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Aula 03

TJ-BA (Técnico Judiciário - Escrevente


de Cartório) Passo Estratégico de Direito
Administrativo - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Tulio Lages

14 de Abril de 2023

90458222453 - CHARLES RODRIGUES ALVES


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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Entidades Paraestatais e o Terceiro Setor - FCC
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor - FCC


..............................................................................................................................................................................................
26

4) Questões Estratégicas - Entidades Paraestatais - FCC


..............................................................................................................................................................................................
27

5) Questionário de Revisão - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor


..............................................................................................................................................................................................
44

6) Lista de Questões Estratégicas - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor - FCC


..............................................................................................................................................................................................
58

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição
percentual:

% de cobrança
Tópico
FCC
Organizações sociais 62,1%
Organizações da sociedade civil de interesse público 27,6%
Serviços sociais autônomos 6,9%
Entidades de apoio 3,4%
==225f==

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem-preparado no assunto, você precisa, basicamente, compreender e


memorizar os pontos a seguir:

Terceiro Setor

- São entidades privadas da sociedade civil, surgidas necessariamente no meio privado, mas que
não possuem fins lucrativos nem econômicos e que atuam em colaboração ou apoio ao Estado
na prestação de atividades de utilidade pública.

- Decorrem da publicização, isto é, a transferência do estado para a sociedade civil de atividades


de relevância social.

- O primeiro setor é o próprio Estado, enquanto o segundo setor é formado pelo mercado.

As entidades do terceiro setor não fazem parte da Administração Pública (por isso não integram
o primeiro setor) e também não possuem fins lucrativos nem exploram atividade econômica,
diferentemente do mercado (ou segundo setor).

1º Setor - Estado
2º Setor - Mercado
3º Setor - Organizações da sociedade civil sem fins lucrativos

- São chamadas pela legislação e pela doutrina de "organizações da sociedade civil", porém são
conhecidas, na linguagem comum, como organizações não governamentais (ONG).

Entidades Paraestatais

- São os entes privados, sem fins lucrativos, que atuam em colaboração com o Estado, mas que
não fazem parte do conceito formal de Administração Pública, integrando, portanto, o terceiro
setor e, além disso, possuindo algum vínculo com o poder público.

As entidades do terceiro setor não são obrigadas a manter qualquer vínculo com o Poder
Público, porém, se caso haja esse vínculo, a entidade do terceiro setor passará a ser considerada
uma entidade paraestatal.

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- Exercem função típica, porém não exclusiva do Estado, como as de assistência social, de
formação profissional, entre outras.

- Espécies de entidades paraestatais:

Serviços sociais autônomos


Organizações sociais (OS)
Organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip)
“Entidades de apoio”
Organizações da sociedade civil

Serviços sociais autônomos

- São pessoas jurídicas direito privado, sem fins lucrativos, criadas por meio de autorização legal,
para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais.

Apesar de sua criação depender de autorização em lei, a criação só é efetivada propriamente


com o registro do respectivo ato constitutivo no registro civil das pessoas jurídicas.

- Exemplos de serviços sociais autônomos são as famosas entidades do “Sistema S”, como:

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai;


Serviço Social do Comércio – Sesc;
Serviço Social da Indústria – Sesi;
Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio – Senac; e
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae.

- São mantidos por recursos provenientes de contribuições instituídas no interesse de categorias


profissionais ou de interesse no domínio econômico, de natureza tributária, conhecidas como
contribuições parafiscais. Além disso, essas entidades podem inclusive chegar a receber recursos
orçamentários.

- Como seus recursos têm natureza pública, os serviços sociais autônomos possuem o dever de
prestar contas e se submetem à fiscalização do Tribunal de Contas da União.

Adicionalmente, os serviços sociais autônomos geralmente vinculam-se aos órgãos da


administração direta, em geral ao ministério do setor correspondente.

- Foro competente para julgamento de suas causas: justiça estadual, em razão de se tratarem
entidades privadas, não integrantes, portanto, da administração pública.

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- Não se exige a realização de concurso público para a contratação de seu pessoal, mas a
contratação deve se realizar por um processo seletivo, ainda que de forma simplificada, que
garanta a observância dos princípios constitucionais da legalidade, da publicidade, da
moralidade, da impessoalidade, da finalidade e da isonomia (entendimento do TCU).

- Seu pessoal submete-se à legislação trabalhista (CLT). Contudo, seus empregados são
equiparados a funcionários públicos para fins penais (Código Penal, art. 327) e de improbidade
administrativa (Lei 8.429/1992). Além de que, por aplicarem recursos públicos, submetem-se à
Lei de Improbidade Administrativa.

- Não se submetem completamente à Lei 8.666/1993, mas devem observar regulamentos


próprios, devidamente publicados, os quais devem se pautar nos princípios gerais do processo
licitatório e nos princípios relativos à Administração Pública, em especial os da legalidade,
moralidade, impessoalidade, isonomia e publicidade, constantes do art. 37, caput, da
Constituição Federal (entendimento do TCU).

Seus regulamentos próprios não podem inovar na ordem jurídica, não podendo criar um novo
caso de dispensa/inexigibilidade de licitação, uma vez que essa matéria é reservada à lei
ordinária, em matéria de competência privativa da União, consoante o art. 22, XXVII, da
Constituição Federal (entendimento do TCU).

"Novos” serviços sociais autônomos

- Recentemente, a legislação vem permitindo a criação de entidades chamadas de "serviços


sociais autônomos", mas que, na verdade, não possuem as características mencionadas
anteriormente.

Os “novos” serviços sociais autônomos possuem, em regra, as seguintes características:

(i) são criados pelo próprio Poder Executivo, por meio de autorização legal;
(ii) o presidente da entidade é escolhido e nomeado pelo Presidente da República;
(iii) submetem-se à supervisão ministerial;
(iv) celebram contrato de gestão com o Poder Executivo;
(v) podem receber dotações consignadas diretamente no orçamento geral da União.

Exemplos: a) Apex-Brasil: Agência de Promoção de Exportações do Brasil ; b) ABDI: Agência


Brasileira de Desenvolvimento Industrial; e c) Anater: Agência Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural.

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Organizações Sociais (OS)

As OS são disciplinadas pela Lei 9.637/98. Para uma revisão minuciosa do conteúdo, portanto,
recomenda-se a leitura da referida Lei. A seguir, seguem os principais pontos sobre a temática.

- Organização social (OS) é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do Poder Público,
mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza social.

Nenhuma entidade nasce organização social: a entidade é criada como associação ou fundação
e, cumprindo os critérios de habilitação, recebe a qualificação.

- Áreas de atuação das OS (art. 1º da Lei 9.637/98):

a) ensino;
b) pesquisa científica;
c) desenvolvimento tecnológico;
d) proteção e preservação do meio ambiente;
e) cultura;
f) saúde.

- As OS são conhecidas como entidades públicas não estatais.

São públicas, porque prestam serviços públicos e administram patrimônio público e, não
estatais, porque não integram nem a Administração direta nem a indireta.

Lei 9.637/98, art. 11º As entidades qualificadas como organizações sociais são
declaradas como entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os
efeitos legais.

- Para ser qualificada como OS a entidade:

a) deve ter personalidade jurídica de direito privado;


b) não pode ter finalidade lucrativa;
c) deve atuar nas atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico,
proteção e preservação do meio ambiente, cultura ou saúde;
d) deve firmar um contrato de gestão com o Poder Público.

- A qualificação da entidade como OS depende de duas etapas, ambas envolvendo um juízo


discricionário das autoridades envolvidas (art. 2º, II, da Lei 9.637/98).

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Primeiro, a qualificação depende de aprovação discricionária do Ministro ou titular de órgão


supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social, bem como
do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado (este Ministério, no
entanto, foi extinto e, atualmente, suas atribuições estão dentro do Ministério da Economia).

Após a aprovação pelos ministros de Estado indicados acima, a qualificação de entidade privada
como organização social poderá ser formalizada em ato do Presidente da República.

- A parceria entre o Poder Público e a OS é formalizada mediante contrato de gestão, para


fomento e execução das atividades relativas às áreas de ensino, pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde (art. 5º
da Lei 9.637/98).

O contrato de gestão (CG), elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora
e a organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder
Público e da organização social (art. 6º, caput, da Lei 9.637/98).

Na elaboração do CG, devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos (art. 7º da Lei
9.637/98):

a) especificação do programa de trabalho proposto pela OS, a estipulação das metas a serem
atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios
objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade
e produtividade;

b) a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de


qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações
sociais, no exercício de suas funções.

- CG firmado por OS x CG firmado por Autarquias e Fundações

Há um outro tipo de CG, firmado dentro da própria Administração Pública com o objetivo de
pactuar metas de desempenho entre os órgãos e entidades públicos, em troca de maior
autonomia (37, § 8º, da CF/88):

CF/88, art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e


entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

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II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

Um exemplo de utilização deste tipo de contrato de gestão previsto na CF/88 ocorre na


qualificação das autarquias e fundações como agências executivas, conforme arts. 51 e 52 da Lei
9.649/1998.

Portanto, existem pelo menos dois tipos de contrato de gestão:

(a) um como requisito para qualificação de uma autarquia ou fundação como agência
executiva (fundado no art. 37, § 8º, da CF/88, em conjunto com os arts. 51 e 52 da arts. 51 e
52 da Lei 9.649/1998);

(b) outro como exigência para qualificação da entidade do terceiro setor como organização
social (fundado na Lei 9.637/98).

- A execução do CG celebrado por organização social será fiscalizada pelo órgão ou entidade
supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada (art. 8º, caput, da Lei
9.637/98).

Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser analisados,


periodicamente, por comissão de avaliação, indicada pela autoridade supervisora da área
correspondente, composta por especialistas de notória capacidade e adequada qualificação (art.
8º, § 2º, da Lei 9.637/98).

- Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem


conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de
origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária (art. 9º da Lei 9.637/98).

Além disso, se a gravidade dos fatos ou o interesse público assim exigir, existindo indícios
fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela
fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ou à Procuradoria
da entidade para que requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens
da entidade e o sequestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou
terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art.
10, caput, da Lei 9.637/98).

- As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas, para todos os efeitos
legais, como entidades de interesse social e utilidade pública (art. 11 da Lei 9.637/98).

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Como forma de fomento às atividades sociais desempenhadas pelas OS, poderão ser destinados
a elas recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de
gestão (art. 12, caput, da Lei 9.637/98).

Tais bens serão destinados às OS, dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante
cláusula expressa do contrato de gestão (art. 12, § 3º, da Lei 9.637/98).

Ainda, faculta-se ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as OS, com ônus para a
origem (art. 14, caput, da Lei 9.637/98).

Como última forma de fomento, há ainda possibilidade de que a administração pública dispense
a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as OS, qualificadas no
âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão
(art. 24, XXIV, da Lei 8.666/1993 – hipótese de licitação dispensável).

Recursos orçamentários

Permissão de uso de bens públicos


Fomento
Cessão de servidor público

Dispensa de licitação

- A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias contado da assinatura do
contrato de gestão, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a
contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos
provenientes do Poder Público (art. 17 da Lei 9.637/98).

Assim, as OS não se submetem à Lei 8.666/1993 em suas contratações, mas o seu regulamento
próprio.

Nesse sentido, o STF entende que os contratos a serem celebrados pelas organizações sociais
com terceiros, com recursos públicos, devem ser conduzidos de forma pública, objetiva e
impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal
(legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), e nos termos do regulamento
próprio a ser editado por cada entidade1.

- O Poder Executivo poderá levar a cabo a desqualificação da entidade como organização social,
quando constatar que houve descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão
(art. 16).

1
STF – ADI 1.923.

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A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de ampla


defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos
danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão (art. 16, § 1º, da Lei 9.637/98).

A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à utilização
da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis (art. 16, § 2º, da Lei 9.637/98).

Organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip)

As Oscip são disciplinadas pela Lei 9.790/99. Para uma revisão minuciosa do conteúdo, portanto,
recomenda-se a leitura da referida Lei. A seguir, seguem os principais pontos sobre a temática.

- Trata-se de qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do
Estado com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por
meio de termo de parceria.

Ou seja, enquanto o vínculo da OS ocorre por meio de contrato de gestão, o da Oscip ocorre
por meio de termo de parceria.

- Podem qualificar-se como Oscip as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que
tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 anos,
desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos
instituídos na Lei (art. 1º, caput, da Lei 9.790/1999).

Considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os
seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas
do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica
integralmente na consecução do respectivo objeto social (art. 1º, parágrafo único, da Lei
9.790/1999).

- A qualificação como Oscip somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades (art. 3º
da Lei 9.790/1999):

a) promoção da assistência social;


b) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
c) promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata a Lei 9.790/1999;
d) promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata a Lei 9.790/1999;

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e) promoção da segurança alimentar e nutricional;


f) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
g) promoção do voluntariado;
h) promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
i) experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito;
j) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de
interesse suplementar;
k) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais;
l) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
acima;
m) estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias
voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.

Além disso, exige-se ainda, para qualificarem-se como Oscip, que as pessoas jurídicas
interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:

a) a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,


economicidade e da eficiência;
b) a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de
forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no
respectivo processo decisório;
c) a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os
relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo
pareceres para os organismos superiores da entidade;
d) a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será
transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei 9.790/1999, preferencialmente que
tenha o mesmo objeto social da extinta;
e) a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída pela Lei
9.790/1999, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o
período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos
termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
f) a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente
na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os
casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;
g) as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo:
g1) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade;

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g2) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório
de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de
débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;
g3) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da
aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;
g4) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único
do art. 70 da Constituição Federal.

Em qualquer caso, mesmo atendendo aos requisitos acima, não são passíveis de qualificação
como Oscip (art. 2º da Lei 9.790/1999):

a) as sociedades comerciais;
b) os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
c) as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
d) as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
e) as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de
associados ou sócios;
f) as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
g) as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
h) as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras
i) as organizações sociais;
j) as cooperativas;
k) as fundações públicas;
l) as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por
fundações públicas;
m) as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal (todavia, não constituem impedimento à
qualificação como Oscip as operações destinadas a microcrédito realizadas com instituições financeiras
na forma de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou atuação como mandatárias).

Destaca-se, portanto, que não é possível qualificar uma OS como Oscip, ou seja, nenhuma
entidade pode ser qualificada concomitantemente como OS e Oscip.

- O interessado em se qualificar como Oscip deve formular requerimento escrito ao Ministério da


Justiça, que, verificando que há o cumprimento dos requisitos previstos na Lei 9.790/1999,
deferirá o pedido e expedirá o certificado de qualificação (arts. 5º e 6º da Lei 9.790/1999).

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Perceba que, diferentemente do que ocorre com as OS, a decisão é vinculada, pois cabe ao
Ministro da Justiça apenas verificar se os requisitos foram atendidos e, se positivo, deverá
conceder a qualificação da requerente como Oscip.

- Termo de Parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as


entidades qualificadas como Oscip destinado à formação de vínculo de cooperação entre as
partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º da
Lei 9.790/1999 (transcritas mais acima) – art. 9º da Lei 9.790/1999.

O Termo de Parceria, firmado de comum acordo entre o Poder Público e as Oscip discriminará
direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias (art. 10, caput, da Lei
9.790/1999).

- As Oscip devem elaborar, no prazo máximo de 30 dias, contado da assinatura do termo de


==225f==

parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotarão para a contratação de


obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder
Público, observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e da eficiência (art. 14 da Lei 9.790/1999).

Portanto, as Oscip não se submetem à lei de licitações, mas a regulamento próprio.

- A execução do objeto do termo de parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do


Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de
Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo
(art. 11, caput, da Lei 9.790/1999).

Os resultados atingidos com a execução do termo de parceria devem ser analisados por
comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro e a Oscip (art. 11, §
1º, da Lei 9.790/1999).

Essa comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a avaliação


procedida (art. 11, § 2º, da Lei 9.790/1999).

Além disso, os termos de parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas previstas na
Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na legislação (art. 11, § 3º, da
Lei 9.790/1999).

Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela
organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério
Público, sob pena de responsabilidade solidária (art. 12 da Lei 9.790/1999).

Além disso, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública,
os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da

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União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da
entidade e o sequestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro,
que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de outras
medidas consubstanciadas na Lei 8.429/1992, e na Lei Complementar 64/1990 (art. 13, caput, da
Lei 9.790/1999).

- A Oscip deverá prestar contas relativamente à execução do Termo de Parceria perante o órgão
da entidade estatal parceira, referindo-se a mencionada prestação de contas à correta aplicação
dos recursos públicos recebidos e ao adimplemento do objeto do Termo de Parceria (art. 15-B,
da Lei 9.790/1999).

- A entidade poderá perder a qualificação. A iniciativa do processo de perda da qualificação da


Oscip pode se dar (art. 7º da Lei 9.790/1999):

(a) a pedido; ou

(b) por iniciativa popular ou do Ministério Público, mediante decisão proferida em processo
administrativo ou judicial, no qual serão assegurados a ampla defesa e o devido contraditório.

Além disso, vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou
fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte legítima
para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação da Oscip (art. 8º da Lei
9.790/1999).

- É vedada às entidades qualificadas como Oscip a participação em campanhas de interesse


político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas (art. 16 da Lei 9.790/1999).

Organizações da Sociedade Civil (OSC)

As OSC são disciplinadas pela Lei 13.019/2014. Para uma revisão minuciosa do conteúdo,
portanto, recomenda-se a leitura da referida Lei. A seguir, seguem os principais pontos sobre a
temática.

- Considera-se organização da sociedade civil (OSC) - art. 2º:

a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados,
conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras,
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza,
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas
atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de
forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva;
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei 9.867/1999; as integradas por pessoas em
situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações

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de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação


e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e
extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse
público e de cunho social;
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público
e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos.

- O regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as OSC instituído pela Lei
13.019/2014 é um regime de mútua cooperação, destinado à consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em
termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação.

Considera-se administração pública, para os fins da Lei 13.019/2014: União, estados, Distrito
Federal, municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista prestadoras de serviço público, e suas subsidiárias que recebam recursos do
ente instituidor para pagamento de despesas com pessoal e custeio em geral (art. 2º, II).

Portanto, não são todas as empresas públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias que
se submetem à Lei 13.019/2014, mas somente aquelas que recebam do ente instituidor (União,
estados, Distrito Federal e municípios) recursos para suas despesas com pessoal ou custeio em
geral.

Além disso, não é a qualquer forma de parceria com OSC que se aplicam às exigências da Lei
13.019/2014. Nesse sentido, não se aplicam as exigências da referida Lei (art. 3º):

a) às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo Senado


Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções internacionais
conflitarem com esta Lei;
b) aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os requisitos
previstos na Lei 9.637/1998 (Lei das OS);
c) aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos
do § 1º do art. 199 da Constituição Federal;
d) aos termos de compromisso cultural referidos no § 1º do art. 9º da Lei 13.018/2014;
e) aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse público, desde
que cumpridos os requisitos previstos na Lei 9.790/1999 (Lei das Oscip);
f) às transferências referidas no art. 2º da Lei 10.845/2004, e nos arts. 5º e 22 da Lei 11.947/2009;
g) aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor de
organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:
(g1) membros de Poder ou do Ministério Público;
(g2) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública;
(g3) pessoas jurídicas de direito público interno;

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(g4) pessoas jurídicas integrantes da administração pública;


h) às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos

Perceba, portanto, que a Lei 13.019/2014 não se aplica aos contratos de gestão e aos termos de
parcerias firmados, respectivamente, com as OS e Oscip.

Além disso, é vedada a celebração de parcerias previstas na Lei 13.019/2014 que tenham por
objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, delegação das funções de regulação, de
fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado (art.
40).

- Parceria é o conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação


jurídica estabelecida formalmente entre a administração pública e OSC, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a
execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos de
fomento ou em acordos de cooperação (art. 2º, III).

Atividade é conjunto de operações que se realizam de modo contínuo ou permanente, das quais
resulta um produto ou serviço necessário à satisfação de interesses compartilhados pela
administração pública e pela OSC (art. 2º, III-A).

Já o projeto é conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto


destinado à satisfação de interesses compartilhados pela administração pública e OSC (art. 2º,
III-B).

Termo de colaboração (TC) é instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com OSC para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência
de recursos financeiros (art. 2, VII).

Portanto, para a consecução de planos de trabalho de iniciativa da administração pública 2, para


celebração de parcerias com OSC que envolvam a transferência de recursos financeiros, o TC
deve ser adotado (art. 16, caput).

Por sua vez, o termo de fomento (TF) é o instrumento por meio do qual são formalizadas as
parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas OSC, que envolvam
a transferência de recursos financeiros (art. 2, VIII).

2
Inobstante, os conselhos de políticas públicas poderão apresentar propostas à administração pública para
celebração de termo de colaboração com organizações da sociedade civil (art. 16, parágrafo único).

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Portanto, para a consecução de planos de trabalho propostos por OSC que envolvam a
transferência de recursos financeiros, o TF deve ser adotado (art. 17).

Por fim, o acordo de cooperação (AF) é o instrumento por meio do qual são formalizadas as
parcerias estabelecidas pela administração pública com OSC para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros (art. 2,
VIII-A).

Perceba que ambos os “termos” (termo de colaboração e termo de fomento) envolvem a


transferência de recursos financeiros, sendo que o termo de colaboração formaliza parceria
proposta por iniciativa da administração, enquanto o termo de fomento formaliza parceria
proposta por iniciativa da OSC.

O TF, o TC e o AC somente produzirão efeitos jurídicos após a publicação dos respectivos


extratos no meio oficial de publicidade da administração pública (art. 38).

RECURSOS
INSTRUMENTO INICIATIVA INTERESSE PRODUÇÃO DE EFEITOS JURÍDICOS
FINANCEIROS?
Administração
TC Sim Somente após a publicação dos
Pública Interesse
respectivos extratos no meio
TF OSC Sim público e
oficial de publicidade da
Administração recíproco
AC Não administração pública
Pública ou OSC

- O Procedimento de Manifestação de Interesse Social (PMIS) é o instrumento por meio do qual


as OSC, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público para
que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a
celebração de parceria (art. 18).

A proposta a ser encaminhada à administração pública deverá atender aos seguintes requisitos
(art. 19):

a) identificação do subscritor da proposta;


b) indicação do interesse público envolvido;
c) diagnóstico da realidade que se quer modificar, aprimorar ou desenvolver e, quando possível,
indicação da viabilidade, dos custos, dos benefícios e dos prazos de execução da ação pretendida.

Atendidos tais requisitos, a administração pública deverá tornar pública a proposta em seu sítio
eletrônico e, verificada a conveniência e oportunidade para realização do PMIS, o instaurará para
oitiva da sociedade sobre o tema (art. 20).

A realização do PMIS:

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a) não implicará necessariamente na execução do chamamento público, que acontecerá de


acordo com os interesses da administração (art. 21, caput).
b) não dispensa a convocação por meio de chamamento público para a celebração de
parceria (art. 21, § 1º).

Inclusive, é vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de parceria


à prévia realização de PMIS (art. 21, § 3º).

Por fim, a proposição ou a participação no PMIS não impede a OSC de participar no eventual
chamamento público subsequente (art. 21, § 2º).

- Chamamento público (CP) é o procedimento destinado a selecionar OSC para firmar parceria
por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos
princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (art. 2º, XII).

O CP não é uma licitação, nem modalidade licitatória, mas sim um procedimento destinado à
seleção da OSC para firmar a parceria.

Além disso, o CP aplica-se, em regra, aos termos de colaboração e de fomento. Porém, há uma
única exceção em que há previsão de realização de CP para a celebração de acordo de
cooperação, prevista nos seguintes termos:

Art. 29. Os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes


de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais e os acordos de cooperação
serão celebrados sem chamamento público, exceto, em relação aos acordos de
cooperação, quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens
ou outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial, hipótese em que o
respectivo chamamento público observará o disposto nesta Lei.

Ainda, há casos em que a administração pública poderá dispensar a realização do chamamento


público, quais sejam (art. 30):

a) no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de


relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;
b) nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à
paz social;
c) quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em
situação que possa comprometer a sua segurança;

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d) no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência


social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas
pelo órgão gestor da respectiva política.

Por outro lado, há também a previsão de inexigibilidade do chamamento público, na hipótese


de inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza
singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade
específica, especialmente quando (art. 31):

a) o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso


internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos;
b) a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja
autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária, inclusive
quando se tratar da subvenção social.

- As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de colaboração, de termo de


fomento ou de acordo de cooperação, devendo constar como anexo de tais instrumentos o
plano de trabalho, que deles será parte integrante e indissociável (art. 42, parágrafo único).

Deverá constar do plano de trabalho de parcerias celebradas mediante termo de colaboração ou


de fomento (não entra aqui o acordo de cooperação – art. 22):

a) descrição da realidade que será objeto da parceria, devendo ser demonstrado o nexo entre
essa realidade e as atividades ou projetos e metas a serem atingidas;
b) descrição de metas a serem atingidas e de atividades ou projetos a serem executados;
c) previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na execução das atividades ou dos
projetos abrangidos pela parceria;
d) forma de execução das atividades ou dos projetos e de cumprimento das metas a eles
atreladas;
e) definição dos parâmetros a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas.

O plano de trabalho da parceria poderá ser revisto para alteração de valores ou de metas,
mediante termo aditivo ou por apostila ao plano de trabalho original (art. 57).

- Não poderá ser exigida contrapartida financeira como requisito para firmar a parceria. Por
outro lado, faculta-se à administração exigir contrapartida em bens e serviços, cuja expressão
monetária será obrigatoriamente identificada no termo de colaboração ou de fomento (art. 35, §
1º).

- É permitida a atuação em rede, por duas ou mais organizações da sociedade civil, mantida a
integral responsabilidade da organização celebrante do termo de fomento ou de colaboração,
desde que a organização da sociedade civil signatária do termo de fomento ou de colaboração

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possua mais de cinco anos de inscrição no CNPJ, bem como capacidade técnica e operacional
para supervisionar e orientar diretamente a atuação da organização que com ela estiver atuando
em rede (art. 35-A).

A OSC que assinar o TC ou o TF deverá celebrar termo de atuação em rede para repasse de
recursos às não celebrantes (art. 35-A, parágrafo único).

- Será obrigatória a estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes da parceria (art.
36, caput).

Os bens remanescentes adquiridos com recursos transferidos poderão, a critério do


administrador público, ser doados quando, após a consecução do objeto, não forem necessários
para assegurar a continuidade do objeto pactuado, observado o disposto no respectivo termo e
na legislação vigente (art. 36, parágrafo único).

- A administração pública promoverá o monitoramento e a avaliação do cumprimento do objeto


da parceria (art. 58, caput).

A administração pública emitirá relatório técnico de monitoramento e avaliação de parceria


celebrada mediante termo de colaboração ou termo de fomento (não vale para acordo de
cooperação) e o submeterá à comissão de monitoramento e avaliação designada, que o
homologará, independentemente da obrigatoriedade de apresentação da prestação de contas
devida pela organização da sociedade civil (art. 59, caput).

Sem prejuízo da fiscalização pela administração pública e pelos órgãos de controle, a execução
da parceria será acompanhada e fiscalizada pelos conselhos de políticas públicas das áreas
correspondentes de atuação existentes em cada esfera de governo (art. 60, caput).

As parcerias estarão também sujeitas aos mecanismos de controle social previstos na legislação
(art. 60, parágrafo único).

- A administração pública deverá manter, em seu sítio oficial na internet, a relação das parcerias
celebradas e dos respectivos planos de trabalho, até 180 dias após o respectivo encerramento
(art. 10).

Além disso, deverá divulgar pela internet os meios de representação sobre a aplicação irregular
dos recursos envolvidos na parceria (art. 12).

Já a OSC deverá divulgar na internet e em locais visíveis de suas sedes sociais e dos
estabelecimentos em que exerça suas ações todas as parcerias celebradas com a administração
pública (art. 11, caput).

RESPONSÁVEL PELA
LOCAL DE DIVULGAÇÃO OBJETO DE DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO

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Relação das parcerias celebradas e dos respectivos


Sítio oficial na internet planos de trabalho, até 180 dias após o
Administração encerramento.
Meios de representação sobre a aplicação irregular
Internet
dos recursos envolvidos na parceria.
1) Internet;

Todas as parcerias celebradas com a administração


OSC 2) Locais visíveis de suas sedes sociais
pública.
e dos estabelecimentos em que
exerça suas ações.

As informações sobre as parcerias, que devem ser divulgadas pela administração e pela OSC,
devem conter, no mínimo, os seguintes elementos (art. 11, parágrafo único):

a) data de assinatura e identificação do instrumento de parceria e do órgão da administração pública


responsável;

b) nome da organização da sociedade civil e seu número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica - CNPJ da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB;

c) descrição do objeto da parceria;

d) valor total da parceria e valores liberados, quando for o caso;

e) situação da prestação de contas da parceria, que deverá informar a data prevista para a sua
apresentação, a data em que foi apresentada, o prazo para a sua análise e o resultado conclusivo;

f) quando vinculados à execução do objeto e pagos com recursos da parceria, o valor total da remuneração
da equipe de trabalho, as funções que seus integrantes desempenham e a remuneração prevista para o
respectivo exercício.

- Para o fortalecimento da participação social e da divulgação das ações, são previstas duas
medidas (arts. 14 e 15):

MEDIDAS DE FORTALECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL E DA DIVULGAÇÃO DAS AÇÕES

Ampla divulgação de campanhas Possibilidade de criação do Conselho Nacional


publicitárias e programações de Fomento e Colaboração no âmbito federal
desenvolvidas por OSC, no âmbito das e de instâncias participativas no âmbito dos
parcerias previstas na Lei 13.019/2014 demais entes federados

A administração pública divulgará, na forma de Poderá ser criado, no âmbito do Poder Executivo
regulamento, nos meios públicos de comunicação federal, o Conselho Nacional de Fomento e
por radiodifusão de sons e de sons e imagens, Colaboração, de composição paritária entre
campanhas publicitárias e programações representantes governamentais e organizações da
desenvolvidas por organizações da sociedade civil, sociedade civil, com a finalidade de divulgar boas
no âmbito das parcerias previstas na Lei práticas e de propor e apoiar políticas e ações voltadas
13.019/2014, mediante o emprego de recursos ao fortalecimento das relações de fomento e de

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tecnológicos e de linguagem adequados à colaboração previstas na Lei 13.019/2014.


garantia de acessibilidade por pessoas com
deficiência. Os demais entes federados também poderão criar
instância participativa.

- A prestação de contas é o procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria,


pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e
dos resultados previstos, compreendendo duas fases (art. 2º, XIV):

a) apresentação das contas, de responsabilidade da organização da sociedade civil;


b) análise e manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da administração
pública, sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle.

A prestação de contas apresentada pela organização da sociedade civil deverá conter elementos
que permitam ao gestor da parceria avaliar o andamento ou concluir que o seu objeto foi
executado conforme pactuado, com a descrição pormenorizada das atividades realizadas e a
comprovação do alcance das metas e dos resultados esperados, até o período de que trata a
prestação de contas (art. 64, caput).

O gestor emitirá parecer técnico de análise de prestação de contas da parceria celebrada (art.
67, caput).

A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até noventa dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano (art. 69, caput).

Isso não impede, por outro lado, que a administração pública promova a instauração de tomada
de contas especial antes do término da parceria, ante evidências de irregularidades na execução
do objeto (art. 69, § 2º).

A manifestação conclusiva sobre a prestação de contas pela administração pública deverá


concluir, alternativamente, pela (art. 69, § 5º):

a) aprovação da prestação de contas;


b) aprovação da prestação de contas com ressalvas; ou
c) rejeição da prestação de contas e determinação de imediata instauração de tomada de
contas especial.

As prestações de contas serão avaliadas (art. 72):

a) regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, o cumprimento dos objetivos e


metas estabelecidos no plano de trabalho;

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b) regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de


natureza formal que não resulte em dano ao erário;
c) irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes circunstâncias:
c1) omissão no dever de prestar contas;
c2) descumprimento injustificado dos objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;
c3) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico;
c4) desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.

- Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas da Lei
13.019/2014 e da legislação específica, a administração pública poderá, garantida a prévia
defesa, aplicar à organização da sociedade civil as seguintes sanções (art. 73, caput e incisos I a
III):

a) advertência;

b) suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar


parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública
sancionadora, por prazo não superior a dois anos;

c) declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria ou


contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da
sociedade civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o
prazo da sanção aplicada com base na letra "b".

As sanções estabelecidas nas letras "b" e "c" são de competência exclusiva de Ministro de
Estado ou de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal (art. 73, § 1º).

Entidades de Apoio

- São as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores
públicos, porém em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou cooperativa, para a
prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vínculo
jurídico com entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de convênio
(entendimento de Maria Di Pietro).

- São entidades paraestatais (não integram a Administração Pública).

- Não contam com uma lei geral que as regule.

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- Exemplo de entidade de apoio é a fundação de apoio prevista no art. 2º, VII, da Lei
10.973/2004, que é a fundação criada com a finalidade de dar apoio a projetos de pesquisa,
ensino e extensão, projetos de desenvolvimento institucional, científico, tecnológico e projetos
de estímulo à inovação de interesse das Instituições Científicas e Tecnológicas, registrada e
credenciada no Ministério da Educação e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, nos
termos da Lei 8.958/1994, e das demais legislações pertinentes nas esferas estadual, distrital e
municipal.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova, considerando o
histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Entidades Paraestatais e Terceiro Setor”, “Organizações sociais” é/são o(s) ponto(s) que
acreditamos que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Pessoa Jurídica de Direito Privado sem fins lucrativos

É criada como Associação/Fundação e então recebe a


Organização Social

qualificação do poder público

É qualificada mediante Contrato de Gestão

Não depende de licitação para contratar terceiros

Qualificação requerida ao Ministério supervisor + Ministério


do Planejamento é discricionária

As atividades contempladas no contrato de gestão podem


ser contratadas mediante dispensa de licitação

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios objetivos
ou minimamente razoáveis.

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Aula 03

QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

1. (FCC/2009/TRT 3/AJAA) Os contratos de gestão realizados entre a Administração e as


denominadas Organizações Sociais
a) não caracterizam convênio administrativo, não se sujeitando, pois, à fiscalização e controle por
parte do Tribunal de Contas.
b) são sempre passíveis de fiscalização e controle pelo Tribunal de Contas.
c) podem ser celebrados com dispensa de licitação, em função de autorização legal específica,
não estando sujeitos, nessa hipótese, ao controle e fiscalização pelo Tribunal de Contas.
d) sujeitam-se ao controle e fiscalização por parte do Tribunal de Contas, exceto quando tenham
por objeto a gestão de serviço público não-exclusivo.
e) são equiparados a convênio administrativo, quando celebrados com entidades com finalidade
lucrativa, sujeitando-se, apenas em tal hipótese, ao controle e fiscalização por parte do Tribunal
de Contas.

Comentários

GABARITO: B

As OS são realmente passíveis de fiscalização e controle pelo Tribunal de Contas, no que tange à
utilização de recursos ou bens de origem pública, conforme art. 9º da Lei 9.637/1998:

Art. 9º Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de

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Aula 03

recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

a) As OS estão sujeitas sim à fiscalização e controle do Tribunal de Contas, conforme dispositivo


transcrito acima.

c) De fato, os contratos de gestão podem ser celebrados por dispensa de licitação, conforme art.
24, XXIV da Lei 8.666/93. Entretanto, a fiscalização e controle pelo Tribunal de Contas, no que
tange à utilização de recursos ou bens de origem pública por parte da OS, não comporta
exceções.

Art. 24. (...)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações


sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão.

d) A fiscalização e controle pelo Tribunal de Contas, no que tange à utilização de recursos ou


bens de origem pública por parte da OS, não comporta exceções.

e) Pessoas jurídicas de direito privado com fins lucrativos não podem ser qualificadas como
organizações sociais (art. 1º, Lei 9.637/1998):

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas


jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos
nesta Lei.

2. (FCC/2012/TCE-SP) OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público é uma


organização
a) pública voltada para a promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar.
b) social especializada exclusivamente na defesa, preservação, conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento sustentável.
c) privada cuja função é única e exclusiva de atender aos interesses do seu grupo fundador, ou
administrador, como os sindicatos, as cooperativas, as associações de seguro mútuo etc.
d) da sociedade civil formada espontaneamente para a execução de certo tipo de atividade de
interesse público, mas que não é reconhecida em nosso ordenamento jurídico.
e) jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham as finalidades
determinadas

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Comentários

GABARITO: LETRA E

Para trabalhar com essa questão, vamos analisar o conceito de OSCIP formulado pela Professora
Maria Sylvia Zanella di Pietro:

Trata-se de qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem


fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar
serviços sociais não exclusivos de Estado com incentivo e fiscalização pelo Poder
Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de parceria

É interessante como conseguiremos gabaritar a questão apenas dominando o conceito do


instituto jurídico. Vejamos:

Alternativa A – Incorreta. Conforme verifica-se no conceito, não se trata de organização pública,


mas uma qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado.

Alternativa B – Incorreta. Conforme verifica-se no conceito, a OSCIP pode ter finalidades


diversas, desde que sejam serviços sociais não exclusivos de Estado. Logo, não se destina
exclusivamente à conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável.

Alternativa C – Incorreta. A função da OSCIP não é atender aos interesses do seu grupo
fundador, mas desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado.

Alternativa D – Incorreta. A OSCIP não só é reconhecida em nosso ordenamento jurídico, como


é regulamentada ao teor da 9.790/99.

Alternativa E – Correta. Note que a assertiva encontra-se em total consonância com o conceito
doutrinário acima exposto.

3. (FCC/2012/TCE-SP/Agente de Fiscalização Financeira – Administração) O acordo de


cooperação para o fomento e a execução de uma ou mais das atividades de interesse
público previstas em Lei, firmado entre a entidade qualificada como OSCIP - Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público e o Poder Público denomina-se
a) licitação pública.
b) termo de parceria.
c) contrato social.
d) convênio social.
e) termo de convênio.

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Comentários

GABARITO: Letra B

Para gabaritar essa questão, o candidato deveria ter prévio conhecimento do Art. 9º da Lei
9.790/99:

Art. 9º Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível


de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de
cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse
público previstas no art. 3o desta Lei.

Como se percebe, essa questão não apresentava grande complexidade. Talvez se o examinador
tivesse colocado o contrato de gestão entre as assertivas poderia induzir o candidato a erro.

Nesse sentido, é válido fazer a distinção entre os institutos. O contrato de gestão é aquele
firmado com organizações sociais e não com OSCIP. Além disso, a Organização Social não pode
desempenhar outras funções que não estejam previstas no contrato de gestão, a OSCIP pode
realizar suas demais tarefas institucionais que não estejam previstas no termo de parceria.

Ante ao exposto, verifica-se que todas as demais alternativas estão incorretas, uma vez em
dissonância do texto legal.

4. (FCC/2008/TRT 19/AJAA) Quando celebram termo de parceria com a Administração


Pública, as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público − OSCIPs, como entidades
do terceiro setor,
a) passam a integrar a Administração Direta.
b) exercem atividade privada de interesse público.
c) transformam-se em empresas estatais.
d) exercem atividade de direito público.
e) não estão sujeitas a fiscalização por parte do Tribunal de Contas.

Comentários

GABARITO: B

Paraestatais são entidades privadas, sem fins lucrativos, que exercem função típica e não
exclusiva de Estado (atividades de interesse público). Compõem o terceiro setor, não fazendo

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parte da Administração Pública, embora com ela mantenham vínculo. Agem, portanto, em
colaboração com o Poder Público.

Recebem incentivo do Estado (fomento), fazendo com que seu regime jurídico de direito privado
seja parcialmente derrogado por normas de direito público, bem como se sujeitem ao controle
da Administração Pública e do Tribunal de Contas.

5. (2014/TCE-GO/ACE – ÁREA JURÍDICA). As Organizações Sociais e as Organizações da


Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) apresentam características peculiares que as
distinguem uma das outras, justamente em razão de serem entidades diversas, previstas em
legislações próprias. Sobre o tema, considere as seguintes assertivas:
I. Não celebram contratos de gestão com o Poder Público, mas termos de parceria.
II. O Poder Público não participa de seus quadros diretivos.
III. Não há trespasse de servidores públicos para nelas prestar serviço.
IV. O objeto da atividade delas é muito mais amplo que o das Organizações Sociais,
compreendendo, inclusive, finalidades de benemerência social.
As OSCIPs distinguem-se das Organizações Sociais, entre outros pontos relevantes, pelo
descrito em
(A) II, III e IV, apenas.
(B) I, apenas.
(C) I e IV, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II, III e IV.

Comentários

GABARITO: E

Item I – certo: organização social é uma qualificação (ou seja, não é uma categoria de pessoa
jurídica) conferida à entidade privada instituída por particulares, sem fins lucrativos, que, por ato
discricionário do Poder Público, recebe incentivos do Estado para desempenhar serviço público
de natureza social, mediante celebração de contrato de gestão.

Por sua vez, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) é uma qualificação (ou
seja, não é uma categoria de pessoa jurídica) conferida à entidade privada instituída por
particulares, sem fins lucrativos, que, por ato vinculado do Poder Público (Ministério da Justiça)
ao cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei, recebe incentivos do Estado para

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desempenhar atividade social ou de utilidade pública, mediante celebração de termo de


parceria.

Item II – certo: a Lei 9.637/1998 prevê que o Conselho de Administração das organizações
sociais deverá ser integrado por representantes, dentre outros, do Poder Público, conforme se
segue:

Art. 3º O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o
respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de
qualificação, os seguintes critérios básicos:

I - ser composto por:

a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder


Público, definidos pelo estatuto da entidade;

b) 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos representantes de entidades


da sociedade civil, definidos pelo estatuto;

c) até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os
membros ou os associados;

d) 10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do
conselho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida
idoneidade moral;

e) até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida
pelo estatuto;

Por sua vez, a Lei 9.790/1999, que trata das Oscip, não prevê a mesma obrigatoriedade – na
verdade silencia sobre o assunto (não obriga, mas também não veda).

Item III – certo: a lei que regula as Oscip (Lei nº 9.790/1999) não prevê de cessão de servidores
públicos por parte do Poder Público. Por sua vez, a Lei 9.637/1998 prevê a possibilidade de
cessão de servidor à OS, conforme a seguir:

Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as


organizações sociais, com ônus para a origem.

Item IV – certo: enquanto que as áreas de atuação das OS são dirigidas “ao ensino, à pesquisa,
ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
saúde”, consoante art. 1º da Lei 9.637/1998, as áreas de atuação das Oscip são bem mais
numerosas, consoante incisos I a XIII do art. 3º da Lei 9.790/1999:

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I - promoção da assistência social;

II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de


participação das organizações de que trata esta Lei;

IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de


participação das organizações de que trata esta Lei;

V - promoção da segurança alimentar e nutricional;

VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do


desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;

IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas


alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria


jurídica gratuita de interesse suplementar;

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e


de outros valores universais;

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e


divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito
às atividades mencionadas neste artigo.

XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a


implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio
de transporte.

6. (FCC/2011/TRE TO/AJAJ) De acordo com a Organização Administrativa Brasileira, o SESI, o


SESC e o SENAI são entidades
a) estatais.
b) paraestatais.
c) autárquicas.

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d) fundacionais.
e) empresariais.

Comentários

GABARITO: B

Paraestatais são entidades privadas, sem fins lucrativos, que exercem função típica e não
exclusiva de Estado (atividades de interesse público). Compõem o terceiro setor, não fazendo
parte da Administração Pública, embora com ela mantenham vínculo. Agem, portanto, em
colaboração com o Poder Público.

Os serviços sociais autônomos são paraestatais que desempenham atividades de utilidade


pública com vistas a beneficiar determinados grupamentos sociais ou profissionais, geralmente
voltadas para o ensino profissionalizante e a prestação de serviços sociais (entidades do “sistema
S” – Senai, Sebrae, Sesc etc.).

7. (FCC/2022/SEFAZ-PE/Auditor Fiscal do Tesouro Estadual) As organizações sociais, como


entidades integrantes do terceiro setor,

a) sujeitam-se ao fornecimento de informações relativas às atividades e aos serviços


desempenhados em razão do contrato de gestão firmado com o ente público;

b) obrigam-se às regras de contratação aplicáveis à Administração Pública, em razão do


recebimento de recursos públicos, seja para serem contratadas, seja para realizarem
contratações com terceiros;

c) subordinam-se às disposições e aos limites da Lei Complementar n° 101/2000 (Lei de


Responsabilidade Fiscal), em razão do vínculo estabelecido com a Administração Pública;

d) vinculam-se à Administração Pública mediante celebração de uma das modalidades de


parceria estabelecidas pela Lei n° 13.019/2014, dispensada, para tanto, a realização de
chamamento;

e) celebram instrumento contratual, denominado contrato de gestão, por meio do qual se


estabelece a delegação da titularidade e da execução de serviços públicos a entidade privada,
mediante remuneração por execução unitária.

Comentários

Vamos analisar as alternativas:

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Letra A - correta. Exatamente o que determina o § 1º do artigo 8º da Lei nº 9.637/98:

§ 1º A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do Poder Público


supervisora signatária do contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer
momento, conforme recomende o interesse público, relatório pertinente à execução
do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os
resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao
exercício financeiro.

Letra B - incorreta. A entidade irá estabelecer regulamento próprio para suas aquisições,
conforme inciso VIII do artigo 4º da Lei nº 9.637/98:

Art. 4º Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser


atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras:

(...)

VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento
próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras,
serviços, compras e alienações e o plano de cargos, salários e benefícios dos
empregados da entidade;

Letra C - incorreta. A Lei de responsabilidade Fiscal não elenca as entidades do terceiro setor
como sujeitas às suas regras:

Art. 1º, § 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios.

§ 3º Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o


Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas


estatais dependentes;

II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de


Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de
Contas do Município.

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Letra D - incorreta. Segundo o artigo 5º da Lei nº 9.637/98 o vínculo é formalizado por meio do
contrato de gestão, não sendo aplicável a Lei nº 13.019/14 para as organizações sociais no que
se refere ao contrato de gestão:

Lei nº 9.637/98

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com
vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades
relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

Lei nº 13.019/14

Art. 3º Não se aplicam as exigências desta Lei: ==225f==

(...)

III - aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que
cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998;

Letra E - incorreta. Na verdade o contrato de gestão é pactuado elencando diversos indicadores


de acompanhamento, não sendo verdade que se busca estabelecer unicamente o valor unitário
do serviço executado como afirma a alternativa. O artigo 7º da Lei nº 9.637/98 estabelece que
haverá indicadores de qualidade e produtividade na execução do contrato de gestão:

Art. 7º Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também, os
seguintes preceitos:

I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a


estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem
como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem
utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;

II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de


qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das
organizações sociais, no exercício de suas funções.

Gabarito: Letra A.

8. (FCC/2022/TRT - 22ª Região (PI)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal)


Conforme jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e do TCU, embora ostentem

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personalidade de direito privado, aplicam-se aos serviços sociais autônomos criados em


âmbito federal (“Sistema S”) algumas normas típicas do regime jurídico-administrativo,
dentre elas,

a) a fiscalização pelo Tribunal de Contas da União;

b) o pagamento de suas dívidas por precatórios;

c) a competência da Justiça Federal para julgamento das ações em que forem parte;

d) a obrigatoriedade de concurso público para admissão de pessoal de caráter permanente;

e) a observância das regras constantes da legislação federal sobre licitações.

Comentários

Vamos analisar as alternativas:

Letra A - correta. Resposta da questão pode ser obtida da leitura do parágrafo único do artigo
70 da Constituição Federal, uma vez que tais entidades recebem recursos públicos e o controle
externo a cargo do Congresso Nacional é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária

A competência de fiscalização pode ainda ser obtida da leitura do inciso V do artigo 5º da Lei
Orgânica do TCU (Lei nº 8.443/93):

Art. 5° A jurisdição do Tribunal abrange:

(...)

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V - os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito


privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço de interesse público
ou social;

Letra B - incorreta. Entre as entidades que realizam pagamentos via precatórios não estão
incluídas as entidades privadas integrantes do Terceiro Setor, conforme artigo 100 da
Constituição Federal:

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital
e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos
créditos adicionais abertos para este fim.

Letra C - incorreta. Não está incluso entre as competências da Justiça Federal julgar ações das
entidades do terceiro setor, conforme artigo 109 da Constituição. Além disso, o próprio STF por
meio de sua Súmula 516 determina que o Serviço Social da Industria (Sesi), integrante do
Sistema S, está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual:

Constituição Federal:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem


interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;

Súmula 516 STF:

O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça estadual.

Letra D - incorreta. Entendimento já consagrado pelo STF no RE 789.874, rel. Ministro TEORI
ZAVASCKI, entende pela não exigência de concurso público:

1. Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema 'S', vinculados a


entidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente por recursos
recolhidos do próprio setor produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa
jurídica de direito privado e não integram a Administração Pública, embora colaborem
com ela na execução de atividades de relevante significado social. Tanto a
Constituição Federal de 1988, como a correspondente legislação de regência (como a
Lei 8.706/93, que criou o Serviço Social do Trabalho - SEST) asseguram autonomia
administrativa a essas entidades, sujeitas, formalmente, apenas ao controle finalístico,

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pelo Tribunal de Contas, da aplicação dos recursos recebidos. Presentes essas


características, não estão submetidas à exigência de concurso público para a
contratação de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal.

Letra E - incorreta. Não se submetem completamente à legislação de Licitações, mas devem


observar regulamentos próprios, devidamente publicados, os quais devem se pautar nos
princípios gerais do processo licitatório e nos princípios relativos à Administração Pública, em
especial os da legalidade, moralidade, impessoalidade, isonomia e publicidade, constantes do
art. 37, caput, da Constituição Federal (entendimento do TCU - Plenário Decisão 907/1997, rel.
Ministro LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA):

(...) ainda que não estejam obrigados os serviços em comento à observância dos
estritos termos da Lei de Licitações, e sim aos seus regulamentos próprios
devidamente publicados, devem tais regulamentos contemplar os princípios
constitucionais atinentes à matéria, quais sejam, aqueles insculpidos no art. 37 da
Constituição Federal.

Gabarito: Letra A.

9. (FCC/2022/TRT - 22ª Região (PI)/Analista Judiciário - Área Judiciária) As chamadas


Organizações Sociais (OS) são entes de colaboração com a Administração Pública e seu
regime legal se caracteriza

a) por serem escolhidas mediante processo licitatório, para desempenho de serviços públicos em
caráter descentralizado;

b) pela participação de representantes do Poder Público em seu conselho de administração;

c) pela obrigatoriedade de seleção de seus funcionários por concurso, em vista do princípio da


impessoalidade;

d) pelo exercício de quaisquer atividades de interesse público, desde que não haja finalidade
lucrativa;

e) pela celebração de termo de parceria, em que são fixadas as regras do regime de colaboração
entre a OS e o Poder Público.

Comentários

Vamos analisar as alternativas:

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Letra A - incorreta. Conforme inciso XXIV do artigo 24 da Lei nº 8.666/93 é dispensável a


licitação:

Art. 24. É dispensável a licitação

(...)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações


sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão.

Vale destacar que este dispositivo não foi replicado na nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/21),
contudo, isso não invalida a questão, pois a celebração de contrato de gestão, atualmente, já
pressupõe a realização de chamamento público e qualificação de Organizações Sociais, nos
termos da Lei nº 9.637/98.

Letra B - correta. É o que diz a alínea "a", do inciso I, do artigo 3º da Lei nº 9.637/98:

Art. 3º O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o
respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de
qualificação, os seguintes critérios básicos:

I - ser composto por:

a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder


Público, definidos pelo estatuto da entidade;

Letra C - incorreta. Conforme Adin 1923/DF, o STF entende não ser necessário concurso público,
mas a seleção de pessoal deve se dar através de um procedimento objetivo e impessoal:

Os empregados das Organizações Sociais não são servidores públicos, mas sim
empregados privados, por isso que sua remuneração não deve ter base em lei (CF,
art. 37, X), mas nos contratos de trabalho firmados consensualmente. Por identidade
de razões, também não se aplica às Organizações Sociais a exigência de concurso
público (CF, art. 37, II), mas a seleção de pessoal, da mesma forma como a
contratação de obras e serviços, deve ser posta em prática através de um
procedimento objetivo e impessoal.

Letra D - incorreta. Existe uma limitação de áreas na qual a OS deve atuar para conseguir sua
qualificação, conforme artigo 1º da nº 9.637/98:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas


jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao

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ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e


preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos
nesta Lei.

Letra E - incorreta. Segundo o artigo 5º da Lei nº 9.637/98 o vínculo é formalizado por meio do
contrato de gestão e não termo de parceria:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com
vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades
relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

Gabarito: Letra B.

10. (FCC/2022/SEFAZ-AP/Fiscal da Receita Estadual/Conhecimentos Gerais) Considere que


determinado Estado da Federação esteja executando programa sócio-habitacional destinado
à população de baixa renda irregularmente instalada em núcleos urbanos informais. Referido
programa envolve, além da construção de unidades habitacionais, disponibilização de cursos
de capacitação profissional em áreas com demanda de mão de obra previamente mapeada,
a exemplo dos setores de tecnologia e inovação. Uma organização da sociedade civil sem
fins lucrativos, voltada para a área de capacitação profissional, que arrecadou recursos
financeiros consideráveis em evento internacional recentemente realizado, procurou
representantes daquele ente federativo com pretensão de convergir esforços para o sucesso
do programa. Como possível solução para a concretização da pretensão da mencionada
organização,

a) não se poderia cogitar da doação de recursos diretamente ao ente federativo, uma vez que a
Lei Federal nº 14.133, de 1º de abril de 2021, vedou os entes públicos de receberem
transferências gratuitas de bens e direitos, quando realizados por pessoas jurídicas de direito
privado;

b) a celebração de termo de colaboração, regido pela Lei federal nº 13.019, de 31 de julho de


2014, possibilita que a pessoa jurídica de direito privado que propôs a parceria transfira, ao ente
público, bens, recursos financeiros e mão de obra para viabilizar a execução de parte do
programa;

c) está a formalização de acordo de cooperação entre a pessoa jurídica de direito privado e o


ente público, nos termos da Lei federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014, por meio do qual a
organização da sociedade civil poderá custear e executar cursos de capacitação profissional
destinados ao público atendido pelo programa;

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d) a participação da organização da sociedade civil deveria ficar restrita à transferência voluntária


e gratuita de recursos financeiros ao ente público, destinados exclusivamente para atividades
abrangidas pelas finalidades estatutárias da pessoa jurídica de direito privado;

e) é vedada a celebração de convênio, porque este instrumento é restrito a entes com


personalidade jurídica de direito público, admissível apenas excepcionalmente a empresas
estatais, porque dotadas de personalidade jurídica híbrida.

Comentários

Vamos analisar as alternativas:

Letra A - incorreta. Não existe tal previsão na lei nº 14.133/21.

Letra B - incorreta. O termo de colaboração é proposto pela Administração e segundo o inciso


VII do artigo 2º da Lei nº 13.019/14 envolveria transferência de recursos. Na situação narrada,
quem propõe a parceria e detém os recursos é a organização da sociedade civil, tornando a
alternativa incorreta por inverter a ordem do termo de colaboração:

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:

(...)

VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela
administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;

Letra C - correta. A situação narrada se adequa melhor ao acordo de cooperação descrito no


inciso VIII-A, do artigo 2º da Lei nº 13.019/14:

VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não
envolvam a transferência de recursos financeiros

Letra D - incorreta. Não existe em lei nada que restrinja a participação da organização da
sociedade civil à transferência voluntária e gratuita de recursos financeiros ao ente público.
Conforme comentário da alternativa C, o objetivo é a consecução de finalidade de interesse
público, sendo que no enunciado a entidade atuaria na capacitação profissional.

Letra E - incorreta. Inicialmente cabe dizer as que empresas estatais não têm personalidade
jurídica híbrida, mas de direito privado, tornando a alternativa incorreta. Outro ponto é que os

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convênios podem ser celebrados entre entes públicos e entidades privadas sem fins lucrativos,
conforme Decreto 6.170/2007, em seu artigo 1º, § 1º, inciso I:

Art. 1º Este Decreto regulamenta os convênios e os contratos de repasse celebrados


pelos órgãos e entidades da administração pública federal com órgãos ou entidades
públicas ou privadas sem fins lucrativos, para a execução de programas, projetos e
atividades que envolvam a transferência de recursos oriundos dos Orçamentos Fiscal e
da Seguridade Social da União. (Redação dada pelo Decreto nº 10.426, de 2020)

§ 1º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:

I - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a


transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal
e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou
entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão
ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou
indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de
programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço,
aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua
cooperação;

Gabarito: Letra C.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. O que são entidades paraestatais? O que é terceiro setor?


2. O que são serviços sociais autônomos?
3. Como se dá a criação dos serviços sociais autônomos?
4. Os serviços sociais autônomos são vinculados a qual órgão da Administração? Eles são
obrigados a prestar contas?
5. Os serviços sociais autônomos devem observar a lei 8.666/93? Essas entidades necessitam
realizar concurso público para admitir seu pessoal?
6. Os que são organizações sociais?
7. A qualificação como organização social é ato vinculado ou discricionário do Poder Público?
A quem compete conferir essa qualificação?
8. Quais atividades devem ser desempenhadas pela organização social?

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9. Como se dá o fomento às organizações sociais?


10. As organizações sociais são obrigadas a realizar licitação nos termos da Lei 8.666/93?
11. O contrato gestão celebrado entre uma organização social e o Poder Público é o mesmo do
previsto no art. 37, § 8º, da CF, celebrado entre Poder Público e entidades da Administração
Direta ou Indireta?
12. Nos contratos de gestão firmados com organizações sociais, qual a natureza do controle
realizado pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade
fomentada?
13. É necessária a realização de licitação quando a Administração Pública contrata serviços que
possam ser prestados por organizações sociais?
14. O que pode ocorrer caso seja constatado o descumprimento das disposições contidas no
contrato de gestão por parte da organização social?
15. O que são organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP)?
16. A qualificação como Oscip é ato vinculado ou discricionário do Poder Público? A quem
compete conferir essa qualificação?
17. Quais são as áreas de atuação das OSCIP?
18. Quais entidades não podem ser qualificadas como OSCIP?
19. Quais são os órgãos responsáveis por realizar o acompanhamento e a fiscalização da
execução do objeto previsto no termo de parceira?
20. As OSCIP precisam observar os procedimentos previstos na Lei Geral de Licitações? Essas
entidades podem ser contratadas via dispensa de licitação por parte da Administração Pública?
21. Como ocorre a perda de qualificação como OSCIP?
22. É possível que uma entidade seja qualificada simultaneamente como organização social e
Oscip?
23. Quais são as entidades que podem ser consideradas organizações da sociedade civil (OSC)
para fins de aplicação da Lei 13.019/2014? É necessária qualificação formal da entidade para ser
considerada OSC?
24. Quais são os instrumentos que podem formalizar a parceria entre Administração Pública e as
OSC? Quais as diferenças entre eles?
25. A inadimplência da organização da sociedade civil quanto ao pagamento de encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no
termo de colaboração ou de fomento implica responsabilidade solidária ou subsidiaria da
Administração Pública?
26. O que é o procedimento de manifestação de interesse social previsto na Lei 13.019/2014?
27. Há alguma vedação na celebração de parceiras entre Poder Público e OSC, considerando o
objeto da parceira?

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28. A OSC é obrigada a realizar licitação para utilizar os recursos transferidos pela Administração
Pública? E regulamento próprio?
29. A OSC pode utilizar os recursos recebidos para qualquer finalidade?
30. Quais são as sanções aplicáveis pela Administração Pública à OSC no caso de execução da
parceria em desacordo com o plano de trabalho ou com a legislação?
31. O que são entidades de apoio?

Perguntas com respostas

1. O que são entidades paraestatais? O que é terceiro setor?

Paraestatais são entidades privadas, sem fins lucrativos, que exercem função típica e não
exclusiva de Estado (atividades de interesse público). Compõem o terceiro setor, não fazendo
parte da Administração Pública, embora com ela mantenham vínculo. Agem, portanto, em
colaboração com o Poder Público.

Recebem incentivo do Estado (fomento), fazendo com que seu regime jurídico de direito privado
seja parcialmente derrogado por normas de direito público, bem como se sujeitem ao controle
da Administração Pública e do Tribunal de Contas.

As paraestatais integram o chamado “terceiro setor”, composto por entidades que prestam
atividades de interesse público, por iniciativa privada, sem fins lucrativos, mesmo que não
mantenham vínculo com o Estado – só as entidades do terceiro setor que possuem vinculo com
o Poder Público são consideradas paraestatais.

O terceiro setor coexiste com o primeiro setor – Estado – e o segundo setor – o setor privado
empresarial com fins lucrativos (o mercado).

2. O que são serviços sociais autônomos?

São paraestatais que desempenham atividades de utilidade pública com vistas a beneficiar
determinados grupamentos sociais ou profissionais, geralmente voltadas para o ensino
profissionalizante e a prestação de serviços sociais (entidades do “sistema S” – Senai, Sebrae,
Sesc etc.).

3. Como se dá a criação dos serviços sociais autônomos?

Sua criação depende de autorização em lei, em razão de suas atividades serem custeadas pela
arrecadação compulsória de contribuições parafiscais – que são instituídas por lei ordinária (não
precisa de lei complementar) 1 e consideradas recursos públicos – exigidas das pessoas jurídicas

1
RE 635.682/RJ

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incluídas no setor econômico a que está vinculada a entidade, mesmo que não haja
contraprestação direta em favor do contribuinte.

4. Os serviços sociais autônomos são vinculados a qual órgão da Administração? Eles são
obrigados a prestar contas?

São vinculados ao Ministério em cuja área de competência atuam, e se sujeitam à obrigação de


prestar de contas ao Tribunal de Contas da União.

5. Os serviços sociais autônomos devem observar a lei 8.666/93? Essas entidades necessitam
realizar concurso público para admitir seu pessoal?

Não se submetem inteiramente à Lei de Licitações: estão desobrigadas de observar os


procedimentos previstos na Lei 8.666/93, mas devem observar os princípios da Administração
Pública e podem editar regulamentos próprios prevendo novas regras procedimentais 2, sendo
conveniente destacar que tais regulamentos não podem inovar na ordem jurídica – não podem
instituir novas hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação, por exemplo –, mas podem
conter, tão somente, regras procedimentais – como número mínimo de propostas, prazos, meios
de garantir publicidade etc. – em razão da competência constitucional da União para legislar
sobre normas gerais de licitação3, consoante art. 22, inciso XXVII:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para


as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III;

Por não integrarem a Administração Pública, não estão obrigadas a realizar concurso público
para admitir pessoal4.

6. Os que são organizações sociais?

Organização social é uma qualificação (ou seja, não é uma categoria de pessoa jurídica)
conferida à entidade privada instituída por particulares, sem fins lucrativos, que, por ato

2
Acórdãos 2198/2015-TCU-Plenário e 526/2013-TCU-Plenário
3
Acórdãos 3195/2014-TCU-Plenário e 1785/2013-TCU-Plenário
4
RE 789.874

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discricionário do Poder Público, recebe incentivos do Estado para desempenhar serviço público
de natureza social, mediante celebração de contrato de gestão.

7. A qualificação como organização social é ato vinculado ou discricionário do Poder Público?


A quem compete conferir essa qualificação?

Ato discricionário, dependendo da aprovação do “Ministro ou titular de órgão supervisor ou


regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da
Administração Federal e Reforma do Estado” (Lei 9.637/1998, art. 2º, inciso II).

8. Quais atividades devem ser desempenhadas pela organização social?

A organização social deve realizar atividades dirigidas “ao ensino, à pesquisa, ao


desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde”,
consoante art. 1º da Lei 9.637/1998.

9. Como se dá o fomento às organizações sociais?

O fomento às organizações sociais pode ocorrer por meio da destinação de recursos


orçamentários e de bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão, bem
como a cessão especial de servidor (arts. 12 a 14 da Lei 9.637/1998).

10. As organizações sociais são obrigadas a realizar licitação nos termos da Lei 8.666/93?

As organizações sociais estão desobrigadas de realizar licitação nos termos da Lei 8.666/1993
para aplicarem os recursos públicos recebidos, mas suas contratações devem ser realizadas de
forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios da Administração Pública e
em consonância com o disposto em regulamento próprio, nos termos do art. 17 da Lei
9.637/1998:

Art. 17. A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias
contado da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio contendo os
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como
para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.

11. O contrato gestão celebrado entre uma organização social e o Poder Público é o mesmo do
previsto no art. 37, § 8º, da CF, celebrado entre Poder Público e entidades da Administração
Direta ou Indireta?

Não, o contrato de gestão previsto constitucionalmente é firmado apenas com entidades da


Administração Direta ou Indireta com o objetivo de dotar-lhes de maior autonomia.

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Já o contrato de gestão previsto na Lei 9.649/1998, firmado com as organizações sociais, é


realizado com o objetivo de lhes possibilitarem receber fomento do Poder Público para que
desempenhem atividades de interesse público de caráter não exclusivo do Estado.

12. Nos contratos de gestão firmados com organizações sociais, qual a natureza do controle
realizado pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade
fomentada?

É um controle de resultados atingidos com a execução do contrato de gestão.

13. É necessária a realização de licitação quando a Administração Pública contrata serviços que
possam ser prestados por organizações sociais?

Quando a organização social figura como possível contratada pelo Poder Público, a Lei 8.666/93,
em seu art. 24, inciso XXIV, prevê que é dispensável a licitação “para a celebração de contratos
de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão”.

14. O que pode ocorrer caso seja constatado o descumprimento das disposições contidas no
contrato de gestão por parte da organização social?

Conforme art. 16 da Lei 9.637/1998, nesse caso o “Poder Executivo poderá proceder à
desqualificação da entidade como organização social”, devendo ser realizado prévio processo
administrativo em que seja garantida a ampla defesa, respondendo os dirigentes da entidade,
individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. Além
disso, a desqualificação importará a reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à
entidade, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.

15. O que são organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP)?

Organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) é uma qualificação (ou seja, não é
uma categoria de pessoa jurídica) conferida à entidade privada instituída por particulares, sem
fins lucrativos, que, por ato vinculado do Poder Público (Ministério da Justiça) ao cumprimento
dos requisitos estabelecidos em lei, recebe incentivos do Estado para desempenhar atividade
social ou de utilidade pública, mediante celebração de termo de parceria.

16. A qualificação como Oscip é ato vinculado ou discricionário do Poder Público? A quem
compete conferir essa qualificação?

Ato vinculado, de competência do Ministério da Justiça.

17. Quais são as áreas de atuação das OSCIP?

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A entidade a ser qualificada deve possuir objetivo social em pelo menos uma das seguintes
finalidades, constantes dos incisos I a XIII do art. 3º da Lei 9.790/1999:

I - promoção da assistência social;

II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e


artístico;

III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de


participação das organizações de que trata esta Lei;

IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de


participação das organizações de que trata esta Lei;

V - promoção da segurança alimentar e nutricional;

VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do


desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;

IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de


sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e


assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da


democracia e de outros valores universais;

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção


e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam
respeito às atividades mencionadas neste artigo.

XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a


implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer
meio de transporte.

18. Quais entidades não podem ser qualificadas como OSCIP?

É vedada a outorga de qualificação como Oscip, mesmo que se dediquem às atividades


previstas nos incisos I a XIII do art. 3º da Lei 9.790/1999, às seguintes entidades:

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I - as sociedades comerciais;

II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria


profissional;

III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,


práticas e visões devocionais e confessionais;

IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;

V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços


a um círculo restrito de associados ou sócios;

VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e


assemelhados;

VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;

VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas


mantenedoras;

IX - as organizações sociais;

X - as cooperativas;

XI - as fundações públicas;

XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por


órgão público ou por fundações públicas;

XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o


sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

19. Quais são os órgãos responsáveis por realizar o acompanhamento e a fiscalização da


execução do objeto previsto no termo de parceira?

O termo de parceira é fiscalizado, quanto à execução, pelo órgão do Poder Público da área de
atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas de
atuação existentes, em cada nível de governo.

20. As OSCIP precisam observar os procedimentos previstos na Lei Geral de Licitações? Essas
entidades podem ser contratadas via dispensa de licitação por parte da Administração Pública?

As Oscip estão desobrigadas de realizar licitação nos termos dos procedimentos previstos na Lei
8.666/1993 para aplicarem os recursos públicos recebidos, mas suas contratações devem ser

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realizadas de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios da


Administração Pública e em consonância com o disposto em regulamento próprio, nos termos
do art. 14 da Lei 9.790/1999:

Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias,
contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como
para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público,
observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4 o desta Lei.

Os princípios aludidos no dispositivo normativo, previstos no inciso I do art. 4º da mesma lei, são
os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência.

Ao contrário das organizações sociais, as Oscip não podem ser contratadas pela Administração
Pública por dispensa de licitação (ou seja, não há tal hipótese de dispensa de licitação para
contratar Oscip, somente organização social).

21. Como ocorre a perda de qualificação como OSCIP?


Com relação à perda de qualificação de Oscip, a lei dispõe que poderá se dar a pedido da
própria entidade ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de
iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido
contraditório.
Convém lembrar que no caso das organizações sociais, há previsão de perda de qualificação
apenas via processo administrativo, por procedência do Poder Executivo.
22. É possível que uma entidade seja qualificada simultaneamente como organização social e
Oscip?

Atualmente, não é possível que uma entidade seja qualificada simultaneamente como
organização social e Oscip, em razão do decurso do prazo estabelecido no art. 18º da Lei
9.790/1999:

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com
base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos aos requisitos para tanto
exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até
cinco anos contados da data de vigência desta Lei.

§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter a


qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia
automática de suas qualificações anteriores.

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§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica
perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.

23. Quais são as entidades que podem ser consideradas organizações da sociedade civil (OSC)
para fins de aplicação da Lei 13.019/2014? É necessária qualificação formal da entidade para ser
considerada OSC?

A Lei 13.019/2014, em seu art. 2º, dispõe que são consideradas organizações da sociedade civil
as seguintes entidades:

a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou
associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais
resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções
de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos
==225f==

mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na


consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da
constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva;

b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999;


as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social;
as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho
e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou
capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para
execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social.

c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse


público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos;

Assim, basta que a entidade se enquadre em uma das espécies em cima para que seja
considerada organização da sociedade civil, não sendo prevista uma qualificação formal a ser
conferida pelo Poder Público.

24. Quais são os instrumentos que podem formalizar a parceria entre Administração Pública e as
OSC? Quais as diferenças entre eles?

Os instrumentos são: termo de colaboração, termo de fomento e acordo de cooperação, cujas


definições são as seguintes (Lei 13.019/2014, art. 2º, incisos VII a VIII-A):

VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela
administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;

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VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas
organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros;

VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não
envolvam a transferência de recursos financeiros;

Todos esses instrumentos possuem em comum a finalidade de execução de atividades de


interesse público e recíproco. Por outro lado, esses instrumentos se diferem em alguns pontos:

- o termo de colaboração é proposto pela Administração Pública e envolve a


transferência de recursos financeiros, sendo exigido, como regra, chamamento público
previamente à celebração da parceria, exceto quando envolvam recursos decorrentes
de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais;
- o termo de fomento é proposto pela Organização da Sociedade Civil, e, assim como o
termo de colaboração, envolve a transferência de recursos financeiros, sendo também
exigido, como regra, chamamento público previamente à celebração da parceria,
exceto quando envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis
orçamentárias anuais;
- independentemente de quem propõe a parceria, caso não haja transferência de
recursos financeiros, o instrumento a ser utilizado deverá ser o acordo de cooperação.
Em regra, esta parceria não depende de prévio chamamento público, exceto quando o
objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de
compartilhamento de recurso patrimonial.

Nos termos dos art. 2º, inciso XII da lei 13.019/2014, o chamamento público é um procedimento
destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de
colaboração ou de fomento. Nesse procedimento devem ser garantidos a observância dos
princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Por outro lado, insta destacar que a Lei 13.019/2014 prevê, ainda, hipóteses taxativas de sua
dispensa e exemplificativas de sua inexigibilidade, nos seguintes termos:

Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento


público:

- no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de


atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;

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II - nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou


ameaça à paz social;

III - quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou


em situação que possa comprometer a sua segurança;

IV - (VETADO).

V - (VETADO);

VI - no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e


assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil
previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política.

Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de


inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da
natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser
atingidas por uma entidade específica, especialmente quando:

I - o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou


compromisso internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os
recursos;

II - a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja


autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária,
inclusive quando se tratar da subvenção prevista no inciso I do § 3o do art. 12 da Lei
no 4.320, de 17 de março de 1964, observado o disposto no art. 26 da Lei
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000.

25. A inadimplência da organização da sociedade civil quanto ao pagamento de encargos


trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no
termo de colaboração ou de fomento implica responsabilidade solidária ou subsidiaria da
Administração Pública?

Não, nesse caso a responsabilidade é exclusiva da organização social, conforme disposição


expressa na Lei 13.019/2014 nos seguintes termos:

Art. 42. As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de


colaboração, de termo de fomento ou de acordo de cooperação, conforme o caso,
que terá como cláusulas essenciais:

(...)

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XX - a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento


dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à
execução do objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, não implicando
responsabilidade solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência da
organização da sociedade civil em relação ao referido pagamento, os ônus incidentes
sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua execução.

26. O que é o procedimento de manifestação de interesse social previsto na Lei 13.019/2014?

A Lei 13.019/2014 prevê o procedimento de manifestação de interesse social como instrumento


por meio do qual as organizações da sociedade civil, os movimentos sociais e os cidadãos
poderão apresentar propostas ao Poder Público para que este avalie a possibilidade – ou seja,
não há obrigatoriedade à Administração – de realização de um chamamento público objetivando
a celebração de parceria.

27. Há alguma vedação na celebração de parceiras entre Poder Público e OSC, considerando o
objeto da parceira?

Sim, de acordo com o art. 40 da Lei 13.109/2014, são vedadas a celebração de parcerias
previstas nesta Lei que tenham por objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente,
delegação das funções de regulação, de fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de
outras atividades exclusivas de Estado.

28. A OSC é obrigada a realizar licitação para utilizar os recursos transferidos pela Administração
Pública? E regulamento próprio?

Assim como as organizações sociais e as Oscip, as organizações da sociedade civil estão


desobrigadas de realizar licitação conforme a Lei 8.666/93. Entretanto, ao contrário daquelas
primeiras, estão também desobrigadas de seguir regulamento próprio para empregar recursos
transferidos pela Administração Pública, tudo isso em razão do estabelecido no art. 84 da Lei
13.019/2014:

Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei n o 8.666, de
21 de junho de 1993.

29. A OSC pode utilizar os recursos recebidos para qualquer finalidade?

As organizações da sociedade civil estão vedadas de utilizar recursos vinculados à parceria em


finalidade diversa do objeto pactuado, estando sujeitas a serem sancionadas pela Administração
Pública na hipótese de execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as
normas legais.

30. Quais são as sanções aplicáveis pela Administração Pública à OSC no caso de execução da
parceria em desacordo com o plano de trabalho ou com a legislação?

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As possíveis sanções são as previstas nos incisos I a III do art. 73 da Lei 13019/2014:

I - advertência;

II - suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de


celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da
administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos;

III - declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar


parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo,
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que
será concedida sempre que a organização da sociedade civil ressarcir a administração
pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com
base no inciso II.

31. O que são entidades de apoio?

São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores púbicos,
em nome próprio, sob forma de fundação, associação ou cooperativa, para prestação, em
caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, vinculadas à Administração Pública
(direta ou indireta), em regra, mediante convênio.

Um exemplo dessas entidades são as fundações instituídas com a finalidade de apoiar projetos
de ensino e pesquisa de interesse das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e demais
Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTS), disciplinadas pela Lei 8.958/1994.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (FCC/2009/TRT 3/AJAA) Os contratos de gestão realizados entre a Administração e as
denominadas Organizações Sociais
a) não caracterizam convênio administrativo, não se sujeitando, pois, à fiscalização e controle por
parte do Tribunal de Contas.
b) são sempre passíveis de fiscalização e controle pelo Tribunal de Contas.
c) podem ser celebrados com dispensa de licitação, em função de autorização legal específica,
não estando sujeitos, nessa hipótese, ao controle e fiscalização pelo Tribunal de Contas.
d) sujeitam-se ao controle e fiscalização por parte do Tribunal de Contas, exceto quando tenham
por objeto a gestão de serviço público não-exclusivo.
e) são equiparados a convênio administrativo, quando celebrados com entidades com finalidade
lucrativa, sujeitando-se, apenas em tal hipótese, ao controle e fiscalização por parte do Tribunal
de Contas.

2. (FCC/2012/TCE-SP) OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público é uma


organização
a) pública voltada para a promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar.
b) social especializada exclusivamente na defesa, preservação, conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento sustentável.
c) privada cuja função é única e exclusiva de atender aos interesses do seu grupo fundador, ou
administrador, como os sindicatos, as cooperativas, as associações de seguro mútuo etc.
d) da sociedade civil formada espontaneamente para a execução de certo tipo de atividade de
interesse público, mas que não é reconhecida em nosso ordenamento jurídico.
e) jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham as finalidades
determinadas

3. (FCC/2012/TCE-SP/Agente de Fiscalização Financeira – Administração) O acordo de


cooperação para o fomento e a execução de uma ou mais das atividades de interesse
público previstas em Lei, firmado entre a entidade qualificada como OSCIP - Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público e o Poder Público denomina-se
a) licitação pública.
b) termo de parceria.

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c) contrato social.
d) convênio social.
e) termo de convênio.

4. (FCC/2008/TRT 19/AJAA) Quando celebram termo de parceria com a Administração Pública,


as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público − OSCIPs, como entidades do
terceiro setor,
a) passam a integrar a Administração Direta.
b) exercem atividade privada de interesse público.
c) transformam-se em empresas estatais.
d) exercem atividade de direito público.
e) não estão sujeitas a fiscalização por parte do Tribunal de Contas.

5. (2014/TCE-GO/ACE – ÁREA JURÍDICA). As Organizações Sociais e as Organizações da


Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) apresentam características peculiares que as
distinguem uma das outras, justamente em razão de serem entidades diversas, previstas em
legislações próprias. Sobre o tema, considere as seguintes assertivas:
I. Não celebram contratos de gestão com o Poder Público, mas termos de parceria.
II. O Poder Público não participa de seus quadros diretivos.
III. Não há trespasse de servidores públicos para nelas prestar serviço.
IV. O objeto da atividade delas é muito mais amplo que o das Organizações Sociais,
compreendendo, inclusive, finalidades de benemerência social.
As OSCIPs distinguem-se das Organizações Sociais, entre outros pontos relevantes, pelo
descrito em
(A) II, III e IV, apenas.
(B) I, apenas.
(C) I e IV, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II, III e IV.

6. (FCC/2011/TRE TO/AJAJ) De acordo com a Organização Administrativa Brasileira, o SESI, o


SESC e o SENAI são entidades
a) estatais.

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b) paraestatais.
c) autárquicas.
d) fundacionais.
e) empresariais.

7. (FCC/2022/SEFAZ-PE/Auditor Fiscal do Tesouro Estadual) As organizações sociais, como


entidades integrantes do terceiro setor,

a) sujeitam-se ao fornecimento de informações relativas às atividades e aos serviços


desempenhados em razão do contrato de gestão firmado com o ente público;

b) obrigam-se às regras de contratação aplicáveis à Administração Pública, em razão do


==225f==

recebimento de recursos públicos, seja para serem contratadas, seja para realizarem
contratações com terceiros;

c) subordinam-se às disposições e aos limites da Lei Complementar n° 101/2000 (Lei de


Responsabilidade Fiscal), em razão do vínculo estabelecido com a Administração Pública;

d) vinculam-se à Administração Pública mediante celebração de uma das modalidades de


parceria estabelecidas pela Lei n° 13.019/2014, dispensada, para tanto, a realização de
chamamento;

e) celebram instrumento contratual, denominado contrato de gestão, por meio do qual se


estabelece a delegação da titularidade e da execução de serviços públicos a entidade privada,
mediante remuneração por execução unitária.

8. (FCC/2022/TRT - 22ª Região (PI)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal)


Conforme jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e do TCU, embora ostentem
personalidade de direito privado, aplicam-se aos serviços sociais autônomos criados em
âmbito federal (“Sistema S”) algumas normas típicas do regime jurídico-administrativo,
dentre elas,

a) a fiscalização pelo Tribunal de Contas da União;

b) o pagamento de suas dívidas por precatórios;

c) a competência da Justiça Federal para julgamento das ações em que forem parte;

d) a obrigatoriedade de concurso público para admissão de pessoal de caráter permanente;

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e) a observância das regras constantes da legislação federal sobre licitações.

9. (FCC/2022/TRT - 22ª Região (PI)/Analista Judiciário - Área Judiciária) As chamadas


Organizações Sociais (OS) são entes de colaboração com a Administração Pública e seu
regime legal se caracteriza

a) por serem escolhidas mediante processo licitatório, para desempenho de serviços públicos em
caráter descentralizado;

b) pela participação de representantes do Poder Público em seu conselho de administração;

c) pela obrigatoriedade de seleção de seus funcionários por concurso, em vista do princípio da


impessoalidade;

d) pelo exercício de quaisquer atividades de interesse público, desde que não haja finalidade
lucrativa;

e) pela celebração de termo de parceria, em que são fixadas as regras do regime de colaboração
entre a OS e o Poder Público.

10. (FCC/2022/SEFAZ-AP/Fiscal da Receita Estadual/Conhecimentos Gerais) Considere que


determinado Estado da Federação esteja executando programa sócio-habitacional destinado
à população de baixa renda irregularmente instalada em núcleos urbanos informais. Referido
programa envolve, além da construção de unidades habitacionais, disponibilização de cursos
de capacitação profissional em áreas com demanda de mão de obra previamente mapeada,
a exemplo dos setores de tecnologia e inovação. Uma organização da sociedade civil sem
fins lucrativos, voltada para a área de capacitação profissional, que arrecadou recursos
financeiros consideráveis em evento internacional recentemente realizado, procurou
representantes daquele ente federativo com pretensão de convergir esforços para o sucesso
do programa. Como possível solução para a concretização da pretensão da mencionada
organização,

a) não se poderia cogitar da doação de recursos diretamente ao ente federativo, uma vez que a
Lei Federal nº 14.133, de 1º de abril de 2021, vedou os entes públicos de receberem
transferências gratuitas de bens e direitos, quando realizados por pessoas jurídicas de direito
privado;

b) a celebração de termo de colaboração, regido pela Lei federal nº 13.019, de 31 de julho de


2014, possibilita que a pessoa jurídica de direito privado que propôs a parceria transfira, ao ente

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público, bens, recursos financeiros e mão de obra para viabilizar a execução de parte do
programa;

c) está a formalização de acordo de cooperação entre a pessoa jurídica de direito privado e o


ente público, nos termos da Lei federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014, por meio do qual a
organização da sociedade civil poderá custear e executar cursos de capacitação profissional
destinados ao público atendido pelo programa;

d) a participação da organização da sociedade civil deveria ficar restrita à transferência voluntária


e gratuita de recursos financeiros ao ente público, destinados exclusivamente para atividades
abrangidas pelas finalidades estatutárias da pessoa jurídica de direito privado;

e) é vedada a celebração de convênio, porque este instrumento é restrito a entes com


personalidade jurídica de direito público, admissível apenas excepcionalmente a empresas
estatais, porque dotadas de personalidade jurídica híbrida.

Gabarito

1. Letra B 5. Letra E 9. Letra B


2. Letra E 6. Letra B 10. Letra C
3. Letra B 7. Letra A
4. Letra B 8. Letra A

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==225f==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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