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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL/DIREITO DA _

VARA FEDERAL/CÍVEL DA COMARCA DE ********-**

Prioridade na tramitação: LEI DO IDOSO.

Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG sob n°


******** e inscrito no CPF sob nº ***.***.***-**, com endereço eletrônico:
*******@gmail.com, residente e domiciliado na Rua *******, n° **, Bairro *********,
CEP: **.***-***, na cidade de **********************- **, por intermédio de sua
advogada e bastante procuradora, procuração anexa, com endereço eletrônico
*****@gmail.com e escritório profissional sito Rua ******, nº **, Bairro ***,
CEP:**.***-*** na cidade de **********-** vem, mui respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO ORDINÁRIA DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL


Em face de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia
Federal, que deverá ser citado por sua Procuradoria Regional, situada na
***********, n° ***, Bairro **********, na cidade de **********-**, nos termos do
artigo 7º, inciso XXIV da Constituição Federal e artigos 11, VII e 143 ambos
das Lei 8213/1991, com amparo nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

PREFERÊNCIA TRAMITAÇÃO - IDOSO


Requer a prioridade na tramitação do processo, como assegurado no artigo 71
da Lei 10.741/03, Estatuto do Idoso, por tratar-se ora o Autor de pessoa com
mais de 60 anos, conforme se comprova pelos documentos juntados aos autos.
Senão vejamos:

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos


e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou
interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em
qualquer instância.

§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo


prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente
para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas,
anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
(GRIFEI)
I- DOS FATOS
(Breve exposição dos fatos)

O autor tem 62 anos de idade e desde 1994 trabalha exclusivamente no


campo, exercendo a função de Vaqueiro e Lavrador. Ou seja, são 27 anos
contínuos de trabalho exclusivamente rural.
 
Desse modo, nos últimos 27 anos o autor tem sobrevivido e sustentando
sua família por meio do seu trabalho rural em sua propriedade e na
propriedade de terceiros.
 
Com enfeito, ao completar 60 anos, com base no que prevê a lei,
requereu sua aposentadoria perante o INSS, mas teve seu requerimento
indeferido, recorreu administrativamente e não obteve êxito. Sem alternativa,
resolveu procurar a justiça para fazer valer seu direito. 
 
O indeferimento administrativo teve como justificativa a suposta falta de
carência e de provas da atividade rural, argumentos que serão derrubados na
instrução processual.
 
Nesta esteira, o autor agora, está idoso e está idoso e não possui mais
as mesmas condições físicas para desenvolver o trabalho no campo,
precisando da retribuição da Previdência Social.
 
A aposentadoria rural por idade foi requerida ao INSS em $
[geral_data_generica], sob o nº de benefício $[geral_informacao_generica].
 
Diante de tudo, reta evidente que o requerente desenvolve atividade
rural contínua há mais de 27 anos, em sua propriedade e na propriedade de
terceiros, e hoje com mais de 60 anos e sem forças para trabalhar é que o
segurado mais precisa da Previdência Social, e esta não pode negar ao
mesmo, o aparo que a lei lhe garante.
 
Portanto, diante dos argumentos expostos e à luz da ordem jurídica
pátria, resta evidenciada que a pretensão do autor merece integral
acolhimento. 
 

II- DO DIREITO
O Autor e sua família, desde seus pais e avós, sempre fizeram parte do grupo
dos trabalhadores da zona rural, exercendo atividade de economia familiar com
o esforço em conjunto de todos os membros da família para o cultivo de
produtos necessário à própria subsistência.

Assim, a prova material inclusa demonstra a verossimilhança dos fatos


narrados, além de serem documentos revestidos de fé pública, com presunção
de veracidade intrínseca. É certo que são provas descontínuas e que não
comprovam ano a ano o trabalho rural, porém a necessidade é de se
demonstrar que o Autor tem como meio de vida o trabalho rural, o que já traz a
ideia de continuidade.

Para fazer jus à sua aposentadoria rural por idade, acerca do tempo labutado
na zona rural, através do regime de economia familiar, mister apresentar o
início de prova material para que possa ser confirmado pelas testemunhas,
caso este Nobre Julgador julgue necessário, já que a prova material é robusta.

Importante ressaltar que quando a jurisprudência se manifesta acerca da


impossibilidade de comprovação de um início de prova material, não significa
dizer que deve imprescindivelmente, como quer a Ré, existir documentação
que comprove ano após ano ininterrupto de labuto rural, visto que, quase por si
só, in casu, o tempo rural está compreendido em mais de 30 anos.

O Art. 201, §7º, inciso II, da CF orienta que é devida a aposentadoria aos
trabalhadores rurais e aos que exercem atividade rural em regime de economia
familiar e completem a idade de 60 anos se homem e de 55 anos se mulher, na
forma estabelecida em lei, que in casu é a Lei 8213/1991, que regulamentou a
Previdência Social.

Ainda, o § 9 º do mesmo artigo assim dispõe: “Para efeito de aposentadoria, é


assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração
pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos
regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo
critérios estabelecidos em lei.”.

Não obstante o art. 195, § 8º ainda da Carta Magna, assegura ao cônjuge dos
trabalhadores rurais os benefícios da seguridade social. Senão vejamos:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador


artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei.

Outrossim, a lei 8.213/91, em seu artigo 55, §§ 2º 3º, concede-lhe o direito a se


aposentar, se provada a atividade na categoria de assegurado, mesmo que
tenha perdido a qualidade deste. Senão vejamos:

Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no


Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de
qualquer das categorias de segurados de que trata o artigo 11 desta Lei,
mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado:

§ 2º. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de


início de vigência desta Lei, será computado independentemente do
recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito
de carência, conforme dispuser o Regulamento.

§ 3º. A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive


mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no artigo
108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não
sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de
motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.
(GRIFEI)

Assim, como subscrevem os artigos acima, o Autor comprovou e baseou o seu


pedido em provas materiais que serão corroboradas com depoimentos
pessoais das testemunhas em audiência a ser designada por este juízo.

Não obstante, a Lei 8213/91 dispõe sobre os segurados obrigatórios da


previdência, tendo o Autor se enquadrado perfeitamente no rol taxativo, senão
vejamos:

ART.11 – São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes


pessoas físicas: [...]

VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em


aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime
de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na
condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou
meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
(Grifei)

[...]

c) CÔNJUGE OU COMPANHEIRO, bem como filho maior de 16 (dezesseis)


anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e
b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar
respectivo.

Desse modo, devemos entender como regime de economia familiar a atividade


em que trabalha os membros da família, sendo indispensável à própria
subsistência e à mútua dependência de colaboração, sendo que o Autor,
através de provas materiais, deixou claro a sua qualidade de Segurado
Especial desde 1973.

Nesse sentido, o artigo 39, inciso I, ainda do mesmo dispositivo complementa:

Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta
Lei, fica garantida a concessão

I-de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-


reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-
acidente, conforme disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses
correspondentes à carência do benefício requerido; ou (Grifei)

Assim, tendo o Autor se enquadrado perfeitamente no rol de segurados


especiais do inciso VII do artigo 11 da Lei 8213/91, será garantido a ele o
direito de se aposentar, desde que comprove o exercício de atividade rural,
ainda que de forma descontínua.

Logo, resta claro o tempo de serviço, conforme dita o artigo 55 §§ 2° e 3º da


Lei 8213/91, trabalhado pelo Autor, o qual se baseia em provas e documentos
revestidos de fé pública.

Todavia, como o Autor é pessoa bastante simples e com pouco estudo, não se
preocupou em documentar os seus afazeres, ano após anos, porém, juntou
aos Autos documentos necessários para comprovar o seu exercício na
atividade rural.

É cediço que, no meio Rural, em especial no regime de economia familiar, é


difícil obter nota de quem apenas faz o trabalho braçal.

Assim, na avaliação da atividade rural em regime de economia familiar o


intérprete deve atentar para a importância de todos os elementos probatórios,
considerando ainda o fim social da referida legislação.
Isto porque é do senso comum que a comprovação de períodos parciais da
atividade rural leva à dedução de que nos anos não documentalmente
comprovados continuou o segurado a exercer a agricultura em regime de
economia familiar, como acontece no caso em análise.

Nesse sentido a doutrina e jurisprudência seguem o seguinte entendimento: A


qualificação de agricultor em atos de registro civil constitui início de prova
material do exercício de atividade rural. A DESCONTINUIDADE DA PROVA
DOCUMENTAL NÃO IMPEDE O RECONHECIMENTO DE TODO PERÍODO
DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL POSTULADO, UMA VEZ QUE A
DECLARAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO RURAL ENVOLVE MAIS DO QUE
O RECONHECIMENTO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE AGRÍCOLA, O
RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO DE LAVRADOR, NA QUAL ESTÁ
INTRÍNSECA A IDEIA DE CONTINUIDADE E NÃO A DE EVENTUALIDADE.

Não há necessidade de comprovação do trabalho rural mês a mês, ou ano a


ano, bastando que o conjunto probatório permita ao Julgador formar convicção
acerca da efetiva prestação laboral rurícola.

Desse modo, comprovadas as provas materiais, pelos depoimentos a serem


colhidos em juízo, não há motivo para negar o período requerido pelo
requerente em sua totalidade.

III-DO INÍCIO DE PROVA MATERIAL


Tais fatos e documentos comprovam a atividade rurícola em regime de
segurado especial. Assim, seguem em anexo os seguintes documentos:

Rol exemplificativo de documentos a juntar:

1-Documentos oficiais da terra expedida; Contrato de Arrendamento; Contrato


de Compra e venda;

2- Certidão/cartão de associação ao sindicato rural;

3-Certidão de casamento/óbito/ nascimento com qualificação rural expedida;

4-Ficha escolar/Prontuário ambulatorial com qualificação rural expedida;

5-Comprovante de endereço rural;

6- Comunicado de decisão do indeferimento da aposentadoria rural por idade


requerido perante a Autarquia Federal – INSS (Obrigatório)

Ressalta-se, mais uma vez, que o Autor é pessoa bastante simples e com
pouco estudo, não se preocupou em documentar os seus afazeres, porém,
juntou aos Autos documentos necessários para comprovar o seu exercício na
atividade rural. São provas mínimas, mas que propiciam ao Juiz uma
segurança no sentido de que o Autor, em alguma época em sua vida, já foi
campesino, a fim de dar alguma garantia material ao Magistrado.
IV– DO PEDIDO
Pelas razões de fato e de direito acima expostas, requer que:

1- Sejam julgados procedentes os pedidos entabulados na presente ação;

2- Seja a Autarquia Federal citada no endereço sito ******, nº***, Bairro *******,
CEP: **.***-***, na cidade de *********-**, na pessoa de seu representante legal,
para que, querendo, conteste a presente ação, sob pena de revelia e confissão,
bem como compareça à audiência de conciliação e de instrução e julgamento
que for designada por esse juízo;

3- Seja concedido ao Autor a benesse da Justiça Gratuita, por ser


hipossuficiente conforme declaração de pobreza anexa;

4- Seja a Ré, in fine, condenada a pagar definitivamente a aposentadoria Rural


por idade ao Autor e também as parcelas atrasadas desde a data do
indeferimento do requerimento administrativo, anexo, com base nos
fundamentos supracitados;

5- Seja a Ré condenada ao pagamento dos honorários advocatícios no


percentual de 20% sobre o valor da condenação, sem incidência sobre as
prestações vencidas após a sentença, consoante disposição da Súmula 111 do
STJ;

Protesta provar o alegado por todos os tipos de provas em direito admitidos,


tais como testemunhal, pericial, e outras mais que se fizerem necessárias, que
desde já ficam requeridas.

Por fim, requer mais uma vez a prioridade na tramitação do processo e


procedimentos na execução dos atos e diligências judiciais, como assegurado
no Estatuto do Idoso, por tratar-se a Autora de pessoa com mais de 60 anos.

Dá-se à causa o valor de R$ 954,00 (Novecentos cinquenta e quatro reais)


para efeitos fiscais.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

Local, data.

Nome do Advogado - OAB

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