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3.

O tratamento conservador associado ao uso de pessários


O uso de pessários vaginais é uma alternativa para tratamento do POP, sendo
considerado primeira linha de tratamento. Se tratando do mesmo, é um dispositivo
removível semelhante a um anel ou donut, que é introduzido na vagina para dar mais
suporte aos órgãos internos que são sustentados pelo assoalho pélvico.
O material que o compõe, geralmente é o silicone, porque deve ser não absorvente e
macio para dar conforto à mulher. É recomendado preparo prévio da mucosa vaginal
com cremes à base de estrogênios nas mulheres na pós-menopausa e manutenção
do uso após a introdução do objeto.

São frequentemente usados quando a


paciente tem forte preferência por
tratamento não cirúrgico do prolapso ou
quando seu risco cirúrgico é elevado,
significando alta morbimortalidade (LIMA
et al., 2012).

Os pessários são divididos em dois tipos: suporte e oclusivo. Os de suporte possuem


função de sustentar e suportar o órgão pélvico, que está se deslocando em direção
a vagina, sem ocluir totalmente a vagina. Desta forma, eles permitem a prática de
relação sexual, sem a retirada dos mesmos. São de mais fácil manuseio e menos
complicações e, por esse motivo, são mais aceitos e tolerados pelas mulheres. Ele
inclui o anel, anel com suporte e shaatz, sendo que o mais comum é o modelo anel
que tem um manuseio mais fácil. Ele é facilmente inserido e retirado dentro da vagina
e não tem necessidade de retirada constante, além de permitir a prática de relação
sexual sem sua retirada.
O tipo oclusivo é definido como dispositivos que ocupam espaços (‘’space-falling’’),
ocluindo totalmente a vagina. Os tipos mais comuns são os modelos donuts, gelhorn
e anel. Esses modelos são caracterizados por maior pressão na parede vaginal, pois
precisam ocluir a vagina, sendo necessária a retirada periódica e durante atividade
sexual.
Para obter a medida ideal para o pessário o
profissional deve primeiramente realizar um exame
manual medindo assim o comprimento da vagina,
do saco posterior e da sínfise púbica. Logo após
deve ser medida a largura vaginal, com os dedos
médios horizontalmente em direção ao colo do
útero. A combinação dessas medidas permite a
escolha do pessário mais adequado para a paciente
(THAKAR, 2014)
Estudos recentes concluíram que a maioria das mulheres utilizaram com sucesso o
pessário, com taxas de sucesso de redução de POP que variam de 63% a 86%.

3.1 Recursos fisioterapêuticos na reabilitação da musculatura do


assoalho pélvico
A atuação fisioterapêutica é baseada no fato de que as cirurgias para prolapso não
curam a disfunção muscular pélvica que pode ter ocasionado a desordem, pois a
cirurgia por sua vez, é apenas feito a recolocação o órgão no lugar, porém não trata
a fraqueza muscular do assoalho pélvico, assim necessitando do tratamento
fisioterapêutico, onde trabalhará para o fortalecimento dos músculos da pelve, além
de que a fisioterapia ira por sua vez reduzir a chance da paciente necessitar de
cirurgia.
A intervenção fisioterapêutica em POP de primeiro
grau é recomendada pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) em um documento de 1999. O
tratamento fisioterapêutico e os recursos
disponíveis consistem em treinamento do músculo
do assoalho pélvico, incluindo a cinesioterapia
(exercícios do assoalho pélvico), os cones
vaginais, o biofeedback e a eletroestimulação.
(CREFITO 13)

A cinesioterapia é a terapia por meio de movimentos e tem como base movimentos


repetidos e voluntários permitindo o aumento da resistência a fadiga, da força
muscular, da flexibilidade, da mobilidade, e da coordenação muscular. Por meio de
exercícios de fortalecimento é possível desenvolver o aumento do diâmetro e força
de fibras musculares. A técnica de cinesioterapia mais utilizada na reeducação
perineal, são os exercícios de kegel, originado pelo ginecologista Arnold kegel em
1950, que desenvolveu um programa de exercícios para a musculatura do assoalho
pélvico, mostrando que os princípios básicos dos exercícios para fortalecer essa
musculatura é reforçar a resistência uretral e melhorar a sustentação dos órgãos
pélvicos (Souza, 2017).

Os exercícios de kegel, consiste nas contrações


voluntárias da musculatura do assoalho pélvico,
intercalando com as contrações mantidas com o
objetivo de estimular as fibras musculares do tipo I
e do tipo II do assoalho pélvico. O posicionamento
em decúbito dorsal e ventral proporcionam maior
facilidade e eficiência na contração do períneo
(Latorre, 2012).
Os cones vaginais são recursos que ajudam as pacientes a fortalecer o assoalho
pélvico, uma vez que elas já tenha aprendido a contrair os músculos dessa região
para que possam sustentar os cones vaginais introduzidos, os mesmos são
dispositivos de mesma aparência e tamanho, com pesos que variam de 20 a 120 g.
Conforme o aumento da força e resistência da musculatura, o peso dos cones deve
ser progressivamente aumentados, isso é possível por meio do recrutamento da
musculatura pubococcígea que auxilia na periferia e na conscientização perineal.

Os cones vaginais por sua vez vêm contribuindo de


forma positiva para o tratamento da prevenção do
prolapso genital, porque ao tentar segurar o cone
dentro da vagina, as pacientes estão reforçando a
musculatura necessária para a sustentação e assim
ajudar para a prevenção da depressão desses
órgãos (Fonseca, 2021)

O biofeedback também é um aparelho bastante usado na reabilitação da musculatura


pélvica, esse aparelho consiste em um retrocontrole biológico, que possibilita a
conscientização objetiva de uma função fisiológica inconsciente. Essa
conscientização muscular é conseguida através da utilização de um sinal sonoro e/ou
visual. O aparelho mostra as contrações dos músculos do assoalho pélvico e a sua
intensidade é demonstrada por sinais visuais. A sonda inflável é penetrada na vagina,
após ser introduzida e insuflada a paciente faz uma contração máxima, onde a
intensidade é gravada e visualizada no visor do aparelho em mmHg. Ele possibilita a
propriocepção e identificação muscular, contribuindo posteriormente para a
coordenação e reeducação dos músculos pélvicos, ele faz com que ocorra uma
percepção fisiológica dessa região, ensinando a paciente a controlar a musculatura,
auxiliando na prevenção do prolapso genital.
O uso da eletroestimulação acontece através de uma corrente elétrica que leva a
inervação da víscera pélvica. Essa técnica tem como intuito propor a contração
passiva da musculatura perineal (Silva, 2017).

O benefício da eletroestimulação transvaginal no


tratamento do prolapso genital foi confirmado no
estudo de Knorst et al., pois a introdução do eletrodo
vaginal além de estimular a musculatura do
pavimento pélvico, também promove o
fortalecimento muscular dessa região,
apresentando assim melhoras significativas na
função muscular perineal (Araújo, Santo, Postol,
2020).
3.1.1 Os desafios enfrentados em mulheres no autodiagnóstico de
prolapsos
Apesar da eficácia comprovada da fisioterapia no manejo do prolapso de órgãos
pélvicos, muitas mulheres ainda desconhecem essa opção de tratamento ou não têm
acesso a profissionais qualificados nessa área. Ademais, a falta de conscientização
sobre a importância do fortalecimento do assoalho pélvico e a relutância em abordar
questões íntimas e relacionadas à saúde pélvica podem impedir que as mulheres
procurem ajuda adequada.
Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) não fornece o pessário para mulheres
com POP. A ausência do dispositivo de forma abrangente no território nacional
favorece o pouco conhecimento sobre a prática de prescrição do mesmo no Brasil
pelos médicos e outros profissionais da saúde, interferindo, provavelmente, em uma
redução do tratamento multidisciplinar que pode ser oferecido para essas mulheres.
Um estudo realizado na Espanha também evidenciou uma baixa prescrição do
tratamento com o dispositivo no país, mostrando que existe uma variação importante
quanto à indicação e prescrição desse tratamento pelo mundo.

2. Metodologia
O presente artigo trata-se de uma revisão bibliográfica qualitativa descritiva, onde
foram selecionados estudos acadêmicos conforme os critérios de inclusão a partir de
análises de títulos e palavras-chaves como “prolapsos”, “assoalho pélvico",
“fisioterapia”. Ademais, através da pesquisa qualitativa descritiva foi feito um
questionário com informações e perguntas necessárias para o diagnóstico de
prolapsos pélvicos e interrogado a mulheres no município de São Mateus com idade
entre 45 e 70 anos, com o intuito de resultados que nos indicam qual tipo de prolapso
com maior incidência e trazer a conscientização da importância do tratamento
fisioterapêutico
Introdução:
 .... Múltiplos fatores podem estar relacionados ao desenvolvimento do POP,
esses fatores incluem, idade, paridade, histerectomia, cirurgias, prévias,
correção de distopia genital e desordens relacionadas ao colágeno. No entanto
outros fatores potenciais ainda são bastante controversos, dentre os quais
podemos citar o tipo de parto, peso do recém-nascido, obesidade, tosse
crônica, histórico familiar, dentre outras situações clínicas. (Lopes, 2017)

 A fisioterapia em prolapsos visa fortalecer os músculos do assoalho pélvico,


melhorar o suporte dos órgãos pélvicos e aliviar os sintomas associados ao
prolapso. Por meio de exercícios específicos, técnicas de biofeedback,
eletroestimulação, reabilitação da musculatura do assoalho pélvico, cones
vaginais, buscando melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida das
mulheres afetadas pelo prolapso. (Araujo, et al 2013)

 Diante desse contexto, este artigo tem como objetivo discutir a importância da
fisioterapia no manejo do prolapso de órgãos pélvicos. Serão abordados os
benefícios da fisioterapia, as técnicas e abordagens utilizadas, bem como a
importância da conscientização e do acesso a serviços de fisioterapia
especializados nessa área.
 Ao compreender melhor a relevância da fisioterapia no tratamento conservador
do prolapso de órgãos pélvicos, espera-se que as mulheres afetadas por essa
condição possam tomar decisões informadas sobre sua saúde e buscar o
tratamento adequado, melhorando assim sua qualidade de vida e bem-estar.

Conclusão:
 .... Apresentar abordagens eficazes para aumentar a conscientização sobre o
prolapso genital, como campanhas de saúde pública, programas de educação
em saúde, materiais informativos e divulgação em mídias sociais.

 Discutir a importância de fornecer informações claras sobre os sintomas,


riscos, tratamentos disponíveis e a importância de procurar assistência médica
adequada.
Exercícios proporcionados pela fisioterapia mostraram alívio dos sinais e
sintomas dos Prolapsos de Órgão Pélvicos, devolvendo assim não só a
sustentação dos órgãos pélvicos às pacientes, mas a segurança na realização
das atividades cotidianas.

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