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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

Vânia Pereira Muzel

AULA 9

Contabilidade de
instrumentos financeiros:
reconhecimento,
desreconhecimento
e classificação

SÍNTESE

Instrumento financeiro é qualquer contrato que


dê origem a um ativo financeiro para a empresa
e a um passivo financeiro ou instrumento
patrimonial para outra empresa.

O exemplo de instrumento financeiro ativo


mais comum é o direito contratual de receber
caixa, como no caso de contas a receber
decorrentes de uma venda. Para o cliente, foi
gerado um instrumento financeiro passivo, ou
seja, o cliente deverá desembolsar caixa para
liquidar essa obrigação.

A empresa deve reconhecer um instrumento


financeiro a partir do momento em que
ela é parte das disposições contratuais do
instrumento, como no exemplo anterior. O
desreconhecimento acontece quando aquela
relação contratual, ou parte dela, é encerrada,
transferida ou liquidada. Quando um cliente
compra um produto e, 30 dias depois, transfere
caixa no valor da mercadoria para a empresa
vendedora, a relação contratual foi concluída.

O instrumento financeiro é registrado


inicialmente pelo seu valor justo, que é o valor
na data da transação. Caso este valor tenha
juros embutidos, o valor dos juros deve ser
excluído, e o que sobra é o valor justo a ser
contabilizado.

A classificação do instrumento financeiro tem


três categorias descritas a seguir.

1 SUBSEQUENTEMENTE AO CUSTO
AMORTIZADO
Quando o valor é segregado entre
principal e juros e a empresa tem
um modelo de negócio em que
o instrumento é mantido até sua
liquidação ou transferência.

2 VALOR JUSTO POR MEIO DE OUTROS


RESULTADOS ABRANGENTES
Quando, além das condições
anteriores, o modelo de negócio
inclui a venda/transferência do
instrumento financeiro, como no caso
de descontos de duplicatas.

3 VALOR JUSTO POR MEIO DO


RESULTADO
Quando o instrumento financeiro
não se encaixa em nenhuma das
classificações anteriores, por
exemplo nos investimentos em
ações.

FIQUE ATENTO

O desreconhecimento de um instrumento
financeiro ativo transferido para um banco
é vantajoso para a empresa, na medida em
que ela não registra um empréstimo, mas
reduz o saldo de seu contas a receber. Muitas
transações são desenhadas para que tenham
a aparência de que o risco de crédito foi
efetivamente transferido, mas, de fato, não
foi. A análise de quem fica com o risco de
crédito é chave para avaliar se o instrumento
foi transferido ou se, em essência, a empresa
tomou um empréstimo com as duplicatas a
receber como garantia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM.


Deliberação CVM nº 763, de 22 de dezembro de
2016. Aprova o Pronunciamento Técnico CPC
48 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis,
que trata de Instrumentos Financeiros, 2016.
Disponível em: http://conteudo.cvm.gov.br/
legislacao/deliberacoes/deli0700/deli763.html.
Acesso em: 17 jun. 2021.

IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E.


R.; SANTOS, A. dos. Manual de contabilidade
societária: aplicável a todas as sociedades – de
acordo com as normas internacionais e do CPC.
São Paulo: Atlas, 2018.

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