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5105/2028, 16:50 Despatologizaglo das idenlidades Trans e Travestis a Brana 7 Inicio Noticias Legislago Publicages Videos Sites Sobre Evento sobre Recovery examina experiéncias e discute desdobramentos para Reforma Psiquiatrica Com foco em politicas publics de Satide Mental, relatos sobre avanos e desafios no Brasil, nos Estados Unidos ena Italia dao infcio a coléquio Aanélise de experiéncias de paises nas politicas publicas em Sade Mental, com o objetivo de dar seguimento a Reforma Psiquiatrica, foi o mote da entrevista (discussao) inicial do 1 Coléquio Internacional em Recovery (Restabelecimento) Vivencias e Préticas, iniciado nesta quarta-feira (25), em So Paulo. Os participantes compararam os avangos ¢ desafios de Brasil, Estados Unidos e Italia no que diz respeito, especialmente, a cidadania ativa das pessoas com sofrimento mer evento foi aberto, logo antes, pelo presidente do International Recovery and Citizenship Council (IRCQ), Michael Rowe; pelo conselheiro Rogério Oliveira, do Conselho Federal de Psicologia (CFP|; pelo presidente da Associago Brasileira de Saude Mental (Abrasme), Walter Ferreira Oliveira; e pela representante da Comiss4o Organizadora do Coléquio, Graziela Reis, Para o professor associado da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp) Roberto Tykanori, uma caracteristica marcante do caso brasileiro ¢ a participagao politica dos ususrios. “Como nossa experiéncia esta "linkada’a Reforma, em muitos servicos no territério se possibilitou a insergio deles e de seus familiares como atores, que gera um sentimento de coletividade", avaliou, A seu ver, as conferéncias nacionais organizadas pelo governo federal amalgamaram essa cultura de luta por um lugar social, criginada na participac3o em assembleias, associagdes ¢ manifestacdes publicas, Tykanori, que coordena a area de Satide Mental da Secretaria Municipal de Satide da capital paulista, disse que essa dimenso da vida incide na questio subjetiva e psicolégica dos pacientes: “Essas pessoas se reconfiguram diferente, evoluem de outra forma, estabilizam-se muito mais répido. Mesmo tendo crises, recaidas”. Nos Estados Unidos, 0 movimento inicial priorizou a conquista de direitos civis, explicou 0 diretor do Programa de Recovery do Departamento de Psiquiatria, Programa de Recovery e Satide Comunitéria (PRCH) da Universidade de Yale, Larry Davidson Ele comparou essa bandeira 3 da populacio negra nos anos 1940, “Uma das lutas dos negros era poder se sentar ao lado de Luzon cookies teenie Ser ahares pare melhrra sua sxpennca em nasso8 sania. Ao contr ravegande, ook concord om esas conde. ° PROSSEGUR hitpssidespatologizacao cfp.rg.brlevento-sobre-recovery-examina-experiencias-e-dscute-desdobramentos-parareforma-psiquatica! 13 251052023, 16:50 Despatologizaglo das idenlidades Trans e Travestis Davidson sublinhou a viabilidade de uma vida plena para as pessoas com sofrimento mental e lemibrou um episédio em que estava diretamente envolvido, “Num evento, uma pessoa idosa se identificou assim: ‘Meu nome é tal e tomo medicamentos hd 40 anos”, contou. “Na minha vez, apresente-me assim: Meu nome é Larry, sou professor e torno medicamentos hé 20 anos. Nao ha limites para 0 que essas pessoas podem fazer. Elas podem contribuir muito com a sociedade.” Ao lado de ‘empregos competitivos, ele apontou a manutencdo de uma residéncia por conta propria e a criacio dos filhos como dimens®es que podem ser exercidas, com ou sem suporte dos pares, dependendo do caso. Convergancias Armilitante da luta antimanicomial Ana Marta Lobosque identificou a énfase no protagonismo do usuario e a despatologizacéo da loucura como dois pontos caros as experiéncias dos trés paises. No que diz respeito ao Brasil ela lassificou a logica vigente antes da Reforma Psiquidtrica como uma “imitac3o barata" do modelo francés de manicémio e descreveu uma espécie de efeito colateral do enfrentamento, “Como a pauta era tirar os pacientes dos hospicios, ol preciso fazer ‘disputa de mercado’ com eles’, contou a psiquiatra doutora em Filosofia, “Com isso, a rede de servigos comunitérios fol moldada para o atendimento de uma clientela muito grave, tanto do ponte de vista psicolégica como do social. Ea psicopatologia e companhla, que deveriam ser recursos auxiliares para um certo momento (do acompanhamento), acabaram Virando o principal” ‘Ana Marta ponderou que, em termos de histéria e de instituicdes, os brasileiros conhecern muito menos dos EUA que da Europa, Assim, para aprofundar o didlogo com a linha proposta, levantou questées a tratar no encontro: “Quais io as, correlagdes de forca em que o Recovery atua? Quem sao seus adversérios enquanto movimento social? Como preservar a diretriz de universalizacdo que consideramos prioridade sem incorrer nessa psicopatologizacao? Como ajudar aquelas personagens sociais que sempre precisardo de ajuda sem que se sintam devedoras?” O diretor do Departamento de Saude Mental de Trieste, Roberto Mezzina, destacou que o assunto é complexo desde sua

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