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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

KAROLINE VIANA FERRAZ


PATRICIA LEOPOLDINO ALVES

A RELAÇÃO ENTRE MIDIA E TECNOLOGIA E O COMPORTAMENTO DAS


CRIANÇAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Belo Horizonte
2016
KAROLINE VIANA FERRAZ
PATRICIA LEOPOLDINO ALVES

A RELAÇÃO ENTRE MIDIA E TECNOLOGIA E O COMPORTAMENTO DAS


CRIANÇAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


Psicologia do Instituto de Ciências Humanas, do
Centro Universitário UNA, como requisito
parcial para a obtenção de créditos na disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso I.

Prof. Caroline Alencar, Ph.D.


Orientador: Adriana Cunha Cruvinel, Ph.D.

Belo Horizonte
2016
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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo identificar se existe relação entre mídia, tecnologia e
comportamento infantil. Com o crescimento do uso da tecnologia, as mídias, a facilidade de
acesso e a inserção das crianças a esse meio, surgiu a necessidade de investigar o que os
trabalhos já publicados trazem de informação relacionando essas tecnologias ao
comportamento infantil. Para essa atividade, utilizamos de uma revisão integrativa da
literatura de artigos científicos nas bases de dados BVS (Biblioteca Virtual da
Saúde), BVS Psi, Periódicos CAPES, SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e no
Google Acadêmico, na qual analisamos as experiências vivenciadas pelos autores citados
neste trabalho. 
Os resultados obtidos com a análise do material coletado foi de que os autores desse trabalho
possuem opiniões diversas sobre a temática proposta. Desta forma, esse trabalho colaborou
para o apontamento de evidências teóricas que podem propiciar futuras pesquisas acerca da
mídia, tecnologia e sua relação com o comportamento de crianças.

Palavras Chaves: Psicologia. Comportamento Infantil. Mídia. Tecnologia.


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1 INTRODUÇÃO

Este estudo irá abordar, através do levantamento de dados por meio de revisão integrativa, se
existe relação entre comportamento infantil, mídia e tecnologia. Para tal, inicialmente, faz-se
necessário discorrer sobre o termo mídia seu surgimento e sua implicação no comportamento
das crianças, posteriormente, o mesmo será realizado com a nomenclatura tecnologia.

De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra mídia é um conjunto de meios de comunicação


social como: televisão, rádio, jornal impresso, publicação na internet, satélite de comunicação
e etc. Diante do exposto, para esse trabalho, o termo mídia será associado exclusivamente ao
meio de comunicação TV, conforme nomeado pelos autores (SAMPAIO, 1984; MIRANDA,
2007; NASCIMENTO, 2006; OLIVEIRA, 2012; PAIVA; COSTA, 2015) das bibliografias
levantadas para a elaboração deste presente estudo.

Muitas são as questões que se colocam quando o assunto faz referências ao impacto de
computadores, vídeo games e demais produtos da mídia na vida das pessoas e na sua
formação. Desta forma, dentre os diferentes meios de mídia, a televisão, atualmente é o meio
de comunicação mais utilizado para o entretenimento e a educação, representando uma grande
fonte de informações sobre o mundo (MIOTTO; OLIVEIRA, 2006; MAREUSE, 2007).

Mesmo diante de tantas mídias, o que merece destaque é a TV, se colocando no centro das
preocupações sociais. Pois o tempo gasto pelas crianças assistindo à televisão é, pelo menos,
50% maior que o tempo dedicado a qualquer outra atividade do cotidiano, como fazer a lição
de casa, ajudar à família, brincar, ficar com os amigos e ler (MAREUSE, 2007).

A televisão surge no Brasil por meados da década de 50, após seu grande sucesso na Europa
(SAMPAIO, 1984). Inicialmente a TV era um equipamento de luxo podendo ser usufruída
apenas pela Elite (MIRANDA, 2007) mas, de forma progressiva, a telinha veio ganhando
espaço, tornando-se popular entre as famílias de média e baixa renda. Em 1970, 24% dos
domicílios já tinha acesso a televisão, e não parou por aí, até o ano 2000 esse número mudou
para 87%, segundo o CENSO dessa mesma época (NASCIMENTO, 2006).

Desta forma, com o passar dos anos, a programação começou a ser modificada com a chegada
de novas mídias como televisão a cabo e as fitas de vídeo. A partir disso as crianças passaram
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a ficar muito tempo frente à TV ficando expostas a diversas cenas refletidas por
comportamentos violentos no qual aprendem não apenas o que lhes é dito que devem fazer,
mas principalmente o que veem ser feito por outras pessoas (MIRANDA,2007).

Segundo Oliveira (2012), Vladimir KosmaZworrynkin, inventor da televisão, afirmou em


uma de suas entrevistas, que sua intenção ao inventar a televisão “era empregá-la para educar
e transmitir cultura ao povo, mas que, quando liga a TV, hoje, só escuta “bangue-bangue”.

Diante dessa afirmativa, observando a programação infantil na TV, percebe-se que a maior
parte dos desenhos animados estão caracterizados por competitividade e poder, na maioria das
vezes relacionados à violência e agressividade (GLASSI; PIRES, 2004), tanto que, os filmes
com heróis, onde percebemos a violência de maneira explicita sendo vista como correta
ampliando as conquistas do protagonista atribuindo-a a sua coragem ligada à violência
cometida. Na medida em que a violência é vista como uma solução necessária e aceitável para
os problemas complexos, ela é fortemente reforçada. Desta forma, aumenta significativamente
o comportamento agressivo de crianças e adolescentes após a exposição a filmes violentos
(GOMIDE, 2002).

Outros comportamentos são apresentados na literatura relacionados ao habito de assistir TV.


Segundo Frutuoso, Bismarck-Nasr e Gambardella (2003), diante de vídeos e programações
infantis, progressivamente, as crianças passaram cada vez mais a deixar de lado as atividades
físicas ou brincadeiras saudáveis como bonecas, carrinhos ou mesmo pique esconde, para
ficarem mais tempo diante das telas de televisão.

O tempo excessivo dedicado a assistir televisão, mostra-se como um sinal mundial para
identificação de crianças e adolescentes inseridos em estilos de vida que valorizam
inadequados hábitos alimentares e inatividade física. Pesquisas realizadas com crianças e
adolescentes revelaram associação entre baixo consumo de frutas e hortaliças com elevada
audiência de TV, e um consumo maior de lanches rápidos com alto teor de gordura vistos em
propagandas e marketings na TV (FRUTUOSO; BISMARCK-NASR; GAMBARDELLA,
2003), o que pode gerarum ganho excessivo de peso, que pode dar origem à obesidade.

Assim como a mídia televisiva, a tecnologia se tornou de uma grande influência na vida das
crianças, surgida através de uma evolução histórica, a tecnologia é uma das técnicas
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desenvolvidas pelo homem, colocadas dentro dos contextos socioculturais de cada época, com
o passar dos tempos teve-se um desenvolvimento onde se envolveu um progresso da
sociedade, enriquecendo assim o conceito que temos a respeito do termo tecnologia
(VERASZTO et al, 2008).

Segundo Pereira e Arrais (2012), atualmente as tecnologias passaram a se tornar cada vez
mais fundamentais em nossas vidas, em casa, ou nas escolas, praças, restaurantes etc. Diante
disso, se tornou comum presenciar esses dispositivos em locais públicos, onde a princípio
seriam alternativas para sair, conversar, interagir com amigos, ao invés disso veem-se famílias
inteiras como: pais, mães, filhos e até bebes com seus objetos tecnológicos e o mínimo
possível de contato físico social.

Assim como a evolução dos brinquedos, surge o avanço tecnológico, com games,
smartphones, jogos eletrônicos e diversas variedades de modelos. As crianças são atraídas em
virtude dos “poderes” por eles apresentados. Por meio desse instrumento, elas encenam,
transformam-se nos personagens do jogo, acreditando que podem fazer o que quiserem com o
aparelho (LEVIN, 2007).

Desse modo, a tecnologia tem sido cada vez mais precocemente a principal atividade de
entretenimento e lazer das crianças. Os smartphones, tablet’s, ipad’s, notebooks,
computadores e jogos eletrônicos vêm ganhando espaço e deixando para trás as tradicionais
atividades como: pega-pega, pique esconde, rouba bandeira, amarelinha, bola, boneca,
bicicletas e carrinhos, além de muitos brinquedos que eram utilizados explorando a
imaginação para criar histórias. (PAIVA; COSTA, 2015).

Ainda assim Guerra (2014), retrata que a atual geração “Z” (que são as crianças concebidas a
partir da metade da década de 90), já nasceram com o consumismo precoce na forma de se
vestir, calçar, comer, lugares frequentados, gosto musical bem como o seu amadurecimento
antes do tempo, assumindo-se como um adulto em miniatura. Esta afirmação segundo o autor
é válida, se observarmos as crianças em nosso cotidiano tendo acesso à tecnologia, enquanto,
as pessoas da geração anterior somente passaram a ter este contato no começo da
adolescência. Como consequência, o efeito dessa inserção precoce, ocasionou numa facilidade
por partes das crianças na aprendizagem do manuseio dos dispositivos tecnológicos.
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Essa mudança de hábitos provoca questionamentos com relação ao desenvolvimento


cognitivo, emocional e social na infância, pois o acesso à tecnologia, faz com que, de maneira
silenciosa, ocorra uma substituição das tradicionais atividades que inclui uma relação física
com demais pessoas e ambiental. Dessa forma, o uso indiscriminado da internet pode
ocasionar:

Desiquilibro físico e psicológico, com isso, potencializa o isolamento social através


do sedentarismo, caraterística essa que é predominante na adesão a plataforma
virtual, nesse sentido, esse fenômeno causa o embotamento afetivo,
despersonalização, ansiedade e depressão, impedindo o pleno desenvolvimento e
amadurecimento afetivo, físico, cognitivo e social das crianças. (PAIVA; COSTA,
2015, p. 5).

Diante disso, o objetivo do presente estudo é investigar por meio de uma revisão da literatura
as contribuições que a Psicologia está trazendo através de trabalhos já realizados sobre a
relação entre comportamento de crianças, mídia e tecnologia.

1.3 Objetivo geral

Identificar a relações que podem ser estabelecidas entre mídia, tecnologia e comportamento
infantil.

1.4 Objetivos específicos

a.Coletar informações sobre o tema proposto através de levantamento de bibliografias nas


bases de dados gratuitas.
b. Analisar os resultados obtidos e verificar se existe relação entre o comportamento infantil
com as mídias e tecnologias.

c. Investigar de que forma a Psicologia vem estudando a relação entre mídia, tecnologia e
comportamento infantil.

1.5. Justificativa
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Com o crescimento do uso da tecnologia, as mídias, a facilidade de acesso e a inserção das


crianças a esse meio, surgiu a necessidade de investigar o que os trabalhos já publicados
trazem de informação relacionando essas tecnologias ao comportamento infantil. Muito tem
se falado acerca desta temática, então é pretendido apurar se esta relação de fato existe.

Recentemente, novas questões têm sido apresentadas tanto para os pais, quanto aos
profissionais que lidam com crianças em seu cotidiano, visto que, além de precisarem estar
atentos com relação aos novos termos, gírias, conceitos de internet, ao tipo de conteúdo que
os
filhos têm acesso, ainda há uma necessidade de se preocupar com a prevenção de bullyng,
ameaças e problemas que podem afetar essa geração digital, fatores estes que devem servir de
alerta, inclusive nos consultórios de psicologia, pediatria e ambulatorial.

No âmbito escolar, podem-se notar queixas escolares, disciplinares e baixo rendimento


escolar, decorrentes da utilização dos dispositivos de tecnologias cada vez mais frequentes em
crianças em fase de alfabetização, dentro e fora da sala de aula. Nota-se a importância de
estudar se a utilização dos meios digitais pode influenciar no comportamento das crianças.

Assim, esse trabalho pode servir de referencial para os fundamentos de ajuda ou


conhecimento para pais, professores, profissionais de educação e saúde, por exemplo, para
que estes possam ter uma melhor compreensão da problemática proposta. Pretende-se também
através desse estudo, construir evidências e reflexões críticas com o intuito de viabilizar
futuras pesquisas, artigos, dissertações e teses sobre o assunto aqui abordado.
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2 MÉTODO

Para elaboração deste trabalho, será adotado como estratégia metodológica a


revisão integrativa da literatura que, de acordo com Souza, Silva & Carvalho (2010), refere-se
a um estudo por meio de levantamento de dados decorrentes de pesquisa bibliográfica
fundamentando-se nas experiências vivenciadas pelos autores elaboradores desses trabalhos. 
 
Sendo assim, a revisão integrativa propicia a elaboração de uma ampla análise da bibliografia,
corroborando para discutir-se acerca de técnicas e resultados de estudos, tal como
considerações acerca de execução de futuras pesquisas. Por isso, é extremamente importante
que as informações levantas sejam claras e assertivas tanto na revisão, quanto na crítica para
que o leitor consiga detectar os atributos efetivos dos conteúdos revisados (COMIN E
SANTOS, 2010). 

2.1 Procedimentos

Realizou-se busca na base da BVS (Biblioteca Virtual da Saúde) (www.bireme.br), levantado


os DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), relacionados ao tema: "
influência" “ comportamento”, “criança”, “mídia” e “tecnologia”.  
Os descritores foram mesclados nas bases de dados supracitadas em decorrência da
abrangência do termo e da especificidade do trabalho, sendo combinados conforme tabela
abaixo: 
 
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Tabela 1: descritores utilizados

 
Além da busca na BVS Brasil e BVS Psi, recorreu-se a pesquisa direta na Periódicos
CAPES, SciELO (Scientific Electronic Library Online) e no Google Acadêmico,
nesta última ferramenta realizamos buscas com descritores e também buscas
livres para certificar-se da existência de mais artigos. Os trabalhos analisados foram
escolhidos primeiramente pelo título e posteriormente realizou-se análise dos resumos
utilizando os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecido pelas autoras.  

Para a realização desse trabalho, desconsiderados as bibliografias que não foram publicados
na integra, de idiomas que não fossem da língua portuguesa, que estavam relacionados a
ideias distantes da questão norteadora como: artigos que não tratavam sobre comportamento
infantil, que faziam menção a tecnologia como ferramenta de aprendizagem, assim como
ferramenta terapêutica e daqueles estudos que relatavam a tecnologia como avanço da
medicina pediátrica.

Sobre os critérios de inclusão, consideraram-se para esse estudo, trabalhos gratuitos sendo
eles artigos, dissertações e teses, no idioma português que foram publicados na
integra. Este levantamento compreendeu o período entre os anos de 1989 a 2016.
A abrangência do tempo que girou em torno de 27 anos, se deu de forma a recuperar uma
ampla amostragem de estudos sobre o tema proposto.

3 RESULTADOS 
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Após o levantamento dos trabalhos, realizou-se a leitura dos resumos, selecionando aqueles
que apresentaram tratar do assunto dessa pesquisa, onde foram selecionados 72 artigos que
condizem com os critérios aqui estabelecidos.

As bases de dados utilizadas para pesquisar o assunto proposto foram: BVS Brasil, BVS PSI,
LILACS, Periódicos CAPES, SciElo e Google Acadêmico.

Gráfico 1: Base de dados utilizadas

Nota-se uma predominância de achados no Google Acadêmico que foram 41 trabalhos, isso
ocorreu pelo fato das autoras terem realizado também buscas livres nessa plataforma para a
certificação da existência de mais artigos referentes ao tema proposto. No Periódicos CAPES,
foram encontrados 15 artigos, no LILACS 6, BVS Brasil 4, SciElo 5 e na base BVS PSI foi
encontrado apenas 1 artigo.

As bibliografias levantadas abordaram os produtos que são utilizados pelas crianças conforme
gráfico a seguir:
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Gráfico 2: Número de artigos que discutem o uso de cada equipamento

Vários autores dos trabalhos selecionados como por exemplo: Silva e Moreira (2007); Moura
(2010); Dettenborn (2002); Bick, Piasentin e Rosa (2013); Lima (2010) entre outros, abordam
em suas bibliografias os produtos: televisão, computador, vídeo game, celular e tablet. Desse
modo, criou-se uma categoria para esse tipo de pesquisa, portanto, serão tratados aqui como
Equipamentos Digitais.

Observa-se que, grandes quantidades dos trabalhos publicados referem-se a mídia TV.
Acredita-se que a razão para isso seja a de que, a televisão de acordo com Sampaio (1984),
surgiu nos anos 50, muito antes da internet e suas evoluções tecnológicas, logo, esse fator
justifica uma maior adesão a pesquisas relacionadas a essa mídia em específico.

O próximo gráfico a ser apresentado relaciona-se aos comportamentos infantis apontados


pelos autores dos estudos selecionados para esta revisão integrativa conforme apresentado a
seguir:
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Gráfico 3: Número de artigos que discutem cada categoria comportamental

Através desse levantamento, foi possível perceber que o comportamento alimentar das
crianças é o tema mais estudado pelos autores, em segundo lugar o comportamento violento e
em terceiro comportamento consumidor.

A próxima análise realizada, refere-se a área de conhecimento. Os critérios utilizados para


mensuração foram definidos pelas próprias autoras, uma vez que, somente a base de dados
Periódicos CAPES trazia essa informação, então, neste caso em específico utilizou-se a
classificação disponível nessa plataforma, aos demais artigos, atribuiu-se a área de
conhecimento de acordo com a Revista em que as bibliografias foram publicadas, baseando-se
na tabela CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, órgão
esse regulamentado pelo MEC - Ministério da Educação.

Gráfico 4: Número de artigos categorizados por Área de Conhecimento das bibliografias


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Percebe-se no gráfico acima que, a Psicologia é a área mais interessada na relação entre
comportamento infantil, mídia e tecnologia, possuindo 20 trabalhos na internet. Em segundo
lugar aparece a Nutrição e Educação com 11 trabalhos publicados, seguido área da Saúde que
apresentou 9 estudos disponíveis nas bases de dados.

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O primeiro gráfico nos mostra que dentre as bases utilizadas o que se ganha destaque é o
Google Acadêmico com 41 artigos publicados. Isso ocorre pelo fato das faculdades
encontrarem grande facilidade em postarem em sua própria plataforma os trabalhos
acadêmicos de seus alunos. Outro aspecto é o de que o Google Acadêmico é uma base
bastante utilizada como meio de busca livre, sendo assim mais fácil de obter mais resultados.

Contudo, já na base Periódico CAPES foram localizados 15 artigos e na SciELO foram


encontrados apenas 5. As duas plataformas possuem opção de busca por assunto, porém, para
se obter um melhor resultado nas buscas, faz-se necessário levantar descritores no qual
auxiliam em encontrar uma gama maior de artigos. Isso ocorreu, utilizou-se o Decs para
definir os descritores, no entanto, a maioria dos artigos encontrados não faz menção à relação
entre comportamento infantil, mídia e tecnologia e sim outros aspectos como os já
mencionados nos critérios de exclusão.

Na plataforma LILACS foram localizados 6 estudos, na BVS Brasil encontrou-se 4 artigos, na


BVSPSI apenas 1 trabalho publicado.São plataformas voltadas para pesquisas relacionadas a
saúde, desta forma sua utilização se torna de maneira reservada para aqueles que procuram
por temas específicos da saúde.

Com relação ao segundo gráfico apresentado que diz respeito aos produtos utilizados por
crianças, nota-se uma prevalência de estudos relacionados a televisão devido ao fato desta ser
uma das primeiras mídias, tendo o seu surgimento por volta da década de 50. Voltada para
lazer, entretenimento, ficção e realidade a televisão passou a constituir-se em importantes
instrumentos de aproximação do homem com o mundo. Desta forma, ao longo dos anos
ocorreu a popularização da TV de forma que, as classes mais baixas passaram ter acesso a
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essa mídia, aumentando cada vez mais o número de crianças entretidas com a telinha
(MIRANDA, 2007).

Em seguida, os Equipamentos Digitais (televisão, computador, vídeo game, celular e tablet)


são mencionados em 18 trabalhos.Sendo também conhecidos como novas mídias, os
Equipamentos digitais como vídeo game e computador tiveram seu grande marco histórico a
partir da década de 90, desta forma se justifica tal diferença entre a quantidade de estudos
realizados entre a mídia televisão e estes equipamentos (MAREUSE, 2007).

Entretanto, diferentes Equipamentos Digitais passaram a compor o espaço público na


sociedade atual, transformando-se em importantes instrumentos de socialização e de
construção da subjetividade humana. E por sua vez, passaram a compor o dia a dia das
crianças de maneira a serem utilizados como meio de distração e ocupação de tempo livre,
muitas vezes gerando impactos em seus comportamentos (MAREUSE, 2007).

Com um número menor, mas não menos importante, o uso do celular aparece em 8 dos
artigos encontrados. Chegando ao Brasil por volta de 1993, o celular teve como retorno um
grande sucesso, ainda de forma assustadora como aparelhos grandes e poucos sinais de
transmissão, a utilização do mesmo não parou por aí, com o avanço da tecnologia o celular
passou a tornar-se um novo modelo chamado de smartphone, surgido em 2007. Esses
equipamentos, por sua vez, passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, inclusive das
crianças na qual o utilizam para diversos tipos de jogos e visualização de qualquer conteúdo,
podendo também gera diversos tipos de comportamentos como resultado destas brincadeiras e
visualizações (COUTO, 2007; COUTINHO, 2014).

Com o surgimento do Smartphone, os computadores e os vídeos games, passaram a ficar


abandonados pelas crianças. O uso reduzido destas mídias se deu, na forma em que os
smartphones passaram a conter as funções destes aparelhos tanto como objetos de pequenas
pesquisas pela internet e tanto pela praticidade de jogos em muitas vezes sem custo e a fácil
maneira de se portar com facilidade para qualquer local (COUTO, 2007; COUTINHO, 2014).

O terceiro gráfico apresenta os comportamentos das crianças relacionados a mídia e


tecnologia. Dentre os diversos comportamentos apontados pelos autores dos artigos
levantados, é possível destacar o comportamento alimentar com 22 artigos publicados, em sua
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maioria pela área da Nutriçãocom o intuito de se investigar e identificar melhor as causas


destes comportamentos. Pois os anúncios apresentados nos meios midiáticos se moldam de
acordo com o público alvo, no caso um mesmo anunciante pode exibir diversos comerciais,
mas em formatos diferentes para abranger um maior número de pessoas, principalmente os
restaurantes de fastfood, influenciando de forma direta e indiretamente os indivíduos em
especial as crianças (MILANI; ET. AL, 2015).

Por conseguinte, podemos destacar o comportamento Agressivo, foram 17 artigos


encontrados sendo que, a maioria destas pesquisas foram realizadas pela Psicologia, área a
qual busca compreender melhor sobre esse comportamento e como ele ocorre na infância.
Diante disso, comportamento violento se encontra associado a mídia de maneira com que a
transmissão de imagens e desenhos, ocasionam atitudes agressivas pelas crianças, pois eles
passam a reproduzir o conteúdo visto e aprendido através da TV (MAREUSE, 2007).

De acordo com o gráfico apresentado nessa categoria, o próximo comportamento é o


Consumo e os Hábitos Alimentares com 16 artigos encontrados, no qual novamente a
Nutrição é a área que mais se destaca, buscando compreender melhor o poder do marketing,
das propagandas e suas influências sobre o consumo alimentar infantil (FIATES; AMBONI;
TEIXEIRA, 2006).

Sendo assim, o aumento da obesidade infantil tem atraído atenção para o papel da mídia.
Estima-se que crianças e adolescentes gastam em média de 5, 6 horas por dia assistindo
televisão, e o número de comerciais veiculados aumentou de 11 para 40 por hora nas últimas
duas décadas. Com isso, no Brasil, os alimentos são os produtos mais frequentemente
anunciados, sendo que quase 60% deles pertencem ao grupo representado por gorduras, óleos,
açúcares e doces na pirâmide alimentar. O marketing de alimentos para crianças tem
evoluindo rapidamente, pois de modo geral, crianças e adolescentes não têm maturidade
suficiente para controlar suas decisões de compra (FIATES; AMBONI; TEIXEIRA, 2006).

O próximo destaque da tabela, se encontra o Consumidor na qual foram encontrados 8 artigos


em sua totalidade, dando-se destaque ao consumo de aparelhos eletrônicos no qual a área da
Administração mostra seu interesse em identificar o que se destaca diante desta temática.Pelo
fato das crianças serem facilmente influenciadas o consumidor infantil tem grande
importância para o mercado eletrônico. Telefones celulares, Laptops, IPads e Videogames
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estão entre os primeiros da lista nos pedidos dos filhos aos pais. As meninas são mais ligadas
à moda, os meninos mais direcionados a games e ambos, ao celular. Os pais, para compensar
certa ausência, deixam os filhos sugestionarem nas escolhas de compra da família, na marca
de refrigerante, até na marca do carro etc. Desta forma, os objetos de desejo das crianças não
são somente os brinquedos, mas eletrônicos, roupas e recreação (CLARO; MENCONI;
LORETO, 2013).

O próximo da tabela, é a ansiedade e a agressividade na qual foram encontrados 4 artigos,


sendo destacados pela área da Educação, pelo fato de que a agressividade pode apresentar-se
nesse contexto, por meio das brincadeiras e atividades em grupo provenientes do contexto
escolar.

Este fator que é apresentado nas escolas, diz respeito da vivência das crianças em seus lares,
que por vezes são inseridas pelos pais ao vídeo games e programas televisivos como manobra
de controle para que seus filhos permaneçam em casa ao invés de estarem expostos a
violência nas ruas. Porém, alguns jogos de videogame possuem conteúdo agressivo e violento
exacerbado o que pode corroborar para uma conduta de violência, mas não se tem clareza de
quais elementos podem influenciar os pré-escolares ainda que na infância fazendo necessário
uma melhor compreensão por parte dos estudiosos acerca desse assunto. (VIVIANE;
SCHWARTZ, 2005)

Em seguida o temos o comportamento Sedentário, no qual é um comportamento vivido por


muitas crianças, e para compreender melhor esse comportamento a área da saúde se destacou
dentre os quatro artigos encontrados. A prevalência de excesso de peso na infância e
adolescência tem aumentado em países de baixa e média renda, sendo em grande parte
impulsionado pelo crescimento econômico e pela rápida urbanização. Esse processo pode
estar associado a limitação da prática de atividades fora de casa, visto que com o aumento da
violência, crianças e adolescentes estão substituindo as atividades cotidianas e brincadeiras de
rua por atividades sedentárias. Desse modo, os avanços tecnológicos e as facilidades obtidas
decorrentes da modernização parecem ter favorecido a modificação de hábitos de vida dos
indivíduos, sobretudo no que se refere à adoção de estilo de vida sedentário (DIAS; ET. AL,
2014).
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Já o comportamento estresse foi encontrado em apenas 1 artigo, sendo ainda destacado pela
área de Educação, na qual observa o cotidiano das crianças diariamente. Os sintomas ou
consequências do estresse podem se desenvolver tanto em adultos quanto em crianças e
adolescentes. A criança hoje é vítima de um estresse avassalador, nascido de uma mudança
social rápida e desconcertante, em que as expectativas sobre ela aumentam cada vez mais
(MARTINS; CARVALHO,2010). Diante disso, esses mesmos autores asseveram que, os pais
ou cuidadores por vezes não tem controle sobre o que é assistido na televisão pelas crianças,
desse modo, como a programação não possui rígido controle de faixa etária, as crianças
acabam por assistirem programas destinados ao público adulto que abordam questões sobre
sexualidade, uso de entorpecentes, mortes e alterações emocionais e por não ser bem
compreendido por elas nessa fase, pode ocasiona-las ao estresse.

Assim como o estresse, o Hiperativo foi encontrado em apenas 1 artigo que por sua vez, foi
criado pela área da Educação. Dessa forma, o TDAH é conhecido como uma disfunção
cerebral nos lobos frontais, suas causas ainda são bastante discutidas. No entanto, a
comunidade médica teoriza em que alguns casos podem ser resultado de fatores genéticos.
Desta forma, o comportamento infantil atual, se dá através de relação dos estímulos oriundos
do ambiente vivencial de crianças em idade escolar com o surgimento de sintomas
comportamentais, como a hiperatividade e a desatenção. (GUSMÃO, 2009).

A investigação do transtorno comportamental, surge num momento sociocultural e histórico


abarrotado de novas tecnologias, novos costumes, regras morais, posturas educacionais e
familiares diferenciadas e que podem contribuir para o surgimento de sintomas do
comportamento hiperativo e de falta de atenção a diversas atividades escolares e não-
escolares das crianças em período escolar (GUSMÃO, 2009).

No entanto, é no espaço público da escola, que a criança demonstra e aplica a interiorização


de regras, valores e leis que apreendeu em casa, na rua, com a televisão ou com a própria
escola. É em sala de aula, costumam haver momentos em que manifestam as emoções e se
entrelaçam as discordâncias, onde também acontecem as interações dinâmica e
contraditoriamente. Podendo determinar assim, suas emoções, atitudes e comportamento.
Diante disso, o sistema escolar ainda não está preparado suficientemente para responder a
esses novos desafios que têm surgido a cada ano, em decorrência a este contexto
contemporâneo. Esse novo contexto, em que vive a escola, torna significativo o conhecimento
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sobre a influência dos estímulos da tecnologia, como os da televisão, do computador e dos


jogos de videogame na vida das crianças. Essa influência, nas escolas, é inevitável uma vez,
que as crianças já nascem na cultura institucionalizada, e hoje, em particular, na cultura
digital, em que se constata a predominância da difusão de dados e informações e não de
conhecimentos (GUSMÃO, 2009).

Gusmão (2009), ainda afirma que mais do que a solidariedade, vê-se crescer a
competitividade, e que a televisão é prejudicial ao desenvolvimento da linguagem e da escrita,
além de prejudicar a concentração e de expor as crianças à violência, veiculada pelos
programas televisivos”. Esse tipo de interatividade provoca nas crianças reações diversas e
muitas delas são consideradas indisciplinas.

Diante deste contexto, tanto a família, quanto a escola ainda não se sentem preparadas para
enfrentar e solucionar as inúmeras dificuldades que surgem. Pois a forma como os pais
educam seus filhos parece ser crucial à promoção de comportamentos socialmente adequados,
porém, com frequência, as famílias acabam estimulando comportamentos inadequados por
meio de disciplina inconsistente, pouca interação positiva, pouco monitoramento e supervisão
insuficiente das atividades da criança. Considera-se que os pais, para promoverem
comportamentos adequados em seus filhos, necessitam ter habilidades sociais educativas, tais
como expressar sentimentos e opiniões, estabelecer limites evitando coerção, entre outras.
Conclui-se que, intervenções com pais, com a finalidade de promover habilidades sociais
educativas, são importantes meios para prevenção e redução de problemas de comportamento
em crianças, de forma a evitar dificuldades escolares e de socialização na meninice e na
adolescência (GUSMÃO, 2009).

Por fim, o comportamento impulsivo, foi encontrado apenas 1 artigo, ao qual concerniu-se
pela área da medicina, de modo que objetivou seus interesses nesta temática. De acordo com
Balbani e Krawczyk (2011) nos últimos anos houve uma expansão da rede de telefonia
móvel.A praticidade desse meio de comunicação e a redução do preço dos aparelhos fizeram
do Brasil o quinto maior mercado consumidor de celulares no mundo. Com o custo elevado
da assinatura da linha residencial fixa, o celular passou, inclusive, a ser o único telefone em
muitos lares brasileiros. Sendo atraentes para crianças e adolescentes os celulares influenciam
em seu padrão de comportamento de tal maneira a impulsiva seus comportamentos de modo a
conseguir obter o mais avançado desta tecnologia.
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Dessa maneira, nota-se por meio dos achados acadêmicos, nota-se relação entre mídia,
tecnologia e comportamentos como: alimentar, estresse, ansioso, consumidor, impulsivo,
sedentário, hiperativo, agressivo e violento. O próximo passo será descrever o que forma a
Psicologia vem estudando essas relações.

5 PSICOLOGIA, MÍDIA, TECNOLOGIA E O COMPORTAMENTO INFANTIL

O comportamento infantil é um assunto que denota bastante interesse pelo campo da


psicologia sendo a área que mais tem publicações relacionadas ao tema proposto neste
trabalho, apresentando 20 publicações conforme Quadro 1. Fazendo uma estratificação nos
comportamentos estudados pela psicologia, temos a seguinte composição, conforme tabela a
seguir:

Publicações da Psicologia

Produt
Autor Artigo Comportamento
o

As influências da Mídia no Desenvolvimento


Bick et. al. Consumidor ED
Infantil

Mídia, Cultura do Consumo e Constituição


Campos e Souza Consumidor TV
da Subjetividade na Infância

Jogos eletrônicos x Comportamento


Dantas Agressivo PC
Agressivo

Influência da Televisão nos Hábitos


Gallo, Gallo e
Alimentares de Crianças do Nordeste Alimentar TV
Cuenca
Brasileiro

Criança e adolescentes em frente à TV: o que


Gomide Agressivo TV
e quanto assistem de televisão.

Comportamento infantil conhecido como


Gusmão hiperatividade: consequência do mundo Hiperativo ED
contemporâneo ou TDAH?

Kasprzak e Desenhos animados em tempo de Agressivo: Agressivo TV


Gurki uma contribuição para pensar a construção
24

de valores sócio-morais em Criança pré-


escolares

Televisão e Agressivo: (para) novas formas


Matos Agressivo TV
de olhar

Influência de propagandas de alimentos nas


Matos et. al. escolhas alimentares de Criança e Alimentar TV
adolescentes

A violência na programação infantil da


Medeiros et.al. televisão aberta no Brasil Agressivo TV

Miguel e A influência da televisão sobre o


Agressivo TV
Contino Comportamento psicossocial de Criança

Morais, Oliveira Efeitos dos Desenhos Infantis no


Agressivo TV
e Maragoni Relacionamento Interpessoal de Crianças

A influência da televisão nos hábitos


Nascimento Alimentar TV
alimentares de Criança e adolescentes

A Influência da Tecnologia na Infância: Ansiedade e


Paiva e Costa ED
Desenvolvimento ou Ameaça? Agressividade

Adolescentes brasileiros, mídia e novas


Rizzini et. Al. Agressivo ED
Tecnologias

Os Impactos da Influência da Mídia ao


Souza Consumidor TV
Consumo Infantil

O efeito da publicidade de alimentos


Ueda saudáveis e não saudáveis sobre as escolhas Alimentar TV
alimentares de Criança

Ueda, Porto e Publicidade de Alimentos e Escolhas


Alimentar TV
Vasconcelos Alimentares de Crianças

Viana, Santos e Comportamento e hábitos alimentares em


Alimentar TV
Guimarães Criança e jovens: Uma revisão da literatura

Aprendizagem Social e Comportamentos


Vieira, Mendes
Agressivo e Lúdico de Meninos Pré- Agressivo TV
e Guimarães
escolares

Quadro 1 – Elaborado pelas Autoras


25

Analisando o Quadro 1, identifica-se que a Psicologia possui grande número de trabalhos


relacionados a Mídia Televisão. Dos vinte trabalhos encontrados, quinze são sobre TV, três
referem-se aos Equipamentos Digitais e apenas um diz respeito aos Jogos Eletrônicos, ou seja,
relata sobre uso do Computador.

A televisão, por sua vez, está associada ao comportamento Agressivo/ Violento, localizado
em sete artigos, Comportamento Alimentar é o segundo mais estudado com seis trabalhos
publicados, seguido do Comportamento Consumidor com dois artigos.

Para Gomide (2007), a televisão pode interferir na percepção do telespectador, a respeito do


que se institui “o mundo real”, ou seja, quem assiste várias horas de TV acredita que o mundo
é semelhante ao visto nas programações diárias tal como: assassinatos, agressões, uso de
entorpecentes, entre outros. Segundo esse mesmo autor, as crianças e adolescentes ficam na
frente das telas assistindo por ano mais de mil cenas que retratam violência. Dessa forma,
violência transmitida na mídia, pode gerar em crianças aprendizagem de costume violento,
sendo que, isto pode acarretar em resultados e danos ao longo de sua vida.

Essa mídia possui participação fundante na formação do sujeito, por auxiliar na estruturação
da nossa individualidade enquanto indivíduos culturais e sociais. E, também pelo fato da TV
ser importante e estar presente no nosso dia-a-dia, fez-se um dos pontos de pesquisa da
ciência na tentativa de entender como ocorre o discurso da adoção de comportamentos
agressivos em crianças (MEDEIROS, ET, AL, 2009).

De acordo com Kasprzak (1997), muitos adultos acreditam que a agressividade dos desenhos
animados é nociva as crianças, porém é perceptível o fascínio que os pré-escolares
apresentam diante das aventuras de seus personagens violentos favoritos. Os elaboradores
dessas ferramentas de entretenimento infantil estão alerta nesse deslumbre e não medem
esforços para explorar o imaginário infanto-juvenil, transmitindo cenas de agressividade em
seus programas.

No que diz respeito aos hábitos alimentares das crianças Gallo, Gallo e Cuenca (2013)
relacionam a escolha de alimentos não saudáveis as propagandas vinculadas na televisão, pois
na primeira infância o comportamento alimentar sofre influências por meios extrínsecos ao
26

âmbito familiar. Esses autores também relatam a existência de vários estudos sobre a relação
entre mídia e consumo de alimentos açucarados de auto índice glicêmico.

Nessa mesma perspectiva, Viana, Santos e Guimarães (2008), descrevem que quando um
alimento é oferecido a criança como recompensa por ter se alimentado de determinado
alimento, este se torna desagradável como por exemplo a sopa, enquanto o doce torna-se
prazeroso, e que quando assistem propagandas contendo guloseimas, estas são mais atrativas
por conterem açúcar, ou seja, auto teor glicêmico e não nutritivos.

Fatores como este que corroboram para a obesidade infantil, com efeito de as crianças cada
vez mais, passarem tempo em frente à televisão, não realizando atividades físicas. Além de,
no momento em que estão assistindo a diversos programas, elas ingerem doces, refrigerantes,
alimentos que possuem alto teor de gorduras em sua composição (VIANA; SANTOS;
GUIMARÃES, 2008).

Os Equipamentos Digitais que são os artigos que trazem tanto a mídia televisiva quando o uso
de celular, computador, jogos eletrônicos representam três dos artigos estudados pela
Psicologia. Nestes, os comportamentos estudados são: Hiperatividade, Ansiedade e
Agressividade. 
 
De acordo com Paiva e Costa (2015) as crianças possuem acesso aos ED’s precocemente e o
uso indiscriminado desses equipamentos pode afetar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e
social, gerando desequilíbrio emocional, comportamento anti-social e agressividade. Isso
porque as crianças passam a dar preferência pelas amizades no mundo virtual ao invés das do
mundo real, fazendo com que elas se envolvam cada vez mais ao virtual, deixando de lado as
típicas brincadeiras da infância.

No que diz respeito ao déficit de atenção e hiperatividade, Gusmão (2009) relata que muitos
são os diagnósticos desse comportamento de crianças em período escolar. Diagnóstico esse
que é dado sem muito detalhes e precisa haver da parte institucional e dos professores uma
um olhar crítico e acompanhamento para constatar a veracidade de tal “sentença”. Mas, o que
chama atenção é que as escolas com a responsabilidade de capacitar os jovens para o mercado
têm utilizado ED’s como ferramenta de ensino e esse uso passaram a ser inevitável nas
escolas. Entretanto, não se pode negar que, por exemplo, a TV expõe as crianças a diversas
27

formas de violência e dificulta a concentração. Esse tipo mídia desencadeia nas crianças
diferentes reações que podem ser vistas com indisciplina (GUSMÃO, 2009).

A indisciplina pode ser assimilada a Hiperatividade que podem ter influência de diversos
fatores como o contexto familiar, violência externa e também a influencia dos meios de
comunicação, até mesmo o mundo virtual (GUSMÃO, 2009).

Por fim, encontrou-se apenas um artigo que se trata da Tecnologia Computador em específico


que é o trabalho que trata sobre Jogos Eletrônicos e Comportamento Agressivo. Segundo esse
autor quando os jovens e adolescentes são expostos a tecnologia, em especial os jogos
eletrônicos violentos, isso pode gerar riscos, ou seja, essa interação pode ocasionar
comportamentos de agressividade nesses jovens. (DANTAS,2012).
 
 
5.1 As Abordagens

Sobre as abordagens utilizadas pelos psicólogos, a Psicologia Social é predominante, sendo


identificada em oito artigos. A teoria Behaviorista foi localizada em dois trabalhos e a
Cognitiva Comportamental também em dois trabalhos. Alguns autores não utilizaram uma
teoria em específico, tratando os temas de Mídia, Tecnologia e Comportamento Infantil em
um contexto geral dentro da área da Psicologia totalizando oito trabalhos.

Nos trabalhos publicados, a Psicologia Social mostrou maior interesse por estudar o
Comportamento Agressivo/Violento associado a Televisão contidos em cinco trabalhos
acadêmicos. A Teoria que sustentou o tema foi a da Aprendizagem Social que de acordo com
Vieira, Mendes, Guimarães (2010), que consiste na “aprendizagem de novos comportamentos
por meio da observação de modelos comportamentais”. Os autores salientam que esses
modelos comportamentais podem ser evidenciados não somente pelo comportamento de
pessoas do seu cotidiano, mas também por intermédio de mídias como videogame, televisão,
quadrinhos, entre outros (VIEIRA; MENDES; GUIMARES, 2010, PAG. 545).

Autores como Bick, et.al. (2013), afirmam que a aprendizagem social se dá através
influências que se classificam em caráter positivas com definição de valores, ou seja, de como
as pessoas devem se comportar, agir, se vestir, o que é importante na família e na sociedade,
28

sendo influenciadas de forma indireta. Ou mesmo em influências perversas e dominadoras.


Sendo que em um exame mais crítico e minucioso nota-se que as pessoas são levadas a agir
sem plena consciência e sem terem chances de questionar ou criticar as informações que
recebem.

Neste sentido, a criança aprende desde cedo a buscar ser aceita na sociedade através do
consumo, sendo estimulada a viverem novas sensações e novos significados.
Desta forma, a influência tanto positiva como negativa, ocorre pela aprendizagem social
definida por modelação simbólica, ou seja, o processo de aquisição de comportamentos a
partir de modelos seja este programado ou incidental. Sendo que as influências ocorrem por
instinto natural, ou seja, por identificação com o objeto da imitação. Mas, independentemente
da natureza da influência, ao sermos influenciados aprendemos novos comportamentos, novos
costumes, novas ideias e nova maneira de ser (BICK, ET. AL., 2013).

A abordagem Behaviorista deu ênfase nos hábitos alimentares influenciados pela


programação televisiva. De acordo com Ueda (2010), a imitação é a maneira com a qual as
crianças apresentam novos comportamentos, pois a uma tendência a repetir aquilo que é visto
na televisão. A autora ainda ressalta que “a imitação inicial é seguida por um processo de
fortalecimento desse repertório apresentado através de reforçamento positivo disponibilizado
por outras crianças e adultos. ” Grande parte do que se conversa em família, entre os amigos,
no trabalho ou na escola dizem respeito aos conteúdos apresentados na televisão. Isso mostra
a potência que a mídia possui na vida das pessoas denotando um reforçamento social (UEDA,
2010, PÁG. 6).

Dois autores utilizaram em suas pesquisas a abordagem cognitiva comportamental. Os autores


Viana, Santos e Guimarães (2008) argumentam sobre a cognição social onde a seleção de
alimentos não é determinada somente fisiologicamente, mas também por fatores
psicossociais, isso é, a escolha alimentar e proveniente da interação ambiente, biológico e
psicológico e por isso não é tão simples alterar comportamentos alimentares, ou seja, deixar
de consumir, ou passar a preferir tal alimento, pois poderá ter influência de familiares,
amigos, as mídias e pelo reforço social.

5.2 Tipos de Metodologias


29

Das 20 bibliografias aqui explicitadas, 11 utilizaram como método a Pesquisa de Campo.


Esta metodologia para a Psicologia possibilita revelar as circunstâncias acerca da pergunta
norteadora, visando dar significância as singularidades dos indivíduos da pesquisa, condição
está fundante para abarcar o objetivo em estudo de forma mais ampla (KASPRZAK, 1997).
Adiante, no Quadro 2 apresenta-se dados dos participantes, assim como os instrumentos
utilizados pela área da Psicologia.

Publicações da Psicologia – Metodologia


Comportament Produt Abordage
Autor Participantes / Instrumentos
o o m

Foram realizadas 14 entrevistas semi-


estruturadas, aplicadas nos pais ou
responsáveis de 29 crianças com idade
entre 7 e 9 anos, matriculada sem uma
Gallo, Gallo Psicologia
Alimentar TV escola pública de um município do
e Cuenca Social
Nordeste. As entrevistas foram
gravadas e transcritos os discursos. A
discussão dos resultados se deu através
da teoria sócio-histórica.

Pesquisa realizada com 825 crianças e


adolescente, de classe alta e baixa,
com idade entre 7 e 17 anos. A média
HS/TV semanais foi de 26,46.
Psicologia Perguntou-se aos participantes seus
Gomide Agressivo TV
Social programas preferidos e os dez de
maior freqüência foram relacionados.
Três deles receberam pareceres de
especialistas recomendando-os ou não.

Kasprzak Agressivo TV Psicologia O estudo foi realizado em três etapas


de observação e entrevistas: Na
primeira com um grupo de crianças
com idade entre 4 a 6 anos. O segundo
foi realizado com 24 crianças pré-
escolares. A terceira etapa aconteceu
com 16 crianças com faixa etária de 4
a 6 anos. Os instrumentos utilizados
foram entrevistas individuais e
observações dos indivíduos.
30

Estudo elaborado com 820 alunos de


escolas de ensino fundamental
localizada no distrito de Coimbra.
Psicologia Utilizou-se questionários de auto
Matos Agressivo TV
Social resposta que continham perguntas
relacionada ao comportamento
agressivo e hábitos televisão.

Foram observados filmes reproduzidos


da televisão pela emissora Globo e
Tribuna. Para a coleta de dados
utilizou-se um questionário contendo
um conjunto de questões sobre os
Medeiros, filmes tais como: título do filme, país
Melo, Psicologia de origem, gênero do filme, violência
Agressivo TV
Barros e Social contra si mesmo, violência
Lage interpessoal, violência intrafamiliar,
violência à comunidade, violência
psicológica, violência coletiva e
trabalho infantil. Os dados foram
analisados, quantificados e
documentados na forma de tabelas.

A pesquisa foi realizada em duas


escolas públicas de Manhuaçu (MG).
Com 32 crianças com faixa etária entre
9 e 11 anos, seus pais e 3 professores.
Miguel e Psicologia Os instrumentos utilizados na coleta de
Agressivo TV dados foram dois questionários semi-
Contino Social
estruturados, um para os pais, outro
para as crianças, além de uma escala
da percepção de professores.

Trabalho realizado com 10 crianças


entre 3 a 5 anos que assistiram a um
DVD que continham desenhos
Morais, Psicologia agressivos e não agressivos. Em
Agressivo TV
Oliveira e Social seguida, as crianças foram observadas
Maragoni no Pátio da escola para verificar se
houveram alterações nos
comportamentos.
Nascimento Alimentar TV Psicologia Foram realizadas gravações nas
programações de TV aberta de
propaganda de alimentos. Em seguida,
foram aplicados questionários em
famílias de 816 crianças e adolescentes
matriculadas em Escolas Estaduais e
31

Municipais de São Paulo.

O trabalho foi desenvolvido com 949


adolescentes, com idades entre 11 e 17
anos, de cinco escolas do município do
Rio de Janeiro. Para este texto, os
Rizzini et. autores selecionaram a análise de
Agressivo ED Psicologia
Al. dados do uso da televisão, videogame
e jogos para computador, por terem
sido as mídias mais citadas na
preferência dos adolescentes.

Pesquisa realizada com 24 crianças de


escolas públicas do Distrito Federal
com idades entre 7 e 9 anos. Os vídeos
Ueda, Porto foram apresentados em cinco sessões,
e sendo cada grupo exposto a uma
Alimentar TV Psicologia
Vasconcelo seqüência específica de publicidade.
s Após a exposição, a criança escolhia
figuras de alimentos para as refeições
do dia.

Investigamos a relação entre fatores de


aprendizagem social, acessada via
questionários, e os comportamentos
agressivos e lúdicos de meninos pré-
Vieira,
Psicologia escolares, através de observação direta
Mendes e Agressivo TV
Social durante o recreio. Os participantes
Guimarães
foram 15 meninos com idades entre
quatro e seis anos, da cidade de
Goiânia.

Quadro 2 – Elaborado pelas Autoras

Dos 11 trabalhos que utilizaram o método pesquisa de campo, apenas um realizou as


observações e aplicação de questionários em crianças do sexo masculino pois, de acordo com
Vieira, Mendes e Guimarães (ano), a literatura apresenta um repertório comportamental de
meninos pré-escolares como tendo maior frequência de comportamentos agressivos reais e de
faz-de-conta, do que o de em meninas.

A revisão bibliográfica é produzida com base em materiais já elaborados, constituídos em


síntese de livros e artigos científicos. Essa metodologia apresenta como uma de suas
vantagens a possibilidade de proporcionar ao investigador uma gama de fenômenos em
32

amplitude maior do que poderia pesquisar (GIL, 2008) e foi o critério metodológico utilizado
em 6 dos 20 trabalhos encontrados.

Os autores que fizeram uso da abordagem Behaviorista utilizaram a técnica Experimental.


De acordo com Gil (2008), para que a Pesquisa Experimental seja considerada “genuína”, está
preciso conter algumas características: Possuir dois grupos, um experimental e outro de
controle, os sujeitos devem compor esses grupos de forma alheatória. O intuito dessa
classificação é de tornar os dois grupos com semelhantes características, pois aqueles fatores
que podem confundir a análise dos resultados tendem a se tornarem iguais em ambos os
grupos, ocasionando assim a anulação de seus efeitos.

Os indivíduos devem ser expostos a algum tipo de estímulo (GIL, 2008), no caso dos dois
artigos que manusearam esse tipo de metodologia submeteram as crianças a propagandas que
apresentavam alimentos saudáveis, não saudáveis, brinquedos e estímulos neutros (MATOS
ET. AL., 2010; UEDA, 2010) conforme Quadro 3.

Publicações da Psicologia
Comportament
Autor Participantes/ Instrumentos
o
O grupo de controle possuía 30 alunos igualmente ao
experimental também com 30 de ambos os sexos com idade de 8
a 13 anos. Os participantes assistiram a um desenho animado de
21 minutos, com dois intervalos comerciais que veicularam oito
Matos
Alimentar diferentes propagandas. O grupo controle assistiu a propagandas
et. al.
de brinquedos, e o grupo experimental, de alimentos.
Imediatamente após, fotos dos alimentos anunciados foram
apresentadas com imagens de um produto: similar, mais saudável
e uma fruta.
A amostra consistiu de 28 crianças de escola pública, de 7 a 9
anos. A distribuição segundo o gênero e idade foi a seguinte:
duas meninas e cinco meninos com 7 anos; sete meninas e um
menino com 8 anos e cinco meninas e oito meninos com 9 anos.
Este estudo avaliou o efeito de vídeos de desenhos com
publicidade de alimentos saudáveis (VS), não saudáveis (VNS) e
Ueda Alimentar vídeos neutros (VN), não relacionados com a alimentação, sobre
as escolhas alimentares de crianças. Os vídeos foram
apresentados em cinco sessões, sendo o grupo experimental
exposto à sequência – VN-VS-VNS ou VN-VNS-VS – e o grupo
de referência, apenas ao VN. Após a exposição ao vídeo, a
criança escolhia figuras de alimentos para as suas refeições: café
da manhã.
Quadro 3 – Elaborado pelas autoras
33

No trabalho publicado por Matos et. Al. (2010), o grupo experimental assistiu desenhos que
possuíam intervalos de propagandas alimentes, enquanto o grupo controle assistiu a
propagandas que contiam brinquedos. Enquanto Ueda (2010) também aplicou desenhos
animados as crianças com propagandas de alimentos, porém estes eram saudáveis, não
saudáveis e estímulos neutros, o grupo experimental foi exposto a toda essa sequência,
enquanto o grupo controle assistiu desenhos com propagandas neutras, ou seja, que não
faziam menção a alimentos relacionados de escolhas alimentares com alimentos.

O único artigo que menciona o TDAH e a Hiperatividade baseou-se seu trabalho acerca de
estudo de caso e pesquisa de campo. O estudo de caso tem por característica uma análise
profunda de um ou poucos elementos, isso possibilita um arcabouço detalhado e amplo, algo
que é praticamente impossível na utilização de outro método.

A pesquisa de campo feita por Gusmão (2009) baseou-se em estudo de casos múltiplos por
conter três crianças, uma diagnosticada com TDAH, outra que possui comportamento tal qual,
mas não tenha sido diagnosticada e uma criança com comportamento adequado. O estudo de
caso visa a investigação de um fenômeno atual, dentro do contexto inserido, ou seja,
geralmente é realizada por pesquisadores sociais (GIL,2008), que é o caso do autor desse
trabalho, que realizou um acompanhamento com as crianças tanto no contexto familiar,
quanto no contexto escolar.

Vale ressaltar que todos os trabalhos do campo da Psicologia aqui mencionados são de caráter
qualitativo, isto é a pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica,
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se a hipótese que defende
um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua
peculiaridade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os pesquisadores
qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o
pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças
contaminem a pesquisa (GOLDENBERG, 1997, p. 34). Os pesquisadores que utilizam os
métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, expressando o que convém ser
feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de
34

fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de


diferentes abordagens.

5.3 Resultados

A partir das metodologias utilizadas pelos autores da área de Psicologia, serão relatados os
resultados encontrados pelos autores.

Diante disso, Monteiro (2009) diz que a TV é ainda hoje um meio cuja influência quotidiana
dos indivíduos, dos grupos e da sociedade é incontornável. É conhecida a importância dessa
mídia na educação infantil e reconhecida a sua implicação na modelagem dos
comportamentos das crianças e adolescentes enquanto meio de comunicação de massa
(VIANA SANTOS; GUIMARÃES, 2008), de maneira a ser considerado um fator ambiental
associado à ocorrência de sobrepeso e obesidade (NASCIMENTO, 2006).

Estudos demonstraram que os aumentos de porcentagem de gordura corporal, como a


exposição à televisão e que aumento do diabetes na infância está fortemente associado com a
exposição prolongada à televisão (GALLO; GALLO; CUENCA, 2013). Crianças e jovens
parecem ser particularmente sensíveis aos anúncios sobre alimentos com alta densidade
calórica e ricos em açúcar, mas pobres em nutrimentos (VIANA; SANTOS; GUIMARÃES,
2008). Os hábitos alimentares da maioria deles incluíram o frequente consumo de alimentos
densamente calóricos, ricos em gordura, açúcar e sal (NASCIMENTO, 2006).

O encorajamento ao consumo de alimentos doces e pobres em nutrientes que a criança


observada na publicidade da TV colide frequentemente com as regras impostas pelos pais e
acentua a importância do fator prazer associado ao consumo (VIANA; SANTOS;
GUIMARÃES, 2008). Desta forma os processos de escolha e compra de alimentos, assistir às
propagandas veiculadas pela televisão foi um fator associado à tomada de decisão, sobretudo
nas famílias que possuíam o hábito de não planejar suas compras, comprar novos produtos,
fazer uso de produtos industrializados e prontos para o consumo imediato (MATTOS,
ET.AL,2010). Tendo como resultado, um desequilíbrio entre a ingestão energética e a
atividade física. Se, por um lado, a TV emite informação que leva à preferência por alimentos
demasiado energéticos, por outro lado as crianças e jovens passam cada vez mais tempo a ver
TV, envolvendo-se menos em atividades físicas (VIANA; SANTOS; GUIMARÃES, 2008).
35

Sendo assim, os dados obtidos por Ueda (2010) sugerem que, dentre os fatores ambientais que
podem predispor ao aumento de peso e obesidade, a propaganda de alimentos na televisão é
um que merece a atenção de pesquisadores, educadores e legisladores interessados no assunto.

Neste sentido, o foco de atenção em relação à obesidade deve sair do indivíduo e se


concentrar em políticas de saúde pública que privilegiem o arranjo do ambiente no sentido de
minimizar a exposição dos indivíduos aos apelos da mídia, havendo a regulamentação das
propagandas de alimentos. Estas medidas, associadas a outras de caráter educativo, poderão
ajudar a construir um ambiente mais propício ao desenvolvimento de indivíduos saudáveis,
com adequada qualidade de vida (NASCIMENTO, 2006).

No entanto, os Equipamentos Digitais, influenciam diretamente e indiretamente o


comportamento infantil, tal confirmação ocorre de pesquisas de autores como Morais,
Oliveira e Maragoni (2011), Miguel e Contino (2012), Vieira, Santos, Medeiros et. Al. (2009)
Gomide (2002) e Guimarães (2010), pois segundo eles, estudos têm mostrado que espetáculos
presenciados por crianças, através dos desenhos infantis não somente afetam seus
comportamentos como suas crenças e valores (MORAIS; OLIVEIRA; MARAGONI, 2011).

O conteúdo de mídia violenta veiculado pela programação infantil na atualidade inspira


cuidado, uma vez que, dependendo das experiências já existentes, do controle social e do
meio cultural, o conteúdo da mídia oferece uma orientação, um quadro de referência, que
determina a direção do comportamento de cada um. Estas estariam influenciadas por
características similares ao gênero e que colabora no processo de modelagem e imitação
(MEDEIROS, ET. AL, 2009).

Assistir a um maior número de programas violentos na TV mostrou maior tendência por parte
das crianças a agredir tanto de forma real como de faz-de-conta, apesar de uma tendência um
pouco maior para a agressão de faz-de-conta. Essas diferenças podem ocorrer devido a
diferenças culturais que devem ser levadas em consideração no estudo do comportamento
infantil (VIEIRA; SANTOS; GUIMARÃES, 2010).

Desta forma, pode-se observar como os desenhos animados principalmente os agressivos,


afetam de forma significativa os comportamentos das crianças, que podem ser levadas a
pensar que se matarem alguém, essas pessoas retornarão à vida ou se baterem numa pessoa
com algum objeto, como acontece nos desenhos animados, essas poderão levantar-se e
continuar tudo bem como os personagens dos desenhos infantis. A constante exposição da
36

criança a cenas agressivas pode torná-los menos sensíveis ao mundo real, assim como à dor e
ao sofrimento alheio (MORAIS; OLIVEIRA; MARAGONI, 2011).

As crianças buscam formas de identificação com os personagens, seja no vestuário ou


palavras, buscando trazer o histórico dos desenhos para sua vivência. Contudo, pode-se
verificar ainda, que a criança faz muita alusão ao que assiste no que diz respeito a desenhos
infantis. Os pais devem estar cientes desta relação próxima entre as crianças e os personagens
dos desenhos infantis, para que possam orientar seus filhos quanto ao seu desenvolvimento
psicossocial e moral. Diante disso, se faz necessário entender que a magia, a ilusão e os
sonhos tomam conta das crianças quando relatam sobre desenhos infantis, então estes
sentimentos podem fazer parte das vivências delas, onde os desenhos podem influenciar nas
suas vivências (MIGUEL; CONTINO 2012).

Além disso, enquanto as crianças e adolescentes estão em frente à televisão ou vídeo game,
elas deixam de brincar, seja sozinha ou em grupo, atividade esta considerada fundamental
para o crescimento saudável da espécie humana, sendo então o brincar de fato a coisa mais
importante na vida da criança, especialmente em sua primeira infância. À proporção que a
criança joga, ela se situa em contato com as coisas e aprende suas qualidades e defeitos. Além
disso, o jogo passa a ser apontado como um elemento de cultura, onde a criança aprende sobre
o seu dia a dia, suas regras e papéis aos quais representados na televisão, de uma forma geral,
exagerados, distorcidos, além de se referirem a outra cultura a americana, que por muitas
razões diferem da brasileira (GOMIDE, 2002).

Entretanto Kasprzak (1997) considera que não existe uma recepção tácita dos elementos
televisionados por parte das crianças, entretanto a televisão é como um dos segmentos da
cultura que participa da socialização e da construção subjetiva de crianças e jovens. Acredita-
se que a televisão não é responsável pelos índices de violência nacional, pois a violência
contra a dignidade humana é sistemática, generalizada e múltipla em nossa sociedade
(KASPRZAK, 1997). A exposição à violência apresentada na televisão não é a única variável
associada à agressão, nem mesmo a variável que apresenta maior poder preditivo da mesma
(MATOS, 2005).

Acredita-se ainda, que os receptores destas programações, mesmo sendo crianças, possuem
condições de refletir, criticar e posicionar-se moralmente frente aos fatos e experiências
quando incentivados para tal, cabendo aos pais, aos educadores e aos segmentos culturais em
37

geral a promoção da construção de valores sócio morais, através do incentivo a raciocínios


críticos e reflexões sistemáticas acerca dos diferentes produtos culturais veiculados pela
televisão e outros meios (KASPRZAK, 1997). Esta indicação baseia-se na constatação de que
os adultos responsáveis pela formação das crianças nem sempre percebem que as imposições
da obediência às normas dificultam a tomada de posições críticas por parte dos sujeitos e
incentiva a heteronomia (ZAMORA; CARVALHO, 2005).

Para aqueles que estão mais próximos de crianças na vida cotidiana pais, mães, familiares,
professores, ou outros profissionais é difícil ignorar a importância cada vez maior das mídias
eletrônicas. As crianças passam mais tempo com os meios de comunicação do que em
companhia das pessoas que estão ao seu redor (SPRICIGO, 2012).

Diante disso, não se pode criticar as crianças pelo tempo que passam diante da televisão, pois
não são elas as responsáveis pelas diversas informações que recebem por seu intermédio. Por
isso é imprescindível que as pessoas que estão à sua volta intervenham quando necessário
(EMERIQUE, 1994).

Os canais das TVS educativas veiculam, prioritariamente, programas indicados para o público
infantil, de cuja produção participam educadores e especialistas em desenvolvimento. No
entanto, há de se considerar que os maiores índices de audiências direcionam para a rede de
televisão comercial, especialmente nos horários chamados de nobres, ocasiões em que
segundo várias pesquisas muitos filhos acompanham os pais nas audiências das novelas,
noticiários, filmes e outros programas destinados aos adultos (EMERIQUE, 1994). É preciso,
então, ter conhecimento e coragem para debater os meios de comunicação social. É uma
tarefa que envolve a todos os cidadãos, para que se perguntem, diariamente, sobre as
premissas apresentadas pela mídia como inquestionáveis (BICK, ET.AL, 2013).

No que diz respeito ao comportamento consumidor, por meio das propagandas televisivas, as
crianças ficam ansiosas, reduzindo a capacidade de reflexão e força à procura de alguma coisa
para satisfazer e acalmar esses aspectos, um desejo quase insaciável. É nesse processo então,
que a mídia através de comerciais de peso, está presente buscando e apresentando coisas
novas e imediatas para que jovens e adultos consumam cada vez mais e se tornem
dependentes desse sistema capitalista. As próprias ações dos adultos, reguladas por pautas
sociais, foram adquirindo ao longo dos anos, um peso determinante, crescente sobre
consequências e eventos que agora o afetam como a agressividade explícita e invisível, bem
como a alienação e dependência. O sujeito precisa ter acesso aos objetos da mídia,
38

instrumentalizar-se para dominar esta tecnologia e principalmente, de assumir um papel


crítico perante as informações recebidas sem deixar-se dominar por ela (BICK, ET.AL, 2013).

Contudo, a mídia apresenta um círculo vicioso, não criativo e reforçador de inúmeros


conceitos e estereótipos, fornecendo material principalmente através de comerciais, que não é
suficiente, repetitivo e conservador para a manutenção do senso comum e a redução de
pessoas com bom senso e criatividade. O problema é que a mídia anseia e gera dependência,
conexões repetitivas e automáticas que colocam a criança e o adulto na mesma posição de
consumidor ativo de bens e serviços (BICK, ET.AL, 2013).

Por fim, para os autores Paiva e Costa (2015), Rodrigues (2009) e Gusmão (2009), e possível
identificar de uma forma geral o impacto da tecnologia na infância de forma a influenciar no
desenvolvimento cognitivo e no aprendizado da criança.

O uso em excessivo de dispositivos eletrônicos quando utilizados de maneira indeterminada


causa grandes riscos para a saúde física, mental e social das crianças. Desta forma, a
ansiedade e agressividade se encontra presente em tudo que se refere à abstinência ao uso da
tecnologia como a utilização frequente dos dispositivos eletrônicos que substituem
sucessivamente as atividades lúdicas tradicionais na qual se tem a capacidade de favorecer os
aspectos interpessoais, afetivos e disciplinares, uma vez que, o contato físico possibilita a
extensão das habilidades sinestésicas (PAIVA, COSTA, 2015).

Desse modo, estamos caminhando a cada dia para um progresso que se faz necessário ter a
tecnologia em sala de aula. Porém questiona-se o que realmente é ensinado e como a criança
vai aprender utilizando desses meios na escola, uma vez que ela está inserida em seu dia a dia
desde os primeiros momentos de sua infância e nos lares a tecnologia é apresentada como
entretenimento ou ocupação para as horas vagas (RODRIGUES, 2009).

É preciso orientar as famílias e a escola no sentido de que entendam a extensão da


importância que elas têm em orientar a vida das crianças, em ajudá-las a resolverem seus
problemas emocionais e de monitorar o trabalho escolar destes. Embora o comportamento
seja produto de múltiplas causas, sendo muitas delas obscuras, determinados aspectos gerais,
podem contribuir para que haja uma compreensão melhor desses problemas (GUSMÃO,
2009). Desta forma, a escola tem que fazer com que os jogos eletrônicos não sejam apenas
mais uma atividade sem planejamento, mas sim um instrumento de aprendizado.
(RODRIGUES, 2009).
39

Porém os dispositivos eletrônicos precisam ser utilizados de acordo com regras e os horários
estabelecidos pelo acordo consensual entre as crianças e os pais, pois, a ansiedade e
agressividade são geradas pela falta de limites na utilização dos aparelhos eletrônicos que
utilizados de maneira incorreta, comprometem o desempenho escolar, desestrutura os
relacionamentos interpessoais e debilita principalmente a saúde física e psicológica da criança
ao longo do seu desenvolvimento além de influenciar na sua vida pessoal, social e
futuramente profissional (PAIVA; COSTA, 2015).

Os aspectos aqui abordados por meio das conclusões desses autores serão discutidos a seguir.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve por objetivo, verificar se existe relação entre Mídia, Tecnologia e o
comportamento infantil. Para a realização deste estudo, optou-se pela metodologia de revisão
integrativa da literatura. Dessa maneira, houve a necessidade de fazer um levantamento de
bibliografias já publicadas, utilizando como busca de dados o BVS (Biblioteca Virtual da
Saúde), BVS Brasil, BVS Psi, Periódicos Capes, Scielo (Scientific Electronic Library Online)
e Google Acadêmico.

Foram encontrados um conteúdo vasto referente ao tema, totalizando 72 artigos. No entanto,


52 estudos, isto é, a maior parte desses trabalhos se relacionam a outras áreas de
conhecimento que se interessaram por este assunto. A área da Psicologia apresenta a maior
quantidade de artigos publicados. No entanto, considera-se que o achado dessa área cientifica
que foram 20 artigos é uma amostragem simbólica visto que a maior parte diz respeito ao
equipamento televisão. Espera-se que este trabalho possa servir de base para elucidar novas
pesquisas referentes a relação entre tecnologia e comportamento infantil. Sugere-se então, que
novos estudos sejam realizados com relação a esta temática.

Com os avanços da tecnologia e o acesso facilitado aos dispositivos digitais, percebe-se que
desde pequenas as crianças possuem facilidade no manuseio desses equipamentos. Este
assunto tem se tornado recorrente e ganhado espaço na mídia, assim como preocupação dos
pais, das escolas e viu-se a necessidade localizar achados científicos sobre a temático.
40

Encontramos um vasto material que trouxe-nos considerações importantes sobre o assunto


aqui abordado.

Diante disso, podemos identificar de maneira clara questões tem sido apresentada aos pais e
professores em relação aos comportamentos apresentados pelas crianças, tal qual que tanto no
âmbito familiar, quando no espaço escolar podem ser visto como indisciplina. No entanto, o
fator que não pode ser ignorado é o descontrole do tempo de exposição da criança a mídia e a
tecnologia. Isso em muitos casos ocorre pelo fato dos pais terem que trabalhar e assim não
conseguirem ficar atentos aos conteúdos vistos e apresentados pelos seus filhos (PAIVA;
COSTA, 2015).

Por conseguinte, se faz necessário um controle de horários e um acompanhamento continuo


dos por parte dos pais ou responsável diante das exposições e práticas alimentares que são
vinculadas a TV, pois os pais acabam deixando as crianças influenciarem na escolha de
compra por alimentos não saudáveis, isto ocorre pelo fato de querer recompensar o tempo de
ausência em casa. (MATOS, ET.AL, 2010).

Dessa forma, através do material coletado e analisado a maioria dos autores através de seus
estudos afirmam que quando a criança é exposta a mídia televisiva deliberadamente, sem
acompanhamento do que é assistido ou jogado, isso pode resultar na modificação do
comportamento infantil. Entretanto, os autores Kasprzak (1997), Mattos (2005), afirmam que
esse acesso não altera o comportamento infantil, mas sim auxiliam na participação da
socialização e da construção subjetiva das crianças.

No entanto, poucos são os achados da Psicologia relacionados a tecnologia, ou seja, aos


equipamentos digitais como celulares, tablets, notbooks e jogos on line são de caráter
insuficiente para realizar tal afirmação. Desta forma propõe-se que mais estudos sejam
realizados com relação aos produtos digitais.
41

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