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Cooked Ep 1 e 2
Cooked Ep 1 e 2
Resenha crítica do documentário Cooked de Michael Pollan (episódio Fogo e Água) de 2016.
O primeiro episódio fogo abordando como foi a mudança da sociedade frente ao fogo e ao
cozinhar, somo a única raça que sabe cozinhar e isso é um dos fatores que nos torna humanos.
Cozinhar nos poupa o trabalho de mastigar, melhora o sabor dos alimentos, seu aproveitamento
nutricional e também melhora a digestibilidade. Essa evolução teve impacto também na nossa
espécie, mostrando ao longo de milhares de anos a diferença no tamanho da nossa mandíbula
e o desenvolvimento do tamanho craniano.
No documentário Pollan aborda também o papel do churrasco como união social, assim como
em outros povos o consumo de carne bovina é um absurdo, pois a vaca é sagrada. Isso vale
para o consumo de carne de cachorro que pode ser comum em algumas sociedades e um
absurdo em outros, ou seja, a comida e o ato de cozinhar desempenha aspectos diferentes em
sociedade diferentes.
No segundo episódio Pollan usa como tema central a água. Em muitas sociedades tradicionais
são as mulheres que cozinham, nos anos 50 mulheres eram os núcleos da família e com isso
tinham o papel de cozinhar. Com a revolução industrial e entrada da mulher no mercado de
trabalho, esse papel mudou, ainda mais coma induzira alimentícia tentando a todo custo entrar
na casa americana, com a justificativa de abastecimento.
Um único produto era feito para ser usado de diversas formas, preparos e com isso um pouco
da identidade ao se cozinhar se perdeu. Quanto mais se vendia e consumia, mais a indústria
ganhava e com isso a comida passou a ser hiperprocessada e ultraprocessada. A publicidade
usava da mulher com pouco tempo devido ao tempo de trabalho fora, para crescer e conquistar
por meio de propagando e aumentar o consumo de congelados e industrializados.
Uso de sal, açúcar e gordura para aumentar cada vez mais o nosso desejo e consumo por
esses alimentos. Isso implica no aumento de doenças crônicas, assim como o surgimento em
doenças como diabetes em criança, doença que antes ocorria somente em adulto. Para a
indústria quando cozinhas em casa, diminuímos as suas vendas e seu interesse, com isso cada
vez mais usam tecnologias e aditivos que deixem a comida cm o sabor como se fosse real -
uso de ativadores de sabor.
O consumo de produtos industrializados chega não só aos centros urbanos, como ao ambiente
rural, crescendo cada ano mais. Isso facilita ainda mais com os pedidos de comida. Isso tem
um impacto nas gerações mais novas que acabam perdendo a identidade cultural e muitas vezes
conhecem mais os produtos industrializados do que alimentos em in natura, isso muda não só
a cultura, mas a forma como comem.
Existem estudos que correlacionam a taxa de obesidade ao hábito de cozinhar com aumento
nas taxas de obesidade, com a diminuição do tempo de cocção, aumenta as taxas de obesidade
- Harry Mal.
Pollan fala sobre poder comer de tudo, desde que você cozinhe e isso naturalmente reduz o
nosso consumo. Interessante falar que a escritora Sophie Deran em seu livro ‘O peso das
dietas’ aborda a relação entre cozinhar e resgatar nossa boa relação com a comida e
alimentação. De acordo com Pollan resgatar a nossa cultura alimentar e de cozinhar é levar as
nossas crianças e adolescentes para a cozinha.
Quando se fala de uma sociedade que vive em relação ao tempo deixamos de cozinhar e
procurando alimentos industrializados, deixando os produtos frescos de lado, além disso, eles
ficam cada vez mais caros enquanto tudo que bem da indústria se mantém ou consegue ter um
preço menor pelo volume de produção.
Na rotina queremos automatizar boa parte dos processos relacionados a cozinha, mas são as
etapas mais simples que nos ajudam a retomar essa conexão. Não é a indústria que nos alimenta
e sim a natureza. Renascimento no ato de cozinhar e cozinhar porque isso não dá prazer e não
porque tem que.