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Belo Horizonte
2016
KAROLINE VIANA FERRAZ
PATRICIA LEOPOLDINO ALVES
Belo Horizonte
2016
6
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo identificar se existe relação entre mídia, tecnologia e
comportamento infantil. Com o crescimento do uso da tecnologia, as mídias, a facilidade de
acesso e a inserção das crianças a esse meio, surgiu a necessidade de investigar o que os
trabalhos já publicados trazem de informação relacionando essas tecnologias ao
comportamento infantil. Para essa atividade, utilizamos de uma revisão integrativa da
literatura de artigos científicos nas bases de dados BVS (Biblioteca Virtual da
Saúde), BVS Psi, Periódicos CAPES, SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e no
Google Acadêmico, na qual analisamos as experiências vivenciadas pelos autores citados
neste trabalho.
Os resultados obtidos com a análise do material coletado foi de que os autores desse trabalho
possuem opiniões diversas sobre a temática proposta. Desta forma, esse trabalho colaborou
para o apontamento de evidências teóricas que podem propiciar futuras pesquisas acerca da
mídia, tecnologia e sua relação com o comportamento de crianças.
1 INTRODUÇÃO
Este estudo irá abordar, através do levantamento de dados por meio de revisão integrativa, se
existe relação entre comportamento infantil, mídia e tecnologia. Para tal, inicialmente, faz-se
necessário discorrer sobre o termo mídia seu surgimento e sua implicação no comportamento
das crianças, posteriormente, o mesmo será realizado com a nomenclatura tecnologia.
Muitas são as questões que se colocam quando o assunto faz referências ao impacto de
computadores, vídeo games e demais produtos da mídia na vida das pessoas e na sua
formação. Desta forma, dentre os diferentes meios de mídia, a televisão, atualmente é o meio
de comunicação mais utilizado para o entretenimento e a educação, representando uma grande
fonte de informações sobre o mundo (MIOTTO; OLIVEIRA, 2006; MAREUSE, 2007).
Mesmo diante de tantas mídias, o que merece destaque é a TV, se colocando no centro das
preocupações sociais. Pois o tempo gasto pelas crianças assistindo à televisão é, pelo menos,
50% maior que o tempo dedicado a qualquer outra atividade do cotidiano, como fazer a lição
de casa, ajudar à família, brincar, ficar com os amigos e ler (MAREUSE, 2007).
A televisão surge no Brasil por meados da década de 50, após seu grande sucesso na Europa
(SAMPAIO, 1984). Inicialmente a TV era um equipamento de luxo podendo ser usufruída
apenas pela Elite (MIRANDA, 2007) mas, de forma progressiva, a telinha veio ganhando
espaço, tornando-se popular entre as famílias de média e baixa renda. Em 1970, 24% dos
domicílios já tinha acesso a televisão, e não parou por aí, até o ano 2000 esse número mudou
para 87%, segundo o CENSO dessa mesma época (NASCIMENTO, 2006).
Desta forma, com o passar dos anos, a programação começou a ser modificada com a chegada
de novas mídias como televisão a cabo e as fitas de vídeo. A partir disso as crianças passaram
8
a ficar muito tempo frente à TV ficando expostas a diversas cenas refletidas por
comportamentos violentos no qual aprendem não apenas o que lhes é dito que devem fazer,
mas principalmente o que veem ser feito por outras pessoas (MIRANDA,2007).
Diante dessa afirmativa, observando a programação infantil na TV, percebe-se que a maior
parte dos desenhos animados estão caracterizados por competitividade e poder, na maioria das
vezes relacionados à violência e agressividade (GLASSI; PIRES, 2004), tanto que, os filmes
com heróis, onde percebemos a violência de maneira explicita sendo vista como correta
ampliando as conquistas do protagonista atribuindo-a a sua coragem ligada à violência
cometida. Na medida em que a violência é vista como uma solução necessária e aceitável para
os problemas complexos, ela é fortemente reforçada. Desta forma, aumenta significativamente
o comportamento agressivo de crianças e adolescentes após a exposição a filmes violentos
(GOMIDE, 2002).
O tempo excessivo dedicado a assistir televisão, mostra-se como um sinal mundial para
identificação de crianças e adolescentes inseridos em estilos de vida que valorizam
inadequados hábitos alimentares e inatividade física. Pesquisas realizadas com crianças e
adolescentes revelaram associação entre baixo consumo de frutas e hortaliças com elevada
audiência de TV, e um consumo maior de lanches rápidos com alto teor de gordura vistos em
propagandas e marketings na TV (FRUTUOSO; BISMARCK-NASR; GAMBARDELLA,
2003), o que pode gerarum ganho excessivo de peso, que pode dar origem à obesidade.
Assim como a mídia televisiva, a tecnologia se tornou de uma grande influência na vida das
crianças, surgida através de uma evolução histórica, a tecnologia é uma das técnicas
9
desenvolvidas pelo homem, colocadas dentro dos contextos socioculturais de cada época, com
o passar dos tempos teve-se um desenvolvimento onde se envolveu um progresso da
sociedade, enriquecendo assim o conceito que temos a respeito do termo tecnologia
(VERASZTO et al, 2008).
Segundo Pereira e Arrais (2012), atualmente as tecnologias passaram a se tornar cada vez
mais fundamentais em nossas vidas, em casa, ou nas escolas, praças, restaurantes etc. Diante
disso, se tornou comum presenciar esses dispositivos em locais públicos, onde a princípio
seriam alternativas para sair, conversar, interagir com amigos, ao invés disso veem-se famílias
inteiras como: pais, mães, filhos e até bebes com seus objetos tecnológicos e o mínimo
possível de contato físico social.
Assim como a evolução dos brinquedos, surge o avanço tecnológico, com games,
smartphones, jogos eletrônicos e diversas variedades de modelos. As crianças são atraídas em
virtude dos “poderes” por eles apresentados. Por meio desse instrumento, elas encenam,
transformam-se nos personagens do jogo, acreditando que podem fazer o que quiserem com o
aparelho (LEVIN, 2007).
Desse modo, a tecnologia tem sido cada vez mais precocemente a principal atividade de
entretenimento e lazer das crianças. Os smartphones, tablet’s, ipad’s, notebooks,
computadores e jogos eletrônicos vêm ganhando espaço e deixando para trás as tradicionais
atividades como: pega-pega, pique esconde, rouba bandeira, amarelinha, bola, boneca,
bicicletas e carrinhos, além de muitos brinquedos que eram utilizados explorando a
imaginação para criar histórias. (PAIVA; COSTA, 2015).
Ainda assim Guerra (2014), retrata que a atual geração “Z” (que são as crianças concebidas a
partir da metade da década de 90), já nasceram com o consumismo precoce na forma de se
vestir, calçar, comer, lugares frequentados, gosto musical bem como o seu amadurecimento
antes do tempo, assumindo-se como um adulto em miniatura. Esta afirmação segundo o autor
é válida, se observarmos as crianças em nosso cotidiano tendo acesso à tecnologia, enquanto,
as pessoas da geração anterior somente passaram a ter este contato no começo da
adolescência. Como consequência, o efeito dessa inserção precoce, ocasionou numa facilidade
por partes das crianças na aprendizagem do manuseio dos dispositivos tecnológicos.
10
Diante disso, o objetivo do presente estudo é investigar por meio de uma revisão da literatura
as contribuições que a Psicologia está trazendo através de trabalhos já realizados sobre a
relação entre comportamento de crianças, mídia e tecnologia.
Identificar a relações que podem ser estabelecidas entre mídia, tecnologia e comportamento
infantil.
c. Investigar de que forma a Psicologia vem estudando a relação entre mídia, tecnologia e
comportamento infantil.
1.5. Justificativa
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Recentemente, novas questões têm sido apresentadas tanto para os pais, quanto aos
profissionais que lidam com crianças em seu cotidiano, visto que, além de precisarem estar
atentos com relação aos novos termos, gírias, conceitos de internet, ao tipo de conteúdo que
os
filhos têm acesso, ainda há uma necessidade de se preocupar com a prevenção de bullyng,
ameaças e problemas que podem afetar essa geração digital, fatores estes que devem servir de
alerta, inclusive nos consultórios de psicologia, pediatria e ambulatorial.
2 MÉTODO
2.1 Procedimentos
Além da busca na BVS Brasil e BVS Psi, recorreu-se a pesquisa direta na Periódicos
CAPES, SciELO (Scientific Electronic Library Online) e no Google Acadêmico,
nesta última ferramenta realizamos buscas com descritores e também buscas
livres para certificar-se da existência de mais artigos. Os trabalhos analisados foram
escolhidos primeiramente pelo título e posteriormente realizou-se análise dos resumos
utilizando os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecido pelas autoras.
Para a realização desse trabalho, desconsiderados as bibliografias que não foram publicados
na integra, de idiomas que não fossem da língua portuguesa, que estavam relacionados a
ideias distantes da questão norteadora como: artigos que não tratavam sobre comportamento
infantil, que faziam menção a tecnologia como ferramenta de aprendizagem, assim como
ferramenta terapêutica e daqueles estudos que relatavam a tecnologia como avanço da
medicina pediátrica.
Sobre os critérios de inclusão, consideraram-se para esse estudo, trabalhos gratuitos sendo
eles artigos, dissertações e teses, no idioma português que foram publicados na
integra. Este levantamento compreendeu o período entre os anos de 1989 a 2016.
A abrangência do tempo que girou em torno de 27 anos, se deu de forma a recuperar uma
ampla amostragem de estudos sobre o tema proposto.
3 RESULTADOS
14
Após o levantamento dos trabalhos, realizou-se a leitura dos resumos, selecionando aqueles
que apresentaram tratar do assunto dessa pesquisa, onde foram selecionados 72 artigos que
condizem com os critérios aqui estabelecidos.
As bases de dados utilizadas para pesquisar o assunto proposto foram: BVS Brasil, BVS PSI,
LILACS, Periódicos CAPES, SciElo e Google Acadêmico.
Nota-se uma predominância de achados no Google Acadêmico que foram 41 trabalhos, isso
ocorreu pelo fato das autoras terem realizado também buscas livres nessa plataforma para a
certificação da existência de mais artigos referentes ao tema proposto. No Periódicos CAPES,
foram encontrados 15 artigos, no LILACS 6, BVS Brasil 4, SciElo 5 e na base BVS PSI foi
encontrado apenas 1 artigo.
As bibliografias levantadas abordaram os produtos que são utilizados pelas crianças conforme
gráfico a seguir:
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Vários autores dos trabalhos selecionados como por exemplo: Silva e Moreira (2007); Moura
(2010); Dettenborn (2002); Bick, Piasentin e Rosa (2013); Lima (2010) entre outros, abordam
em suas bibliografias os produtos: televisão, computador, vídeo game, celular e tablet. Desse
modo, criou-se uma categoria para esse tipo de pesquisa, portanto, serão tratados aqui como
Equipamentos Digitais.
Observa-se que, grandes quantidades dos trabalhos publicados referem-se a mídia TV.
Acredita-se que a razão para isso seja a de que, a televisão de acordo com Sampaio (1984),
surgiu nos anos 50, muito antes da internet e suas evoluções tecnológicas, logo, esse fator
justifica uma maior adesão a pesquisas relacionadas a essa mídia em específico.
Através desse levantamento, foi possível perceber que o comportamento alimentar das
crianças é o tema mais estudado pelos autores, em segundo lugar o comportamento violento e
em terceiro comportamento consumidor.
Percebe-se no gráfico acima que, a Psicologia é a área mais interessada na relação entre
comportamento infantil, mídia e tecnologia, possuindo 20 trabalhos na internet. Em segundo
lugar aparece a Nutrição e Educação com 11 trabalhos publicados, seguido área da Saúde que
apresentou 9 estudos disponíveis nas bases de dados.
O primeiro gráfico nos mostra que dentre as bases utilizadas o que se ganha destaque é o
Google Acadêmico com 41 artigos publicados. Isso ocorre pelo fato das faculdades
encontrarem grande facilidade em postarem em sua própria plataforma os trabalhos
acadêmicos de seus alunos. Outro aspecto é o de que o Google Acadêmico é uma base
bastante utilizada como meio de busca livre, sendo assim mais fácil de obter mais resultados.
Com relação ao segundo gráfico apresentado que diz respeito aos produtos utilizados por
crianças, nota-se uma prevalência de estudos relacionados a televisão devido ao fato desta ser
uma das primeiras mídias, tendo o seu surgimento por volta da década de 50. Voltada para
lazer, entretenimento, ficção e realidade a televisão passou a constituir-se em importantes
instrumentos de aproximação do homem com o mundo. Desta forma, ao longo dos anos
ocorreu a popularização da TV de forma que, as classes mais baixas passaram ter acesso a
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essa mídia, aumentando cada vez mais o número de crianças entretidas com a telinha
(MIRANDA, 2007).
Com um número menor, mas não menos importante, o uso do celular aparece em 8 dos
artigos encontrados. Chegando ao Brasil por volta de 1993, o celular teve como retorno um
grande sucesso, ainda de forma assustadora como aparelhos grandes e poucos sinais de
transmissão, a utilização do mesmo não parou por aí, com o avanço da tecnologia o celular
passou a tornar-se um novo modelo chamado de smartphone, surgido em 2007. Esses
equipamentos, por sua vez, passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, inclusive das
crianças na qual o utilizam para diversos tipos de jogos e visualização de qualquer conteúdo,
podendo também gera diversos tipos de comportamentos como resultado destas brincadeiras e
visualizações (COUTO, 2007; COUTINHO, 2014).
Sendo assim, o aumento da obesidade infantil tem atraído atenção para o papel da mídia.
Estima-se que crianças e adolescentes gastam em média de 5, 6 horas por dia assistindo
televisão, e o número de comerciais veiculados aumentou de 11 para 40 por hora nas últimas
duas décadas. Com isso, no Brasil, os alimentos são os produtos mais frequentemente
anunciados, sendo que quase 60% deles pertencem ao grupo representado por gorduras, óleos,
açúcares e doces na pirâmide alimentar. O marketing de alimentos para crianças tem
evoluindo rapidamente, pois de modo geral, crianças e adolescentes não têm maturidade
suficiente para controlar suas decisões de compra (FIATES; AMBONI; TEIXEIRA, 2006).
estão entre os primeiros da lista nos pedidos dos filhos aos pais. As meninas são mais ligadas
à moda, os meninos mais direcionados a games e ambos, ao celular. Os pais, para compensar
certa ausência, deixam os filhos sugestionarem nas escolhas de compra da família, na marca
de refrigerante, até na marca do carro etc. Desta forma, os objetos de desejo das crianças não
são somente os brinquedos, mas eletrônicos, roupas e recreação (CLARO; MENCONI;
LORETO, 2013).
Este fator que é apresentado nas escolas, diz respeito da vivência das crianças em seus lares,
que por vezes são inseridas pelos pais ao vídeo games e programas televisivos como manobra
de controle para que seus filhos permaneçam em casa ao invés de estarem expostos a
violência nas ruas. Porém, alguns jogos de videogame possuem conteúdo agressivo e violento
exacerbado o que pode corroborar para uma conduta de violência, mas não se tem clareza de
quais elementos podem influenciar os pré-escolares ainda que na infância fazendo necessário
uma melhor compreensão por parte dos estudiosos acerca desse assunto. (VIVIANE;
SCHWARTZ, 2005)
Já o comportamento estresse foi encontrado em apenas 1 artigo, sendo ainda destacado pela
área de Educação, na qual observa o cotidiano das crianças diariamente. Os sintomas ou
consequências do estresse podem se desenvolver tanto em adultos quanto em crianças e
adolescentes. A criança hoje é vítima de um estresse avassalador, nascido de uma mudança
social rápida e desconcertante, em que as expectativas sobre ela aumentam cada vez mais
(MARTINS; CARVALHO,2010). Diante disso, esses mesmos autores asseveram que, os pais
ou cuidadores por vezes não tem controle sobre o que é assistido na televisão pelas crianças,
desse modo, como a programação não possui rígido controle de faixa etária, as crianças
acabam por assistirem programas destinados ao público adulto que abordam questões sobre
sexualidade, uso de entorpecentes, mortes e alterações emocionais e por não ser bem
compreendido por elas nessa fase, pode ocasiona-las ao estresse.
Assim como o estresse, o Hiperativo foi encontrado em apenas 1 artigo que por sua vez, foi
criado pela área da Educação. Dessa forma, o TDAH é conhecido como uma disfunção
cerebral nos lobos frontais, suas causas ainda são bastante discutidas. No entanto, a
comunidade médica teoriza em que alguns casos podem ser resultado de fatores genéticos.
Desta forma, o comportamento infantil atual, se dá através de relação dos estímulos oriundos
do ambiente vivencial de crianças em idade escolar com o surgimento de sintomas
comportamentais, como a hiperatividade e a desatenção. (GUSMÃO, 2009).
Gusmão (2009), ainda afirma que mais do que a solidariedade, vê-se crescer a
competitividade, e que a televisão é prejudicial ao desenvolvimento da linguagem e da escrita,
além de prejudicar a concentração e de expor as crianças à violência, veiculada pelos
programas televisivos”. Esse tipo de interatividade provoca nas crianças reações diversas e
muitas delas são consideradas indisciplinas.
Diante deste contexto, tanto a família, quanto a escola ainda não se sentem preparadas para
enfrentar e solucionar as inúmeras dificuldades que surgem. Pois a forma como os pais
educam seus filhos parece ser crucial à promoção de comportamentos socialmente adequados,
porém, com frequência, as famílias acabam estimulando comportamentos inadequados por
meio de disciplina inconsistente, pouca interação positiva, pouco monitoramento e supervisão
insuficiente das atividades da criança. Considera-se que os pais, para promoverem
comportamentos adequados em seus filhos, necessitam ter habilidades sociais educativas, tais
como expressar sentimentos e opiniões, estabelecer limites evitando coerção, entre outras.
Conclui-se que, intervenções com pais, com a finalidade de promover habilidades sociais
educativas, são importantes meios para prevenção e redução de problemas de comportamento
em crianças, de forma a evitar dificuldades escolares e de socialização na meninice e na
adolescência (GUSMÃO, 2009).
Por fim, o comportamento impulsivo, foi encontrado apenas 1 artigo, ao qual concerniu-se
pela área da medicina, de modo que objetivou seus interesses nesta temática. De acordo com
Balbani e Krawczyk (2011) nos últimos anos houve uma expansão da rede de telefonia
móvel.A praticidade desse meio de comunicação e a redução do preço dos aparelhos fizeram
do Brasil o quinto maior mercado consumidor de celulares no mundo. Com o custo elevado
da assinatura da linha residencial fixa, o celular passou, inclusive, a ser o único telefone em
muitos lares brasileiros. Sendo atraentes para crianças e adolescentes os celulares influenciam
em seu padrão de comportamento de tal maneira a impulsiva seus comportamentos de modo a
conseguir obter o mais avançado desta tecnologia.
23
Dessa maneira, nota-se por meio dos achados acadêmicos, nota-se relação entre mídia,
tecnologia e comportamentos como: alimentar, estresse, ansioso, consumidor, impulsivo,
sedentário, hiperativo, agressivo e violento. O próximo passo será descrever o que forma a
Psicologia vem estudando essas relações.
Publicações da Psicologia
Produt
Autor Artigo Comportamento
o
A televisão, por sua vez, está associada ao comportamento Agressivo/ Violento, localizado
em sete artigos, Comportamento Alimentar é o segundo mais estudado com seis trabalhos
publicados, seguido do Comportamento Consumidor com dois artigos.
Essa mídia possui participação fundante na formação do sujeito, por auxiliar na estruturação
da nossa individualidade enquanto indivíduos culturais e sociais. E, também pelo fato da TV
ser importante e estar presente no nosso dia-a-dia, fez-se um dos pontos de pesquisa da
ciência na tentativa de entender como ocorre o discurso da adoção de comportamentos
agressivos em crianças (MEDEIROS, ET, AL, 2009).
De acordo com Kasprzak (1997), muitos adultos acreditam que a agressividade dos desenhos
animados é nociva as crianças, porém é perceptível o fascínio que os pré-escolares
apresentam diante das aventuras de seus personagens violentos favoritos. Os elaboradores
dessas ferramentas de entretenimento infantil estão alerta nesse deslumbre e não medem
esforços para explorar o imaginário infanto-juvenil, transmitindo cenas de agressividade em
seus programas.
No que diz respeito aos hábitos alimentares das crianças Gallo, Gallo e Cuenca (2013)
relacionam a escolha de alimentos não saudáveis as propagandas vinculadas na televisão, pois
na primeira infância o comportamento alimentar sofre influências por meios extrínsecos ao
26
âmbito familiar. Esses autores também relatam a existência de vários estudos sobre a relação
entre mídia e consumo de alimentos açucarados de auto índice glicêmico.
Nessa mesma perspectiva, Viana, Santos e Guimarães (2008), descrevem que quando um
alimento é oferecido a criança como recompensa por ter se alimentado de determinado
alimento, este se torna desagradável como por exemplo a sopa, enquanto o doce torna-se
prazeroso, e que quando assistem propagandas contendo guloseimas, estas são mais atrativas
por conterem açúcar, ou seja, auto teor glicêmico e não nutritivos.
Fatores como este que corroboram para a obesidade infantil, com efeito de as crianças cada
vez mais, passarem tempo em frente à televisão, não realizando atividades físicas. Além de,
no momento em que estão assistindo a diversos programas, elas ingerem doces, refrigerantes,
alimentos que possuem alto teor de gorduras em sua composição (VIANA; SANTOS;
GUIMARÃES, 2008).
Os Equipamentos Digitais que são os artigos que trazem tanto a mídia televisiva quando o uso
de celular, computador, jogos eletrônicos representam três dos artigos estudados pela
Psicologia. Nestes, os comportamentos estudados são: Hiperatividade, Ansiedade e
Agressividade.
De acordo com Paiva e Costa (2015) as crianças possuem acesso aos ED’s precocemente e o
uso indiscriminado desses equipamentos pode afetar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e
social, gerando desequilíbrio emocional, comportamento anti-social e agressividade. Isso
porque as crianças passam a dar preferência pelas amizades no mundo virtual ao invés das do
mundo real, fazendo com que elas se envolvam cada vez mais ao virtual, deixando de lado as
típicas brincadeiras da infância.
No que diz respeito ao déficit de atenção e hiperatividade, Gusmão (2009) relata que muitos
são os diagnósticos desse comportamento de crianças em período escolar. Diagnóstico esse
que é dado sem muito detalhes e precisa haver da parte institucional e dos professores uma
um olhar crítico e acompanhamento para constatar a veracidade de tal “sentença”. Mas, o que
chama atenção é que as escolas com a responsabilidade de capacitar os jovens para o mercado
têm utilizado ED’s como ferramenta de ensino e esse uso passaram a ser inevitável nas
escolas. Entretanto, não se pode negar que, por exemplo, a TV expõe as crianças a diversas
27
formas de violência e dificulta a concentração. Esse tipo mídia desencadeia nas crianças
diferentes reações que podem ser vistas com indisciplina (GUSMÃO, 2009).
A indisciplina pode ser assimilada a Hiperatividade que podem ter influência de diversos
fatores como o contexto familiar, violência externa e também a influencia dos meios de
comunicação, até mesmo o mundo virtual (GUSMÃO, 2009).
Nos trabalhos publicados, a Psicologia Social mostrou maior interesse por estudar o
Comportamento Agressivo/Violento associado a Televisão contidos em cinco trabalhos
acadêmicos. A Teoria que sustentou o tema foi a da Aprendizagem Social que de acordo com
Vieira, Mendes, Guimarães (2010), que consiste na “aprendizagem de novos comportamentos
por meio da observação de modelos comportamentais”. Os autores salientam que esses
modelos comportamentais podem ser evidenciados não somente pelo comportamento de
pessoas do seu cotidiano, mas também por intermédio de mídias como videogame, televisão,
quadrinhos, entre outros (VIEIRA; MENDES; GUIMARES, 2010, PAG. 545).
Autores como Bick, et.al. (2013), afirmam que a aprendizagem social se dá através
influências que se classificam em caráter positivas com definição de valores, ou seja, de como
as pessoas devem se comportar, agir, se vestir, o que é importante na família e na sociedade,
28
Neste sentido, a criança aprende desde cedo a buscar ser aceita na sociedade através do
consumo, sendo estimulada a viverem novas sensações e novos significados.
Desta forma, a influência tanto positiva como negativa, ocorre pela aprendizagem social
definida por modelação simbólica, ou seja, o processo de aquisição de comportamentos a
partir de modelos seja este programado ou incidental. Sendo que as influências ocorrem por
instinto natural, ou seja, por identificação com o objeto da imitação. Mas, independentemente
da natureza da influência, ao sermos influenciados aprendemos novos comportamentos, novos
costumes, novas ideias e nova maneira de ser (BICK, ET. AL., 2013).
amplitude maior do que poderia pesquisar (GIL, 2008) e foi o critério metodológico utilizado
em 6 dos 20 trabalhos encontrados.
Os indivíduos devem ser expostos a algum tipo de estímulo (GIL, 2008), no caso dos dois
artigos que manusearam esse tipo de metodologia submeteram as crianças a propagandas que
apresentavam alimentos saudáveis, não saudáveis, brinquedos e estímulos neutros (MATOS
ET. AL., 2010; UEDA, 2010) conforme Quadro 3.
Publicações da Psicologia
Comportament
Autor Participantes/ Instrumentos
o
O grupo de controle possuía 30 alunos igualmente ao
experimental também com 30 de ambos os sexos com idade de 8
a 13 anos. Os participantes assistiram a um desenho animado de
21 minutos, com dois intervalos comerciais que veicularam oito
Matos
Alimentar diferentes propagandas. O grupo controle assistiu a propagandas
et. al.
de brinquedos, e o grupo experimental, de alimentos.
Imediatamente após, fotos dos alimentos anunciados foram
apresentadas com imagens de um produto: similar, mais saudável
e uma fruta.
A amostra consistiu de 28 crianças de escola pública, de 7 a 9
anos. A distribuição segundo o gênero e idade foi a seguinte:
duas meninas e cinco meninos com 7 anos; sete meninas e um
menino com 8 anos e cinco meninas e oito meninos com 9 anos.
Este estudo avaliou o efeito de vídeos de desenhos com
publicidade de alimentos saudáveis (VS), não saudáveis (VNS) e
Ueda Alimentar vídeos neutros (VN), não relacionados com a alimentação, sobre
as escolhas alimentares de crianças. Os vídeos foram
apresentados em cinco sessões, sendo o grupo experimental
exposto à sequência – VN-VS-VNS ou VN-VNS-VS – e o grupo
de referência, apenas ao VN. Após a exposição ao vídeo, a
criança escolhia figuras de alimentos para as suas refeições: café
da manhã.
Quadro 3 – Elaborado pelas autoras
33
No trabalho publicado por Matos et. Al. (2010), o grupo experimental assistiu desenhos que
possuíam intervalos de propagandas alimentes, enquanto o grupo controle assistiu a
propagandas que contiam brinquedos. Enquanto Ueda (2010) também aplicou desenhos
animados as crianças com propagandas de alimentos, porém estes eram saudáveis, não
saudáveis e estímulos neutros, o grupo experimental foi exposto a toda essa sequência,
enquanto o grupo controle assistiu desenhos com propagandas neutras, ou seja, que não
faziam menção a alimentos relacionados de escolhas alimentares com alimentos.
O único artigo que menciona o TDAH e a Hiperatividade baseou-se seu trabalho acerca de
estudo de caso e pesquisa de campo. O estudo de caso tem por característica uma análise
profunda de um ou poucos elementos, isso possibilita um arcabouço detalhado e amplo, algo
que é praticamente impossível na utilização de outro método.
A pesquisa de campo feita por Gusmão (2009) baseou-se em estudo de casos múltiplos por
conter três crianças, uma diagnosticada com TDAH, outra que possui comportamento tal qual,
mas não tenha sido diagnosticada e uma criança com comportamento adequado. O estudo de
caso visa a investigação de um fenômeno atual, dentro do contexto inserido, ou seja,
geralmente é realizada por pesquisadores sociais (GIL,2008), que é o caso do autor desse
trabalho, que realizou um acompanhamento com as crianças tanto no contexto familiar,
quanto no contexto escolar.
Vale ressaltar que todos os trabalhos do campo da Psicologia aqui mencionados são de caráter
qualitativo, isto é a pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica,
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se a hipótese que defende
um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua
peculiaridade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os pesquisadores
qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o
pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças
contaminem a pesquisa (GOLDENBERG, 1997, p. 34). Os pesquisadores que utilizam os
métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, expressando o que convém ser
feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de
34
5.3 Resultados
A partir das metodologias utilizadas pelos autores da área de Psicologia, serão relatados os
resultados encontrados pelos autores.
Diante disso, Monteiro (2009) diz que a TV é ainda hoje um meio cuja influência quotidiana
dos indivíduos, dos grupos e da sociedade é incontornável. É conhecida a importância dessa
mídia na educação infantil e reconhecida a sua implicação na modelagem dos
comportamentos das crianças e adolescentes enquanto meio de comunicação de massa
(VIANA SANTOS; GUIMARÃES, 2008), de maneira a ser considerado um fator ambiental
associado à ocorrência de sobrepeso e obesidade (NASCIMENTO, 2006).
Sendo assim, os dados obtidos por Ueda (2010) sugerem que, dentre os fatores ambientais que
podem predispor ao aumento de peso e obesidade, a propaganda de alimentos na televisão é
um que merece a atenção de pesquisadores, educadores e legisladores interessados no assunto.
Assistir a um maior número de programas violentos na TV mostrou maior tendência por parte
das crianças a agredir tanto de forma real como de faz-de-conta, apesar de uma tendência um
pouco maior para a agressão de faz-de-conta. Essas diferenças podem ocorrer devido a
diferenças culturais que devem ser levadas em consideração no estudo do comportamento
infantil (VIEIRA; SANTOS; GUIMARÃES, 2010).
criança a cenas agressivas pode torná-los menos sensíveis ao mundo real, assim como à dor e
ao sofrimento alheio (MORAIS; OLIVEIRA; MARAGONI, 2011).
Além disso, enquanto as crianças e adolescentes estão em frente à televisão ou vídeo game,
elas deixam de brincar, seja sozinha ou em grupo, atividade esta considerada fundamental
para o crescimento saudável da espécie humana, sendo então o brincar de fato a coisa mais
importante na vida da criança, especialmente em sua primeira infância. À proporção que a
criança joga, ela se situa em contato com as coisas e aprende suas qualidades e defeitos. Além
disso, o jogo passa a ser apontado como um elemento de cultura, onde a criança aprende sobre
o seu dia a dia, suas regras e papéis aos quais representados na televisão, de uma forma geral,
exagerados, distorcidos, além de se referirem a outra cultura a americana, que por muitas
razões diferem da brasileira (GOMIDE, 2002).
Entretanto Kasprzak (1997) considera que não existe uma recepção tácita dos elementos
televisionados por parte das crianças, entretanto a televisão é como um dos segmentos da
cultura que participa da socialização e da construção subjetiva de crianças e jovens. Acredita-
se que a televisão não é responsável pelos índices de violência nacional, pois a violência
contra a dignidade humana é sistemática, generalizada e múltipla em nossa sociedade
(KASPRZAK, 1997). A exposição à violência apresentada na televisão não é a única variável
associada à agressão, nem mesmo a variável que apresenta maior poder preditivo da mesma
(MATOS, 2005).
Acredita-se ainda, que os receptores destas programações, mesmo sendo crianças, possuem
condições de refletir, criticar e posicionar-se moralmente frente aos fatos e experiências
quando incentivados para tal, cabendo aos pais, aos educadores e aos segmentos culturais em
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Para aqueles que estão mais próximos de crianças na vida cotidiana pais, mães, familiares,
professores, ou outros profissionais é difícil ignorar a importância cada vez maior das mídias
eletrônicas. As crianças passam mais tempo com os meios de comunicação do que em
companhia das pessoas que estão ao seu redor (SPRICIGO, 2012).
Diante disso, não se pode criticar as crianças pelo tempo que passam diante da televisão, pois
não são elas as responsáveis pelas diversas informações que recebem por seu intermédio. Por
isso é imprescindível que as pessoas que estão à sua volta intervenham quando necessário
(EMERIQUE, 1994).
Os canais das TVS educativas veiculam, prioritariamente, programas indicados para o público
infantil, de cuja produção participam educadores e especialistas em desenvolvimento. No
entanto, há de se considerar que os maiores índices de audiências direcionam para a rede de
televisão comercial, especialmente nos horários chamados de nobres, ocasiões em que
segundo várias pesquisas muitos filhos acompanham os pais nas audiências das novelas,
noticiários, filmes e outros programas destinados aos adultos (EMERIQUE, 1994). É preciso,
então, ter conhecimento e coragem para debater os meios de comunicação social. É uma
tarefa que envolve a todos os cidadãos, para que se perguntem, diariamente, sobre as
premissas apresentadas pela mídia como inquestionáveis (BICK, ET.AL, 2013).
No que diz respeito ao comportamento consumidor, por meio das propagandas televisivas, as
crianças ficam ansiosas, reduzindo a capacidade de reflexão e força à procura de alguma coisa
para satisfazer e acalmar esses aspectos, um desejo quase insaciável. É nesse processo então,
que a mídia através de comerciais de peso, está presente buscando e apresentando coisas
novas e imediatas para que jovens e adultos consumam cada vez mais e se tornem
dependentes desse sistema capitalista. As próprias ações dos adultos, reguladas por pautas
sociais, foram adquirindo ao longo dos anos, um peso determinante, crescente sobre
consequências e eventos que agora o afetam como a agressividade explícita e invisível, bem
como a alienação e dependência. O sujeito precisa ter acesso aos objetos da mídia,
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Por fim, para os autores Paiva e Costa (2015), Rodrigues (2009) e Gusmão (2009), e possível
identificar de uma forma geral o impacto da tecnologia na infância de forma a influenciar no
desenvolvimento cognitivo e no aprendizado da criança.
Desse modo, estamos caminhando a cada dia para um progresso que se faz necessário ter a
tecnologia em sala de aula. Porém questiona-se o que realmente é ensinado e como a criança
vai aprender utilizando desses meios na escola, uma vez que ela está inserida em seu dia a dia
desde os primeiros momentos de sua infância e nos lares a tecnologia é apresentada como
entretenimento ou ocupação para as horas vagas (RODRIGUES, 2009).
Porém os dispositivos eletrônicos precisam ser utilizados de acordo com regras e os horários
estabelecidos pelo acordo consensual entre as crianças e os pais, pois, a ansiedade e
agressividade são geradas pela falta de limites na utilização dos aparelhos eletrônicos que
utilizados de maneira incorreta, comprometem o desempenho escolar, desestrutura os
relacionamentos interpessoais e debilita principalmente a saúde física e psicológica da criança
ao longo do seu desenvolvimento além de influenciar na sua vida pessoal, social e
futuramente profissional (PAIVA; COSTA, 2015).
Os aspectos aqui abordados por meio das conclusões desses autores serão discutidos a seguir.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve por objetivo, verificar se existe relação entre Mídia, Tecnologia e o
comportamento infantil. Para a realização deste estudo, optou-se pela metodologia de revisão
integrativa da literatura. Dessa maneira, houve a necessidade de fazer um levantamento de
bibliografias já publicadas, utilizando como busca de dados o BVS (Biblioteca Virtual da
Saúde), BVS Brasil, BVS Psi, Periódicos Capes, Scielo (Scientific Electronic Library Online)
e Google Acadêmico.
Com os avanços da tecnologia e o acesso facilitado aos dispositivos digitais, percebe-se que
desde pequenas as crianças possuem facilidade no manuseio desses equipamentos. Este
assunto tem se tornado recorrente e ganhado espaço na mídia, assim como preocupação dos
pais, das escolas e viu-se a necessidade localizar achados científicos sobre a temático.
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Diante disso, podemos identificar de maneira clara questões tem sido apresentada aos pais e
professores em relação aos comportamentos apresentados pelas crianças, tal qual que tanto no
âmbito familiar, quando no espaço escolar podem ser visto como indisciplina. No entanto, o
fator que não pode ser ignorado é o descontrole do tempo de exposição da criança a mídia e a
tecnologia. Isso em muitos casos ocorre pelo fato dos pais terem que trabalhar e assim não
conseguirem ficar atentos aos conteúdos vistos e apresentados pelos seus filhos (PAIVA;
COSTA, 2015).
Dessa forma, através do material coletado e analisado a maioria dos autores através de seus
estudos afirmam que quando a criança é exposta a mídia televisiva deliberadamente, sem
acompanhamento do que é assistido ou jogado, isso pode resultar na modificação do
comportamento infantil. Entretanto, os autores Kasprzak (1997), Mattos (2005), afirmam que
esse acesso não altera o comportamento infantil, mas sim auxiliam na participação da
socialização e da construção subjetiva das crianças.
Referências Bibliográficas
GUERRA, Raissa. Até que ponto a tecnologia faz mal a infância? Tecmundo.
LEVIN, Esteban. Rumo a uma infância virtual? A imagem corporal sem corpo.
Trad. Ricardo Rosenbush. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
Silva, Gustavo Anderson, and L. S. Moreira. "A influência da tecnologia na vida de crianças e
adolescentes dos pequenos centros urbanos." (2007).
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MIGUEL¹, Thais Pires, andAna Lúcia Barros CONTINO. "A influência da televisão sobre o
comportamento psicossocial de crianças."