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Relatorio de Estagio Profissional Kévin M. L. Lopes - Versão Final
Relatorio de Estagio Profissional Kévin M. L. Lopes - Versão Final
1 Resumo ........................................................................................................................... 4
2 Enquadramento............................................................................................................... 5
Anexos
Anexo C – PIE-FIE
Para admissão a membro efetivo à Ordem dos Engenheiros de Cabo Verde (OECV),
foi feito um estágio profissional no Centro Nacional de Artesanato e Design (CNAD)
do Mindelo e para essa finalidade foi feito um relatório para demonstrar o processo
construtivo da obra civil.
Este documento foi efetuado pelo licenciado em engenharia civil, Kévin Manuel Lima
Lopes, no âmbito de admissão de membros estagiários da OECV à membros efetivos, regido
pelo Órgão de Consulta e Apoio – Conselho de Admissão e Qualificação Profissional, entre
janeiro de 2020 e setembro do mesmo ano.
O presente estágio foi concretizado na empresa SGL – sociedade de construções, S.A., com
sede Avenida Santiago Nº 28, Palmarejo – Santiago e com escritórios na cidade Espargos,
ilha do Sal.
Fui integrado na obra de Ampliação e Reabilitação do CNAD, sito em Mindelo São Vicente,
como diretor de obra adjunto, embora a partir do escritório de estaleiro, situado no mesmo
local da obra, acompanhasse as demais obras referidas acima.
Durante o estágio dirigi e geri, como adjunto do Eng. Fernando, a obra no CNAD, tendo
trabalhado em todas áreas que abrangem a direção e gestão de uma obra. Ao mesmo tempo,
efetuei visitas técnicas, elaboração de planos de trabalhos comerciais e execução de peças
desenhadas referentes às outras obras, participando assim no processo de apresentação de
propostas de execução de empreitadas sujeitas à concurso publico.
Este relatório tem como objetivo o discernimento e explicação dos trabalhos realizados ao
longo do estágio profissional em concordância com as funções desempenhadas quer no
escritório de estaleiro quer nas frentes de obra, afim de obter a admissão a membro efetivo
da Ordem do Engenheiros de Cabo Verde (OECV) e
2.2 Metodologia do trabalho
A metodologia adotada para a realização deste relatório baseou-se na descrição dos trabalhos
realizados ao longo do estágio com recurso à relatos e registos fotográficos efetuados,
apresentação de documentos e ficheiros criados para e na execução de tarefas nas obras e
demonstração de pequenos exemplos de tarefas aprendidas
3 Apresentação da Empresa
“SGL – Sociedade de Construções SA, foi fundada em 2002 por engenheiros com vasta
experiência no ramo de construção em Cabo Verde. Em 15 anos de existência a SGL tornou-
se numa empresa sólida e de referência no mercado de construção civil nacional. Uma
sociedade com capital social de 100 mil contos CVE (1 milhão de Euros) 100% cabo-
verdiano. ” (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.) contendo um alvará de classe 9
permite realizar obras de grandes dimensões.
Embora a empresa esteja sediada na zona do Palmarejo, na cidade da Praia, apresenta a ainda
a unidade da ilha do Sal visto que aí executa diversas obras de hotelaria, o que não a impede
de operar em todo o território nacional tendo já realizado obras nas ilhas de Santo Antão,
São Vicente, Sal, Boavista, Santiago e Fogo. (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.),
como exemplos:
Fig. 3.2 – Sede da Caixa Económica (2012); Delegacia de Saúde de São Vicente (2013); Hotel Riu Palace
Boavista (2019); Centro Oceanográfico Mindelo (2017)
3.2 Missão e Valores
Tendo como missão “Construir Cabo Verde”, a SGL baseia-se em quatro (4) valores
principais:
É através destes valores que a SGL tem como visão “Ser uma empresa reconhecida pelo
mercado imobiliário e pela indústria da construção civil como empresa referência em
qualidade, inovação, eficiência e capacidade de entregar resultado.” (SGL - Sociedade de
Construção, S.A. , s.d.)
3.3 Serviços
Segundo os dados da SGL, no ano de 2018, a empresa detinha um volume de 248 pessoas a
intervirem nas diversas áreas da empresa. No quadro não técnico, existiam 175
trabalhadores, dos quais 62% eram mão-de-obra não qualificada, 27% mão-de-obra
qualificada e 11% eram licenciados. O número de pessoas pertencentes ao quadro técnico
da empresa era de 73, onde 25% eram engenheiros, 11% eram pessoais de preparação e
topografia, 27% eram da área de contabilidade e gestão e os restantes 37% eram os chefes
de equipa. Atualmente, dado ao constante crescimento da empresa, estes números devem
estar maiores. (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.)
No quesito de equipamentos, pode-se dizer que a empresa esta preparada para dar resposta
a qualquer tipo de obra e em qualquer lugar, pois esta detém seus domínios parques de
equipamentos distribuídos pelas diversas ilhas de cabo Verde, possuindo desde britadeiras a
centrais de betão, equipamentos de movimentação de terra à gruas fixas e de equipamentos
de transporte à gruas moveis. (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.) (Anexo 1)
Bem servida está também a nível de instalações, que a permitam resolver problemas de
logística e apoio às obras. Possui instalações como armazéns, oficinas mecânicas,
contentores escritórios, armazéns amovíveis, etc.
4 Apresentação da obra
4.2.2 Pátios
Para contemplou-se a remoção total dos pisos existentes e consequentemente
execução de pisos novos em lajetas de betão, incluindo a melhoria da drenagem das
águas pluviais que através de caleiras como através de pendentes do próprio piso.
Toda a vegetação deveria removidas para darem lugar a novas arvores com canteiros
novos. Na frente da Casa do Senador Vera Cruz, o muro existente teria que ser
destruído, e no lugar deste previu-se a construção de bancos em betão destinados ao
acomodar dos visitantes.
A empreitada é coordenada e executada pelo Empreiteiro (SGL) na qual delegou uma equipa
técnica constituída por:
1 Diretor Técnico
1 Diretor de Obra;
1 Diretor de Equipamentos;
1 Diretor Financeiro
1 Responsável de Aprovisionamentos
O seguinte organigrama esboça a organização da equipa técnica responsável pela execução
da obra:
Fig. 4.2 – Organigrama de Obra CNAD
Trabalhos Adjudicados
Subempreiteiros
Carpintarias
Oficina Mestre Pulú (OMP)
Pinturas
Vida Pinturas
Eletrotecnia
Electrotech - Instalações Elétricas e Energias Renováveis
Serralharias
Construções Metalicas de Cabo Verde (CMCV)
Fornecimento de inertes
Construções Anildo & Irmãos
Fornecimento de cimentos e
Cimpor Cabo Verde S.A Ferros
Fornecimento de tintas e
Sita - Sociedade Industrial de Tintas S.A associados
Fornecimento de betão
Armando Cunha S.A
5.1 Introdução
5.2.1 Introdução
Segundo o Decreto de Lei n.º 80/VII/2010 artigo nº153 “O plano de trabalhos destina-se
à fixação da ordem, prazo, e ritmo de execução de cada uma das espécies de trabalhos
que constituem a empreitada e à especificação dos meios com que o empreiteiro se
propõe executá-los”.
É dever do Empreiteiro apresentar um plano de trabalhos, ao Dono de Obra, que deverá
ir de encontro aos objetivos previamente estabelecidos e servir de base para todo o
andamento da execução da obra.
Ao elaborar o plano de trabalho geral, o Empreiteiro permita-se saber, definir e
discretizar: (Mendes)
Todas as atividades que compõem a obra em si;
A relação de início, fim e simultaneidade de execução entre atividades;
Os materiais que deverão ser adquiridos bem com as quantidades das mesmas e
as datas que estes deverão entre em obra;
A tipologia e quantidade de mão-de-obra necessária ao longo das várias fases da
obra;
Os equipamentos que deverão ser afetados à obra e a duração dos mesmos em
obra;
Antecipar e prevenir atrasos na execução da obra
O cronograma financeiro permitindo o controlo dos custos e faturação inerentes;
Iniciei por reunir-me junto com os subempreiteiros para definição dos novos objetivos e
dar conhecer as condições que tínhamos que garantir para assim estipular prazos de
aprovisionamentos dos materiais e execução das tarefas. Finda a reunião, e com essas
novas informações, reformulei o plano de trabalhos alterando as ordens de execução das
tarefas, definindo a duração de algumas e estabelecendo um novo prazo para o término
da obra.
Com já mencionado anterior, para elaboração de planos, recorri ao Microsoft Project 2016.
Numa forma de descrever o trabalho com recurso ao programa, a elaboração de um plano
semanal consistia na execução dos seguintes passos:
1. Definir no menu FICHEIRO, no submenu OPÇÕES, opção AGENDA, onde ser quer
iniciar a semana de trabalho, o horário de trabalho normal de cada dia. Muito
importante, pois permite o cálculo automático de dados pelo Project;
2. Introduzir a tarefa resumo no menu TAREFA. Nada mais é que criar a tarefa geral,
que no meu caso era a própria empreitada Ampliação e Reabilitação do Centro
Nacional de Artes e Design;
3. Como a empreitada era dividida em dois polos, Edifício A e Edifício B, tinha-se que
criar mais duas Tarefas Resumo com os mesmos nomes dos dois polos;
4. Debaixo de cada Tarefa Resumo, insere-se as tarefas previstas para a semana de
trabalho em questão, como por exemplo: Execução de pavimento em betão polido
Piso 0;
5. Insere-se de seguida, na coluna DURAÇÃO, a duração tarefa que, por ser um plano
semanal, colocava 5 dias, definido entre uma terça-feira de uma semana à um
segunda-feira da semana seguinte;
6. Na coluna INICIO, definir o dia início da execução da tarefa que, novamente por ser
um plano semanal, iniciava-se sempre na terça-feira de cada semana. O Project
calcula automaticamente o fim da atividade, na coluna CONCLUSÃO, com base na
duração da tarefa, 5 cinco dias;
7. Na coluna NOMES DE RECURSOS, embora tenha a função de listar o nome de
todos recursos atribuídos à uma tarefa, utilizo-a para definir a percentagem de
execução da tarefa na sua totalidade ao longo da semana de trabalho;
8. Configurar a página na hora de imprimir, introduzindo o nº da semana do ano e
estabelecendo o intervalo de tempo que se deseja imprimir, e o plano semanal esta
pronto.
Na imagem abaixo, é possível ver um exemplo de um plano semanal feito, nomeadamente à
da semana 49/2020:
Um diretor de obra tem o dever ter um profundo conhecimento da obra que executa. Para
tal, este tem de estudar muito bem as memorias descritivas, os projetos de execução,
analisar os mapas de quantidades e muitas vezes compara-los. Isto permite que se possa
ter sempre em mente como os trabalhos têm de ser executados, os materiais que se devem
aprovisionar, detetar erros e omissões no projeto, pedir esclarecimentos e propor
melhorias as soluções inicialmente preconizadas.
Para executar melhores os trabalhos, foi preciso fazer esse estudo profundo ao projeto
de execução e aos mapas de quantidades. Analisei a memorias descritivas e os cadernos
de encargos, para saber o que se pretendia como as formas técnicas de execução, os tipos
de acabamentos, as ressalvas que se deveriam ter na altura de executar um trabalho, o
tipo de acabamento previsto.
No decorrer da obra, foram muitas as vezes que encontramos situações in loco que não
correspondiam com o projeto de execução ou havia falta de elementos técnicos que
impediam a execução dos trabalhos. Nestas situações, solicita-se sempre um
esclarecimento ao Gabinete de Projetistas e a Fiscalização que, segundo o Artigo nº127,
aliena 3, do Decreto de Lei Nº50/2015, têm um máximo de 15 dias para dar uma resposta,
de contrário tínhamos o direito de suspender ou interromper parcialmente os trabalhos
afetados. (Nº72, 2015)
Fig. 5.4 – Muro previsto para demolição (Lista de Trabalhos de Restauro – peças desenhadas)
Tendo em conta que a SGL não tem uma grande infraestrutura em São Vicente, e
consequentemente, não detém em seu parque de equipamentos uma retroescavadora, foi
preciso recorrer à um subempreiteiro para a realização da tarefa, nomeadamente, a
Armindo Silva Lda., uma empresa especialista neste tipo de serviços.
A escolha do dia da semana é muito importante, pois, para este tipo de trabalho, cria-se
grande aparato e, como no caso, pode-se causar transtorno no transito. Como tal, a
demolição ocorreu num sábado, que naquela zona histórica da cidade pouco ou não tem
de transito naquele dia de semana.
Prepara-se o local, cercando a área com fita sinalizadora e colocando sinais de transito
temporários indicando trabalhos de obra. Foi preciso 5 horas de máquina para demolir
toda a vedação sinalizada.
O projeto especifica que todas as estruturas em betão deveriam ser da classe C20/25,
com brita e areia de alta qualidade, aço A500NR e cimento Portland 42NR. Segundo a
NP206-1, um betão de classe C20/25 é um betão com resistência característica a
compressão simples de 20 Mpa sobre um cilindro padronizado, 15 cm de diâmetro e 30
cm de altura, e de 25 Mpa sobre um cubo padronizado, 15 cm de aresta.
Aprovação do traço e metodologias de execução
Como a metodologia de execução não estava definido no caderno de encargos, foi
necessário submeter à Fiscalização um sistema construtivo. Para a execução de escadas,
caixa de elevador e pilares, tendo em conta que o nosso estaleiro local tinha boas
condições para tal, optamos pelo fabrico de betão através de betoneiras. Quanto às lajes
e vigas, sendo elementos que, por praticidade, devem ser betonados ao mesmo tempo,
demandam uma grande quantidade de betão, pelo que foi necessário requerer à uma
empresa exterior para o fornecimento. A empresa Armando Cunha S.A. foi primeiro
subempreiteiro adjudicado, pela SGL, para o fornecimento de betão pronto, fabricado
num central de betão, onde os materiais e a dosagem são controlados mecanicamente.
Numa segunda instância, onde já estava executado toda estrutura do piso -1 ao piso 1,
do edifício B, a empresa Empreitel Figueiredo Engenharia e Construções foi adjudicada
a continuidade dos trabalhos de fornecimento de betão.
Em todo os casos, a Fiscalização deve aprovar a metodologia, e a fez através de ensaios
de betão. Caso os valores obtidos fossem iguais ou superiores ao de projeto, a
metodologia de execução seria aprovada. Tanto a empresa Armado Cunha S.A. com a
Empreitel Figueiredo Engenharia e Construções, detêm em seus estaleiros centrais um
laboratório para ensaios do tipo. Com recurso à uma máquina de ensaio de betão, o
processo para calcular a resistência do betão faz-se seguindo os seguintes passos:
1. Enche-se de betão 9 cubos padronizados, com 15 cm de arestas. Deixam-se 1 dia
no processo de cura;
2. Imerjam-se os cubos num tanque de água. Este passo procura simular o ambiente
mais agressivo que o betão poderia estar exposto numa situação real;
3. Após 7 dias depois do dia de betonagem, faz-se a primeira quebra de cubos.
Inicia-se pesando 3 cubos tirados do tanque de água somente na altura da quebra.
Anotam-se os pesos dos cubos para calcular a densidade do betão tendo em conta
o volume do cubo, expresso em 𝑘𝑔/𝑐𝑚 ;
4. Seguidamente, coloca-se um cubo na máquina de ensaio. Aciona-se a máquina.
No momento que o cubo cede, é anotado a carga (P) limite que o fez ceder,
expresso em 𝑘𝑁;
5. Repete-se o passo 4 para os dois cubos restantes;
6. Através da fórmula de calculo de tensão 𝜎 = , onde A é área de aplicação da
Nas fotos abaixo, tiradas no estaleiro da Armando Cunha, ilustram-se o processo descrito
acima:
Fig. 5.6 – Imersão de cubos em tanque de água Fig. 5.7 – 3 cubos para quebra
Quanto ao traço, estava definido no projeto em 1:2:3, mas, após alguns testes, verificou que
o traço 1:2:3,5 atingia melhores resultados no teste de compressão, sendo então aprovado
pela fiscalização.
Segundo a NP EN 12350-02, o ensaio aplica-se para abaixamentos entre 100 e 200 mm, com
betões cujo os agregados mais grossos não excedam a dimensão máxima de 40 mm. Caso
após 1 minuto depois da desmoldagem o abaixamento continuar a acontecer, o ensaio
considera-se inadequado para medição da consistência do betão. Para a execução do ensaio,
é necessário:
Fig.5.10 – Cone Abrams para slump test (SEC- Test Lab Instruments (I) Pvt, Ltd, 2019)
1 Varão de compactação de seção transversal circular, com 600 mm de comprimento
e 16 mm de diâmetro, utilizado para ajudar na compactação do betão no interior do
molde;
Fita métrica para medir o abaixamento;
Placa/superfície regular, não absorvente, rígida, sobre a qual é realizado o teste;
Existem ainda outros utensílios, mas os mencionados são os mínimos requisitados para a
realização do teste. O ensaio realiza-se da seguinte forma:
1. Sobre a placa, coloca-se o molde com a parte mais larga para baixo;
2. Aplica-se uma camada de 10 cm da amostra de betão e compacta-se com 25 golpes
utilizando a vara de compactação;
3. Repete-se o ponto 2 para mais duas camadas, sendo que na última regulariza-se a
superfície;
4. Espera entre 5 a 10 s e desenforma-se lentamente;
5. Coloca-se o molde com o lado mais estreito para baixo, ao lado da amostra
desenformada;
6. Mede-se então a diferença de altura entre o molde e a amostra, anotando-se o
resultado;
A NP EN 12350-2 estipula que o resultado é aceite caso o valor esteja entre o intervalo de
aplicação do teste. Em situação em que em o provete não se desenforme de uma maneira
intacta e simétrico, não é aceite o teste e este deve ser refeito. Caso persista a situação eme
dois caos consecutivos, considere-se que o betão não apresenta a plasticidade e a coesão
necessária para a realização do teste. (Comité Técnico CEN/TC 104 "Betão e produtos para
betão").
A classe de consistência, como mencionado, é avaliado pela diferença de altura, sendo que
cada classe se encontra definida nos seguintes intervalos mostrados na tabela abaixo:
O projeto de execução da nossa empreitada impunha que a classe dos betões da estrutura
deveria ser a classe S3. Abaixo, seguem-se imagens de um slump teste realizado aquando da
betonagem da laje do Piso 1 do edifício B:
Execução de pilares
Para a execução dos pilares, foi preciso uma equipa de 8 homens e, em média, o trabalho
durava 4 dias. 3 Dias para cofragem, ancoragem dos pilares e execução de armaduras (16
unidades/piso) e 1 dia de betonagem. A equipa de trabalho dividia-se no seguinte esquema
de trabalho:
Betonagem:
No geral, a execução dos pilares seguia a seguinte logica de execução conforme a sequência
de fotos abaixo:
Ambos elementos em betão cujo a função é permitir vencer as diferenças de cotas entre
pisos. A escada nada mais é do que uma laje inclinada composta por degraus. A caixa de
elevador no fundo é uma parede em betão armado e que alberga o elevador. Esta deve ser
dimensionada de modo aguente tanto o peso do elevador como as cargas pontuais a que o
elevador vai ser sujeito, que no nosso caso, máximo de 6 pessoas, no peso global estimado
em 650 kg.
O sistema de execução segue as mesmas regras do dos pilares, como pode ser visto nas
imagens abaixo:
Opta-se por este tipo de betonagem devido à quantidade de elevada de betão que se deve
fornecer num curto espaço de tempo. Caso fosse feito a betonagem manualmente, haveria o
risco ocasionarem-se juntas e pontos interrupção, ou seja, uma parte da laje ou viga já
betonada inicia o processo de cura, caso a outra parte não seja adicionada a tempo, no
intervalo de ligação entre betonagens, o betão não fica ligado uniformemente. Nestes pontos,
a ligação é fraca e a resistência é menor a projetada.
O processo de betonagem de uma laje difere dos outros no que diz respeito a formalidades.
É necessário submeter para a fiscalização, para aprovação, um Plano de Inspeção e Ensaio
ou Ficha de Inspeção e Ensaio (PIE-FIE) e um Plano de Betonagem, pelo menos 1 dia antes
do dia de betonagem, sem os quais a betonagem não pode decorrer.
Colher de pedreiro;
Prumo de pião e fio-de-prumo para a verificação da verticalidade;
Nível para a verificação da horizontalidade;
Balde e talocha;
Régua para transportar medidas para as miras;
Miras: elementos ligados por cordel, servindo de guia para aplicação das fiadas de
tijolos
Na empreitada em questão, como mencionado nos capítulos anteriores, tem como soluções
estruturais, vigas e pilares, resultando no uso de paredes somente para as funções de divisão
e vedação de espaços. Todas as alvenarias presentes foram executadas como blocos de betão,
0.40x0.20x0.20 m para fecho de vãos e 0.40x0.20x0.10 m para divisão espaços, ligadas entre
si com argamassa de cimento e areia ao traço 1:4. Os
O processo de execução das alvenarias se deu através dos seguintes passos abaixo:
Os revestimentos são camadas aplicadas sobre paredes, tetos e pisos que devem ser
executados de modo que sejam compatíveis com a natureza e a função do respetivo suporte,
concedam uma superfície sem defeitos, com resistência mecânica satisfatória, coeso e
aderente, resistente às intempéries e com durabilidade compatível ao custo da sua
manutenção e reparação. (Flores-Colen, et al.)
Neste capítulo ira ser tratado o revestimento de paredes interiores, cuja as principais
exigências funcionais são a regularização e acabamento das superfícies, impermeabilidade e
decoração, executados em ligantes minerais com base de cimento e cal que conjuntamente
denomina-se argamassa. Quando se utiliza a argamassa para conferir revestimento à um
parâmetro, o revestimento designa-se Reboco. (Flores-Colen, et al.)
No edifício A, sendo este um edifício antigo, técnicas modernas não seriam compatíveis com
o sistema construtivo que fora utilizado inicialmente. Para além disso, o edifício apresentava
focos de humidade resultantes da ineficácia da capacidade das superfícies em permitir a
transpiração da humidade entre compartimentos. A solução para estes dois problemas passou
por realizar uma serie de testes de tipos de argamassas que se adequariam ao suporte antigo
e permitisse a permeabilidade ao vapor de água. Foi então aprovado uma argamassa de base
Cal hidráulica e areia no traço 3:1. O uso da argamassa de cal hidráulica em rebocos
apresenta as seguintes vantagens para o nosso contexto de uso:
No edifício B, dado a ser uma construção de raiz, utilizou-se o processo construtivo mais
usual, nomeadamente a da argamassa com base em cimento e areia à um traço 3:1,
respeitando a espessura imposta pelo caderno de encargos de 20 mm. (Silva, 2008)
Durante a execução de reboco, é usual a recolha de argamassa que cai no chão para
reaproveitamento do material.
Afim de evitar-se a fissuração do reboco, é recomendável que seja executado pelo menos 7
dias depois da execução da parede nova.
O projeto vinha com algumas especificações sobre as quais deveríamos seguir risca,
nomeadamente:
Foi definido pelo G. Projetistas que os painéis padrões deveriam ter dimensões em planta de
2.32x2.63 m, resultante em 6.10 m2 por painel. Para a execução das juntas e delineamento
dos painéis, recorreu-se a divisão por tubos galvanizados, soldados à malha prevista.
1. No piso em questão, executa-se toda a malha quadrada em aço A500 diâmetro 6 mm;
2. Com tubos galvanizados, forma-se um perímetro para execução de dois painéis, com
vértices oposto;
3. Enche-se os painéis com betão. Um pedreiro, com auxílio de uma régua, regulariza
a superfície apoiando-se nos tubos galvanizados como mestras;
4. Deixa-se enxutar por cerca de 15 minutos;
5. Pulveriza-se cimento em pó sobre a superfície e com a colher de pedreiro, em
movimentos circulares, vai-se afagando o betão de forma a ficar com o aspeto polido;
6. No dia seguinte, para evitar fissuras, cobre os painéis com uma manta geotêxtil
humedecida com água;
7. Retira-se a estrutura de tubos galvanizados e repete-se o processo para os restantes
dois paneis de forma a formar um quadrante com 4 painéis.
Abaixo, pode-se encontrar uma sequência de fotos ilustrando o processo descrito acima:
Fig. 5.21 - Armação de malha (à esquerda); Colocação de estrutura tubos (à direita)
É muito comum que empresas tenham sua sede um ponto do país e operem obras em outros
pontos, o que é o caso da empresa SGL. Tem sua sede na ilha do Sal e é a partir daí que
controlou obra em São Vicente.
O Diretor Técnico gerencia e controla os andamentos via internet. Afim de melhor poder
acompanhar a obra à distância, foi-me encarregado que registra-se, em fotos, todos os
trabalhos em andamento. Realizava relatórios com base nessas fotos e semanalmente
enviava ao Eng.º Bruno para sua análise e comentários. Reuniões e decisões entre os
membros da Direção de Obra eram tomadas sobre estes relatórios, nomeadamente:
O relatório era feito com recurso ao software Microsoft Office PowerPoint, apresentado
conforme imagem abaixo:
Identificação da obra;
Indicação da semana e do ano;
O período de dias a que se refere o relatório;
Data de envio do relatório;
5.6.1 Enquadramento
É usual no nosso mercado recorrer à subempreiteiros para realização de algumas pois oferece
ao Empreiteiro diversas vantagens, porém algumas desvantagens também como se pode ver
no quadro abaixo. (Mendes)
vantagens Desvantagens
Melhoria da flexibilidade na celebração dos Dívidas dos subempreiteiros relacionadas
contratos de trabalho, bem como a redução de com encargos sociais quando estes não honram
encargos sociais, como o INPS ou SOAT as suas responsabilidades para com os seus
quando se recorre à subempreiteiro de mão-de- colabores.
obra além de redução do número de
trabalhadores próprios do Empreiteiro.
Aumento da produtividade devido ao fato que Não cumprimento dos prazos. Ocorre
normalmente os subempreiteiros são geralmente quando o subempreiteiro não tem
especializados em determinadas atividades pelo condições para dar vazão aos trabalhos
que a repetição de tarefas, continuidade no assumidos de acordo com o plano de trabalho do
trabalho e uma aprendizagem contínua, resulta Empreiteiro
numa maior produtividade por parte das
subempreitadas em
relação à empregabilidade de mão de obra
própria por parte do Empreiteiro.
Melhoria da qualidade nos produtos e Má qualidade dos trabalhos executados, em
serviços permitida através do processo de situações que o subempreiteiro não tem
seleção criterioso dos subempreiteiros capacidade técnica suficiente para trabalhos em
especializados para cada área e que garantem questão.
uma qualidade nos serviços prestados.
Diminuição da mão de obra própria e Mão de obra insuficiente e pouco qualificada.
equipamentos subutilizados devido ao fato
que os subempreiteiros além de terem seu
próprio pessoal, em regra, têm também os seus
próprios equipamentos sendo que os custos de
manutenção e gastos destes não são imputados
aos Empreiteiro.
Redução dos custos devido a fixação destes nas Falta de documentos por parte dos
subempreitadas na altura da celebração do subempreiteiros; falta de documentos dos
contrato fechando assim a possibilidade de trabalhadores dos subempreiteiros
sobrecusto na manutenção dos trabalhos.
Redução dos prazos quando há um bom
planeamento das atividades e tendo os
subempreiteiros todas condições de trabalho
necessários tais como pagamentos em dia e
informações do projeto.
A subcontratação de trabalhos, como já foi dito acima, é um processo que deve ser muito
criterioso e cuidado e, para que tal aconteça, o Empreiteiro deve seguir as seguintes etapas
(Mendes):
Com recurso ao Microsoft Excel, cria-se um ficheiro com todas estas informações. Deve-se
ter em atenção a não adição dos custos secos previstos pois isso comprometeria possíveis
margens de negociação de preços com os subempreiteiros pois este saberia quais os preços
o Empreiteiros estimou parou os trabalhos.
No âmbito desta obra, foi estabelecido que o período de execução para faturação acordado
seria mensal, ou seja, 30 dias, sendo que no final de cada mês de trabalho era quantificada
cada atividade executada por cada Subempreiteiro e que estivesse definido no seu caderno
de subempreitada.
A minha função como Diretor Adjunto era proceder com a medição dos trabalhos
efetivamente executados e emitir um documento, denominado de Auto de Faturação,
baseado no caderno de trabalhos acordado com os subempreiteiros, com os preços fixados,
sobre o qual era elaborado uma fatura com o valor final resultante.
Uma vez elaborado todos os autos de cada subempreiteiro, tinha que elaborar um documento
resumo compilando todos os custos de subempreitadas referentes ao mês de trabalho em
questão. Enviava então este resumo ao Departamento Financeiro da SGL, com as respetivas
Faturas e Autos de forma a serem processados.
A empresa SGL, sendo uma empresa organizada, define um prazo de entrega de autos de
faturação de cada obra ativa. Esta regra permite que o Departamento Financeiro tenha tempo
para organizar a tesouraria da Empresa e preparar uma data especifica para o pagamento das
faturas.
Para se aprovisionar um material para a obra, primeiro devemos ter em mente duas
interrogativas: “QUAIS?” e “QUANTOS?”, ou seja, devemos saber quais os materiais que
iremos necessitar e a quantidade dos mesmos.
Em norma, todos os materiais afetos à obra deverão estar designados no caderno de encargos
que faz parte do projeto de execução. Aspetos como características e especificações do
material projetados têm que presentes no C.E., caso contrário, o Empreiteiro poderá solicitar
o esclarecimento quanto ao material deve utilizar numa dada atividade ou mesmo propor um
material cuja a aprovação deve passar pela fiscalização, como veremos no capítulo a seguir.
5 PAVIMENTOS
Como podemos, apenas especifica a metragem, no caso m2, de piso polido a executar. É
trabalho do Empreiteiro calcular a quantidade de todos os materiais necessários para
elaboração desta metragem especificada no quadro de quantidades disponibilizado no
projeto de execução. Nomeadamente à esta atividade: água, areia, brita e cimento.
Esta regra se aplica a todas as atividades da obra. Nas especialidades, deve-se ter especial
atenção aos inúmeros acessórios presentes nos seus referentes, como por exemplo
abraçadeira, curvas, tubos e cola PVC nos metros de tubagem. Estes detalhes podem ter
pouca expressão à nível de valores monetários, mas acarretam pontos fulcrais no ritmo de
trabalho. Ao não contemplar estes aspetos, corremos o risco de na altura de iniciar o dado
trabalho, perdermos horas de trabalho a espera de materiais que não foram contemplados no
aprovisionamento.
Foi preciso efetuar o cálculo dos materiais específico com base no rendimento de uso em
cada atividade. A abaixo, um exemplo de calculo da quantidade de material para execução
de reboco nas paredes do Piso 0 do edifício B:
Execução do cálculo dos materiais a utilizar na argamassa para reboco de paredes,
estipulado no C.E. à traço 1:4. Utilizando as tabelas técnicas de José Paz Branco,
para 1 m3 de argamassa para reboco utiliza-se 320 𝑘𝑔 de cimento e 1,07 𝑚3 de areia.
Cálculo do cimento:
Sendo o cimento vendido em sacos de 50 𝑘𝑔, então têm-se que a quantidade total de
cimento necessário para executar todo o reboco do Piso 0 é de 33 sacos para um total
de 5,44 𝑚3 de areia.
Materiais como aço para estrutura, o cálculo é feito em conformidade com o mapas de
armaduras projetadas para o edifício.
Dado que a SGL detinha outras obras além do CNAD, foi estabelecido internamente que
todas as frentes de obra solicitassem o aprovisionamento de materiais sempre às quintas-
feiras como forma solicitação controlada.
Obra em questão;
Material a aprovisionar;
Quantidade a aprovisionar;
Finalidade;
Fornecedor;
O Sr. Júlio então trata de pedir uma cotação ao fornecedor para que a Sra. Maria efectue o
pagamento. O levantamento dos materiais e sua respetiva colocação em obra fica a cargo do
alvorado. No anexo F, encontra-se um email exemplo de um aprovisionamento de material
e forma que está estrutura o sistema de aprovisionamento.
6 Conclusões e Resultados
Durante o estágio, conseguir alcançar alguns resultados que se refletem na minha evolução
como Engenheiro Civil, das quais destaco:
A direção da obra CNAD é um marco no meu caminho como engenheiro civil, pois assinala
o início do meu percurso como Diretor de Obra, função a qual pretendo continuar pois
acredito ser a parte mais importante do processo execução de uma obra/investimento devido
ao fato ser a culminação física de todo um processo que começou num Estudo Prévio e
consequente Elaboração do Projeto.
7 Referências Bibliográficas
Comité Técnico CEN/TC 104 "Betão e produtos para betão". (s.d.). NP EN 12350-
2.
Flores-Colen, I., Ruivo, S., Teixeira, P., Neto, N., Silvestre, J., & Fernandes, C. (s.d.).
Revestimento de Paredes. Obtido em 23 de Maio de 2021, de
https://pt.scribd.com/document/629644119/21-Revestimentos-de-Paredes-22a-a-
24a-Aulas-Teoricas
SEC- Test Lab Instruments (I) Pvt, Ltd. (18 de Abril de 2019). Obtido de
civillabequipmentmanufacturer.com:
https://civillabequipmentmanufacturer.com/slump-cone-test-apparatus-suppliers/
SGL - Sociedade de Construção, S.A. . (s.d.). Obtido de Web site daeSGL - Sociedade
de Construção, S.A. : http://www.sgl.cv