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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Petronio Castro LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Dispõe sobre a educação ambiental, institui a


-Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 e alterações - Política Nacional de Educação Ambiental e dá
Dispões sobre educação ambiental, institui a Política outras providências.
1
Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências;
-Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e alterações - O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
2
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e
dá outras providências;
CAPÍTULO I
-Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a lei nº DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
3
9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por
providências; meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
-Decreto nº 10.936, de 12 de janeiro de 2022. sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
4 Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
-Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e alterações - sustentabilidade.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
5 Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e
Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, permanente da educação nacional, devendo estar presente,
de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do
de 28 de dezembro de 1989; processo educativo, em caráter formal e não-formal.
-Lei nº 6.381, de 25 de julho de 2000, e alterações -
6 dispões sobre a Política de Recursos Hídricos do
Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos
Estado;
têm direito à educação ambiental, incumbindo:
-Lei nº 5.887, de 09 de maio de 1995, e alterações;
7 (Dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da
e dá outras providências) Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem
a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em
-Lei Complementar nº 140, de 08 de dezembro de
2011, e alterações, se houver; Fixa normas para a todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na
cooperação entre a União, os Estados, o Distrito conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
8 Federal e os Municípios nas ações administrativas II - às instituições educativas, promover a educação ambiental
decorrentes do exercício da competência comum de maneira integrada aos programas educacionais que
relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, desenvolvem;
à proteção do meio ambiente, etc.)
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio
-Resolução CONAMA nº 01, de 23 de janeiro de 1986.
9 Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para
Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental
a avaliação de impacto ambiental; integradas aos programas de conservação, recuperação e
melhoria do meio ambiente;
-Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de
10 IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira
1997; (Licenciamento Ambiental)
-Resolução COEMA ad referendum nº 127, de 18 de ativa e permanente na disseminação de informações e práticas
novembro de 2016. Estabelece os procedimentos e educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão
critérios para o Licenciamento Ambiental ambiental em sua programação;
Simplificado, denominado SIMPLES AMBIENTAL, de V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e
11
empreendimentos e/ou atividades de baixo potencial privadas, promover programas destinados à capacitação dos
poluidor/degradador, no âmbito da Secretaria
trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre
Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do
Pará – SEMAS, e dá outras providências;
o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do
processo produtivo no meio ambiente;
12 -Resolução COEMA nº 162 de 02 de fevereiro de 2021.
Estabelece as atividades de impacto ambiental local, VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente
para fins de licenciamento ambiental, de à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a
competência dos Municípios no âmbito do Estado do atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a
Pará, e dá outras providências; identificação e a solução de problemas ambientais.

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Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: CAPÍTULO II


I - o enfoque humanista, holístico, democrático e DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
participativo; Seção I
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, Disposições Gerais
considerando a interdependência entre o meio natural, o
Art. 6º É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.
sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da
sustentabilidade; Art. 7º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em
sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes
III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na
do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições
perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;
educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
práticas sociais; dos Municípios, e organizações não-governamentais com
V - a garantia de continuidade e permanência do processo atuação em educação ambiental.
educativo; Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional de
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação
VII - a abordagem articulada das questões ambientais em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas
locais, regionais, nacionais e globais; de atuação inter-relacionadas:
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à I - capacitação de recursos humanos;
diversidade individual e cultural. II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e
experimentações;
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação III - produção e divulgação de material educativo;
ambiental: IV - acompanhamento e avaliação.
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do § 1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação
meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, Ambiental serão respeitados os princípios e objetivos fixados
envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, por esta Lei.
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e § 2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para:
éticos;
I - a incorporação da dimensão ambiental na formação,
II - a garantia de democratização das informações especialização e atualização dos educadores de todos os níveis
ambientais; e modalidades de ensino;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência II - a incorporação da dimensão ambiental na formação,
crítica sobre a problemática ambiental e social; especialização e atualização dos profissionais de todas as
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, áreas;
permanente e responsável, na preservação do equilíbrio III - a preparação de profissionais orientados para as atividades
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade de gestão ambiental;
ambiental como um valor inseparável do exercício da
IV - a formação, especialização e atualização de profissionais
cidadania;
na área de meio ambiente;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do
V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da
País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à
sociedade no que diz respeito à problemática ambiental.
construção de uma sociedade ambientalmente
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, § 3º As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-
igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, se-ão para:
responsabilidade e sustentabilidade; I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias,
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a visando à incorporação da dimensão ambiental, de forma
ciência e a tecnologia; interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades de ensino;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações
povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da sobre a questão ambiental;
humanidade. III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias,
visando à participação dos interessados na formulação e
execução de pesquisas relacionadas à problemática
ambiental;
IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de
capacitação na área ambiental;
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais,
incluindo a produção de material educativo;
VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens,
para apoio às ações enumeradas nos incisos I a V.
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Seção II III - a participação de empresas públicas e privadas no


Da Educação Ambiental no Ensino Formal desenvolvimento de programas de educação ambiental em
parceria com a escola, a universidade e as organizações não-
Art. 9º Entende-se por educação ambiental na educação
governamentais;
escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das
instituições de ensino públicas e privadas, englobando: IV - a sensibilização da sociedade para a importância das
I - educação básica: unidades de conservação;
a) educação infantil; V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais
ligadas às unidades de conservação;
b) ensino fundamental e
c) ensino médio; VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
II - educação superior; VII - o ecoturismo.
III - educação especial;
IV - educação profissional; Art. 13-A. Fica instituída a Campanha Junho Verde, a ser
V - educação de jovens e adultos. celebrada anualmente como parte das atividades da educação
ambiental não formal. (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como
uma prática educativa integrada, contínua e permanente § 1º O objetivo da Campanha Junho Verde é desenvolver o
em todos os níveis e modalidades do ensino formal. entendimento da população acerca da importância da
conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como
vivos e do controle da poluição e da degradação dos recursos
disciplina específica no currículo de ensino.
naturais, para as presentes e futuras gerações. (Incluído pela
§ 2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas Lei nº 14.393, de 2022)
voltadas ao aspecto metodológico da educação
ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a
criação de disciplina específica. § 2º A Campanha Junho Verde será promovida pelo poder
§ 3º Nos cursos de formação e especialização técnico- público federal, estadual, distrital e municipal em parceria com
escolas, universidades, empresas públicas e privadas, igrejas,
profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado
comércio, entidades da sociedade civil, comunidades
conteúdo que trate da ética ambiental das atividades
tradicionais e populações indígenas, e incluirá ações
profissionais a serem desenvolvidas.
direcionadas para: (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos
I- divulgação de informações acerca do estado de conservação
de formação de professores, em todos os níveis e em
das florestas e biomas brasileiros e dos meios de participação
todas as disciplinas.
ativa da sociedade para a sua salvaguarda; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Os professores em atividade devem 14.393, de 2022)
receber formação complementar em suas áreas de
II- fomento à conservação e ao uso de espaços públicos
atuação, com o propósito de atender adequadamente ao
urbanos por meio de atividades culturais e de educação
cumprimento dos princípios e objetivos da Política
Nacional de Educação Ambiental. ambiental; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
III- conservação da biodiversidade brasileira e plantio e uso de
Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de
espécies vegetais nativas em áreas urbanas e rurais; (Incluído
instituições de ensino e de seus cursos, nas redes pública
e privada, observarão o cumprimento do disposto nos pela Lei nº 14.393, de 2022)
arts. 10 e 11 desta Lei. IV- sensibilização acerca da redução de padrões de consumo,
da reutilização de materiais, da separação de resíduos sólidos
Seção III
na origem e da reciclagem; (Incluído pela Lei nº 14.393, de
Da Educação Ambiental Não-Formal 2022)
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal V- divulgação da legislação ambiental brasileira e dos
as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da princípios ecológicos que a regem; (Incluído pela Lei nº 14.393,
coletividade sobre as questões ambientais e à sua de 2022)
organização e participação na defesa da qualidade do
meio ambiente. VI- debate sobre transição ecológica das cadeias produtivas,
economia de baixo carbono e carbono neutro; (Incluído pela
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, Lei nº 14.393, de 2022)
estadual e municipal, incentivará:
VII- inovação ambiental por meio de projetos educacionais
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de relacionados ao potencial da biodiversidade do País; (Incluído
massa, em espaços nobres, de programas e campanhas pela Lei nº 14.393, de 2022)
educativas, e de informações acerca de temas
VIII- preservação da cultura dos povos tradicionais e indígenas
relacionados ao meio ambiente;
que habitam biomas brasileiros, inseridos no contexto da
II - a ampla participação da escola, da universidade e de proteção da biodiversidade do País; (Incluído pela Lei nº
organizações não-governamentais na formulação e 14.393, de 2022)
execução de programas e atividades vinculadas à
educação ambiental não-formal;
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IX- debate sobre as mudanças climáticas e seus impactos Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na
nas cidades e no meio rural, com a participação dos esfera de sua competência e nas áreas de sua jurisdição,
Poderes Legislativos estaduais, distrital e municipais; definirão diretrizes, normas e critérios para a educação
(Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022) ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política
X- estímulo à formação da consciência ecológica cidadã a Nacional de Educação Ambiental.
respeito de temas ambientais candentes, em uma
perspectiva transdisciplinar e social transformadora, Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação
pautada pela ética intergeracional; (Incluído pela Lei nº de recursos públicos vinculados à Política Nacional de
14.393, de 2022) Educação Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta
XI- debate, em todos os níveis e modalidades do processo os seguintes critérios:
educativo, sobre ecologia, conservação ambiental e I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da
cadeias produtivas; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022) Política Nacional de Educação Ambiental;
XII- fomento à conscientização ambiental em áreas II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e do Sistema
turísticas, com estímulo ao turismo sustentável; (Incluído Nacional de Educação;
pela Lei nº 14.393, de 2022)
III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude
XIII- divulgação e disponibilização de estudos científicos e dos recursos a alocar e o retorno social propiciado pelo plano
de soluções tecnológicas adequadas às políticas públicas ou programa proposto.
de proteção do meio ambiente; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste
14.393, de 2022)
artigo, devem ser contemplados, de forma equitativa, os
XIV- promoção de ações socioeducativas destinadas a planos, programas e projetos das diferentes regiões do País.
diferentes públicos nas unidades de conservação da
Art. 18. (VETADO)
natureza em que a visitação pública é permitida; (Incluído
pela Lei nº 14.393, de 2022) Art. 19. Os programas de assistência técnica e financeira
relativos a meio ambiente e educação, em níveis federal,
XV- debate, divulgação, sensibilização e práticas
estadual e municipal, devem alocar recursos às ações de
educativas atinentes às relações entre a degradação
educação ambiental.
ambiental e o surgimento de endemias, epidemias e
pandemias, bem como à necessidade de conservação CAPÍTULO IV
adequada do meio ambiente para a prevenção delas; e DISPOSIÇÕES FINAIS
(Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022) Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
XVI- conscientização relativa a uso racional da água, noventa dias de sua publicação, ouvidos o Conselho Nacional
escassez hídrica, acesso a água potável e tecnologias de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Educação.
disponíveis para melhoria da eficiência hídrica. (Incluído Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
pela Lei nº 14.393, de 2022)
Brasília, 27 de abril de 1999; 178º da Independência e 111º da
§ 3º Na Campanha Junho Verde, será observado o República.
conceito de Ecologia Integral, que inclui dimensões
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
humanas e sociais dos desafios ambientais. (Incluído pela
Lei nº 14.393, de 2022) Paulo Renato Souza
José Sarney Filho
CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO DICA
AMBIENTAL
Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Educação ÓRGÃO GESTOR DA POLÍTICA NACIONAL
Ambiental ficará a cargo de um órgão gestor, na forma DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
definida pela regulamentação desta Lei.
Art. 15. São atribuições do órgão gestor:
O Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental
I - definição de diretrizes para implementação em âmbito (PNEA), composto pelos Ministérios do Meio Ambiente
nacional; (MMA) e da Educação (MEC), foi instituído em junho de 2003,
II - articulação, coordenação e supervisão de planos, com a missão de materializar a Lei nº 9.795/1999 e o Decreto
programas e projetos na área de educação ambiental, em nº 4.281/2002 e é representado:
âmbito nacional; - pela DIRETORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL do Ministério do
III - participação na negociação de financiamentos a Meio Ambiente (DEA/MMA); e
planos, programas e projetos na área de educação - pela COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL do
ambiental. Ministério da Educação (CGEA/MEC).

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EXERCÍCIOS 03. (2016 - EDUCA - Prefeitura de Maturéia - PB - Analista


(LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999) Ambiental) A Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, dispõe
acerca da educação ambiental e instituiu a Política
Nacional de Educação Ambiental. A partir dos
01. (2015 - NC-UFPR - ITAIPU BINACIONAL - Pedagogia) De conhecimentos dessa lei, assinale a alternativa ERRADA:
acordo com a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que a) Cabe ao Poder Público definir políticas públicas que
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá incorporem a dimensão ambiental, promover a educação
outras providências, entende-se por Educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da
Ambiental os processos: sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio
a) de aprendizagem social em que o indivíduo e suas ambiente.
comunidades desenvolvem formas de convívio
b) É de incumbência das instituições educativas colaborar de
harmonioso com a natureza, garantindo a qualidade de
maneira ativa e permanente na disseminação de informações
vida e a sustentabilidade ambiental.
e práticas educativas sobre o meio ambiente e incorporar a
b) de desenvolvimento, formação e aprendizagem por dimensão ambiental no ensino.
meio dos quais o indivíduo e a coletividade assumem
c) Cabe à sociedade como um todo, manter atenção
novos comportamentos em relação ao meio ambiente, à
permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que
sua comunidade e aos valores sociais.
propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a
c) e ações que visam a formação da cidadania para a prevenção, a identificação e a solução de problemas
construção de competências voltadas à conservação do ambientais.
meio ambiente e à promoção da qualidade de vida da
d) É de incumbência das empresas, entidades de classe,
população.
instituições públicas e privadas, promover programas
d) pelos quais a escola e as demais instituições educativas
destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à
sensibilizam a população para a necessidade de convívio
melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho,
harmonioso com a natureza, garantindo a qualidade de
bem como sobre as repercussões do processo produtivo no
vida e a sustentabilidade ambiental.
meio ambiente.
e) por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
e) Cabe aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
Ambiente (Sisnama) promover ações de educação ambiental,
atitudes e competências voltadas para a conservação do
integradas aos programas de conservação, recuperação e
meio ambiente.
melhoria do meio ambiente.

02. (2016 - FCC - SEGEP-MA - Analista Ambiental –


Pedagogo) A Lei Federal nº 9.795/99, em seu Artigo 1º, 04. (2016 - AMEOSC - Prefeitura de Palma Sola - SC - Agente de
define a educação ambiental como: Defesa Civil) Assinale a alternativa incorreta. Segundo o
disposto na Lei nº 9.795/1999, são princípios básicos da
a) os caminhos que permitem o debate sobre as formas de
educação ambiental:
combater e superar os danos socioambientais, assim
como os próprios modos de vida das sociedades com a) O enfoque humanista, holístico, democrático e
desenvolvimento industrial e agrícola desordenados. participativo.
b) os processos por meio dos quais o indivíduo e a b) A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, práticas sociais.
habilidades, atitudes e competências voltadas para a c) A concepção do meio ambiente em sua totalidade,
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do desconsiderando a interdependência entre o meio natural, o
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da
sustentabilidade. sustentabilidade.
c) o conjunto de interações e relações entre coletivos d) A abordagem articulada das questões ambientais locais,
sociais e instituições públicas que gerem uma regionais, nacionais e globais.
sensibilidade ética em defesa do crescimento econômico,
com custo mínimo ao meio ambiente e seus diferentes
recursos. 05. (2013 - FUNCAB - SEE-AC - Professor - Música) De acordo
o Inciso I do art. 4° da Lei nº 9.795/1999, a Educação
d) o processo de interações dialógicas que toma como
Ambiental terá enfoque em alguns princípios básicos. São
pressuposto a modernização socioambiental mediante o
alguns desses princípios:
uso de mecanismos tecnológicos e de indicadores, visando
combinar desenvolvimento econômico com preservação a) humanista e holístico.
do meio ambiente. b) participativo e exclusivo
e) as práticas e processos que levam os indivíduos a c) democrático e individualizado.
considerarem os laços existentes entre a identidade, os d) conformista e reprodutor.
modos de vida e a natureza, bem como a conscientização
e) operatório e determinista.
de que pela mediação do meio ambiente é possível o
reencontro com nossa humanidade e com os seres vivos.
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06. (2015 - VUNESP - Câmara Municipal de Itatiba - SP - 09. (2015 - NC-UFPR - ITAIPU BINACIONAL - Pedagogia) A ética
Advogado) É princípio estabelecido pela Lei de é um tema relevante no contexto dos debates sobre a
Educação Ambiental (Lei no 9.795/99): Educação Ambiental. Nesse sentido, a Política Nacional de
a) o desenvolvimento de uma compreensão integrada do Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99) no Brasil aponta que
meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, a ética ambiental deve ser tratada:
envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, a) nos currículos dos cursos de Direito e Engenharias, bem
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e como nos cursos técnico-profissionalizantes vinculados ao
éticos. Ensino Médio.
b) a garantia de democratização das informações b) na formação de professores de todos os níveis de ensino,
ambientais. em especial, na formação de professores da Educação Básica.
c) o estímulo e fortalecimento de uma consciência crítica
c) em todos os documentos relativos às políticas públicas
sobre a problemática ambiental e social.
educacionais de estados e municípios, bem como no sistema
d) o incentivo à participação individual e coletiva, de formação de gestores para o meio empresarial.
permanente e responsável, na preservação do equilíbrio
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade d) nos cursos de formação de professores e de magistrados,
ambiental como um valor inseparável do exercício da bem como nas áreas tecnológicas e de meio ambiente.
cidadania. e) nos cursos de formação e especialização técnico-
e) a abordagem articulada das questões ambientais locais, profissional, em todos os níveis.
regionais, nacionais e globais.

07. (2015 - NC-UFPR - ITAIPU BINACIONAL - Pedagogia) A 10. (2015 - NC-UFPR - ITAIPU BINACIONAL - Pedagogia) No
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, institui a Política Brasil, depois de promulgada a Política Nacional de
Nacional de Educação Ambiental no Brasil. Em relação Educação Ambiental (PNEA, Lei 9.795/99), foram criadas,
à ação educativo-ambiental no âmbito dos sistemas de respectivamente, nos Ministérios da Educação e do Meio
ensino, a lei aponta que educação escolar, em Ambiente, as seguintes instâncias com atribuições de
instituições de ensino públicas e privadas, engloba: execução da PNEA:
a) Educação Básica, Educação Superior, Educação Especial,
a) Direção de Assuntos Educacionais e Coordenação Nacional
Educação Profissional e Educação de Jovens e Adultos.
de Ações Ambientais.
b) Ensino Fundamental, Educação Infantil, Ensino Médio e
Educação Profissional. b) Coordenação Nacional de Educação Ambiental e Diretoria
c) Educação Básica, Pronatec, Ensino Fundamental, Ensino das Escolas Sustentáveis.
Médio e Profissional e Educação de Jovens e Adultos. c) Coordenação Geral de Educação Ambiental e Diretoria de
d) Educação Básica, Educação Superior, Educação de Educação Ambiental.
Jovens e Adultos, Pronatec e Educação Infantil e Creches. d) Diretoria de Educação Ambiental e Coordenação Nacional
e) Educação Infantil e Creches, Ensino Fundamental, das Escolas Sustentáveis.
Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Ensino e) Diretoria de Desenvolvimento Sustentável e Diretoria de
Médio. Educação Ambiental.

08. (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de


1a Classe) Assinale a alternativa correta, no que tange
à Educação Ambiental no Ensino Formal, em
conformidade com o estabelecido pela Lei nº 9.795/99.
a) Nos cursos de formação e especialização técnico- GABARITO
profissional, em todos os níveis, é facultada a
(LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999)
incorporação de conteúdo que trate da ética ambiental
das atividades profissionais a serem desenvolvidas. 01. E 06. E
b) A dimensão ambiental poderá constar dos currículos de 02. B 07. A
formação de professores, em todos os níveis e em todas 03. B 08. C
as disciplinas.
04. C 09. E
c) A educação ambiental não deve ser implantada como
disciplina específica no currículo de ensino. 05. A 10. C
d) Aos professores em atividade é facultado receberem
formação complementar em suas áreas de atuação, com
o propósito de atender adequadamente os princípios e
objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
e) Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas
voltadas ao aspecto metodológico da educação
ambiental, é obrigatória a criação de disciplina específica.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

LEI FEDERAL Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite,
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981
abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus das características do meio ambiente;
fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante
providências.
de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o população;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
b) criem condições adversas às atividades sociais e
Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do econômicas;
art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política
c) afetem desfavoravelmente a biota;
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa ambiente;
Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
causadora de degradação ambiental;
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores,
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes
princípios: DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio AMBIENTE
ecológico, considerando o meio ambiente como um Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social
protegido, tendo em vista o uso coletivo; com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do equilíbrio ecológico;
ar; II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos
ambientais; interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, do
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de Territórios e dos Municípios;
áreas representativas; III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
efetivamente poluidoras; ambientais;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais; ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à
divulgação de dados e informações ambientais e à formação
VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
de uma consciência pública sobre a necessidade de
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com
inclusive a educação da comunidade, objetivando vistas á sua utilização racional e disponibilidade permanente,
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
ambiente. propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 7


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente serão formuladas em normas e planos, Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o
destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer
Municípios no que se relaciona com a preservação da executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para
qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências;
ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. (Redação dada pela Lei nº 12.856, de 2013)
2º desta Lei. V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais
Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo
privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a
da Política Nacional do Meio Ambiente. degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de
1989)
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais,
responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades,
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do
nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela Lei nº 7.804, de
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem
1989)
como as fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade § 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas
ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e
Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: complementares e padrões relacionados com o meio
ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo
CONAMA.
§ 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões
federais e estaduais, também poderão elaborar as normas
mencionadas no parágrafo anterior.
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais
mencionados neste artigo deverão fornecer os resultados das
análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados
por pessoa legitimamente interessada.
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo
autorizado a criar uma Fundação de apoio técnico científico às
atividades do IBAMA. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de
1989)

DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


Art. 7º (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990)
Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028,
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de 1990)
de assessorar o Presidente da República na formulação da I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e
política nacional e nas diretrizes governamentais para o critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou
meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e
pela Lei nº 8.028, de 1990) supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei nº 7.804,
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional de 1989)
do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de II - determinar, quando julgar necessário, a realização de
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, estudos das alternativas e das possíveis consequências
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a
sua competência, sobre normas e padrões compatíveis entidades privadas, as informações indispensáveis para
com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos
essencial à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa
nº 8.028, de 1990) degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de
Presidência da República, com a finalidade de planejar, 1990)
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas IV - homologar acordos visando à transformação de
para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de
de 1990) interesse para a proteção ambiental; (VETADO);

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

V - determinar, mediante representação do IBAMA, a Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa
perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou
Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda particular ou por termo administrativo firmado perante órgão
ou suspensão de participação em linhas de financiamento integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade
em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os
pela Lei nº 7.804, de 1989) recursos ambientais existentes, instituindo servidão
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões ambiental. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012).
nacionais de controle da poluição por veículos § 1o O instrumento ou termo de instituição da servidão
automotores, aeronaves e embarcações, mediante ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes itens:
audiência dos Ministérios competentes; (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012).
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao I - memorial descritivo da área da servidão ambiental,
controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente contendo pelo menos um ponto de amarração
com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, georreferenciado; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
principalmente os hídricos. II - objeto da servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651,
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem de 2012).
prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama. III - direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor;
(Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990) (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
IV - prazo durante o qual a área permanecerá como servidão
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO ambiental. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
AMBIENTE § 2o A servidão ambiental não se aplica às Áreas de
Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima exigida.
Ambiente: (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012).
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; § 3o A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma
III - a avaliação de impactos ambientais; estabelecida para a Reserva Legal. (Redação dada pela Lei nº
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou 12.651, de 2012).
potencialmente poluidoras; § 4o Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos registro de imóveis competente: (Redação dada pela Lei nº
e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a 12.651, de 2012).
melhoria da qualidade ambiental; I - o instrumento ou termo de instituição da servidão
VI - a criação de espaços territoriais especialmente ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
protegidos pelo Poder Público federal, estadual e II - o contrato de alienação, cessão ou transferência da
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de servidão ambiental. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
§ 5o Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) ambiental deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio envolvidos. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012).
ambiente;
§ 6o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de
Instrumento de Defesa Ambiental; transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não ou de retificação dos limites do imóvel. (Incluído pela Lei nº
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou 12.651, de 2012).
correção da degradação ambiental. § 7o As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771, de 15 de
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto setembro de 1965, passam a ser consideradas, pelo efeito
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais desta Lei, como de servidão ambiental. (Incluído pela Lei nº
Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 12.651, de 2012).
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao
Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-
las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de
1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos
ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal,
servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (Incluído
pela Lei nº 11.284, de 2006)

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 9


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou § 3o São deveres do detentor da servidão ambiental, entre
gratuita, temporária ou perpétua. (Incluído pela Lei nº outras obrigações estipuladas no contrato: (Incluído pela Lei
12.651, de 2012). nº 12.651, de 2012).
§ 1o O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é I- documentar as características ambientais da propriedade;
de 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
§ 2o A servidão ambiental perpétua equivale, para fins II- monitorar periodicamente a propriedade para verificar se a
creditícios, tributários e de acesso aos recursos de fundos servidão ambiental está sendo mantida; (Incluído pela Lei nº
públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural - 12.651, de 2012).
RPPN, definida no art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de III- prestar informações necessárias a quaisquer interessados
2000. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). na aquisição ou aos sucessores da propriedade; (Incluído pela
§ 3o O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, Lei nº 12.651, de 2012).
cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo IV- manter relatórios e arquivos atualizados com as atividades
determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro da área objeto da servidão; (Incluído pela Lei nº 12.651, de
proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha 2012).
a conservação ambiental como fim social. (Incluído pela
V- defender judicialmente a servidão ambiental.(Incluído pela
Lei nº 12.651, de 2012).
Lei nº 12.651, de 2012).

Art. 9o-C. O contrato de alienação, cessão ou transferência Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento
da servidão ambiental deve ser averbado na matrícula do de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
imóvel. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
§ 1o O contrato referido no caput deve conter, no mínimo, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
os seguintes itens: (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). dependerão de prévio licenciamento ambiental. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 140, de 2011)
I- a delimitação da área submetida a preservação,
conservação ou recuperação ambiental; (Incluído pela Lei § 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva
nº 12.651, de 2012). concessão serão publicados no jornal oficial, bem como em
periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio
II- o objeto da servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº
eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental
12.651, de 2012).
competente. (Redação dada pela Lei Complementar nº 140, de
III- os direitos e deveres do proprietário instituidor e dos 2011)
futuros adquirentes ou sucessores; (Incluído pela Lei nº
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar nº
12.651, de 2012).
140, de 2011)
IV- os direitos e deveres do detentor da servidão
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar nº
ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
140, de 2011)
V- os benefícios de ordem econômica do instituidor e do
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar nº
detentor da servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº
140, de 2011)
12.651, de 2012).
VI- a previsão legal para garantir o seu cumprimento,
inclusive medidas judiciais necessárias, em caso de ser Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e
descumprido. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). padrões para implantação, acompanhamento e fiscalização do
licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem
oriundas do próprio CONAMA. (Vide Lei nº 7.804, de 1989)
§ 2o São deveres do proprietário do imóvel serviente,
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 140, de 2011)
entre outras obrigações estipuladas no contrato: (Incluído
pela Lei nº 12.651, de 2012). § 2º Inclui-se na competência da fiscalização e controle a
análise de projetos de entidades, públicas ou privadas,
I- manter a área sob servidão ambiental; (Incluído pela Lei
objetivando a preservação ou a recuperação de recursos
nº 12.651, de 2012).
ambientais, afetados por processos de exploração predatórios
II- prestar contas ao detentor da servidão ambiental sobre ou poluidores.
as condições dos recursos naturais ou artificiais; (Incluído
Art. 12. As entidades e órgãos de financiamento e incentivos
pela Lei nº 12.651, de 2012).
governamentais condicionarão a aprovação de projetos
III- permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma
detentor da servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos
12.651, de 2012). padrões expedidos pelo CONAMA.
IV- defender a posse da área serviente, por todos os meios Parágrafo único. As entidades e órgãos referidos no caput
em direito admitidos. (Incluído pela Lei nº 12.651, de deste artigo deverão fazer constar dos projetos a realização de
2012). obras e aquisição de equipamentos destinados ao controle de
degradação ambiental e a melhoria da qualidade do meio
ambiente.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 10


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 13. O Poder Executivo incentivará as atividades Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade
voltadas ao meio ambiente, visando: humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave
I- ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de
tecnológicos destinados a reduzir a degradação da 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR.
qualidade ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
II- à fabricação de equipamentos antipoluidores; § 1º A pena e aumentada até o dobro se: (Redação dada pela
Lei nº 7.804, de 1989)
III- a outras iniciativas que propiciem a racionalização do
uso de recursos ambientais. I- resultar: (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
Parágrafo único. Os órgãos, entidades e programas do a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente;
Poder Público, destinados ao incentivo das pesquisas (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
científicas e tecnológicas, considerarão, entre as suas b) lesão corporal grave; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
metas prioritárias, o apoio aos projetos que visem a II- a poluição é decorrente de atividade industrial ou de
adquirir e desenvolver conhecimentos básicos e aplicáveis transporte; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
na área ambiental e ecológica.
III- o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela feriado. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção dos inconvenientes e danos causados pela § 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que
degradação da qualidade ambiental sujeitará os deixar de promover as medidas tendentes a impedir a prática
transgressores: das condutas acima descritas. (Redação dada pela Lei nº 7.804,
de 1989)
I- à multa simples ou diária, nos valores correspondentes,
no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil)
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, Art. 16 - (Revogado pela Lei nº 7.804, de 1989)
agravada em casos de reincidência específica, conforme
dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto
União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis -
Federal, Territórios ou pelos Municípios;
IBAMA: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
II- à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais
I- Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de
concedidos pelo Poder Público;
Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas
III- à perda ou suspensão de participação em linhas de ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de
IV- à suspensão de sua atividade. equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao
controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
(Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas
neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente II- Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à
terá legitimidade para propor ação de responsabilidade extração, produção, transporte e comercialização de produtos
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de
produtos e subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei nº
§ 2º No caso de omissão da autoridade estadual ou
7.804, de 1989)
municipal, caberá ao Secretário do Meio Ambiente a
aplicação das penalidades pecuniárias prevista neste
artigo. Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos serviços e produtos
§ 3º Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
ato declaratório da perda, restrição ou suspensão será Naturais Renováveis - Ibama, a serem aplicados em âmbito
atribuição da autoridade administrativa ou financeira que nacional, conforme Anexo a esta Lei.(Incluído pela Lei nº
concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, 9.960, de 2000) (Vide Medida Provisória nº 687, de 2015)
cumprimento resolução do CONAMA. Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.966, de 2000) Ambiental - TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do
poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio
§ 5o A execução das garantias exigidas do poluidor não
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama para
impede a aplicação das obrigações de indenização e
controle e fiscalização das atividades potencialmente
reparação de danos previstas no § 1o deste artigo.
poluidoras e utilizadoras de recursos naturais." (Redação dada
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
pela Lei nº 10.165, de 2000) (Vide Medida Provisória nº 687,
de 2015)

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 11


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 1o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) Art. 17-G. A TCFA será devida no último dia útil de cada
o
§ 2 Revogado.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) trimestre do ano civil, nos valores fixados no Anexo IX desta
Lei, e o recolhimento será efetuado em conta bancária
Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele que
vinculada ao Ibama, por intermédio de documento próprio de
exerça as atividades constantes do Anexo VIII desta
arrecadação, até o quinto dia útil do mês
Lei.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
subsequente.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 1o O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar até o
Parágrafo único. Revogado. (Redação dada pela Lei nº 10.165,
dia 31 de março de cada ano relatório das atividades
de 2000)
exercidas no ano anterior, cujo modelo será definido pelo
Ibama, para o fim de colaborar com os procedimentos de § 2o Os recursos arrecadados com a TCFA terão utilização
controle e fiscalização.(Redação dada pela Lei nº 10.165, restrita em atividades de controle e fiscalização ambiental.
de 2000) (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
§ 2o O descumprimento da providência determinada no §
1o sujeita o infrator a multa equivalente a vinte por cento Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e nas condições
da TCFA devida, sem prejuízo da exigência desta. (Redação estabelecidas no artigo anterior será cobrada com os seguintes
dada pela Lei nº 10.165, de 2000) acréscimos: (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 3o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) I- juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do
mês seguinte ao do vencimento, à razão de um por cento;
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimento e os seus
valores são os fixados no Anexo IX desta Lei. (Redação II- multa de mora de vinte por cento, reduzida a dez por cento
dada pela Lei nº 10.165, de 2000) se o pagamento for efetuado até o último dia útil do mês
subsequente ao do vencimento;(Redação dada pela Lei nº
§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se: (Redação dada
10.165, de 2000)
pela Lei nº 10.165, de 2000)
III- encargo de vinte por cento, substitutivo da condenação do
I- microempresa e empresa de pequeno porte, as pessoas
devedor em honorários de advogado, calculado sobre o total
jurídicas que se enquadrem, respectivamente, nas
do débito inscrito como Dívida Ativa, reduzido para dez por
descrições dos incisos I e II do caput do art. 2o da Lei no
cento se o pagamento for efetuado antes do ajuizamento da
9.841, de 5 de outubro de 1999; (Incluído pela Lei nº
execução.(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
10.165, de 2000)
II- empresa de médio porte, a pessoa jurídica que tiver
receita bruta anual superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão § 1o-A. Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa
e duzentos mil reais) e igual ou inferior a R$ 12.000.000,00 de mora.(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
(doze milhões de reais); (Incluído pela Lei nº 10.165, de § 1o Os débitos relativos à TCFA poderão ser parcelados de
2000) acordo com os critérios fixados na legislação tributária,
III- empresa de grande porte, a pessoa jurídica que tiver conforme dispuser o regulamento desta Lei.(Redação dada
receita bruta anual superior a R$ 12.000.000,00 (doze pela Lei nº 10.165, de 2000)
milhões de reais). (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exerçam as
o
§ 2 O potencial de poluição (PP) e o grau de utilização atividades mencionadas nos incisos I e II do art. 17 e que não
(GU) de recursos naturais de cada uma das atividades estiverem inscritas nos respectivos cadastros até o último dia
sujeitas à fiscalização encontram-se definidos no Anexo útil do terceiro mês que se seguir ao da publicação desta Lei
VIII desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) incorrerão em infração punível com multa de: (Redação dada
pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 3o Caso o estabelecimento exerça mais de uma atividade
sujeita à fiscalização, pagará a taxa relativamente a apenas I- R$ 50,00 (cinquenta reais), se pessoa física; (Incluído pela Lei
uma delas, pelo valor mais elevado.(Incluído pela Lei nº nº 10.165, de 2000)
10.165, de 2000) II- R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), se microempresa;
(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-E. É o Ibama autorizado a cancelar débitos de III- R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de pequeno
valores inferiores a R$ 40,00 (quarenta reais), existentes porte; (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
até 31 de dezembro de 1999. (Incluído pela Lei nº 9.960, IV- R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa de médio
de 2000) porte; (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as entidades V- R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de grande porte.
públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura Parágrafo único. Revogado.(Redação dada pela Lei nº 10.165,
de subsistência e as populações tradicionais.(Redação de 2000)
dada pela Lei nº 10.165, de 2000)

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 12


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 17-J. (Revogado pela Lei nº 10.165, de 2000) Art. 17-P. Constitui crédito para compensação com o valor
Art. 17-L. As ações de licenciamento, registro, devido a título de TCFA, até o limite de sessenta por cento e
autorizações, concessões e permissões relacionadas à relativamente ao mesmo ano, o montante efetivamente pago
fauna, à flora, e ao controle ambiental são de competência pelo estabelecimento ao Estado, ao Município e ao Distrito
exclusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Federal em razão de taxa de fiscalização ambiental.(Redação
Meio Ambiente. (Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000) dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-M. Os preços dos serviços administrativos § 1o Valores recolhidos ao Estado, ao Município e ao Distrital
prestados pelo Ibama, inclusive os referentes à venda de Federal a qualquer outro título, tais como taxas ou preços
impressos e publicações, assim como os de entrada, públicos de licenciamento e venda de produtos, não
permanência e utilização de áreas ou instalações nas constituem crédito para compensação com a TCFA. (Redação
unidades de conservação, serão definidos em portaria do dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta § 2o A restituição, administrativa ou judicial, qualquer que seja
do Presidente daquele Instituto. (Incluído pela Lei nº a causa que a determine, da taxa de fiscalização ambiental
9.960, de 2000) estadual ou distrital compensada com a TCFA restaura o
Art. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do Laboratório direito de crédito do Ibama contra o estabelecimento,
de Produtos Florestais do Ibama, assim como os para relativamente ao valor compensado.(Redação dada pela Lei nº
venda de produtos da flora, serão, também, definidos em 10.165, de 2000)
portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente,
mediante proposta do Presidente daquele Instituto. Art. 17-Q. É o Ibama autorizado a celebrar convênios com os
(Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000) Estados, os Municípios e o Distrito Federal para
Art. 17-O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com desempenharem atividades de fiscalização ambiental,
redução do valor do Imposto sobre a Propriedade podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA."
Territorial Rural - ITR, com base em Ato Declaratório (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama a Art. 18. (Revogado pela Lei nº 9.985, de 2000)
importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no
Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis nºs 5.357, de 17 de
9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de
novembro de 1967, e 7.661, de 16 de maio de 1988, a receita
Vistoria.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
proveniente da aplicação desta Lei será recolhida de acordo
§ 1o-A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste com o disposto no art. 4º da Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro
artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da de 1989. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989))
redução do imposto proporcionada pelo ADA.(Incluído
Art. 20. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 21. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a
pagar do ITR é obrigatória.(Redação dada pela Lei nº Brasília, 31 de agosto de 1981; 160º da Independência e 93º
10.165, de 2000) da República.
§ 2o O pagamento de que trata o caput deste artigo poderá JOÃO FIGUEIREDO
ser efetivado em cota única ou em parcelas, nos mesmos
moldes escolhidos pelo contribuinte para o pagamento do
ITR, em documento próprio de arrecadação do
Ibama.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 3o Para efeito de pagamento parcelado, nenhuma
parcela poderá ser inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais).
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 4o O inadimplemento de qualquer parcela ensejará a
cobrança de juros e multa nos termos dos incisos I e II do
caput e §§ 1o-A e 1o, todos do art. 17-H desta Lei.(Redação
dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 5o Após a vistoria, realizada por amostragem, caso os
dados constantes do ADA não coincidam com os
efetivamente levantados pelos técnicos do Ibama, estes
lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o
qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal,
para as providências cabíveis. (Redação dada pela Lei nº
10.165, de 2000)

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 13


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

EXERCÍCIOS 04. (2013 - FUNCAB - SEMAD - Engenharia Agronômica -


(LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981) Agronomia) Assinale a alternativa que, de acordo com a Lei
nº 6.938/1981, contenha um dos princípios da Política
Nacional de Meio Ambiente, nos termos do seu artigo 2º.
01. (2011 - CESGRANRIO - Transpetro - Técnico Ambiental
a) Planejamento do uso dos recursos ambientais, mas não
Júnior) Uma das importantes providências que consta
fiscalização destes, por não se tratar de matéria prevista na
da Lei nº 6.938/1981, que dispõe sobre a Política
legislação em análise.
Nacional do Meio Ambiente, é a
a) instituição da Política Nacional de Licenciamento b) Proteção dos ecossistemas, sem a preservação de áreas
Urbano. representativas.
b) definição do conceito de RPPN (Reserva Particular do c) Educação ambiental obrigatória apenas aos alunos que
Patrimônio Natural). estejam cursando o Ensino Médio.
c) criação do Ibama. d) Acompanhamento do estado da qualidade ambiental.
d) criação do Sisnama (Sistema Nacional do Meio
Ambiente).
05. (2009 - VUNESP - CETESB - Engenheiro Civil) Pela Lei nº
e) criação do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de 6.938/1981, que se refere à Política Nacional do Meio
Conservação da Natureza). Ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que
02. (2016 - AMEOSC - Prefeitura de Palma Sola - SC - permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, é
Agente de Defesa Civil) Com base na lei nº 6.938/198, a entendido como
Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo:
a) degradação da qualidade ambiental.
a) A preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar, em todo o b) poluição.
Continente Americano, condições ao desenvolvimento c) meio ambiente.
sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e d) poluidor.
à proteção da dignidade da vida humana.
e) recursos ambientais.
b) A preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar, na América
do Sul, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, 06. (2011 - MPE-MS - Promotor de Justiça) Para os fins da Lei
aos interesses da segurança nacional e à proteção da 6.938 de 31 de agosto de 1981 – Lei da Política Nacional do
dignidade da vida humana. Meio Ambiente é incorreto afirmar que:
c) A preservação, melhoria e recuperação da qualidade a) a degradação da qualidade ambiental é toda alteração
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no Mundo, adversa das características do meio ambiente;
condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos b) o meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências
interesses da segurança internacional e à proteção da e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
dignidade da vida humana. abriga e rege a vida em todas as suas formas;
d) A preservação, melhoria e recuperação da qualidade
c) a poluição é a degradação da qualidade ambiental
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
resultante de atividades que direta ou indiretamente, por
condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos
exemplo, afetem desfavoravelmente a biota.
interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana. d) a poluição é a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que direta ou indiretamente, por
03. (2016 - EDUCA - Prefeitura de Maturéia - PB - Analista exemplo, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
Ambiental) A Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe população;
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que tem e) o poluidor é somente a pessoa física responsável, direta ou
como objetivo a preservação, melhoria e recuperação indiretamente, por atividade causadora de degradação
da qualidade ambiental propícia à vida. ambiental.
Das alternativas abaixo, marque a alternativa que NÃO
consta como um princípio dessa Lei.
a) Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do
ar.
b) Recuperação de áreas degradadas.
c) Controle e zoneamento das atividades potencial ou
efetivamente poluidoras.
d) Planejamento e fiscalização do uso dos recursos
ambientais.
e) Desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias
nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais.
CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 14
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

07. (2010 - FUNIVERSA - SPTC-GO - Perito Criminal) A 10. (2016 - VUNESP - MPE-SP - Analista Técnico Científico -
Política Nacional do Meio Ambiente foi instituída pela Engenheiro Florestal) A Política Nacional de Meio Ambiente,
Lei nº 6.938/1981. De acordo com essa lei, assinale a instituída pela Lei Federal nº 6.938, em 31 de agosto de
alternativa incorreta. 1981, tem como um de seus objetivos:
a) Recursos ambientais são integralmente compostos a) a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a
pelas águas superficiais e subterrâneas, pelos solos, pela divulgação de dados e de informações ambientais e a
fauna e pela flora. formação de uma consciência pública sobre a necessidade de
b) Degradação da qualidade ambiental é a alteração preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico.
adversa das características do meio ambiente. b) a ação governamental na manutenção do equilíbrio
c) Poluição é a degradação da qualidade ambiental ecológico, considerando o meio ambiente como um
resultante de atividades que, direta ou indiretamente, patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
entre outras, afetem desfavoravelmente a biota. protegido, tendo em vista o uso coletivo.
d) Poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público c) promover a utilização racional e integrada dos recursos
ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
naturais, incluindo o transporte aquaviário e marítimo, com
atividade causadora de degradação ambiental.
vistas ao desenvolvimento sustentável.
e) Meio ambiente é o conjunto de condições, leis,
d) estabelecer os padrões de qualidade ambiental,
influências e interações de ordem física, química e
zoneamento ambiental e avaliação de impactos ambientais,
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
visando ao uso racional dos recursos naturais.
suas formas.
e) garantir às populações tradicionais cuja subsistência
08. (2016 - VUNESP - Câmara Municipal de Poá - SP - dependa da utilização de recursos naturais, existentes no
Procurador Jurídico) A Lei nº 6.938/81 traça as diretrizes interior das unidades de conservação, meios de subsistência
da Política Nacional do Meio ambiente. Acerca dos alternativos.
conceitos introduzidos por essa lei, é correto afirmar
que 11. (2011 - FCC - PGE-MT - Procurador do Estado) De acordo
a) meio ambiente é a atmosfera, as águas interiores, com a Lei Federal nº 6.938/81, a política nacional do meio
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, ambiente tem como objetivos
o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a a) promover a adoção de práticas adequadas de conservação
flora. e uso racional dos combustíveis e de preservação do meio
b) recursos ambientais são o conjunto de condições, leis, ambiente.
influências e interações de ordem física, química e
b) assegurar à atual e às futuras gerações a necessária
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados
suas formas.
aos respectivos usos.
c) degradação da qualidade ambiental é a alteração
adversa das características do meio ambiente. c) a utilização racional e adequada dos recursos hídricos,
incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao
d) poluição é a alteração adversa das características do
desenvolvimento sustentável.
meio ambiente.
e) degradação é apenas o que afeta desfavoravelmente a d) a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos
biota. de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos
recursos naturais.
09. (2009 - VUNESP - TJ-MT - Juiz) Conforme a Lei nº e) a preservação e restauração dos recursos ambientais com
6.938/81, a Política Nacional do Meio Ambiente visará vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente,
a) ao cancelamento de critérios e padrões fixos de concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e propício à vida.
manejo de recursos ambientais.
b) ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias
estrangeiras orientadas para o uso comercial de recursos 12. (2009 - FADESP - Prefeitura de Conceição do Araguaia - PA
ambientais. - Médico - Cardiologia) O Sistema Nacional de Meio
c) à definição de áreas prioritárias de ação governamental ambiente, estruturado pela Lei 6.938, de 31 de agosto de
relativas à quantidade e ao equilíbrio comercial e 1981, tem o Conselho Nacional de Meio Ambiente como
ecológico, atendendo exclusivamente interesses da
a) órgão central.
União.
d) à imposição, ao poluidor e ao predador, da contribuição b) órgão superior.
pela utilização de recursos ambientais com fins c) órgão executor.
exclusivamente políticos. d) órgão consultivo e deliberativo.
e) à compatibilização do desenvolvimento econômico-
social com a preservação da qualidade do meio ambiente
e do equilíbrio ecológico.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 15


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

13. (2013 - VUNESP - CETESB - Analista Ambiental - 16. (2009 - VUNESP - CETESB - Analista Ambiental - Engenheiro
Engenheiro Sanitarista) O CONAMA, instituído pela Ambiental) De acordo com a Lei nº 6.938, de 31 de Agosto
Política Nacional de Meio Ambiente – Lei nº de 1981, do Sistema Nacional do Meio Ambiente
6.938/1981, é um órgão com poder consultivo e (SISNAMA), o órgão federal que tem a finalidade de
deliberativo assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo
a) do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos diretrizes de políticas governamentais para o meio
Recursos Naturais Renováveis). ambiente e os recursos naturais, deliberar, no âmbito de
sua competência, sobre normas e padrões com o meio
b) do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente).
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à
c) da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento qualidade sadia de vida é:
Ambiental).
a) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
d) da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Renováveis (IBAMA).
Estado de São Paulo).
b) o Conselho Superior de Meio Ambiente.
e) do MMA (Ministério do Meio Ambiente).
c) o Órgão Seccional.
d) o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
14. (2014 - VUNESP - SP-URBANISMO - Analista de
e) a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República.
Desenvolvimento) O Sistema Nacional do Meio
Ambiente – SISNAMA, foi instituído pela Lei nº 6.938,
de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto 17. (2016 - Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - Engenheiro) A
nº 99.274, de 06 de junho de 1990, sendo constituído Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31 de
pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do agosto de 1981 e suas atualizações) estabelece que “os
Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as
proteção e melhoria da qualidade ambiental. Na fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis
estrutura do SISNAMA, pela proteção e melhoria da qualidade ambiental,
a) o Conselho de Governo é o órgão executor. constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente –
SISNAMA”. Na estruturação desse sistema, os municípios
b) o Ministério do Meio Ambiente é o órgão superior.
fazem parte dos órgãos:
c) as secretarias municipais de meio ambiente são órgãos
a) locais.
seccionais.
b) centrais.
d) o Conselho Nacional de Meio Ambiente é consultivo e
deliberativo. c) seccionais.
e) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos d) deliberativos.
Renováveis tem atribuições consultivas.
18. (2012 - CESGRANRIO - Chesf - Profissional de Nível
15. (2016 - CESGRANRIO - ANP - Técnico Administrativo) A Superior) A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei
Lei nº 6.938/1981 estabeleceu o Sistema Nacional do nº 6938, de 31 de agosto de 1981) constitui, em seu artigo
Meio Ambiente e, dentre os órgãos executores, primeiro, o Sistema Nacional de Meio Ambiente, o qual,
indicou o Instituto por seu turno, de acordo com o artigo sexto da supracitada
lei, é estruturado nos seguintes órgãos: superior,
a) Marechal Rondon
consultivo e deliberativo, central, executor, seccionais e
b) Amazônia Próspera locais.
c) Chico Mendes De acordo com a lei em tela, o Instituto Brasileiro do Meio
d) Ambientalista Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) é órgão
e) Biodiversidade a) local
b) central
c) executor
d) seccional
e) consultivo e deliberativo

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

19. (2013 - FUNCAB - SEMAD - Engenharia Agronômica - 22. (2016 - FCC - AL-MS - Consultor de Processo Legislativo) De
Agronomia) Nos termos do artigo 8º da Lei nº acordo com a Lei Federal nº 6.938/1981, a servidão
6.938/1981, compete ao CONAMA: ambiental
a) determinar, sem que haja qualquer representação do a) não pode ser cedida totalmente pelo seu detentor.
IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais b) é sempre onerosa, não existindo servidão ambiental
concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou gratuita.
condicional, e a perda ou suspensão de participação em
c) não pode ser alienada pelo seu detentor.
linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito. d) temporária possui prazo mínimo de quinze anos.
b) estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao e) não pode ser transferida pelo seu detentor.
controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente
com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, 23. (2013 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Tarde) ANALISE
principalmente os hídricos. CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E
c) estabelecer, independente de qualquer proposta, ASSINALE “CERTO” - (C) OU “ERRADO” - (E)
normas e critérios para o licenciamento de atividades Nos termos da Lei 6.938/1981, a responsabilidade do
efetivas ou potencialmente poluidoras, a ser concedido poluidor por indenizar ou reparar os danos causados ao
pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade, é
d) estabelecer, privativamente, normas e padrões independente da existência de culpa.
nacionais de controle da poluição por veículos Certo - Errado
automotores, aeronaves e embarcações, mediante a
autorização dos Chefes de Estado e do Presidente do
CONAMA. 24. (2017 - IBFC - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Perito Criminal -
Área 6) Assinale a alternativa correta, considerando as
disposições da Lei Federal nº 6.938, de 31/08/1981, sobre
20. (2012 - FMP Concursos - PGE-AC - Procurador do os instrumentos da política nacional do meio ambiente.
Estado) Nos termos da Lei Federal nº 6.938/81, NÃO
a) O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana
constitui instrumento da Política Nacional do Meio
fica sujeito à pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e
Ambiente:
multa
a) o zoneamento ambiental.
b) O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana
b) o estudo de impacto de vizinhança. fica sujeito à pena de detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e
c) o sistema nacional de informações sobre o meio multa
ambiente. c) O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana fica
d) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e sujeito apenas à pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos
Instrumentos de Defesa Ambiental. d) O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana
fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa
21. (2012 - CESGRANRIO - Transpetro - Profissional de e) O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana
Meio Ambiente Júnior) A Lei nº 6.938, de 31/08/1981, fica sujeito apenas à pena de multa
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente no
Brasil, a qual tem por objetivo a preservação, melhoria
25. (2015 - FCC - TCE-CE - Analista de Controle Externo-
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
Auditoria de Obras Públicas) Segundo a Lei no 6.938/1981, o
visando a assegurar, no país, condições ao
poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana,
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 a
humana, tendo como um de seus instrumentos o(a)
3 anos e multa de 100 a 1.000 MVR. A pena é aumentada
a) Zoneamento Ambiental até o dobro se
b) Fundo Nacional do Meio Ambiente a) o crime for praticado durante o dia e em dias úteis.
c) Programa Nacional de Conservação dos Solos b) resultar em dano reversível à fauna e a flora.
d) Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro c) a poluição for decorrente de atividade industrial ou de
e) Política Nacional de Recursos Hídricos transporte.
d) resultar em dano reversível, ao meio ambiente antró- pico.
e) a poluição for decorrente exclusivamente de práticas
comerciais.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

26. (2014 - FUNDEP (Gestão de Concursos) - Prefeitura de LEI FEDERAL Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010
Bela Vista de Minas - MG - Fiscal de Posturas) A Lei
Federal nº 6.938/1981 sobre Política Nacional do Meio
Ambiente, instituiu o CTF (Cadastro Técnico Federal de LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010.
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos ambientais) para registro obrigatório de Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a
pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, providências.
transporte e comercialização de produtos
potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim
como de produtos e subprodutos da fauna e flora. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
o órgão administrador do CTF.
a) Ministério do Meio Ambiente – MMA. TÍTULO I
b) Instituto Chico Mendes de Conservação da DISPOSIÇÕES GERAIS
Biodiversidade – ICMBio.
CAPÍTULO I
c) Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA.
DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO
d) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA. Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem
27. (2014 - FMP Concursos - PGE-AC - Procurador do como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao
Estado) Sobre a Taxa de Controle e Fiscalização gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
Ambiental (TCFA) prevista na Lei da Política Nacional responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
do Meio Ambiente, assinale a alternativa correta. instrumentos econômicos aplicáveis.
a) O fato gerador da TCFA é o exercício regular do poder § 1º Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou
de polícia conferido a todos os órgãos integrantes do jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) para o indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que
controle e a fiscalização das atividades potencialmente desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. gerenciamento de resíduos sólidos.
b) É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as § 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são
atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de regulados por legislação específica.
recursos ambientais previstas no anexo VIII da Lei Federal Art. 2º Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta
nº 6.938/1981. Lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de
c) A TCFA é devida em razão de cada atividade junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas
individualmente exercida e não por estabelecimento. estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio
d) São isentas do pagamento da TCFA as entidades Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância
públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
entidades filantrópicas, as fundações públicas ou privadas, Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia,
as entidades declaradas de utilidade pública pela União, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
pelo Distrito Federal, pelos Estados ou pelos Municípios,
aqueles que praticam agricultura de subsistência e as
CAPÍTULO II
populações tradicionais.
DEFINIÇÕES
GABARITO
(LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981) Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
01. D 11. E 21. A
02. D 12. D 22. D I- acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o
03. E 13. B 23. C poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou
comerciantes, tendo em vista a implantação da
04. D 14. D 24. D
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;
05. C 15. C 25. C
II- área contaminada: local onde há contaminação causada
06. E 16. D 26. D pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias
07. A 17. A 27. B ou resíduos;
08. C 18. C III- área órfã contaminada: área contaminada cujos
responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou
09. E 19. B
individualizáveis;
10. A 20. B

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 18


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

IV- ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem XIV- reciclagem: processo de transformação dos resíduos
o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias- sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas,
primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em
disposição final; insumos ou novos produtos, observadas as condições e os
V- coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama
segregados conforme sua constituição ou composição; e, se couber, do SNVS e do Suasa;
VI- controle social: conjunto de mecanismos e XV- rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas
procedimentos que garantam à sociedade informações e as possibilidades de tratamento e recuperação por processos
participação nos processos de formulação, tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
implementação e avaliação das políticas públicas apresentem outra possibilidade que não a disposição final
relacionadas aos resíduos sólidos; ambientalmente adequada;
VII- destinação final ambientalmente adequada: XVI- resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem
destinação de resíduos que inclui a reutilização, a descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a
reciclagem, a compostagem, a recuperação e o cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se
aproveitamento energético ou outras destinações está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
e do Suasa, entre elas a disposição final, observando particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
normas operacionais específicas de modo a evitar danos pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da
impactos ambientais adversos; melhor tecnologia disponível;
VIII- disposição final ambientalmente adequada: XVII- responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando produtos: conjunto de atribuições individualizadas e
normas operacionais específicas de modo a evitar danos encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços
impactos ambientais adversos; públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos,
para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos
IX- geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou
gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde
jurídicas, de direito público ou privado, que geram
humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida
resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas
dos produtos, nos termos desta Lei;
incluído o consumo;
XVIII- reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos
sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-
X- gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações química, observadas as condições e os padrões estabelecidos
exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e
transporte, transbordo, tratamento e destinação final do Suasa;
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e
XIX- serviço público de limpeza urbana e de manejo de
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
resíduos sólidos: conjunto de atividades previstas no art. 7º da
de acordo com plano municipal de gestão integrada de
Lei nº 11.445, de 2007.
resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;
XI- gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de TÍTULO II
ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
sólidos, de forma a considerar as dimensões política, CAPÍTULO I
econômica, ambiental, cultural e social, com controle
DISPOSIÇÕES GERAIS
social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável;
Art. 4º A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o
XII- logística reversa: instrumento de desenvolvimento
conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes,
econômico e social caracterizado por um conjunto de
metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a
ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal,
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
sólidos.
ambientalmente adequada;
Art. 5º A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política
XIII- padrões sustentáveis de produção e consumo:
Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a Política
produção e consumo de bens e serviços de forma a
Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei n o 9.795,
atender as necessidades das atuais gerações e permitir
de 27 de abril de 1999, com a Política Federal de Saneamento
melhores condições de vida, sem comprometer a
Básico, regulada pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei no
qualidade ambiental e o atendimento das necessidades
11.107, de 6 de abril de 2005.
das gerações futuras;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 19


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

CAPÍTULO II X- regularidade, continuidade, funcionalidade e


DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de
mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a
Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma
Sólidos: de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira,
I- a prevenção e a precaução; observada a Lei nº 11.445, de 2007;
II- o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; XI- prioridade, nas aquisições e contratações governamentais,
III- a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que para:
considere as variáveis ambiental, social, cultural, a) produtos reciclados e recicláveis;
econômica, tecnológica e de saúde pública; b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis
IV- o desenvolvimento sustentável; com padrões de consumo social e ambientalmente
V- a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o sustentáveis;
fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços XII- integração dos catadores de materiais reutilizáveis e
qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade
tragam qualidade de vida e a redução do impacto compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, XIII- estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida
no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação do produto;
estimada do planeta;
XIV- incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão
VI- a cooperação entre as diferentes esferas do poder ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos
público, o setor empresarial e demais segmentos da processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos
sociedade; sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento
VII- a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida energético;
dos produtos; XV- estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo
VIII- o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e sustentável.
reciclável como um bem econômico e de valor social, CAPÍTULO III
gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
DOS INSTRUMENTOS
IX- o respeito às diversidades locais e regionais;
Art. 8º São instrumentos da Política Nacional de Resíduos
X- o direito da sociedade à informação e ao controle social; Sólidos, entre outros:
XI- a razoabilidade e a proporcionalidade. I- os planos de resíduos sólidos;
II- os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos
Art. 7º São objetivos da Política Nacional de Resíduos sólidos;
Sólidos: III- a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras
I- proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; ferramentas relacionadas à implementação da
II- não geração, redução, reutilização, reciclagem e responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição produtos;
final ambientalmente adequada dos rejeitos; IV- o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas
III- estímulo à adoção de padrões sustentáveis de ou de outras formas de associação de catadores de materiais
produção e consumo de bens e serviços; reutilizáveis e recicláveis;
IV- adoção, desenvolvimento e aprimoramento de V- o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e
tecnologias limpas como forma de minimizar impactos agropecuária;
ambientais; VI- a cooperação técnica e financeira entre os setores público
V- redução do volume e da periculosidade dos resíduos e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos
perigosos; produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão,
reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição
VI- incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista
final ambientalmente adequada de rejeitos;
fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados
de materiais recicláveis e reciclados; VII- a pesquisa científica e tecnológica;
VII- gestão integrada de resíduos sólidos; VIII- a educação ambiental;
VIII- articulação entre as diferentes esferas do poder IX- os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;
público, e destas com o setor empresarial, com vistas à X- o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de
cooperação técnica e financeira para a gestão integrada Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
de resíduos sólidos; XI- o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos
IX- capacitação técnica continuada na área de resíduos Resíduos Sólidos (Sinir);
sólidos;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 20


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

XII- o Sistema Nacional de Informações em Saneamento responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos,
Básico (Sinisa); consoante o estabelecido nesta Lei.
XIII- os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os Art. 11. Observadas as diretrizes e demais determinações
de saúde; estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento, incumbe aos
XIV- os órgãos colegiados municipais destinados ao Estados:
controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos; I- promover a integração da organização, do planejamento e
XV- o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos da execução das funções públicas de interesse comum
Perigosos; relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos
XVI- os acordos setoriais;
termos da lei complementar estadual prevista no § 3º do art.
XVII- no que couber, os instrumentos da Política Nacional 25 da Constituição Federal;
de Meio Ambiente, entre eles:
II- controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a
a) os padrões de qualidade ambiental; licenciamento ambiental pelo órgão estadual do Sisnama.
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Parágrafo único. A atuação do Estado na forma do caput deve
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos apoiar e priorizar as iniciativas do Município de soluções
Ambientais; consorciadas ou compartilhadas entre 2 (dois) ou mais
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Municípios.
Instrumentos de Defesa Ambiental; Art. 12. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
d) a avaliação de impactos ambientais; organizarão e manterão, de forma conjunta, o Sistema
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
Ambiente (Sinima); (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima.
f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou Parágrafo único. Incumbe aos Estados, ao Distrito Federal e
potencialmente poluidoras; aos Municípios fornecer ao órgão federal responsável pela
coordenação do Sinir todas as informações necessárias sobre
XVIII- os termos de compromisso e os termos de
os resíduos sob sua esfera de competência, na forma e na
ajustamento de conduta;
periodicidade estabelecidas em regulamento.
XIX- o incentivo à adoção de consórcios ou de outras
formas de cooperação entre os entes federados, com
vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a
redução dos custos envolvidos. seguinte classificação:
I- quanto à origem:
TÍTULO III a) resíduos domiciliares: os originários de atividades
domésticas em residências urbanas;
DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,
CAPÍTULO I
limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES limpeza urbana;
Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e
deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não “b”;
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os
adequada dos rejeitos.
referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os
recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos,
gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea
desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica
“c”;
e ambiental e com a implantação de programa de
monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e
pelo órgão ambiental. instalações industriais;
§ 2º A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de
de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos saúde, conforme definido em regulamento ou em normas
Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
no § 1º deste artigo e com as demais diretrizes h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções,
estabelecidas nesta Lei. reformas, reparos e demolições de obras de construção civil,
Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a incluídos os resultantes da preparação e escavação de
gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos terrenos para obras civis;
respectivos territórios, sem prejuízo das competências de i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades
controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a
Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem como da insumos utilizados nessas atividades;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 21


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de III- metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras,
portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos
ferroviários e passagens de fronteira; encaminhados para disposição final ambientalmente
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de adequada;
pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; IV- metas para o aproveitamento energético dos gases
gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;
II- quanto à periculosidade: V- metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas
à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas
materiais reutilizáveis e recicláveis;
características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, patogenicidade, VI- programas, projetos e ações para o atendimento das metas
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, previstas;
apresentam significativo risco à saúde pública ou à VII- normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos
qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou da União, para a obtenção de seu aval ou para o acesso a
norma técnica; recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na federal, quando destinados a ações e programas de interesse
alínea “a”. dos resíduos sólidos;
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão
resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se regionalizada dos resíduos sólidos;
caracterizados como não perigosos, podem, em razão de IX- diretrizes para o planejamento e demais atividades de
sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos gestão de resíduos sólidos das regiões integradas de
resíduos domiciliares pelo poder público municipal. desenvolvimento instituídas por lei complementar, bem como
para as áreas de especial interesse turístico;
X- normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e,
CAPÍTULO II
quando couber, de resíduos;
DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
XI- meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no
Seção I âmbito nacional, de sua implementação e operacionalização,
Disposições Gerais assegurado o controle social.
Art. 14. São planos de resíduos sólidos: Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será
I- o Plano Nacional de Resíduos Sólidos; elaborado mediante processo de mobilização e participação
social, incluindo a realização de audiências e consultas
II- os planos estaduais de resíduos sólidos;
públicas.
III- os planos microrregionais de resíduos sólidos e os Seção III
planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou
Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos
aglomerações urbanas;
Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos,
IV- os planos intermunicipais de resíduos sólidos;
nos termos previstos por esta Lei, é condição para os Estados
V- os planos municipais de gestão integrada de resíduos terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados,
sólidos; destinados a empreendimentos e serviços relacionados à
VI- os planos de gerenciamento de resíduos sólidos. gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
Parágrafo único. É assegurada ampla publicidade ao incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito
conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem como ou fomento para tal finalidade.
controle social em sua formulação, implementação e § 1º Serão priorizados no acesso aos recursos da União
operacionalização, observado o disposto na Lei n o 10.650, referidos no caput os Estados que instituírem microrregiões,
de 16 de abril de 2003, e no art. 47 da Lei nº 11.445, de consoante o § 3º do art. 25 da Constituição Federal, para
2007. integrar a organização, o planejamento e a execução das ações
a cargo de Municípios limítrofes na gestão dos resíduos
sólidos.
Seção II
§ 2º Serão estabelecidas em regulamento normas
Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos complementares sobre o acesso aos recursos da União na
Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do forma deste artigo.
Ministério do Meio Ambiente, o Plano Nacional de § 3º Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos
Resíduos Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e desta Lei, as microrregiões instituídas conforme previsto no §
horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 1º abrangem atividades de coleta seletiva, recuperação e
(quatro) anos, tendo como conteúdo mínimo: reciclagem, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos
I- diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos; urbanos, a gestão de resíduos de construção civil, de serviços
II- proposição de cenários, incluindo tendências de transporte, de serviços de saúde, agrossilvopastoris ou
internacionais e macroeconômicas; outros resíduos, de acordo com as peculiaridades
microrregionais.
CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 22
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos será obrigatoriamente com a participação dos Municípios
elaborado para vigência por prazo indeterminado, envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das
abrangendo todo o território do Estado, com horizonte de prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por esta Lei.
atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro) § 3º Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos
anos, e tendo como conteúdo mínimo: desta Lei, o plano microrregional de resíduos sólidos deve
I- diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos atender ao previsto para o plano estadual e estabelecer
de resíduos no Estado e seus impactos socioeconômicos e soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a
ambientais; reciclagem, o tratamento e a destinação final dos resíduos
II- proposição de cenários; sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades
microrregionais, outros tipos de resíduos.
III- metas de redução, reutilização, reciclagem, entre
outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e Seção IV
rejeitos encaminhados para disposição final Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos
ambientalmente adequada; Sólidos
IV- metas para o aproveitamento energético dos gases Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada
gerados nas unidades de disposição final de resíduos de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é
sólidos; condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso
V- metas para a eliminação e recuperação de lixões, a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a
associadas à inclusão social e à emancipação econômica empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito
VI- programas, projetos e ações para o atendimento das
ou fomento para tal finalidade.
metas previstas;
§ 1º Serão priorizados no acesso aos recursos da União
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a
referidos no caput os Municípios que:
recursos do Estado, para a obtenção de seu aval ou para o
acesso de recursos administrados, direta ou I- optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a
indiretamente, por entidade estadual, quando destinados gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e
às ações e programas de interesse dos resíduos sólidos; implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem
de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos
VIII- medidas para incentivar e viabilizar a gestão
sólidos referidos no § 1º do art. 16;
consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos;
II- implantarem a coleta seletiva com a participação de
IX- diretrizes para o planejamento e demais atividades de
cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
gestão de resíduos sólidos de regiões metropolitanas,
materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas
aglomerações urbanas e microrregiões;
físicas de baixa renda.
X- normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e,
§ 2º Serão estabelecidas em regulamento normas
quando couber, de resíduos, respeitadas as disposições
complementares sobre o acesso aos recursos da União na
estabelecidas em âmbito nacional;
forma deste artigo.
XI- previsão, em conformidade com os demais
instrumentos de planejamento territorial, especialmente
o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos
costeiro, de: sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:
a) zonas favoráveis para a localização de unidades de I- diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no
tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de respectivo território, contendo a origem, o volume, a
rejeitos; caracterização dos resíduos e as formas de destinação e
disposição final adotadas;
b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada
de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto de II- identificação de áreas favoráveis para disposição final
recuperação ambiental; ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano
diretor de que trata o § 1º do art. 182 da Constituição Federal
XII - meios a serem utilizados para o controle e a
e o zoneamento ambiental, se houver;
fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação e
operacionalização, assegurado o controle social. III- identificação das possibilidades de implantação de soluções
consorciadas ou compartilhadas com outros Municípios,
§ 1º Além do plano estadual de resíduos sólidos, os
considerando, nos critérios de economia de escala, a
Estados poderão elaborar planos microrregionais de
proximidade dos locais estabelecidos e as formas de
resíduos sólidos, bem como planos específicos
prevenção dos riscos ambientais;
direcionados às regiões metropolitanas ou às
aglomerações urbanas. IV- identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos
a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou
§ 2º A elaboração e a implementação pelos Estados de
a sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas
planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos
as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as
de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
consonância com o previsto no § 1º, dar-se-ão
CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 23
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

V - procedimentos operacionais e especificações mínimas XIX- periodicidade de sua revisão, observado o período
a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana máximo de 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final § 1º O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos
ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei pode estar inserido no plano de saneamento básico previsto
nº 11.445, de 2007; no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o conteúdo
VI- indicadores de desempenho operacional e ambiental mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de no § 2º, todos deste artigo.
resíduos sólidos; § 2º Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil)
VII- regras para o transporte e outras etapas do habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos
gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do regulamento.
observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do § 3º O disposto no § 2º não se aplica a Municípios:
Sisnama e do SNVS e demais disposições pertinentes da
I- integrantes de áreas de especial interesse turístico;
legislação federal e estadual;
II- inseridos na área de influência de empreendimentos ou
VIII- definição das responsabilidades quanto à sua
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito
implementação e operacionalização, incluídas as etapas
regional ou nacional;
do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se
refere o art. 20 a cargo do poder público; III- cujo território abranja, total ou parcialmente, Unidades de
Conservação.
IX- programas e ações de capacitação técnica voltados
para sua implementação e operacionalização; § 4º A existência de plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal
X- programas e ações de educação ambiental que
do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras
promovam a não geração, a redução, a reutilização e a
infraestruturas e instalações operacionais integrantes do
reciclagem de resíduos sólidos;
serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
XI- programas e ações para a participação dos grupos sólidos pelo órgão competente do Sisnama.
interessados, em especial das cooperativas ou outras
§ 5º Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII
formas de associação de catadores de materiais
do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos a realização
baixa renda, se houver;
de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se refere o art.
XII- mecanismos para a criação de fontes de negócios, 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com
emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber,
sólidos; do SNVS.
XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos § 6º Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste artigo,
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos
resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses contemplará ações específicas a serem desenvolvidas no
serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007; âmbito dos órgãos da administração pública, com vistas à
XIV- metas de redução, reutilização, coleta seletiva e utilização racional dos recursos ambientais, ao combate a
reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a todas as formas de desperdício e à minimização da geração de
quantidade de rejeitos encaminhados para disposição resíduos sólidos.
final ambientalmente adequada; § 7º O conteúdo do plano municipal de gestão integrada de
XV- descrição das formas e dos limites da participação do resíduos sólidos será disponibilizado para o Sinir, na forma do
poder público local na coleta seletiva e na logística regulamento.
reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras § 8º A inexistência do plano municipal de gestão integrada de
ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo resíduos sólidos não pode ser utilizada para impedir a
ciclo de vida dos produtos; instalação ou a operação de empreendimentos ou atividades
XVI- meios a serem utilizados para o controle e a devidamente licenciados pelos órgãos competentes.
fiscalização, no âmbito local, da implementação e § 9º Nos termos do regulamento, o Município que optar por
operacionalização dos planos de gerenciamento de soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos
resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de resíduos sólidos, assegurado que o plano intermunicipal
logística reversa previstos no art. 33; preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do
XVII- ações preventivas e corretivas a serem praticadas, caput deste artigo, pode ser dispensado da elaboração de
incluindo programa de monitoramento; plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.
XVIII- identificação dos passivos ambientais relacionados
aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e
respectivas medidas saneadoras;
XIX- periodicidade de sua revisão, observado
prioritariamente o período de vigência do plano plurianual
municipal.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 24


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Seção V VII- se couber, ações relativas à responsabilidade


Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do
art. 31;
Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de
gerenciamento de resíduos sólidos: VIII- medidas saneadoras dos passivos ambientais
relacionados aos resíduos sólidos;
I- os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas
“e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do art. 13; IX- periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo
de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos
II- os estabelecimentos comerciais e de prestação de
órgãos do Sisnama.
serviços que:
§ 1º O plano de gerenciamento de resíduos sólidos atenderá
a) gerem resíduos perigosos;
ao disposto no plano municipal de gestão integrada de
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não resíduos sólidos do respectivo Município, sem prejuízo das
perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do
sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder Suasa.
público municipal;
§ 2º A inexistência do plano municipal de gestão integrada de
III- as empresas de construção civil, nos termos do resíduos sólidos não obsta a elaboração, a implementação ou
regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do a operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos
Sisnama; sólidos.
IV- os responsáveis pelos terminais e outras instalações § 3º Serão estabelecidos em regulamento:
referidas na alínea “j” do inciso I do art. 13 e, nos termos
I- normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de
do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos
gerenciamento de resíduos sólidos relativo à atuação de
do Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de
cooperativas ou de outras formas de associação de catadores
transporte;
de materiais reutilizáveis e recicláveis;
V- os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se
II- critérios e procedimentos simplificados para apresentação
exigido pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou
dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para
do Suasa.
microempresas e empresas de pequeno porte, assim
Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo IV consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3º da Lei
deste Título, serão estabelecidas por regulamento Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que
exigências específicas relativas ao plano de as atividades por elas desenvolvidas não gerem resíduos
gerenciamento de resíduos perigosos. perigosos.

Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem Art. 22. Para a elaboração, implementação, operacionalização
o seguinte conteúdo mínimo: e monitoramento de todas as etapas do plano de
I- descrição do empreendimento ou atividade; gerenciamento de resíduos sólidos, nelas incluído o controle
II- diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
administrados, contendo a origem, o volume e a será designado responsável técnico devidamente habilitado.
caracterização dos resíduos, incluindo os passivos Art. 23. Os responsáveis por plano de gerenciamento de
ambientais a eles relacionados; resíduos sólidos manterão atualizadas e disponíveis ao órgão
III- observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do municipal competente, ao órgão licenciador do Sisnama e a
Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano outras autoridades, informações completas sobre a
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: implementação e a operacionalização do plano sob sua
responsabilidade.
a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do
gerenciamento de resíduos sólidos; § 1º Para a consecução do disposto no caput, sem prejuízo de
outras exigências cabíveis por parte das autoridades, será
b) definição dos procedimentos operacionais relativos às
implementado sistema declaratório com periodicidade, no
etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob
mínimo, anual, na forma do regulamento.
responsabilidade do gerador;
§ 2º As informações referidas no caput serão repassadas pelos
IV- identificação das soluções consorciadas ou
órgãos públicos ao Sinir, na forma do regulamento.
compartilhadas com outros geradores;
V- ações preventivas e corretivas a serem executadas em
situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte
integrante do processo de licenciamento ambiental do
VI- metas e procedimentos relacionados à minimização da
empreendimento ou atividade pelo órgão competente do
geração de resíduos sólidos e, observadas as normas
Sisnama.
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do
Suasa, à reutilização e reciclagem;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 25


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 1º Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a Seção II


licenciamento ambiental, a aprovação do plano de Da Responsabilidade Compartilhada
gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade
Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada pelo
municipal competente.
ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma
§ 2º No processo de licenciamento ambiental referido no individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes,
§ 1º a cargo de órgão federal ou estadual do Sisnama, será importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores
assegurada oitiva do órgão municipal competente, em e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de
especial quanto à disposição final ambientalmente manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e
adequada de rejeitos. procedimentos previstos nesta Seção.
CAPÍTULO III Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo
DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO de vida dos produtos tem por objetivo:
PODER PÚBLICO I- compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e
Seção I sociais e os processos de gestão empresarial e mercadológica
Disposições Gerais com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias
sustentáveis;
Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a
coletividade são responsáveis pela efetividade das ações II- promover o aproveitamento de resíduos sólidos,
voltadas para assegurar a observância da Política Nacional direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras
de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais cadeias produtivas;
determinações estabelecidas nesta Lei e em seu III- reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de
regulamento. materiais, a poluição e os danos ambientais;
Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpeza urbana IV- incentivar a utilização de insumos de menor agressividade
e de manejo de resíduos sólidos é responsável pela ao meio ambiente e de maior sustentabilidade;
organização e prestação direta ou indireta desses serviços, V- estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o
observados o respectivo plano municipal de gestão consumo de produtos derivados de materiais reciclados e
integrada de resíduos sólidos, a Lei nº 11.445, de 2007, e recicláveis;
as disposições desta Lei e seu regulamento.
VI- propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 e sustentabilidade;
são responsáveis pela implementação e operacionalização
VII- incentivar as boas práticas de responsabilidade
integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos
socioambiental.
aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24.
§ 1º A contratação de serviços de coleta, armazenamento,
transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas no plano de
resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não gerenciamento de resíduos sólidos e com vistas a fortalecer a
isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da responsabilidade compartilhada e seus objetivos, os
responsabilidade por danos que vierem a ser provocados fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm
pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos responsabilidade que abrange:
ou rejeitos. I- investimento no desenvolvimento, na fabricação e na
§ 2º Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob colocação no mercado de produtos:
responsabilidade do gerador que forem realizadas pelo a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização,
poder público serão devidamente remuneradas pelas à reciclagem ou a outra forma de destinação ambientalmente
pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o adequada;
disposto no § 5º do art. 19. b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares tem resíduos sólidos possível;
cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a II- divulgação de informações relativas às formas de evitar,
disponibilização adequada para a coleta ou, nos casos reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus
abrangidos pelo art. 33, com a devolução. respectivos produtos;
III- recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes
Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, após o uso, assim como sua subsequente destinação final
com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de
conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à sistema de logística reversa na forma do art. 33;
saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos IV- compromisso de, quando firmados acordos ou termos de
sólidos. compromisso com o Município, participar das ações previstas
Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, no
integralmente o poder público pelos gastos decorrentes caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística
das ações empreendidas na forma do caput. reversa.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 26


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com empresarial, cabe aos fabricantes, importadores,
materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem. distribuidores e comerciantes dos produtos a que se referem
§ 1º Cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as os incisos II, III, V e VI ou dos produtos e embalagens a que se
embalagens sejam: referem os incisos I e IV do caput e o § 1º tomar todas as
medidas necessárias para assegurar a implementação e
I- restritas em volume e peso às dimensões requeridas à
operacionalização do sistema de logística reversa sob seu
proteção do conteúdo e à comercialização do produto;
encargo, consoante o estabelecido neste artigo, podendo,
II- projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira entre outras medidas:
tecnicamente viável e compatível com as exigências
I- implantar procedimentos de compra de produtos ou
aplicáveis ao produto que contêm;
embalagens usados;
III - recicladas, se a reutilização não for possível.
II- disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e
§ 2º O regulamento disporá sobre os casos em que, por recicláveis;
razões de ordem técnica ou econômica, não seja viável a
III- atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de
aplicação do disposto no caput.
associação de catadores de materiais reutilizáveis e
§ 3º É responsável pelo atendimento do disposto neste recicláveis, nos casos de que trata o § 1º.
artigo todo aquele que:
§ 4º Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso,
I- manufatura embalagens ou fornece materiais para a aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das
fabricação de embalagens; embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de
II- coloca em circulação embalagens, materiais para a outros produtos ou embalagens objeto de logística reversa, na
fabricação de embalagens ou produtos embalados, em forma do § 1º.
qualquer fase da cadeia de comércio. § 5º Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos
sistemas de logística reversa, mediante retorno dos e embalagens reunidos ou devolvidos na forma dos §§ 3º e 4º.
produtos após o uso pelo consumidor, de forma § 6º Os fabricantes e os importadores darão destinação
independente do serviço público de limpeza urbana e de ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens
manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a
importadores, distribuidores e comerciantes de: disposição final ambientalmente adequada, na forma
I- agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como estabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver,
outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.
resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento § 7º Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de
de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se
do Suasa, ou em normas técnicas; de atividades de responsabilidade dos fabricantes,
II- pilhas e baterias; importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de
III- pneus; logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere
este artigo, as ações do poder público serão devidamente
IV- óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
remuneradas, na forma previamente acordada entre as
V- lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio partes.
e de luz mista;
§ 8º Com exceção dos consumidores, todos os participantes
VI- produtos eletroeletrônicos e seus componentes. dos sistemas de logística reversa manterão atualizadas e
§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos disponíveis ao órgão municipal competente e a outras
setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder autoridades informações completas sobre a realização das
público e o setor empresarial, os sistemas previstos no ações sob sua responsabilidade.
caput serão estendidos a produtos comercializados em Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de compromisso
embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais referidos no inciso IV do caput do art. 31 e no § 1º do art. 33
produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, podem ter abrangência nacional, regional, estadual ou
o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio municipal.
ambiente dos resíduos gerados.
§ 1º Os acordos setoriais e termos de compromisso firmados
§ 2º A definição dos produtos e embalagens a que se em âmbito nacional têm prevalência sobre os firmados em
refere o § 1º considerará a viabilidade técnica e âmbito regional ou estadual, e estes sobre os firmados em
econômica da logística reversa, bem como o grau e a âmbito municipal.
extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente
§ 2º Na aplicação de regras concorrentes consoante o § 1º, os
dos resíduos gerados.
acordos firmados com menor abrangência geográfica podem
§ 3º Sem prejuízo de exigências específicas fixadas em lei ampliar, mas não abrandar, as medidas de proteção ambiental
ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos constantes nos acordos setoriais e termos de compromisso
do Sisnama e do SNVS, ou em acordos setoriais e termos firmados com maior abrangência geográfica.
de compromisso firmados entre o poder público e o setor

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta CAPÍTULO IV


seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de DOS RESÍDUOS PERIGOSOS
resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os consumidores
Art. 37. A instalação e o funcionamento de empreendimento
são obrigados a:
ou atividade que gere ou opere com resíduos perigosos
I- acondicionar adequadamente e de forma diferenciada somente podem ser autorizados ou licenciados pelas
os resíduos sólidos gerados; autoridades competentes se o responsável comprovar, no
II- disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condições
reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução. para prover os cuidados necessários ao gerenciamento desses
Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir resíduos.
incentivos econômicos aos consumidores que participam Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com resíduos
do sistema de coleta seletiva referido no caput, na forma perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são
de lei municipal. obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores
Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada de Resíduos Perigosos.
pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos § 1º O cadastro previsto no caput será coordenado pelo órgão
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de federal competente do Sisnama e implantado de forma
resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal conjunta pelas autoridades federais, estaduais e municipais.
de gestão integrada de resíduos sólidos: § 2º Para o cadastramento, as pessoas jurídicas referidas no
I- adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos caput necessitam contar com responsável técnico pelo
sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços gerenciamento dos resíduos perigosos, de seu próprio quadro
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos de funcionários ou contratado, devidamente habilitado, cujos
sólidos; dados serão mantidos atualizados no cadastro.
II- estabelecer sistema de coleta seletiva; § 3º O cadastro a que se refere o caput é parte integrante do
III- articular com os agentes econômicos e sociais medidas Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e do
sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de Sistema de Informações previsto no art. 12.
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; Art. 39. As pessoas jurídicas referidas no art. 38 são obrigadas
IV- realizar as atividades definidas por acordo setorial ou a elaborar plano de gerenciamento de resíduos perigosos e
termo de compromisso na forma do § 7º do art. 33, submetê-lo ao órgão competente do Sisnama e, se couber, do
mediante a devida remuneração pelo setor empresarial; SNVS, observado o conteúdo mínimo estabelecido no art. 21 e
demais exigências previstas em regulamento ou em normas
V- implantar sistema de compostagem para resíduos
técnicas.
sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e
sociais formas de utilização do composto produzido; § 1º O plano de gerenciamento de resíduos perigosos a que se
refere o caput poderá estar inserido no plano de
VI- dar disposição final ambientalmente adequada aos
gerenciamento de resíduos a que se refere o art. 20.
resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. § 2º Cabe às pessoas jurídicas referidas no art. 38:
§ 1º Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do I- manter registro atualizado e facilmente acessível de todos
caput, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e os procedimentos relacionados à implementação e à
de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e o operacionalização do plano previsto no caput;
funcionamento de cooperativas ou de outras formas de II- informar anualmente ao órgão competente do Sisnama e,
associação de catadores de materiais reutilizáveis e se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a natureza e a
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, destinação temporária ou final dos resíduos sob sua
bem como sua contratação. responsabilidade;
§ 2º A contratação prevista no § 1º é dispensável de III- adotar medidas destinadas a reduzir o volume e a
licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no periculosidade dos resíduos sob sua responsabilidade, bem
8.666, de 21 de junho de 1993. como a aperfeiçoar seu gerenciamento;
IV- informar imediatamente aos órgãos competentes sobre a
ocorrência de acidentes ou outros sinistros relacionados aos
resíduos perigosos.
§ 3º Sempre que solicitado pelos órgãos competentes do
Sisnama e do SNVS, será assegurado acesso para inspeção das
instalações e dos procedimentos relacionados à
implementação e à operacionalização do plano de
gerenciamento de resíduos perigosos.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 4º No caso de controle a cargo de órgão federal ou Art. 44. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
estadual do Sisnama e do SNVS, as informações sobre o no âmbito de suas competências, poderão instituir normas
conteúdo, a implementação e a operacionalização do com o objetivo de conceder incentivos fiscais, financeiros ou
plano previsto no caput serão repassadas ao poder creditícios, respeitadas as limitações da Lei Complementar n o
público municipal, na forma do regulamento. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:
Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimentos I- indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao
ou atividades que operem com resíduos perigosos, o tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos no
órgão licenciador do Sisnama pode exigir a contratação de território nacional;
seguro de responsabilidade civil por danos causados ao II- projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida
meio ambiente ou à saúde pública, observadas as regras dos produtos, prioritariamente em parceria com cooperativas
sobre cobertura e os limites máximos de contratação ou outras formas de associação de catadores de materiais
fixados em regulamento. reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa
Parágrafo único. O disposto no caput considerará o porte renda;
da empresa, conforme regulamento. III- empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela
Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras esferas relacionadas.
governamentais, o Governo Federal deve estruturar e Art. 45. Os consórcios públicos constituídos, nos termos da Lei
manter instrumentos e atividades voltados para promover no 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a
a descontaminação de áreas órfãs. descentralização e a prestação de serviços públicos que
Parágrafo único. Se, após descontaminação de sítio órfão envolvam resíduos sólidos, têm prioridade na obtenção dos
realizada com recursos do Governo Federal ou de outro incentivos instituídos pelo Governo Federal.
ente da Federação, forem identificados os responsáveis Art. 46. O atendimento ao disposto neste Capítulo será
pela contaminação, estes ressarcirão integralmente o efetivado em consonância com a Lei Complementar nº 101, de
valor empregado ao poder público. 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como com as
CAPÍTULO V diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual, as metas
DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias
e no limite das disponibilidades propiciadas pelas leis
Art. 42. O poder público poderá instituir medidas
orçamentárias anuais.
indutoras e linhas de financiamento para atender,
prioritariamente, às iniciativas de: CAPÍTULO VI
I- prevenção e redução da geração de resíduos sólidos no DAS PROIBIÇÕES
processo produtivo;
Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou
II- desenvolvimento de produtos com menores impactos à disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos:
saúde humana e à qualidade ambiental em seu ciclo de
vida; I- lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos
hídricos;
III- implantação de infraestrutura física e aquisição de
equipamentos para cooperativas ou outras formas de II- lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos
associação de catadores de materiais reutilizáveis e de mineração;
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda; III- queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e
IV- desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos equipamentos não licenciados para essa finalidade;
sólidos de caráter intermunicipal ou, nos termos do inciso IV- outras formas vedadas pelo poder público.
I do caput do art. 11, regional; § 1º Quando decretada emergência sanitária, a queima de
V- estruturação de sistemas de coleta seletiva e de resíduos a céu aberto pode ser realizada, desde que autorizada
logística reversa; e acompanhada pelos órgãos competentes do Sisnama, do
VI- descontaminação de áreas contaminadas, incluindo as SNVS e, quando couber, do Suasa.
áreas órfãs; § 2º Assegurada a devida impermeabilização, as bacias de
VII- desenvolvimento de pesquisas voltadas para decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou de
tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos; mineração, devidamente licenciadas pelo órgão competente
do Sisnama, não são consideradas corpos hídricos para efeitos
VIII- desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e do disposto no inciso I do caput.
empresarial voltados para a melhoria dos processos
produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos. Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos
ou rejeitos, as seguintes atividades:
Art. 43. No fomento ou na concessão de incentivos
creditícios destinados a atender diretrizes desta Lei, as I- utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;
instituições oficiais de crédito podem estabelecer critérios II- catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;
diferenciados de acesso dos beneficiários aos créditos do III- criação de animais domésticos;
Sistema Financeiro Nacional para investimentos IV- fixação de habitações temporárias ou permanentes;
produtivos.
V- outras atividades vedadas pelo poder público.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 29


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 (vinte)
perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas quilômetros da fronteira com países limítrofes; (Incluído pela
características causem dano ao meio ambiente, à saúde Lei nº 14.026, de 2020)
pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para III- até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população
tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação. entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes
no Censo 2010; e (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
TÍTULO IV IV- até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes no Censo 2010.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 50. A inexistência do regulamento previsto no § 3º do
art. 21 não obsta a atuação, nos termos desta Lei, das § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
cooperativas ou outras formas de associação de catadores § 2º Nos casos em que a disposição de rejeitos em aterros
de materiais reutilizáveis e recicláveis. sanitários for economicamente inviável, poderão ser adotadas
Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, outras soluções, observadas normas técnicas e operacionais
independentemente da existência de culpa, reparar os estabelecidas pelo órgão competente, de modo a evitar danos
danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta impactos ambientais. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor 2 (dois)
previstas em lei, em especial às fixadas na Lei no 9.605, de anos após a data de publicação desta Lei.
12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções Art. 56. A logística reversa relativa aos produtos de que tratam
penais e administrativas derivadas de condutas e os incisos V e VI do caput do art. 33 será implementada
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras progressivamente segundo cronograma estabelecido em
providências”, e em seu regulamento. regulamento.
Art. 52. A observância do disposto no caput do art. 23 e no Art. 57. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 2º do art. 39 desta Lei é considerada obrigação de
Brasília, 2 de agosto de 2010; 189º da Independência e 122º
relevante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da
da República.
Lei nº 9.605, de 1998, sem prejuízo da aplicação de outras
sanções cabíveis nas esferas penal e administrativa. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Art. 53. O § 1º do art. 56 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art................................................................................
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I- abandona os produtos ou substâncias referidos no caput
ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou
de segurança;
II- manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta,
reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos
perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou
regulamento.
..............................................................................” (NR)
Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos deverá ser implantada até 31 de dezembro de
2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham
elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e
que disponham de mecanismos de cobrança que
garantam sua sustentabilidade econômico-financeira, nos
termos do art. 29 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007,
para os quais ficam definidos os seguintes prazos:
(Redação dada pela Lei nº 14.026, de 2020)
I- até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e
Municípios integrantes de Região Metropolitana (RM) ou
de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de
capitais; (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
II- até 2 de agosto de 2022, para Municípios com
população superior a 100.000 (cem mil) habitantes no
Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 30


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

EXERCÍCIOS 03. (2016 - FCC - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário -
(LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010) Oficial de Justiça Avaliador Federal) Para efeitos da Lei n°
12.305/2010 a gestão integrada de resíduos sólidos é
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
a) o ato de natureza contratual firmado entre o poder público
PROFESSOR PETRONIO CASTRO e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes,
tendo em vista a implantação da responsabilidade
01. (2015 - UFES - Caixa - Engenheiro Civil) A Lei nº 12.305, compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
de 02 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de b) o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para
Resíduos Sólidos. Essa Lei NÃO se aplica a os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
a) reciclagem de produtos política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle
social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável.
b) rejeitos radioativos
c) o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas
c) pessoas físicas etapas de coleta, transporte, tratamento e destinação final
d) pessoas jurídicas de direito público ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição
e) pessoas jurídicas de direito privado, responsáveis final, de acordo com plano municipal de gestão integrada de
indiretamente pela geração de resíduos sólidos resíduos sólidos.
d) conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à
sociedade informações e participação nos processos de
02. (2015 - VUNESP - Prefeitura de Caieiras - SP - Assessor
formulação, implementação e avaliação das políticas públicas
Jurídico/Procurador Geral) Nos termos da Lei n o
relacionadas aos resíduos sólidos.
12.305/2010, que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, entende-se por e) distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando
normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou
a) área órfã contaminada: local onde há contaminação riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
causada pela disposição, regular ou irregular, de ambientais adversos.
quaisquer substâncias ou resíduos.
b) destinação final ambientalmente adequada:
04. (2013 - FMP Concursos - MPE-AC - Analista - Processual)
distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando
Com base no disposto na Lei nº 12.305/2012, que institui a
normas operacionais específicas de modo a evitar danos
Política Nacional dos Resíduos Sólidos, assinale a
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
alternativa correta.
impactos ambientais diversos.
a) Logística reversa é o instrumento de desenvolvimento
c) gerenciamento de resíduos sólidos: pessoas físicas ou econômico e social caracterizado por um conjunto de ações,
jurídicas, de direito público ou privado, que geram procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
incluído o consumo. reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
d) logística reversa: instrumento de desenvolvimento produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
econômico e social, caracterizado por um conjunto de adequada.
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a b) Rejeitos são os resíduos sólidos que, depois de esgotadas
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor todas as possibilidades de tratamento e recuperação por
empresarial para reaproveitamento, em seu ciclo ou em processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis,
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final não apresentem outra possibilidade que não a destinação final
ambientalmente adequada ambientalmente adequada.
e) rejeitos: processo de transformação dos resíduos c) Destinação final ambientalmente adequada é a distribuição
sólidos que envolve a alteração de suas propriedades ordenada de rejeitos em aterros, observadas as normas
físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos á
transformação em insumos ou novos produtos, saúde pública, à segurança e a minimizar os impactos
observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos ambientais adversos.
órgãos competentes do Sisnama, Do SNVS e do Suasa d) Por Área Órfã Contaminada entende-se a área contaminada
(local onde há contaminação causada pela disposição, regular
ou irregular, de qualquer substância ou resíduo) cujos
responsáveis pela disposição não estejam identificados ou
individualizados.
e) Geradores de resíduos sólidos são as pessoas físicas ou
jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos
por meio de suas atividades, nelas excluindo-se o consumo.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 31


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

05. (2014 - CESGRANRIO - Petrobras - Técnico(a) 08. (2015 - IF-RS - Professor - Ciências Ambientais e Meio
Ambiental Júnior) A Lei n o 12.305, de 02/08/2010, Ambiente) O artigo 6º da Lei nº 12.305/2010 trata dos
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. princípios da Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Em
A reciclagem, conforme definido nessa Lei, é o(a) relação a esses princípios, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) conjunto de ações voltadas para a busca de soluções
para os resíduos sólidos. a) O poluidor-pagador e o protetor-recebedor.
b) A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que
b) processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem
considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica,
sua transformação biológica, física ou físico-química.
tecnológica e de saúde pública.
c) processo de transformação dos resíduos sólidos que c) A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico- produtos.
químicas ou biológicas, com vistas à sua transformação em d) O antagonismo entre as diferentes esferas do poder público,
insumos ou novos produtos. o setor empresarial e demais segmentos da sociedade.
d) coleta de resíduos sólidos previamente segregados, e) O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável
conforme sua constituição ou composição. como um bem econômico e de valor social, gerador de
e) disposição de resíduos sólidos que, esgotadas todas as trabalho e renda e promotor de cidadania.
possibilidades de tratamento e recuperação por processos
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, 09. (2012 - FMP Concursos - PGE-AC - Procurador do Estado)
apresentam a possibilidade de uma disposição final Qual das alternativas abaixo contém princípio(s) não
ambientalmente adequada. expressamente previsto(s) na Lei Federal n.º 12.305/2010
06. (2016 - FCC - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista como norteador(es) da Política Nacional de Resíduos
Judiciário - Área Judiciária) Para efeitos da Lei n° Sólidos?
12.305/2010 a gestão integrada de resíduos sólidos é a) Prevenção e precaução.
a) conjunto de mecanismos e procedimentos que b) Desenvolvimento sustentável.
garantam à sociedade informações e participação nos c) Inversão do ônus da prova.
processos de formulação, implementação e avaliação das d) Razoabilidade e proporcionalidade.
políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos.
b) distribuição ordenada de rejeitos em aterros, 10. (2016 - EDUCA - Prefeitura de Maturéia - PB - Analista
observando normas operacionais específicas de modo a Ambiental) Assinale a alternativa que NÃO consta como
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a objetivo da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
minimizar os impactos ambientais adversos. 12.305/2010).
c) o ato de natureza contratual firmado entre o poder a) Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias
público e fabricantes, importadores, distribuidores ou limpas como forma de minimizar impactos ambientais.
comerciantes, tendo em vista a implantação da b) Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade
produto. compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
d) o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções c) Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
para os resíduos sólidos, de forma a considerar as d) Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos.
dimensões política, econômica, ambiental, cultural e e) Gestão integrada de resíduos radioativos.
social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável. 11. (2014 - IADES - CONAB - Gestão do Agronegócio) O art. 9º
e) o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, da Lei no 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos
nas etapas de coleta, transporte, tratamento e destinação Sólidos) estabelece que, na gestão e no gerenciamento de
final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de
disposição final, de acordo com plano municipal de gestão prioridade:
integrada de resíduos sólidos. a) redução, reutilização, reciclagem, tratamento adequado dos
rejeitos, não geração e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos.
07. (2011 - MPE-RS - Assessor - Direito) Nos termos da Lei b) não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
nº 12.305/2010, NÃO constitui princípio da Política dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
Nacional de Resíduos Sólidos adequada dos rejeitos.
a) a prevenção e a precaução. c) redução, reciclagem e reutilização.
b) o poluidor-pagador e o protetor-recebedor. d) devolução para indústria, reciclagem, tratamento dos
c) o desenvolvimento sustentável. resíduos sólidos e não geração.
d) a responsabilidade compartilhada pelo ciclo da vida dos e) metas de redução, reutilização, reciclagem e não geração.
produtos.
e) a relação transindividual das políticas públicas.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 32


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

12. (2014 - FGV - Prefeitura de Florianópolis - SC - Fiscal do 15. (2016 - FCC - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Técnico Judiciário -
Meio Ambiente) A Lei nº 12.305/2010 estabelece uma Área Administrativa) De acordo com a Lei n° 12.305/2010, o
classificação dos resíduos quanto à periculosidade em: plano estadual de resíduos sólidos que abrangerá todo o
a) perigosos e não perigosos; território de um Estado, será elaborado para vigência
b) perigosos, inertes e não perigosos; a) pelo prazo de dez anos, com revisões a cada dois anos.
c) muito perigosos, perigosos e não perigosos; b) por prazo indeterminado, com horizonte de vinte anos, a ser
d) muito perigosos, perigosos, neutros e não perigosos; atualizado a cada 4 anos.
e) extremamente perigosos, muito perigosos, perigosos e c) por prazo indeterminado, com horizonte de quinze anos e
não perigosos. revisões a cada cinco anos.
d) pelo prazo de quinze anos, com revisões a cada três anos.
13. (2016 - VUNESP - Câmara Municipal de Poá - SP - e) por prazo indeterminado, com horizonte de doze anos e
Procurador Jurídico) Sobre a classificação de resíduos revisões a cada três anos.
sólidos prevista na Lei nº 12.305/10, é correto afirmar
que resíduos
16. (2013 - MPE-GO - Promotor de Justiça) De acordo com a
a) de limpeza urbana são os originários de atividades Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei
domésticas em residências urbanas.
n° 12.305/10, é correto afirmar:
b) domiciliares são os originários de estabelecimentos
a) logística reversa é o processo de transformação dos
comerciais e prestadores de serviços.
resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades
c) dos serviços públicos de saneamento básico são os físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à
originários da varrição, limpeza de logradouros e vias transformação em insumos ou novos produtos, observadas as
públicas e outros serviços de limpeza urbana. condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos
d) da construção civil são os gerados nas construções, competentes do Sisnama.
reformas, reparos e demolições de obras de construção
b) na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos deve ser
civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação observada a seguinte ordem de prioridade: não geração,
de terrenos para obras civis.
redução, reciclagem, reutilização, tratamento dos resíduos
e) de serviços de saúde são os gerados nos processos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos
produtivos e instalações industriais. rejeitos.
c) são princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: a
14. (2011 - CESGRANRIO - Transpetro - Profissional de prevenção e a precaução; o desenvolvimento sustentável; a
Meio Ambiente Júnior) A Lei nº 12.305, de 2 de agosto responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos produtos; o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; o
Sólidos, dispõe sobre seus princípios, objetivos e reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável
instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à como um bem econômico e de valor social, gerador de
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos trabalho e renda e promotor da cidadania; a razoabilidade e a
sólidos e apresenta algumas definições e proporcionalidade; a ecoeficiência.
classificações. De acordo com essa Lei,
d) a existência de Plano Municipal de Gestão Integrada de
a) os resíduos são classificados, quanto à periculosidade, Resíduos Sólidos, por sua abrangência e eficiência, além de ser
como resíduos domiciliares e resíduos industriais. condição para que os Municípios tenham acesso a recursos da
b) a disposição final ambientalmente adequada inclui a União, exime o Município do licenciamento ambiental de
reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações do
e o aproveitamento energético. serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
c) a destinação final ambientalmente adequada é a sólidos.
ordenada de rejeitos em aterros sem controle,
observando-se normas operacionais específicas, de modo
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, e a
minimizar os impactos ambientais adversos.
d) a logística reversa é o instrumento de desenvolvimento
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento ou outra destinação final
ambientalmente adequada.
e) a área órfã contaminada é uma área onde há
contaminação causada pela disposição, regular ou
irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos, cujos
responsáveis pela disposição são identificáveis.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 33


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

17. (2014 - MPE-PR - Promotor) Um dos grandes desafios DECRETO FEDERAL Nº 10.936, DE 12 DE JANEIRO DE 2022
sanitários e ambientais da atualidade é a destinação
adequada dos resíduos sólidos urbanos, cujo aumento
decorre, dentre outros fatores, do processo de DECRETO Nº 10.936, DE 12 DE JANEIRO DE 2022
expansão e urbanização dos municípios. Neste
contexto, entrou em vigor, em 02 de agosto de 2010, a Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que
Lei nº 12.305, instituindo a Política Nacional de institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios,
objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe
resíduos sólidos, às responsabilidades e os confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da
instrumentos econômicos aplicáveis. Em relação ao Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 12.305, de
tema, assinale a alternativa incorreta: 2 de agosto de 2010
a) Protetor-recebedor é um dos princípios da Política DECRETA
Nacional de Resíduos Sólidos;
b) São instrumentos da Política Nacional de Resíduos
TÍTULO I
Sólidos, entre outros: os planos de resíduos sólidos; a
educação ambiental; e os conselhos de meio ambiente e, DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
no que couber, os de saúde; Art. 1º Este Decreto regulamenta a Política Nacional de
c) Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos deve ser Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto
observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, de 2010.
redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos Parágrafo único. A Política Nacional de Resíduos Sólidos
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se com
adequada dos rejeitos; as diretrizes nacionais para o saneamento básico e com a
d) Para os efeitos da lei, os resíduos sólidos urbanos política federal de saneamento básico, nos termos do disposto
englobam os resíduos domiciliares, os de limpeza urbana na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007.
e os industriais;
Art. 2º O disposto neste Decreto aplica-se às pessoas físicas ou
e) O poder público, o setor empresarial e a coletividade
jurídicas, de direito público ou privado:
são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para
assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos I - responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de
Sólidos. resíduos sólidos; e
II - que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou
18. (2015 - FCC - TCE-CE - Analista de Controle Externo- ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Auditoria de Obras Públicas) Segundo a Lei n o
12.305/2010, é
TÍTULO II
a) proibido o lançamento de resíduos sólidos ou rejeitos
em praias ou no mar, excetuados os corpos hídricos DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES DE RESÍDUOS
considerados secundários de uma bacia hidrográfica. SÓLIDOS E DO PODER PÚBLICO
b) proibida a queima de resíduos sólidos ou rejeitos a céu CAPÍTULO I
aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não DISPOSIÇÕES GERAIS
licenciados para essa finalidade. Art. 3º Os fabricantes, os importadores, os distribuidores, os
c) proibido o lançamento in natura a céu aberto, inclusive
comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços
de resíduos de mineração.
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
d) proibida, nas áreas de disposição final de resíduos ou são responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos.
rejeitos, fixação de habitações permanentes, excetuadas
as habitações temporárias. Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada será
e) proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e implementada de forma individualizada e encadeada.
rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas Art. 4º Na hipótese de haver sistema de coleta seletiva
características causem dano ao meio ambiente, à saúde estabelecida pelo plano municipal de gestão integrada de
pública e animal e à sanidade vegetal, excetuadas as resíduos sólidos ou sistema de logística reversa a que se refere
importações para tratamento, reforma, reuso, o art. 18, o consumidor deverá:
reutilização ou recuperação. I - acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os
resíduos sólidos gerados; e
GABARITO II - disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos
01. B 06. D 11. B 16. C reutilizáveis e recicláveis para coleta ou para devolução.
02. D 07. E 12. A 17. D
03. B 08. D 13. D 18. B
04. A 09. C 14. D
05. C 10. E 15. B

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 34


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 5º O disposto no art. 4º não isenta o consumidor de CAPÍTULO III


observar as regras previstas na legislação do titular do DA LOGÍSTICA REVERSA
serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos
Seção I
sólidos referentes:
Do Programa Nacional de Logística Reversa
I - ao acondicionamento;
Art. 12. Fica instituído o Programa Nacional de Logística
II - à segregação; e
Reversa, integrado ao Sistema Nacional de Informações Sobre
III - à destinação final dos resíduos. a Gestão dos Resíduos Sólidos - Sinir e ao Plano Nacional de
Art. 6º O Poder Público, o setor empresarial e a sociedade Resíduos Sólidos - Planares.
são responsáveis pela efetividade das ações destinadas a § 1º O Programa Nacional de Logística Reversa é instrumento
assegurar a observância à Política Nacional de Resíduos de coordenação e de integração dos sistemas de logística
Sólidos e ao disposto na Lei nº 12.305, de 2010, e neste reversa e tem como objetivos:
Decreto.
I - otimizar a implementação e a operacionalização da
Art. 7º O disposto no art. 32 da Lei nº 12.305, de 2010, não infraestrutura física e logística;
se aplica às embalagens de produtos destinados à
II - proporcionar ganhos de escala; e
exportação.
III - possibilitar a sinergia entre os sistemas.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o
fabricante atenderá às exigências do país importador. § 2º O Programa Nacional de Logística Reversa será
coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
§ 3º Ato do Ministério do Meio Ambiente estabelecerá os
CAPÍTULO II
critérios e as diretrizes do Programa Nacional de Logística
DA COLETA SELETIVA Reversa.
Art. 8º A coleta seletiva será realizada em conformidade Art. 13. A logística reversa é instrumento de desenvolvimento
com as determinações dos titulares do serviço público de econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por meio procedimentos e de meios destinados a viabilizar a coleta e a
da segregação prévia dos referidos resíduos, de acordo restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
com sua constituição ou sua composição. reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
§ 1º O sistema de coleta seletiva, de acordo com as metas produtivos, ou para outra destinação final ambientalmente
estabelecidas nos planos de resíduos sólidos: adequada.
I - será implantado pelo titular do serviço público de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; Art. 14. Os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os
II - estabelecerá, no mínimo, a separação de resíduos comerciantes dos produtos a que se referem os incisos II, III, V
secos e orgânicos, de forma segregada dos rejeitos; e e VI do caput do art. 33 da Lei nº 12.305, de 2010, e dos
III - será progressivamente estendido à separação dos produtos e das embalagens de que tratam os incisos I e IV do
resíduos secos em suas parcelas específicas. caput e o § 1º do art. 33 da referida Lei deverão:
§ 2º Para fins do disposto neste artigo, os geradores de I - estruturar, implementar e operar os sistemas de logística
resíduos sólidos deverão segregá-los e disponibilizá-los reversa, por meio do retorno dos produtos e das embalagens
adequadamente, na forma estabelecida pelo titular do após o uso pelo consumidor; e
serviço público de limpeza urbana e de manejo de II - assegurar a sustentabilidade econômico-financeira da
resíduos sólidos. logística reversa.
Art. 9º Os titulares do serviço público de limpeza urbana e
de manejo de resíduos sólidos, em sua área de § 1º Para fins do disposto no caput, os fabricantes, os
abrangência, estabelecerão os procedimentos para o importadores, os distribuidores e os comerciantes ficam
acondicionamento adequado e para a disponibilização dos responsáveis pela realização da logística reversa no limite da
resíduos sólidos objeto da coleta seletiva. proporção dos produtos que colocarem no mercado interno,
Art. 10. O sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos conforme metas progressivas, intermediárias e finais
priorizará a participação de cooperativas ou de outras estabelecidas no instrumento que determinar a
formas de associação de catadores de materiais implementação da logística reversa.
reutilizáveis e recicláveis constituídas por pessoas físicas
de baixa renda.
§ 2º Na implementação e na operacionalização do sistema de
Art. 11.  A coleta seletiva será implementada sem prejuízo logística reversa, poderão ser:
da implementação e operacionalização de sistemas de
I - adotados procedimentos de compra de produtos ou de
logística reversa.
embalagens usadas; e
II - instituídos postos de entrega de resíduos reutilizáveis e
recicláveis.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 35


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 3º As cooperativas e as associações de catadores de § 3º Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente poderá


materiais recicláveis poderão integrar o sistema de definir as normas e os critérios para atendimento ao disposto
logística reversa de que trata o caput: neste artigo.
I - desde que sejam legalmente constituídas, cadastradas Art. 16. A fiscalização do cumprimento das obrigações
e habilitadas, nos termos do disposto nos art. 40 e art. 42; previstas em instrumentos de logística reversa caberá aos
e órgãos executores, seccionais e locais do Sistema Nacional do
II - por meio de instrumento legal firmado entre a Meio Ambiente - Sisnama, estabelecidos pela Lei nº 6.938, de
cooperativa ou a associação e as empresas ou entidades 31 de agosto de 1981, e pelos seus regulamentos, sem prejuízo
gestoras para prestação dos serviços, na forma prevista na do exercício das competências de outros órgãos e entidades
legislação. públicos.
§ 4º Na hipótese de a importação dos produtos de que Art. 17. O sistema de logística reversa de agrotóxicos, seus
trata este artigo ser realizada por terceiro, nas resíduos e suas embalagens, observará o disposto em
modalidades por conta e ordem e por encomenda, na qual legislação específica sobre a matéria.
a mercadoria importada seja repassada ao adquirente ou
ao encomendante, conforme o caso, e este se configure Seção II
como o real destinatário do produto, a estruturação, a
Dos instrumentos e da forma de implantação da logística
implementação e a operacionalização do sistema de
reversa
logística reversa de que trata o caput serão de
responsabilidade do adquirente ou do encomendante do Art. 18. Os sistemas de logística reversa serão implementados
produto, de acordo com a modalidade contratada, e operacionalizados por meio dos seguintes instrumentos:
conforme estabelecido em regulamentos específicos. I - acordos setoriais;
§ 5º A empresa terceirizada contratada para efetuar a II - regulamentos editados pelo Poder Público; ou
importação deve apresentar, por meio eletrônico, ao III - termos de compromisso.
órgão de controle a cópia do contrato firmado entre as
§ 1º Os instrumentos de que trata o caput disporão, no
partes e do termo aditivo, quando houver, que caracterize
mínimo, sobre:
a vinculação da entrega das unidades importadas à
empresa contratante, com menção à responsabilidade do I - definições; 
adquirente ou do encomendante pelo cumprimento da II - objeto;
legislação que trata do sistema de logística reversa. III - estruturação da implementação do sistema de logística
§ 6º Na hipótese de inobservância ao disposto no § 5º, a reversa;
empresa terceirizada contratada para efetuar a IV - operacionalização do sistema de logística reversa e do seu
importação observará o disposto no caput quanto à plano operativo;
estruturação, à implementação e à operacionalização do
V - financiamento do sistema de logística reversa;
sistema de logística reversa.
VI - governança para acompanhamento de performance;
§ 7º A empresa importadora terceirizada incluirá na
declaração de importação, para as autoridades VII - entidades gestoras;
competentes, a informação do responsável por estruturar, VIII - forma de participação dos consumidores no sistema de
implementar e operacionalizar o sistema de logística logística reversa;
reversa do importador, conforme definido em contrato, IX - obrigações dos fabricantes, dos importadores, dos
na forma prevista no § 4º. distribuidores e dos comerciantes;
Art. 15. Os sistemas de logística reversa deverão ser X - planos de comunicação e de educação ambiental;
integrados ao Sinir, no prazo de cento e oitenta dias,
XI - objetivos, metas e cronograma;
contado da data de publicação deste Decreto.
XII - monitoramento e avaliação do sistema;
§ 1º Fica instituído o manifesto de transporte de resíduos,
documento autodeclaratório e válido no território XIII - viabilidade técnica e econômica do sistema de logística
nacional, emitido pelo Sinir, para fins de fiscalização reversa; e
ambiental dos sistemas de logística reversa de que trata o XIV - gestão de riscos e de resíduos perigosos.
art. 14. § 2º As propostas de acordo setorial e de termo de
§ 2º Além das informações sobre o transporte de resíduos, compromisso serão acompanhadas:
os responsáveis pelos sistemas de logística reversa I - dos atos constitutivos das entidades participantes e da
integrarão e manterão atualizadas as informações, entre relação dos associados de cada entidade, se for o caso;
outras solicitadas pelo Ministério do Meio Ambiente,
II - dos documentos comprobatórios de identificação e
sobre:
qualificação dos representantes e dos signatários da proposta
I - a localização de pontos de entrega voluntária; e cópia dos respectivos mandatos; e
II - os pontos de consolidação; e III - da cópia de estudos, de dados e de informações que
III - os resultados obtidos, consideradas as metas embasarem a proposta.
estabelecidas.
CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 36
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 3º Os instrumentos de que trata o caput serão avaliados informações estabelecidas no § 1º do art. 18 e os documentos
com, no mínimo, cento e oitenta dias de antecedência de que trata o § 2º do referido artigo;
quanto ao prazo estabelecido no instrumento ou em II - submissão da proposta à consulta pública, pelo Ministério
termo aditivo correspondente. do Meio Ambiente, pelo prazo de trinta dias, contado da data
Art. 19. Os instrumentos de que trata o art. 18 da sua divulgação;
estabelecidos: III - oitiva dos órgãos federais com competências relacionadas
I - em âmbito nacional prevalecem sobre os firmados em à matéria, após o encerramento da consulta pública de que
âmbito regional, distrital ou estadual; e trata o inciso II, que deverão se manifestar no prazo de trinta
II - em âmbito regional, distrital ou estadual prevalecem dias; e
sobre os firmados em âmbito municipal. IV - consolidação e análise das manifestações a que se refere
Parágrafo único. Os instrumentos de que trata o art. 18 o inciso III e das contribuições recebidas por meio da consulta
com menor abrangência geográfica: pública, pelo Ministério do Meio Ambiente, que poderá:
I - não alteram as obrigações dos fabricantes, dos a) aceitar a proposta, hipótese em que convidará os
importadores, dos distribuidores e dos comerciantes na representantes do setor empresarial para assinatura do
forma prevista no art. 14; e acordo setorial, com a publicação de seu extrato no Diário
Oficial da União;
II - devem ser compatíveis com as normas previstas em
acordos setoriais, regulamentos e termos de compromisso b) solicitar aos representantes do setor empresarial a
estabelecidos com maior abrangência geográfica. complementação ou o ajuste da proposta de acordo setorial,
com subsequente encaminhamento para a hipótese prevista
Art. 20. Os sistemas de logística reversa serão estendidos,
na alínea “a” ou “c”; ou
por meio da utilização dos instrumentos previstos no art.
18, aos: c) determinar o arquivamento do processo, quando não
houver consenso na negociação do acordo.
I - produtos comercializados em embalagens plásticas,
metálicas ou de vidro; e
II - demais produtos e embalagens, considerados Subseção II
prioritariamente o grau e a extensão do impacto à saúde Do regulamento
pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. Art. 23.  A logística reversa poderá ser implementada ou
§ 1º  Ato do Ministério do Meio Ambiente definirá os aprimorada diretamente por meio de regulamento editado
produtos e as embalagens a que se refere o caput. pelo Poder Executivo.
§ 2º Para fins do disposto no § 1º, serão ouvidos Art. 24. A implementação ou o aprimoramento de sistema de
previamente: logística reversa por meio de regulamento editado pelo Poder
I - o Ministério da Saúde; Executivo federal observará o seguinte procedimento:
II - o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; I - elaboração de proposta de regulamento pelo Ministério do
Meio Ambiente, com as informações estabelecidas no § 1º do
III - o Ministério da Economia; e
art. 18;
IV - o Ministério do Desenvolvimento Regional.
II - submissão da proposta à consulta pública, pelo Ministério
§ 3º Os órgãos a que se refere o § 2º terão o prazo de trinta do Meio Ambiente, pelo prazo de trinta dias, contado da data
dias para se manifestar, contado da data de envio de ofício da sua divulgação;
pelo Ministério do Meio Ambiente por meio eletrônico.
III - oitiva dos órgãos federais com competências relacionadas
à matéria, após o encerramento da consulta pública, que
Subseção I deverão se manifestar no prazo de trinta dias; e
Dos acordos setoriais IV - consolidação e análise das manifestações dos órgãos
Art. 21. Os acordos setoriais a que se refere o inciso I do federais com competências relacionadas à matéria a que se
caput do art. 18 são atos de natureza contratual, firmados refere o inciso III e das contribuições recebidas por meio da
entre o Poder Público e os fabricantes, os importadores, consulta pública, pelo Ministério do Meio Ambiente, que
os distribuidores ou os comerciantes, com vistas à poderá:
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo a) ajustar e encaminhar a proposta de regulamento ao
de vida do produto. Presidente da República; ou
Art. 22. A implementação ou o aprimoramento de sistema b) determinar o arquivamento do processo, na hipótese de
de logística reversa por meio de acordo setorial de âmbito concluir pela inviabilidade da proposta.
nacional observará o seguinte procedimento: § 1º Os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os
I - apresentação de proposta formal pelos fabricantes, comerciantes deverão apresentar, no prazo estabelecido para
pelos importadores, pelos distribuidores ou pelos a realização da consulta pública, estudo de viabilidade técnica
comerciantes dos produtos e das embalagens a que se e econômica do sistema de logística reversa objeto do
refere o art. 14, ao Ministério do Meio Ambiente, com as regulamento, de forma a contribuir para o aprimoramento da
proposta.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 37


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 2º O estudo de que trata o § 1º não vincula a decisão Subseção IV


final do Ministério do Meio Ambiente e a ausência de seu Da isonomia
envio, no prazo estabelecido, não obsta a continuidade do
Art. 27. Fica assegurada a isonomia na fiscalização e no
procedimento previsto no caput ou a edição do
cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, aos
regulamento.
importadores, aos distribuidores e aos comerciantes de
produtos, de seus resíduos e de suas embalagens sujeitos à
Subseção III logística reversa obrigatória.
Dos termos de compromisso Art. 28. Os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os
Art. 25. O Poder Público poderá firmar os termos de comerciantes de produtos, de seus resíduos e de suas
compromisso de que trata o inciso III do caput art. 18 com embalagens aos quais se refere o caput do art. 33 da Lei nº
os fabricantes, os importadores, os distribuidores ou os 12.305, de 2 de agosto de 2010, e de outros produtos, de seus
comerciantes a que se refere o art. 14, com vistas ao resíduos ou de suas embalagens que sejam objeto de logística
estabelecimento de sistema de logística reversa: reversa na forma prevista no § 1º do referido artigo, não
signatários de acordo setorial ou termo de compromisso
I - nas hipóteses em que não houver, na mesma área de
firmado com a União deverão estruturar e implementar
abrangência, o acordo setorial ou o regulamento
sistemas de logística reversa, consideradas as obrigações
específico de que trata o art. 18, nos termos do disposto
imputáveis aos signatários e aos aderentes de acordo setorial
neste Decreto; ou
ou ao termo de compromisso firmado com a União.
II - para o estabelecimento de compromissos e metas mais
§ 1º As obrigações a que se refere o caput incluem os
exigentes do que aqueles previstos no acordo setorial ou
dispositivos referentes:
no regulamento de que trata o art. 18.
I - à operacionalização, aos prazos, às metas, aos controles e
Art. 26. A implementação ou o aprimoramento de sistema
aos registros da operacionalização dos sistemas de logística
de logística reversa por meio de termo de compromisso de
reversa;
âmbito nacional observará o seguinte procedimento:
II - aos planos de comunicação, às avaliações e ao
I - apresentação de proposta formal pelos fabricantes,
monitoramento dos sistemas de logística reversa; e
pelos importadores, pelos distribuidores ou pelos
comerciantes dos produtos e das embalagens a que se III - às penalidades e às obrigações específicas imputáveis aos
refere o art. 14, ao Ministério do Meio Ambiente, com as fabricantes, aos importadores, aos distribuidores e aos
informações estabelecidas no § 1º do art. 18 e os comerciantes.
documentos de que trata o § 2º do referido artigo; § 2º Eventual revisão dos termos e das condições previstos em
II - oitiva dos órgãos federais com competências acordo setorial ou em termo de compromisso firmado com a
relacionadas à matéria, que deverão se manifestar no União, consubstanciada em termos aditivos e que altere as
prazo de quinze dias; e obrigações de que trata este artigo, será atendida pelos
fabricantes, pelos importadores, pelos distribuidores e pelos
III - análise das manifestações a que se refere o inciso II,
comerciantes a que se refere o caput.
pelo Ministério do Meio Ambiente, que poderá:
Art. 29. Na hipótese de descumprimento das obrigações
a) aceitar a proposta, hipótese em que convidará os
previstas em acordo setorial ou em termo de compromisso de
representantes do setor empresarial para assinatura do
que trata o art. 18, inclusive daquelas decorrentes do disposto
termo de compromisso, com a publicação de seu extrato
no art. 28, serão aplicadas aos signatários, aos aderentes e aos
no Diário Oficial da União;
não signatários as penalidades previstas na legislação
b) solicitar aos representantes do setor empresarial a ambiental.
complementação ou o ajuste da proposta de termo de
compromisso, com subsequente encaminhamento para a
hipótese prevista na alínea “a” ou “c”; ou TÍTULO III
c) determinar o arquivamento do processo, quando não DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS À GESTÃO E AO
houver consenso na negociação do termo de GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
compromisso. Art. 30. Na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos,
Parágrafo único. Os sistemas de logística reversa será observada a seguinte ordem de prioridade:
estabelecidos por termo de compromisso não serão I - não geração de resíduos sólidos;
precedidos de consulta pública. II - redução de resíduos sólidos;
III - reutilização de resíduos sólidos;
IV - reciclagem de resíduos sólidos;
V - tratamento de resíduos sólidos; e
VI - disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 38


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 1º A sustentabilidade econômico-financeira dos serviços Art. 35. Observará o estabelecido nas normas do Sisnama, do
de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos será SNVS e do Suasa o gerenciamento:
assegurada por meio de instrumento de remuneração, I - de resíduos sólidos presumidamente veiculadores de
com cobrança dos usuários, garantida a recuperação dos agentes etiológicos de doenças transmissíveis ou de pragas;
custos decorrentes da prestação dos serviços essenciais e
II - de resíduos de serviços de transporte gerados em portos,
especializados.
em aeroportos e em passagens de fronteira; e
§ 2º Na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos,
III - de material apreendido proveniente do exterior.
serão incentivados o desenvolvimento científico e
tecnológico, a inovação e o empreendedorismo, de forma
a desenvolver a cadeia de valor dos resíduos sólidos. TÍTULO IV
Art. 31. A recuperação energética dos resíduos sólidos DA PARTICIPAÇÃO DOS CATADORES DE MATERIAIS
urbanos a que se refere o § 1º do art. 9º da Lei nº 12.305, RECICLÁVEIS E REUTILIZÁVEIS
de 2010, qualificados nos termos do disposto na alínea “c” Art. 36. O sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos
do inciso I do caput do art. 13 da referida Lei, será priorizará a participação de cooperativas ou de outras formas
disciplinada, de forma específica, em ato conjunto dos de associação de catadores de materiais reutilizáveis e
Ministros de Estado do Meio Ambiente, de Minas e recicláveis, constituídas por pessoas físicas de baixa renda,
Energia e do Desenvolvimento Regional. com vistas:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao I - à formalização da contratação;
aproveitamento energético dos gases gerados na
II - ao empreendedorismo;
biodigestão e na decomposição da matéria orgânica dos
resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários. III - à inclusão social; e
Art. 32. Compete ao Distrito Federal e aos Municípios a IV - à emancipação econômica.
gestão integrada de resíduos sólidos gerados em seus Parágrafo único. A participação de cooperativas ou de outras
territórios, sem prejuízo do exercício das competências de formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e
controle e de fiscalização dos órgãos federais e estaduais de recicláveis em sistemas de logística reversa observará o
do Sisnama, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária - disposto no § 3º do art. 14.
SNVS e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Art. 37. Os planos municipais de gestão integrada de resíduos
Agropecuária - Suasa e da responsabilidade do gerador sólidos definirão programas e ações para a participação dos
pelo gerenciamento de resíduos, nos termos do disposto grupos interessados, em especial das cooperativas ou de
na Lei nº 12.305, de 2010. outras formas de associação de catadores de materiais
Art. 33. Observado o disposto na Lei nº 12.305, de 2010, e reutilizáveis e recicláveis constituídas por pessoas físicas de
neste Decreto, compete aos Estados e ao Distrito Federal: baixa renda.
I - promover a integração da organização, do Art. 38. As ações desenvolvidas pelas cooperativas ou por
planejamento e da execução das funções públicas de outras formas de associação de catadores de materiais
interesse comum relacionadas à gestão dos resíduos reutilizáveis e recicláveis, no âmbito do gerenciamento de
sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas resíduos sólidos das atividades a que se refere o art. 20 da Lei
e microrregiões, nos termos do disposto na lei nº 12.305, de 2010, deverão estar descritas, quando couber,
complementar a que se refere o § 3º do art. 25 da nos planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
Constituição; Art. 39. As políticas públicas destinadas aos catadores de
II - controlar e fiscalizar as atividades dos geradores de materiais reutilizáveis e recicláveis deverão observar:
resíduos sólidos sujeitas a licenciamento ambiental pelo I - a possibilidade de dispensa de licitação, nos termos do
órgão estadual ou distrital do Sisnama; e disposto no inciso XXVII do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de
III - incentivar a regionalização dos serviços de limpeza 21 de junho de 1993, enquanto estiver em vigor, e na alínea
urbana e de manejo de resíduos sólidos, por meio de “j” do inciso IV do caput do art. 75 da Lei nº 14.133, de 1º de
consórcios públicos e arranjos de prestação regionalizada, abril de 2021, para a contratação de cooperativas ou de
nos termos do disposto no inciso VI do caput do art. 3º da associações de catadores de materiais reutilizáveis e
Lei nº 11.445, de 2007, principalmente quanto à recicláveis;
implantação de unidades regionalizadas, que atendam a II - quanto às cooperativas, o estímulo:
mais de um Município, para a destinação final
a) à capacitação;
ambientalmente adequada de resíduos em seu território.
b) ao fortalecimento institucional;
Art. 34. Os geradores de resíduos sólidos deverão adotar
medidas que promovam a redução da geração dos c) à formalização; e
resíduos, principalmente dos resíduos perigosos, na forma d) ao empreendedorismo; e
prevista nos planos de resíduos sólidos de que trata o art. III - a melhoria das condições de trabalho dos catadores de
44 e a legislação aplicável. materiais reutilizáveis e recicláveis.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 39


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Parágrafo único. Para fins do disposto nos incisos II e III TÍTULO V


do caput, poderão ser firmados contratos, convênios ou DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
outros instrumentos congêneres com pessoas jurídicas de
CAPÍTULO I
direito público ou privado que atuem na criação e no
desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de DISPOSIÇÕES GERAIS
associação de catadores de materiais reutilizáveis e Art. 44. São planos de resíduos sólidos:
recicláveis, observada a legislação aplicável. I - o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
Art. 40. Fica instituído o Programa Coleta Seletiva Cidadã, II - os planos estaduais e distrital de resíduos sólidos;
por meio do qual os órgãos e as entidades da
III - os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos
administração pública federal, direta e indireta, deverão:
de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou
I - separar os resíduos reutilizáveis e recicláveis; e aglomerações urbanas;
II - destinar resíduos reutilizáveis e recicláveis, IV - os planos intermunicipais de resíduos sólidos;
prioritariamente, às associações e às cooperativas de
V - os planos municipais de gestão integrada de resíduos
catadores de materiais recicláveis.
sólidos; e
Parágrafo único. Estarão aptas a coletar os resíduos
VI - os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
recicláveis descartados pelos órgãos e pelas entidades da
administração pública federal, direta e indireta, as Parágrafo único. Os planos de resíduos sólidos com menor
associações e as cooperativas de catadores de materiais abrangência geográfica serão compatíveis com os planos com
recicláveis que: maior abrangência geográfica, hipótese em que apresentarão,
no que couber, a contribuição do recorte geográfico
I - sejam formalmente constituídas por catadores de
considerado para o plano com maior abrangência geográfica,
materiais reutilizáveis e recicláveis;
observada a precedência estabelecida nos incisos I a V do
II - possuam infraestrutura para realizar a triagem e a caput.
classificação dos resíduos recicláveis descartados;
III - apresentem o sistema de rateio entre os associados e
CAPÍTULO II
os cooperados; e
DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS ELABORADOS PELO
IV - estejam regularmente cadastradas e habilitadas no
PODER PÚBLICO
Sinir.
Seção I
Art. 41. Caberá aos órgãos e às entidades da administração
pública federal, direta e indireta, realizar os Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos
procedimentos necessários para a seleção de associações Art. 45. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado
e de cooperativas cadastradas no Sinir, observado o pela União, sob a coordenação do Ministério do Meio
disposto na legislação, com vistas a firmar termo de Ambiente, vigerá por prazo indeterminado e terá horizonte de
compromisso. vinte anos.
Art. 42. As associações e as cooperativas de catadores de Parágrafo único. O plano de que trata o caput será atualizado
materiais recicláveis deverão realizar a destinação final a cada quatro anos.
ambientalmente adequada dos resíduos não Art. 46. A elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos
reaproveitados para reutilização ou reciclagem. considerará o conteúdo mínimo estabelecido no art. 15 da Lei
Parágrafo único. A inobservância ao disposto no caput nº 12.305, de 2010, e observará o seguinte procedimento:
poderá acarretar: I - formulação e divulgação da proposta preliminar;
I - a revogação da habilitação da associação e da II - submissão da proposta à consulta pública, pelo prazo de
cooperativa no Sinir; e sessenta dias, contado da data da sua divulgação;
II - a impossibilidade de participação no Programa Coleta III - realização de uma audiência pública em cada Região do
Seletiva Cidadã, sem prejuízo da aplicação das sanções País e uma audiência pública de âmbito nacional, no Distrito
previstas na legislação. Federal, simultaneamente ao período de consulta pública
Art. 43. O Ministério do Meio Ambiente adotará as referido no inciso II;
medidas complementares necessárias à execução do IV - oitiva:
Programa Coleta Seletiva Cidadã, com vistas a fomentar a
a) do Ministério da Saúde;
melhoria das condições de trabalho, incluídas:
b) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
I - a formalização da contratação;
c) do Ministério da Economia;
II - as oportunidades de empreendedorismo; e
d) do Ministério de Minas e Energia;
III - a inclusão social e a emancipação econômica dos
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. e) do Ministério do Desenvolvimento Regional; e
f) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 40


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

V - análise das contribuições recebidas por meio da Seção III


consulta e das audiências públicas e das manifestações Dos planos municipais de gestão integrada de resíduos
dos órgãos a que se refere o inciso IV pelo Ministério do sólidos
Meio Ambiente; e
Art. 51. Os planos municipais de gestão integrada de resíduos
VI - encaminhamento, pelo Ministro de Estado do Meio sólidos serão elaborados nos termos do disposto no art. 19 da
Ambiente, ao Presidente da República, da proposta de Lei nº 12.305, de 2010.
decreto que aprova o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
§ 1º Os planos municipais de gestão integrada de resíduos
Art. 47. Após a publicação do plano nacional de resíduos sólidos serão atualizados ou revistos, prioritariamente, de
sólidos, o Ministério do Meio Ambiente encaminhará ao forma concomitante à elaboração dos planos plurianuais
Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama o municipais.
relatório anual sobre a implementação do Plano Nacional
§ 2º Os planos municipais de gestão integrada de resíduos
de Resíduos Sólidos.
sólidos identificarão e indicarão medidas saneadoras para os
Parágrafo único. Caberá ao Conama monitorar a execução passivos ambientais originados, dentre outros, de:
do Plano Nacional de Resíduos Sólidos e sugerir os
I - áreas contaminadas, inclusive lixões e aterros controlados;
aperfeiçoamentos necessários, consideradas as
e
informações do relatório a que se refere o caput.
II - empreendimentos sujeitos à elaboração de planos de
Art. 48. Nos termos do disposto no art. 45, as atualizações
gerenciamento de resíduos sólidos, nos termos do disposto na
do Plano Nacional de Resíduos Sólidos observarão o
Lei nº 12.305, de 2010.
seguinte procedimento:
§ 3º Os planos municipais de gestão integrada e os planos
I - formulação e divulgação da proposta preliminar;
intermunicipais de resíduos sólidos deverão demonstrar o
II - submissão da proposta à consulta pública, pelo prazo atendimento ao disposto nos art. 29 e art. 35 da Lei nº 11.445,
de trinta dias, contado da data da sua divulgação; de 2007, quanto à sustentabilidade econômico-financeira
III - realização de audiência pública de âmbito nacional, no decorrente da prestação de serviços de limpeza urbana e de
Distrito Federal, simultaneamente ao período de consulta manejo de resíduos sólidos e aos mecanismos de cobrança dos
pública a que se refere o inciso II; referidos serviços.
IV - análise das contribuições recebidas por meio da Art. 52. Os Municípios com população total inferior a vinte mil
consulta e da audiência pública pelo Ministério do Meio habitantes, apurada com base nos dados demográficos do
Ambiente; e censo mais recente da Fundação Instituto Brasileiro de
V - aprovação em ato do Ministro de Estado do Meio Geografia e Estatística  - IBGE, poderão adotar planos
Ambiente. municipais simplificados de gestão integrada de resíduos
sólidos.
§ 1º Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente definirá
Seção II
normas e critérios para atendimento ao disposto no caput.
Dos planos estaduais e distrital e dos planos regionais
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos Municípios:
de resíduos sólidos
I - integrantes de áreas de especial interesse turístico;
Art. 49. Os planos estaduais de resíduos sólidos vigerão
por prazo indeterminado e terão horizonte de vinte anos. II - inseridos na área de influência de empreendimentos ou de
atividades com impacto ambiental significativo de âmbito
§ 1º Os planos de que trata o caput serão atualizados ou
regional ou nacional; ou
revistos a cada quatro anos.
III - cujo território abranja, total ou parcialmente, unidades de
§ 2º Os planos estaduais e distrital de resíduos sólidos
conservação.
abrangerão o território do Estado ou do Distrito Federal e
considerarão o conteúdo mínimo estabelecido no art. 17 Art. 53. Os Municípios que optarem por soluções consorciadas
da Lei nº 12.305, de 2010. intermunicipais para gestão de resíduos sólidos ficarão
dispensados da elaboração do plano municipal de gestão
Art. 50. Além dos planos estaduais e distrital, os Estados e
integrada de resíduos sólidos, desde que o plano
o Distrito Federal poderão elaborar planos
intermunicipal observe o conteúdo mínimo previsto no art. 19
microrregionais de resíduos sólidos e planos de regiões
da Lei nº 12.305, de 2010.
metropolitanas ou aglomerações urbanas.
Art. 54. Os planos municipais de gestão integrada de resíduos
§ 1º Na elaboração e na implementação dos planos a que
sólidos e os planos intermunicipais de resíduos sólidos
se refere o caput, os Estados incentivarão a participação
poderão ser elaborados por meio do Sinir, a partir de
dos Municípios que integram a microrregião, a região
informações declaradas pelos responsáveis pela sua
metropolitana ou a aglomeração urbana.
elaboração.
§ 2º O conteúdo dos planos a que se refere o caput será
estabelecido em conjunto com os Municípios que
integram a microrregião, a região metropolitana ou a
aglomeração urbana, vedada a exclusão ou a substituição
de quaisquer das prerrogativas relativas aos Municípios.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 41


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Seção IV § 1º O plano de gerenciamento de resíduos sólidos poderá ser


Da relação entre os planos de resíduos sólidos e dos gerado no Sinir a partir das informações declaradas pelos
planos de saneamento básico quanto ao componente responsáveis pela sua elaboração.
de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos § 2º Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente poderá
urbanos definir normas e critérios para atendimento ao disposto no
Art. 55. Os serviços públicos de limpeza urbana e de caput.
manejo de resíduos sólidos urbanos, compostos pelas Art. 59. No processo de elaboração e execução do plano de
atividades a que se refere a alínea “c” do inciso I do caput gerenciamento de resíduos sólidos, será assegurada a
do art. 3º e o art. 7º da Lei nº 11.445, de 2007, serão utilização dos subprodutos e resíduos de valor econômico não
prestados em conformidade com os planos de descartados, de origem animal ou vegetal, a que se referem
saneamento básico previstos na referida Lei e no seu a Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, e a Lei nº 9.972, de 25
regulamento. de maio de 2000, como insumos de cadeias produtivas.
Art. 56. Na hipótese dos serviços de que trata o art. 55, os Parágrafo único. Serão assegurados o aproveitamento de
planos de resíduos sólidos serão compatíveis com os biomassa na produção de energia e o rerrefino de óleos
planos de saneamento básico previstos na Lei nº 11.445, lubrificantes usados, na forma prevista na legislação aplicável.
de 2007, e no seu regulamento
Parágrafo único. O componente de limpeza urbana e de Seção II
manejo de resíduos sólidos urbanos dos planos municipais
Do conteúdo dos planos de gerenciamento de resíduos
de gestão integrada de resíduos sólidos poderá constar
sólidos quanto à participação das cooperativas e às outras
dos planos de saneamento básico previstos no art. 19 da
formas de associação de catadores de materiais recicláveis
Lei nº 11.445, de 2007, observado o conteúdo mínimo a
que se refere o art. 19 da Lei nº 12.305, de 2010, ou o Art. 60. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos dos
disposto no art. 51 deste Decreto, conforme o caso. empreendimentos a que se refere o art. 20 da Lei nº 12.305,
de 2010, poderá prever a participação de cooperativas ou de
associações de catadores de materiais recicláveis no
CAPÍTULO III gerenciamento dos resíduos sólidos recicláveis ou
DOS PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS reutilizáveis, quando:
SÓLIDOS I - houver cooperativas ou associações de catadores com
Seção I capacidade técnica e operacional para gerenciar os resíduos
Das regras aplicáveis aos planos de gerenciamento de sólidos;
resíduos sólidos II -  a contratação de cooperativas e de associações de
Art. 57. Os empreendimentos sujeitos à elaboração de catadores para o gerenciamento dos resíduos sólidos for
plano de gerenciamento de resíduos sólidos poderão economicamente viável; e
optar pela apresentação do plano de forma coletiva e III - não houver conflito com a segurança operacional do
integrada, desde que: empreendimento.
I - estejam localizados no mesmo condomínio, Município, Art. 61. Para fins do disposto no art. 60, o plano de
microrregião, região metropolitana ou aglomeração gerenciamento de resíduos sólidos deverá especificar as
urbana; atividades atribuídas às cooperativas e às associações,
II - exerçam atividades características do mesmo setor considerado o conteúdo mínimo de que trata o art. 21 da Lei
produtivo; e nº 12.305, de 2010.
III - possuam mecanismos formalizados de governança Art. 62. Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente poderá
coletiva ou de cooperação em atividades de interesse dispor sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de
comum. gerenciamento de resíduos sólidos relativo à atuação de
cooperativas ou de outras formas de associação de catadores
Parágrafo único. O plano de gerenciamento de resíduos
de materiais reutilizáveis e recicláveis.
sólidos apresentado na forma prevista no caput conterá a
indicação individualizada das atividades e dos resíduos
sólidos gerados e as ações e as responsabilidades
atribuídas a cada um dos geradores.
Art. 58. Os responsáveis pelo plano de gerenciamento de
resíduos sólidos disponibilizarão ao órgão municipal
competente, ao órgão licenciador do Sisnama e às demais
autoridades competentes, com periodicidade anual,
informações completas e atualizadas sobre a
implementação e a operacionalização do plano sob sua
responsabilidade, por meio eletrônico, conforme as regras
estabelecidas pelo Ministério do Meio Ambiente.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 42


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Seção III TÍTULO VI


Dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos DOS RESÍDUOS PERIGOSOS
relativos às microempresas e às empresas de pequeno CAPÍTULO I
porte
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 63. Ficam dispensadas de apresentar o plano de
Art. 68. Para fins do disposto neste Decreto, consideram-se
gerenciamento de resíduos sólidos as microempresas e as
geradores ou operadores de resíduos perigosos os
empresas de pequeno porte a que se referem os incisos I
empreendimentos ou as atividades:
e II do caput do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14
de dezembro de 2006, que gerem somente resíduos I - cujo processo produtivo gere resíduos perigosos;
sólidos domiciliares ou, nos termos do disposto no II - cuja atividade envolva o comércio de produtos que possam
parágrafo único do art. 13 da Lei nº 12.305, de 2010, que gerar resíduos perigosos e cujo risco seja significativo, a
gerem resíduos sólidos equiparados aos resíduos sólidos critério do órgão ambiental;
domiciliares pelo Poder Público municipal até o volume de III - que prestem serviços que envolvam a operação com
duzentos litros por empreendimento por dia. produtos que possam gerar resíduos perigosos e cujo risco seja
§ 1º O volume previsto no caput também será aplicado significativo, a critério do órgão ambiental;
aos Municípios que não dispuserem de norma específica à IV - que prestem serviços de coleta, transporte, transbordo,
equiparação de que trata o parágrafo único do art. 13 da armazenamento, tratamento, destinação e disposição final de
Lei nº 12.305, 2010. resíduos ou rejeitos perigosos; ou
§ 2º Os geradores de resíduos sólidos de que trata a alínea V - que exerçam atividades classificadas como geradoras ou
“d” do inciso I do caput do art. 13 da Lei nº 12.305, de como operadoras de resíduos perigosos em normas editadas
2010, caracterizados como não perigosos podem ser pelos órgãos do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.
equiparados aos resíduos domiciliares pelo Poder Público
Art. 69. As pessoas jurídicas que operam com resíduos
municipal, em decorrência de sua natureza, sua
perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são
composição ou seu volume.
obrigadas a elaborar plano de gerenciamento de resíduos
Art. 64. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos das perigosos e submetê-lo ao órgão competente do Sisnama e,
microempresas e das empresas de pequeno porte, quando couber, do SNVS e do Suasa, observadas as exigências
quando exigível, poderá constar do plano de estabelecidas neste Decreto ou em normas técnicas
gerenciamento de empresas com as quais operem de específicas.
forma integrada, desde que estejam localizadas na área de
Parágrafo único. O plano de gerenciamento de resíduos
abrangência da mesma autoridade de licenciamento
perigosos poderá constar do plano de gerenciamento de
ambiental.
resíduos sólidos.
Parágrafo único. Os planos de gerenciamento de resíduos
Art. 70. A instalação e o funcionamento de empreendimento
sólidos apresentados na forma prevista no caput conterão
ou de atividade que gere ou opere com resíduos perigosos
a indicação individualizada das atividades e dos resíduos
somente podem ser autorizados ou licenciados pelas
sólidos gerados e as ações e as responsabilidades
autoridades competentes se o responsável comprovar, no
atribuídas a cada um dos empreendimentos.
mínimo:
Art. 65. Os planos de gerenciamento de resíduos sólidos
I - capacidade técnica;
das microempresas e das empresas de pequeno porte
poderão ser apresentados por meio de formulário II - capacidade econômica; e
eletrônico simplificado disponível no Sinir, conforme III - ter condições para prover os cuidados necessários ao
estabelecido em ato do Ministério do Meio Ambiente. gerenciamento dos referidos resíduos. 
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se às Parágrafo único. Para fins de comprovação das condições
microempresas e às empresas de pequeno porte não estabelecidas nos incisos I e II do caput, empreendimentos ou
enquadradas no disposto no art. 63. atividades deverão:
Art. 66. O disposto nesta Seção não se aplica às I  -  dispor de meios técnicos e operacionais adequados para o
microempresas e às empresas de pequeno porte atendimento da respectiva etapa do processo de
geradoras de resíduos perigosos. gerenciamento dos resíduos sob sua responsabilidade,
Parágrafo único. Para fins do disposto nesta Seção, não observados as normas e os outros critérios estabelecidos pelo
são considerados geradores de resíduos perigosos aqueles órgão ambiental competente; e
que gerarem, em peso, mais de noventa e cinco por cento II  - na hipótese de concessão ou de renovação do
de resíduos não perigosos em relação ao total dos licenciamento ambiental, apresentar, resguardado o sigilo das
resíduos sólidos gerados. informações:
Art. 67. A dispensa ou a simplificação referente ao plano a) as demonstrações financeiras do último exercício social;
de gerenciamento de resíduos sólidos não exime as b) a certidão negativa de falência; e
microempresas e as empresas de pequeno porte de
c) a estimativa de custos anuais para o gerenciamento dos
realizar a destinação final ambientalmente adequada dos
resíduos perigosos.
resíduos sólidos gerados.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 43


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 71. No licenciamento ambiental de empreendimentos § 2º O processamento do óleo lubrificante usado ou


ou de atividades que operem com resíduos perigosos, o contaminado será admitido para a fabricação de produtos a
órgão licenciador do Sisnama poderá exigir a contratação serem consumidos exclusivamente pelos geradores
de seguro de responsabilidade civil por danos causados ao industriais.
meio ambiente ou à saúde pública, observadas as regras § 3º Na hipótese de comprovação da inviabilidade das
sobre a cobertura e os limites máximos de contratação destinações previstas no caput e no § 1º, junto ao órgão
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Seguros ambiental competente, qualquer outra utilização do óleo
Privados. lubrificante usado ou contaminado dependerá de
Parágrafo único. A aplicação do disposto licenciamento ambiental.
no caput considerará o porte e as características da § 4º Os processos utilizados para a reciclagem do óleo
empresa. lubrificante deverão estar licenciados pelo órgão ambiental
Art. 72. Observada a ordem de prioridade estabelecida no competente.
art. 9º da Lei nº 12.305, de 2010, e no art. 30 deste
Decreto, os resíduos perigosos que apresentem
CAPÍTULO II
características de inflamabilidade serão destinados à
recuperação energética: DO CADASTRO NACIONAL DE OPERADORES DE RESÍDUOS
PERIGOSOS
I - obrigatoriamente, quando houver instalações
devidamente licenciadas para recuperação energética a Art. 74. As pessoas jurídicas que operam com resíduos
até cento e cinquenta quilômetros de distância da fonte perigosos, em qualquer fase de seu gerenciamento, deverão
de geração dos resíduos; e se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos
Perigosos.
II - preferencialmente, em condição distinta da
estabelecida no inciso I. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de que trata o caput
indicarão o responsável técnico pelo gerenciamento dos
§ 1º Para fins do disposto no caput, consideram-se
resíduos perigosos, que deverá estar habilitado e cujos dados
resíduos perigosos com características de inflamabilidade,
serão mantidos atualizados no Cadastro Nacional de
entre outros:
Operadores de Resíduos Perigosos.
I - borras oleosas;
Art. 75. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
II - borras de processos petroquímicos; Recursos Naturais Renováveis - Ibama será responsável por
III - borras de fundo de tanques de combustíveis e de coordenar o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos
produtos inflamáveis; Perigosos, que será implantado de forma conjunta pelos
IV - elementos filtrantes de filtros de combustíveis e de órgãos federais, estaduais, distritais e municipais
lubrificantes; competentes.
V - solventes e borras de solventes; § 1º O Ibama adotará medidas com vistas a assegurar a
disponibilidade e a publicidade do cadastro a que se refere
VI - borras de tintas à base de solventes;
o caput aos órgãos e às entidades interessados.
VII - ceras que contenham solventes;
§ 2º O Ibama promoverá a integração do Cadastro Nacional de
VIII - panos, estopas, serragem, equipamentos de Operadores de Resíduos Perigosos com o Cadastro Técnico
proteção individual, elementos filtrantes e absorventes Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou
contaminados com óleos lubrificantes, solventes ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e com o Sinir.
combustíveis, tais como álcool, gasolina e óleo diesel;
Art. 76. Entre outras fontes, o Cadastro Nacional de
IX - lodo de caixa separadora de óleo com mais de cinco Operadores de Resíduos Perigosos será constituído com as
por cento de hidrocarbonetos derivados de petróleo; e informações:
X - solo contaminado com combustíveis ou com um dos I - dos planos de gerenciamento de resíduos perigosos;
componentes a que se referem os incisos I a IX.
II - do relatório específico anual do Cadastro Técnico Federal
§ 2º O disposto no caput não se aplica às hipóteses em que de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
o transporte para as instalações de recuperação Recursos Ambientais; e
energética seja considerado inviável pelo órgão ambiental
III - sobre a quantidade, a natureza e a destinação temporária
competente.
ou final dos resíduos sob responsabilidade da pessoa jurídica.
Art. 73. O disposto no art. 72 não se aplica ao óleo
lubrificante usado ou contaminado que será destinado à
reciclagem por meio do processo de rerrefino, de acordo
com as metas estabelecidas em ato do Poder Executivo.
§ 1º A reciclagem a que se refere o caput poderá ser
realizada, a critério do órgão ambiental competente, por
meio de outro processo tecnológico com eficácia
ambiental comprovada equivalente ou superior ao
rerrefino.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 44


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

TÍTULO VII referentes à regulação ou à fiscalização dos serviços


DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE A relacionados à gestão dos resíduos sólidos e aos direitos e aos
GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS deveres dos usuários e dos operadores serão disponibilizados
pelo Sinir em sítio eletrônico oficial.
Art. 77. O Sistema Nacional de Informações sobre a
Gestão dos Resíduos Sólidos - Sinir, instituído sob a § 1º A publicidade das informações divulgadas por meio do
coordenação e a articulação do Ministério do Meio Sinir observará o sigilo comercial, industrial, financeiro ou de
Ambiente, tem como objetivos: qualquer outro tipo previsto na legislação.
I - coletar e sistematizar os dados relativos à prestação dos § 2º As pessoas físicas e jurídicas que fornecerem informações
serviços públicos e privados de gestão e de gerenciamento de caráter sigiloso aos órgãos e às entidades da administração
de resíduos sólidos, inclusive dos sistemas de logística pública deverão indicar essa circunstância, de forma expressa
reversa implementados; e fundamentada, a fim de que seja resguardado o sigilo a que
se refere o § 1º.
II - promover o ordenamento adequado para a geração, o
armazenamento, a sistematização, o compartilhamento, o TÍTULO VIII
acesso e a disseminação dos dados e das informações de
que trata o inciso I; DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GESTÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS
III - classificar os dados e as informações, de acordo com
sua importância e sua confidencialidade, em Art. 82. A educação ambiental na gestão dos resíduos sólidos
conformidade com o disposto na legislação; é parte integrante da Política Nacional de Resíduos Sólidos e
tem como objetivo o aprimoramento do conhecimento, dos
IV - disponibilizar estatísticas, indicadores e outras valores, dos comportamentos e do estilo de vida relacionados
informações relevantes, com vistas à caracterização da com a gestão e com o gerenciamento ambientalmente
demanda e da oferta de serviços de gestão e de adequado de resíduos sólidos.
gerenciamento de resíduos sólidos;
§ 1º A educação ambiental na gestão dos resíduos sólidos
V - permitir e facilitar o monitoramento, a fiscalização e a observará:
avaliação da eficiência da gestão e do gerenciamento de
resíduos sólidos nos diversos níveis, inclusive nos sistemas I - as diretrizes gerais estabelecidas na Lei nº 9.795, de 27 de
de logística reversa implementados; abril de 1999, e no Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002;
e
VI - possibilitar a avaliação dos resultados e o
acompanhamento das metas dos planos e das ações de II - as regras específicas estabelecidas na Lei nº 12.305, de
gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos nos 2010, e neste Decreto.
diversos níveis, inclusive dos sistemas de logística reversa §  2º O Poder Público adotará as seguintes medidas, entre
implantados; outras, com vistas ao cumprimento do objetivo de que trata
VII - informar a sociedade sobre as atividades realizadas o caput:
no âmbito da implementação da Política Nacional de I - incentivar atividades de caráter educativo e pedagógico, em
Resíduos Sólidos; colaboração com entidades do setor empresarial e da
sociedade civil;
VIII - disponibilizar periodicamente à sociedade o
diagnóstico da situação dos resíduos sólidos no País, por II - promover a articulação da educação ambiental na gestão
meio do inventário nacional de resíduos sólidos; e de resíduos sólidos com a Política Nacional de Educação
Ambiental, instituída pela Lei nº 9.795, de 1999;
IX - agregar as informações sob a esfera de competência
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos III - realizar ações educativas destinadas aos fabricantes, aos
Municípios sobre a gestão e o gerenciamento dos resíduos importadores, aos comerciantes e aos distribuidores, com
sólidos. enfoque diferenciado para os agentes envolvidos direta e
indiretamente com os sistemas de coleta seletiva e de logística
Art. 78. O Sinir conterá informações publicamente reversa;
disponibilizadas em outras bases de dados oficiais que
IV - desenvolver ações educativas destinadas à
possam contribuir para a melhoria da gestão e do
conscientização dos consumidores quanto ao consumo
gerenciamento ambientalmente adequado de resíduos
sustentável e às suas responsabilidades, no âmbito da
sólidos.
responsabilidade compartilhada de que trata a Lei nº 12.305,
Art. 79. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de 2010;
disponibilizarão anualmente ao Sinir as informações
V - promover a capacitação dos gestores públicos para que
necessárias sobre os resíduos sólidos em seu âmbito de
atuem como multiplicadores nos diversos aspectos da gestão
competência.
integrada de resíduos sólidos; e
Art. 80. Os planos de gestão de resíduos sólidos de que VI - divulgar os conceitos relacionados com:
trata o art. 44 serão disponibilizados pelos seus
a) a coleta seletiva;
responsáveis no Sinir e ficarão disponíveis para acesso
público. b) a logística reversa;
Art. 81. Os dados, as informações, os relatórios, os c) o consumo consciente; e
estudos, os inventários e os instrumentos equivalentes d) a minimização da geração de resíduos sólidos.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 45


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 3º As ações de educação ambiental estabelecidas neste V - estabelecimento de critérios, metas e outros dispositivos
artigo não excluem as responsabilidades dos fornecedores complementares de sustentabilidade ambiental para as
quanto ao dever de informar o consumidor sobre o aquisições e contratações públicas;
cumprimento dos sistemas de logística reversa e coleta VI - pagamento por serviços ambientais, na forma prevista na
seletiva instituídos. legislação; e
VII - apoio à elaboração de projetos no âmbito de mecanismos
TÍTULO IX decorrentes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
DAS CONDIÇÕES DE ACESSO A RECURSOS Mudança do Clima, promulgada pelo Decreto nº 2.652, de 1º
de julho de 1998.
Art. 83. A elaboração dos planos de resíduos sólidos de
que tratam o art. 44 deste Decreto e os art. 16 e art. 18 da Parágrafo único. O Poder Público poderá estabelecer outras
Lei nº 12.305, de 2010, é condição para que os Estados, o medidas indutoras além daquelas previstas no caput.
Distrito Federal e os Municípios tenham acesso a recursos Art. 86. As instituições financeiras federais poderão criar linhas
da União ou por ela controlados destinados: especiais de financiamento para:
I - aos empreendimentos e aos serviços relacionados à I  - aquisição de máquinas e equipamentos utilizados na gestão
gestão de resíduos sólidos; ou de resíduos sólidos, realizada por cooperativas ou por outras
II - à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos. formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis;
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se ao recebimento de
benefícios por incentivos ou por financiamentos de II  -  atividades relacionadas à gestão e ao gerenciamento de
entidades federais de crédito ou de fomento. resíduos sólidos, incluídas:
§ 2º O acesso aos recursos de que trata o caput fica a) triagem mecanizada;
condicionado à comprovação da regularidade fiscal b) reutilização;
perante a União. c) reciclagem;
§ 3º Quando destinados à gestão de resíduos sólidos d) compostagem;
urbanos, a alocação de recursos públicos federais e os
e) recuperação e aproveitamento energético;
financiamentos com recursos da União ou com recursos
geridos ou operados por órgãos ou entidades da União f) tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente
serão feitos nos termos do disposto na Lei nº 11.445, de adequada de rejeitos; e
2007, na Lei nº 14.026, de 2020, e nos seus regulamentos. g) atividades de inovação e desenvolvimento;
Art. 84. A disponibilização de informações atualizadas no III  -  projetos de investimentos em gestão e gerenciamento de
Sinir é condição para que os Estados, o Distrito Federal e resíduos sólidos; e
os Municípios tenham acesso a recursos da União, ou por IV - recuperação de áreas contaminadas por atividades
ela controlados, destinados a empreendimentos, relacionadas à disposição inadequada de resíduos sólidos.
equipamentos e serviços relacionados à gestão de
resíduos sólidos.
TÍTULO XI
Parágrafo único. A situação de regularidade em relação ao
disposto no caput poderá ser verificada a partir de DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
relatório gerado automaticamente pelo Sinir e Art. 87. Na hipótese de haver, na data de publicação deste
considerará a conformidade dos Estados, do Distrito Decreto, sistema de logística reversa com o procedimento a
Federal e dos Municípios quanto ao ciclo de declaração que se refere o art. 24 em andamento, o prazo de que trata o
mais recente, observados os prazos estabelecidos em ato § 1º do referido artigo será de trinta dias, contado da data de
do Ministério do Meio Ambiente. publicação deste Decreto.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, aplica-se o
TÍTULO X disposto no § 2º do art. 24.
DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
Art. 85. As iniciativas a que se refere o art. 42 da Lei nº TÍTULO XII
12.305, de 2010, serão fomentadas por meio das DISPOSIÇÕES FINAIS
seguintes medidas: Art. 88. Para fins do disposto no inciso I do caput do art. 47 da
I - incentivos fiscais, financeiros e creditícios; Lei nº 12.305, de 2010, o deslocamento de material do leito de
II - cessão de terrenos públicos; corpos d’água por meio de dragagem:
III - destinação dos resíduos recicláveis descartados pelos I - não será considerado lançamento; e
órgãos e pelas entidades da administração pública federal II - será objeto de licenciamento ou de autorização do órgão
às associações e às cooperativas dos catadores de ambiental competente.
materiais reutilizáveis e recicláveis, nos termos do Art. 89. Na hipótese de decretação de emergência sanitária, a
disposto nos art. 40 a art. 42; queima de resíduos poderá ser realizada a céu aberto.
IV - subvenções econômicas;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 46


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Parágrafo único. A queima de resíduos de que trata o § 5º Não estão compreendidas na infração de que trata o
caput deverá ser e autorizada e acompanhada pelos inciso IX do caput as atividades de deslocamento de material
órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e, quando do leito de corpos d’água por meio de dragagem, devidamente
couber, do Suasa. licenciado ou aprovado.
Art. 90. O Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, passa § 6º As bacias de decantação de resíduos ou rejeitos industriais
a vigorar com as seguintes alterações: ou de mineração, devidamente licenciadas pelo órgão
“Art. 62. competente do Sisnama, não serão consideradas corpos
............................................................................................ hídricos para fins do disposto no inciso IX do caput.” (NR)
............................................................................................ “Art. 71-A. Importar resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem
como resíduos sólidos cujas características causem dano ao
IX - lançar resíduos sólidos ou rejeitos em praias, no mar
meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal,
ou em quaisquer recursos hídricos;
ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou
X - lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura a céu recuperação:
aberto, excetuados os resíduos de mineração, ou
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000.000,00 (dez
depositá-los em unidades inadequadas, não licenciadas
milhões de reais).”(NR)
para a atividade;
Art. 91. Ficam revogados:
XI - queimar resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto ou
em recipientes, instalações e equipamentos não I - o Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006;
licenciados para a atividade; II - o Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010;
XII - descumprir obrigação prevista no sistema de logística III - o Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017; e
reversa implementado nos termos do disposto na Lei nº IV - o inciso IV do caput do art. 5º do Decreto nº 10.240, de 12
12.305, de 2010, em conformidade com as de fevereiro de 2020.
responsabilidades específicas estabelecidas para o
Art. 92. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
referido sistema;
Brasília, 12 de janeiro de 2022; 201º da Independência e 134º
XIII - deixar de segregar resíduos sólidos na forma
da República.
estabelecida para a coleta seletiva, quando a referida
coleta for instituída pelo titular do serviço público de JAIR MESSIAS BOLSONARO
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
XIV - destinar resíduos sólidos urbanos à recuperação
energética em desconformidade com o disposto no § 1º
do art. 9º da Lei nº 12.305, de 2010, e no seu regulamento;
XV - deixar de atualizar e disponibilizar ao órgão municipal
competente e a outras autoridades informações
completas sobre a execução das ações do sistema de
logística reversa sobre sua responsabilidade
XVI -  deixar de atualizar e disponibilizar ao órgão
municipal competente, ao órgão licenciador do Sisnama e
a outras autoridades informações completas sobre a
implementação e a operacionalização do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos sob a sua
responsabilidade; e
XVII - deixar de cumprir as regras sobre registro,
gerenciamento e informação de que trata o § 2º do art. 39
da Lei nº 12.305, de 2010.
§ 1º As multas de que tratam os incisos I a XI do caput
serão aplicadas após laudo de constatação.
§ 2º Os consumidores que descumprirem as obrigações
previstas nos sistemas de logística reversa e de coleta
seletiva ficarão sujeitos à penalidade de advertência.
§ 3º Na hipótese de reincidência no cometimento da
infração prevista no § 2º, poderá ser aplicada a penalidade
de multa no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$
500,00 (quinhentos reais).
§ 4º A multa a que se refere o § 3º poderá ser convertida
em serviços de preservação, melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambiente.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

LEI FEDERAL Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997 CAPÍTULO III


DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO
LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997 Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I- a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
dos aspectos de quantidade e qualidade;
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição II- a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades
Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais
de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro das diversas regiões do País;
de 1989. III- a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão
ambiental;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso IV- a articulação do planejamento de recursos hídricos com o
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: dos setores usuários e com os planejamentos regional,
estadual e nacional;
V- a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso
TÍTULO I
do solo;
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
VI- a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos
CAPÍTULO I sistemas estuarinos e zonas costeiras.
DOS FUNDAMENTOS Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum.
nos seguintes fundamentos:
I- a água é um bem de domínio público;
II- a água é um recurso natural limitado, dotado de valor CAPÍTULO IV
econômico;
DOS INSTRUMENTOS
III- em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos
hídricos é o consumo humano e a dessedentação de
Hídricos:
animais;
I- os Planos de Recursos Hídricos;
IV- a gestão dos recursos hídricos deve sempre
proporcionar o uso múltiplo das águas; II- o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo
os usos preponderantes da água;
V- a bacia hidrográfica é a unidade territorial para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos III- a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de IV- a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
Recursos Hídricos; V- a compensação a municípios;
VI- a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada VI- o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
e contar com a participação do Poder Público, dos usuários
e das comunidades.
SEÇÃO I
DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO II
Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que
DOS OBJETIVOS
visam a fundamentar e orientar a implementação da Política
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos
Hídricos: hídricos.
I- assegurar à atual e às futuras gerações a necessária Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo
disponibilidade de água, em padrões de qualidade prazo, com horizonte de planejamento compatível com o
adequados aos respectivos usos; período de implantação de seus programas e projetos e terão
II- a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, o seguinte conteúdo mínimo:
incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao I- diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
desenvolvimento sustentável;
II- análise de alternativas de crescimento demográfico, de
III- a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos evolução de atividades produtivas e de modificações dos
críticos de origem natural ou decorrentes do uso padrões de ocupação do solo;
inadequado dos recursos naturais.
III- balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos
IV- incentivar e promover a captação, a preservação e o recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com
aproveitamento de águas pluviais.(Incluído pela Lei nº identificação de conflitos potenciais;
13.501, de 2017)

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 48


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

IV- metas de racionalização de uso, aumento da § 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme
quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos definido em regulamento:
disponíveis; I- o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades
V- medidas a serem tomadas, programas a serem de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio
desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o rural;
atendimento das metas previstas; II- as derivações, captações e lançamentos considerados
VI- (VETADO) insignificantes;
VII- (VETADO) III- as acumulações de volumes de água consideradas
VIII- prioridades para outorga de direitos de uso de insignificantes.
recursos hídricos; § 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de
IX- diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos geração de energia elétrica estará subordinada ao Plano
recursos hídricos; Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto
no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da
X- propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de
legislação setorial específica.
uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.
Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados
por bacia hidrográfica, por Estado e para o País. Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de
uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá
respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado
SEÇÃO II e a manutenção de condições adequadas ao transporte
DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM aquaviário, quando for o caso.
CLASSES, SEGUNDO OS USOS PREPONDERANTES DA Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá
ÁGUA preservar o uso múltiplo destes.
Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade
segundo os usos preponderantes da água, visa a: competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do
I- assegurar às águas qualidade compatível com os usos Distrito Federal.
mais exigentes a que forem destinadas; § 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e
II- diminuir os custos de combate à poluição das águas, ao Distrito Federal competência para conceder outorga de
mediante ações preventivas permanentes. direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.
Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas § 2º (VETADO)
pela legislação ambiental.
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos
SEÇÃO III poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou
DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:
HÍDRICOS I- não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos II- ausência de uso por três anos consecutivos;
hídricos tem como objetivos assegurar o controle III- necessidade premente de água para atender a situações de
quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas
exercício dos direitos de acesso à água. adversas;
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os IV- necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação
direitos dos seguintes usos de recursos hídricos: ambiental;
I- derivação ou captação de parcela da água existente em V- necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse
um corpo de água para consumo final, inclusive coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas;
abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
VI- necessidade de serem mantidas as características de
II- extração de água de aquífero subterrâneo para navegabilidade do corpo de água.
consumo final ou insumo de processo produtivo;
III- lançamento em corpo de água de esgotos e demais
Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos
resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim
far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos,
de sua diluição, transporte ou disposição final;
renovável.
IV- aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
Art. 17. (VETADO)
V- outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a
Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas,
qualidade da água existente em um corpo de água.
que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 49


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

SEÇÃO IV SEÇÃO VI
DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva: Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é
I- reconhecer a água como bem econômico e dar ao um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e
usuário uma indicação de seu real valor; recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores
intervenientes em sua gestão.
II- incentivar a racionalização do uso da água;
Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do
III- obter recursos financeiros para o financiamento dos
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
programas e intervenções contemplados nos planos de
serão incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre
recursos hídricos.
Recursos Hídricos.
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos
Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do
sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei.
Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos:
Parágrafo único. (VETADO)
I- descentralização da obtenção e produção de dados e
informações;
Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso II- coordenação unificada do sistema;
dos recursos hídricos devem ser observados, dentre
III- acesso aos dados e informações garantido à toda a
outros:
sociedade.
I- nas derivações, captações e extrações de água, o volume
Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações
retirado e seu regime de variação;
sobre Recursos Hídricos:
II- nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos
I- reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações
ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e
sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos
as características físico-químicas, biológicas e de toxidade
hídricos no Brasil;
do afluente.
II- atualizar permanentemente as informações sobre
disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo o
Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso território nacional;
de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na
III- fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de
bacia hidrográfica em que foram gerados e serão
Recursos Hídricos.
utilizados:
I- no financiamento de estudos, programas, projetos e
obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos; CAPÍTULO V
II- no pagamento de despesas de implantação e custeio DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO MÚLTIPLO, DE
administrativo dos órgãos e entidades integrantes do INTERESSE COMUM OU COLETIVO
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Art. 28. (VETADO)
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste
artigo é limitada a sete e meio por cento do total CAPÍTULO VI
arrecadado.
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão
Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos
ser aplicados a fundo perdido em projetos e obras que
Hídricos, compete ao Poder Executivo Federal:
alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a
qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo I- tomar as providências necessárias à implementação e ao
de água. funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;
§ 3º (VETADO)
II- outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e
Art. 23. (VETADO)
regulamentar e fiscalizar os usos, na sua esfera de
competência;
SEÇÃO V III- implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos
DA COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS Hídricos, em âmbito nacional;
Art. 24. (VETADO) IV- promover a integração da gestão de recursos hídricos com
a gestão ambiental.
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indicará, por
decreto, a autoridade responsável pela efetivação de outorgas
de direito de uso dos recursos hídricos sob domínio da União.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 50


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 30. Na implementação da Política Nacional de CAPÍTULO II


Recursos Hídricos, cabe aos Poderes Executivos Estaduais DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
e do Distrito Federal, na sua esfera de competência:
Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto
I- outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e por:
regulamentar e fiscalizar os seus usos;
I- representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência
II- realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica; da República com atuação no gerenciamento ou no uso de
III- implantar e gerir o Sistema de Informações sobre recursos hídricos;
Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do Distrito II- representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de
Federal; Recursos Hídricos;
IV- promover a integração da gestão de recursos hídricos III- representantes dos usuários dos recursos hídricos;
com a gestão ambiental.
IV- representantes das organizações civis de recursos hídricos.
Art. 31. Na implementação da Política Nacional de
Parágrafo único. O número de representantes do Poder
Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito
Executivo Federal não poderá exceder à metade mais um do
Federal e dos municípios promoverão a integração das
total dos membros do Conselho Nacional de Recursos
políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e
Hídricos.
conservação do solo e de meio ambiente com as políticas
federal e estaduais de recursos hídricos. Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
I- promover a articulação do planejamento de recursos
hídricos com os planejamentos nacional, regional, estaduais e
dos setores usuários;
II- arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos
TÍTULO II existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE III- deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos
RECURSOS HÍDRICOS hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito dos Estados
CAPÍTULO I em que serão implantados;
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO IV- deliberar sobre as questões que lhe tenham sido
Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos
de Recursos Hídricos, com os seguintes objetivos: ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
I- coordenar a gestão integrada das águas; V- analisar propostas de alteração da legislação pertinente a
recursos hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos;
II- arbitrar administrativamente os conflitos relacionados
com os recursos hídricos; VI- estabelecer diretrizes complementares para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos,
III- implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional
IV- planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
recuperação dos recursos hídricos;
VII- aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia
V- promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos. Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a elaboração
Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de seus regimentos;
de Recursos Hídricos: (Redação dada pela Lei 9.984, de VIII- (VETADO)
2000)
IX - acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de
I- o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao
dada pela Lei 9.984, de 2000) cumprimento de suas metas; (Redação dada pela Lei 9.984, de
I-A - a Agência Nacional de Águas; (Incluído pela Lei 9.984, 2000)
de 2000) X- estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso
II- os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso.
Distrito Federal; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) XI- zelar pela implementação da Política Nacional de
III- os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Segurança de Barragens (PNSB); (Incluído pela Lei nº 12.334,
Lei 9.984, de 2000) de 2010)
IV- os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do XII- estabelecer diretrizes para implementação da PNSB,
Distrito Federal e municipais cujas competências se aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional
relacionem com a gestão de recursos hídricos; (Redação de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);
dada pela Lei 9.984, de 2000) (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)
V- as Agências de Água. (Redação dada pela Lei 9.984, de XIII- apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo,
2000) se necessário, recomendações para melhoria da segurança das
obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional.
(Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 51


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por
gerido por: representantes:
I- 1 (um) Presidente, que será o Ministro de Estado do I- da União;
Desenvolvimento Regional; (Redação dada pela Lei nº II- dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem,
13.844, de 2019) ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas de atuação;
II- 1 (um) Secretário-Executivo, que será o titular do órgão III- dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área
integrante da estrutura do Ministério do Desenvolvimento de atuação;
Regional responsável pela gestão dos recursos hídricos.
IV- dos usuários das águas de sua área de atuação;
(Redação dada pela Lei nº 13.844, de 2019)
V- das entidades civis de recursos hídricos com atuação
comprovada na bacia.
CAPÍTULO III
§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado
DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA neste artigo, bem como os critérios para sua indicação, serão
Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a
de atuação: representação dos poderes executivos da União, Estados,
I- a totalidade de uma bacia hidrográfica; Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros.
II- sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água § 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios
principal da bacia, ou de tributário desse tributário; ou fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada, a
representação da União deverá incluir um representante do
III- grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Ministério das Relações Exteriores.
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia
§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos
Hidrográfica em rios de domínio da União será efetivada
territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos
por ato do Presidente da República.
representantes:
Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no
I- da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da
âmbito de sua área de atuação:
representação da União;
I- promover o debate das questões relacionadas a
II- das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses
recursos hídricos e articular a atuação das entidades
na bacia.
intervenientes;
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica
II- arbitrar, em primeira instância administrativa, os
com área de atuação restrita a bacias de rios sob domínio
conflitos relacionados aos recursos hídricos;
estadual, dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos
III- aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia; regimentos.
IV- acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por
da bacia e sugerir as providências necessárias ao um Presidente e um Secretário, eleitos dentre seus membros.
cumprimento de suas metas;
V- propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais
CAPÍTULO IV
de Recursos Hídricos as acumulações, derivações,
captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito DAS AGÊNCIAS DE ÁGUA
de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria
uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia
destes; Hidrográfica.
VI- estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação
recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados; de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
VII- (VETADO) Parágrafo único. A criação das Agências de Água será
VIII- (VETADO) autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou
pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos mediante
IX- estabelecer critérios e promover o rateio de custo das
solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia
Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional ou aos Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com atendimento dos seguintes requisitos:
sua esfera de competência. I- prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de
Bacia Hidrográfica;
II- viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos
recursos hídricos em sua área de atuação.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 52


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua II- revogado; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
área de atuação: III- instruir os expedientes provenientes dos Conselhos
I- manter balanço atualizado da disponibilidade de Estaduais de Recursos Hídricos e dos Comitês de Bacia
recursos hídricos em sua área de atuação; Hidrográfica;" (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
II- manter o cadastro de usuários de recursos hídricos; IV- revogado;" (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
III- efetuar, mediante delegação do outorgante, a V- elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta
cobrança pelo uso de recursos hídricos; orçamentária anual e submetê-los à aprovação do Conselho
IV- analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a Nacional de Recursos Hídricos. (Redação dada pela Lei 9.984,
serem financiados com recursos gerados pela cobrança de 2000)
pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à
instituição financeira responsável pela administração CAPÍTULO VI
desses recursos;
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS
V- acompanhar a administração financeira dos recursos
Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei,
arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos
organizações civis de recursos hídricos:
em sua área de atuação;
I- consórcios e associações intermunicipais de bacias
VI- gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos
hidrográficas;
em sua área de atuação;
II- associações regionais, locais ou setoriais de usuários de
VII- celebrar convênios e contratar financiamentos e
recursos hídricos;
serviços para a execução de suas competências;
III- organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse
VIII- elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à
na área de recursos hídricos;
apreciação do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia
Hidrográfica; IV- organizações não-governamentais com objetivos de defesa
de interesses difusos e coletivos da sociedade;
IX- promover os estudos necessários para a gestão dos
recursos hídricos em sua área de atuação; V- outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional
ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos.
X- elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação
do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica; Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos,
as organizações civis de recursos hídricos devem ser
XI- propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia
legalmente constituídas.
Hidrográfica:
a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de
uso, para encaminhamento ao respectivo Conselho TÍTULO III
Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
acordo com o domínio destes; Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos
b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos:
hídricos; I- derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade,
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a sem a respectiva outorga de direito de uso;
cobrança pelo uso de recursos hídricos; II- iniciar a implantação ou implantar empreendimento
d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse relacionado com a derivação ou a utilização de recursos
comum ou coletivo. hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique alterações
no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem
autorização dos órgãos ou entidades competentes;
CAPÍTULO V
III- (VETADO)
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO NACIONAL
DE RECURSOS HÍDRICOS IV- utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou
serviços relacionados com os mesmos em desacordo com as
Art. 45. A Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de
condições estabelecidas na outorga;
Recursos Hídricos será exercida pelo órgão integrante da
estrutura do Ministério do Desenvolvimento Regional V- perfurar poços para extração de água subterrânea ou
responsável pela gestão dos recursos hídricos. (Redação operá-los sem a devida autorização;
dada pela Lei nº 13.844, de 2019) VI- fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou
declarar valores diferentes dos medidos;
Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho VII- infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e
Nacional de Recursos Hídricos: (Redação dada pela Lei nos regulamentos administrativos, compreendendo
9.984, de 2000) instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades
competentes;
I- prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao
Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação dada VIII- obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades
pela Lei 9.984, de 2000) competentes no exercício de suas funções.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 53


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou Art. 53. O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a
regulamentar referente à execução de obras e serviços partir da publicação desta Lei, encaminhará ao Congresso
hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos, Nacional projeto de lei dispondo sobre a criação das Agências
ou pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, de Água.
a critério da autoridade competente, ficará sujeito às
seguintes penalidades, independentemente de sua ordem
Art. 54. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990,
de enumeração: (Redação dada pela Lei nº 14.066, de
passa a vigorar com a seguinte redação:
2020)
"Art. 1º .............................................................................
I- advertência por escrito, na qual serão estabelecidos
prazos para correção das irregularidades; III - quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de
Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos
II- multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 50.000.000,00
(cinquenta milhões de reais); (Redação dada pela Lei nº IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento
14.066, de 2020) Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, do Ministério de
Minas e Energia;
III- embargo provisório, por prazo determinado, para
execução de serviços e obras necessárias ao efetivo V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
cumprimento das condições de outorga ou para o ....................................................................................
cumprimento de normas referentes ao uso, controle, § 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do
conservação e proteção dos recursos hídricos; Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
IV- embargo definitivo, com revogação da outorga, se for Amazônia Legal será empregada na implementação da Política
o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado, os Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de
recursos hídricos, leitos e margens, nos termos dos arts. Gerenciamento de Recursos Hídricos e na gestão da rede
58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de hidrometeorológica nacional.
extração de água subterrânea. § 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na operação
§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a e expansão de sua rede hidrometeorológica, no estudo dos
serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde recursos hídricos e em serviços relacionados ao
ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos aproveitamento da energia hidráulica."
de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada Parágrafo único. Os novos percentuais definidos no caput
nunca será inferior à metade do valor máximo cominado deste artigo entrarão em vigor no prazo de cento e oitenta dias
em abstrato. contados a partir da data de publicação desta Lei.
§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no
pena de multa, serão cobradas do infrator as despesas em prazo de cento e oitenta dias, contados da data de sua
que incorrer a Administração para tornar efetivas as publicação.
medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts.
Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de
responder pela indenização dos danos a que der causa. Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá Brasília, 8 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º
recurso à autoridade administrativa competente, nos da República.
termos do regulamento. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em
dobro.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 51. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos poderão delegar
a organizações sem fins lucrativos relacionadas no art. 47
desta Lei, por prazo determinado, o exercício de funções
de competência das Agências de Água, enquanto esses
organismos não estiverem constituídos. (Redação dada
pela Lei nº 10.881, de 2004)
Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e regulamentado
o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a utilização dos
potenciais hidráulicos para fins de geração de energia
elétrica continuará subordinada à disciplina da legislação
setorial específica.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 54


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

EXERCÍCIOS 04. (2013 - IBFC - PC-RJ - Perito Criminal - Biologia - adaptada)


LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997 A Lei nº 9.433/97 institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos. Conforme o Artigo 2º, assinale a alternativa que
PROFESSOR PETRONIO CASTRO constitui os objetivos da referida lei:
a) Proporcionar o uso múltiplo das águas; garantir, em
01. (2013 - IBFC - PC-RJ - Perito Criminal - Engenharia situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos
Elétrica - Eletrônica) A Lei nº 9433, de 8 de Janeiro de ao consumo humano e dessedentação de animais e gerir os
1997 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, recursos hídricos, com a participação do Poder Público,
entre outras ações. Segundo o Art. 1º da lei em usuários e comunidades.
questão, a Política Nacional de Recursos Hídricos se b) Gerir a sistemática dos recursos hídricos, sem a dissociação
baseia nos seguintes fundamentos, EXCETO: dos aspectos de quantidade e qualidade; integrar a gestão de
a) a gestão dos recursos hídricos deve ser centralizada e recursos hídricos com a gestão ambiental e a articulação da
contar com a participação do Poder Público, dos usuários gestão de recursos hídricos com a do uso do solo.
e das comunidades. c) Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária
b) A bacia hidrográfica é a unidade territorial para disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos aos respectivos usos; a utilização racional e integrada dos
e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com
Recursos Hídricos. vistas ao desenvolvimento sustentável, a prevenção e defesa
c) a gestão dos recursos hídricos deve sempre contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou
proporcionar o uso múltiplo das águas. decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais e
incentivar e promover a captação, a preservação e o
d) a água é um recurso natural limitado, dotado de valor
aproveitamento de águas pluviais.
econômico.
d) Enquadrar os corpos de água em classes, segundo os usos
e) a água é um bem de domínio público.
preponderantes da água; cobrar pelo uso de recursos hídricos
e realizar a compensação a municípios.
02. (2012 - CESGRANRIO - Petrobras - Técnico Ambiental e) Diminuir os custos de combate à poluição das águas,
Júnior) A Lei nº 9.433, de 08/01/1997, institui a Política mediante ações preventivas permanentes; criar áreas sujeitas
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), apresentando à restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos
como um de seus fundamentos aquele que estabelece e realizar diagnósticos da situação atual dos recursos hídricos
que a(o)
a) água é um bem de domínio público.
b) água é um recurso natural limitado, sem valor
05. (2010 - IF-RJ - Engenheiro Ambiental) Segundo a Lei Nº
econômico.
9.433, de 8 de janeiro de 1997, constitui (em) uma das
c) gestão dos recursos hídricos deve ser centralizada na diretrizes para a implementação da Política Nacional de
Agência Nacional das Águas (ANA). Recursos Hídricos,
d) município é a unidade territorial para implementação a) o regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos,
da PNRH. de modo a assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos
e) uso prioritário dos recursos hídricos, em situações de usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à
escassez, é para os projetos de irrigação. água.
b) os Planos dos Recursos Hídricos, que devem conter as
03. (2015 - IBFC - EMBASA - Analista de Saneamento - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos
Enfermeiro do Trabalho) Assinale a alternativa correta hídricos.
sobre os princípios enumerados pela lei federal nº c) a adoção de medidas, o desenvolvimento de programas e a
9.433, de 08/01/1997, que Institui a Política Nacional implantação de projetos para o atendimento das metas
de Recursos Hídricos. previstas nos Planos de Recursos Hídricos.
a) A água é um bem de domínio público e um recurso d) a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
natural limitado, não dotado de valor econômico. e) a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação
b) Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos dos aspectos de quantidade e qualidade.
hídricos é o consumo humano e a dessedentação de
animais.
c) A gestão dos recursos hídricos deve evitar o uso
múltiplo das águas.
d) A gestão dos recursos hídricos deve ser centralizada e
contar com a participação do Poder Público, dos usuários
e das comunidades.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 55


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

06. (2013 - IBFC - PC-RJ - Perito Criminal - Engenharia Está(ão) correto(s) apenas:
Ambiental) Dentre as alternativas a seguir, constitui a) o item I.
diretriz geral de ação para implementação da Política
b) o item II
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), Lei Federal nº
9.433/1997: c) os item III
a) Os Planos de Recursos Hídricos d) os itens I e II
b) O enquadramento dos corpos de água em classes, e) os itens I, II e III.
segundo os usos preponderantes da água
c) A integração da gestão de recursos hídricos com a 10. (2014 - FMP-RS - PGE-AC - Procurador do Estado) Dentre
gestão ambiental. as atividades abaixo elencadas que envolvem o uso de
d) A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos recursos hídricos, diante do que dispõe a Lei Federal nº
9.433/1997, qual delas não está sujeita à outorga pelo
e) A cobrança pelo uso de recursos hídricos.
Poder Público?
a) Aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
07. (2015 - Máxima - IBIO - AGB Doce - MG - Auxiliar
b) Uso de recurso hídrico para a satisfação das necessidades
Administrativo Nível 2) RESPONDA A QUESTÃO COM BASE
de pequenos núcleos populacionais distribuídos em meio
NA LEI 9.433/97, QUE INSTITUIU A POLÍTICA NACIONAL DE
rural.
RECURSOS HÍDRICOS E CRIOU O SISTEMA NACIONAL DE
GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS. c) Captação de parcela de água existente em um corpo de água
para consumo final, inclusive abastecimento público.
São instrumentos da Política Nacional de Recursos
Hídricos, elencados no art. 5º, EXCETO: d) Extração de água de aquífero subterrâneo para consumo
final ou insumo de processo produtivo.
a) Fiscalização dos Governos Federal, Estadual e
Municipal;
b) A compensação a municípios; 11. (2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto -
adaptada) Assinale a alternativa correta a respeito da
c) O enquadramento dos corpos de água em classes,
Política Nacional de Recursos Hídricos, prevista na Lei nº
segundo os usos preponderantes da água;
9.433/97:
d) A cobrança pelo uso de recursos hídricos.
a) O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos
é aplicável aos aquíferos subterrâneos destinados a
consumidor final ou como insumo de processo produtivo,
08. (2015 - IBFC - EMBASA - Assistente de Saneamento - como também para aproveitamento de potenciais
Técnico em Segurança do Trabalho) Assinale a hidrelétricos.
alternativa INCORRETA considerando o que a lei b) Depende de outorga do Poder Público o uso de córregos,
federal nº 9.433, de 08/01/1997 estabelece para os rios e aquíferos subterrâneos para suprimento de necessidade
Planos de Recursos Hídricos. de pequenos núcleos populacionais em meio rural e
a) Devem incluir análise de alternativas de crescimento acumulações de água consideradas insignificantes.
demográfico, de evolução de atividades produtivas e de c) O Poder Executivo Federal não poderá delegar a
modificações dos padrões de ocupação do solo. competência para conceder outorga de direito de uso de
b) Devem ser elaborados de forma a prever balanço entre recurso hídrico de domínio da União.
disponibilidades e demandas futuras dos recursos d) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de
conflitos potenciais.
12. (2009 - ESAF - ANA - Analista Administrativo) Segundo a
c) Devem incluir metas de racionalização de uso, aumento Lei nº 9.433, de 8/1/97, a outorga de direito de uso de
da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos recursos hídricos:
hídricos disponíveis.
a) somente pode ser suspensa em definitivo se o outorgado
d) Os Planos de Recursos Hídricos devem ser elaborados não cumprir os termos da outorga.
exclusivamente por bacia hidrográfica.
b) em corpos hídricos de domínio da União, é indelegável.
c) para pequenos núcleos populacionais, é determinada por
09. O enquadramento dos corpos de água em classes, decisão do órgão outorgante estadual.
segundo os usos preponderantes da água, visa a:
d) é necessária apenas para captação recursos hídricos e
I- assegurar às águas qualidade compatível com os usos lançamento de efluentes; os demais usos estão dispensados
mais exigentes a que forem destinadas. de solicitar outorga.
II- diminuir os custos de combate à poluição das águas, e) efetiva-se por ato da autoridade competente do Poder
mediante ações preventivas permanentes. Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito
III- autorizar o uso dos corpos d'água para o setor
industrial.
CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 56
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

13. (2009 - CESPE - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal) A 17. (2009 - ESAF - ANA - Analista Administrativo) Os Comitês
cobrança pelo uso de recursos hídricos visa de Bacia Hidrográfica, segundo a Lei nº 9.433, de 8/1/97:
a) instituir a água como bem econômico e impor ao a) tem a atribuição de aprovar o Plano de Recursos Hídricos da
usuário medidas restritivas de direitos quanto à outorga e bacia.
à fruição dos recursos hídricos. b) não poderão ter atuação sobre bacias hidrográficas que
b) incentivar a privatização dos mecanismos de sejam contíguas, mas não estejam conectadas.
distribuição da água, bem como das estações de c) definem o valor a ser cobrado pelo uso da água.
tratamento.
d) definem o enquadramento dos corpos hídricos.
c) incentivar o reuso das águas servidas na produção de
e) são responsáveis pela implementação do sistema local de
ração animal.
informação, em recursos hídricos.
d) estabelecer limites diários para a captação das águas
superficiais.
e) obter recursos financeiros para o financiamento dos
programas e das intervenções contempladas nos planos 18. (2012 - CESGRANRIO - EPE - Analista de Pesquisa Energética
de recursos hídricos. - Meio Ambiente - Recursos Hídricos) De acordo com a Lei nº
9.433/1997, nos comitês de Bacia Hidrográfica cujos
territórios estejam situados em territórios indígenas,
14. (2018 - CESPE - PGM - Manaus - AM - Procurador do
a) a presença da comunidade indígena no comitê irá depender
Município) Julgue o próximo item, relativo a recursos
de aprovação do órgão regulador.
hídricos e florestais.
b) a comunidade indígena deverá ser representada
Valores arrecadados com a cobrança pelo uso de
exclusivamente por ambientalistas.
recursos hídricos podem ser aplicados em bacia
hidrográfica distinta daquela em que forem gerados c) as comunidades indígenas serão sempre representadas.
tais valores. d) as comunidades indígenas serão representadas apenas em
Certo - Errado rios federais.
e) os comitês deverão ser preenchidos por representantes
indígenas, com exceção de um representante do órgão
15. (2015 - IF-PA - Professor - Gestão Ambiental) Não
regulador.
compõe o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos:
a) Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
b) Agencia Nacional de Água. 19. A criação das Agências de Água será autorizada pelo
Conselho Nacional de Recursos Hídricos exclusivamente.
c) Comitê de Bacia Hidrográfica.
Certo - Errado
d) Conselho de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito
Federal.
e) Conselho Nacional do Meio Ambiente.
20. (2013 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Tarde) ANALISE
CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E
16. (2013 - FUNCAB - SEMAD - Engenharia Agronômica -
ASSINALE “CERTO” - (C) OU “ERRADO” - (E)
Agronomia) Nos termos da Lei nº 9.433/1997,
especificamente em seu artigo 34, o Conselho Nacional Segundo a Lei 9.433/1997, constitui infração das normas
de Recursos Hídricos é composto, entre outros, por: de utilização de recursos hídricos superficiais ou
subterrâneos perfurar poços para extração de água
a) representantes do Senado Federal.
subterrânea ou operá-los sem a devida autorização.
b) representantes dos usuários dos recursos hídricos.
Certo - Errado
c) representantes indicados pelos Conselhos Municipais
de Recursos Hídricos.
d) representantes do Tribunal de Contas da União.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 57


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

21. (2010 - FGV - CAERN - Agente Administrativo) Com LEI ESTADUAL Nº 6.381, DE 25 DE JULHO DE 2000
base na Lei 9.433/97 e suas alterações, analise os itens
a seguir, em relação ao que constitui infração das
normas de utilização de recursos hídricos superficiais LEI ESTADUAL Nº6.381, DE 25 DE JULHO DE 2001
ou subterrâneos:
Dispõe Sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos,
I. perfurar poços para extração de água subterrânea ou
instituí o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá
operá-los sem a devida autorização;
outras providências.
II. fraudar as medições dos volumes de água utilizados
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e
ou declarar valores diferentes dos medidos;
sanciono a seguinte Lei:
III. implantar, em qualquer hipótese, empreendimento
relacionado com a derivação ou a utilização de TÍTULO I
recursos hídricos.
Da Política Estadual de Recursos Hídricos
Assinale
CAPÍTULO I
a) se somente os itens I e II estiverem corretos. Dos Princípios
b) se somente os itens II e III estiverem corretos. Art 1º. Esta Lei, com fundamento na Constituição Estadual e na
c) se nenhum item estiver correto. Lei nº 9433, de 8 de janeiro de 1997, estabelece a Política
d) se somente os itens I e III estiverem corretos. Estadual de Recursos Hídricos, que tem por objeto as
águas superficiais, subterrâneas e meteóricas, de
e) se todos os itens estiverem corretos.
conformidade com os seguintes princípios:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de função
22. Por infração de qualquer disposição legal ou social e de valor econômico;
regulamentar referentes à execução de obras e serviços III - o uso prioritário da água é o consumo humano e a
hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos de dessedentação de animais;
domínio ou administração da União, ou pelo não
IV - a adoção da bacia hidrográfica como unidade físico-
atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério
territorial para implementação da Política Estadual de
da autoridade competente, ficará sujeito às seguintes
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Estadual de
penalidades, exceto:
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
a) advertência por escrito. V - o planejamento e a gestão dos recursos hídricos realizados
b) multa. de forma a:
c) embargo provisório. a) ser compatível com as exigências do desenvolvimento
d) embargo definitivo. sustentável;
e) prisão temporária. b) assegurar os usos múltiplos das águas;
c) descentralizar, contando com a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades;
d) considerar as interações do ciclo hidrológico entre as águas
superficiais, subterrâneas e meteóricas;
GABARITO e) considerar os aspectos econômicos, sociais e ambientais na
01. A 06. C 11. A 16. B 21. A utilização da água no território do Estado do Pará.
02. A 07. A 12. E 17. A 22. E CAPÍTULO II
03. B 08. D 13. E 18. C Dos Objetivos
Art.2º. São objetivos da Política Estadual de Recursos Hídricos:
04. C 09. D 14. C 19. E
I - assegurar à atual e às futuras gerações a disponibilidade dos
05. E 10. B 15. E 20. C
recursos hídricos, na medida de suas necessidades e em
padrões qualitativos e quantitativos adequados aos respectivos
usos;
II - o aproveitamento racional e integrado dos recursos
hídricos, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
III - a proteção das bacias hidrográficas contra ações que
possam comprometer o seu uso atual e futuro;
IV - o controle do uso dos recursos hídricos;
V - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de
origem natural ou decorrente do uso inadequado dos recursos
naturais.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 58


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

CAPITULO III CAPÍTULO IV


Das Diretrizes Dos Instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos
Art. 3º. Constituem diretrizes para a implementação da Art. 4º. São instrumentos da Política Estadual de Recursos
Política Estadual de Recursos Hídricos: Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem I - os Planos de Recursos Hídricos;
dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos; II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo
II - a adequação da gestão dos recursos hídricos às os usos preponderantes;
diversidades físicas, bióticas, demográficas, III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
Estado;
V - a compensação aos Municípios;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a
ambiental; VI - o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos
Hídricos;
IV - a articulação dos planejamentos dos recursos
hídricos com os dos setores usuários e com os VII - a capacitação, desenvolvimento tecnológico e educação
planejamentos regional e federal; ambiental.
V - a compatibilização da gestão dos recursos hídricos com SEÇÃO I
a do uso do solo; Dos Planos de Recursos Hídricos
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a Art. 5º. Os Planos de Recursos Hídricos são Planos Diretores
dos sistemas estaduais e zonas costeiras; elaborados por bacia hidrográfica e para o Estado, que visam
VII - o desenvolvimento do transporte aquaviário e seu fundamentar e orientar a implementação da Política Estadual de
aproveitamento econômico, em consonância com os Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.
princípios desta Lei; Art. 6º. O Plano Estadual de Recursos Hídricos é o documento
VIII - a criação e operação da rede hidrometeorológica do programático do Governo do Estado definidor das ações
Estado e o intercâmbio das informações com instituições oficiais no campo do planejamento e gerenciamento desses
federais, estaduais, municipais e privadas; recursos.
IX - a criação e operação de um sistema integrado de § 1º A elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos
monitoramento permanente de recursos hídricos; deverá considerar as diretrizes da Política Nacional de
Recursos Hídricos e dos Planos Nacional e Setoriais de Recursos
X - a execução e manutenção de campanhas educativas
Hídricos.
visando à conscientização da sociedade para a utilização
racional de recursos hídricos. § 2º O planejamento de recursos hídricos consubstanciar-
se-á em Planos de Recursos Hídricos, elaborados por bacias
§ 1º O Estado fomentará e coordenará ações integradas nas
hidrográficas localizadas no Estado, que integrarão o Plano
bacias hidrográficas, tendo em vista garantir que o
Estadual de Recursos Hídricos.
tratamento de efluentes e esgotos urbanos, industriais e
outros, realizados pelos respectivos usuários, ocorra antes Art. 7º. Os Planos de Recursos Hídricos são de longo prazo,
do lançamento nos corpos d’água. com horizonte de planejamento compatível com o período de
implementação de seus programas e projetos, e terão o
§ 2º O Estado realizará programas integrados com os
seguinte conteúdo mínimo:
Municípios, mediante convênios de mútua cooperação,
assistência técnica e econômico-financeira, com vistas: I - objetivos e diretrizes gerais visando ao aperfeiçoamento do
Sistema de Planejamento Estadual e Interregional de Recursos
I - à instituição de áreas de proteção e conservação das
Hídricos;
águas utilizáveis para abastecimento das populações;
II - inventário e balanço entre disponibilidade e demanda,
II - à proteção e conservação das áreas de preservação
atual e futura, dos recursos hídricos, em quantidade e
permanente obrigatória, além daquela consideradas de
qualidade, com identificação de conflitos potenciais;
risco aos múltiplos usos dos recursos hídricos;
III - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos,
III - ao zoneamento das áreas inundáveis, com restrições
considerando os aspectos físicos, biológicos, antrópicos, sociais
a usos incompatíveis nas áreas sujeitas a inundações
e ambientais;
freqüentes e manutenção da capacidade de infiltração do
solo; IV - análise de alternativas de crescimento demográfico, de
evolução de atividades produtivas e de modificações dos usos
IV - à implantação do sistema de alerta e defesa civil
e padrões de ocupação do solo;
para garantir a segurança e a saúde pública, quando se
tratar de eventos hidrológicos indesejáveis; V - estudo de balanço hídrico, desenvolvimento
tecnológico e sistematização de informações relacionadas
§ 3º O Estado, observados os dispositivos constitucionais
com os recursos hídricos;
relativos à matéria, articular-se-á com a União, Estados
vizinhos e Municípios, visando à atuação conjunta para VI - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade
o aproveitamento e controle dos recursos hídricos e e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;
respectivos impactos em seu território.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 59


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

VII - medidas a serem tomadas, programas a serem SEÇÃO III


desenvolvidos e projetos a serem implantados para Da Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos
atendimento de metas previstas;
Art. 11. O regime de outorga de critérios de direitos de uso de
VIII - propostas para a criação de áreas sujeitas à restrição recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle
de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos; quantitativo e qualitativo dos corpos hídricos e o efetivo
IX - prioridades para a outorga de direito de uso; exercício do direito de acesso à água.
X - diretrizes e critérios para cobrança pelo uso dos Art. 12. Estão sujeitos à outorga pelo Poder Público os direitos
recursos hídricos; dos seguintes usos dos recursos hídricos:
XI - diretrizes e critérios para o rateio do custo das obras e I - derivação ou captação de parcela da água existente em um
aproveitamento dos recursos hídricos de interesse comum corpo de água para o consumo final, inclusive abastecimento
ou coletivo; público ou insumo de processo produtivo;
XII - controle da exploração de recursos minerais em leito II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final
e margens de rios; ou insumo de processo produtivo;
XIII - diretrizes para implantar, obrigatoriamente, os planos III - lançamento de esgotos e demais resíduos, tratados ou
de contingência contra lançamentos e/ou derramamento não, em corpo de água, com o fim de sua diluição, transporte
de substâncias tóxicas ou nocivas em corpos de água, ou disposição final;
observando o disposto na Lei Federal; IV - aproveitamento de potenciais hidrelétricos;
XIV - propostas de enquadramento dos corpos de água em V - utilização das hidrovias para o transporte;
classes de usos preponderantes;
VI - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a
XV - diretrizes para o transporte fluvial nos cursos de água qualidade da água existente em um corpo de água.
onde haja tráfego de embarcações;
Art. 13. Independem de outorga, conforme definido em
XVI - estudos de gestão de águas subterrâneas, regulamento:
compreendendo a pesquisa, o planejamento, o
I - o uso dos recursos hídricos para a satisfação das necessidades
mapeamento da vulnerabilidade à poluição, a delimitação
de pequenos núcleos populacionais distribuídos no meio rural;
de áreas destinadas a sua proteção, o controle e o
monitoramento. II - as derivações, captações e lançamentos considerados
insignificantes por decisão dos respectivos Comitês de Bacia
Art. 8º. Os Planos de Bacias Hidrográficas serão
Hidrográficas ou órgão dos recursos hídricos, no caso de
elaborados pelas respectivas Agências de Bacias
inexistência de Comitês.
Hidrográficas, com atualizações periódicas de no máximo
quatro anos, e aprovados pelo respectivo Comitê de Bacia Art. 14. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso
Hidrográfica. estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e respeitará a
classe em que o corpo de água estiver enquadrado.
§ 1º Na inexistência da Agência de Bacia Hidrográfica, os
Planos de Bacias Hidrográficas poderão ser elaborados §1º Na inexistência de Planos de Recursos Hídricos, a
pelo órgão gestor dos recurso hídrico do Estado, aprovados outorga obedecerá a critérios e normas estabelecidos pelo
pelos respectivos Comitês. órgão gestor dos recursos hídricos;
§ 2º Na inexistência de Comitê de Bacia, os Planos de Bacias §2º A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o
Hidrográficas poderão ser aprovados pelo Conselho uso múltiplo destes.
Estadual de Recursos Hídricos. Art. 15. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade
SEÇÃO II competente do Poder Executivo Estadual, por meio de
autorização.
Do Enquadramento dos Corpos de Água em Classes,
Segundo os Usos Preponderantes da Água Art. 16. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá
ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo
Art. 9º. Os corpos de água estaduais serão enquadrados
determinado, nas seguintes circunstâncias:
nas classes segundo os usos preponderantes da água,
objetivando: I - não-cumprimento, pelo outorgado, dos termos da outorga;
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos II - ausência de uso por três anos consecutivos;
mais exigentes a que forem destinadas; III - necessidade premente de água para atender às situações de
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas
mediante ações preventivas permanentes. adversas;
Art. 10. A classificação e o enquadramento dos corpos de água IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação
nas classes de uso serão estabelecidos em obediência à ambiental;
legislação ambiental específica, normas, resoluções e V - necessidade de se atender a usos prioritários de interesse
pareceres técnicos. coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas;
Parágrafo único. As propostas de classificação e Parágrafo único. Nas suspensões definitivas, deverá ser
enquadramento devem considerar as peculiaridades e previamente ouvido o Conselho Estadual de Recursos Hídricos
especificidade dos ambientes amazônicos. - CERH - PA.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 60


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 17. Nas outorgas de direito de uso de recursos Art. 20. O órgão gestor de recursos hídricos dará publicidade
hídricos, serão respeitados os seguintes limites de prazos, aos pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos,
contados da data de publicação dos respectivos atos bem como aos atos administrativos que deles resultarem, por
administrativos de autorização: meio de publicação na imprensa oficial e em pelo menos um
I - até dois anos, para início da implantação do jornal de grande circulação do Estado do Pará.
empreendimento objeto da outorga; Art. 21. A outorga não implica a alienação parcial das águas,
II - até seis anos, para conclusão da implantação do que são inalienáveis, mas no simples direito de uso.
empreendimento projetado; Art. 22. Não será concedida outorga para:
III - até trinta e cinco anos, para vigência da outorga de I - lançamento de resíduos sólidos, radiativos, metais pesados
direitos de uso. e outros resíduos tóxicos perigosos;
§ 1º. Os prazos de vigência das outorgas de direito de uso II - lançamento de poluentes nas águas subterrâneas.
de recursos hídricos serão fixados em função da natureza
Art. 23. O órgão gestor de recursos hídricos poderá outorgar o
e do porte do empreendedor, levando-se em consideração,
direito de uso de recursos hídricos em rios federais, uma vez que
quando for o caso, o período de retorno do investimento.
haja delegação da União.
§2º. Os prazos a que se referem os incisos I e II poderão ser
SEÇÃO IV
ampliados, quando o porte e a importância social e
econômica do empreendimento o justificar, ouvindo o Da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos
Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Art. 24. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:
§3º. O prazo de que trata o inciso III poderá ser prorrogado I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário
pelo órgão gestor de recursos hídricos, respeitando-se as uma indicação de seu real valor;
prioridades estabelecidas nos Planos de Recursos II - incentivar a racionalização do uso da água;
Hídricos. III - obter recursos financeiros para o financiamento de
§4º. As outorgas de direito de uso de recursos hídricos para programas e intervenções incluídos nos Planos de Recursos
concessionárias e autorizadas de serviços públicos e de Hídricos;
geração de energia hidrelétrica vigorarão por prazos IV - incentivar o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos
coincidentes com os dos correspondentes contratos de e o rateio, na forma desta Lei, dos custos das obras executadas
concessão ou atos administrativos de autorização. par esse fim;
Art. 18. O órgão gestor de recursos hídricos poderá
V - proteger as águas contra ações que possam comprometer
emitir outorgas preventivas de uso de recurso hídricos
os seus usos atual e futuro;
com a finalidade de declarar a disponibilidade de água para
os usos requeridos, observando o disposto no art. 13 da Lei VI - promover a defesa contra eventos críticos que ofereçam
Federal nº 9.433, de 1997. riscos à saúde e à segurança públicas e causem prejuízos
econômicos ou sociais;
§ 1º. A outorga preventiva não confere direito de uso de
recursos hídricos e se destina reservar a vazão passível de VII - incentivar a melhoria do gerenciamento dos recursos
outorga, possibilitando aos investidores o hídricos nas respectivas bacias hidrográficas;
planejamento de empreendimentos que necessitem VIII - promover a gestão descentralizada e integrada em relação
desses recursos. aos demais recursos naturais;
§ 2º. O prazo de validade da outorga preventiva será fixado IX - disciplinar a localização dos usuários, buscando a
levando-se em conta a complexidade do planejamento do conservação dos recursos hídricos, de acordo com sua classe
empreendimento, limitando-se ao máximo de três anos, preponderante de uso;
findo o qual será considerado o disposto nos incisos I e II X - promover o desenvolvimento do transporte hidroviário e
do art. 17. seu aproveitamento econômico.
Art. 19. Para licitar a concessão ou autorizar o uso de Art. 25. No cálculo e na fixação dos valores a serem cobrados
potencial de energia hidráulica em corpo de água de pelo uso de recursos hídricos, serão observados os seguintes
domínio do Estado, a Agência Nacional de Energia Elétrica aspectos, dentre outros:
- ANEEL deverá solicitar ao órgão gestor dos recursos I - nas derivações, nas captações e nas extrações de água, o
hídricos a prévia obtenção de declaração de reserva de volume retirado e seu regime de variação;
disponibilidade hídrica.
II - nos lançamentos de esgotos domésticos e demais efluentes
§1º. A declaração de reserva de disponibilidade hídrica será
líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação
transformada automaticamente, pelo poder outorgante, em
e as características físico-químicas, biológicas e de toxicidade
outorga de direito de uso de recursos hídricos à instituição
do efluente;
ou empresa que receber da ANEEL a concessão ou a
autorização de uso do potencial de energia hidráulica. III - a classe de uso preponderante em que esteja enquadrado
o corpo de água no local do uso ou da derivação;
§2º. A declaração de reserva de disponibilidade hídrica
obedecerá ao disposto no art. 13º da Lei Federal nº 9.433, IV - a disponibilidade e o grau de regularização da oferta
de 1997, e será fornecido em prazos a serem hídrica local;
regulamentados por decreto do Governador do Estado do V - princípio de tarifação progressiva em razão do consumo.
Pará.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 61


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 1º - Os fatores referidos neste artigo poderão ser Art. 32. São objetivos do Sistema Estadual de Informações
utilizados, para efeito de calculo, de forma isolada, sobre Recursos Hídricos:
simultânea, combinada ou cumulativa, observado o que I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações
dispuser o regulamento sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos
§ 2º - Os procedimentos para o cálculo e a fixação dos valores do Estado;
a serem cobrados pelo uso da água serão aprovados pelo II - atualizar, permanentemente, as informações sobre
CERH-PA, mediante proposta do órgão gestor de recursos disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo o
hídricos, instituído na forma da Lei, ouvido os Comitês de território do Estado;
Bacias.
III - fornecer subsídios para a elaboração de planos diretores de
Art. 26. - A cobrança pelo uso de recursos hídricos recursos hídricos;
não recairá sobre os usos considerados
IV - informar os resultados da utilização e aplicação dos
insignificantes, nos termos do regulamento.
investimentos e do funcionamento do Sistema Estadual de
Art. 27. - Os valores inerentes à cobrança pelos direitos de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
uso de recursos hídricos serão arrecadados e geridos pelo
V - divulgar o relatório bienal sobre a situação dos recursos
órgão gestor dos recursos hídricos, instituído na forma da
hídricos do Estado do Pará, na forma prevista em
lei, que deverão ser depositados e geridos em conta
regulamento.
bancaria própria.
SEÇÃO VII
Parágrafo único. - A forma, o processo e as demais
estipulações de caráter técnico e administrativo, inerentes Da Capacitação, Desenvolvimento Tecnológico e Educação
à cobrança pelos direitos de uso dos recursos hídricos, serão Ambiental
estabelecidos por ato do Poder Executivo. Art. 33. A capacitação, desenvolvimento tecnológico e
Art. 28. - Os valores arrecadados com a cobrança pelo educação ambiental visam a criar condições de conhecimento
uso de recursos hídricos serão aplicados, técnico e científico sobre a gestão de recursos hídricos.
prioritariamente, na bacia hidrográfica em que foram Parágrafo único. A implementação das atividades necessárias
gerados e serão utilizados: deverá ser organizadas em programas para o Estado e por
I - no pagamento de despesas de monitoramento dos bacias hidrográficas.
corpos de água, de fiscalização do uso dos recursos Art. 34. Os programas de educação ambiental deverão ser
hídricos e custeio dos órgãos e entidades integrantes do focados na gestão de recursos hídricos e visar à criação de
SEGRH-PA. condições de apoio da sociedade e entidades públicas nas
II - no financiamento de estudos, programas, projetos e mudanças sócio-político-culturais para a implementação de
obras incluídos no Plano Estadual de Recursos Hídricos; recursos hídricos.
SEÇÃO V Art. 35. Os programas de capacitação e desenvolvimento
tecnológico deverão visar à adaptação de técnicas de
Da Compensação a Municípios
preservação conservação, recuperação e reutilização da
Art. 29. Poderão ser estabelecidos mecanismos água, segundo as diferentes características regionais,
compensatórios aos Municípios, conforme dispuser lei buscando o aumento da eficiência no uso dos recursos hídricos.
específica.
§1º Os Programas deverão ser elaborados pela Agências de
SEÇÃO VI Bacia e aprovados pelo respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica.
Do Sistema Estadual de Informações Sobre Recursos §2º No caso de ausência de Agência de Bacia, o programa
Hídricos poderá ser elaborado pelo órgão estadual gestor de recursos
Art. 30. O Sistema Estadual de Informações sobre hídricos, devendo ser aprovado pelo respectivo Comitê de
Recursos Hídricos tem por finalidade a coleta, o Bacia Hidrográfica.
tratamento, o armazenamento e a disseminação de §3º No caso da não-existência de Comitê de Bacia Hidrográfica,
informações sobre recursos hídricos e fatores o programa deverá ser elaborado pelo órgão estadual gestor de
intervenientes em sua gestão, devendo ser compatibilizado recursos hídricos, devendo ser aprovado pelo Conselho
com o Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Estadual de Recursos Hídricos;
Hídricos, de acordo com o previsto na Lei Federal nº 9.433,
de 1997.
Art. 36. A implementação dos programas deverá ser feita pela
Art. 31. São princípios básicos para o funcionamento do
Agência de Bacia, sob a supervisão e fiscalização do respectivo
Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos:
Comitê de Bacia Hidrográfica.
I - a descentralização da obtenção e produção de dados e
§1º No caso de ausência de Agência de Bacia, os programas
informações;
poderão ser implementados pelo órgão estadual gestor de
II - a coordenação unificada do Sistema; recursos hídricos, sob a supervisão e fiscalização do respectivo
III - a disponibilização dos dados e informações garantindo Comitê de Bacia Hidrográfica.
à toda sociedade.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§2º - No caso de não-existência de Comitê de Bacia V - realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica;
Hidrográfica, os programas deverão ser VI - observar e aplicar a legislação ambiental federal e estadual
implementados pelo órgão estadual gestor dos recursos de modo compatível e integrado com a política e o
hídricos, sob a supervisão e fiscalização do Conselho gerenciamento de recursos hídricos de domínio do Estado;
Estadual de Recursos Hídricos;
VII - elaborar a proposta do Plano Estadual de Recursos
Art. 37. As atividades previstas nos programas poderão ser Hídricos, submetendo-o ao Conselho Estadual de Recursos
implementadas por entidades públicas e privadas com Hídricos;
interesse na área de recursos hídricos, nas respectivas
VIII - implantar, operar e manter estações medidoras de
bacias hidrográficas.
dados hidrometeorológicos em pontos estrategicamente
definidos;
CAPITULO V IX - obter, mediante cooperação técnica com outros órgãos
Do Rateio de Custos das Obras de Uso Múltiplo de estaduais e federais, dados de estações hidrometeorológicas
Interesse Comum ou Coletivo por eles mantidas ou operadas;
Art. 38. As obras de uso múltiplo de recursos hídricos, de X - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos o
interesse comum ou coletivo, terão seus custos rateados, embargo às intervenções levadas a efeito nas bacias
direta ou indiretamente, segundo critérios e normas a hidrográficas, julgadas incompatíveis com a Política Estadual de
serem estabelecidos em regulamento baixado pelo Poder Recursos Hídricos ou com o uso racional da água;
Executivo, após aprovação pelo CERH-PA, atendidos os Art. 40. O Poder Executivo Estadual se articulará com os
seguintes procedimentos: Municípios, por meio dos Comitês de Bacia Hidrográfica, com
I - a concessão ou a autorização de vazão com potencial de a finalidade de promover a integração das políticas locais de
aproveitamento múltiplo será precedida de negociação saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e
sobre o rateio de custos entre os beneficiários, inclusive os do meio ambiente com as políticas federal e estadual de recursos
de aproveitamento hidrelétrico, mediante articulação com hídricos.
a União;
II - a construção de obras de interesse comum ou coletivo
dependerá de estudo de viabilidade técnica, econômica,
TÍTULO II
social e ambiental, que conterá previsão de formas de retorno
dos investimentos públicos ou justificativas circunstanciadas Do Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos
da destinação de recursos a fundo perdido. Hídricos
§ 1º. O Poder Executivo regulamentará a matéria de que Art. 41.Fica criado o Sistema Estadual de Gerenciamento de
trata este artigo mediante decreto que estabelecerá Recursos Hídricos - SEGRH - PA com os seguintes objetivos:
diretrizes e critérios para financiamento ou concessão de I - coordenar a gestão integrada dos recursos hídricos;
subsídios, conforme estudo aprovado pelo CERHPA. II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com
§ 2º. Os subsídios a que se refere o parágrafo anterior os recursos hídricos;
somente serão concedidos no caso de interesse público III - implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos;
relevante ou na impossibilidade prática de identificação
IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a
dos beneficiários, para conseqüente rateio dos custeios
recuperação dos recursos hídricos;
inerentes às obras de uso múltiplo de recursos hídricos,
de interesse comum ou coletivo. V - promover a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
CAPÍTULO VI Art. 42. Compõem o Sistema Estadual de Gerenciamento de
Recursos Hídricos:
Da Ação do Poder Público
I - o Conselho Estadual de Recursos Hídricos;
Art. 39. Na implementação da Política Estadual de
Recursos Hídricos, compete ao Poder Executivo II - o órgão gestor dos recursos hídricos, instituído na forma da
Estadual: lei;
I - tomar as providências necessárias à implantação e ao III - os Comitês de Bacia Hidrográfica;
funcionamento do Sistema Estadual de Gerenciamento IV - as Agências de Bacias;
dos Recursos Hídricos - SEGRH-PA; V - os órgãos dos Poderes Públicos estaduais e municipais,
II - submeter ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos cujas competências se relacionam com a gestão de Recursos
critérios e normas administrativas gerais para a outorga dos Hídricos.
direitos de uso dos recursos hídricos;
III - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos,
regulamentar e fiscalizar os usos no âmbito de sua
competência;
IV - implantar e gerir o Sistema Estadual de Informações
sobre Recursos Hídricos;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

CAPÍTULO I XV - aprovar os programas estaduais de capacitação,


Do Conselho Estadual de Recursos Hídricos desenvolvimento tecnológico e educação ambiental focada em
gestão dos recursos hídricos.
Art. 43. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos é
composto por: Art. 45. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos será
presidido pelo titular da Secretaria Especial de Estado de
I - representantes de órgãos públicos estaduais com
Produção.
atuação no gerenciamento no uso dos recursos hídricos;
II - representantes dos Municípios;
CAPÍTULO II
III - representantes dos usuários dos recursos hídricos;
Da Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Recursos
IV - representantes das organizações civis legalmente
Hídricos
constituídas, com efetiva atuação na área de recursos
hídricos. Art. 46. A Secretaria Executiva do Conselho Estadual de
Recursos Hídricos será exercida pelo titular do órgão gestor
Parágrafo único. O número de representantes dos Poderes
dos recursos hídricos.
Públicos, mencionados nos incisos I e II deste artigo, não
poderá exceder à metade mais um do total de membros. Art. 47. À Secretaria Executiva do Conselho Estadual de
Recursos Hídricos compete:
Art. 44. Compete ao Conselho Estadual de Recursos
Hídricos: I - coordenar a elaboração do Plano Estadual de Recursos
Hídricos e encaminhá-lo à aprovação do Conselho Estadual de
I - promover a articulação do planejamento de recursos
Recursos Hídricos;
hídricos com os planejamentos nacional, estaduais,
municipais e de setores usuários; II - fomentar a captação de recursos para financiar ações e
atividades do Plano Estadual de Recursos Hídricos,
II - deliberar sobre projetos de aproveitamento dos
supervisionando e coordenando sua aplicação;
recursos hídricos cujas repercussões extrapolem a área de
atuação de um Comitê de Bacia Hidrográfica; III - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos critérios
de prioridades para investimento na área de recursos hídricos
III - deliberar sobre questões que lhe tenham sido
no Estado, ouvidos os Comitês de Bacias Hidrográficas;
encaminhadas pelos Comitês de Bacias Hidrográficas;
IV - prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao
IV - estabelecer diretrizes complementares para
Conselho Estadual de Recursos Hídricos;
implementação da Política Estadual de Recursos
Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do V - instruir os expedientes provenientes dos Comitês de Bacias
Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos; Hidrográficas;
V - exercer funções normativas e deliberativas relativas à VI - coordenar o Sistema Estadual de Informação sobre
Política Estadual de Recursos Hídricos; Recursos Hídricos;
VI - aprovar e acompanhar a execução do Plano VII - coordenar a elaboração dos programas estaduais de
Estadual de Recursos Hídricos e determinar as capacitação, desenvolvimento tecnológico e educação
providencias necessárias ao cumprimento de suas metas; ambiental focada em gestão de recursos hídricos.
VII - aprovar os critérios e normas relativos à cobrança pela
utilização dos recursos hídricos; CAPÍTULO III
VIII - aprovar os critérios e normas relativos à outorga de Dos Comitês de Bacias Hidrográficas
direito de uso dos recursos hídricos; Art.48. Os Comitês de Bacias Hidrográficas terão como área de
IX - aprovar os critérios e normas relativos ao rateio, entre atuação:
os beneficiados, dos custos das obras e serviços de usos I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;
múltiplos dos recursos hídricos, de interesse comum ou
II - a sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água
coletivo;
principal da bacia ou de tributário desse tributário;
X - aprovar os relatórios bienais sobre a situação dos
III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
recursos hídricos no Estado do Pará, a ser divulgado à
sociedade;
XI - estabelecer os critérios e normas relativos à criação dos Art. 49. A instituição de Comitês de Bacias Hidrográficas em rios
Comitês de Bacia Hidrográfica; de domínio do Estado será efetivada por ato do Governador,
mediante proposição do Conselho Estadual de Recursos
XII - aprovar as propostas de instituição dos Comitês de
Hídricos.
Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a
elaboração de seus regimentos internos;
XIII - encaminhar ao Governador do Estado as proposta de Art. 50. Na composição dos Comitês de Bacias Hidrográficas,
criação dos Comitês de Bacias Hidrográficas; será assegurada a participação do Poder Público, da sociedade
civil organizada e dos usuários de recursos hídricos.
XIV - decidir, em última instância administrativa, os
conflitos sobre os usos das águas de domínio do Estado;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 51. Os Comitês de Bacias Hidrográficas são compostos V - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos as
por representantes; acumulações, derivações, captações, e lançamentos de
I - do poder público federal e estadual; pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade
de outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
II - dos Municípios localizados nas bacias hidrográficas, no
todo ou em parte, de sua área de atuação; VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos
hídricos e sugerir os valores a serem cobrados;
III - dos usuários de sua área de atuação;
VII - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras
IV - de entidades da sociedade civil organizada com sede e
de uso múltiplo de interesse comum e coletivo;
atuação comprovada na bacia hidrográfica;
VIII - acompanhar o plano de proteção, conservação,
V - de representantes das comunidades indígenas
recuperação e utilização dos recursos hídricos da bacia
residentes na bacia hidrográfica, quando for o caso.
hidrográfica, referendado em audiências públicas;
§ 1º. Um dos representantes da União deverá
IX - propor ao órgão competente o enquadramento dos corpos
representar a Fundação Nacional do Índio - FUNAI,
de água da bacia hidrográfica, de acordo com as diretrizes
quando a área da bacia hidrográfica estiver contida ou
estabelecidas pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos;
conter áreas indígenas.
X - avaliar o relatório sobre a situação dos recursos hídricos da
§ 2º. A participação da União nos Comitês de Bacias
bacia hidrográfica;
Hidrográficas com área de atuação restrita às bacias de rios
sob domínio estadual dar-se-á na forma estabelecida nos XI - aprovar a previsão orçamentária anual da respectiva
respectivos regimentos internos; Agência de Bacia Hidrográfica;
§ 3º. A representação do governo do Estado nos XII - aprovar o Plano de Contas da Agência de Bacia
Comitês de Bacias Hidrográficas deverá ter, Hidrográfica;
obrigatoriamente, no mínimo, um representante do órgão XIII - exercer outras atribuições estabelecidas em lei ou
estadual gestor dos recursos hídricos; regulamento, compatíveis com a gestão de recursos hídricos.
§ 4º. O número de representantes de cada setor XIV - desenvolver e apoiar iniciativas na área de Educação
mencionado neste artigo e os critérios para indicação dos Ambiental, em consonância com a Lei Federal nº 9.795 de abril
mesmos serão estabelecidos nos regimentos dos de 1999, que institui a Política Nacional de Educação
Comitês, limitada a representação da somatória dos Ambiental.
representantes dos Poderes Executivos da União, do XV - aprovar os Programas de Capacitação, Desenvolvimento
Estado e dos Municípios ao máximo de quarenta por Tecnológico e Educação Ambiental focada em recursos hídricos
cento do total de membros. para a respectiva bacia hidrográfica.
§ 5º. A somatória dos representantes dos usuários deverá § 1º. Os Comitês de Bacias Hidrográficas organizar-se-ão de
ser igual a quarenta por cento do total de membros. acordo com as peculiaridades e realidades físicas, sociais,
§ 6º A somatória dos representantes das entidades da econômicas e ambientais de suas respectivas bacias, na forma
sociedade civil será de no mínimo vinte por cento do total de regimento interno próprio.
de membros. § 2º. Os Comitês de Bacias Hidrográficas poderão criar Câmaras
§ 7º. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão um Técnicas de caráter consultivo, para o tratamento de questões
Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário específicas de interesse para o gerenciamento integrado dos
Executivo, eleitos por seus membros para um mandato recursos hídricos.
de dois anos, permitida a reeleição uma única vez; Art. 53. Das decisões dos Comitês de Bacias Hidrográficas
§ 8º. As reuniões dos Comitês de Bacia Hidrográfica serão caberá recurso ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
públicas; CAPÍTULO IV
§ 9º. As deliberações dos Comitês de Bacia Hidrográfica Agências de Bacias Hidrográficas
serão tomadas pela maioria simples de seus membros,
Art. 54. Os Comitês de Bacia Hidrográfica, na qualidade de
observado o “quorum” mínimo de metade mais um.
órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, deverão proceder à criação de suas
Art. 52. Aos Comitês de Bacias Hidrográficas, órgãos respectivas Agências de Bacias, destinadas a lhes prestar apoio
colegiados de atuação deliberativa e normativa, compete: técnico e administrativo e exercer as funções de sua Secretaria
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos Executiva.
hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes; Parágrafo único. As Agências de Bacia deverão ser
II - arbitrar, em primeira instância administrativa os constituídas, preferencialmente, com natureza jurídica de
conflitos relacionados aos recursos hídricos; fundação, devendo constar de seus estatutos que a entidade não
tem fins lucrativos, que sua existência é por prazo indeterminado
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
e sem prejuízo do disposto no art. 44 da Lei no 9.433, de 1997.
IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos
Art. 55. As Agências de Bacia Hidrográfica exercerão a função de
Hídricos da bacia e sugerir as providencias necessárias
Secretaria Executiva do respectivo ou respectivos Comitês de
ao cumprimento de suas metas;
Bacia Hidrográfica.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 56. Às Agência de Bacia Hidrográfica compete: XVI - encaminhar os recursos financeiros gerados a partir da
I - elaborar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia cobrança pelo uso de recursos hídricos à instituição financeira
Hidrográfica, para apreciação do respectivo Comitê de indicada pelo Comitê de Bacia, responsável pela aplicação
Bacia Hidrográfica; financeira dos mesmos;
II - apoiar os Poderes Executivos Municipais, nos planos, XVII - acompanhar a administração financeira dos recursos
programas e projetos de intervenção ambiental que visem arrecadados com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos em
à proteção, à conservação e o controle dos recursos hídricos, sua área de atuação;
previstos no Plano de Recursos Hídricos da Bacia XVIII - empreender diretamente estudos recomendados pelo
Hidrográfica; Plano Estadual de Recursos Hídricos ou confiá- los a
III - elaborar os relatórios sobre a situação dos recursos organismos especializados;
hídricos da bacia hidrográfica na respectiva bacia, XIX - implementar sistema de cobrança pelo uso da água;
encaminhando-os aos Comitês para avaliação e XX - acompanhar e cadastrar a execução de obras previstas
divulgação; no Plano Estadual de Recursos Hídricos, levadas a efeito nos
IV - criar e manter atualizado o cadastro de usuários da território de sua abrangência;
bacia hidrográfica; XXI - elaborar e implementar os Programas de Capacitação,
V - manter e operar instrumentos técnicos e de apoio Desenvolvimento Tecnológico e Educação Ambiental focada em
aos Comitês de Bacias, em especial os relacionados gestão dos recursos hídricos para a respectiva bacia
com o provimento de dados para o Sistema Estadual de hidrográfica.
Informações sobre Recursos Hídricos; Art. 57. A criação de Agência de Bacia será autorizada pelo
VI - manter balanço atualizado da disponibilidade de Conselho Estadual de Recursos Hídricos, mediante
recursos hídricos em sua área de atuação; solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica,
VII - efetuar, mediante delegação do outorgante, a ficando condicionada ao atendimento do seguinte
cobrança pelo uso de recursos hídricos; requisitos:
VIII - gerenciar a administração financeira dos recursos I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comitê de
arrecadados com a cobrança pelo uso dos recursos Bacia Hidrográfica;
hídricos em sua área de atuação; II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso de
IX - celebrar convênios e contratar financiamentos e recursos hídricos em sua área de atuação.
serviços para a execução de suas competências; Art. 58. A Agência de Bacia, na condição de unidade executiva dos
X - elaborar a sua proposta orçamentária e submete-la à Comitês de Bacias Hidrográficas, terá personalidade jurídica
aprovação do Comitês de Bacia Hidrográfica; própria, de caráter privado, autonomia administrativa e
financeira, devendo seus integrantes e corpo técnico ser
XI - promover os estudos necessários para a gestão dos
portadores de reconhecido currículo e trajetória profissional
recursos hídricos em sua área de atuação;
que os qualifiquem para o exercício de suas funções
XII - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a específicas.
serem custeados com recursos gerados pela cobrança pelo
uso de recursos hídricos;
CAPÍTULO V
XIII - propor ao respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica:
Das Organizações Civis de Recursos Hídricos
a) o enquadramento dos corpos de água em classes de uso,
para encaminhamento ao Conselho Estadual de Recursos Art. 59. São consideradas, para os efeitos desta Lei,
Hídricos; organizações civis de recursos hídricos;
b) os valores a serem cobrados pela utilização dos recursos I - os consórcios e associações intermunicipais de bacias
hídricos; hidrográficas;
c) os planos de aplicação dos recursos arrecadados com a II - as associação regionais, locais ou setoriais dos usuários dos
cobrança pelo uso dos recursos hídricos; recursos hídricos;
d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse III - as organização técnicas e de ensino e pesquisa com
comum ou coletivo. interesse na área de recursos hídricos;
XIV - conceber e incentivar programas, projetos e ações IV - as organizações não-governamentais com objetivo de
ligados à área de educação ambiental e estimular o defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade;
desenvolvimento de tecnologia que possibilite o uso V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Estadual
racional de recursos hídricos; de Recursos Hídricos.
XV - exercer outras ações, atividades e funções previstas
em lei, regulamento ou decisão do Conselho Estadual de
Recursos Hídricos, compatíveis com a gestão integrada dos
recursos hídricos;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 60. Para compor o Sistema Estadual de Art. 66. Para fins desta Lei, as áreas de proteção e controle dos
Gerenciamento de Recursos Hídricos, as organizações aqüíferos classificam-se em:
civis de recursos hídricos devem ser legalmente I - Área de Proteção Máxima - compreendendo, no todo ou em
constituídas e estar na plenitude de entendimento das parte, zonas de recarga de aqüíferos altamente vulneráveis à
exigências legais estabelecidas em seus regimentos. poluição e que se constituam em depósitos de águas
Art. 61. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos deverá, essenciais para o abastecimento público;
em seu regimento, estabelecer critérios para definir II - Área de Restrição e Controle - caracterizada pela
exigências técnicas mínimas para participação dessas necessidade de disciplina das extrações, controle máximo das
organizações civis no Sistema Estadual de Gerenciamento fontes poluidoras já implantadas e restrição a novas atividades
de Recursos Hídricos. potencialmente poluidoras;
CAPÍTULO VI III - Área de Proteção de Poços e Outras Captações - incluindo a
Da Participação dos Municípios na Gestão de Recursos distância mínima entre poços e outras captações e o respectivo
Hídricos perímetro de proteção.
Art. 62. O Estado incentivará a formação de consórcios Art. 67. Nas Áreas de Proteção Máxima, não serão permitidos:
e associações intermunicipais de bacias hidrográficas, I - implantação de indústrias de alto risco ambiental,
de modo especial nas que apresentarem quadro crítico pólos petroquímicos, carboquímicos e cloroquímicos,
relativamente aos recursos hídricos, nas quais o usinas nucleares e quaisquer outras fontes de grande impacto
gerenciamento deve ser feito segundo diretrizes e ambiental ou extrema periculosidade;
objetivos especiais, e estabelecerá com eles convênios
II - atividades agrícolas que utilizem produtos tóxicos de
de mútua cooperação e assistência.
grande mobilidade e que possam colocar em risco as águas
Art. 63. O Estado poderá delegar ao Município que se subterrâneas, conforme relação divulgada pelo órgão gestor
organizar técnica e administrativamente o dos recursos hídricos do Estado;
gerenciamento de recursos hídricos de interesse
III - parcelamento do solo urbano sem sistema adequado de
exclusivamente local, compreendendo, dentre outros, os
tratamento de efluentes ou de disposições de resíduos sólidos.
de bacias hidrográficas que se situem exclusivamente no
território do Município e os aqüíferos subterrâneos
situados em sua área de domínio. Art. 68. Nos casos de escassez de água subterrânea ou de
Parágrafo Único Os critérios, normas e condições gerais a prejuízo sensível aos aproveitamentos existentes nas Áreas
serem observados pelos convênios entre o Estado e o de Proteção Máxima, o órgão gestor dos recursos hídricos do
Município, tendo como objetivo a delegação a que se Estado poderá:
refere o “caput” deste artigo, serão estipulados em I - proibir novas captações até que o aqüífero se recupere ou
regulamento próprio, proposto pelo órgão dos recursos seja superado máximo a ser extraído e o regime de operação;
hídricos e aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos II - restringir e regular a captação de água subterrânea
Hídricos. estabelecendo o volume máximo a ser extraído e o regime de
operação;
TÍTULO III III - controlar as fontes de poluição existentes, mediante
Das Águas Subterrâneas procedimento específico de monitoramento;
Art. 64. Para efeito desta Lei, são consideradas águas IV - restringir novas atividades potenciais poluidoras.
subterrâneas as que ocorrem natural ou artificialmente Art. 69. Nas Áreas de Restrição e Controle, quando houver
no subsolo, de forma suscetível de extração e utilização. escassez de água subterrânea ou prejuízo sensível aos
Parágrafo Único - Considera-se poluição qualquer aproveitamentos existentes, poderão ser adotadas as medidas
alteração das propriedades fiscais, químicas e biológicas previstas no artigo anterior.
das águas subterrâneas que possam ocasionar prejuízo à Art. 70. Nas Áreas de Proteção de Poços e Outras Captações será
saúde, à segurança e ao bem estar das populações, instituído um perímetro imediato de proteção sanitária,
comprometer o seu uso para fins agropecuários, abrangendo raio de dez metros, a partir do ponto de captação,
industriais, comerciais e recreativos e causa danos à fauna cercado e protegido, devendo seu interior estar resguardando
e à flora. da entrada ou infiltração de poluentes.
Art. 65. Quando, no interesse da conservação, proteção ou Art. 71. Os poços abandonados ou em funcionamento que
manutenção do equilíbrio natural das águas subterrâneas, acarretem ou possam acarretar poluição ou representem riscos
dos serviços públicos de abastecimento de águas, ou por aos aqüíferos e as perfurações realizadas para outros fins que não
motivos geológicos, geotécnicos ou ecológicos, se fizer a extração de água deverão ser adequadamente tamponados, de
necessário restringir a capacitação e o uso dessas águas, forma a evitar acidentes que contaminem ou poluam os
poderão ser delimitadas áreas destinadas a sua proteção e aqüíferos.
controle. Parágrafo Único. Os responsáveis pelos poços ficam obrigados a
comunicar ao órgão gestor dos recursos hídricos do Estado a
desativação destes, temporária ou definitiva.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 72. Os poços jorrantes deverão ser dotados de IV - notificar, por escrito, os responsáveis pelas fontes
dispositivos que impeçam o desperdício da água ou poluidoras ou potencialmente poluidoras, ou por ações
eventuais desequilíbrios ambientais. indesejáveis sobre as águas subterrâneas, a prestarem
Art. 73. As escavações, sondagens ou obras para pesquisa esclarecimentos em local oficial e em data previamente
relativa à lavra mineral ou para outros fins, que atingirem estabelecidos;
águas subterrâneas, deverão ter tratamento idêntico ao de V - efetuar outras atividades definidas pelo órgão
poços abandonados, de forma a preservar e conservar os competentes;
aqüíferos. VI - aplicar as sanções previstas nesta Lei.
Art. 74. A recarga artificial de aqüíferos dependerá de Parágrafo único. Os agentes de fiscalização poderão requisitar
autorização do órgão gestor dos recursos hídricos do força policial.
Estado e estará condicionado à realização de estudos que
Art. 81. Constitui infração das normas de utilização dos
comprovem sua conveniência técnica, econômica e
recursos hídricos superficiais, meteóricos e subterrâneos,
sanitária, e a preservação da qualidade das águas
emergentes ou em depósitos:
subterrâneas.
I - derivar ou utilizar recursos hídricos sem a respectiva outorga
Art. 75. Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar
de direito de uso;
convênios com outros Estados, relativamente aos aqüíferos
também a eles subjacentes, objetivando estabelecer II - iniciar a implantação ou implantar empreendimentos
normas e critérios que permitam o uso harmônico e relacionados com a derivação ou utilização de recursos hídricos
sustentável das águas subterrâneas. superficiais, subterrâneos e meteóricos que implique
alterações no regime, quantidade ou qualidade dos membros,
Art. 76. Quando as águas subterrâneas, por razões de
sem a autorização dos órgãos ou entidades competentes;
qualidade fisioquímica e propriedades oligominerais,
se prestarem à exploração para fins comerciais ou III - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou
terapêuticos e puderem ser classificadas como água serviços relacionados com os mesmos em desacordo com as
mineral, sua utilização será regida pela legislação federal condições estabelecidas na outorga, para qualquer finalidade;
pertinente, pela legislação relativa à saúde pública e pelas IV - perfurar poços para extração de água subterrânea ou
disposições desta Lei, no que couber. operá-los sem a devida outorga;
Art. 77. As captações de águas subterrâneas já existentes V - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou
deverão ser regularizadas, com pedido de outorga, no declarar valores diferentes dos medidos;
prazo máximo de trezentos e sessenta dias, contados da VI - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e
publicação desta Lei. nos regulamentos administrativos, compreendendo instrução
e procedimentos fixados pelos órgão ou entidades
TÍTULO IV competentes;
Das Fiscalização, Infrações e Penalidades VII - obstar ou dificultar a ação fiscalização das autoridades
competentes, no exercício de suas funções;
Art. 78. Ficam sujeitos à fiscalização do órgão competente
todo o uso de recursos hídricos, inclusive aqueles VIII - continuar a utilizar o recurso hídrico após o término do
dispensados de outorga. prazo estabelecido na outorga, sem a prorrogação ou
revalidação desta;
Parágrafo único. A utilização de águas subterrâneas para
servidão pública, com natureza comercial ou não, estará IX - poluir ou degradar recursos hídricos acima dos limites
sujeita á fiscalização do órgão competente, quanto, à estabelecidos na legislação ambiental pertinente;
qualidade, à potabilidade e ao risco de poluição. X - degradar ou impedir a regeneração de florestas e demais
Art. 79. Fica assegurado aos agentes credenciados da formas de vegetação permanente, adjacentes aos recursos
fiscalização o livre acesso aos locais em que estiverem hídricos, definidas no Código Florestal;
situadas as obras de captação de águas subterrâneas e XI - utilizar recursos hídricos de maneira prejudicial a
onde estiverem sendo executadas quaisquer atividades direito de terceiros e à vazão mínima remanescente
que, de alguma forma, possam afetar os aqüíferos. estabelecida.
Parágrafo único. A atividade de explotação obriga o Parágrafo único. As infrações mencionadas neste artigo serão
interessado a instalar hidrômetro na tubulação de saída apuradas em procedimento administrativo próprio, iniciado com
do poço. a lavratura do auto de infração, observados o rito e os prazos
Art. 80. Aos agentes credenciados, no exercício das estabelecidos em regulamento.
funções fiscalizadoras, compete:
I - efetuar vistorias, levantamentos, avaliações e verificar a
documentação pertinente;
II - colher amostras e efetuar medições;
III - verificar a ocorrência de infração e lavrar o respectivo
auto;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 82. Por infração de qualquer disposição legal ou Recursos Hídricos e às funções do Conselho Consultivo de
regulamentar referentes à execução de obras e serviços Política Hídrica e Minerária, inerentes aos recursos hídricos.
hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos de Art.87. Ficam revogadas as disposições da Lei n.º. 6.105, de 14
domínio ou administração do Estado, ou pelo não- de janeiro de 1998.
atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da
Art.88. O Poder Executivo regulamentará esta Lei, no que
autoridade competente, ficará sujeito às seguintes
couber, no prazo de cento e oitenta dias, definindo, inclusive,
penalidades, independentemente de sua ordem de
o órgão responsável pela gestão da Política Estadual de
enumeração:
Recursos Hídricos.
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos
Art. 89. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art.
prazos para correção das irregularidades;
90. Ficam revogadas as disposições em contrário. PALÁCIO DO
II - multas simples ou diária, proporcional à gravidade da GOVERNO, 25 de julho de 2001.
infração, de 100 (cem) a 100.000 (cem mil) Unidades
ALMIR GABRIEL
Padrão Fiscal do Estado do Pará - UPF- PA;
Governador do Estado
III - embargo provisório, por prazo determinado, para
execução de serviços e obras necessárias ao efetivo
cumprimento das condições de outorga ou para o
cumprimento de normas referentes ao uso, controle,
conservação e proteção dos recursos hídricos;
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o
caso, para repor incontinente, no seu antigo estado, os
recursos hídricos, leitos e margens, nos termos dos arts.
58 e 59 do Código de Águas, ou tamponar os poços de
extração de água subterrânea.
§ 1º. Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a
serviços públicos de abastecimento de água, riscos à saúde
ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízo
de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada
nunca será inferior à metade do valor máximo cominado
em abstrato.
§ 2º. No caso dos incisos III e IV, independentemente da
pena de multa, serão cobrados do infrator as despesas em
que incorrer a Administração para tornar efetivas as
medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts.
36, 53, 56 e 58 do código de Águas, sem prejuízo de
responder pela indenização dos danos a que der causa.
§ 3º. Da aplicação das sanções previstas neste artigo
caberá recurso à autoridade administrativa competente,
nos termos do regulamento.
§ 4º. Em caso de reincidência, a multa será aplicada em
dobro.
Art. 83. Em decorrência dos critérios, padrões e normas,
previstos nesta Lei, incidem sobre a exploração, dos
recursos hídricos as normas constantes do seu decreto
regulamentador e das resoluções do Conselho Estadual
de Recursos Hídricos.
TÍTULO V
Das Disposições Gerais
Art. 84. Na implementação da Política Estadual de Recursos
Hídricos, os Municípios promoverão a sua integração com
as políticas locais de saneamento básico, de uso ocupação
e conservação do solo e de meio ambiente.
Art. 85. Fica o Poder Executivo Estadual autorizado a celebrar
convênios com os Estados vizinhos para a proteção e
administração dos aqüíferos comuns.
Art. 86. Fica revogada a Lei n.º 5.796, de 4 de janeiro de
1994, no que se refere às normas de Política Estadual de

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 69


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

LEI ESTADUAL Nº 5.887, DE 09 DE MAIO DE 1995 VIII- o respeito aos povos indígenas, às formas tradicionais de
organização social e às suas necessidades de reprodução física
e cultural e melhoria de condição de vida, nos termos da
LEI ESTADUAL Nº 5.887 DE 9 DE MAIO DE 1995 Constituição Federal e da legislação aplicável, em consonância
com os interesses da comunidade regional em geral, SÃO
Dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente e dá FATORES INDISPENSÁVEIS NA ORDENAÇÃO, PROTEÇÃO E
outras providências. DEFESA DO MEIO AMBIENTE.

Título I Capítulo II
DA POLÍTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE DOS OBJETIVOS
Capítulo I Art. 3º - São objetivos da Política Estadual do Meio ambiente:
DOS PRINCÍPIOS I- promover e alcançar o desenvolvimento econômico-social,
compatibilizando-o, respeitadas as peculiaridades, limitações
Art. 1º - A Política Estadual do Meio Ambiente é o conjunto
e carências locais, com a conservação da qualidade do meio
de princípios, objetivos, instrumentos de ação, medidas e
ambiente e do equilíbrio ecológico, com vistas ao efetivo
diretrizes fixadas nesta Lei, para o fim de preservar,
alcance de condições de vida satisfatórias e o bem-estar da
conservar, proteger, defender o meio ambiente natural e
coletividade;
recuperar e melhorar o meio ambiente antrópico, artificial
e do trabalho, atendidas as peculiaridades regionais e II- definir as áreas prioritárias da ação governamental relativa
locais, em harmonia com o desenvolvimento econômico- à questão ambiental, atendendo aos interesses da
social, visando assegurar a qualidade ambiental propícia à coletividade;
vida. III- estabelecer critérios e padrões de qualidade para o uso e
Parágrafo Único - As normas da Política Estadual do Meio manejo dos recursos ambientais, adequando-os
Ambiente serão obrigatoriamente observadas na continuamente às inovações tecnológicas e às alterações
definição de qualquer política, programa ou projeto, decorrentes de ação antrópica ou natural;
público ou privado, no território do Estado, como garantia IV- garantir a preservação da biodiversidade do patrimônio
do direito da coletividade ao meio ambiente sadio e natural e contribuir para o seu conhecimento científico;
ecologicamente equilibrado. V- criar e implementar instrumentos e meios de preservação e
controle do meio ambiente;
Art. 2º - São princípios básicos da Política Estadual do Meio VI- fixar, na forma e nos limites da lei, a contribuição dos
Ambiente, consideradas as peculiaridades locais, usuários pela utilização dos recursos naturais públicos, com
geográficas, econômicas e sociais, os seguintes: finalidades econômicas;
I- todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente VII- promover o desenvolvimento de pesquisas e a geração e
equilibrado; difusão de tecnologias regionais orientadas para o uso racional
II- o Estado e a coletividade têm o dever de proteger e de recursos ambientais;
defender o meio ambiente, conservando-o para a atual e VIII- estabelecer os meios indispensáveis à efetiva imposição
futuras gerações, com vistas ao desenvolvimento sócio- ao degradador público ou privado de obrigação de recuperar
econômico; e indenizar os danos causados ao meio ambiente, sem prejuízo
III- o desenvolvimento econômico-social tem por fim a das sanções penais e administrativas cabíveis.
valorização da vida e emprego, que devem ser
assegurados de forma saudável e produtiva, em harmonia Título II
com a natureza, através de diretrizes que colimem o
DO PATRIMÔNIO NATURAL
aproveitamento dos recursos naturais de forma
ecologicamente equilibrada, porém economicamente Art. 4º - Compõem o patrimônio natural os ecossistemas
viável e eficiente, para ser socialmente justa e útil; existentes no Estado, com seus elementos, leis, condições,
processos, funções, estruturas, influências, inter-relações,
IV- o combate à pobreza e à marginalização e a redução
intra-relações, de ordem física, química, biológica e social, que
das desigualdades sociais e regionais são condições
contém, possibilitam, e selecionam todas as formas de vida.
fundamentais para o desenvolvimento sustentável;
§ 1º - A proteção do patrimônio natural far-se-á através dos
V- a utilização do solo urbano e rural deve ser ordenada
instrumentos que têm por fim implementar a Política Estadual
de modo a compatibilizar a sua ocupação com as
do Meio Ambiente.
condições exigidas para a conservação e melhoria da
qualidade ambiental; § 2º - A elaboração de normas sobre o uso ou a exploração de
recursos que integram o patrimônio natural do Estado, deverá
VI- deve ser garantida a participação popular nas decisões
observar e respeitar o previsto nesta Lei, visando resguardar
relacionadas ao meio ambiente;
os princípios e objetivos da Política Estadual do Meio
VII- o direito de acesso às informações ambientais deve Ambiente.
ser assegurado a todos;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 5º - Compõem o potencial genético do Estado, os § 4º - Considera-se poluição, a degradação da qualidade


genótipos dos seres vivos existentes nos ecossistemas. ambiental resultante de atividades que direta ou
Art. 6º - Para assegurar a proteção do patrimônio natural indiretamente:
e do potencial genético, compete ao Poder Público: I- prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
I- garantir os espaços territoriais especialmente população;
protegidos previstos na legislação em vigor, bem como os II- criem condições adversas às atividades sociais e
que vierem a ser assim declarados por ato do Poder econômicas;
Público; III- afetem desfavoravelmente o conjunto de seres animais e
II- garantir os centros mais relevantes da biodiversidade; vegetais de uma região;
III- criar e manter reservas genéticas e bancos de IV- afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
germoplasmas com amostras significativas do potencial ambiente;
genético, dando ênfase às espécies ameaçadas de V- lancem matérias ou energias em desacordo com os padrões
extinção; ambientais estabelecidos.
IV- incentivar a criação e o plantio de espécies nativas e
autóctones, visando a conservação ex situ.
Art. 12 - Fica o Poder Executivo autorizado a determinar
Parágrafo Único - São espécies nativas as originárias do medidas de emergência a fim de evitar episódios críticos de
País e adaptadas às condições do ecossistemas amazônico poluição ambiental ou impedir sua continuidade em casos de
e autóctones as que se encontram em área de distribuição grave e iminente risco para as vidas humanas ou recursos
natural. econômicos.
Parágrafo Único - Para a execução das medidas de emergência
Título III de que trata este artigo poderão, durante o período crítico
DO SISTEMA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE serem reduzidas ou impedidas quaisquer atividades em áreas
atingidas pela ocorrência.
(Revogado pela Lei Estadual nº 8.096, de 1º de janeiro de
2015)
Capítulo II
Título IV DA POLUIÇÃO
DO CONTROLE AMBIENTAL
Capítulo I Seção I
DAS NORMAS GERAIS Da Poluição do Solo
Art. 10 - O controle ambiental nos limites do território do Art. 13 - O Poder Público manterá, sob sua responsabilidade,
Estado, será exercido pela Secretaria de Estado de Ciência, áreas especificamente destinadas para disposição final de
Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM. Secretaria de resíduos de qualquer natureza, cabendo-lhe a elaboração e
Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) aprovação dos projetos necessários e específicos relativos a
essa utilização do solo.
Art. 11 - Os resíduos líquidos, sólidos, gasosos ou em
qualquer estado de agregação da matéria, provenientes § 1º - No caso de utilização de solo de propriedade privada
de fontes poluidoras, somente poderão ser lançados ou para disposição final de resíduos de qualquer natureza, deve
liberados, direta ou indiretamente, nos recursos ser observado projeto específico licenciado pelo órgão
ambientais situados no território do Estado, desde que ambiental competente.
obedecidas as normas e padrões estabelecidos nesta Lei e § 2º - Quando o destino final do resíduo exigir a execução de
em legislação complementar. aterros, deverão ser asseguradas medidas adequadas para a
§ 1º - Considera-se fonte de poluição, qualquer atividade, proteção das águas superficiais e subterrâneas.
sistema, processo, operação, maquinaria, equipamento § 3º - Os resíduos portadores de microorganismos patogênicos
ou dispositivo, móvel ou não, que induza, produza ou ou de alta toxicidade, bem como inflamáveis, explosivos,
possa produzir poluição. radioativos e outros classificados como perigosos, antes de sua
§ 2º - Considerando-se recursos ambientais, a atmosfera, disposição final no solo, deverão ser submetidas a tratamento
as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os e acondicionamento adequados.
estuários, o mar territorial, o solo e os elementos nele Art. 14 - Fica vedado o transporte e a disposição final no solo
contidos, o subsolo, a flora e a fauna. do território estadual, de quaisquer resíduos tóxicos,
§ 3º - Considera-se poluente toda e qualquer forma de radioativos e nucleares, quando provenientes de outros
matéria ou energia que, direta ou indiretamente, cause Estados ou Países.
poluição em intensidade, em quantidade, em Art. 15 - A acumulação de resíduos que ofereçam
concentração ou com características em desacordo com comprovados riscos de poluição ambiental, na área de
as normas e padrões estabelecidos em legislação propriedade da fonte geradora do risco ou em outros locais,
específica. somente será permitida mediante observância das cautelas
necessárias, com aquiescência do órgão ambiental.
CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 71
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 16 - O transporte, a disposição e o tratamento de Art. 23 - Fica vedado a diluição dos efluentes líquidos com
resíduos de qualquer natureza deverão ser feitos pelos águas não poluidoras ou outras que possam alterar a sua
responsáveis da fonte geradora. composição ao serem lançados no corpo receptor.
Parágrafo Único - O disposto neste artigo aplica-se Art. 24 - Os órgãos estaduais competentes estabelecerão
também aos lodos, digeridos ou não, do sistema de medidas contra a contaminação das águas interiores,
tratamento de resíduos ou de outros materiais. superficiais e subterrâneas, bem como a instituição das
Art. 17 - O reaproveitamento, a reciclagem e a venda de respectivas áreas de proteção.
resíduos perigosos dependerão de prévio licenciamento Art. 25 - As águas doces, salobras e salinas do Estado,
do órgão ambiental. obedecerão à classificação geral prevista na legislação federal,
complementada por norma especifica, naquilo que couber.
Seção II
Da Poluição do Ar Seção IV
Art. 18 - O Poder Público, visando ao controle da poluição Da Poluição Sonora
do ar, por fontes fixas ou móveis, estabelecerá os limites Art. 26 - Os níveis máximos permitidos dos sons, ruídos e
máximos permissíveis de emissão de poluentes vibrações, bem como as diretrizes, critérios e padrões, para o
atmosféricos e os padrões de qualidade do ar, através de controle da poluição sonora interna e externa, decorrentes de
normas especificas em consonância com a legislação atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas,
federal em vigor. inclusive de propaganda política e outras formas de divulgação
Art. 19 - As fontes de poluição atmosférica, para as quais sonorizada em normas específicas.
não forem estabelecidos os limites máximos de emissão, Art. 27 - Os ruídos e sons produzidos por veículos automotores
deverão adotar sistemas de controle e tratamento de deverão atender aos limites estabelecidos pelo Poder Público,
poluentes, baseados no uso de tecnologias em consonância com a legislação federal pertinente.
comprovadamente eficientes para cada caso. Capítulo III
Art. 20 - Os responsáveis pelas fontes geradoras de DAS SUBSTÂNCIAS E PRODUTOS PERIGOSOS
poluentes atmosféricos, instalados ou a se instalarem no
Art. 28 - Para os efeitos desta Lei, são consideradas substâncias
Estado, ficam obrigados a adoção de medidas destinadas
e produtos perigosos os agrotóxicos, seus componentes e
à prevenir ou corrigir os inconvenientes e prejuízos
afins, o mercúrio, o ácido cianídrico e sais derivados e as
decorrentes de suas emissões no meio ambiente, a serem
substâncias que destroem a camada de ozônio, bem como as
definidas em norma específica, obedecidos os princípios e
que possam causar riscos à vida e ao meio ambiente.
diretrizes estabelecidos em lei:
Art. 29 - O Poder Público inspecionará a industrialização, o
§ 1º - A adoção de tecnologias dos sistemas de controle ou
consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte das
tratamento de poluentes depende da elaboração de plano
substâncias e produtos perigosos no território sob sua
de controle aprovado pelo órgão ambiental.
jurisdição, obedecendo ao disposto na legislação federal e em
§ 2º - O plano de controle será elaborado pelo responsável norma específica.
da fonte de poluição e conterá as medidas a serem
Parágrafo Único - As pessoas físicas ou jurídicas que
adotadas e os respectivos níveis de emissão,
desempenharem quaisquer das atividades discriminadas
compatibilizados com as características da região onde a
neste artigo, deverão obter licença junto ao órgão ambiental.
fonte se localiza.
Art. 30 - Somente poderão ser comercializados no Estado do
Art. 21 - Incumbe ao órgão ambiental a ampla e
Pará os agrotóxicos e seus componentes registrados nos
sistemática divulgação dos níveis de qualidade do ar e das
órgãos federais competentes e, quando for o caso, que
principais fontes poluidoras, através dos diversos meios
tenham uso permitido no seu país de origem.
de comunicação de massa.
Art. 31 - Fica proibida a reutilização de embalagens de
agrotóxicos, seus componentes e afins, salvo quando
Seção III autorizado pelo órgão competente.
Da Poluição das Águas Art. 32 - A responsabilidade pela remoção, transporte,
Art. 22 - Os efluentes de qualquer atividade somente inutilização e destinação final de agrotóxicos proibidos, bem
poderão ser lançados, direta ou indiretamente nas águas como de suas embalagens será solidária entre o fabricante e o
interiores, superficiais ou subterrâneas e nos coletores de comerciante.
água desde que obedeçam aos padrões de emissão Art. 33 - O Poder Público desenvolverá campanhas de
estabelecidos em legislação específica, federal e estadual. informações sobre os riscos representados pelo uso,
Parágrafo Único - Os efluentes de que trata este artigo não armazenagem e destino final de resíduos e embalagens de
poderão conferir ao corpo receptor, características em agrotóxicos, seus componentes e afins para a saúde humana e
desacordo com os critérios e padrões de qualidade das animal e para o meio ambiente.
águas, definidas pelo órgão competente em consonância
com a legislação federal em vigor.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 72


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 34 - As atividades de extração mineral, § 3º. O percentual da indenização prevista no inciso II deste
particularmente de ouro, que utilizarem mercúrio artigo, de acordo com as classes de substâncias minerais será
metálico, cianeto e outros, devem dispor de de: (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007)
equipamentos ou dispositivos que permitam a I - bauxita, manganês, ouro e ferro: 3% (três por cento);
recuperação dessas substâncias. (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007)
Art. 35 - O Poder Público, ouvidos os segmentos II - pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonatos e
envolvidos, poderá proibir ou restringir o uso de metais nobres: 0,2% (dois décimos por cento); (Acrescido pela
substâncias e produtos perigosos no território sob Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007)
jurisdição do Estado.
III - areia, pedra, barro, seixo e demais materiais básicos de
Parágrafo Único - Quando instituições oficiais de pesquisa, construção civil, incluindo aterros: 0,5 (cinco décimos por
alertarem para riscos ou desaconselharem o uso de cento); (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007)
substâncias e produtos perigosos, a autoridade
IV - demais substâncias minerais: 2% (dois por cento).
competente deverá adotar imediatas providências, sob
(Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007)
pena de responsabilidade.
§ 4º. A indenização monetária pelos danos causados ao meio
Art. 36 - As substâncias e produtos perigosos apreendidos
ambiente prevista no inciso II deste artigo, será lançada
como resultados de ação fiscalizadora, serão inutilizados
mensalmente pelo devedor em documento próprio, que
ou poderão ter outro destino, a critério da autoridade
conterá a descrição da operação que lhe deu origem, o
competente.
produto a que se referir o respectivo cálculo, em parcelas
Art. 37 - Ficam os órgãos estaduais competentes, destacadas, e discriminação dos tributos incidentes, se
obrigados a instalar infra-estrutura laboratorial houver, de forma a tornar possível sua correta identificação.
capacitada para analisar substâncias ou produtos (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007)
perigosos, nos alimentos, no organismo humano e animal
e no meio ambiente.
§ 5º. Tanto o lançamento como o pagamento da indenização
monetária, serão efetuados mensalmente diretamente ao
Capítulo IV Estado, até o último dia do terceiro mês subsequente ao do
DAS ATIVIDADES MINERAIS fato gerador. (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de
Art. 38. A lavra de recursos minerais, sob qualquer regime 2007)
de exploração e aproveitamento, sempre respeitada a § 6º. O não cumprimento do estabelecido no § 5º deste artigo,
legislação federal pertinente e os demais atos e normas implicará em correção do débito pela variação do valor
específicos de atribuição da União, dependerá de: nominal da UFIR ou outra unidade ou índice que venha
(Alterado pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007) substituí-la, pagamento de juro de mora de 1% (um por cento)
I- prévio licenciamento do órgão ambiental competente; ao mês e multa de 2% (dois por cento), aplicados sobre o
(Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de 2007) montante final apurado, sem prejuízo das sanções de natureza
civil ou penal cabíveis. (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de
II- indenização monetária pelos danos causados ao meio
junho de 2007)
ambiente, independentemente da obrigação de reparo do
dano. (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de junho de
2007) Art. 39 - A realização de trabalhos de pesquisa, lavra ou
§ 1º. Constitui fato gerador da indenização monetária beneficiamento de recursos minerais em espaços territoriais
pelos danos causados ao meio ambiente, a saída de especialmente protegidos, dependerá do regime jurídico a que
produto mineral das áreas da jazida, mina, salina ou de estiverem submetidos, podendo o Poder Público estabelecer
outros depósitos minerais de onde provém e se equipara normas específicas para permiti-los ou impedi-los, conforme o
à saída, o consumo ou a utilização da substância mineral, caso, tendo em vista a preservação do equilíbrio ecológico.
em processo de industrialização realizado dentro das Art. 40 - A extração e o beneficiamento de minérios em lagos,
áreas da jazida, mina, salina ou de outros depósitos rios e quaisquer correntes de água, só poderão ser realizados
minerais, suas áreas limítrofes ou ainda em qualquer de acordo com a solução técnica aprovada pelos órgãos
estabelecimento. (Acrescido pela Lei nº 6.986, de 29 de competentes.
junho de 2007) Art. 41 - O titular de autorização de pesquisa, de concessão de
§ 2º. A indenização monetária pelos danos causados ao lavra, de permissão de lavra garimpeira, de manifesto de mina
meio ambiente prevista no inciso II deste artigo, será ou qualquer outro título minerário, responderá pelos danos
calculada sobre o total das receitas resultantes da venda causados ao meio ambiente, sem prejuízo das combinações
do produto mineral, obtido após a última etapa do legais pertinentes.
processo de beneficiamento adotado e antes de sua Art. 42 - Os responsáveis pela execução de atividades
transformação industrial, excluídos os tributos incidentes. minerárias, ficam obrigados a efetuar o monitoramento
sistemático dos componentes ambientais atingidos pela
operação.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 73


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 43 - O detentor de qualquer título minerário fica Art. 46 - É vedado a instalação de:
obrigado a informar o órgão ambiental sobre a presença I- unidades geradoras de energia de qualquer natureza em
de monumentos geológicos, depósitos fossolíferos, sítios locais de ocorrência de falhas geológicas que possam colocar
arqueológicos e cavernas na área de influência direta da em risco a estabilidade destas unidades;
execução de suas atividades, assim como responsabilizar-
II- usinas termoelétricas nos cursos d´água de classe especial,
se pela sua preservação.
segundo a classificação estabelecida na legislação federal.
Art. 44 - A criação de áreas de garimpagem e a concessão
Art. 47 - VETADO.
de lavra garimpeira dependerão de prévio licenciamento
do órgão ambiental do Estado.
Capítulo VI
Capítulo V DAS ATIVIDADES AGROSSILVIPASTORIS
DAS ATIVIDADES DE INFRA-ESTRUTURAS ENERGÉTICAS Art. 48 - As atividades a que se refere este capítulo somente
poderão ser desenvolvidas com a observância dos seguintes
Art. 45 - A execução de qualquer obra de infra-estrutura
princípios:
energéticas, fica sujeita, dentre outros, aos seguintes
princípios: I- a utilização de agrotóxicos e fertilizantes deverá ser feita de
forma restrita, observando-se as normas do receituário
I- os aproveitamentos hidrelétricos deverão assegurar o
agronômico e as condições do solo;
uso múltiplo da água, em especial a necessária ao
abastecimento público, à irrigação e ao lazer, bem como a II- as estradas ou caminhos necessários à implantação das
reprodução das espécies da fauna aquática e terrestre; atividades de que trata este artigo, deverão ser construídas
adotando as convenientes estruturas de drenagem, utilizando-
II- as barragens dos aproveitamentos hidrelétricos
se critérios adequados, de forma a evitar erosão;
deverão assegurar a navegabilidade dos cursos d´água
potencialmente navegáveis; III- nas áreas onde já se realizam atividades agrossilvipastoris
sua continuidade fica condicionada à adoção de sistema de
III- os oleodutos deverão ser dotados de mecanismos que
manejo adequado, ou outras modalidades permitidas pela
assegurem a qualidade das águas dos cursos das bacias
legislação nacional ou oriundas de pesquisas técnicas
por eles seccionadas para, em caso de acidente, não
compatíveis, aprovados pelo órgão ambiental, e desde que sua
comprometerem sua classificação;
localização não implique na desestabilização das encostas e
IV- os concessionários do aproveitamento hidrelétrico maciços adjacentes;
ficam obrigados a fomentar o manejo integrado de solos e
IV- a irrigação somente poderá ser utilizada de modo a não
águas nas áreas de contribuição direta dos reservatórios
comprometer o solo e os mananciais de abastecimento
das usinas hidrelétricas, sob orientação do órgão
público;
ambiental;
V- o Poder Público estimulará a prática ou o uso de sistemas
V- no planejamento e na execução de projetos de
agrossilvipastoris, sustentáveis ecologicamente;
aproveitamento hidrelétrico, deverão ser privilegiadas
alternativas que minimizem a remoção e inundação de VI- o Poder Público fomentará a pecuária somente em áreas
núcleos populacionais, reservas indígenas remanescente selecionadas, preferencialmente através do zoneamento
florestais nativos e associações vegetais relevantes; ecológico-econômico e na falta deste, por estudos técnico-
científicos aprovados pelo órgão ambiental;
VI- a execução de projetos de aproveitamento hidrelétrico
deverá ser precedida e acompanhada de medidas que
assegurem a proteção de espécies raras, vulneráveis ou Art. 49 - É vedado o uso de desfolhantes na agricultura,
em perigo de extinção, da fauna e flora, bem como das ressalvados os casos licenciados pelo órgão ambiental, bem
áreas representativas dos ecossistemas a serem afetados; como o uso de anabolizantes na pecuária;
VII- os reservatórios das usinas hidrelétricas deverão ser Parágrafo Único - A inobservância do disposto nos incisos
dotadas de faixa marginal de proteção, constante de deste artigo, impede a concessão de qualquer benefício junto
floresta, plantada com essências nativas; às instituições financeiras do Estado ou implica na anulação
VIII- nas áreas a serem inundadas pelos projetos de dos que já tenham sido concedidos.
aproveitamento hidrelétricos, deverão ser tomadas
medidas que evitem ou atenuem alterações negativas na Art. 50 - É vedado o licenciamento de projetos
qualidade da água e propiciem o pleno , aproveitamento agrossilvipastoris, nos seguintes casos:
da biomassa vegetal afetada;
I- quando implicarem no desmatamento de espaços
IX- os padrões operacionais das usinas hidrelétricas territoriais especialmente protegidos;
deverão ser fixados de forma a evitar ou minimizar os
II- quando resultarem em degradação irreversível dos solos e
impactos ambientais negativos;
mananciais;
X- os padrões de emissões das usinas termoelétrica e da
III- em áreas que correspondam a ecossistemas frágeis,
qualidade de água dos reservatórios das usinas
cientificamente diagnosticados como tais.
hidrelétricas deverão ser, obrigatoriamente, sujeitos a
automonitoramento.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 74


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 51 - Os projetos de manejo florestal para fim de ambiental da área, sua organização espacial, impactos
exploração racional de madeiras, serão fiscalizados pelo significativos, limites de saturação, efluentes, capacidade dos
órgão competente de 6 (seis) em 6 (seis) meses. recursos hídricos e disposição de rejeitos industriais.

Capítulo VII Art. 54 - As indústrias instaladas ou a se instalarem no


DAS ATIVIDADES DE INFRA-ESTRUTURAS DE território paraense são obrigadas a promover as medidas
TRANSPORTES necessárias a prevenir ou corrigir as inconveniências e
prejuízos da poluição e da contaminação ao meio ambiente.
Art. 52 - As atividades de que trata este capítulo, deverão
obedecer, dentre outros, aos seguintes princípios: Parágrafo Único - As medidas a que se refere esse artigo serão
estabelecidas pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente, com
I- dispor de conveniente sistema de drenagem de águas
observância rigorosa desta Lei e demais provimentos legais e
pluviais, as quais deverão ser lançadas de forma a não
regulamentares aplicáveis, mediante proposta do órgão
provocar erosão;
ambiental.
II- os sistemas de drenagem das rodovias e ferrovias que
Art. 55 - O Estado, no limite de sua competência, e com
lançarem águas pluviais no interior de áreas com
integral observância das leis aplicáveis, poderá estabelecer
remanescentes da cobertura vegetal significativa, deverão
condições viáveis e compatíveis com as peculiaridades locais,
ser dotadas das convenientes estruturas hidráulicas de
para o funcionamento das empresas, quanto à contenção da
dissipação de energia e promover o lançamento final das
poluição industrial e da contaminação do meio ambiente,
águas em talvegues estáveis para as vazões máximas do
respeitados os critérios, normas e padrões legalmente
projeto;
vigentes.
III- quando seccionarem mananciais de abastecimento
Art. 56 - O Estado ouvido os Municípios definirá padrões de
público, deverão estar dotadas de convenientes
uso e ocupação do solo, em áreas nas quais ficará vedada a
dispositivos de drenagem e outros tecnicamente
localização de indústrias, com vistas à preservação de
necessários que garantam a sua preservação, inclusive,
mananciais de água superficiais e subterrâneas e a proteção
quando for o caso, minimizando as possibilidades de
de áreas especiais de interesse ambiental, em razão de suas
acidentes com cargas tóxicas;
características ecológicas, paisagísticas e culturais.
IV- quando transpuserem corpos de águas potencialmente
Art. 57 - As indústrias instaladas ou a se instalarem no
navegáveis, deverão assegurar sua livre navegabilidade;
território do Estado, ficam sujeitas a monitoramento do Poder
V- respeitar as características do relevo, assegurando a Público e a automonitoramento permanente da qualidade
estabilidade dos taludes objeto de corte e a integração ambiental e das emissões por elas geradas.
harmônica com a paisagem das áreas reconstituídas;
Parágrafo Único - As atividades relativas ao
VI- os projetos contemplarão obrigatoriamente traçados automonitoramento dependerão de planos específicos,
que evitem ou minimizem o seccionamento de áreas aprovados pelo órgão ambiental, de responsabilidade técnica
remanescentes de cobertura vegetal significativa; e financeira dos interessados na implantação ou operação dos
VII- será obrigatório o reflorestamento, empreendimentos.
preferencialmente com espécies nativas e autóctones, das Art. 58 - As indústrias que utilizam matéria-prima florestal,
faixas de domínio das estradas de rodagem e ferrovias; deverão assegurar sua reposição mediante manejo sustentado
VIII- os locais que abrigam cavidades naturais do solo em do recurso e reflorestamento da área respectiva, conforme
geral deverão ser dotadas de medidas de proteção, estabelecido nesta Lei e em legislação complementar.
inclusive nos seus entornos.
Capítulo IX
Capítulo VIII DOS ASSENTAMENTOS RURAIS
DAS ATIVIDADES INDUSTRIAIS
Art. 53 - A localização, implantação, operação, ampliação Art. 59 - Os assentamentos rurais deverão obedecer, dentre
e alteração de atividades industriais, nas condições outros, aos seguintes princípios:
previstas no artigo 93 desta Lei, dependerão de licença
I- os projetos deverão ser desenvolvidos de forma a
ambiental, observadas, quando for o caso, as
estabelecer módulos compatíveis com a capacidade de uso e
desconformidades em face das condições ambientais
conservação do solo, bem como traçados de maneira a
especiais, particularmente as que resultarem da
minimizar as possibilidades de erosão, protegendo as áreas
implantação de espaços territoriais especialmente
com limitação natural à exploração agrícola;
protegidos.
II- através de mecanismo de fomento e de zoneamento
Parágrafo Único - O licenciamento de que trata este artigo
agrícola, deverão ser estabelecidas políticas destinadas a
levará em conta as condições, critérios, padrões e
compatibilizar o potencial agrícola dos solos e a dimensão das
parâmetros definidos no zoneamento ecológico-
unidades produtivas de forma a maximizar o rendimento
econômico, considerando, dentre outros, as
econômico e a proteção do meio ambiente ;
circunstâncias e aspectos envolvidos na situação

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 75


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

III- os módulos rurais mínimos, o parcelamento do solo destino final adequado para os efluentes tratados,
rural e os projetos de assentamento deverão assegurar resguardada a qualidade dos mananciais, dos cursos d´água,
áreas mínimas que garantam a compatibilidade entre as do lençol subterrâneo e do solo;
necessidades da produção e a manutenção dos sistemas II- nos Municípios de pequeno porte, o uso de formas
florísticos típicos da região, bem como das reservas legais sanitárias, cujo efluente líquido, se houver, deve ter destino
e áreas de preservação permanente; final adequado, resguardada a qualidade dos mananciais, dos
IV- nos projetos de assentamentos rurais, as derrubadas cursos d´água, do lençol subterrâneo e do solo.
da vegetação incidentes no Estado só serão permitidas § 2º - No caso de adoção de fossas sépticas ou similares, essas
quando respeitado, em qualquer caso, o limite percentual, unidades deverão ser esgotadas periodicamente sob
de reserva legal de cada lote. orientação técnica do órgão componente.
Art. 63 - O Poder Público deverá criar locais adequados para o
Capítulo X tratamento e o destino final do lodo digerido ou retirado das
DOS ASSENTAMENTOS URBANOS fossas sépticas ou similares.
Art. 60 - Os assentamentos urbanos, mediante o
parcelamento do solo e a implantação de Art. 64 - Para os fins do disposto nesta Lei, as áreas de proteção
empreendimentos de caráter social, atenderão aos dos mananciais obedecerão à seguinte classificação:
princípios e normas urbanísticas em vigor, observadas I- primeira categoria, como as de uso mais restrito;
ainda, as seguintes disposições:
II- segunda categoria, como as de uso menos restrito;
I- é vedado o lançamento de esgotos urbanos nos cursos
§ 1º - Os critérios de classificação considerados no caput deste
d´água, sem prévio tratamento adequado que
artigo, serão definidos pelo Poder Público em legislação
compatibilizem seus efluentes com a classificação do
específica.
curso d´água receptor;
§ 2º - Nas áreas de proteção de mananciais, os efluentes só
II- as áreas de mananciais destinadas ao abastecimento
poderão ser lançados em áreas consideradas de segunda
urbano deverão ser protegidas mediante índices
categoria e de modo que não ofereçam riscos de
urbanísticos apropriados;
contaminação ou poluição às áreas classificadas como de
III- é vedada a urbanização em áreas geologicamente primeira categoria.
instáveis, com acentuada declividade e ecologicamente
Art. 65 - Em áreas de loteamento localizadas em balneários ou
frágeis, sujeitas à inundação ou aterradas com material
próximas aos cursos d´água, o proprietário se responsabilizará,
nocivo à saúde pública, sem projeto de manejo adequado,
no mínimo, pela construção de fossas sépticas e filtros
aprovado pelo órgão ambiental, observadas as proibições
anaeróbios, caso não haja sistema convencional de
legais;
esgotamento sanitário implantado no local.
IV- é vedado o parcelamento do solo em áreas de
Art. 66 - Nas áreas não servidas por sistemas públicos de
preservação permanente ou naquelas onde a poluição
esgoto sanitário e de abastecimento de água, a infiltração do
impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua
efluente sanitário deve ocorrer de acordo com normas
correção;
estabelecidas pelo órgão ambiental.
V- nas áreas de relevante interesse social, turístico ou
Art. 67 - Na ausência do sistema convencional de tratamento
paisagístico, os padrões de urbanização e as dimensões
de esgoto, todos os conjuntos habitacionais multifamiliares
das edificações devem guardar relações de harmonia e
deverão ter, no máximo, fossas sépticas e filtros anaeróbios.
proporção definidoras da paisagem local.
Art. 68 - Poderão ser adotadas outras soluções alternativas
Capítulo XI
para o tratamento de esgoto desde que previamente
DO SANEAMENTO aprovadas pelo órgão ambiental.
Art. 61 - Ficam sujeitas a licenciamento prévio do órgão Art. 69 - O Poder Público procederá a fiscalização e o controle
ambiental, as obras de saneamento previstas na legislação das atividades das empresas particulares de manutenção de
federal em vigor, bem como aquelas para quais seja fossas sépticas.
possível identificar significativas modificações ambientais,
Art. 70 - Fica proibido o lançamento de resíduos sólidos,
por seu porte, natureza e peculiaridade apresentadas.
coletados por sistemas de limpeza, públicos ou privados, nos
Art. 62 - Fica estabelecida a obrigatoriedade, em todo o corpos d´água e no solo a céu aberto.
Estado, da coleta, do tratamento e do destino final
Parágrafo único - Nas áreas onde não existam sistemas
adequado dos esgotos sanitários, na forma disposta neste
públicos de coleta, transporte e destino final de resíduos
artigo.
sólidos, os decorrentes das atividades domésticas deverão, se
§ 1º - Na impossibilidade da implantação do sistema possível, ser reciclados ou enterrados em local distante das
convencional de tratamento de esgoto, deverão ser áreas de proteção de mananciais considerados de primeira
adotados os procedimentos a seguir enumerados, caso o categoria, salvaguardando-se a qualidade dos recursos
Poder Público não indique outros: hídricos superficiais e subterrâneos, de acordo com seu uso e
I- nos Municípios ou localidades de grande e médio porte, segundo a legislação vigente.
o uso de fossas sépticas e filtros anaeróbios, seguido de
CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 76
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Título V Art. 75 - Os espaços territoriais especialmente protegidos,


DOS INSTRUMENTOS DE AÇÃO para efeitos ambientais, serão classificados, sob regimes
jurídicos específicos, conforme as áreas por eles abrangidas
Capítulo I
sejam:
DO ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
I- de domínio público do Estado;
Art. 71 - O Poder Público utilizará o Zoneamento
II- de domínio privado, porém, sob regime jurídico especial,
Ecológico-Econômico, que, quando concluído, deverá ser
tendo em vistas a declaração das mesmas como de interesse
aprovado por lei, como base do planejamento estadual no
para a implantação de unidade de conservação da natureza, as
estabelecimento de políticas, programas e projetos,
limitações de organização territorial e de uso e ocupação do
visando à ordenação do território e à melhoria da
solo;
qualidade de vida das populações urbanas e rurais.
III- de domínio privado, cuja vegetação de interesse ambiental,
Parágrafo Único - A Política Estadual do Meio Ambiente
original ou constituída, a critério da autoridade competente
deverá ser ajustadas às conclusões e recomendações do
seja gravado com cláusula de perpetuidade, mediante
zoneamento ecológico-econômico.
averbação em registro público.
Parágrafo Único - VETADO
Capítulo II
DO GERENCIAMENTO COSTEIRO
Art. 76 - As áreas mencionadas no inciso I do artigo anterior
Art. 72 - O Poder Público estabelecerá políticas, planos e serão classificadas, para efeito de organização e
programas para o gerenciamento da zona costeira administração, observados os seguintes critérios:
estadual, que será definida em lei específica, com o
I- proteção dos ecossistemas que somente poderão ser
objetivo de:
definidos e manejados sob pleno domínio de seus fatores
I- planejar e gerenciar, de forma integrada, naturais;
descentralizada e participativa, as atividades sócio-
II- desenvolvimento científico e técnico e atividades
econômicas, de forma a garantir a utilização, controle,
educacionais;
conservação, preservação e recuperação dos recursos
naturais e ecossistemas; III- manutenção de comunidades tradicionais;
II- obter um correto dimensionamento das IV- desenvolvimento de atividades de lazer, cultura e turismo
potencialidades e vulnerabilidades; ecológico;
III- assegurar a utilização dos recursos naturais, com vistas V- conservação de recursos genéticos;
a sua sustentabilidade permanente; VI- conservação da diversidade biológica e do equilíbrio do
IV- compatibilizar a ação humana, em quaisquer de suas meio ambiente;
manifestações, com a dinâmica dos ecossistemas, de VII- consecução do controle da erosão e assoreamento em
forma a assegurar o desenvolvimento econômico e social áreas significativamente frágeis.
ecologicamente sustentado e a melhoria da qualidade de
vida;
§ 1º - O Poder Público fixará os critérios de uso, ocupação e
V- exercer efetivo controle sobre os agentes causadores manejo das áreas referidas neste artigo, sendo vedada
de poluição, sob todas as suas formas, ou de degradação quaisquer ações ou atividades que comprometam ou possam
ambiental que afetem, ou possam vir a afetar, a zona vir a comprometer, direta ou indiretamente, seus atributos e
costeira. características.
§ 2º - O plano de manejo das áreas de domínio público poderá
contemplar atividades privadas, somente mediante
Capítulo III autorização ou permissão, onerosa ou não, desde que
estritamente indispensáveis aos objetivos dessas áreas.
DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE
PROTEGIDOS
Art. 73 - Os espaços territoriais especialmente protegidos, Art. 77 - As comunidades tradicionais poderão ser inseridas em
aqueles necessários a preservação ou conservação dos áreas de domínio público, a critério da autoridade
ecossistemas representativos do Estado, são os seguintes: competente, desde que:
I- as áreas de preservação permanente previstas na - respeitadas as condições jurídicas pertinentes;
legislação federal; II- obedecido o plano de manejo das referidas áreas; e
II- as áreas criadas por ato do Poder Público. (Alterado pela III- mantidas as suas características originais.
Lei nº 6.745, de 06 de maio de 2005) § 1º - Fica garantida a participação das comunidades
Art. 74 - Na distribuição de terras públicas destinadas à tradicionais no procedimento de que trata este artigo.
agropecuária, definidas em planos de colonização e § 2º - Os critérios de identificação, natureza e delimitação
reforma agrária, não podem ser incluídas as áreas de que numérica das comunidades tradicionais serão definidos por
trata o artigo anterior. ato do Poder Executivo.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 77


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 78 - O Estado poderá cobrar preços públicos pela Art. 82 - Fica criado o Sistema Estadual de Unidades de
utilização de áreas de domínio público, Conservação - SEUC, constituído pelas Unidades de
independentemente do fim a que se destinam, sendo o Conservação da Natureza já existentes e as que vierem a ser
produto da arrecadação aplicado prioritariamente na área criadas, e será administrado pelo órgão ambiental.
que o gerou.
Art. 79 - As áreas declaradas de interesse social, para fins Art. 83 - As unidades de conservação integrantes do SEUC,
de desapropriação, objetivando a implantação de serão classificadas de acordo com seus objetivos, em três
unidades de conservação da natureza, serão consideradas grupos, que comportam categorias de manejo, baseadas em
espaços territoriais especialmente protegidos, não sendo estudos e pesquisas das vocações naturais e condições sócio-
nelas permitidas atividades que degradem o meio econômicas das áreas selecionadas, quais sejam:
ambiente, ou que, por qualquer forma, possam
I- Unidades de Proteção Integral, que têm como características
comprometer a integridade das condições ambientais que
básicas a proteção total dos atributos naturais, a preservação
motivaram a expropriação.
dos ecossistemas em estado natural com o mínimo de
Parágrafo Único - As áreas desapropriadas serão alterações e o uso indireto de seus recursos;
consideradas especiais, enquanto não for declarado
II- Unidades de Manejo Provisório, que têm como
interesse diversos daquele que motivou a expropriação.
características básicas a proteção total, de forma transitória
Art. 80 - As áreas de domínio privado incluídas nos espaços dos recursos naturais e o uso indireto sustentável por parte
territoriais especialmente protegidos, sem necessidade de das comunidades tradicionais;
transferência do domínio público, ficarão sob regime
III- Unidades de Manejo Sustentável, que têm como
jurídico especial disciplinador das atividades,
características básicas a proteção parcial dos atributos
empreendimentos, processos, uso e ocupação do solo,
naturais e/ou uso direto dos recursos disponíveis em regime
objetivando, conforme a figura territorial de proteção
de manejo sustentado.
ambiental declarada, a defesa e o desenvolvimento do
meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Art. 84 - As categorias de manejo das unidades de
conservação, de que trata o artigo anterior, e o uso das áreas
Parágrafo Único - A declaração dos espaços territoriais
adjacentes às unidades de conservação da natureza serão
especialmente protegidos implicará, conforme o caso:
disciplinadas pelo Poder Público, respeitadas as características
I- na disciplina especial para as atividades de utilização e regionais.
exploração racional de recursos naturais;
II- na fixação de critérios destinados a identificá-los como
Capítulo IV
necessários para a proteção de entornos das áreas
públicas de conservação ambiental, bem como das que DO MONITORAMENTO
mereçam proteção especial; Art. 85 - O monitoramento ambiental consiste no
III- na proteção das cavidades naturais subterrâneas, dos acompanhamento da qualidade dos recursos ambientais, com
sítios arqueológicos e outros de interesse cultural, bem o objetivo de:
como de seus entornos de proteção; I- aferir o atendimento aos padrões de qualidade ambiental;
IV- na proteção dos ecossistemas que não envolvam a II- controlar o uso dos recursos ambientais;
necessidade de controle total dos fatores naturais; III- avaliar o efeito de políticas, planos e programas de gestão
V- na declaração de regimes especiais para definição de ambiental e de desenvolvimento econômico e social;
índices ambientais, de qualquer natureza, a serem IV- acompanhar o estágio populacional de espécies da flora e
observados pelo Poder Público e pelos particulares; fauna, especialmente as ameaçadas de extinção;
VI- no estabelecimento de normas, critérios, parâmetros e V- subsidiar medidas preventivas e ações emergenciais em
padrões conforme planejamento e zoneamento casos de acidentes ou episódios críticos de poluição.
ambientais;
VII- na declaração automática da desconformidade de
Art. 86 - As obras e atividades sujeitas ao licenciamento
todas as atividades, empreendimentos, processos e obras
ambiental ficam obrigados ao automonitoramento, sem
que forem incompatíveis com os objetivos ambientais
prejuízo do monitoramento procedido pelo Poder Público.
inerentes ao espaço territorial protegido em que se
incluam. Parágrafo Único - O Poder Público poderá dispensar,
temporariamente, o automonitoramento das indústrias que
comprovarem insuficiência técnica e financeira.
Art. 81 - Para fins do disposto no inciso III do artigo 75, o
Poder Público criará incentivos e estímulos para promover
a constituição voluntária de áreas protegidas de domínio
privado, concedendo preferências e vantagens aos
respectivos proprietários na manutenção das mesmas,
nos termos do regulamento.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 78


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Capítulo V Capítulo VII


DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA PARTICIPAÇÃO POPULAR E DO DIREITO À INFORMAÇÃO
Art. 87 - Na busca da efetivação da cidadania, da garantia Art. 91 - A participação da comunidade nas decisões
de melhor qualidade de vida, da melhor distribuição de relacionadas ao meio ambiente será assegurada, dentre outras
riquezas e de maior equilíbrio entre desenvolvimento formas, pelas seguintes:
socioeconômico e preservação do meio ambiente, a I- a representação majoritária da sociedade civil organizada,
educação ambiental deverá ser efetivada, obedecendo especialmente através de entidades devidamente constituídas
aos seguintes princípios: e regulares perante a legislação brasileira, de trabalhadores
I- os programas relacionados à exploração racional de profissionais, produtores e industriais e organismos não-
recursos naturais, recuperação de áreas, bem como governamentais, todas voltadas para a questão ambiental, no
atividades de controle, de fiscalização, de uso, de Conselho Estadual do Meio Ambiente;
preservação e de conservação ambiental, devem II- consulta à população interessada, através de audiência
contemplar, em suas formulações, ações de educação pública e, quando requerido, plebiscito convocado na forma
ambiental; do disposto na Constituição Estadual, ambos realizados antes
II- os programas de assistência técnica e financeira do da expedição da licença prévia para a implantação de projeto
Estado, relativos à educação ambiental, deverão priorizar ou atividade, pública ou privada, que possa colocar em risco o
a necessidade de inclusão das questões ambientais nos equilíbrio ecológico ou provocar significativa degradação do
conteúdos a serem desenvolvidos nas propostas meio ambiente;
curriculares, em todos os níveis e modalidades de ensino; III- convite à participação pública nas etapas iniciais do projeto,
III- os programas de pesquisas em ciência e tecnologia, ou do planejamento público ou privado, através das reuniões
financiados com recursos do Estado, deverão contemplar, para definição do alcance dos estudos e elaboração dos
sempre que possível, a questão ambiental em geral e em termos de referência da avaliação de impacto ambiental.
especial, a educação ambiental;
IV- os recursos arrecadados em função de multas por Art. 92 - O direito da população à informação em matéria
descumprimento da legislação ambiental, deverão ter ambiental será assegurado, especialmente através de:
revertidos no mínimo, 20% (vinte por cento) do seu total,
I- ampla e sistemática divulgação das diretrizes básicas da
para aplicação das ações de educação ambiental,
Política Estadual do Meio Ambiente e de suas alterações,
aplicáveis no local de origem da ocorrência da infração.
sempre que estas ocorrerem;
II- ampla divulgação dos pareceres conclusivos e das decisões
Capítulo VI de mérito proferidas pelo Conselho Estadual do Meio
DA PESQUISA E DO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E Ambiente, decorrentes da análise do Estudo Prévio de Impacto
TECNOLÓGICO Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental -
Art. 88 - Compete ao Poder Público, promover e incentivar EPIA/RIMA;
o desenvolvimento científico e tecnológico em matéria III- publicação, no prazo de 10 (dez) dias, dos atos concessivos
ambiental, visando à melhoria da qualidade de vida do de incentivos, através de recursos públicos, à proteção do
sistema produtivo e à minimização dos problemas sociais meio ambiente e à utilização racional dos recursos ambientais;
e ao progresso da ciência. IV- publicação, no prazo de 10 (dez) dias, dos atos de
Parágrafo Único - A pesquisa básica, a capacitação suspensão dos incentivos e dos contratos celebrados entre o
tecnológica e a ampla difusão dos conhecimentos são Poder Público e as pessoas físicas ou jurídicas que
termos referenciais da pesquisa e do desenvolvimento descumprirem a legislação ambiental;
científico e tecnológico. V- ampla divulgação das informações oriundas das pesquisas
Art. 89 - O Poder Público, ao promover a pesquisa básica, incentivadas pelo Poder Público, na área ambiental;
a capacitação tecnológica e a difusão dos conhecimentos, VI- ampla divulgação da realização das audiências públicas, dos
com vistas ao desenvolvimento tecnológico e a adaptação plebiscitos e do conteúdo do Relatório de Impacto Ambiental
de tecnologias existentes às necessidades regionais, - RIMA;
levará em conta as características dos ecossistemas do
VII- amplo acesso de qualquer cidadão, junto aos órgãos
Estado e o desenvolvimento das atividades produtivas
integrantes do Sistema Estadual do Meio Ambiente, às
existentes ou que venham a se instalar, conforme as
informações pertinentes aos assuntos regulados por esta Lei,
peculiaridades dessas atividades e observados os critérios
que sejam de interesse coletivo ou geral, as quais serão
do desenvolvimento sustentável.
prestadas no prazo de 15 dias, dando-se-lhe, inclusive, se
Art. 90 - O Poder Público fornecerá condições de formação requeridas, vistas aos processos administrativos, sob pena de
e aperfeiçoamento de profissionais necessários ao responsabilidade do agente da administração, que, por
desenvolvimento da ciência e tecnologia ambientais, bem ventura, venha negar, protelar ou dificultar, por qualquer
como incentivar a iniciativa privada, na forma da lei. meio, esse acesso.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 79


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 1º - Para os efeitos dos incisos III e IV deste artigo, a Art. 95 - Os pedidos de licenciamento e a respectiva concessão
publicação far-se-á no mínimo, no Diário Oficial do Estado. ou renovação serão publicados no Diário Oficial do Estado,
§ 2º - A ampla divulgação referida nos incisos I, II, V e VI, bem como no jornal de maior circulação local, às expensas do
dar-se-á no mínimo, através de nota resumida, publicada interessado.
em jornal de circulação local. Art. 96 - É vedada a concessão de licenciamento ambiental
§ 3º - Para a efetiva garantia do direito a informações, o antes de efetivadas as exigências acatadas pelo Poder Público,
órgão ambiental manterá serviço específico. em audiências públicas.

Capítulo VIII Capítulo IX


DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA AVALIAÇÃO PRÉVIA DE IMPACTO AMBIENTAL
Art. 93 - A construção, instalação, ampliação, reforma e Art. 97 - O licenciamento de obra ou atividade,
funcionamento de empreendimentos e atividades comprovadamente considerada efetiva ou potencialmente
utilizadoras e exploradoras de recursos naturais, poluidora ou capaz de causar degradação ambiental,
considerados efetiva ou potencialmente poluidoras, bem dependerá de avaliação dos impactos ambientais.
como, os capazes de causar significativa degradação § 1º - V E T A D O
ambiental, sob qualquer forma, dependerão de prévio
licenciamento do órgão ambiental.
§ 2º - Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, o Conselho
Parágrafo Único - O licenciamento de que trata o caput Estadual do Meio Ambiente definirá, através de Resolução as
desse artigo será precedido de estudos que comprovem, atividades e obras que dependerão de elaboração de
dentre outros requisitos, os seguintes: EPIA/RIMA, observando as normas federais vigentes sobre a
I- os reflexos sócio-econômicos às comunidades locais, matéria e, dentre outros, os seguintes requisitos:
considerados os efetivos e comprovados riscos de I- as diretrizes do planejamento e zoneamento ambientais, nos
poluição do meio ambiente e de significativa degradação termos estatuídos nesta Lei;
ambiental, comparados com os benefícios resultantes
II- o grau de complexidade de cada obra ou atividade;
para a vida e o desenvolvimento material e intelectual da
sociedade; III- a natureza e as dimensões dos empreendimentos;
II- as consequências diretas ou indiretas sobre outras IV- as peculiaridades de cada obra ou atividade;
atividades praticadas na região, inclusive de subsistência. V- os estágios em que já se encontram os empreendimentos
iniciados;
Art. 94 - Para efeito do disposto no artigo anterior, o VI- as condições ambientais da localidade ou região;
licenciamento obedecerá às seguintes etapas: VII- o grau de saturação do meio ambiente, em razão do fator
I- Licença Prévia (LP) - emitida na fase preliminar da de agregação de atividades poluidoras na localidade ou região.
atividade, devendo resultar da análise dos requisitos Art. 98 - Para o licenciamento de obra ou atividade que
básicos a serem atendidos quanto a sua localização, dispensar a elaboração do EPIA/RIMA, o órgão ambiental
instalação e operação, observadas as diretrizes do poderá exigir outros instrumentos específicos para a avaliação
zoneamento ecológico-econômico, sem prejuízo de dos impactos ambientais.
atendimento ao disposto nos planos de uso e ocupação do Parágrafo Único- No caso das obras ou atividades referidas no
solo; caput deste artigo poderá o Poder Público utilizar a
II- Licença de Instalação (LI) - emitida após a fase anterior, autorização, a título precário como procedimento preliminar
a qual autoriza a implantação da atividade, de acordo com de regularização.
as especificações constantes do projeto executivo Art. 99 - O Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA é
aprovado; instrumento de análise de processos e métodos sobre a
III- Licença de Operação (LO) - emitida após a fase anterior, viabilidade da implantação de obra ou atividade, pública ou
a qual autoriza a operação da atividade e o funcionamento privada, tendo como objetivo deferir ou indeferir o
de seus equipamentos de controle ambiental, de acordo licenciamento requerido.
com o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação. Art. 100 - O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA refletirá as
§ 1º - A Licença Prévia poderá ser dispensada no caso de conclusões do EPIA e visa a transmitir informações
ampliação de atividades. fundamentais do mencionado estudo, através de linguagem
§ 2º - As Licenças Prévia, de Instalação e de Operação, acessível a todos os segmentos da população, de modo a que
serão expedidas por tempo certo, a ser determinado pelo se conheça as vantagens e desvantagens do projeto, bem
órgão ambiental, não podendo em nenhum caso ser como todas as consequências ambientais decorrentes de sua
superior a 5 (cinco) anos. implantação.
§ 3º - A Licença de Operação será renovada ao final de
cada período de sua validade.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 101 - A elaboração do EPIA/RIMA obedecerá os Capítulo X


princípios, objetivos e diretrizes estabelecidos pelo DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Conselho Estadual do Meio Ambiente, em perfeita
Art. 105 - A audiência pública a que se refere esta Lei tem por
consonância e compatibilização com a legislação federal
finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em
pertinente, especialmente as normas sobre a matéria
análise e do seu referido Relatório de Impacto Ambiental,
editadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.
sugestões a respeito.
Art. 102 - A análise do EPIA/RIMA deverá obedecer a
Art. 106 - Sempre que julgar necessário, ou quando for
prazos fixados em regulamento, segundo o grau de
solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50
complexidade dos respectivos empreendimentos.
(cinquenta) ou mais cidadãos, a Secretaria de Meio Ambiente
Art. 103 - O órgão ambiental, ao receber o RIMA, promoverá a realização de audiência pública.
estabelecerá prazo para o recebimento dos comentários
§ 1º - Secretaria de Meio Ambiente, a partir da data do
por parte dos órgãos públicos e demais interessados e
recebimento do Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente,
sempre que julgar necessário, promoverá a realização de
fixará em edital e anunciará pela imprensa local a abertura do
audiência pública.
prazo, que será no mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias, para
§ 1º - As audiências públicas destinar-se-ão a fornecer solicitação de audiência pública.
informações sobre o projeto e seus impactos ambientais e
§ 2º - No caso de haver solicitação de audiência pública e na
a possibilitar a discussão e o debate sobre o RIMA.
hipótese da Secretaria de Meio Ambiente não realizá-la, a
§ 2º - As audiências públicas serão convocadas pelo órgão licença concedida não terá validade.
ambiental, por solicitação:
§ 3º - Após este prazo, a convocação será feita pelo órgão
I- do representante legal do órgão ambiental; licenciador através de correspondência registrada aos
II- de entidade da sociedade civil; solicitantes e da divulgação em órgão da imprensa local.
III- de órgão ou entidade pública, que direta ou § 4º - A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos
indiretamente tenha envolvimento com as questões interessados.
ambientais; § 5º - Em função da localização geográfica dos solicitantes, e
IV- do Ministério Público Federal ou Estadual; da complexidade do tema, poderá ser realizada mais de uma
V- de cinquenta ou mais cidadãos. audiência pública sobre o mesmo projeto e respectivo
Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente.
§ 3º - A audiência pública deverá ser realizada em local de
fácil acesso aos interessados. Art. 107 - A audiência pública será dirigida pelo representante
do órgão licenciador que, após a exposição objetiva do projeto
§ 4º - Comparecerão obrigatoriamente à audiência
e de seu respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio
pública, os servidores públicos responsáveis pela análise e
Ambiente, abrirá as discussões com os interessados presentes.
licenciamento ambiental, os representantes de cada
especialidade da equipe multidisciplinar que elaborou o Art. 108 - Ao final de cada audiência pública, será lavrada uma
RIMA, o requerente do licenciamento ou seu ata sucinta.
representante legal e o representante do Ministério Parágrafo Único - Serão anexados à ata, todos os documentos
Público, que para tal fim deve ser notificado pela que forem entregues ao presidente dos trabalhos durante a
autoridade competente, com antecedência mínima de 45 sessão.
(quarenta e cinco) dias. Art. 109 - A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos,
§ 5º - A realização das audiências públicas será sempre servirão de base, juntamente com o Relatório de Impacto
precedida de ampla divulgação, assegurada pela sobre o Meio Ambiente, para a análise e parecer final do
publicação de, no mínimo, três vezes consecutivas, no licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.
Diário Oficial e nos jornais de grande circulação no Estado, Capítulo XI
através de nota contendo todas as informações
DA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
indispensáveis ao conhecimento público da matéria.
Art. 110 - A fiscalização ambiental necessária à consecução dos
Art. 104 - O órgão ambiental somente emitirá parecer final
objetivos desta Lei, bem como de qualquer norma de cunho
sobre o RIMA, após concluída a fase de audiência pública.
ambiental, será efetuada pelos diferentes órgãos do Estado,
Parágrafo Único - O órgão ambiental, ao emitir parecer sob a coordenação do órgão ambiental, ou quando for o caso,
sobre o licenciamento requerido, analisará as proposições do Conselho Estadual do Meio Ambiente.
apresentadas na audiência pública, manifestando-se
Parágrafo Único - É assegurado a qualquer cidadão o direito
sobre a pertinência das mesmas.
exercer a fiscalização referenciada neste artigo, mediante
comunicação do ato ou fato delituoso à Secretaria de Estado
de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente ou à autoridade
policial, que adotarão as providências, sob pena de
responsabilidade.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 111 - O Poder Executivo, mediante decreto, Capítulo XIV


regulamentará os procedimentos fiscalizatórios DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES
necessários à implementação das disposições deste
capítulo.
Sessão I
Das Disposições Gerais
Capítulo XII
Art. 115 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao
DOS CADASTROS E INFORMAÇÕES AMBIENTAIS
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
Art. 112 - O Poder Público manterá atualizados os jurídicas, a sanções penais, civis e administrativas,
cadastros técnicos de atividades de defesa do meio independentemente da obrigação de reparo do dano.
ambiente e das atividades potencialmente poluidoras ou
Art. 116 - O servidor público estadual que verificar a ocorrência
utilizadoras de recursos ambientais.
de infração à legislação ambiental e não for competente para
§ 1º - O cadastro técnico de atividades de defesa formalizar a exigência, comunicará o fato, em representação
ambiental, tem por fim proceder ao registro obrigatório circunstanciada, à chefia imediata, que adotará as
de pessoas físicas ou jurídicas prestadoras de serviço providências cabíveis.
relativos às atividades de controle do meio ambiente,
inclusive através da fabricação, comercialização,
instalação ou manutenção de equipamentos. Sessão II
§ 2º - O cadastro técnico de atividades potencialmente Das Infrações e Sanções Cíveis
poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais, tem Art. 117 - É o poluidor obrigado a indenizar os danos que, por
por objetivo proceder ao registro obrigatório de pessoas ação ou omissão, causar ao meio ambiente.
físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades, Parágrafo Único - Quando se tratar de pesca predatória
potencialmente poluidoras ou de extração, produção, praticada sob qualquer instrumento, fica o poluidor passível
transporte e comercialização de produtos potencialmente das penalidades previstas no art. 122, desta Lei.
perigosos ao meio ambiente, assim como, de produtos e
subprodutos da fauna e flora.
Sessão III
Art. 113 - V E T A D O
Das Infrações e das Sanções Administrativas
Parágrafo Único - Fica dispensada a exigência de
apresentação da Certidão, para a obtenção de créditos ou (Seção Revogada pela Lei nº 9.575, de 11/05/2022)
financiamentos oficiais, destinados à recuperação do meio
ambiente degradado, desde que o interessado comprove Seção IV
quitação com as multas ambientais, devendo o respectivo
Do Processo Administrativo
projeto ser aprovado pelo órgão ambiental.
(Seção Revogada pela Lei nº 9.575, de 11/05/2022)

Capítulo XIII
Capítulo XIV
DOS ESTÍMULOS E INCENTIVOS
DO FUNDO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 114 - O Poder Público incentivará ações, atividades e
procedimentos, de caráter público ou privado, que visem Art. 147 - Fica criado o Fundo Estadual do Meio Ambiente -
à proteção, manutenção e recuperação do meio ambiente FEMA, com o objetivo de financiar planos, programas,
e à utilização sustentada dos recursos naturais, mediante projetos, pesquisas e tecnologias que visem ao uso racional e
a concessão de vantagens fiscais e creditícias, mecanismos sustentado dos recursos naturais, bem como a implementação
e procedimentos compensatórios, apoio financeiro, de ações voltadas ao controle, à fiscalização, à defesa e à
técnico, científico e operacional. recuperação do meio ambiente, observadas as diretrizes da
Política Estadual de Meio Ambiente.
§ 1º - Na concessão de incentivos, o Poder Público dará
prioridade às atividades de recuperação, proteção e Parágrafo Único - O FEMA possui natureza contábil autônoma
manutenção de recursos ambientais, bem como às de e constitui unidade orçamentária vinculada à Secretaria de
educação e de pesquisas dedicadas ao desenvolvimento Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente.
da consciência ecológica e de tecnologia para o manejo Art. 148 - (Revogado pela Lei Estadual nº 8.096, de 1º de
sustentado de espécies e ecossistemas. janeiro de 2015)
§ 2º - O Poder Público somente concederá incentivos Art. 149 - (Revogado pela Lei Estadual nº 8.096, de 1º de
mediante comprovação, pelo interessado, da licença janeiro de 2015)
ambiental.
§ 3º - Os incentivos concedidos nos termos deste artigo,
serão sustados ou extintos quando o beneficiário
descumprir as disposições da legislação ambiental.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Título VI EXERCÍCIOS
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS LEI ESTADUAL Nº 5.887 DE 9 DE MAIO DE 1995
Art. 150 - Os responsáveis por atividades e PROFESSOR PETRONIO CASTRO
empreendimentos em funcionamento no território do
Estado deverão, no prazo de 12 meses e no que couber,
submeter à aprovação do órgão ambiental plano de 01. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
adequação às imposições estabelecidas nesta Lei que já a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, consideradas
não constituam exigência de lei anterior. as peculiaridades locais, geográficas, econômicas e sociais, são
princípios básicos da Política Estadual do Meio Ambiente,
Parágrafo Único - O titular do órgão ambiental, mediante EXCETO:
despacho motivado, poderá prorrogar o prazo a que se
a) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
refere o caput deste artigo desde que, por razões técnicas
equilibrado
ou financeiras demonstráveis, seja solicitado pelo
interessado. b) o combate à pobreza e à marginalização e a redução das
desigualdades sociais e regionais são condições fundamentais
Art. 151 - O Poder Público estabelecerá, por Lei, normas,
para o desenvolvimento sustentável
parâmetros e padrões de utilização dos recursos
ambientais, cuja inobservância caracterizará degradação c) deve ser garantida a participação popular nas decisões
ambiental, sujeitando os infratores às penalidades relacionadas ao meio ambiente
previstas nesta Lei, bem como às exigências de adoção de d) o respeito aos povos indígenas, às formas tradicionais de
medidas necessárias à recuperação da área degradada. organização social e às suas necessidades de reprodução física
e cultural e melhoria de condição de vida, nos termos da
Art. 152 - Para fins de exploração econômica, o diâmetro
Constituição Federal e da legislação aplicável, em consonância
das espécies florestais será definido em regulamento.
com os interesses da comunidade regional em geral, são
Art. 153 - Ficam sujeitas às normas dispostas nesta Lei as fatores dispensáveis na ordenação, proteção e defesa do meio
pessoas físicas e jurídicas, inclusive órgãos e entidades ambiente.
públicas federais, estaduais e municipais, que
pretenderem executar quaisquer das atividades previstas
no artigo 93 desta Lei, no território sobre jurisdição do 02. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
Estado. a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, são objetivos
da Política Estadual do Meio ambiente, exceto:
Parágrafo Único - Para efeitos do previsto no artigo 94,
a) definir as áreas prioritárias da ação governamental relativa
poderá o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e
à questão ambiental, atendendo aos interesses da
Meio Ambiente - SECTAM, nos casos e na forma que forem
administração pública.
estabelecidos em regulamentos ou resoluções do COEMA,
conceder às obras e atividades de que trata esta Lei b) estabelecer critérios e padrões de qualidade para o uso e
autorizações, a título precário, como procedimentos manejo dos recursos ambientais, adequando-os
preliminares com vistas à competente regularização. continuamente às inovações tecnológicas e às alterações
decorrentes de ação antrópica ou natural.
Art. 154 - O Poder Público, no exercício regular do poder
de polícia ambiental, cobrará taxas e tarifas, conforme o c) garantir a preservação da biodiversidade do patrimônio
previsto em lei específica. natural e contribuir para o seu conhecimento científico.
d) criar e implementar instrumentos e meios de preservação e
Art. 155 - V E T A D O.
controle do meio ambiente.
Art. 156 - O Poder Executivo regulamentará a atuação das
Polícias Civil e Militar, na manutenção da ordem pública
do meio ambiente. 03. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, são objetivos
Parágrafo Único - A atuação das Polícias Civil e Militar de
da Política Estadual do Meio ambiente, exceto:
que trata este artigo se fará sob a coordenação do órgão
a) definir as áreas prioritárias da ação governamental relativa
ambiental.
à questão ambiental, atendendo aos interesses da
Art. 157 - Esta Lei será regulamentada no prazo de 180 coletividade.
(cento e oitenta) dias, contados da data de sua publicação,
b) estabelecer critérios e padrões de qualidade para o uso e
naquilo que se fizer necessário.
manejo dos recursos ambientais, adequando-os
Art. 158 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, continuamente às inovações tecnológicas e às alterações
revogadas as disposições em contrário e, em especial, a decorrentes de ação antrópica ou natural.
Lei nº 5.638, de 9 de janeiro de 1991.
c) garantir a preservação da biodiversidade do patrimônio
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ, 9 de maio cultural e contribuir para o seu conhecimento científico.
de 1995. d) criar e implementar instrumentos e meios de preservação e
controle do meio ambiente.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

04. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe 07. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, são a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, considera-se
objetivos da Política Estadual do Meio ambiente, exceto: poluente
a) estabelecer critérios e padrões de qualidade para o uso a) a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,
e manejo dos recursos ambientais, adequando-os os estuários, o mar territorial, o solo e os elementos nele
continuamente às inovações tecnológicas e às alterações contidos, o subsolo, a flora e a fauna.
decorrentes de ação antrópica ou natural. b) toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou
b) garantir a preservação da biodiversidade do patrimônio indiretamente, cause poluição em intensidade, em
natural e contribuir para o seu conhecimento científico. quantidade, em concentração ou com características em
c) o combate à pobreza e à marginalização e a redução das desacordo com as normas e padrões estabelecidos em
desigualdades sociais e regionais são condições legislação específica.
fundamentais para o desenvolvimento sustentável. c) qualquer atividade, sistema, processo, operação,
d) criar e implementar instrumentos e meios de maquinaria, equipamento ou dispositivo, móvel ou não, que
preservação e controle do meio ambiente. induza, produza ou possa produzir poluição.
d) a degradação da qualidade ambiental resultante de
atividades que direta ou indiretamente, por exemplo,
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
05. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe população.
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, o
controle ambiental nos limites do território do Estado do
Pará, será exercido 08. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, julgue os itens
a) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
a seguir:
Sustentabilidade (SEMAS)
I- Fica vedado o transporte e a disposição final no solo do
b) pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA.
território estadual, de quaisquer resíduos tóxicos, radioativos
c) pelo IBAMA. e nucleares, provenientes do Estado do Pará, outros Estados
d) pelo Instituto Chico mendes. ou Países.
II- A acumulação de resíduos que ofereçam comprovados
riscos de poluição ambiental, na área de propriedade da fonte
geradora do risco ou em outros locais, somente será permitida
06. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe
mediante observância das cautelas necessárias, com
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará,
aquiescência do órgão ambiental.
considera-se fonte de poluição
É correto afirmar:
a) a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo e os a) Somente o item I está correto.
elementos nele contidos, o subsolo, a flora e a fauna. b) Somente o item II está correto.
b) toda e qualquer forma de matéria ou energia que, c) Todos os itens estão corretos.
direta ou indiretamente, cause poluição em intensidade, d) Todos os itens estão incorretos.
em quantidade, em concentração ou com características
em desacordo com as normas e padrões estabelecidos em
legislação específica. 09. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, é incorreto
c) qualquer atividade, sistema, processo, operação,
afirmar:
maquinaria, equipamento ou dispositivo, móvel ou não,
que induza, produza ou possa produzir poluição. a) são consideradas substâncias e produtos perigosos os
agrotóxicos, seus componentes e afins, o mercúrio, o ácido
d) a degradação da qualidade ambiental resultante de
cianídrico e sais derivados e as substâncias que destroem a
atividades que direta ou indiretamente, por exemplo,
camada de ozônio, bem como as que possam causar riscos à
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
vida e ao meio ambiente.
população.
b) Somente poderão ser comercializados no Estado do Pará os
agrotóxicos e seus componentes registrados nos órgãos
federais competentes e, quando for o caso, que tenham uso
permitido no seu país de origem.
c) Fica proibida a reutilização de embalagens de agrotóxicos,
seus componentes e afins, salvo quando autorizado pelo órgão
competente.
d) A responsabilidade pela remoção, transporte, inutilização e
destinação final de agrotóxicos proibidos, bem como de suas
embalagens será exclusivamente do fabricante.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 84


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

10. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe 13. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, em a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, os espaços
relação à execução de qualquer obra de infra-estruturas territoriais especialmente protegidos, necessários à
energéticas, é incorreto afirmar: preservação ou conservação dos ecossistemas representativos
a) os aproveitamentos hidrelétricos deverão assegurar o do Estado do Pará, são os seguintes:
uso múltiplo da água, em especial a necessária ao a) as áreas de preservação permanente previstas na legislação
abastecimento público, à irrigação e ao lazer, bem como a estadual e as áreas criadas por ato do Poder Público.
reprodução das espécies da fauna aquática e terrestre. b) as áreas de preservação permanente previstas na legislação
b) as barragens dos aproveitamentos hidrelétricos federal e as áreas criadas por ato do Poder Público.
deverão assegurar a navegabilidade dos cursos d´água c) as áreas de preservação permanente previstas na legislação
potencialmente navegáveis municipal e as áreas criadas por ato do Poder Público.
c) nas áreas a serem inundadas pelos projetos de d) as áreas de preservação permanente previstas na legislação
aproveitamento hidrelétricos, deverão ser tomadas estadual e as áreas criadas pela legislação municipal.
medidas que evitem ou atenuem alterações negativas na
qualidade da água e propiciem o pleno, aproveitamento
da biomassa vegetal afetada.
d) Somente é permitida a instalação de usinas 14. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
termoelétricas nos cursos d´água de classe especial, a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, as unidades de
segundo a classificação estabelecida na legislação federal. conservação integrantes do SEUC, serão classificadas de
acordo com seus objetivos. As unidades que têm como
11. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe
características básicas a proteção total, de forma transitória
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, os
dos recursos naturais e o uso indireto sustentável por parte
projetos de manejo florestal para fim de exploração
das comunidades tradicionais, são
racional de madeiras, serão fiscalizados pelo órgão
competente: a) Unidades de Proteção Integral.
a) de 2 em 2 meses. b) Unidades de Manejo Provisório.
b) de 4 em 4 meses. c) Unidades de Manejo Sustentável.
c) de 6 em 6 meses. d) Unidades de Proteção Parcial.
d) de 8 em 8 meses.

15. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre


a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, o
12. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe
monitoramento ambiental consiste no acompanhamento da
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará,
qualidade dos recursos ambientais. Sobre o
ficam sujeitas a licenciamento prévio do órgão ambiental,
automonitoramento, julgue os itens a seguir
as obras de saneamento previstas na legislação federal em
vigor. Em relação ao saneamento, julgue os itens a seguir. I- As obras e atividades sujeitas ao licenciamento ambiental
ficam obrigados ao automonitoramento, sem prejuízo do
I- Em áreas de loteamento localizadas em balneários ou
monitoramento procedido pelo Poder Público.
próximas aos cursos d´água, o proprietário se
responsabilizará, no mínimo, pela construção de fossas II- O Poder Público não poderá, em nenhuma hipótese,
sépticas e filtros anaeróbios, caso não haja sistema dispensar o automonitoramento das indústrias.
convencional de esgotamento sanitário implantado no É correto afirmar:
local. a) Somente o item I está correto.
II- Na ausência do sistema convencional de tratamento de b) Somente o item II está correto.
esgoto, todos os conjuntos habitacionais multifamiliares
c) Todos os itens estão corretos.
deverão ter, no máximo, fossas sépticas e filtros
anaeróbios. d) Todos os itens estão incorretos.
É correto afirmar:
a) Somente o item I está correto.
b) Somente o item II está correto.
c) Todos os itens estão corretos.
d) Todos os itens estão incorretos.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 85


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

16. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe 18. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, o a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, no que diz
direito da população à informação em matéria ambiental respeito ao licenciamento ambiental, é incorreto afirmar:
será assegurado, especialmente, entre outras formas, a) A Licença Prévia poderá ser dispensada no caso de
através de: ampliação de atividades.
a) publicação, no prazo de 30 (trinta) dias, dos atos b) As Licenças Prévia, de Instalação e de Operação, serão
concessivos de incentivos, através de recursos públicos, à expedidas por tempo certo, a ser determinado pelo órgão
proteção do meio ambiente e à utilização racional dos ambiental, não podendo em nenhum caso ser superior a 10
recursos ambientais. (dez) anos.
b) publicação, no prazo de 30 (trinta) dias, dos atos de c) A Licença de Operação será renovada ao final de cada
suspensão dos incentivos e dos contratos celebrados período de sua validade.
entre o Poder Público e as pessoas físicas ou jurídicas que
d) Os pedidos de licenciamento e a respectiva concessão ou
descumprirem a legislação ambiental;
renovação serão publicados no Diário Oficial do Estado, bem
c) ampla divulgação da realização das audiências públicas, como no jornal de maior circulação local, às expensas do
dos plebiscitos e do conteúdo do Relatório de Impacto interessado.
Ambiental - RIMA;
d) amplo acesso de qualquer cidadão, junto aos órgãos
19. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
integrantes do Sistema Estadual do Meio Ambiente, às
a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, julgue os itens
informações pertinentes aos assuntos regulados por esta
a seguir.
Lei, que sejam de interesse coletivo ou geral, as quais
serão prestadas no prazo de 30 dias, dando-se-lhe, I- O Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA é o
inclusive, se requeridas, vistas aos processos instrumento de análise de processos e métodos sobre a
administrativos, sob pena de responsabilidade do agente viabilidade da implantação de obra ou atividade, pública ou
da administração, que, por ventura, venha negar, protelar privada, tendo como objetivo deferir ou indeferir o
ou dificultar, por qualquer meio, esse acesso. licenciamento requerido.
II- O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA refletirá as
conclusões do Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e
17. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe
visa a transmitir informações fundamentais do mencionado
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, a
estudo, através de linguagem acessível a todos os segmentos
construção, instalação, ampliação, reforma e
da população, de modo a que se conheça as vantagens e
funcionamento de empreendimentos e atividades
desvantagens do projeto, bem como todas as consequências
utilizadoras e exploradoras de recursos naturais,
ambientais decorrentes de sua implantação.
considerados efetiva ou potencialmente poluidoras, bem
como, os capazes de causar significativa degradação É correto afirmar:
ambiental, sob qualquer forma, dependerão de prévio a) Somente o item I está correto.
licenciamento do órgão ambiental. O licenciamento b) Somente o item II está correto.
obedecerá às seguintes etapas, respectivamente:
c) Todos os itens estão corretos.
a) Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença
d) Todos os itens estão incorretos.
de Operação (LO).
b) Licença Prévia (LP), Licença de Operação (LO) e Licença
de Instalação (LI). 20. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe sobre
a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará, as audiências
c) Licença de Instalação (LI), Licença Prévia (LP) e Licença
públicas destinar-se-ão a fornecer informações sobre o
de Operação (LO).
projeto e seus impactos ambientais e a possibilitar a discussão
d) Licença de Operação (LO), Licença Prévia (LP) e Licença e o debate sobre o RIMA. Essas audiências públicas serão
de Instalação (LI). convocadas pelo órgão ambiental, por solicitação de diversas
pessoas/órgãos, exceto:
a) do representante legal do órgão ambiental.
b) de órgão ou entidade pública, que direta ou indiretamente
tenha envolvimento com as questões ambientais.
c) do Ministério Público Federal ou Estadual.
d) de quarenta ou mais cidadãos.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 86


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

21. De acordo com a Lei Estadual nº 5.887/95 que dispõe LC FEDERAL Nº 140, DE 08 DE DEZEMBRO DE 2011
sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Pará,
julgue os itens a seguir.
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011
I- As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão as pessoas jurídicas infratoras, a
sanções penais, civis e administrativas, Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do
independentemente da obrigação de reparo do dano; e parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a
pessoas físicas infratoras se sujeitarão somente a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
obrigação de reparo do dano. Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício
II- É o poluidor obrigado a indenizar os danos que, por da competência comum relativas à proteção das paisagens
ação ou omissão, causar ao meio ambiente. naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate
à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das
É correto afirmar:
florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei nº 6.938, de 31 de
a) Somente o item I está correto. agosto de 1981.
b) Somente o item II está correto.
c) Todos os itens estão corretos. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
d) Todos os itens estão incorretos. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei Complementar fixa normas, nos termos dos


incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da
Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à
proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em
qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da
fauna e da flora.
GABARITO
Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:
LEI ESTADUAL Nº 5.887 DE 9 DE MAIO DE 1995
I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo
destinado a licenciar atividades ou empreendimentos
01. D 11. C 21. B utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
02. A 12. C potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental;
03. C 13. B
II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se
04. C 14. B substitui ao ente federativo originariamente detentor das
05. A 15. A atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar;
06. C 16. C III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a
07. B 17. A auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das
competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
08. B 18. B
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei
09. D 19. C Complementar.
10. D 20. D Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da
competência comum a que se refere esta Lei Complementar:
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente
ecologicamente equilibrado, promovendo gestão
descentralizada, democrática e eficiente;
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da
pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das
desigualdades sociais e regionais;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 87


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

III - harmonizar as políticas e ações administrativas para Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado,
evitar a sobreposição de atuação entre os entes para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui
federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e
garantir uma atuação administrativa eficiente; em número compatível com a demanda das ações
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para administrativas a serem delegadas.
todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e
locais. CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO Art. 6º As ações de cooperação entre a União, os Estados, o
Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, Distrito Federal e os Municípios deverão ser desenvolvidas de
dos seguintes instrumentos de cooperação institucional: modo a atingir os objetivos previstos no art. 3º e a garantir o
I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; desenvolvimento sustentável, harmonizando e integrando
todas as políticas governamentais.
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros
instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder
Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal; Art. 7º São ações administrativas da União:
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a
Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal; Política Nacional do Meio Ambiente;
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas
econômicos; atribuições;
V - delegação de atribuições de um ente federativo a III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio
outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Ambiente nos âmbitos nacional e internacional;
Complementar; IV - promover a integração de programas e ações de órgãos e
VI - delegação da execução de ações administrativas de entidades da administração pública da União, dos Estados, do
um ente federativo a outro, respeitados os requisitos Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à
previstos nesta Lei Complementar. gestão ambiental;
§ 1º Os instrumentos mencionados no inciso II do caput V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em
podem ser firmados com prazo indeterminado. apoio à Política Nacional do Meio Ambiente;
§ 2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas
paritariamente, por representantes dos Poderes direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os
Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos resultados obtidos;
Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão VII - promover a articulação da Política Nacional do Meio
ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes Ambiente com as de Recursos Hídricos, Desenvolvimento
federativos. Regional, Ordenamento Territorial e outras;
§ 3º As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e
paritariamente, por representantes dos Poderes entidades da administração pública dos Estados, do Distrito
Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação
objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e sobre Meio Ambiente (Sinima);
descentralizada entre os entes federativos.
IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e
§ 4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal será regional;
formada, paritariamente, por representantes dos Poderes
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem
Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo
especialmente protegidos;
de fomentar a gestão ambiental compartilhada e
descentralizada entre esses entes federativos. XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção
§ 5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do
do meio ambiente;
Distrito Federal terão sua organização e funcionamento
regidos pelos respectivos regimentos internos. XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei;
convênio, a execução de ações administrativas a ele
atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e
destinatário da delegação disponha de órgão ambiental empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
capacitado a executar as ações administrativas a serem ambientalmente, for cometida à União;
delegadas e de conselho de meio ambiente.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 88


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

XIV - promover o licenciamento ambiental de XXII - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito
empreendimentos e atividades: nacional ou regional;
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento
em país limítrofe; tradicional associado, respeitadas as atribuições setoriais;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na XXIV - exercer o controle ambiental sobre o transporte
plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; marítimo de produtos perigosos; e
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; XXV - exercer o controle ambiental sobre o transporte
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de interestadual, fluvial ou terrestre, de produtos perigosos.
conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja
Proteção Ambiental (APAs); localização compreenda concomitantemente áreas das faixas
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da
Estados; União exclusivamente nos casos previstos em tipologia
estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento
proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a
ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles
participação de um membro do Conselho Nacional do Meio
previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
Ambiente (Conama) e considerados os critérios de porte,
conforme disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de
potencial poluidor e natureza da atividade ou
junho de 1999;
empreendimento.
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar,
transportar, armazenar e dispor material radioativo, em
qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em Art. 8º São ações administrativas dos Estados:
qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou Nacional do Meio Ambiente e demais políticas nacionais
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder relacionadas à proteção ambiental;
Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas
Nacional, assegurada a participação de um membro do atribuições;
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e Política Estadual de Meio Ambiente;
natureza da atividade ou empreendimento;
IV - promover, no âmbito estadual, a integração de programas
XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de e ações de órgãos e entidades da administração pública da
florestas e formações sucessoras em: União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou relacionados à proteção e à gestão ambiental;
unidades de conservação instituídas pela União, exceto V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em
em APAs; e apoio às Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente;
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas
autorizados, ambientalmente, pela União; direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os
XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora resultados obtidos;
ameaçadas de extinção e de espécies sobre-explotadas no VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos
território nacional, mediante laudos e estudos técnico- municipais competentes, o Sistema Estadual de Informações
científicos, fomentando as atividades que conservem sobre Meio Ambiente;
essas espécies in situ;
VIII - prestar informações à União para a formação e
XVII - controlar a introdução no País de espécies exóticas atualização do Sinima;
potencialmente invasoras que possam ameaçar os
IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em
ecossistemas, habitats e espécies nativas;
conformidade com os zoneamentos de âmbito nacional e
XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie regional;
exótica da fauna e da flora em ecossistemas naturais
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem
frágeis ou protegidos;
especialmente protegidos;
XIX - controlar a exportação de componentes da
XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os
biodiversidade brasileira na forma de espécimes silvestres
níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção
da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos
do meio ambiente;
deles derivados;
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
XX - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre,
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
ovos e larvas;
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei;
XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e
relação prevista no inciso XVI;
empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
ambientalmente, for cometida aos Estados;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 89


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades VIII - prestar informações aos Estados e à União para a
ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, formação e atualização dos Sistemas Estadual e Nacional de
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob Informações sobre Meio Ambiente;
qualquer forma, de causar degradação ambiental, IX - elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos
ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º; ambientais;
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem
empreendimentos localizados ou desenvolvidos em especialmente protegidos;
unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto
XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de do meio ambiente;
florestas e formações sucessoras em:
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
a) florestas públicas estaduais ou unidades de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
conservação do Estado, exceto em Áreas de Proteção vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei;
Ambiental (APAs);
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
inciso XV do art. 7º; e ambientalmente, for cometida ao Município;
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos
autorizados, ambientalmente, pelo Estado; previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento
XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ambiental das atividades ou empreendimentos:
ameaçadas de extinção no respectivo território, mediante a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito
laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos
atividades que conservem essas espécies in situ; Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de
XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
ovos e larvas destinadas à implantação de criadouros e à b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo
pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
art. 7o;
XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos
XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna previstas nesta Lei Complementar, aprovar:
silvestre;
a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e
XX - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito formações sucessoras em florestas públicas municipais e
estadual; e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto
XXI - exercer o controle ambiental do transporte fluvial e em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e
terrestre de produtos perigosos, ressalvado o disposto no b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e
inciso XXV do art. 7º. formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou
autorizados, ambientalmente, pelo Município.
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios:
I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as
Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente e demais previstas nos arts. 8º e 9º.
políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para
meio ambiente; atribuições relativas à autorização de manejo e supressão de
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de vegetação, considerada a sua caracterização como vegetação
suas atribuições; primária ou secundária em diferentes estágios de
III - formular, executar e fazer cumprir a Política Municipal regeneração, assim como a existência de espécies da flora ou
de Meio Ambiente; da fauna ameaçadas de extinção.
IV - promover, no Município, a integração de programas e Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou
ações de órgãos e entidades da administração pública empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva
federal, estadual e municipal, relacionados à proteção e à ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer
gestão ambiental; forma, de causar degradação ambiental, e para autorização de
supressão e manejo de vegetação, o critério do ente
V - articular a cooperação técnica, científica e financeira,
federativo instituidor da unidade de conservação não será
em apoio às Políticas Nacional, Estadual e Municipal de
aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
Meio Ambiente;
Parágrafo único. A definição do ente federativo responsável
VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas
pelo licenciamento e autorização a que se refere o caput, no
direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando
caso das APAs, seguirá os critérios previstos nas alíneas “a”,
os resultados obtidos;
“b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7º, no inciso XIV do art.
VII - organizar e manter o Sistema Municipal de 8º e na alínea “a” do inciso XIV do art. 9º.
Informações sobre Meio Ambiente;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 90


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos
ou autorizados, ambientalmente, por um único ente dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo
federativo, em conformidade com as atribuições ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.
estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta
manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou Lei Complementar.
autorização, de maneira não vinculante, respeitados os Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou
prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou
§ 2º A supressão de vegetação decorrente de atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar
licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente processo administrativo para a apuração de infrações à
federativo licenciador. legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou
§ 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento atividade licenciada ou autorizada.
ambiental e outros serviços afins devem guardar relação § 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar
de proporcionalidade com o custo e a complexidade do infração ambiental decorrente de empreendimento ou
serviço prestado pelo ente federativo. atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao
estabelecidos para tramitação dos processos de órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu
licenciamento. poder de polícia.
§ 1º As exigências de complementação oriundas da análise § 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da
do empreendimento ou atividade devem ser comunicadas qualidade ambiental, o ente federativo que tiver
pela autoridade licenciadora de uma única vez ao conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-
empreendedor, ressalvadas aquelas decorrentes de fatos la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao
novos. órgão competente para as providências cabíveis.
§ 2º As exigências de complementação de informações, § 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício
documentos ou estudos feitas pela autoridade pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização
licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou
continua a fluir após o seu atendimento integral pelo potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos
empreendedor. naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o
auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento, sem a
atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o
emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita
caput.
nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou
decorra, mas instaura a competência supletiva referida no CAPÍTULO IV
art. 15. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser Art. 18. Esta Lei Complementar aplica-se apenas aos processos
requerida com antecedência mínima de 120 (cento e de licenciamento e autorização ambiental iniciados a partir de
vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado sua vigência.
na respectiva licença, ficando este automaticamente § 1º Na hipótese de que trata a alínea “h” do inciso XIV do art.
prorrogado até a manifestação definitiva do órgão 7º, a aplicação desta Lei Complementar dar-se-á a partir da
ambiental competente. entrada em vigor do ato previsto no referido dispositivo.
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter § 2º Na hipótese de que trata a alínea “a” do inciso XIV do art.
supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na 9º, a aplicação desta Lei Complementar dar-se-á a partir da
autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: edição da decisão do respectivo Conselho Estadual.
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de § 3º Enquanto não forem estabelecidas as tipologias de que
meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União tratam os §§ 1º e 2º deste artigo, os processos de
deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou licenciamento e autorização ambiental serão conduzidos
distritais até a sua criação; conforme a legislação em vigor.
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de
meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar
as ações administrativas municipais até a sua criação; e
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho
de meio ambiente no Estado e no Município, a União deve
desempenhar as ações administrativas até a sua criação
em um daqueles entes federativos.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 91


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 19. O manejo e a supressão de vegetação em RES. CONAMA Nº 01, DE 23 DE JANEIRO DE 1986
situações ou áreas não previstas nesta Lei Complementar
dar-se-ão nos termos da legislação em vigor.
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1, DE 23 DE JANEIRO DE 1986

Art. 20. O art. 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,


passa a vigorar com a seguinte redação: Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a
avaliação de impacto ambiental
“Art. 10. A construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer uso das atribuições que lhe confere o artigo 48 do Decreto nº
forma, de causar degradação ambiental dependerão de 88.351, de 1º de junho de 1983, (Decreto revogado pelo
prévio licenciamento ambiental. Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990) para efetivo
§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo
respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, artigo 18 do mesmo decreto, e
bem como em periódico regional ou local de grande Considerando a necessidade de se estabelecerem as
circulação, ou em meio eletrônico de comunicação definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as
mantido pelo órgão ambiental competente. diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de
§ 2º (Revogado). Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política
Nacional do Meio Ambiente, resolve:
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado).”
Art. 1º Para efeito desta Resolução, considera-se impacto
Art. 21. Revogam-se os §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 e o § 1º do
ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,
art. 11 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de forma de matéria ou energia resultante das atividades
sua publicação. humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
Brasília, 8 de dezembro de 2011; 190º da Independência e I- a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
123º da República.
II- as atividades sociais e econômicas;
DILMA ROUSSEFF
III- a biota;
IV- as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V- a qualidade dos recursos ambientais.

Art. 2º Dependerá de elaboração de estudo de impacto


ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA,
a serem submetidos à aprovação do órgão estadual
competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente,
tais como:
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos
químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do
Decreto-Lei nº 32, de 18 de setembro de 1966 (Decreto-Lei
revogado pela Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986);
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e
emissários de esgotos sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos,
tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW,
de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para
navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água,
abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias,
diques;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 92


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo , xisto, III- Definir os limites da área geográfica a ser direta ou
carvão); indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas influência do projeto, considerando, em todos os casos, a
no Código de Mineração; bacia hidrográfica na qual se localiza;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de IV- Considerar os planos e programas governamentais,
resíduos tóxicos ou perigosos; propostos e em implantação na área de influência do projeto,
e sua compatibilidade.
XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a
fonte de energia primária, acima de 10MW; Parágrafo único. Ao determinar a execução do estudo de
impacto ambiental o órgão estadual competente, ou o IBAMA
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais
ou, quando couber, o Município, fixará as diretrizes adicionais
(petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de
que, pelas peculiaridades do projeto e características
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hidróbios);
ambientais da área, forem julgadas necessárias, inclusive os
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - prazos para conclusão e análise dos estudos.
ZEI;
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em
Art. 6º O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no
áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir
mínimo, as seguintes atividades técnicas:
áreas significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental; I- Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas
interações, tal como existem, de modo a caracterizar a
consideradas de relevante interesse ambiental a critério
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto,
do IBAMA e dos órgãos estaduais ou municipais;
considerando:
XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal,
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando
derivados ou produtos similares, em quantidade superior
os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo,
a dez toneladas por dia. (nova redação dada pela
os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas,
Resolução nº 11/86)
as correntes atmosféricas;
XVII - Projetos Agropecuários que contemplem áreas
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a
acima de 1.000 ha. ou menores, neste caso, quando se
flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade
tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de
ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas
importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas
de extinção e as áreas de preservação permanente;
áreas de proteção ambiental. (inciso acrescentado pela
Resolução nº 11/86) c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos
da água e a socioeconomia, destacando os sítios e
XVIII - Empreendimentos potencialmente lesivos ao
monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
patrimônio espeleológico nacional. (inciso acrescentado
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade
pela Resolução nº 5/87)
local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
Art. 3º Dependerá de elaboração de estudo de impacto desses recursos.
ambiental e respectivo RIMA, a serem submetidos à
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas
aprovação do IBAMA, o licenciamento de atividades que,
alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e
por lei, seja de competência federal. (Revogado pela
interpretação da importância dos prováveis impactos
Resolução nº 237/97)
relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos
Art. 4º Os órgãos ambientais competentes e os órgãos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a
setoriais do SISNAMA deverão compatibilizar os processos médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau
de licenciamento com as etapas de planejamento e de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas;
implantação das atividades modificadoras do meio a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
ambiente, respeitados os critérios e diretrizes
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos
estabelecidos por esta Resolução e tendo por base a
negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas
natureza o porte e as peculiaridades de cada atividade.
de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma
Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de atender à delas.
legislação, em especial os princípios e objetivos expressos
IV - Elaboração do programa de acompanhamento e
na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá
monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando
às seguintes diretrizes gerais:
os fatores e parâmetros a serem considerados.
I- Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de
Parágrafo único. Ao determinar a execução do estudo de
localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de
impacto ambiental, o órgão estadual competente; ou o IBAMA
não execução do projeto;
ou quando couber, o Município fornecerá as instruções
II- Identificar e avaliar sistematicamente os impactos adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do
ambientais gerados nas fases de implantação e operação projeto e características ambientais da área.
da atividade;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 93


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 7º O estudo de impacto ambiental será realizado por Art. 10. O órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando
equipe multidisciplinar habilitada, não dependente direta couber, o Município terá um prazo para se manifestar de
ou indiretamente do proponente do projeto e que será forma conclusiva sobre o RIMA apresentado.
responsável tecnicamente pelo resultados apresentados. Parágrafo único. O prazo a que se refere o caput deste artigo
(Revogado pela Resolução nº 237/97) terá o seu termo inicial na data do recebimento pelo órgão
Art. 8º Correrão por conta do proponente do projeto estadual competente ou pelo IBAMA do estudo do impacto
todas as despesas e custos referentes à realização do ambiental e seu respectivo RIMA.
estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e
aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções
Art. 11. Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e
de campo, análises de laboratório, estudos técnicos e
demonstrando pelo interessado o RIMA será acessível ao
científicos e acompanhamento e monitoramento dos
público. Suas cópias permanecerão à disposição dos
impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo
interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas do
menos 5 (cinco) cópias.
IBAMA e do órgão estadual de controle ambiental
Art. 9º O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá correspondente, inclusive durante o período de análise
as conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá, técnica.
no mínimo:
§ 1º Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e tiverem relação direta com o projeto, receberão cópia do
compatibilidade com as políticas setoriais, planos e RIMA, para conhecimento e manifestação.
programas governamentais;
§ 2º Ao determinar a execução do estudo de impacto
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas ambiental e apresentação do RIMA, o órgão estadual
e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases competente ou o IBAMA ou, quando couber o Município,
de construção e operação a área de influência, as matérias determinará o prazo para recebimento dos comentários a
primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e,
e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de
resíduos e perdas de energia, os empregos diretos e audiência pública para informação sobre o projeto e seus
indiretos a serem gerados; impactos ambientais e discussão do RIMA.
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos Art. 12. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
ambiental da área de influência do projeto; publicação.
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da FLÁVIO PEIXOTO DA SILVEIRA - Presidente do Conselho
implantação e operação da atividade, considerando o
projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de
incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas
e critérios adotados para sua identificação, quantificação
e interpretação;
V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área
de influência, comparando as diferentes situações da
adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a
hipótese de sua não realização;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas
mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos,
mencionando aqueles que não puderem ser evitados, e o
grau de alteração esperado;
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento
dos impactos;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável
(conclusões e comentários de ordem geral).
Parágrafo único. O RIMA deve ser apresentado de forma
objetiva e adequada a sua compreensão. As informações
devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas
por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de
comunicação visual, de modo que se possam entender as
vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as
consequências ambientais de sua implementação.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 94


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

RES. CONAMA Nº 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997 II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente estabelece as condições, restrições e
medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas
Resolução CONAMA Nº 237 DE 19/12/1997 pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar,
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades
Dispõe sobre conceitos, sujeição, e procedimento para utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou
obtenção de Licenciamento Ambiental, e dá outras potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer
providências forma, possam causar degradação ambiental;
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos
relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização,
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
uso das atribuições e competências que lhe são conferidas empreendimento, apresentado como subsídio para a análise
pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e
regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,
de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
Interno, e recuperação de área degradada e análise preliminar de risco;
Considerando a necessidade de revisão dos IV - Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto
procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental que afete diretamente (área de influência direta do
ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais
licenciamento como instrumento de gestão ambiental, Estados.
instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente;
Considerando a necessidade de se incorporar ao sistema Art. 2º. A localização, construção, instalação, ampliação,
de licenciamento ambiental os instrumentos de gestão modificação e operação de empreendimentos e atividades
ambiental, visado o desenvolvimento sustentável e a utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou
melhoria contínua; potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
Considerando as diretrizes estabelecidas na Resolução
ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão
CONAMA nº 011/94, que determina a necessidade de
ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças
revisão no sistema de licenciamento ambiental;
legalmente exigíveis.
Considerando a necessidade de regulamentação de § 1º. Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os
aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na empreendimentos e as atividades relacionadas no Anexo I,
Política Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram parte integrante desta Resolução.
definidos;
§ 2º. Caberá ao órgão ambiental competente definir os
Considerando a necessidade de ser estabelecido critério critérios de exigibilidade, o detalhamento e a
para exercício da competência para o licenciamento a que complementação do Anexo I, levando em consideração as
se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras
1981; características do empreendimento ou atividade.
Considerando a necessidade de se integrar a atuação dos Art. 3º. A licença ambiental para empreendimentos e
órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio atividades consideradas efetiva ou potencialmente
Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional do causadoras de significativa degradação do meio dependerá de
Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de
competências, resolve: impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á
publicidade, garantida a realização de audiências públicas,
quando couber, de acordo com a regulamentação.
Art. 1º. Para efeito desta Resolução são adotadas as
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando
seguintes definições:
que a atividade ou empreendimento não é potencialmente
causador de significativa degradação do meio ambiente,
I - Licenciamento Ambiental: procedimento definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo
administrativo pelo qual o órgão ambiental competente processo de licenciamento.
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 95


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 4º. Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente Art. 6º. Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os
e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, órgão órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito
executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de
se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e
1981, de empreendimentos e atividades com significativo daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por
impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a instrumento legal ou convênio.
saber: Art. 7º. Os empreendimentos e atividades serão licenciados
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em um único nível de competência, conforme estabelecido
em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma nos artigos anteriores.
continental; na zona econômica exclusiva; em terras
indígenas ou em unidades de conservação do domínio da Art. 8º. O Poder Público, no exercício de sua competência de
União; controle, expedirá as seguintes licenças:
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os planejamento do empreendimento ou atividade aprovando
limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; sua localização e concepção, atestando a viabilidade
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
transportar, armazenar e dispor material radioativo, em condicionantes, a serem atendidos nas próximas fases de sua
qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em implementação;
qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do
da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN; empreendimento ou atividade de acordo com as
V - bases ou empreendimentos militares, quando couber, especificações constantes dos planos, programas e projetos
observada a legislação específica. aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e
§ 1º. O IBAMA fará o licenciamento de que trata este demais condicionantes da qual constituem motivo
artigo após considerar o exame técnico procedido pelos determinante;
órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da
localizar a atividade ou empreendimento, bem como, atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo
quando couber, o parecer dos demais órgãos cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as
competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e medidas de controle ambiental e condicionantes
dos Municípios, envolvidos no procedimento de determinados para a operação.
licenciamento.
Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser expedidas
§ 2º. O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva,
isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza,
poderá delegar aos Estados o licenciamento de atividade
características e fase do empreendimento ou atividade.
com significativo impacto ambiental de âmbito regional,
uniformizando, quando possível, as exigências. Art. 9º. O CONAMA definirá, quando necessário, licenças
Art. 5º. Compete ao órgão ambiental estadual ou do ambientais específicas, observadas a natureza, características
Distrito Federal o licenciamento ambiental dos e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a
empreendimentos e atividades: compatibilização do processo de licenciamento com as etapas
I- localizados ou desenvolvidos em mais de um Município de planejamento, implantação e operação.
ou em unidades de conservação de domínio estadual ou Art. 10. O procedimento de licenciamento ambiental
do Distrito Federal; obedecerá às seguintes etapas:
II- localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais I- definição pelo órgão ambiental competente, com a
formas de vegetação natural de preservação permanente participação do empreendedor, dos documentos, projetos e
relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de estudos ambientais, necessários ao início do processo de
setembro de 1965, e em todas as que assim forem licenciamento correspondente à licença a ser requerida;
consideradas por normas federais, estaduais ou II- requerimento da licença ambiental pelo empreendedor,
municipais; acompanhado dos documentos, projetos e estudos
III- cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;
limites territoriais de um ou mais Municípios; III- análise pelo órgão ambiental competente, integrante do
IV- delegados pela União aos Estados ou ao Distrito SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais
Federal, por instrumento legal ou convênio. apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do necessárias;
Distrito Federal fará o licenciamento de que trata este IV- solicitação de esclarecimentos e complementações pelo
artigo após considerar o exame técnico procedido pelos órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma
órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a única vez, em decorrência da análise dos documentos,
atividade ou empreendimento, bem como, quando projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber,
couber, o parecer dos demais órgãos competentes da podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, esclarecimentos e complementações não tenham sido
envolvidos no procedimento de licenciamento. satisfatórios;

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 96


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

V- audiência pública, quando couber, de acordo com a Art. 13. O custo de análise para a obtenção da licença
regulamentação pertinente; ambiental deverá ser estabelecido por dispositivo legal,
VI- solicitação de esclarecimentos e complementações visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das despesas
pelo órgão ambiental competente, decorrente de realizadas pelo órgão ambiental competente.
audiências públicas, quando couber, podendo haver Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à
reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e planilha de custos realizados pelo órgão ambiental para a
complementações não tenham sido satisfatórios; análise da licença.
VII- emissão de parecer técnico conclusivo e, quando Art. 14. O órgão ambiental competente poderá estabelecer
couber, parecer jurídico; prazos de análise diferenciados para cada modalidade de
VIII- deferimento ou indeferimento do pedido de licença, licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade
dando-se a devida publicidade. ou empreendimento, bem como para a formulação de
exigências complementares, desde que observado o prazo
§ 1º. No procedimento de licenciamento ambiental deverá
máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o
constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura
requerimento até seu deferimento ou indeferimento,
Municipal, declarando que o local e o tipo de
ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência
empreendimento ou atividade estão em conformidade
pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.
com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e,
quando for o caso, a autorização para supressão de § 1º. A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será
vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais
órgãos competentes. complementares ou preparação de esclarecimentos pelo
empreendedor.
§ 2º. No caso de empreendimentos e atividades sujeitos
ao estudo do impacto ambiental - EIA, se verificada a § 2º. Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados,
necessidade de nova complementação em decorrência de desde que justificados e com a concordância do
esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI, o empreendedor e do órgão ambiental competente.
órgão ambiental competente, mediante decisão motivada Art. 15. O empreendedor deverá atender à solicitação de
e com a participação do empreendedor, poderá formular esclarecimentos e complementações formuladas pelo órgão
novo pedido de complementação. ambiental competente, dentro do prazo máximo de 4 (quatro)
Art. 11. Os estudos necessários ao processo de meses, a contar do recebimento da respectiva notificação.
licenciamento deverão ser realizados por profissionais Parágrafo único. O prazo estipulado no caput poderá ser
legalmente habilitados, às expensas do empreendedor. prorrogado, desde que justificado e com a concordância do
Parágrafo único. O empreendedor e os profissionais que empreendedor e do órgão ambiental competente.
subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo Art. 16. O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos
serão responsáveis pelas informações apresentadas, 14 e 15, respectivamente, sujeitará o licenciamento à ação do
sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais. órgão que detenha competência para atuar supletivamente e
Art. 12. O órgão ambiental competente definirá, se o empreendedor ao arquivamento de seu pedido de licença.
necessário, procedimentos específicos para as licenças Art. 17. O arquivamento do processo de licenciamento não
ambientais, observadas a natureza, características e impedirá a apresentação de novo requerimento de licença,
peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, que deverá obedecer aos procedimentos estabelecidos no
a compatibilização do processo de licenciamento com as artigo 10, mediante novo pagamento de custo de análise.
etapas de planejamento, implantação e operação.
§ 1º. Poderão ser estabelecidos procedimentos Art. 18. O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos
simplificados para as atividades e empreendimentos de de validade de cada tipo de licença, especificando-os no
pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser respectivo documento, levando em consideração os seguintes
aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio aspectos:
Ambiente.
I- o prazo de validade da Licença de Prévia (LP) deverá ser, no
§ 2º. Poderá ser admitido um único processo de mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos
licenciamento ambiental para pequenos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou
empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos;
para aqueles integrantes de planos de desenvolvimento
II- o prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser,
aprovados, previamente, pelo órgão governamental
no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do
competente, desde que definida a responsabilidade legal
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6
pelo conjunto de empreendimentos ou atividades.
(seis) anos;
§ 3º. Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e
III- o prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá
simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental
considerar os planos de controle ambiental e será de, no
das atividades e empreendimentos que implementem
mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.
planos e programas voluntários de gestão ambiental,
visando a melhoria contínua e o aprimoramento do
desempenho ambiental.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 97


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

§ 1º. A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) ANEXO I


poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que
não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO
incisos I e II. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
§ 2º. O órgão ambiental competente poderá estabelecer Extração e tratamento de minerais
prazos de validade específicos para a Licença de Operação - pesquisa mineral com guia de utilização
(LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua - lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento
- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento
natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a
- lavra garimpeira
encerramento ou modificação em prazos inferiores. - perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural
§ 3º. Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma Indústria de produtos minerais não metálicos
atividade ou empreendimento, o órgão ambiental - beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à
competente poderá, mediante decisão motivada, extração
aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após - fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais
como: produção de material cerâmico,
avaliação do desempenho ambiental da atividade ou
cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros
empreendimento no período de vigência anterior, Indústria metalúrgica
respeitados os limites estabelecidos no inciso III. - fabricação de aço e de produtos siderúrgicos
§ 4º. A renovação da Licença de Operação (LO) de uma - produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados
atividade ou empreendimento deverá ser requerida com com ou sem tratamento de superfície,
antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da inclusive galvanoplastia
expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva - metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e
secundárias, inclusive ouro
licença, ficando este automaticamente prorrogado até a
- produção de laminados/ligas/artefatos de metais não-ferrosos com
manifestação definitiva do órgão ambiental competente. ou sem tratamento de superfície,
Art. 19. O órgão ambiental competente, mediante decisão inclusive galvanoplastia
motivada, poderá modificar os condicionantes e as - relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas
medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar - produção de soldas e anodos
uma licença expedida, quando ocorrer: - metalurgia de metais preciosos
- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas
I- violação ou inadequação de quaisquer condicionantes - fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de
ou normas legais; superfície, inclusive galvanoplastia
II- omissão ou falsa descrição de informações relevantes - fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não-ferrosos com
que subsidiaram a expedição da licença; ou sem tratamento de superfície,
inclusive galvanoplastia
III- superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. - têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento
Art. 20. Os entes federados, para exercerem suas de superfície
competências licenciatórias, deverão ter implementados Indústria mecânica
os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo - fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios
com e sem tratamento térmico e/ou
e participação social e, ainda, possuir em seus quadros ou
de superfície
a sua disposição profissionais legalmente habilitados.
Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações
Art. 21. Esta Resolução entra em vigor na data de sua - fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores
publicação, aplicando seus efeitos aos processos de - fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para
licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais telecomunicação e informática
competentes, revogadas as disposições em contrário, em - fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos
especial os artigo 3º e 7º da Resolução CONAMA nº 001, Indústria de material de transporte
- fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças
de 23 de janeiro de 1986 .
e acessórios
Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho - Presidente do - fabricação e montagem de aeronaves
Conselho - fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes
Raimundo Deusdará Filho - Secretário Executivo Indústria de madeira
- serraria e desdobramento de madeira
- preservação de madeira
- fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e
compensada
- fabricação de estruturas de madeira e de móveis
Indústria de papel e celulose
- fabricação de celulose e pasta mecânica
- fabricação de papel e papelão
- fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra
prensada

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 98


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Indústria de borracha - fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e


- beneficiamento de borracha natural gaseificação de águas minerais
- fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento - fabricação de bebidas alcoólicas
de pneumáticos Indústria de fumo
- fabricação de laminados e fios de borracha - fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de
- fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de beneficiamento do fumo
borracha, inclusive látex Indústrias diversas
Indústria de couros e peles - usinas de produção de concreto
- secagem e salga de couros e peles - usinas de asfalto
- curtimento e outras preparações de couros e peles - serviços de galvanoplastia
- fabricação de artefatos diversos de couros e peles Obras civis
- fabricação de cola animal - rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos
Indústria química - barragens e diques
- produção de substâncias e fabricação de produtos químicos - canais para drenagem
- fabricação de produtos derivados do processamento de - retificação de curso de água
petróleo, de rochas betuminosas e da madeira - abertura de barras, embocaduras e canais
- fabricação de combustíveis não derivados de petróleo - transposição de bacias hidrográficas
- produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos - outras obras de arte.
essenciais vegetais e outros produtos da Serviços de utilidade
destilação da madeira - produção de energia termelétrica
- fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e - transmissão de energia elétrica
de borracha e látex sintéticos - estações de tratamento de água
- fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para - interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de
caça-desporto, fósforo de segurança e esgoto sanitário
artigos pirotécnicos - tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos)
- recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e - tratamento/disposição de resíduos especiais, tais como: de
animais agroquímicos e suas embalagens usadas e
- fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e de serviço de saúde, entre outros
sintéticos - tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive
- fabricação de preparados para limpeza e polimento, aqueles provenientes de fossas
desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas - dragagem e derrocamentos em corpos d'água
- fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, - recuperação de áreas contaminadas ou degradadas
impermeabilizantes, solventes e secantes Transporte, terminais e depósitos
- fabricação de fertilizantes e agroquímicos - transporte de cargas perigosas
- fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários - transporte por dutos
- fabricação de sabões, detergentes e velas - marinas, portos e aeroportos
- fabricação de perfumarias e cosméticos - terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos
- produção de álcool etílico, metanol e similares - depósitos de produtos químicos e produtos perigosos
Indústria de produtos de matéria plástica Turismo
- fabricação de laminados plásticos - complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e
- fabricação de artefatos de material plástico autódromos
Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos Atividades diversas
- beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e - parcelamento do solo
sintéticos - distrito e pólo industrial
- fabricação e acabamento de fios e tecidos Atividades agropecuárias
- tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do - projeto agrícola
vestuário e artigos diversos de tecidos - criação de animais
- fabricação de calçados e componentes para calçados - projetos de assentamentos e de colonização
Indústria de produtos alimentares e bebidas Uso de recursos naturais
- beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos - silvicultura
alimentares - exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais
- matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e - atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre
derivados de origem animal - utilização do patrimônio genético natural
- fabricação de conservas - manejo de recursos aquáticos vivos
- preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados - introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas
- preparação, beneficiamento e industrialização de leite e - uso da diversidade biológica pela biotecnologia
derivados
- fabricação e refinação de açúcar.
- refino/preparação de óleo e gorduras vegetais
- produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para
alimentação
- fabricação de fermentos e leveduras
- fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados
para animais
- fabricação de vinhos e vinagre
- fabricação de cervejas, chopes e maltes

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 99


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

RES. COEMA Nº 127, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2016 CONSIDERANDO os princípios Constitucionais que regem a
Administração Pública, especialmente, os da eficiência e
publicidade;
RESOLUÇÃO AD REFERENDUM Nº 127, DE 18 DE
CONSIDERANDO a necessidade de promover a melhoria na
NOVEMBRO DE 2016
análise dos processos, propiciando maior celeridade aos atos
administrativos e eficácia nos serviços prestados;
Estabelece os procedimentos e critérios para o
CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar o licenciamento
Licenciamento Ambiental Simplificado, denominado
ambiental simplificado de atividades/empreendimentos
SIMPLES AMBIENTAL, de empreendimentos e/ou
considerados de baixo impacto, por meio de processo
atividades de baixo potencial poluidor/degradador, no
simplificado, considerando o porte, o potencial poluidor e a
âmbito da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
natureza do empreendimento ou atividade;
Sustentabilidade do Pará - SEMAS, e dá outras
CONSIDERANDO que a política de transparência e
providências.
monitoramento ambiental, implementada pelo Governo do
Estado do Pará, possibilita a simplificação do processo de
O PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DE MEIO
licenciamento, sem prejuízo do controle social e da qualidade
AMBIENTE DO PARÁ, no uso das atribuições que lhes são
do meio ambiente;
conferidas no art. 2º-D da Lei Estadual nº 5.752, de 26 de
agosto de 1993, com suas devidas alterações, e o disposto RESOLVE:
no Decreto Estadual nº 1.859, de 16 de setembro de 1993, CAPÍTULO I
CONSIDERANDO que o art. 23 da Constituição Federal, de DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
1988, dispõe que é competência comum da União, dos
Art. 1º Estabelecer os procedimentos e critérios de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a proteção
licenciamento ambiental simplificado, denominado SIMPLES
do meio ambiente e o combate à poluição em qualquer de
AMBIENTAL, de empreendimentos e/ou atividades de baixo
suas formas;
potencial poluidor/degradador. (Alterado pela Errata da
CONSIDERANDO o Capítulo III da Lei Federal
Resolução nº 127)
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que
institui tratamento simplificado, unificado e integrado
para o registro e legalização de empresas; Art. 2º Para efeitos desta Resolução considera-se:
CONSIDERANDO a Lei Federal nº 11.598, de 3 de I - Licenciamento Ambiental Simplificado: É o procedimento
dezembro de 2007, que institui a Rede Nacional para a administrativo pelo qual a Secretaria de Estado de Meio
Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Ambiente e Sustentabilidade - SEMAS, poderá conceder a
Negócios - REDESIM em todo território nacional, visando Licença Prévia - LP, Licença Instalação - LI, Licença de Operação
a desburocratização e integração entre os órgãos - LO e a Licença de Atividade Rural - LAR, em conjunto ou
licenciadores das esferas federal, estadual e municipal; isoladamente, para empreendimentos e/ou atividades de
CONSIDERANDO da Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio baixo potencial poluidor/degradador, incluídas no Anexo
de 2012, que estabelece o procedimento para o Único desta Resolução, sendo dispensada a vistoria prévia
licenciamento ambiental simplificado para o pequeno para estes empreendimentos, mediante cumprimento das
proprietário/posse rural familiar, bem como incentiva as condições apresentadas nesta Resolução, bem como o aceite
atividades produtivas de agricultura familiar e do Termo de Ciência e Responsabilidade;
agrossilvipastoril;
II - licenciamento ambiental declaratório: procedimento
CONSIDERANDO que os §§ 1º e 2º do art. 12 da Resolução
administrativo pelo qual a SEMAS licencia empreendimentos
nº 237, de 19 de dezembro de 1997, do Conselho Nacional
e/ou atividades de baixo potencial poluidor/degradador,
do Meio Ambiente - CONAMA, estabelecem que o órgão
incluídas no Anexo único desta Resolução, mediante
ambiental definirá procedimentos simplificados para as
cumprimento de condições especificadas neste Normativo,
atividades e empreendimentos de pequeno potencial de
bem como o aceite do Termo de Ciência e Responsabilidade,
impacto ambiental;
sendo concedidas a Licença Prévia - LP, a Licença Instalação -
CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 1.628, de 18 de
LI, a Licença de Operação - LO e a Licença de Atividade Rural -
outubro de 2016, que dispõe sobre as regras de
LAR, em um único momento ou isoladamente, devendo as
simplificação do processo de abertura, alteração e baixa
mesmas ser solicitadas pelo empreendedor por meio
de empresas no Estado do Pará, instituindo o sistema
eletrônico;
integrador da Rede Nacional para a Simplificação do
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - III - Integrador Pará: programa integrador estadual que visa
REDESIM; integrar e simplificar os procedimentos dos órgãos das esferas
CONSIDERANDO a Instrução Normativa nº 02, de 25 de estaduais e municipais, responsáveis pelos atos de registro e
abril de 2012, que dispõe sobre procedimentos para legalização de empreendimentos e/ou atividades, bem como
protocolo de processos de licenciamento ambiental que os atos necessários para este fim, conforme dispõe a Rede
dependem de Outorga Preventiva ou Outorga de Direito Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de
de Uso de Recursos Hídricos; Empresas e Negócios - REDESIM, instituída pela Lei Federal nº
11.598, de 3 de dezembro de 2007. (Alterado pela Errata da
Resolução nº 127)

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 100


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

CAPÍTULO II e) estar localizado em áreas consolidadas, nos termos da Lei


DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL SIMPLIFICADO OU Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012;
DECLARATÓRIO f) estar localizado em Zona de Consolidação, conforme a Lei
Seção I Estadual nº 6.745, de 6 de maio de 2005, que dispõe sobre o
Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará -
Dos Requisitos
MZEE/PA;
Art. 3º Serão passíveis de licenciamento ambiental
g) não realizar intervenções em Área de Preservação
simplificado ou declaratório, as atividades do Anexo único
Permanente - APP, exceto quando se tratar de
que atenderem aos seguintes critérios:
ponte/pontilhão, cais/muro de arrimo, instalação portuária de
pequeno porte, instalação portuária de turismo, trapiche,
I - quanto a empreendimentos e/ou atividades ancoradouro, marina e rampa de acesso;
localizadas em área urbana: h) não necessitar de terraplanagem em volume superior a
a) não necessitar de supressão de vegetação; 6.000m3 (seis mil metros cúbicos), quando se tratar de via;
b) não realizar intervenções em Área de Preservação i) não necessitar de áreas de empréstimo de material, mesmo
Permanente - APP, exceto quando se tratar de ponte e/ou que estejam localizadas em área sob a influência da
pontilhão, cais/muro de arrimo, instalação portuária de atividade/empreendimento, exceto nos casos que estiverem
pequeno porte, instalação portuária de turismo, trapiche, dentro da faixa de domínio, quando se tratar de via; e
ancoradouro, marina e rampa de acesso; j) não estar em áreas objeto de embargos ambientais, assim
c) não estejam localizados em unidades de conservação, como em áreas de Reserva Legal.
áreas militares e terras indígenas; k) não haver necessidade de relocação de pessoas. (Alínea
d) não utilizar e/ou gerar produtos/resíduos Classe I; incluída pela Resolução COEMA nº 134, de 03/10/2017)
e) possuir a outorga preventiva ou outorga de direito de
uso dos recursos hídricos (captação e/ou lançamento) ou Seção II
dispensa de outorga, quando for o caso.
Do Pedido
f) não realizar no seu processamento operações de
Art. 4º A documentação e as informações necessárias para
tratamento térmico, tratamento superficial, fundição de
obtenção de LP, LI, LO e LAR constarão no roteiro orientativo
metais, operações de lavagem e/ou desinfecção de
(check-list) disponível no endereço eletrônico da Secretaria de
material plástico para recuperação.
Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pará - SEMAS
g) não necessitar de terraplanagem em volume superior a (www.semas.pa.gov.br) e do Integrador Pará
6.000 m3 (seis mil metros cúbicos), quando se tratar de (www.jucepa.pa.gov.br/integrador).
via; e
Parágrafo único. O Integrador Pará somente será utilizado
h) não necessitar de áreas de empréstimo de material, pelos usuários que desejam fazer a abertura de empresa, bem
mesmo que estejam localizadas em área sob a influência como alterações no contrato social e os demais casos, deverão
da atividade/empreendimento. ser solicitados no endereço eletrônico da SEMAS.
i) não haver necessidade de relocação de pessoas. Art. 5º O interessado deverá preencher todas as informações
(*Alínea incluída pela Resolução COEMA nº 134, de pertinentes e solicitadas durante o processo de cadastro, bem
03/10/2017) como apresentar a documentação exigida, por meio do envio
eletrônico (upload), para o processo de licenciamento.
II- quanto a empreendimentos e/ou atividades Parágrafo único. No momento da solicitação da licença
localizadas em Áreas Rurais: ambiental, deverá o interessado informar as coordenadas
a) não necessitar de supressão de vegetação; geográficas do empreendimento ou atividades, para fins de
monitoramento da SEMAS.
b) possuir o Cadastro Ambiental Rural - CAR, com exceção
da atividade de pesquisa mineral desde de que sem lavra Art. 6º O interessado deverá emitir, individualmente, o
experimental e quando minerador não for proprietário ou Documento de Arrecadação Estadual - DAE conforme os
possuidor da área, devendo atender aos prazos e valores das taxas das respectivas licenças, no endereço
procedimentos de regularização e/ou adequação eletrônico da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará - SEFA.
ambiental legalmente previstos, no caso de existência de
passivo ambiental; Art. 7º Para o licenciamento ambiental simplificado poderá ser
c) não estar localizado em unidades de conservação, áreas dispensada a vistoria prévia, desde que cumpridas as
militares e terras indígenas, incluindo as áreas dos condições apresentadas nesta Resolução, bem como assinado
quilombolas, dos ribeirinhos e outras comunidades Termo de Ciência e Responsabilidade pelo interessado.
tradicionais; Parágrafo único. Os estabelecimentos serão fiscalizados a
d) possuir a outorga preventiva ou outorga de direito de qualquer tempo, a fim de se verificar a manutenção das
uso dos recursos hídricos (captação e/ou lançamento) ou condições previamente estabelecidas que possibilitaram o
dispensa de outorga, quando for o caso; licenciamento.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 101


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 8º A emissão de LP, LI, LO e LAR, em processo CAPÍTULO IV


unificado, implicará na aceitação, por parte do DA RENOVAÇÃO E MANUTENÇÃO DA LICENÇA
requerente, das condições estabelecidas na legislação
Art. 14. O processo de renovação da licença ambiental
vigente mediante ciência e responsabilidade do
simplificada ou declaratória deverá obedecer ao prazo mínimo
cumprimento dos requisitos legais impostos.
de 120 (cento e vinte) dias, estabelecido no art. 9º do Decreto
Parágrafo único. O empreendedor e o responsável técnico Estadual nº 1.120, de 2008.
se responsabilizarão pela veracidade das informações
Art. 15. A manutenção da validade das licenças ambientais,
prestadas no momento da solicitação das licenças, sob
previstas nesta Resolução, obedecerá ao disposto no art. 7º do
pena da aplicação das sanções administrativa, civil e
Decreto Estadual nº 1.120, de 2008.
penal.
CAPÍTULO V
Art. 9º O licenciamento ambiental simplificado ou
declaratório, de que trata esta norma, deverá obedecer a DISPOSIÇÕES FINAIS
validade das licenças prévia, de instalação e de operação Art. 16. Os empreendimentos e/ou atividades (pessoas físicas
estabelecido no Decreto Estadual nº 1.120, de 8 de julho ou jurídicas), que estejam com processo em trâmite ou a
de 2008, considerando suas alterações; já a validade da serem solicitados na SEMAS, desde que se enquadrem no
LAR observará o disposto no art. 9º do Decreto Estadual artigo 3º e Anexo único desta Resolução, poderão passar por
nº 2.593, de 27 de novembro de 2006. processo de licenciamento simplificado ou declaratório, a ser
Art. 10. No caso de alteração e/ou ampliação de definido pelo órgão ambiental.
empreendimento ou atividade, desde que esteja Art. 17. No caso de empreendimentos que desenvolvam mais
enquadrado nos limites constantes no Anexo único desta de uma atividade, que utilizem a mesma matéria-prima e/ou
Resolução, o empreendedor deverá informar à SEMAS insumos ou que sejam atividades afins e acessórias, a
sobre a alteração para emissão de nova licença, regularização ambiental deverá ser efetuada por um único
mantendo-se o mesmo prazo de validade, sem prejuízo do órgão, podendo ser emitida uma única licença.
pagamento do DAE respectivo. Art. 18. Esta Resolução não se aplica às tipologias e portes
Parágrafo único. Caso as atividades ou empreendimentos estabelecidas nas Resoluções nº 107, de 8 de março de 2013,
ultrapassem os limites constantes no Anexo único desta e nº 120, de 28 de outubro de 2015, do Conselho Estadual de
Resolução, deverá o empreendedor passar pelo processo Meio Ambiente do Pará - COEMA.
ordinário de licenciamento. Parágrafo único. Nos casos em que os municípios se declarem
Art. 11. Após cumprir todas as formalidades estabelecidas impossibilitados de exercer a gestão ambiental local, plena ou
nesta Resolução o interessado poderá imprimir a(s) parcial, de determinados empreendimentos ou atividades
licença(s), requerida(s) no endereço eletrônico do constantes no Anexo único da Resolução nº 120, de 2015, do
Integrador Pará ou, nos casos em que não constarem COEMA, o Estado licenciará, supletivamente, tais
neste endereço, diretamente no site oficial da SEMAS. empreendimentos em rito ordinário ou simplificado, a ser
Parágrafo único. As licenças emitidas conterão o QR Code, definido pelo órgão ambiental, atendido o disposto no art. 3º
para acesso aos dados do empreendimento. e Anexo único desta Resolução.

CAPÍTULO III Art. 19. Caberá à SEMAS, por meio do setor competente,
efetivar o monitoramento das atividades e empreendimentos
DO INDEFERIMENTO DO PEDIDO E DA SUSPENSÃO DA
licenciados nos termos desta Resolução.
LICENÇA
Art. 20. A SEMAS disciplinará, em normativo específico, os
Art. 12. Em caso de indeferimento da solicitação do
procedimentos necessários para o fiel cumprimento desta
Licenciamento Ambiental Simplificado ou Declaratório,
norma, no prazo de 60 (sessenta) dias.
por não atendimento aos requisitos estabelecidos nesta
Resolução, o interessado deverá protocolar o Art. 20-A Os procedimentos e critérios para o Licenciamento
requerimento para licenciamento ambiental ordinário, Ambiental Simplificado, denominado SIMPLES AMBIENTAL, de
por processo administrativo junto à SEMAS, obedecendo que trata esta Resolução, e que estão disponíveis no site da
aos procedimentos vigentes. SEMAS, poderão ser utilizados pelos Municípios. (Artigo
incluído pela Resolução COEMA nº 134, de 03/10/2017)
Art. 21. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
Art. 13. Os empreendimentos e/ou atividades,
publicação.
contemplados com o licenciamento ambiental
simplificado ou declaratório, poderão ter a licença GABINETE DO PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DE MEIO
suspensa/cancelada quando verificada a não veracidade AMBIENTE, 18 de novembro de 2016.
das informações prestadas, bem como situação de risco LUIZ FERNANDES ROCHA
iminente à saúde humana ou significativo impacto ao Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente
meio ambiente, sem prejuízo às sanções administrativas,
civis e penais cabíveis.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 102


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

RES. COEMA Nº 162 DE 02 DE FEVEREIRO DE 2021 Art. 3º O Município deverá estruturar o Sistema Municipal de
Meio Ambiente, com órgão ambiental capacitado e Conselho
de Meio Ambiente, nos termos da Lei Complementar nº 140,
RESOLUÇÃO COEMA Nº 162 DE 02 DE FEVEREIRO DE 2021 de 8 de dezembro de 2011, para exercer as ações
administrativas decorrentes da competência comum prevista
Estabelece as atividades de impacto ambiental local, para no art. 23, incisos III, VI e VII da Constituição Federal.
fins de licenciamento ambiental, de competência dos
Municípios no âmbito do Estado do Pará, e dá outras CAPÍTULO II
providências.
DO LICENCIAMENTO DAS ATIVIDADES E
EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO LOCAL
O CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, no uso da Art. 4º Estão sujeitas ao licenciamento ambiental municipal as
atribuição que lhe confere o art. 2º - C da Lei 5.752, de 26 atividades ou empreendimentos relacionados no Anexo I, II e
de julho de 1993, e suas alterações, e tendo em vista o III, partes integrantes desta Resolução, bem como as
disposto no artigo 23, incisos VI e VII, da Constituição atividades ou empreendimentos localizados em unidades de
Federal de 1988, e nos artigos 9º, XIV, alínea “a” e 18, §2º conservação instituídas pelo Município.
da Lei Complementar nº 140, de 08 de dezembro de 2011
§1º O Anexo I apresenta as tipologias classificadas como de
;e
impacto local, passíveis de licenciamento ambiental municipal
CONSIDERANDO a 78ª Reunião Extraordinária do até os limites estabelecidos nesta Resolução.
Conselho Estadual de Meio Ambiente - COEMA/PA,
§2º O Anexo II e III apresentam as tipologias classificadas como
realizada em 02 de fevereiro de 2021,
de impacto local em que todos os portes são de competência
RESOLVE: do Município promover o licenciamento.
CAPÍTULO I §3º As atividades ou empreendimentos listados nos Anexos I e
DISPOSIÇÕES GERAIS II não serão classificadas como de impacto ambiental local,
Art. 1º Estabelecer as atividades de impacto ambiental quando:
local, para fins de licenciamento ambiental, de I - os impactos diretos ultrapassarem os limites territoriais de
competência dos Municípios no âmbito do Estado do Pará. um município; ou
Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, entende-se por: II - localizadas em unidades de conservação instituídas pela
I- atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa União ou pelo Estado, à exceção das unidades de conservação
a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das na categoria Áreas de Proteção Ambiental (APA’s).
competências comuns, quando solicitado pelo ente Art. 5º Observadas as atribuições dos demais entes
federativo originariamente detentor, das ações federativos, compete aos Municípios aprovar:
administrativas de licenciamento e autorização ambiental; I - a supressão de vegetação decorrente de licenciamento
II- atuação supletiva: ação do ente da Federação que ambiental de atividades ou de empreendimentos listados nos
substitui o ente federativo originariamente detentor das Anexos I e II; e
ações administrativas de licenciamento e autorização II - o resgate, a captura, o afugentamento, o transporte e a
ambiental; translocação de fauna silvestre decorrente do licenciamento
III- impacto ambiental local: qualquer alteração das ambiental de atividades de impacto local, em área urbana ou
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio rural, inclusive o monitoramento.
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou Parágrafo único. Nos procedimentos autorizativos de
energia resultante das atividades humanas que, direta ou supressão de vegetação, os Municípios deverão observar as
indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar normas regulamentares vigentes, referentes à caracterização
da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, como vegetação primária ou secundária em diferentes
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a estágios de regeneração, assim como a existência de espécies
qualidade dos recursos ambientais, dentro dos limites do da flora ou da fauna ameaçadas de extinção.
Município;
IV- licenciamento ambiental: procedimento
Art. 6º Será promovido pelo ente federativo que licenciar a
administrativo destinado a licenciar atividades ou
atividade principal, considerando a sinergia e cumulatividade
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,
dos impactos ambientais:
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental; e I - o licenciamento ambiental envolvendo mais de uma
tipologia, em que a concepção do projeto incluir atividades
V- órgão ambiental capacitado: aquele que possui
principal, secundária e/ou de apoio;
técnicos próprios ou em consórcio, devidamente
habilitados e em número compatível com a demanda das II - o licenciamento ambiental envolvendo empreendimentos
ações administrativas a serem executadas. e atividades secundárias e/ou de apoio instalados ou com
pretensão de instalação no interior da área patrimonial de
outra empresa, inclusive de uma outra linha de produção; e

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 103


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

III - quando duas ou mais tipologias licenciáveis utilizarem Seção I


o mesmo sistema de tratamento de água e/ou efluentes, Do licenciamento ambiental em unidades de conservação
o licenciamento ambiental deverá ser promovido por um
Art. 12. Nos processos de licenciamento ambiental com
único ente federativo, considerando a sinergia e
impactos incidentes sobre unidades de conservação,
cumulatividade dos impactos ambientais.
observada a Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, o
Art. 7º A avaliação dos impactos ambientais de um órgão ambiental municipal deverá dar ciência prévia ao órgão
empreendimento deverá corresponder à totalidade dos gestor da área especialmente protegida, quando a atividade
impactos, incluindo aqueles decorrentes da supressão de ou empreendimento:
vegetação, bem como do resgate, captura,
I - puder causar impacto direto na unidade de conservação; ou
afugentamento, transporte e translocação de fauna
silvestre. II - estiver localizado na zona de amortecimento da unidade.
Parágrafo único. O licenciamento ambiental de Parágrafo único. Nos casos de incidência sobre Reserva
empreendimento que compreender mais de uma Particular do Patrimônio Natural (RPPN), o órgão licenciador
atividade será efetuado pelo ente competente municipal deverá cientificar previamente o órgão responsável
considerando o enquadramento no potencial pela sua criação e o proprietário.
poluidor/degradador de maior porte, sendo vedado o Art. 13. As unidades de conservação criadas pelos Municípios
fracionamento do licenciamento. deverão estar registradas no Cadastro Nacional de Unidades
Art. 8º O órgão ambiental municipal ao constatar a de Conservação (CNUC).
formalização de processo de licenciamento ambiental fora Art. 14. Caberá ao órgão ambiental do ente federativo
do seu âmbito de competência, deverá encaminhar a instituidor da unidade de conservação a competência para
solicitação ao órgão ambiental competente e cientificar o emitir a licença ambiental das atividades nela desenvolvidas.
requerente. Art. 15. O licenciamento ambiental em Áreas de Proteção
Art. 9º O órgão ambiental municipal exigirá, quando Ambiental (APAs) deverá observar o porte do
couber, no processo de licenciamento, a outorga de empreendimento ou atividade objeto de licenciamento
recursos hídricos ou a declaração de dispensa de outorga ambiental, independente do ente federativo que instituiu a
emitida pelo Estado ou União, nos termos das normas unidade de conservação.
aplicáveis ao uso dos recursos hídricos. CAPÍTULO III
Parágrafo único. A solicitação de que trata o caput aplica- DA AÇÃO SUPLETIVA E SUBSIDIÁRIA
se aos casos de captação, derivação, lançamento de
Art. 16. O Município deverá comunicar ao COEMA e à SEMAS,
esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, extração
em até 30(trinta) dias, a perda de qualquer das condições para
de água de aquífero subterrâneo, entre outros usos que
o exercício da gestão ambiental municipal, sob pena de
alterem o regime, a quantidade ou a qualidade dos
responsabilidade perante os órgãos de controle
recursos hídricos.
governamental.
Art. 10. Ao licenciamento ambiental de tipologias no
Parágrafo único. No impedimento do exercício da gestão
interior de imóveis rurais, aplicam-se os dispositivos
ambiental municipal, de que trata do caput, o Município
regulamentares atinentes ao Cadastro Ambiental Rural -
deverá notificar os empreendedores licenciados desta
CAR, nos termos da Lei nº 12.651, e 25 de maio de 2012 e
condição e prever procedimentos para remessa dos processos
decretos regulamentadores, bem como os demais atos
de licenciamento ambiental municipal ao órgão estadual para
normativos vigentes sob jurisdição do território do Estado
o exercício da competência supletiva.
do Pará.
Art. 17. Inexistindo órgão ambiental municipal capacitado, o
Art. 11. Os procedimentos a serem adotados para o
Estado exercerá a competência supletiva de que trata o art. 15,
licenciamento ambiental das atividades ou
II, da Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011,
empreendimentos de impacto ambiental local,
observando as seguintes hipóteses:
obedecerão às outras normas legais e aos requisitos
técnicos estabelecidos na legislação vigente, inclusive às I - para licenciar as atividades relacionadas no Anexo I, o órgão
regulamentações impostas pelo Conselho de Meio ambiental estadual promoverá o licenciamento ambiental das
Ambiente do Estado do Pará - COEMA. tipologias de impacto local, conforme os procedimentos
normatizados na legislação vigente;
II - para licenciar as atividades relacionadas no Anexo II, o
órgão ambiental estadual realizará o licenciamento ambiental
na modalidade Declaratório, conforme estabelece o inciso II,
do Art. 2º, da Resolução COEMA nº 127, de 18 de novembro
de 2016; e
III - para licenciar as atividades relacionadas no Anexo III,
realizará o procedimento de dispensa ou inexigibilidade do
licenciamento ambiental.

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 104


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 01

Art. 18. Sem prejuízo de outras formas de cooperação e


considerando a ação subsidiária dos entes federativos, o
Município poderá solicitar à SEMAS, apoio técnico e
administrativo para o licenciamento, monitoramento ou
fiscalização de determinado empreendimento ou
atividade, nos termos do art. 16 da Lei Complementar 140,
de 2011.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 19. A solicitação de renovação da licença ambiental ou
de outras etapas do licenciamento deverá ser realizada
com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias,
observando as seguintes hipóteses:
I - no caso das atividades ou empreendimentos, que por
esta Resolução, passaram a ser classificados como
impacto local, a solicitação será feita perante o órgão
licenciador municipal competente; e
II - no caso das atividades ou empreendimentos, que por
esta Resolução, deixaram de ser classificados como
impacto local, a solicitação será feita perante o órgão
ambiental estadual.

Art. 19-A Os processos de licenciamento ambiental que


anteriormente a data da publicação desta Resolução
estavam em tramitação nos órgãos ambientais, estadual
ou municipal, prosseguirão nos respectivos órgãos até
decisão final sobre o pedido de licença. (Acrescido pela
Resolução nº 163, de 18 de Maio de 2021)
Art. 20. A SEMAS manterá atualizada e disponibilizará em
seu sítio eletrônico oficial, a relação dos municípios que
exercem a gestão ambiental das atividades ou
empreendimentos de impacto ambiental local, consoante
os princípios de transparência e acesso à informação.
Art. 21. O Município poderá obter delegação de
competência, por meio de convênio, para a execução de
ações administrativas cuja competência seja do Estado,
mediante o atendimento de requisitos definidos em
norma específica.
Art. 22. Revogam-se as Resoluções COEMA nº 107, de 08
de março de 2013 e nº 120, 28 de outubro de 2015 e suas
alterações.
Art. 23. Esta resolução entra em vigor a partir da data de
sua publicação.
PLENÁRIO DO CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
- COEMA, em 02 de fevereiro de 2021.
JOSÉ MAURO DE LIMA O’ DE ALMEIDA
Presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente do
Pará

CURSO EXEMPLO - IMBATÍVEL EM CONCURSOS - 105

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