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ISSN: 1794-192X
investigaciones@ubscali.edu.co
Universidad de San Buenaventura Cali
Colombia
Nicholson, Andrew J.
Orientalismo, Interpretação, e o Estudo da Filosofia Indiana no Ocidente
Revista Científica Guillermo de Ockham, vol. 14, núm. 1, 2016
Universidad de San Buenaventura Cali
Cali, Colombia
Andrew J. Nicholson1
Stony Brook University, (EEUU)
um livro chamado Orientalismo: A Invenção do Oriente pelo Ocidente. Neste livro, Said
sobre o Islã foi produzido nos séculos XVIII, XIX e XX. Ele tinha menos a dizer acerca
alguns dos meus professores e colegas, como Sheldon Pollock, Ronald Inden, e Richard
_____________________________________
1
Is Associate Professor of Dept. Of Asian & Asian American Studies in Stony Brook
University. Email: andrew.nicholson@stonybrook.edu
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culturas e religiões asiáticas, esses europeus, como Arthur Balfour e Ernest Renan,
"Oriente". Por exemplo, enquanto os ocidentais eram vistos como práticos, viris,
espirituais e passivos. Esses estereótipos, é claro, têm pouca conexão com a realidade dos
indianos como "passivos." No entanto, esses estereótipos sobre o Oriente continuam até
hoje. Eles são reiterados em livros populares e em filmes sobre a Índia, por exemplo, na
especialização era literatura européia. De certa maneira, isso era uma virtude. Ele foi
sânscrito, árabe, e chinês clássico não podiam ver. Mas esta também foi uma limitação,
pois Said tendia a generalizar excessivamente. No meu livro de 2010, Unifying Hinduism
vezes, também discute o trabalho dos orientalistas britânicos sobre o sul da Ásia. William
Jones, que foi talvez o primeiro grande indólogo britânico, também é discutido no livro
de Said. Jones tentou aplicar os métodos filológicos desenvolvidos para o estudo do latim
descreveu William Jones como um agente imperialista que não estava envolvido de
masculino contra feminino, foi mais importante do que as investigações empíricas. Para
Edward Said, não estava em questão a compreensão correta ou incorreta dos objetos das
(...) o fenômeno do orientalismo como eu o estudo aqui trata, principalmente, não de uma
Essa indiferença aos objetos reais do estudo dos orientalistas e a suspensão das
questões de verdade ou falsidade nos trabalhos dos orientalistas cria problemas para a
Gostaria de agradecer a Lucas Nascimento Machado por sua ajuda na edição e tradução deste ensaio, que
foi originalmente apresentado como uma palestra no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
1
Edward Said, Orientalism. New York: Vintage Books, 1978, p. 5.
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meu professor, Sheldon Pollock. Hallisey inventou a frase “mimese intercultural” para
contexto cultural europeu. Por exemplo, Pollock descreve como o Raj britânico utilizou
usados desta maneira por os reis indianos. Esses exemplos sugerem que os orientalistas
fizeram, por vezes, contato real com seus objetos de estudo, o qual, contudo, foi
comprometido por distorções ideológicas do poder imperial.4 Além disso, as elites nas
orientalistas, usando discursos orientalistas como um instrumento para manter sua própria
2
Charles Hallisey, “Roads Taken and Not Taken in the Study of Theravāda Buddhism.” Em Curators of
the Buddha: The Study of Buddhism under Colonialism, ed. por Donald S. Lopez. Chicago: University of
Chicago Press, 1995, p. 33; Sheldon Pollock, “Deep Orientalism? Notes on Sanskrit and Power Beyond the
Raj.” Em Orientalism and the Postcolonial Predicament, ed. por Carol Breckenridge e Peter Van der Veer.
Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1993, pp. 97-8.
3
Pollock, p. 98.
4
Arif Dirlik sugere que é pela análise dessas “zonas de contato” entre orientalistas e seus informants
asiáticos que podemos começar a compreender o quanto os próprios asiáticos contribuíram para os
discursos orientalistas. Vide Dirlik, “Chinese History and the Question of Orientalism,” History and
Theory, 35:4 (1996), pp. 96ss.
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indianos de sua agencialidade. Ela também não pode explicar as contribuições reais de
indólogos como William Jones e H.T. Colebrooke para o entendimento da Índia antiga.
Sociedade Asiática Real em Londres, foi, com William Jones, um dos orientalistas
preeminentes dos séculos XVIII e XIX. Como Jones, ele também foi juiz durante parte de
seu tempo na Índia. Depois de onze anos de trabalho na Índia para o governo britânico,
ele começou o estudo do sânscrito para traduzir textos jurídicos (dharmaśāstras). Por
mais que tenha escrito sobre uma enorme quantidade de tópicos, desde a matemática
indiana até poesia em Prakrit, sua contribuição mais significativa, na minha opinião, foi
uma série de palestras que deu de 1823 a 1827 na Sociedade Asiática Real, intitulada
O estudo que Colebrooke faz dos sistemas filosóficos indianos é notável por como
ele é fiel às suas fontes primárias em sânscrito, e por como raramente comete erros sobre
as doutrinas das escolas de filosofia indiana. Mais especificamente, ele evita as distorções
de orientalistas no final do século XIX tais como Arthur Schopenhauer, Paul Deussen,
Richard Garbe, entre outros, que tentaram arduamente identificar semelhanças com
com filosofias ocidentais, e sem louvor ou menosprezo. Colebrooke mostra, com seus
possibilidades para a indologia ocidental, apesar das diferenças culturais e das relações
britânicos sobre o Oriente Médio, ele também afirmou que sua análise se aplicava a
outras partes da Europa. Ele discute Friedrich Schlegel, autor alemão do influente livro
de 1808, Über die Sprache und Weisheit der Indier (Sobre a Língua e a Sabedoria dos
Índianos). Mas pode ser que Said cometa um erro aqui. Estudiosos como Todd Kontje, no
era um poder imperial na Ásia. Ao invés de ver a Índia antiga como algo
fundamentalmente outro, muitos alemães a viram como uma parte da sua própria herança,
ou seja, da herança dos povos arianos, que eles acreditavam serem responsáveis tanto
pela cultura indiana antiga quanto pela cultura alemã. Isso levou a algumas declarações
notórias dos indólogos alemães Walther Wüst e Jakob Wilhelm Hauer, os quais, na
década de 1930, interpretaram pelas lentes de teorias racistas nazistas os antigos textos
indianos. Por exemplo, em uma palestra que deu na Universidade de Munique em 1937,
Wüst disse que as teorias de Adolf Hitler faziam parte da “antiga tradição hereditária (...)
Não obstante tais exemplos extremos, está claro que, para muitos indólogos
alemães, o estudo de textos em sânscrito não foi feito tendo por finalidade mostrar que os
indianos eram completamente "ontologicamente Outros." Antes, ele foi feito, isso sim,
5
Pollock, pp. 88-98, e Todd Kontje, German Orientalisms (Ann Arbor: University of Michigan Press,
2004).
6
Citado em Pollock, p. 90.
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para descobrir um passado histórico compartilhado – quer este passado tenha sido
passado compartilhado por todos os seres humanos. Mas, qual foi o legado da indologia
alemã dos séculos XIX e XX? Os seus erros anteriores invalidariam os métodos de
Em 2014 um livro polêmico foi publicado, chamado The Nay Science: A History
of German Indology (A Não Ciência: Uma História da Indologia Alemã). Escrito pelos
estudiosos indiano-americanos Vishwa Adluri e Joydeep Bagchee, este livro é uma crítica
mordaz à pretensão dos indólogos alemães de que o tipo de trabalho que eles fazem seja
praticado por indólogos, e as raízes deste método na teologia protestante alemã. Eles
discutem também o trabalho dos principais estudiosos da Europa que usam esse método
como sendo "pseudocríticos"? O seu trabalho é, de certa forma, uma extensão da obra de
Edward Said e Sheldon Pollock, embora uma extensão em relação à qual mesmo Sheldon
Pollock já tenha expresso desconforto. Esse livro começa no século XIX, examinando o
trabalho dos estudiosos alemães que afirmavam utilizar o "método histórico-crítico" para
resumem como:
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indólogos do século XIX, tais como Adolf Holtzmann Sr., Richard Garbe e Rudolf Otto,
e que eles afirmam continuarem presentes no trabalho de indólogos do século XX.8 Mas,
parcial. Alguns indólogos dos séculos XIX e XX estavam profundamente envolvidos com
a filosofia, a ponto de projetarem nos textos indianos que estudavam suas próprias ideias
sobre a filosofia ocidental. O exemplo mais óbvio disso foi Paul Deussen, um estudioso
ilusão (māyā) era o ensinamento central das Upaniṣads. Deussen também era amigo de
Friedrich Nietzsche. A leitura que Nietzsche faz do budismo como uma filosofia
Adluri e Bagchee, entretanto, argumentam que Deussen não era uma figura
7
Vishwa Adluri e Joydeep Bagchee, The Nay Science: A History of German Indology. (New York: Oxford
University Press, 2014), p. 28.
8
Adluri e Bagchee, p. 156.
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nos séculos XVIII e XIX, na leitura rigorosa dos textos, por meio do uso de métodos
possível descobrir o sentido original e autêntico dos textos se métodos científicos forem
acordo com Gadamer, textos filosóficos antigos devem ser abordados não como artefatos
históricos mortos, mas sim como verdades vivas. Ele considera cada encontro com um
texto como uma oportunidade para uma “fusão de horizontes”, e rejeita a compreensão de
mim, um americano com um diploma de uma faculdade de artes liberais, parecia óbvio
estudos de indologia de dia. Porém, logo aprendi que, em meu seminário de sânscrito,
fazer perguntas sobre as lições práticas passadas pelo texto budista que estávamos lendo,
ou mesmo traçar paralelos com as doutrinas de outros filósofos, não era bem-vindo. Nós
não estávamos preocupados com a “verdade” do texto sânscrito que estávamos lendo,
mas sim com a interpretação “correta”, usando um método histórico-crítico que tinha sido
desenvolvido pela primeira vez no século XIX para a análise de textos bíblicos. Queria eu
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que eu tivesse o The Nay Science de Adluri e Bagchee naquela época, para me ajudar a
entender as origens dessa desconexão radical entre duas maneiras de abordar textos
antigos.
Georg Gadamer e Reiner Schürmann, é poderosa e efetiva. Mas, seria a indologia alemã
realmente tão inútil e “pseudocrítica” como eles dizem? É interessante que, enquanto
muito lento que consome muito tempo, e que frequentemente envolve coletar dúzias de
Sou um historiador da filosofia e um tradutor e, para mim, ter edições críticas dos
textos que eu leio é tremendamente importante. É a diferença entre eu ser capaz de sentar
palavra ou frase em um texto sânscrito, ou ter de viajar por toda a Índia por meses,
passando por bibliotecas diferentes e implorando aos bibliotecários pelas cópias digitais
dos textos para que eu possa compará-los. Só por esse trabalho, os indólogos alemães já
Wittenberg, está, atualmente, supervisando um projeto para criar uma edição crítica de
explicação para tanto.9 Me parece que, aqui, os autores exageraram o escopo de sua
crítica à indologia alemã. Por mais que o método da indologia alemã exija que ela ignore
alemã”, quais são os métodos da “indologia americana”? Por mais que tenha passado
quinze anos estudando em diferentes universidades nos Estados Unidos, tenho de admitir
que não tenho certeza! Isso se deve, penso, ao fato de que há uma grande variedade de
práticas nas universidades americanas, de modo que não há uma única abordagem
diploma de doutorado pelo estudo de textos sânscritos, há mais ou menos cinco que
universidades que têm programas fortes de ciências das religiões e oferecem sânscrito,
9
Adluri e Bagchee, p. 415.
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em larga medida, como uma parte do estudo das religiões do sul da Ásia. Estas
departamentos de filosofia nos Estados Unidos que são conhecidos por treinar estudantes
para ler textos filosóficos em sânscrito: Havaí e Texas. Em geral, contudo, um aspecto
geralmente não são os melhores lugares para estudar filosofia indiana! A minha própria
fato de que, pelo que me parece, o treino em ambas as disciplinas é essencial para
entender as tradições filosóficas asiáticas. É preciso ter experiência nas línguas e culturas
da Índia para que se possa entender propriamente os seus textos, assim como é preciso ter
treinamento filosófico para ser capaz de fazer comparações com propriedade entre as
indólogos na Alemanha, Adluri e Bagchee nomeiam alguns estudiosos que sugerem ser
estudiosos têm em comum? Nenhum deles foi treinado na Europa continental, primeiro
H.H. Ingalls. De fato, a maior parte dos estudiosos de sânscrito ensinando atualmente nos
Estados Unidos pode traçar a sua linhagem diretamente até Daniel Ingalls. Isso significa
O próprio Daniel Ingalls era um estudioso com uma ampla gama de interesses.
Por mais que tenha feito seus estudos avançados na lógica da Navya-Nyāya em Kolkata,
com o paṇḍita M.M. Śri Kālīpada Tarkācharya, ele também era um especialista em poesia
clássica e em teoria literária, tendo publicado dois volumes sobre esses tópicos. Se há
algum tipo de indologia americana, ele pode ser caracterizado pelo ecletismo tal como o
intérpretes influentes de mitos hindus. Outros, como Karl H. Potter, Bimal Matilal e
pelos estudantes de Daniel Ingalls têm sido extremamente amplas. Em particular, vemos
de textos. Meu próprio trabalho se baseia fortemente no trabalho dos filósofos Hans-
Georg Gadamer e Michel Foucault, dois pensadores que influenciaram uma grande
teóricos políticos tais como Theodor Adorno e Antonio Gramsci, e em teóricos literários
psicanalíticas de Sigmund Freud. Por mais que, atualmente, a maior parte dos
departamentos de psicologia nos Estados Unidos não ensine psicanálise freudiana como
parte de seu currículo, Freud e seus discípulos deixaram uma profunda impressão na vida
intelectual americana na metade do século XX. Essa influência pode ser vista no trabalho
Sigmund Freud). Lá, ele desenvolveu pontos de vista controversos sobre a “teoria da
livro de 1980, The Oceanic Feeling (O Sentimento Oceânico), Masson discute os poderes
supernaturais (vibhūtis) descritas por Vyāsa em seu comentário aos Yoga Sūtras de
Patañjali. Masson sugere que não devemos entender esses poderes como reais, mas sim
como fantasias que podem ser melhor compreendidas de acordo com o conceito
antiga, e esse tipo de análise freudiana da religião indiana não têm sido popular na
causa de uma controvérsia que ocorreu em 2014. Dina Nath Batra, um membro do grupo
hindu nacionalista de extrema direita RSS, afirmou que o livro de Doniger, The Hindus
(Os Hindus), era culpado de “ferir os sentimentos hindus” e, portanto, deveria ser banido
da Índia, segundo as leis de anti-blasfêmia. Sob a pressão de uma ação judicial, a editora
retratam falsamente o hinduísmo como sendo sedento por sangue e sexualmente perverso.
Rajiv Malhotra, um autor hindu nacionalista situado em New Jersey, argumentou que
Apenas teorias que sejam derivadas das tradições intelectuais indianas, segundo ele,
seriam apropriadas para a análise de religiões indianas. Portanto, Freud não é permitido.
Universidade de Chicago como a “prole de Wendy”, afirmando que muitos deles são
subjetivamente suas próprias neuroses na cultura indiana.10 De acordo com ele, “não há
onde se possa ir (...) sem esbarrar com o efeito de sua influência, por meio de um grande
culto de estudantes, que a glorificam em troca de sua tutela.” Outros nacionalistas hindus
afirmaram que Doniger tem “o zelo de uma missionária cristã” em retratar o hinduísmo
negativamente, que sua pesquisa foi fundada pela CIA e que ela doa dinheiro para
organizações racistas nos Estados Unidos.11 Como explicar essas teorias conspiratórias
10
Rajiv Malhotra, “Wendy’s Child Syndrome” <http://creative.sulekha.com/risa-lila-1-wendy-s-child-
syndrome_103338_blog> (acessado 1 August 2015).
11
Sobre as primeiras duas acusações, cf. Arvind Kumar, “Wendy Doniger’s fake victimhood”
<http://indiafacts.co.in/wendy-donigers-fake-victimhood/>. Sobre a terceira acusação, cf. Arvind Kumar,
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sobre Wendy Doniger e seus estudantes? Estaria a escola americana de indologia cheia de
estudioso americano que leu o livro mais recente de Rajiv Malhotra, Indra’s Net:
Filosófica do Hinduísmo), encontrou sete instâncias nas quais Malhotra havia claramente
me plagiado. Por mais que eu soubesse que Malhotra admirava meu livro Unifying
Hinduism e havia o citado extensivamente, não sabia que ele era um plagiador. Em 17 de
julho, publiquei uma declaração online de 600 palavras expressando meu desagrado com
o fato de meu trabalho ter sido plagiado e distorcido por Rajiv Mahotra.12 Em uma
semana, minha declaração teve mais de setenta mil visualizações. Isso levou a vários
ataques à minha pessoa, incluindo falsas acusações de que eu também seria um plagiador
Chicago.
Doniger. Leitores cuidadosos do meu primeiro livro verão que eu sugiro que suas
acredito que ela seja anti-hindu. Eu defendo inteiramente o seu direito de publicar na
Índia, e acredito que as leis de blasfêmia do código penal indiano estão ultrapassadas e
deveriam ser mudadas para proteger a liberdade de expressão na Índia. Há muitas forças
Europa. Em 1965, o governo dos Estados Unidos aboliu seu sistema anterior racista de
quotas nacionais de imigração, e passou uma nova lei que tornou mais fácil para
imigrantes indianos ricos na Califórnia, Nova York e New Jersey. Esses imigrantes
sentem a necessidade de defender a sua cultura, por exemplo, corrigindo o que eles veem
Entretanto, a maior parte dos ativistas hindus é treinada em áreas técnicas, não nas
humanidades. Geralmente, eles não têm um estudo sério de religião indiana, de filosofia
descrição de Rajiv Malhotra como alguém que parece “uma paródia de direita de (...)
13
Jonathan Shainin, “Why Free Speech Loses in India” <http://www.newyorker.com/news/news-
desk/why-free-speech-loses-in-india> (acessado em 1 de Agosto de 2015).
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surgimento dos estudos pós-coloniais, cujos temas e vocabulário foram apropriados pelos
Estados Unidos. Mas, como outros estudiosos observaram, autores como Malhotra estão
Edward Said criticava. Para Malhotra, há uma diferença ontológica absoluta entre o
hinduísmo, que é flexível, tolerante e positivo, e o cristianismo, de que ele faz uma
atitudes puritanas em relação a sexo que Maholtra usa para criticar Doniger e seus
atitudes em relação a sexo foram importadas para a Índia pelos missionários protestantes
pré-modernos de conhecimento sânscrito. É por isso que eles têm sido tão dependentes de
outras línguas indianas pré-modernas, e é por isso que Malhotra precisou utilizar tanto
meu livro. Há ainda uma tradição de paṇḍits (estudiosos tradicionais) na Índia, mas essa
financiamento de setores públicos ou privados na Índia que visem à instrução nas línguas
clássicas indianas. Sem algum tipo de intervenção maior, ele escreve, “o número de
cidadãos capazes de ler (...) textos (...) da era clássica (...) se aproximará em breve do
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zero estatístico.”14 Mas o governo atual da Índia, por mais que fale sobre a grandeza da
cultura sânscrita e declare o “Dia Internacional do Yoga”, não parece ter nenhum
da esquerda secular como da direita religiosa, demonstram pouco interesse real na cultura
podem fazer em relação a estas políticas contemporâneas de identidade hindu? Para além
Europa na última década também foi difícil. Programas de sânscrito na Holanda, Bélgica,
parece ser mais promissor no futuro próximo.15 Apesar das pressões financeiras, o
crescente interesse pela filosofia antiga e pelas línguas asiáticas causou o crescimento das
Buenos Aires, Cidade do México, e Nova York têm oportunidades agora que não
existiam antes. Após dois anos de estudos em sânscrito, esses estudantes estão preparados
para ir para Mysore, Pune, ou Varanasi para ler filosofia (darśana), direito tradicional
14
Sheldon Pollock, “Crisis in the Classics,” Social Research 78:1 (2011), p. 22.
15
Cf. Radhavallabh Tripathi (ed.), Sixty Years of Sanskrit Studies (1950-2010) (Delhi: Rashtriya Sanskrit
Sansthan, 2010).
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É também uma obrigação de preservar essas perspectivas tradicionais, antes que elas
sejam perdidas.