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Felicidade e objeções á teoria de Mill

Já sabemos que a teoria de Mill é uma teoria hendonista, ou seja, todas as ações realizadas
pelo Homem têm um objetivo último, que é a felicidade/bem-estar. Sempre que fazemos algo,
fazemos para ter experiências agradáveis e boas, e não más.

Uma ação correta é aquela que dá maior felicidade em termos globais, ou seja, não deves
apenas ter em conta o nosso bem-estar, o meu bem-estar apenas, mas sim o meu bem estar e
de todos nós enquanto sociedade. Devemos pensar sempre nas consequências que a ação vai
ter no bem-estar de todas as pessoas. Mill diz nos também que devemos ser imparciais nas
nossas decisões, e por isso a minha felicidade não é mais que a do outro.

Mas agora, de que felicidade é que estamos a falar?

Nenhuma felicidade humana é verdadeiramente possível sem um «sentido de dignidade». O


que é que isto quer dizer??

Existem prazeres superiores que são prazeres ligados ao espírito potenciadores de bons
sentimentos morais, ou seja, a generosidade, a honradez, a solidariedade para com os outros…

E existem prazeres inferiores, prazeres ligados ao corpo, provenientes das sensações, como
comer, beber

Os prazeres que Mill fala são prazeres espirituais. Não podemos dizer que a felicidade vem de
prazeres físicos.

Na teoria de mil, as consequências que produzissem maior satisfação total seriam moralmente
aprovadas. Mas mil defende, tbm, uma avaliação quantitativa de prazeres.

Imaginamos um grupo de rapazes a bater numa rapariga. o prazer dos rapazes não justifica
moralmente as suas ações porque é tão baixo que não pode valer mais do que a dor e o
sofrimento a rapariga.
OBJEÇÕES

Como qualquer teoria filosófica, o utilitarismo de Mill foi objeto de várias críticas.

A – O utilitarismo justifica a prática de ações imorais

Para o utilitarista, na perspetiva dos seus críticos, uma pessoa pode desrespeitar uma das
regras morais básicas, como a regra de «não matar» ou a de «não mentir», e, ainda assim, agir
moralmente, desde que essa sua ação proporcione uma maior quantidade de felicidade a um
número de pessoas maior do que as pessoas a quem provocou dor ou sofrimento.

B – O utilitarismo é excessivamente imparcial

Se seguíssemos sempre em todas as nossas ações o critério utilitarista da imparcialidade, o


mais certo era acabarmos por destruir as relações pessoais que mantemos com as pessoas de
que mais gostamos. E porquê?

Porque o utilitarismo é excessivamente imparcial, ou seja, o utilitarismo não distingue os


familiares e amigos na promoção da felicidade. O princípio de de Mill é promover a felicidade
imparcialmente para o maior número de pessoas, e isso fica difícil sem ligar ao que a pessoa é
para nós. Por isso não nos comportamos ou dirigimos aos nossos amigos ou familiares como
nos dirigimos a estranhos.

C – O utilitarismo exige demasiado do agente moral

Depois de um dia de escola, cansado, eu decido ir para casa e vou dormir. Não poderia fazer
outra coisa, para melhorar o bem-estar de todos, como por exemplo ser voluntário em um
orfanato? Sim, podia. Haveria mais felicidade global. Ao dormir, sou a única pessoa que está a
beneficiar deste ato.

Mas seria mentalmente desgastante pensar sempre no bem-estar do todo e em beneficiar o


maior número possível em tudo o que fazemos. Estariam arruinadas as nossas relações
pessoais e as nossas obrigações familiares.

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