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ENGENHARIA ECONÔMICA I

PROF. DR. RONALDO GOMES DULTRA-DE-LIMA

ENGENHARIA ECONÔMICA I

Autores:
Prof. Prodomo
Prof. Vallim
Prof. Palazolli
Prof. Quintairos
Profa. Fernanda C. Vianna
ENGENHARIA ECONÔMICA I
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Agenda

◼ Apresentação dos tópicos do curso

◼ Critério de nota / Referencias bibliográficas

◼ Aula 01 Introdução à Matemática Financeira:


juros simples e juros compostos

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Tópicos do curso
◼ Matemática Financeira
• Juros : Simples, Compostos, taxa nominal e efetiva;
• Equivalência de quantias;
• Fluxo de caixa;
• Sistema de Financiamento.

◼ Métodos de análise de alternativas


de projetos de investimento
• Payback (Tempo de retorno do investimento);
• Valor Presente Líquido - VPL (Net Present Value – NPV);
• Taxa interna de retorno - TIR (Internal rate of return - IRR);
• Valor anual equivalente – VAE (Valor anual equivalente).

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Critério de Nota

Critério de avaliação

A = 0,3AD1 + 0,7P2 ou

A = 0,3AD1 + 0,7P3

AD1 = Avaliação Diagnóstica

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Bibliografia Básica
PILÃO, N.E.; HUMMEL; P. R. V. Matemática Financeira e Engenharia
Econômica. A teoria e a prática da análise de projetos de
investimentos. São Paulo: CENGAGE Learning, 2012.
HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia econômica. Todas edições. São Paulo
: Atlas. 1986-2000.

NEWNAN, Donald G.; LAVELLE, Jerome P. Fundamentos de engenharia


econômica. Rio de Janeiro : LTC. 2000. ISBN 9788521612339.

HUMMEL, Paulo Roberto Vampré; TASCHNER, Mauro Roberto Black. Análise


e decisão sobre investimentos e financiamentos : engenharia
econômica, teoria e prática. 4. ed. São Paulo : Atlas. 1995. ISBN
8522412200.

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Bibliografia Complementar
CASAROTTO FILHO, Nelson; KOPITTKE, Bruno Hartmut. Análise de
investimentos : matemática financeira, engenharia econômica, tomada de
decisão, estratégia empresarial. 9. ed., São Paulo : Atlas. 2000. ISBN
8522425728.

PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática financeira : objetiva e aplicada.


Todas edições. São Paulo : Saraiva. 1993-2002. ISBN 8502027190.

TORRES, Oswaldo Fadigas Fontes. Fundamentos da engenharia econômica e


da análise econômica de projetos . São Paulo: Thomson Learning. 2006. ISBN
8522105227.

EHRLICH, Pierre Jacques. Engenharia econômica: avaliação e seleção de


projetos de investimento. 5. ed., São Paulo : Atlas. 1986.

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Introdução
◼ Engenharia Econômica é a técnica que
possibilita quantificar monetariamente e
avaliar economicamente alternativas de
investimento;

◼ Permite ao gestor a posse de um


conjunto de elementos para a correta
tomada de decisão

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Introdução
Exemplos de tomada de decisão:
◼ Investimentos - onde aplicar;

◼ Produção – substituição/reforma de
equipamentos; expansão de capacidade;
◼ Projeto de produto – lançamento de

produtos;
◼ Projetos envolvendo novos negócios;

◼ Terceirização.

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Análise Matemática versus Análise


Contábil

Fonte: LAURENCEL e RESENDE FILHO (2013, p. 13)

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Matemática Financeira - Conceitos Importantes


- Cap. 3 - Pilão; Hummel (2012)

Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC): Ferramenta


muito valiosa na análise da valorização do dinheiro
no tempo (VDT). A linha de tempo ajuda a visualizar
o que está acontecendo dentro de um problema
específico. No eixo horizontal representa-se o tempo
(dias, semanas, meses etc.). Entradas de caixa ou
receitas com uma seta vertical apontada para cima e
saídas de caixa ou despesas com uma seta vertical
apontada para baixo.
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Matemática Financeira - Conceitos


Importantes

Exemplo: Imaginemos investir no instante inicial zero, R$


5.000,00; nos instantes 1 e 2 receber, respectivamente, R$
2.000,00 e R$ 4.000,00; no instante 3 investir R$ 1.000,00 e,
no instante 4, receber R$ 9.000,00.

O fluxo monetário pode ser


representado graficamente da
maneira ao lado:

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Matemática Financeira - Conceitos Importantes

De uma maneira geral:

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Matemática Financeira - Conceitos Importantes

Valor Presente (VP, P, VA): também chamado principal, é o


valor que se tem na data zero.
Valor Futuro (VF, S, F, M): também chamado montante, é o
valor que se terá no final do fluxo de caixa.
Juros (J): é o dinheiro pago pelo uso do dinheiro emprestado
ou como remuneração do capital empregado em atividades
produtivas
Taxa de juro (i): razão entre os juros (J) que serão cobrados
no fim do período e o valor inicialmente empregado (VP), em
porcentagem, ou seja, i = J/VP x 100

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Matemática Financeira - Conceitos Importantes


Exemplo: Um investidor aplicou R$ 4.500,00 em letras de
câmbio, por 90 dias. Ao resgatá-las, após esse prazo, recebeu
a quantia de R$ 6.590,00. a) Quanto recebeu de juros? b) A
que taxa esteve aplicado o seu capital durante esse período?

VP = R$ 4.500,00
VF = R$ 6.590,00
a) J = 6590 – 4500 = R$ 2.090,00
b) 2090
i= = 0,464 = 46 ,4%
4500

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Matemática Financeira - Conceitos Importantes

Exercício: Um industrial pediu um empréstimo de $


320.000,00 em uma instituição financeira, por certo tempo. No
dia em que foi liberado o empréstimo, pagou,
antecipadamente, 26% de juros, conforme previa o contrato.

a) quanto pagou de juros antecipado?


b) se os juros foram retidos na data da liberação do
empréstimo, qual foi a quantia efetivamente liberada?
c) considerando a quantia liberada como empréstimo real e o
pagamento final de R$ 250.000,00, qual a taxa efetiva de
juros paga pelo industrial?

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Matemática Financeira - Objetivo Principal

Estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo.

NÃO SE PODE COMPARAR , SOMAR


OU SUBTRAIR RECURSOS ($$) QUE
SE ENCONTREM EM DATAS
DIFERENTES

Existe uma variação do valor do dinheiro no


tempo.
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Matemática Financeira – Tipos de Juros

Juros simples: Somente o principal rende juros ao


longo da vida do investimento. Diz-se que neste
regime há pagamento de juros constantes por
períodos iguais.
Juros compostos: Os juros são incorporados ao
capital e passam, por sua vez, a render juros. O
período de tempo considerado é, então,
denominado período de capitalização. É o regime
mais utilizado nas transações comerciais e
aplicações financeiras no país.

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Juros Simples
• Apuração de rendimentos somente sobre o principal. Os juros não
são incorporados ao capital para efeito de correção no período
seguinte.
• Aplicações práticas limitadas.

Seja :
VF = Valor futuro (Capital final);
i = taxa nominal de juros (constante no período do investimento);
n = número de períodos de investimento;
VP = Valor presente (Capital inicial) VF = VP (1+n x i)
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Juros Simples
Exemplo: Uma dívida de R$ 2.000,00 foi contraída a juros
simples, por 4 meses, à taxa de 5% a.m. (ao mês). Qual
será o montante da dívida após esse prazo?

VP = R$ 2.000,00
n = 4 meses
j = 5% a.m.
VF = VP (1+n x i)
VF = 2.000 ( 1+ 0,05 x 4) = R$ 2.400,00

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Juros Simples

Exercícios:

1. Qual o capital inicial para se ter um montante de R$ 148.000,00


daqui a 18 meses, a uma taxa de 48% a. a. (ao ano), no regime
de juros simples?

2. Um capital é aplicado, a juros simples, a taxa de 12% a.m.


Quanto tempo, no mínimo, ele deve ficar aplicado, a fim de que
seja possível resgatar o quádruplo da quantia aplicada?

3. Uma loja vende toca-fitas por R$ 15,00 à vista. A prazo vende


por R$ 16,54, sendo R$ 4,00 de entrada e o restante após 4
meses. Qual é a taxa de juro mensal cobrada?

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Juros Compostos
• Após o final de cada período os juros são incorporados ao
principal e passam a render juros. (Juro sobre juro).
• Crescimento dos juros se dá em progressão geométrica.
• Os juros incidem sobre o saldo total existente no inicio de
cada período.
Seja :
VF = Valor futuro (Capital final);
i = taxa efetiva de juros (constante no período do investimento);
n = número de períodos de investimento;
VP = Valor presente (Capital inicial)
VF = VP (1+ i)n

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Juros Compostos
Exercícios:
1. Você está com 20 anos e considerando aplicar R$ 1.000,00 em
uma conta de poupança que está pagando 8% a.a., por 45 anos.
a) Quanto você deverá ter na conta na idade de 65 anos? b) Se
você pudesse encontrar uma conta pagando 9% a.a., quanto
mais você terá na idade de 65 anos?
2. Uma aplicação financeira regida a juros compostos e a uma taxa
fixa gera um aumento de 44% do capital investido em 2 meses.
Qual é a taxa mensal de juros dessa aplicação?
3. Um capital de R$ 5.000,00 empregado a juros compostos e à
taxa de 8% a. m., produziu um montante de R$ 9.995,00. Qual o
período de aplicação do capital?

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Listas de Exercícios: 1 juros simples e 2


juros compostos
Lista 1 Exercício 7
Uma pessoa contraiu um empréstimo à taxa de juros simples de 9% a.a..
Quarenta e cinco dias depois pagou a dívida e contraiu um novo
empréstimo duas vezes maior que o primeiro, pelo prazo de dez meses à
taxa de juros simples de 6% a.a.. Sabendo-se que pagou ao todo R$
111.250,00 de juros, calcular o valor do primeiro empréstimo.
Resp. R$ 1.000.000,00

Lista 2 Exercício 4
Uma empresa pretende comprar um equipamento de R$100.000,00, daqui
a quatro anos, com o montante de uma aplicação financeira. Calcular o
valor da aplicação necessária se as taxas de juros aplicadas forem:
a) 12% a.t. Resp. R$ 16.312,17
b) 18% a.a. Resp. R$ 51.578,89
c) 14% a.s. Resp. R$ 35.055,91
d) 12% a.m. Resp. R$ 434,05 23
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Listas de Exercícios: 1 juros simples e 2


juros compostos
Lista 2 Exercício 6
O preço de um produto é R$ 15.000,00 e pode ser pago 6 meses após à
compra. Outra opção é pagar a vista com um desconto de 12%. Qual é a
taxa mensal de juros cobrado na operação da primeira alternativa de
pagamento? Resp. 2,15% a.m.

Lista 2 Exercício 8
O valor à vista de um bem é de R$ 6.000,00. A prazo paga-se uma
entrada mais três parcelas mensais de R$ 2.000,00 cada, sendo a
primeira um mês após a compra. Calcular o valor da entrada sabendo que
a taxa de juros aplicada foi de 7% a.m. Resp. R$ 751,36

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Lista 2 Exercício 9
Uma pessoa resgatou R$ 50.000,00 correspondente ao que restou de uma
aplicação feita há um ano, à taxa de 1,5% a.m.. Sabendo-se que esta
pessoa já havia retirado R$ 18.000,00 três meses atrás, qual foi o valor
aplicado? Resp. R$ 57.562,03

Lista 2 Exercício 13
Uma pessoa necessita dispor de R$20.000,00 daqui a 8 meses. Para
tanto, pretende efetuar duas aplicações em um fundo que remunera à
taxa de 3% a.m.. A primeira aplicação, de R$10.000,00, seria aplicada
hoje e a segunda daqui a 30 dias. De quanto deverá ser a segunda
aplicação para que consiga obter o valor necessário no prazo
estabelecido? Resp. R$ 5.961,22
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Matemática Financeira – Taxas de Juros -


Cap. 4 - Pilão; Hummel (2012)

Devem ser eficientes de maneira a remunerar:

✓ Risco;
✓ Perda do poder de compra motivada pela
inflação;
✓ Capital emprestado.

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Matemática Financeira – Taxas de Juros

✓ Taxa Nominal
Período da taxa (por exemplo anual) não
coincide com o período de capitalização (por
exemplo mensal).

Exemplo:
24% a.a. com capitalização mensal
12% a.a. com capitalização semestral

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Matemática Financeira – Taxas de Juros

✓ Taxa Efetiva
Período da taxa coincide com o período de
capitalização.

Exemplo:
20% a.a. com capitalização anual
11% a.m. com capitalização mensal

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Matemática Financeira – Taxas de Juros


Conversão: Taxa Nominal em Taxa Efetiva de Capitalização
Exemplo: 60% a.a. com capitalização mensal (taxa nominal)

1 ano 12 meses

60% 𝑎.𝑎.
= 5% 𝑎. 𝑚. (taxa efetiva)
12

ATENÇÃO:
A taxa de juros a ser empregada é sempre
a efetiva nunca a nominal

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Matemática Financeira – Taxas de Juros

✓ Equivalência de Taxas

São taxas que aplicadas a um mesmo P, durante o


mesmo tempo total, mas com períodos diferentes,
resultam num mesmo F.

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Matemática Financeira – Taxas de Juros

Exemplo: VP iG = % a.m.

0 1 2 3 11 12
12 meses

VP VF

0 1 2
2 semestres
iP = % a.s.
VF 31
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Matemática Financeira – Taxas de Juros

Como os valores futuro e presente são os mesmos nas


duas situações apresentadas, tem-se:
taxa taxa
mensal semestral
VP (1+iG)12 =VP (1+iP)2
(1+iG)12 = (1+iP)2
[(1+iG)12]1/2 = [(1+iP)2]1/2
12
(1+iG) 2 = (1+iP)
12
ip =[(1+iG) ] - 1 2
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Matemática Financeira – Taxas de Juros

Juros compostos - exercícios:


1. Qual a taxa anual equivalente a 1% a.m.?
Resp. 12,68% a.a.
2. Qual a taxa mensal equivalente a 12% a.a.?
Resp. 0,9489% a.m.
3. A caderneta de poupança oferece ao aplicador uma
rentabilidade anual de 6% ao ano, definida como taxa nominal
com capitalizações mensais. Calcule a taxa efetiva anual.
Resp. 6,1678% a.a.
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Engenharia Econômica : Matemática financeira


Taxa Proporcional e Taxa Efetiva

inominalanual 6
tx. prop. = = = 0,5% a.m. Efetiva mensal
12 12

iefetiva anual = (1 + 0,005 ) − 1 = 6,17 %a.a


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Fórmulas Adicionais:
1) Cálculo da taxa efetiva a partir da taxa nominal:
𝑗 𝑘×𝑚 ou 𝑗 𝑛
ia= 1+ −1 ia= 1+
𝑘
−1
𝑘

2) Cálculo da taxa efetiva equivalente à da taxa nominal:

𝑗 𝑘×𝑚
1 + ia = 1+
𝑘
3) Cálculo da taxa equivalente a partir da taxa efetiva:

ia= 1+𝑖 𝑘/𝑚 −1 𝑜𝑢 ia= 1 + 𝑖𝑡 𝑞/𝑡


−1

4) Cálculo do montante (M) a partir da taxa nominal:


𝑗 𝑘×𝑚
M=𝑃 1+ 𝑘
M = montante
P = Capital
j = taxa nominal
k = capitalização dos juros (frequência de capitalização); q = período da taxa que quero.
m = prazo da aplicação na mesma unidade de tempo da taxa nominal; t = período da taxa que tenho. 35
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Listas de Exercícios 3 (taxa de juros)


Exercício 11 Por quantos meses o capital de R$18.000,00 ficou aplicado à
taxa nominal de juros de 180% a.a., capitalizada mensalmente, para resultar
em um montante de R$36.204,48. Resp. 5 meses

Exercício 13 Um capital foi aplicado durante cinco anos à taxa nominal de


5,5% a.a., capitalizada mensalmente e a seguir seu montante foi colocado a
taxa de juros efetivos de 4% a.a. durante dez anos. A que taxa efetiva
anual única poderia ser aplicado durante todo este período de modo que se
obtivesse o mesmo montante? Resp. 4,54% a.a.

Exercício 18 Uma pessoa aplicou um capital de R$20.000,00 durante


quatro anos à taxa nominal de 18% a.a., capitalizada semestralmente. Ao
término deste período, somente os juros obtidos foram reaplicados por mais
15 meses à taxa nominal de 12% a.a., capitalizada trimestralmente.
Determinar os juros ganho na última aplicação. Resp. R$3161,48

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Valor Futuro de fluxos de caixa múltiplos


Cap. 5 - Pilão; Hummel (2012)

A maioria dos investimentos do mundo real envolve muitos fluxos


de caixa ao longo do tempo.

✓ Valor Futuro de fluxos de caixa múltiplos


✓ Valor Presente de fluxos de caixa múltiplos
✓ Valor Futuro de fluxos de caixa uniforme
✓ Valor Presente de fluxos de caixa uniforme

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ENGENHARIA ECONÔMICA I
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Valor Futuro de fluxos de caixa múltiplos

Exemplo: Imagine que você espera comprar um computador em 2 anos


depositando hoje, em uma aplicação que paga 8% a.a. de juros, o valor
de R$ 1.200, e outros R$ 1.400,00 daqui a 1 ano. Quanto você deverá
gastar no computador nesses 2 anos
VF = 1.200 (1+0,08) 2 + 1.400 (1+0,08)
VF = 2.911,68

Valor máximo que


devo gastar!

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ENGENHARIA ECONÔMICA I
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Valor Presente de fluxos de caixa múltiplos

Exemplo: Suponhamos que seu revendedor de automóveis lhe dê uma


escolha entre pagar $ 15.500,00 por um carro novo, ou entrar em um plano
de prestações no qual você paga $ 8.000,00 de entrada hoje e faz
pagamentos de $ 4.000,00 em cada um dos próximos 2 anos. Qual é o melhor
negócio? Suponha que a taxa de juros que você ganha em investimentos
seguros seja de 8% a.a.
4.000 4.000
𝑉𝑃 = 8.000 + +
1,08 1,082
𝑉𝑃 =15.133,06

Valor presente da situação


a prazo ($ 15.133,06) é
menor do que a situação a
vista ($ 15.500,00),
portanto, preferir plano de
prestações 39
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Fluxos de Caixa uniformes: Uniformidades

De maneira geral, qualquer sequência de fluxos de caixa estável,


ou constantes, ou iguais e igualmente espaçada, é chamada
uniformidade.

As anuidades ocorrem muito frequentemente em contratos de


financiamento.

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Valor Futuro de Anuidades

O 1º Pgto rende juros durante (n - 1) períodos. No período Tn, seu valor será Pgto (1+i)n-1.
O 2º Pgto rende juros durante (n - 2) períodos. No período Tn, seu valor será Pgto (1+i)n-2.
E assim, sucessivamente (o último pagamento não rende juros):

VF = Pgto [1 + (1+i) + (1+i)2 +....+ (1+i)n-2 + (1+i)n-1] eq. 1

Multiplicando-se ambos os lados pela razão (1+i), tem-se:


VF (1+i) = Pgto [(1+i) + (1+i)2 + (1+i)3....+ (1+i)n-1 + (1+i)n] eq. 2

Subtraindo-se a eq. 1 pela eq. 2, tem-se:


VF (1+i) – VF = Pgto (1+i)n – Pgto, ou seja,
𝑃𝑔𝑡𝑜[(1 + 𝑖)𝑛 − 1]
𝑉𝐹 = = 𝑃𝑔𝑡𝑜 𝑥 𝐹𝐴𝐶(𝑖, 𝑛)
𝑖 41
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Valor Futuro de Anuidades

Exemplo: Daqui a 50 anos você estará se aposentando, mas já começou a


poupar. Vamos supor que você queira acumular R$ 500.000,00 até a data de
sua aposentadoria para poder sustentar seu padrão de vida. Quanto você terá
de poupar a cada ano entre hoje e a sua aposentadoria para satisfazer essa
meta futura? Digamos que a taxa de juros seja de 10% a.a.

𝑃𝑔𝑡𝑜[(1 + 0,1)50 − 1]
500.000 =
0,1
𝑃𝑔𝑡𝑜 = 𝑅$ 429,59
42
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Valor Presente de Anuidades

O 1º Pgto deve ser descontado durante 1 período. No instante T0 seu valor será Pgto/(1+i)1.
O 2º Pgto deve ser descontado durante 2 períodos. No instante T0 seu valor será Pgto/(1+i)2.
E assim, sucessivamente, o n-ésimo pagamento deve ser descontado durante n períodos.
No instante T0 seu valor será Pgto / (1+i)n. Somando todos eles, teremos:
VP = Pgto [(1+i)-1 + (1+i)-2 + .... + (1+i)-n] eq.3

Multiplicando-se, ambos os lados, pela razão (1+i)-1, tem-se:


VP (1+i)-1 = Pgto [(1+i)-2 + (1+i)-3 + .... + (1+i)-n-1] eq.4

Subtraindo-se a eq. 3 pela eq. 4, tem-se:


𝑃𝑔𝑡𝑜[(1+𝑖)𝑛 −1]
VP (1+i)-1 – VP = Pgto [(1+i)-1 - (1+i)-n-1], ou seja, 𝑉𝑃 = = Pgto x FVP (i, n)
𝑖(1+𝑖)𝑛
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Valor Presente de Anuidades

Exemplo: Imagine que estamos examinando um ativo que promete pagar $


500,00 ao final de cada ano dos próximos 50 anos. Se quiséssemos obter
10% com a aplicação de nosso dinheiro, quanto deveríamos oferecer por
este ativo?

500 [(1 + 0,1)50 − 1]


𝑉𝑃 =
0,1 1 + 0,1 50
𝑉𝑃 = $ 4.957,41
44
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FÓRMULAS: Pilão & Hummel (2003, p. 49)


(P → S)𝑖𝑛 S = P 1+𝑖 𝑛 S = M => Fórmula Fundamental dos
Juros Compostos

1 R = Pgto => Recebimento ou Pagamento


(S → P)𝑖𝑛 P=S (1+i)𝑛
P = VP = Principal ou Valor Presente
1−[1/(1+i)𝑛 ]
(R → P)𝑖𝑛 P=R 𝑖 S = M = VF = Montante ou Valor Futuro

𝑖
(P → R)𝑖𝑛 R=P 1−[1/(1+i)𝑛 ]

[(1+i)𝑛 ]−1
(R → S)𝑖𝑛 S=R 𝑖

𝑖
(S → R)𝑖𝑛 R=S [(1+i)𝑛 ]−1
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Sistema de Financiamento: Método Francês ou


Tabela Price

◼ Tal sistema se desenvolveu na França no século XIX, porém, foi


concebido pelo matemático inglês Richard Price, no século XVIII (daí a
denominação Tabela Price).

◼ É o mais empregado no Brasil. Consiste em um sistema de amortização


utilizando pagamentos em prestações constantes ao longo de todo
o prazo de pagamento do empréstimo. Para cálculo das prestações,
que são constantes, utiliza-se a expressão de uniformidade:

𝑃𝑔𝑡𝑜[(1+𝑖)𝑛 −1]
◼ 𝑉𝑃 = , onde Pgto é o valor da prestação e VP o valor total
𝑖(1+𝑖)𝑛
do empréstimo.

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Sistema de Financiamento: Método Francês ou


Tabela Price

◼ Prestação = Amortização + Juros

◼ A amortização é o que abate o saldo devedor:


Saldo devedor (n) = saldo (n-1) – amortização (n)

◼ Juro é um função do saldo devedor. Portanto diminui a medida que


diminui o saldo devedor, embora as parcelas de pagamento sejam iguais

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Sistema de Financiamento: Método Francês ou


Tabela Price
Exemplo: Seja um empréstimo de 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m., por
5 meses.
1+𝑖 𝑛 × 𝑖 Prestação = U
Prestação = Principal
1+𝑖 𝑛 − 1 Principal = P

1+0,1 5 × 0,1
U= 5.000,00
1+0,1 5 − 1
U = 1.318,99
n Dívida Amortização Juros Prestações (U)
0 5.000,00 - - -
1 4.181,01 818,99 500,00 1.318,99
2 3.280,13 900,89 418,10 1.318,99
3 2.289,15 990,97 328,01 1.318,99
4 1.199,08 1.090,07 228,92 1.318,99
5 0,00 1.199,08 119,91 1.318,99
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Exercício 5 (lista fixação)


Uma divida de $10.000,00 deverá ser paga em 8 prestações
mensais iguais e consecutivas, a taxa de 3% a.m., vencendo a
primeira 30 dias após.
Pede-se determinar:
(a) O valor da prestação;
(b) O saldo devedor logo após o 4º pagamento;
(c) O saldo devedor exatamente antes do 5º pagamento;
(d) A distribuição da 6ª prestação em juros e amortização da
divida.
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(a) O valor da prestação

10.000,00 1.424,56

0 1 2 3 4 5 6 7 8

1+𝑖 𝑛 × 𝑖
U=P
1+𝑖 𝑛 − 1

1+0,03 8 ×0,03
U = 10.000,00
1+0,03 8 − 1

U = 1.424,56 50
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Dívida ou
(b), (c) e (d) Saldo
Juros Devedor
SD +J J = SD * i (SD)

Final do Antes do Depois do


U J Amortização
Periodo pagamento pagamento
1 10.300,00 1.424,56 300,00 1.124,56 8.875,44
2
3
4
5
6
7
8 51
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(b), (c) e (d)


Saldo
Juros Devedor
SD +J J = SD * i (SD)

Final do Antes do Depois do


U J Amortização
Periodo pagamento pagamento
1 10.300,00 1.424,56 300,00 1.124,56 8.875,44
2 9.141,70 1.424,56 266,26 1.158,30 7.717,14
3 7.948,66 1.424,56 231,51 1.193,05 6.524,10
4 6.719,82 1.424,56 195,72 1.228,84 5.295,26
5 5.454,12 1.424,56 158,86 1.265,70 4.029,56
6 4.150,44 1.424,56 120,89 1.303,67 2.725,88
7 2.807,66 1.424,56 81,78 1.342,78 1.383,10
8 1.424,59 1.424,56 41,49 1.383,07 0,03

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(b) O saldo devedor logo após o 4º pagamento

P4 1.424,56

0 1 2 3 4
0 1 2 3 4 5 6 7 8

𝑛
1+𝑖 −1 1+0,03 4 − 1
P=U 𝑛 P4 = 1.424,56
1+𝑖 ×𝑖 1+0,03 4 × 0,03

P4 = 5.295,24
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(c) O saldo devedor exatamente antes do 5º pagamento

P5 1424,25

0 1 2 3
0 1 2 3 4 5 6 7 8

𝑛
1+𝑖 −1
P=U 𝑛
1+𝑖 ×𝑖

1+0,03 3 − 1
P5 = 1.424,56 + 1.424,56
1+0,03 3 × 0,03

P4 = 1.424,56 + 4.029,54 = 5.454,10 54


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(d) distribuição da 6ª prestação em juros e amortização


P5 1.424,56

0 1 2 3
0 1 2 3 4 5 6 7 8

𝑛
1+𝑖 −1 1+0,03 3 − 1
P=U 𝑛 P0 = 1.424,56
1+𝑖 ×𝑖 1+0,03 3 × 0,03

P0 = 4.029,53

Juros = 4.029,53 × 0,03 = 120,89

Amortização = 1.424,56 − 120,89 = 1.303,67 55


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Lista 4 – Ex. 24
Uma pessoa financiou um imóvel no valor de $ 250.000,00 para ser pago em 36
prestações mensais, iguais e sucessivas, a uma taxa efetiva de 2% ao mês.
Enfrentando dificuldades financeiras, solicitou um refinanciamento de seu saldo
devedor (principal remanescente) imediatamente após o pagamento da 12ª
prestação mensal. Esse saldo devedor foi então refinanciado em 42 prestações
mensais, todas de mesmo valor, a serem pagas a partir do final do 13º mês.

Supondo que a taxa de juros seja mantida, pede-se determinar:

a) o valor do saldo devedor na 12ª parcela mensal do financiamento original.


b) o valor da prestação mensal do refinanciamento.
c) o valor dos juros e da amortização na quinta parcela do refinanciamento.

Respostas:
a) $ 185.511,80
b) $ 6.570,30
c) $ 3.474,50 e $ 3.095,80

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Sistema de Financiamento: Sistema de


Amortização Constante (SAC)

◼ Sistema de pagamentos no qual a amortização do empréstimo será


constante durante todo o período contratual. É muito utilizado no Sistema
Financeiro de Habitação.

◼ Pelo fato de a amortização ser constante, a série de prestações não é


uniforme. Ou seja, primeiro calcula-se o valor da amortização em
função do número de parcelas do financiamento, depois o cálculo dos
juros devidos será sobre o saldo devedor na data da amortização.
Calculados os juros, tem-se então o valor de cada prestação.

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Sistema de Financiamento: Sistema de


Amortização Constante (SAC)

Exemplo: Seja um empréstimo de 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m., por 5


meses.

n Dívida Amortização Juros Prestações


0 5.000,00 - - -
1 4.000,00 1.000,00 500,00 1.500,00
2 3.000,00 1.000,00 400,00 1.400,00
3 2.000,00 1.000,00 300,00 1.300,00
4 1.000,00 1.000,00 200,00 1.200,00
5 0,00 1.000,00 100,00 1.100,00
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