d) importância da cultura galega para a formação do atenção é atraída para as comunidades judaicas, como
Brasil. estipulado no programa. [...]
e) ausência, na cultura nordestina, dos elementos JIRYIS, S. The Arabs in Israel. Trad. Inea Englet. New York: Monthly
europeus. Review Press, 1976, p. 210-2 Apud SAID, Edward. A Questão da
Palestina. São Paulo: Editora Unesp, 2012, p. 147.

Nesse contexto, o ensino de História em Israel assumiu


o papel de

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a) promover sentimento de pertencimento e lealdade H1002 - (Enem) A reabilitação da biografia histórica
por meio da educação. integrou as aquisições da história social e cultural,
b) valorizar conteúdos que abordassem a diversidade oferecendo aos diferentes atores históricos uma
religiosa presente na região. importância diferenciada, distinta, individual. Mas não
c) desenvolver uma consciência que favorecia o se tratava mais de fazer, simplesmente, a história dos
isolamento dos israelenses no território. grandes nomes, em formato hagiográfico – quase uma
d) utilizar a educação como ferramenta de assimilação vida de santo –, sem problemas, nem máculas. Mas de
das diferenças entre árabes e palestinos. examinar os atores (ou o ator) célebres ou não, como
testemunhas, como reflexos, como reveladores de
uma época.”
H1000 - (Ufu) Cabe ao historiador distinguir os DEL PRIORE, M. Biografia: quando o indivíduo encontra a história.
contextos, as funções, os estilos, os argumentos, os Topoi, n. 19 jul.-dez. 2009.
pontos de vista e as intenções do autor das fontes. Ou,
colocando de outra forma, compete ao estudioso da De acordo com o texto, novos estudos têm valorizado
História realizar a leitura crítica [...] do documento. a história do indivíduo por se constituir como
Samara, Eni de Mesquita et. alli. História & Documento: possibilidade de
metodologia de pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 123- a) adesão ao método positivista.
4. (Adaptado) b) expressão do papel das elites.
c) resgate das narrativas heroicas.
De acordo com o texto acima, é INCORRETO afirmar d) acesso ao cotidiano das comunidades.
que e) interpretação das manifestações do divino.
a) fonte histórica é tudo aquilo que pode fornecer ao
historiador informações sobre o passado. Todavia, de H1003 - (Ufu) O estudo e a escrita da História
acordo com o objeto de estudo de um historiador, realizados por pesquisadores são chamados de
determinadas fontes podem ser apropriadas ou não historiografia. Essa é feita com base em pesquisa de
para sua análise. documentos e na interpretação desses documentos
b) apesar de existirem vários tipos de fontes pautados em teorias e métodos dos mais diversos, que
disponíveis ao historiador, as únicas que realmente são criam sentidos e relações entre o passado e o presente.
corretas e revelam o conhecimento histórico são as Em relação a essas informações, assinale a alternativa
fontes escritas. correta.
c) um documento não pode ser entendido como a a) O elemento central da pesquisa histórica é a opinião
realidade histórica em si, mas como veículo de porções do historiador, pautada em sua convicção política e
ou de partes dessa realidade. partidária.
d) as fontes são sempre exploradas com os filtros do b) O marxismo é a principal linha interpretativa que
presente do pesquisador, de acordo com valores, guia a historiografia contemporânea.
preocupações, medos e conflitos do período em que c) O que orienta a pesquisa histórica são as perguntas,
estão sendo analisadas. ou os problemas, formulados em nosso próprio tempo
a partir dos documentos disponíveis para a construção
do conhecimento.
H1001 - (Uece) Atenção e cuidado devem guiar a d) Uma vez que a pesquisa histórica está relacionada
escrita historiográfica, que se utiliza de diferentes tipos com o contexto do historiador, afirma-se que a História
de memória para compreender o passado. A memória é uma ciência sem método.
está, de diversas maneiras, presente em todas as
sociedades como experiência vivida; está em H1004 - (Ifba) A História é uma ciência, que estuda os
monumentos, em obras e manuais, e em tradições que seres humanos em diferentes épocas. O historiador é o
instituem matrizes de pensamentos. São categorias pesquisador responsável pela construção do
que evidenciam a separação entre a memória e a conhecimento histórico. Para isso, ele utiliza as fontes
história: históricas. A respeito das fontes históricas, é correto
a) registro oficial, categorização e esquecimento. afirmar que:
b) alinhamentos entre passado, presente e futuro.
c) aquisição, armazenamento e tempo. I. As fontes materiais são registros como: documentos
d) seletividade, cristalização e reatualização. oficiais e privados, livros, pinturas, construções, roupas
etc.
II. Entre as fontes imateriais, podemos destacar os
relatos orais, músicas, danças e festas.

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III. A importância de uma fonte histórica independe do cultura em detrimento da sociedade contemporânea.
olhar do pesquisador, do tempo e do espaço em que III. A criação e a preservação da memória coletiva
ele se encontra. realizada pelos museus são inclusivas em relação a
outras narrativas, permitindo abordar a história de
Assinale a alternativa que apresenta proposições forma objetiva.
corretas. IV. O incêndio do Museu Nacional destruiu parte do
a) Somente as alternativas I e III estão corretas. patrimônio material brasileiro, acarretando
b) Somente as alternativas II e III estão corretas. implicações sobre o patrimônio imaterial, a memória e
c) Somente a alternativa I está correta. as identidades públicas.
d) Somente as alternativas I e II estão corretas.
e) Somente a alternativa III está correta. Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
H1005 - (Uel) b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

H1006 - (Enem) O Instituto Histórico e Geográfico


Brasileiro (IHGB) reuniu historiadores, romancistas,
poetas, administradores públicos e políticos em torno
da investigação a respeito do caráter brasileiro. Em
certo sentido, a estrutura dessa instituição, pelo menos
como projeto, reproduzia o modelo centralizador
imperial. Assim, enquanto na Corte localizava-se a
sede, nas províncias deveria haver os respectivos
institutos regionais. Estes, por sua vez, enviariam
documentos e relatos regionais para a capital.
DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil. São
Texto Paulo: Planeta do Brasil, 2010 (adaptado).

Assim como [...] [Mário de Andrade] reconhece e De acordo com o texto, durante o reinado de D. Pedro
afirma que há uma gota de sangue em cada poema, II, o referido instituto objetivava
assim também, parafraseando o poeta, queremos a) construir uma narrativa de nação.
reconhecer e sustentar que há uma gota de sangue em b) debater as desigualdades sociais.
cada museu. [...] Admitir a presença de sangue no c) combater as injustiças coloniais.
museu significa também aceitá-lo como arena, como d) defender a retórica do abolicionismo.
espaço de conflito, como campo de tradição e e) evidenciar uma diversidade étnica.
contradição. Toda a instituição museal apresenta um
determinado discurso sobre a realidade. Este discurso, H1007 - (Unioeste) Leia e analise o fragmento abaixo
como é natural, não é natural e compõe-se de som e de
silêncio, de cheio e de vazio, de presença e de ausência, Desde 2013, o autoproclamado Estado Islâmico do
de lembrança e de esquecimento. Iraque e do Levante – também conhecido pelas siglas
CHAGAS, Mario Souza. Há uma gota de sangue em cada museu: a ISIL ou ISIS, na tradução do nome do grupo em inglês –
ótica museológica de Mario de Andrade. 2. ed. Chapecó: Argos, luta pela conquista de territórios na Síria e no Iraque,
2015. v. 1. p.19. travando uma guerra que já deixou mais de 230 mil
mortos e milhões de desabrigados. [...] Para afirmar a
Com base na charge (figura 4), no texto I e nos superioridade do Islamismo, o Estado Islâmico tem se
conhecimentos sobre história e memória, considere as esforçado para destruir sítios arqueológicos e
afirmativas a seguir. históricos de civilizações e religiões antigas, numa
tentativa de apagar o passado. [...] Em quase três anos
I. Os museus são instituições com dimensões políticas, de conflitos, o ISIS destruiu, pelo menos, treze sítios
pois a preservação, a organização e a disposição de arqueológicos ou ruínas históricas.
documentos implicam a criação e a manutenção de ALENCAR, Lucas. Treze locais históricos destruídos pelo Estado
uma memória em detrimento de narrativas silenciadas. Islâmico. 04 jan. 2016. Disponível em:
II. Os museus são instituições importantes por https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2016/01/13-
preservarem o patrimônio do passado remoto de uma locais-historicos-destruidos-pelo-estado-islamico.html

4
Ao tratarmos de evidências e procedimentos para H1009 - (Udesc) O conhecimento histórico acadêmico
análise de processos históricos, é CORRETO afirmar ou científico é construído, prioritariamente, por meio
que de práticas de investigação e análise. Para a construção
a) a análise histórica não necessita dessas evidências, do conhecimento histórico, as fontes ou vestígios são,
já que elas eram apenas utilizadas como foco de portanto, elementos fundamentais.
visitação turística. Pois, o material necessário para a
reflexão histórica encontra-se registrado em Analise os itens abaixo, e coloque (V) para o que for
documentos impressos e arquivos públicos. fonte histórica e (F) para o que não for fonte histórica.
b) a destruição desses registros históricos não faz parte
do modo como o Estado Islâmico propõe impor certa (__) Jornais e Revistas
leitura da história a partir dos seus interesses e (__) Fotografias
domínio, esses atos foram realizados por erro de alvos (__) Documentos oficiais de Estado
durante os ataques realizados. (__) Cartas e documentos pessoais
c) a destruição dos sítios arqueológicos e históricos se
deve apenas a um conflito no Oriente Médio em função Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
das práticas religiosas e à intolerância pela intervenção a) V – V – V – V
estrangeira. b) V – F – F – F
d) práticas como as realizadas pelo Estado Islâmico, ao c) F – V – V – V
destruírem sítios arqueológicos e históricos, destacam d) V – V – F – F
como o debate sobre memória e história faz parte das e) F – V – V – F
disputas de poder, inclusive, como tentativa de
imposição de certo nacionalismo como controle do
presente e do passado para intenções futuras.
e) as fontes são materiais importantes na investigação H1010 - (Ufu) Objeto de estudo da nova historiografia,
histórica acadêmica. O historiador se utiliza desses a “(...) história da vida cotidiana e privada é a história
indícios para aprofundar pesquisas; com destaque para de pequenos prazeres, dos detalhes quase invisíveis,
períodos, fatos e sujeitos. Porém, o uso de sítios dos dramas do banal, do insignificante, das coisas
arqueológicos e históricos são desnecessários ao deixadas ‘de lado’.”
ensino de história, por isso podem ser facilmente DEL PRIORI, Mary. História do cotidiano e da vida privada. In:
descartados. CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da
história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus,
1997.
H1008 - (Ifba) A festa do dois de Julho vem, ao longo
do tempo, notabilizando-se como um momento Esse fragmento de texto aborda a inovação do
importante da memória oficial da Bahia. Sobre ela conhecimento histórico a partir da segunda metade do
podemos afirmar: século XX, conhecida como Nova História. Desde então,
a) É o dia em que os Índios atacaram os inimigos novos sujeitos tornaram-se objetos da pesquisa
colonizadores e conseguiram ajudar os baianos a histórica, observando-se o seu protagonismo em
expulsar os portugueses da Cidade de Salvador. Por diferentes esferas sociais.
isso estariam representados, como símbolos da festa,
o caboclo e a cabocla. Com base nessa informação, é INCORRETO afirmar que
b) É uma festa religiosa que tem no dia 2 de Julho o seu compuseram o novo grupo de indivíduos estudados
ritual mundano. a) as mulheres atenienses na Grécia clássica.
c) Um ritual a serviço dos governantes eleitos, que b) os imperadores e os generais da Roma antiga.
mantêm as festas para testarem sua popularidade. c) as comunidades manicomiais e as étnicas.
d) É uma festa que celebra, além da expulsão da d) os afrodescendentes no continente americano.
presença portuguesa colonizadora, vários aspectos da
cultura religiosa e popular do povo baiano.
e) Celebra a proclamação da República.

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H1011 – (Cftmg) Nem sempre a memória de Vargas
recebeu tratamento tão nobre. Em primeiro lugar, Assinale a alternativa correta.
porque se trata de um personagem bastante ambíguo a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
– se por um lado contribuiu com inegáveis avanços b) Somente a afirmativa III é verdadeira.
para o desenvolvimento do país, por outro liderou um c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
período autoritário e de repressão política em seu d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
primeiro governo (1930-1945). Além disso, no último e) Somente a afirmativa II é verdadeira.
meio século, o Brasil atravessou grandes mudanças
políticas e institucionais. À experiência democrática H1013 - (Uel) Leia o texto a seguir.
iniciada em 1946 sucederam-se, a partir de 1964, vinte
anos de ditadura militar, até que em 1985 se iniciasse Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de
novo processo de construção democrática. Para cada ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi raios-c
um desses momentos veio à tona um Vargas diferente. brilharem na escuridão próximos ao Portão de
(FERREIRA, Maria de Moraes. Vargas para todos os gostos. Revista Tannhäuser. Todos esses momentos se perderão no
de História. Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional, ano 3, n. 35, p. 14- tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.
19, ago. 2008.)
(Disponível em: <https://pt.wikiquote.org/wiki/Blade_Runner>.
Acesso em: 11 jul. 2017.)
A memória de Getúlio Vargas ganha interpretações
diversas Esta é uma fala do androide Roy que queria eliminar
Decard, no filme Blade Runner, o Caçador de Androides
PORQUE (1982), dirigido por Ridley Scott. No entanto, no
combate, Roy o salvou da morte. Essa reflexão
sua ambiguidade permite que, em momentos apresenta a noção de uma existência construída por
históricos distintos, seja apropriada de maneiras múltiplas experiências as quais, que por serem as
variadas. memórias de Roy, se perderiam para sempre.

Sobre essas duas proposições, é correto afirmar que Com base nos conhecimentos hoje predominantes
a) a primeira é verdadeira e a segunda é falsa. sobre os fundamentos da história, atribua V
b) a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
c) as duas são verdadeiras e a segunda justifica a
primeira. (__) A História privilegia, nos seus estudos, as
d) as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a experiências coletivas dos grandes grupos humanos,
primeira. excluindo a vida do indivíduo comum.
(__) A historiografia desconsidera a memória oral para
H1012 - (Udesc) A História, segundo o historiador Marc registrar as formas culturais de compreensão do
Bloch, pode ser definida como a ciência do homem no mundo.
tempo. Quando estudada em instituições escolares, ela (__) Nos museus e cemitérios, descansam os
é, comumente, dividida em: Idade Antiga, Idade personagens históricos cujas ideias não mais afetarão
Medieval, Idade Moderna e Idade Contemporânea. os vivos.
Sobre este modelo de organização do tempo histórico (__) Memória e história são noções diferentes, mas se
em períodos ou idades, analise as proposições. complementam e interagem quando depoimentos
orais são registrados em documentos.
I. O modelo acima foi instituído na Grécia durante o (__) Um fato histórico gera uma diversidade de
século IV a.C. por Aristóteles que, na época, assumia as documentos, e as interpretações sobre ele
funções de tutor de Alexandre da Macedônia. ressignificam o seu teor.
II. A adoção deste modelo demonstra o forte vínculo
existente entre os programas escolares de história e a Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo,
tradição europeia, na medida em que as idades são a sequência correta.
organizadas a partir de processos ocorridos a) V, F, F, V, F
majoritariamente no Continente Europeu. b) V, F, V, F, V
III. O modelo citado foi desenvolvido e c) V, V, F, V, F
institucionalizado em 1837, pelo Instituto Histórico d) F, F, F, V, V
Geográfico Brasileiro, e refere-se, exclusivamente, aos e) F, V, V, F, V
processos ocorridos a partir do Descobrimento do
Brasil, em 1500.

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H1014 - (Uece) História, como área do conhecimento, Rachel e GONTIJO, Rebeca (orgs.). Cultura política e leituras do
possui, hoje, especificidades que a definem, dentre as passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2007, p. 245 (Adaptado).
quais encontra-se a característica de
a) ater-se apenas a documentos escritos, não
A transição para a República, no Brasil, também foi
aceitando como fonte outros tipos de informação tais
marcada por “batalhas de memórias” e pela criação e
como informações originadas na oralidade ou
recriação de mitos políticos entre os grupos políticos
produzidas pela mídia.
que procuravam afirmar seu poder. Esta dimensão
b) não se ater apenas aos fatos realizados por
simbólica pode ser ainda exemplificada
governantes e poderosos, tomando os eventos
a) pela forte expansão do positivismo que pode ser
cotidianos e as práticas sociais como importantes
exemplificada pelo grande número de igrejas
temas históricos.
positivistas na cidade do Rio de Janeiro.
c) entender o tempo histórico e o tempo cronológico
b) pela reabilitação de personagens importantes do
como iguais, uma vez que ambos são caracterizados
período colonial que eram identificados com a causa
por ter medidas constantes e exatas de tempo.
republicana, como Tiradentes.
d) reconhecer apenas grandes eventos documentados
c) pelo esvaziamento das forças militares responsáveis
oficialmente como um fato histórico.
pela Proclamação, cada vez mais vistas como
retrógradas e incapazes de promover o
H1015 - (Ufrgs) Leia o segmento abaixo.
republicanismo.
d) pelo afastamento ideológico em relação aos países
Nossa história colonial não se confunde com a
do continente americano, os quais, com exceção dos
continuidade do nosso território colonial.
ALENCASTRO, L.F. O trato dos viventes; formação do Brasil no
Estados Unidos, eram vistos como repúblicas frágeis e
Atlântico sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 9. atravessadas por conflitos internos.

Considerando a história brasileira, assinale a H1017 - (Upe) A Europa é uma criação feita diante do
alternativa correta. outro. Suas fronteiras são culturais e se opõem em três
a) A realidade territorial do Brasil foi definida ao que não é Europa: a Ásia, os Árabes, que assediam
exclusivamente em tratados diplomáticos, a Europa, primeira frente antieuropeia; o ‘leste’
estabelecidos durante os conflitos entre Portugal e sempre indefinido; e finalmente o Oceano”.
Espanha. FEBVRE, Lucien. A Europa – gênese de uma civilização. Bauru:
Edusc, 2004, p. 118-121. (Adaptado)
b) A compreensão da história brasileira exige o
entendimento das relações sociais e econômicas,
O trecho acima representa certa historiografia
mantidas pelos colonos com a África e com a Europa.
europeia, que se caracteriza pelo
c) A história da formação do Brasil é independente da
a) Multiculturalismo – valoriza as contribuições das
relação comercial entre as diversas regiões do
diversas populações na criação da civilização europeia.
território brasileiro.
b) Orientalismo – entende o Oriente como uma criação
d) A ocupação da zona litorânea e a do interior do Brasil
pacífica e igualitária do Ocidente.
foram simultâneas.
c) Eurocentrismo – entende a Europa como centro da
e) O território do Brasil colonial é desimportante para
civilização, ameaçada pela barbárie e obrigada a
o estudo da história brasileira.
expandir os limites da Humanidade.
d) Humanismo – percebe uma mesma essência em
H1016 - (Ufu) Enfim, sabemos que a “história nacional”
todas as manifestações do gênio humano, disfarçada
e a “cultura brasileira” não eram entidades naturais. E
por elementos culturais diversos.
todo o esforço dos homens de letras foi o de
e) Materialismo Histórico – privilegia os elementos
transformar determinados valores, personagens,
econômicos sobre os culturais e políticos.
sentimentos e acontecimentos em tradições que
deveriam por sua vez ser experimentadas e guardadas
como entidade natural. Se essas tradições
correspondiam ou não à verdade dos acontecimentos
não importa, nem constitui uma questão, na medida
em que elas não visavam a descrever uma realidade,
mas sim conferir-lhe um sentido, bem como produzir a
solidariedade social e viabilizar um projeto coletivo, de
nação e de República.
DANTAS, Carolina Vianna. Cultura história, República e o lugar dos
descendentes de africanos na nação. In: ABREU, Martha; SOIHET,
7
H1018 – (Upe) A criação e o enraizamento de mitos Do trecho acima, depreendem-se algumas
políticos, como é o caso de Tiradentes, devem ser características da escrita da História, quais sejam:
entendidos na concretude das experiências e das a) conservação da memória do passado, quadro
referências sociais que “naturalizaram” a sua cronológico e interpretação dos acontecimentos.
aceitação, permitindo sua circulação, seu b) conhecimento da natureza, origem das espécies
reconhecimento e facilitando sua apropriação pela animais e lembrança ancestral.
população. c) dialética socrática, valores teóricos e morais e busca
FONSECA, Thais Nívia de Lima. A Inconfidência Mineira e pela verdade intrínseca da origem humana.
Tiradentes vistos pela imprensa. A vitalização dos mitos (1930-
d) atitude crítica em relação ao registro dos
1960). Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 22, nº 44, pp.
439-462, 2002. (Adaptado) acontecimentos, desinteresse pelo passado e árvore
genealógica.
As representações da imagem de Tiradentes,
considerando-se as informações obtidas no texto, H1021 – (Uern) Leia os textos.
estão ligadas na história brasileira Tão objetiva é a História para os positivistas que um de
a) à criação do império. seus maiores ensinamentos é a busca incessante de
b) à liberdade e ao patriotismo. fatos históricos e sua comprovação empírica. Daí a
c) ao movimento pós-colonial. necessidade, como pregavam, de se utilizar na
d) à defesa do regime colonial. pesquisa e análise o máximo de documentos possíveis.
(Disponível em:
e) ao republicanismo e ao escravismo. http://www.klepsidra.net/klepsidra7/annales.html.)

H1019 - (Enem) A história não corresponde A nova história não estuda épocas. [...] Aqui reside o
exatamente ao que foi realmente conservado na conceito de “História de Longa Duração”. Segundo
memória popular, mas àquilo que foi selecionado, Braudel, a história situa-se em três escalões: a
escrito, descrito, popularizado e institucionalizado por superfície, uma história dos acontecimentos que se
quem estava encarregado de fazê-lo. Os historiadores, insere no tempo curto; a meia encosta, uma história
sejam quais forem seus objetivos, estão envolvidos conjuntural, que segue um ritmo mais lento; e, em
nesse processo, uma vez que eles contribuem, profundidade, uma história de longa duração, que põe
conscientemente ou não, para a criação, demolição e em causa os séculos.
reestruturação de imagens do passado que pertencem (Disponível em:
não só ao mundo da investigação especializada, mas http://www.klepsidra.net/klepsidra7/annales.html.)
também à esfera pública na qual o homem atua como
ser político. Os textos expõem duas concepções historiográficas:
HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A Invenção das tradições. Positivista e da Nova História, ou Escola dos Annales.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984 (adaptado).
Ao analisá-los, é possível inferir que
a) ambos concordam que a história é um verdadeiro
Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade exercício de erudição, acima de qualquer ciência e dos
mencionada, é tarefa do profissional envolvido progressos da humanidade.
a) criticar as ideias dominantes. b) para os positivistas, a história é uma ciência
b) respeitar os interesses sociais. secundária, embora consiga obter a totalidade sobre
c) defender os direitos das minorias. todos os fatos não deixando dúvidas no que se refere à
d) explicitar as escolhas realizadas. sua veracidade.
e) satisfazer os financiadores de pesquisas. c) os historiadores tradicionais pensam na história
como essencialmente uma narrativa dos
H1020 - (Uece) Leia atentamente o seguinte excerto: acontecimentos, enquanto a Nova História está mais
preocupada com a análise das estruturas.
“Se o homem comum não conhece as suas origens ele d) a busca dos fatos, segundo os representantes dos
é como um macaco louco. Ele não conhece ao certo as Annales, é feita pela observação minuciosa dos textos
relações de sua grande família, é como um dragão e documentos oficiais, da mesma maneira que o
descomunal. Ele que não conhece as circunstâncias e o químico, ou outro cientista, o faz.
curso das ações de seu nobre pai e avô é como um
homem que, tendo preparado a dor para seus filhos,
joga-os neste mundo”.
MOMIGLIANO, A. As raízes clássicas da historiografia moderna.
Bauru: EDUSC, 2004, p.55

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H1022 - (Uern) É impossível compreender seu tempo H1023 - (Ucs) Por muito tempo, os historiadores
para quem ignora todo o passado. Ser uma pessoa acreditaram que deveriam e poderiam reproduzir os
contemporânea e também ter consciência das fatos “tal como tinham ocorrido”. Dentre as
heranças, consentidas ou contestadas. características do conhecimento histórico que assim
(René Remond. in Bittencourt, C. Ensino da História. Fundamentos produziam, é correto afirmar que
e métodos. São Paulo: Cortez. 2004. p. 155.)
a) os historiadores, ao privilegiarem a realidade dos
fatos, esperavam produzir um conhecimento científico
A história tem um caráter instrumental para a que analisasse os processos e seus significados,
compreensão das experiências sociais, culturais, abrindo espaço para a subjetividade humana em suas
tecnológicas, políticas e econômicas da humanidade ao análises.
longo do tempo. Sobre o papel da história na formação b) era uma história linear, cronológica, de nomes, fatos
da cidadania, assinale a alternativa correta. e datas, que pretendia uma verdade absoluta, como
a) O ensino da história não apenas contribui para o forma de expressar a neutralidade do historiador.
desenvolvimento da consciência, mas dá suporte à c) era uma história temática, na medida em que
construção da própria identidade do indivíduo. acreditava que tudo o que o homem fazia e, até mesmo
b) No decorrer dos períodos históricos, a o que ele não fazia, poderia ser considerado fato
fundamentação teórica que incita a obediência às leis histórico.
foi a principal contribuição da história na formação d) os fatos privilegiados seriam aqueles poucos que
cidadã. eram amplamente documentados, como as festas
c) A história, em uma visão contemporânea, passou a populares e a cultura das pessoas ordinárias.
ter como prioridade o estudo do presente, dando ao e) o fundamental era compreender o funcionamento
passado um caráter arcaico e antiquado, dispensável à econômico da sociedade, que é o determinante de
pesquisa histórica. tudo e garante a neutralidade do historiador.
d) A história como ciência básica e fundamentalmente
teórica incide de forma relativa e tênue nas atividades
práticas da vida humana, tendo, portanto,
neutralidade em relação à política.

notas

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