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ORDEM DOS ENGENHEIROS DE CABO VERDE

Relatório de Estagio Profissional em


Engenharia Civil
Tema: Direção e Gestão de Obra – Reabilitação e
Ampliação do CNAD

Estagiário: Kévin Manuel Lima Lopes (Membro Estagiário Nº )


Entidade: SGL sociedade de construções Lda.
Orientador: Nuno Jorge Silva Santos (Membro Efetivo Nº416)
Período: 22 de julho de 2020 à 22 de julho de 2021
Índice

1 Resumo ........................................................................................................................... 4

2 Enquadramento............................................................................................................... 5

2.1 Objetivo do trabalho ............................................................................................... 5

2.2 Metodologia do trabalho ......................................................................................... 6

3 Apresentação da Empresa ........................................................................................... 6

3.1 Descrição e história ................................................................................................. 6

3.2 Missão e Valores ..................................................................................................... 7

3.3 Serviços ................................................................................................................... 7

3.4 Capital Humano ...................................................................................................... 8

3.5 Equipamentos e instalações .................................................................................... 8

4 Apresentação da obra .................................................................................................. 9

4.1 Localização da obra ................................................................................................ 9

4.2 Descrição da empreitada ......................................................................................... 9

4.3 Classificação da obra ............................................................................................ 11

4.4 Intervenientes na Empreitada................................................................................ 11

5 Atividades e Funções desenvolvidas durante o estágio profissional ...................... 13

5.1 Introdução ............................................................................................................. 13

5.2 Planeamento - elaboração e controlo de planos de trabalhos gerais e semanais .. 13


5.3 Analise do caderno de encargos, projeto de execução e mapas de quantidades para
execução dos trabalhos .................................................................................................... 17

5.4 Acompanhamento e fiscalização dos trabalhos presentes na empreitada ............. 18

5.5 Elaboração de relatórios fotográficos semanais dos trabalhos em andamento ..... 38

5.6 Contratação de subempreiteiros ............................................................................ 39

5.7 Elaboração de autos de faturação dos subempreiteiros......................................... 43

5.8 Controlo e aprovisionamento de materiais ........................................................... 44

6 Conclusões e Resultados ............................................................................................ 47

7 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 49

Anexos

Anexo A – Pedido de Esclarecimento

Anexo B – Resultados Teste Compressão Laje Piso 2

Anexo C – PIE-FIE

Anexo D – Plano de betonagem laje piso 4


1 Resumo

Para admissão a membro efetivo à Ordem dos Engenheiros de Cabo Verde (OECV),
foi feito um estágio profissional no Centro Nacional de Artesanato e Design (CNAD)
do Mindelo e para essa finalidade foi feito um relatório para demonstrar o processo
construtivo da obra civil.

O CNAD é um edifício de grande valor histórico cultural e patrimonial tanto para a


Cidade do Mindelo como para Cabo Verde, neste sentido foi definido uma serei de
trabalhos com vista a sua reabilitação e conservação. Aproveitando os recursos
disponibilizados, criou-se condições para execução da sua ampliação, construindo-
se um segundo edifício, anexo ao existente, totalmente moderno e alinhando com as
novas necessidades e tendências mundiais. Esta obra potencializa e fomenta a cultura
nacional e continental, permitindo aos artistas, utentes e visitantes um espaço de
encontro de ideias ambientado num ambiente moderno, mas com os seus traços
históricos totalmente preservados.

Desempenhando a função de Engenheiro adjunto de direção de obra, pude apoiar na


coordenação dos trabalhos, auxiliar na gestão económica da obra, estar presente na
interface entre a empresa e cliente, fornecedores e/ou subempreiteiros, assegurar o
cumprimento projeto; nas medições e elaboração de autos; na coordenação da
execução e qualidade e na coordenação
de segurança na obra
2 Enquadramento

Este documento foi efetuado pelo licenciado em engenharia civil, Kévin Manuel Lima
Lopes, no âmbito de admissão de membros estagiários da OECV à membros efetivos, regido
pelo Órgão de Consulta e Apoio – Conselho de Admissão e Qualificação Profissional, entre
janeiro de 2020 e setembro do mesmo ano.

O presente estágio foi concretizado na empresa SGL – sociedade de construções, S.A., com
sede Avenida Santiago Nº 28, Palmarejo – Santiago e com escritórios na cidade Espargos,
ilha do Sal.

Pelo intermedio da empresa SGL, tive a oportunidade de acompanhar as seguintes obras de


construção: “Réalisation d’ouvrages pour l’amélioration de l’ETAR de Ribeira de Vinha sur
l’île de São Vicente” – 1ªFase – Visita Técnica, “Ampliação e Melhoria do Armazém
SODIFAR– 1ª Fase – Visita Técnica”, “Construção de espaços comerciais e armazém – 1ª
Fase - Concurso” e “Ampliação e Reabilitação do Centro Nacional de Artesanato e Design
(CNAD)”.

Fui integrado na obra de Ampliação e Reabilitação do CNAD, sito em Mindelo São Vicente,
como diretor de obra adjunto, embora a partir do escritório de estaleiro, situado no mesmo
local da obra, acompanhasse as demais obras referidas acima.

Durante o estágio dirigi e geri, como adjunto do Eng. Fernando, a obra no CNAD, tendo
trabalhado em todas áreas que abrangem a direção e gestão de uma obra. Ao mesmo tempo,
efetuei visitas técnicas, elaboração de planos de trabalhos comerciais e execução de peças
desenhadas referentes às outras obras, participando assim no processo de apresentação de
propostas de execução de empreitadas sujeitas à concurso publico.

2.1 Objetivo do trabalho

Este relatório tem como objetivo o discernimento e explicação dos trabalhos realizados ao
longo do estágio profissional em concordância com as funções desempenhadas quer no
escritório de estaleiro quer nas frentes de obra, afim de obter a admissão a membro efetivo
da Ordem do Engenheiros de Cabo Verde (OECV) e
2.2 Metodologia do trabalho

A metodologia adotada para a realização deste relatório baseou-se na descrição dos trabalhos
realizados ao longo do estágio com recurso à relatos e registos fotográficos efetuados,
apresentação de documentos e ficheiros criados para e na execução de tarefas nas obras e
demonstração de pequenos exemplos de tarefas aprendidas

3 Apresentação da Empresa

3.1 Descrição e história

“SGL – Sociedade de Construções SA, foi fundada em 2002 por engenheiros com vasta
experiência no ramo de construção em Cabo Verde. Em 15 anos de existência a SGL tornou-
se numa empresa sólida e de referência no mercado de construção civil nacional. Uma
sociedade com capital social de 100 mil contos CVE (1 milhão de Euros) 100% cabo-
verdiano. ” (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.) contendo um alvará de classe 9
permite realizar obras de grandes dimensões.

Embora a empresa esteja sediada na zona do Palmarejo, na cidade da Praia, apresenta a ainda
a unidade da ilha do Sal visto que aí executa diversas obras de hotelaria, o que não a impede
de operar em todo o território nacional tendo já realizado obras nas ilhas de Santo Antão,
São Vicente, Sal, Boavista, Santiago e Fogo. (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.),
como exemplos:

Fig. 3.2 – Sede da Caixa Económica (2012); Delegacia de Saúde de São Vicente (2013); Hotel Riu Palace
Boavista (2019); Centro Oceanográfico Mindelo (2017)
3.2 Missão e Valores

Tendo como missão “Construir Cabo Verde”, a SGL baseia-se em quatro (4) valores
principais:

 Ética e Transparência, conduzindo as suas interações com clientes, fornecedores,


colaboradores e parceiros de forma clara e íntegra; (SGL - Sociedade de Construção,
S.A. , s.d.)
 Qualidade e inovação, debruçando-se constantemente no aprimoramento das suas
atividades e na formação dos seus profissionais, garantindo assim aos seus clientes
uma qualidade de alto padrão na execução de serviços; (SGL - Sociedade de
Construção, S.A. , s.d.)
 Atitude e Liderança baseando-se em modelos e princípios como comprometimento,
persistência, respeito, responsabilidade e senso de urgência (SGL - Sociedade de
Construção, S.A. , s.d.)
 Foco nos Resultados, procurando sempre otimizar o seu desempenho com vista ao
desenvolvimento e continuidade da empresa, através do retorno dos investimentos e
dos acionistas salvaguardado pelos bons resultados. (SGL - Sociedade de
Construção, S.A. , s.d.)

É através destes valores que a SGL tem como visão “Ser uma empresa reconhecida pelo
mercado imobiliário e pela indústria da construção civil como empresa referência em
qualidade, inovação, eficiência e capacidade de entregar resultado.” (SGL - Sociedade de
Construção, S.A. , s.d.)

3.3 Serviços

A SGL oferece serviços no âmbito de:

 Construção civil, nomeadamente obras de restauro e remodelação de edifícios,


construção de edifícios destinados à habitação, comercio, hotelaria, escritórios e
turismo;
 Execução de infraestruturas de educação, cultura e desporto, industriais, saúde e
assistência, estradas, hidráulicas, portos e aeroportos e outras infraestruturas
urbanas;
 Instalações técnicas como eletricidade, telecomunicações, AVAC, tratamento de
águas, montagem de estruturas metálicas.

A nível de estatísticas, segundo os dados da própria empresa, no ano de 2018, o principal


serviço prestado é o de construção hoteleira representando 45% das atividades executadas,
ficando a edificação e as infraestruturas representando 35% e 20% das atividades,
respetivamente.

3.4 Capital Humano

Segundo os dados da SGL, no ano de 2018, a empresa detinha um volume de 248 pessoas a
intervirem nas diversas áreas da empresa. No quadro não técnico, existiam 175
trabalhadores, dos quais 62% eram mão-de-obra não qualificada, 27% mão-de-obra
qualificada e 11% eram licenciados. O número de pessoas pertencentes ao quadro técnico
da empresa era de 73, onde 25% eram engenheiros, 11% eram pessoais de preparação e
topografia, 27% eram da área de contabilidade e gestão e os restantes 37% eram os chefes
de equipa. Atualmente, dado ao constante crescimento da empresa, estes números devem
estar maiores. (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.)

3.5 Equipamentos e instalações

No quesito de equipamentos, pode-se dizer que a empresa esta preparada para dar resposta
a qualquer tipo de obra e em qualquer lugar, pois esta detém seus domínios parques de
equipamentos distribuídos pelas diversas ilhas de cabo Verde, possuindo desde britadeiras a
centrais de betão, equipamentos de movimentação de terra à gruas fixas e de equipamentos
de transporte à gruas moveis. (SGL - Sociedade de Construção, S.A. , s.d.) (Anexo 1)

Bem servida está também a nível de instalações, que a permitam resolver problemas de
logística e apoio às obras. Possui instalações como armazéns, oficinas mecânicas,
contentores escritórios, armazéns amovíveis, etc.
4 Apresentação da obra

4.1 Localização da obra

O Centro Nacional de Artesanato e Design (CNAD), sito no extremo no norte da Praça


Amílcar Cabral, entre a Rua Argélia e a Avenida 5 de Julho, na zona histórica da Cidade do
Mindelo, ilha de São Vicente. Nas proximidades, encontram-se bancos, hotéis, agências de
viagens, lojas, imobiliárias e espaços de lazer, lugares estes que movimentam a economia do
centro da cidade e demostram a correria do são-vicentino no decorrer do dia-a-dia.

Fig.4.1 – Zona histórica do Mindelo, CNAD circulado à vermelho (Google Earth)

4.2 Descrição da empreitada

Segundo a memoria descritiva, o projeto de reabilitação e ampliação do CNAD divide-


se em três seções: a casa do Senador Vera Cruz, os pátios e o novo edifício à ser
construído.

4.2.1 Casa do Senador Vera Cruz (Edifício A)


Na empreitada contemplou-se a completada reabilitação e requalificação da Casa do
Senador Vera Cruz, intervindo-se na reparação e melhoria dos pisos em madeira,
restauro dos detalhes artísticos nas paredes e tetos, reabilitação e pintura de todas as
carpintarias existentes, execução de piso no espaço dedicado à futura loja do espaço,
total melhoria do espaço da antiga cozinha adaptando-a para implantação de um
Café, com piso novo em betão polido e tetos falsos em pladur. Previu-se também o
restauro das superfícies à nível de reboco e pintura, salientando-se que o reboco tinha
que ser compatível ao antigo já existente e a pintura com um material que permitisse
a respiração natural do edifício, com vista à evitarem-se zonas de acumulação de
humidades. À nível da eletrotecnia do edifício, ter-se-ia que renovar toda a instalação
elétrica já existente no edifício bem como requalificar o mesmo através da instalação
de sistemas de videovigilância, de incêndio, iluminação e rede de telecomunicações,
sem colocar em causa os detalhes artísticos existentes e de acordo com o pretendido
para o espaço museológico.

4.2.2 Pátios
Para contemplou-se a remoção total dos pisos existentes e consequentemente
execução de pisos novos em lajetas de betão, incluindo a melhoria da drenagem das
águas pluviais que através de caleiras como através de pendentes do próprio piso.
Toda a vegetação deveria removidas para darem lugar a novas arvores com canteiros
novos. Na frente da Casa do Senador Vera Cruz, o muro existente teria que ser
destruído, e no lugar deste previu-se a construção de bancos em betão destinados ao
acomodar dos visitantes.

4.2.3 Novo edifício (Edifício B)


A empreitada contemplou, para esta seção, a execução de um novo edifício, feito de
raiz, atrás do edifício A, constituída por seis pisos: Piso -1, 0, 1, 2, 3 e 4. Cada piso
teve a sua finalidade já delineada. Para o piso -1 (a cave) seve de acervo dos materiais
de exposição e outros de finalidade diversa, os pisos 0 e 1 serão galerias para
exposições, o piso 2 destina-se ao abrigo de uma biblioteca com sala de leitura e
varanda para projeções, concertos e palestras, o piso 3 será local dos atelieres de
trabalho para os artistas residentes, onde inclui ainda um quarto dormida de algum
artista convidado, para o piso 4 fica reservado os escritórios do pessoal
administrativo do CNAD. Previu-se para este edifico, acesso entre pisos através de
escadas e elevador único, acabamento final dos elementos estruturais em betão a
vista, execução de pisos em betão polido, execução de janelas em madeira casquinha
com acabamento final em Lasur (1), reboco polido nas zonas de casas de banho,
sistema eletrotécnico completo desde iluminação à circuito de videovigilância e
pintura a branco das superfícies. A peculiaridade deste edifício reside na execução
da fachada que o envolve. Trata-se de uma fachada toda ela metálica, constituída por
uma estrutura formada por perfis metálicos IPE e H, revestida com mais ou menos
mil tampas de barris metálicos reciclados.

4.3 Classificação da obra

As obras de construção civil são distinguidas tendo em conta determinados parâmetros.


Neste relatório, classifiquei a obra em questão quanto aos seguintes pontos:
 Tipo de construção: Reabilitação e construção de edifícios
 Natureza: Construção civil;
 Forma de execução de obra: Empreitada;
 Prazo de execução: 12 meses a contar da data de consignação da obra;
 Preço contratual: 51 353 245 escudos cabo-verdianos;
 Tipo de contrato: Regime de empreitada por serie de preços;
 Dono de Obra: Governo de Cabo Verde – Ministério da Cultura e Indústrias
Criativas;
 Empreiteiro: SGL – Sociedade de Construções S.A.;
 Fiscalização: TÉCNICA – Fiscalização e Projeto

4.4 Intervenientes na Empreitada

A empreitada é coordenada e executada pelo Empreiteiro (SGL) na qual delegou uma equipa
técnica constituída por:
 1 Diretor Técnico
 1 Diretor de Obra;
 1 Diretor de Equipamentos;
 1 Diretor Financeiro
 1 Responsável de Aprovisionamentos
O seguinte organigrama esboça a organização da equipa técnica responsável pela execução
da obra:
Fig. 4.2 – Organigrama de Obra CNAD

Algumas atividades, os fornecimentos e as especialidades, como por exemplo eletrotecnia e


carpintaria, foram adjudicadas à subempreiteiros que assumem a responsabilidade da execução
dos trabalhos inerentes, mas sobre a coordenação e controlo da Direção de Obra

No quadro abaixo especificam-se estes subempreiteiros e os trabalhos ou fornecimentos à eles


adjudicados:

Trabalhos Adjudicados
Subempreiteiros

Carpintarias
Oficina Mestre Pulú (OMP)

Pinturas
Vida Pinturas

Oficina Tinene - Escola de Formação Profissional Padre Estruturas Metálicas


Filipe Pereira (EFPPP)
Fornecimento de blocos e
Bom Blok - Empresa de Serviços e Construções lajetas de betão

Eletrotecnia
Electrotech - Instalações Elétricas e Energias Renováveis

Serralharias
Construções Metalicas de Cabo Verde (CMCV)

Fornecimento de inertes
Construções Anildo & Irmãos
Fornecimento de cimentos e
Cimpor Cabo Verde S.A Ferros
Fornecimento de tintas e
Sita - Sociedade Industrial de Tintas S.A associados
Fornecimento de betão
Armando Cunha S.A

Quadro 4.1 – Quadro de Subempreiteiros afetos à obra CNAD

5 Atividades e Funções desenvolvidas durante o estágio profissional

5.1 Introdução

Neste capítulo, objetiva-se o relato de todas as atividades relacionadas à obra de


Reabilitação e Ampliação do CNAD, direta ou indiretamente, realizadas durante o
período de estágio através de um acompanhamento diário e presente no estaleiro de
obras.
Para melhor perceção, enumeram-se abaixo os pontos que compõem este capítulo:
 Planeamento – Elaboração, controlo e acompanhamento de planos de trabalhos
gerais e semanais;
 Analise de projeto de execução para execução de trabalhos;
 Acompanhamento e fiscalização dos trabalhos em andamento onde se inclui
problemas e busca de soluções inerentes às atividades;
 Elaboração de relatórios fotográficos semanais dos trabalhos em andamento;
 Controlo e aprovisionamento de materiais;
 Analise de projeto e comparação com os mapas de quantidades para elaboração
de pedidos de orçamento de acordo com medições efetuadas;
 Solicitação e analise de propostas de subempreiteiros;
 Elaboração de autos de faturação dos subempreiteiros onde se inclui ainda a
elaboração do fecho de mês e folhas de pagamento;

5.2 Planeamento - elaboração e controlo de planos de trabalhos gerais e semanais

5.2.1 Introdução
Segundo o Decreto de Lei n.º 80/VII/2010 artigo nº153 “O plano de trabalhos destina-se
à fixação da ordem, prazo, e ritmo de execução de cada uma das espécies de trabalhos
que constituem a empreitada e à especificação dos meios com que o empreiteiro se
propõe executá-los”.
É dever do Empreiteiro apresentar um plano de trabalhos, ao Dono de Obra, que deverá
ir de encontro aos objetivos previamente estabelecidos e servir de base para todo o
andamento da execução da obra.
Ao elaborar o plano de trabalho geral, o Empreiteiro permita-se saber, definir e
discretizar: (Mendes)
 Todas as atividades que compõem a obra em si;
 A relação de início, fim e simultaneidade de execução entre atividades;
 Os materiais que deverão ser adquiridos bem com as quantidades das mesmas e
as datas que estes deverão entre em obra;
 A tipologia e quantidade de mão-de-obra necessária ao longo das várias fases da
obra;
 Os equipamentos que deverão ser afetados à obra e a duração dos mesmos em
obra;
 Antecipar e prevenir atrasos na execução da obra
 O cronograma financeiro permitindo o controlo dos custos e faturação inerentes;

Segundo Mattos, o controlo e acompanhamento do plano de trabalhos, realizado na fase de


execução da obra, é a terceira etapa do ciclo PDCA, onde se faz a aferição dos trabalhos
executados ou em fase de execução e compara-se com o previsto no plano de trabalhos.

5.2.2 Situação no início do estágio


Quando comecei o estágio, o Plano Geral de Trabalhos já estava feito e posto em prática.
Após monitorização, conclui que o mesmo estava atrasado tanto no edifício A como no
edifício B.
No edifício A, as obras estavam paradas tendo sido concluídos apenas os trabalhos de
demolições e restauro do reboco. No edifício B, decorria os trabalhos de execução das
estruturas em betão armado nomeadamente escadas do Piso 0 e pré-instalação elétrica
na laje do mesmo piso, sendo que o avanço dos trabalhos estava condicionado devido à
demora no aprovisionamento de um dispositivo de ancoragem da futura fachada metálica
e cuja a fixação deveria dar-se juntamente com a betonagem das lajes dos pisos 0 a 4.

5.2.3 Elaboração Plano Geral de Trabalhos


Tendo em conta os atrasos registados no plano de trabalhos em vigor, foi me designado
a tarefa de reformula-lo, permitindo assim um reajuste de objetivos e dar novo ritmo à
obra. Para tal, recorri à um programa informático, nomeadamente o Microsoft Project
Professional, que permite ao utilizador o planeamento de atividades e recursos afetos,
realizar relatórios descriminados por categorias, controlo dos custos e visualizar o
andamento da obra. A utilização deste programa será melhor explicada a frente, na
elaboração de planos semanais.

Iniciei por reunir-me junto com os subempreiteiros para definição dos novos objetivos e
dar conhecer as condições que tínhamos que garantir para assim estipular prazos de
aprovisionamentos dos materiais e execução das tarefas. Finda a reunião, e com essas
novas informações, reformulei o plano de trabalhos alterando as ordens de execução das
tarefas, definindo a duração de algumas e estabelecendo um novo prazo para o término
da obra.

Fig. 5.2 – Plano Geral de Trabalhos Reformulado (Janela do Project 2016)

5.2.4 Elaboração e Controlo de Plano de Trabalhos Semanais


Como já referido, o controlo dos trabalhos é de suma importância e faz-se durante a
execução da obra. Uma melhor forma de o fazer é elaborando planos de trabalhos
semanais que nada mais são do que pequenos trechos tirados do plano geral. Em suma,
planear e elaborar as atividades semanais permite:
 Controlar o rendimento da execução das atividades;
 Prever se é necessário aumentar ou diminuir a mão-de-obra afetada;
 Dar objetivos às equipas de trabalho a fim de motiva-los;
 Analisar e prever os recursos que serão necessários para atingir os objetivos da
próxima de semana de trabalho;
 Elaborar relatórios semanais à Dono de Obra, de modo que possa acompanhar o
andamento da execução da obra;

Com já mencionado anterior, para elaboração de planos, recorri ao Microsoft Project 2016.
Numa forma de descrever o trabalho com recurso ao programa, a elaboração de um plano
semanal consistia na execução dos seguintes passos:

1. Definir no menu FICHEIRO, no submenu OPÇÕES, opção AGENDA, onde ser quer
iniciar a semana de trabalho, o horário de trabalho normal de cada dia. Muito
importante, pois permite o cálculo automático de dados pelo Project;
2. Introduzir a tarefa resumo no menu TAREFA. Nada mais é que criar a tarefa geral,
que no meu caso era a própria empreitada Ampliação e Reabilitação do Centro
Nacional de Artes e Design;
3. Como a empreitada era dividida em dois polos, Edifício A e Edifício B, tinha-se que
criar mais duas Tarefas Resumo com os mesmos nomes dos dois polos;
4. Debaixo de cada Tarefa Resumo, insere-se as tarefas previstas para a semana de
trabalho em questão, como por exemplo: Execução de pavimento em betão polido
Piso 0;
5. Insere-se de seguida, na coluna DURAÇÃO, a duração tarefa que, por ser um plano
semanal, colocava 5 dias, definido entre uma terça-feira de uma semana à um
segunda-feira da semana seguinte;
6. Na coluna INICIO, definir o dia início da execução da tarefa que, novamente por ser
um plano semanal, iniciava-se sempre na terça-feira de cada semana. O Project
calcula automaticamente o fim da atividade, na coluna CONCLUSÃO, com base na
duração da tarefa, 5 cinco dias;
7. Na coluna NOMES DE RECURSOS, embora tenha a função de listar o nome de
todos recursos atribuídos à uma tarefa, utilizo-a para definir a percentagem de
execução da tarefa na sua totalidade ao longo da semana de trabalho;
8. Configurar a página na hora de imprimir, introduzindo o nº da semana do ano e
estabelecendo o intervalo de tempo que se deseja imprimir, e o plano semanal esta
pronto.
Na imagem abaixo, é possível ver um exemplo de um plano semanal feito, nomeadamente à
da semana 49/2020:

Fig. 5.3 – Plano Semanal 01/Dez a 07/Dez (Microsoft Project 2016)

5.3 Analise do caderno de encargos, projeto de execução e mapas de quantidades para


execução dos trabalhos

Um diretor de obra tem o dever ter um profundo conhecimento da obra que executa. Para
tal, este tem de estudar muito bem as memorias descritivas, os projetos de execução,
analisar os mapas de quantidades e muitas vezes compara-los. Isto permite que se possa
ter sempre em mente como os trabalhos têm de ser executados, os materiais que se devem
aprovisionar, detetar erros e omissões no projeto, pedir esclarecimentos e propor
melhorias as soluções inicialmente preconizadas.

Para executar melhores os trabalhos, foi preciso fazer esse estudo profundo ao projeto
de execução e aos mapas de quantidades. Analisei a memorias descritivas e os cadernos
de encargos, para saber o que se pretendia como as formas técnicas de execução, os tipos
de acabamentos, as ressalvas que se deveriam ter na altura de executar um trabalho, o
tipo de acabamento previsto.
No decorrer da obra, foram muitas as vezes que encontramos situações in loco que não
correspondiam com o projeto de execução ou havia falta de elementos técnicos que
impediam a execução dos trabalhos. Nestas situações, solicita-se sempre um
esclarecimento ao Gabinete de Projetistas e a Fiscalização que, segundo o Artigo nº127,
aliena 3, do Decreto de Lei Nº50/2015, têm um máximo de 15 dias para dar uma resposta,
de contrário tínhamos o direito de suspender ou interromper parcialmente os trabalhos
afetados. (Nº72, 2015)

No anexo A, pode-se encontrar um exemplo de Pedido de esclarecimento padrão


utilizado nesta obra em questão. Uma vez esclarecido o problema juntamente com os
Projetistas, e com o aval da fiscalização, pode-se então avançar com o trabalho em causa.

5.4 Acompanhamento e fiscalização dos trabalhos presentes na empreitada

A minha principal função no estágio era o acompanhamento rigoroso de todos os


trabalhos definidos na empreitada, e garantir que fossem executados tal como fora
projetado.

5.4.1 Demolição da vedação existente do edifício A


O edifício A, Casa Senador Vera-Cruz, inicialmente tinha um muro que o circundava.
Feito em pedra e acabada com argamassa de cimento, a sua demolição representava,
segundo os projetistas, uma forma de devolver o edifício a cidade.

Fig. 5.4 – Muro previsto para demolição (Lista de Trabalhos de Restauro – peças desenhadas)

Tendo em conta que a SGL não tem uma grande infraestrutura em São Vicente, e
consequentemente, não detém em seu parque de equipamentos uma retroescavadora, foi
preciso recorrer à um subempreiteiro para a realização da tarefa, nomeadamente, a
Armindo Silva Lda., uma empresa especialista neste tipo de serviços.
A escolha do dia da semana é muito importante, pois, para este tipo de trabalho, cria-se
grande aparato e, como no caso, pode-se causar transtorno no transito. Como tal, a
demolição ocorreu num sábado, que naquela zona histórica da cidade pouco ou não tem
de transito naquele dia de semana.
Prepara-se o local, cercando a área com fita sinalizadora e colocando sinais de transito
temporários indicando trabalhos de obra. Foi preciso 5 horas de máquina para demolir
toda a vedação sinalizada.

Fig.5.5 – Demolição de muro existente

5.4.2 Execução de estruturas de betão armado


A execução de qualquer estrutura em betão armado, numa obra, é alvo de um controlo
com rigor por parte da Fiscalização, tanto é que, no caderno de encargos desta obra em
si, há um capítulo que ressalva todos os procedimentos que se deve ter em conta, com
por exemplos os ensaios a serem feitos e a qualidade dos materiais empregues. Quanto
ao método de execução, ficou estabelecido que o Empreiteiro deveria aplicar técnicas e
normas em vigor no país, visando sempre as características desejadas. Durante o estágio
foi possível acompanhar, no edifício B, a execução de pilares, vigas, lajes, escadas e o
núcleo do elevador que nada mais do que um conjunto de paredes em betão armado.

O projeto especifica que todas as estruturas em betão deveriam ser da classe C20/25,
com brita e areia de alta qualidade, aço A500NR e cimento Portland 42NR. Segundo a
NP206-1, um betão de classe C20/25 é um betão com resistência característica a
compressão simples de 20 Mpa sobre um cilindro padronizado, 15 cm de diâmetro e 30
cm de altura, e de 25 Mpa sobre um cubo padronizado, 15 cm de aresta.
Aprovação do traço e metodologias de execução
Como a metodologia de execução não estava definido no caderno de encargos, foi
necessário submeter à Fiscalização um sistema construtivo. Para a execução de escadas,
caixa de elevador e pilares, tendo em conta que o nosso estaleiro local tinha boas
condições para tal, optamos pelo fabrico de betão através de betoneiras. Quanto às lajes
e vigas, sendo elementos que, por praticidade, devem ser betonados ao mesmo tempo,
demandam uma grande quantidade de betão, pelo que foi necessário requerer à uma
empresa exterior para o fornecimento. A empresa Armando Cunha S.A. foi primeiro
subempreiteiro adjudicado, pela SGL, para o fornecimento de betão pronto, fabricado
num central de betão, onde os materiais e a dosagem são controlados mecanicamente.
Numa segunda instância, onde já estava executado toda estrutura do piso -1 ao piso 1,
do edifício B, a empresa Empreitel Figueiredo Engenharia e Construções foi adjudicada
a continuidade dos trabalhos de fornecimento de betão.
Em todo os casos, a Fiscalização deve aprovar a metodologia, e a fez através de ensaios
de betão. Caso os valores obtidos fossem iguais ou superiores ao de projeto, a
metodologia de execução seria aprovada. Tanto a empresa Armado Cunha S.A. com a
Empreitel Figueiredo Engenharia e Construções, detêm em seus estaleiros centrais um
laboratório para ensaios do tipo. Com recurso à uma máquina de ensaio de betão, o
processo para calcular a resistência do betão faz-se seguindo os seguintes passos:
1. Enche-se de betão 9 cubos padronizados, com 15 cm de arestas. Deixam-se 1 dia
no processo de cura;
2. Imerjam-se os cubos num tanque de água. Este passo procura simular o ambiente
mais agressivo que o betão poderia estar exposto numa situação real;
3. Após 7 dias depois do dia de betonagem, faz-se a primeira quebra de cubos.
Inicia-se pesando 3 cubos tirados do tanque de água somente na altura da quebra.
Anotam-se os pesos dos cubos para calcular a densidade do betão tendo em conta
o volume do cubo, expresso em 𝑘𝑔/𝑐𝑚 ;
4. Seguidamente, coloca-se um cubo na máquina de ensaio. Aciona-se a máquina.
No momento que o cubo cede, é anotado a carga (P) limite que o fez ceder,
expresso em 𝑘𝑁;
5. Repete-se o passo 4 para os dois cubos restantes;
6. Através da fórmula de calculo de tensão 𝜎 = , onde A é área de aplicação da

carga P, nomeadamente 225 𝑐𝑚 (área do cubo), calcula-se a resistência do


betão para cada cubo;
7. A resistência do betão aos 7 dias é a média das tensões calculadas aos três
cubos;
8. Após 14 dias depois do dia de betonagem, repete-se o mesmo processo ocorrido
aos 7 dias, com mais 3 cubos
9. Após 28 dias depois do dia de betonagem, repete-se o mesmo processo ocorrido
aos 7 dias, com os últimos 3 cubos. Segundo o Euro código 0, a resistência
máxima de um betão é o atingido aos 28 dias de cura.

Nas fotos abaixo, tiradas no estaleiro da Armando Cunha, ilustram-se o processo descrito
acima:

Fig. 5.6 – Imersão de cubos em tanque de água Fig. 5.7 – 3 cubos para quebra

Fig. 5.8 – Pesagem de cubo Fig. 5.9 – Ensaio de compressão


No anexo B, pode-se encontrar um o resumo dos testes resistência à compressão referente â
betonagem da laje do piso 2 do edifício B, feito no estaleiro central da Empreitel Figueiredo
Engenharia e Construções

Quanto ao traço, estava definido no projeto em 1:2:3, mas, após alguns testes, verificou que
o traço 1:2:3,5 atingia melhores resultados no teste de compressão, sendo então aprovado
pela fiscalização.

Ensaio de abaixamento do betão ou Slump Test

Imediatamente antes da betonagem de qualquer elemento estrutural, é realizado, pela direção


de Obra, fiscalização e subempreiteiro, o Slump Test. Regido pela norma NP EN 12350-2,
denominado de Ensaio de Abaixamento do Betão ou Concrete Slump Test, consiste na
medição do abaixamento do betão quando este, ainda fresco, é aplicado dentro de uma forma
cónica padronizada e imediatamente desenformado em seguida, tendo-se assim a base para
classificar a sua consistência. (Comité Técnico CEN/TC 104 "Betão e produtos para betão")

Segundo a NP EN 12350-02, o ensaio aplica-se para abaixamentos entre 100 e 200 mm, com
betões cujo os agregados mais grossos não excedam a dimensão máxima de 40 mm. Caso
após 1 minuto depois da desmoldagem o abaixamento continuar a acontecer, o ensaio
considera-se inadequado para medição da consistência do betão. Para a execução do ensaio,
é necessário:

 1 Molde cónico padronizado ou Cone Abrams, como mostrado na imagem abaixo,


com 300 mm de altura, 200 mm de diâmetro na base e 100 mm de diâmetro no topo.
Contém ainda pegas para os pés e para as mãos que auxiliam no manuseio;

Fig.5.10 – Cone Abrams para slump test (SEC- Test Lab Instruments (I) Pvt, Ltd, 2019)
 1 Varão de compactação de seção transversal circular, com 600 mm de comprimento
e 16 mm de diâmetro, utilizado para ajudar na compactação do betão no interior do
molde;
 Fita métrica para medir o abaixamento;
 Placa/superfície regular, não absorvente, rígida, sobre a qual é realizado o teste;

Existem ainda outros utensílios, mas os mencionados são os mínimos requisitados para a
realização do teste. O ensaio realiza-se da seguinte forma:

1. Sobre a placa, coloca-se o molde com a parte mais larga para baixo;
2. Aplica-se uma camada de 10 cm da amostra de betão e compacta-se com 25 golpes
utilizando a vara de compactação;
3. Repete-se o ponto 2 para mais duas camadas, sendo que na última regulariza-se a
superfície;
4. Espera entre 5 a 10 s e desenforma-se lentamente;
5. Coloca-se o molde com o lado mais estreito para baixo, ao lado da amostra
desenformada;
6. Mede-se então a diferença de altura entre o molde e a amostra, anotando-se o
resultado;

A NP EN 12350-2 estipula que o resultado é aceite caso o valor esteja entre o intervalo de
aplicação do teste. Em situação em que em o provete não se desenforme de uma maneira
intacta e simétrico, não é aceite o teste e este deve ser refeito. Caso persista a situação eme
dois caos consecutivos, considere-se que o betão não apresenta a plasticidade e a coesão
necessária para a realização do teste. (Comité Técnico CEN/TC 104 "Betão e produtos para
betão").

A classe de consistência, como mencionado, é avaliado pela diferença de altura, sendo que
cada classe se encontra definida nos seguintes intervalos mostrados na tabela abaixo:

Classe de Consistência do betão


S1 10 a 40 mm
S2 50 a 90 mm
S3 100 a 150 mm
S4 160 a 210 mm
S5 ≥ 220 mm
Tabela 5.1– Classe de consistência do betão (NP EN 12350-2)

O projeto de execução da nossa empreitada impunha que a classe dos betões da estrutura
deveria ser a classe S3. Abaixo, seguem-se imagens de um slump teste realizado aquando da
betonagem da laje do Piso 1 do edifício B:

Fig. 5.11– Aplicação e compactação do betão

Fig.5.12 – Desmolde e medição de diferença de altura

Execução de pilares

Pilares são elementos estruturais trabalham na vertical, dimensionados principalmente para


suportar esforços de compressão, embora se leve em conta também os esforços de flexão e
torção, provenientes das cargas sobre as lajes e vigas, e que por sua vez tramitem esses
esforços à fundação da estrutura. Os pilares do edifício B que foram executados, durante a
obra, tinham todos à mesmas dimensões, 20x30 cm. A armadura era composta por 6 varões
de diâmetro 12 mm e estribos de diâmetro 6 mm, espaçados 14 cm entre si.

Para a execução dos pilares, foi preciso uma equipa de 8 homens e, em média, o trabalho
durava 4 dias. 3 Dias para cofragem, ancoragem dos pilares e execução de armaduras (16
unidades/piso) e 1 dia de betonagem. A equipa de trabalho dividia-se no seguinte esquema
de trabalho:

 Cofragem, ancoragem e armaduras:

 Equipa de 6 Homens, composta por carpinteiros de tosco2, executavam a


cofragem dos pilares. Com base nas dimensões dos pilares, compunham uma
estrutura formada por “labaças1”, painéis tricapa e pregos. Antes da
montagem no lugar, era aplicado um óleo descofrante, que facilita na hora de
descofrar o pilar após betonagem. Para assegurar que não houvesse
deformação no betão, a cofragem era ainda ancorada e reforçada com prumos
que a amarravam de forma que não cedesse durante a betonagem;

 Equipa de 2 Homens, composta por ferreiros, executavam a armadura dos


pilares. A armadura é feita cortando e dobrando os varões nas medidas
corretas. Os varões e os estribos são amarrados através de fios de arame
recozidos.

 Betonagem:

 Equipa de 6 homens, ao 4º dia, betonavam os pilares, onde se já se


encontravam montadas a cofragem e a armadura. 2 Homens preparavam a o
betão, 2 homens estavam encarregados do transporte e os dois últimos
garantiam a o enchimento dos pilares. Durante a betonagem, é utilizado um
vibrador cujo a função é garantir a inexistência de vazios, a boa compactação
e homogeneidade da estrutura. É correto vibrar o betão durante um máximo
de 10 s, acima disso corre-se o risco de haver separação entre os inertes de
maior dimensão (brita) e a argamassa (cimento e areia misturada), causando
pontos de fraca resistência a compressão ao longo da estrutura, colocando
assim em causa a funcionalidade.

No geral, a execução dos pilares seguia a seguinte logica de execução conforme a sequência
de fotos abaixo:

Fig. 5.13 – Armação e cofragem de pilares

Fig. 5.14 – Ancoragem de pilares

Execução de escadas e caixa de elevador

Ambos elementos em betão cujo a função é permitir vencer as diferenças de cotas entre
pisos. A escada nada mais é do que uma laje inclinada composta por degraus. A caixa de
elevador no fundo é uma parede em betão armado e que alberga o elevador. Esta deve ser
dimensionada de modo aguente tanto o peso do elevador como as cargas pontuais a que o
elevador vai ser sujeito, que no nosso caso, máximo de 6 pessoas, no peso global estimado
em 650 kg.

O sistema de execução segue as mesmas regras do dos pilares, como pode ser visto nas
imagens abaixo:

Fig. 5.15 – Cofragem e armação escada

Fig. 5.16 – Cofragem e armação caixa de elevador

Execução de vigas e lajes

Elementos estruturais que trabalham na horizontal, ambos são dimensionados tendo em


conta os esforços de flexão, que são maiores em relação aos outros esforços existentes. O
sistema de execução segue as mesmas indicações dos demais acima mencionados, diferindo
apenas na betonagem, que é feita através de bombagem direta do betão, que vem pronto do
estaleiro central do subempreiteiro.

Opta-se por este tipo de betonagem devido à quantidade de elevada de betão que se deve
fornecer num curto espaço de tempo. Caso fosse feito a betonagem manualmente, haveria o
risco ocasionarem-se juntas e pontos interrupção, ou seja, uma parte da laje ou viga já
betonada inicia o processo de cura, caso a outra parte não seja adicionada a tempo, no
intervalo de ligação entre betonagens, o betão não fica ligado uniformemente. Nestes pontos,
a ligação é fraca e a resistência é menor a projetada.

O processo de betonagem de uma laje difere dos outros no que diz respeito a formalidades.
É necessário submeter para a fiscalização, para aprovação, um Plano de Inspeção e Ensaio
ou Ficha de Inspeção e Ensaio (PIE-FIE) e um Plano de Betonagem, pelo menos 1 dia antes
do dia de betonagem, sem os quais a betonagem não pode decorrer.

PIE-FIE trata-se de um documento na qual a fiscalização, seguindo-se o itinerário proposto,


controla o processo de betonagem, de forma a garantir a qualidade da sua execução, em
conformidade com o projeto de execução preconizado, seguindo-se assim o disposto na
norma ISO 9001:2008, referente aos Sistema de Gestão de Qualidade (Santos T. V., 2012).
O modelo de PIE utilizado nesta empreitada encontra-se no anexo C, onde se podem
encontrar os seguintes pontos a ter em conta no processo de controlo:

 Localização ou elemento em controle;


 Execução de cofragem;
 Execução de armaduras ordinárias;
 Nota de Pedido de betonagem
 Autorização da betonagem
 Classe do betão;
 Execução de betonagem no que diz respeito ao slump test, cota de betonagem,
aplicação e vibração.

O Plano de betonagem nada mais é do que o itinerário da betonagem da do elemento


estrutural, descrevendo a forma como decorrerá o processo de betonagem. Nele está
especificado a(o):

 Identificação do elemento estrutural a ser betonado;


 Resistência e consistência do betão que irá ser utilizado;
 Data prevista do dia betonagem;
 Data de início e fim do processo de betonagem, com apresentação do movimento dos
camiões betoneiras;
 O volume de betão que se irá aplicar;
 Mão-de-obra prevista;
 Equipamentos previstos para aplicação;
 Entidades envolvidas no processo de betonagem, nomeadamente a Direção de Obra,
Fiscalização e o Subempreiteiro

No anexo D encontra-se um exemplo de um plano de betonagem, referente à execução da


laje do Piso 4, fornecida pela Empreitel.

Abaixo se encontram fotos do acompanhamento da betonagem da laje do piso 1:

Fig.5.16 – Betonagem Laje Piso 1

5.4.3 Execução de Alvenarias


5.4.3.1 Conceitos Gerais

A alvenaria ou parede é um conjunto tijolos, blocos pedras naturas ou peças sobrepostas


coladas ou não por argamassa normalmente de cimento e areia, formando um elemento
vertical, com funções como resistir a cargas verticais, resistir à impactos, fornecer proteção
acústica e térmica aos ambientes, vedar e dividir espaços. Além disso, é muito comum servir-
se das paredes para a passagem de tubulações de instalações de água, esgotos, eletricidade,
comunicações e SADI (Sistema Automático de Deteção de Incêndio) (Santos R. C., 2012)
No geral, existe dois tipos de alvenaria, a estrutural e a divisória. A estrutural, como o
nome indica, tem função estrutural, ou seja, de resistir a cargas e suportar outros elementos
estruturais como lajes e coberturas enquanto que a divisória tem a função de dividir e vedar
espaços, ficando as cargas suportadas por vigas e pilares. (Santos R. C., 2012)

Para a execução de alvenarias, são necessários os seguintes utensílios primordiais:

 Colher de pedreiro;
 Prumo de pião e fio-de-prumo para a verificação da verticalidade;
 Nível para a verificação da horizontalidade;
 Balde e talocha;
 Régua para transportar medidas para as miras;
 Miras: elementos ligados por cordel, servindo de guia para aplicação das fiadas de
tijolos

Fig.5.17 - Ferramentas para execução de Alvenarias (Estrutural, 2023)

5.4.3.2 Acompanhamento e descrição da execução de alvenaria na empreitada

Na empreitada em questão, como mencionado nos capítulos anteriores, tem como soluções
estruturais, vigas e pilares, resultando no uso de paredes somente para as funções de divisão
e vedação de espaços. Todas as alvenarias presentes foram executadas como blocos de betão,
0.40x0.20x0.20 m para fecho de vãos e 0.40x0.20x0.10 m para divisão espaços, ligadas entre
si com argamassa de cimento e areia ao traço 1:4. Os

No bloco A, executaram-se alvenarias para fecho de vãos no interior do museu e construção


dos nichos que iriam receber portões metálicos previstos para o pátio interior. Já no bloco B,
foi executado para o fecho do edifício no tardoz do mesmo e para a divisão das zonas das
casas de banho e escritórios, sendo que o início da execução das alvenarias em cada piso,
neste bloco, verificou-se após 14 dias após a betonagem da laje do respetivo piso. Essa espera
se deve, como explicado a mim pelo meu tutor, ao fato que, por norma, só deve aliviar parte
da cofragem das vigas e lajes após 14 dias de cura, deixando por mais 14 dias o escoramento
central das lajes.

O processo de execução das alvenarias se deu através dos seguintes passos abaixo:

1. Marcação da alvenaria no piso através de consulta no projeto de arquitetura. A


marcação é feita com giz ou com a própria argamassa, no local exato onde se
colocará o primeiro bloco.
2. Execução da 1ª fiada de blocos. Nesta etapa, assegura-se o correto de alinhamento
das paredes através linhas, normalmente de nylon, fixadas nas extremidades da
fiada. É muito importante que se verifique a ortogonalidade através do uso de um
esquadro. Para melhor aderência da argamassa aos blocos, estes devem ser
previamente molhados;
3. Após a primeira fiada de blocos, assenta dois blocos, um em cada extremidade da
parede, e com o auxílio do prumo, “pruma-se” os blocos, assegurando-se a
verticalidade com a 1ª fiada.;
4. Amarra-se a linha de nylon nas extremidades prumadas, servindo-se esta como guia
para a colocação dos blocos intermedio;
5. Assentam-se os restantes blocos na fiada sendo estas executadas em sistema de junta
vertical desencontrada com a fiada de baixo, de forma a “amarrar” os blocos entre
si;
6. Repete-se o processo de execução das restantes fiadas de sempre de igual modo

Nas zonas de portas e janelas, deve-se interromper o assentamento de blocos. Executa-se no


local um lintel, que no fundo é uma viga de dimensão pequena, que serve de suporte para
assentar a próxima fiada de blocos.

Abaixo segue algumas fotos que ilustram o processo de descrito acima:


Fig.5.18 – Execução de alvenaria piso 0 do edifício B

5.4.4 Execução de revestimento de paredes com argamassa de reboco


5.4.4.1 Conceitos Gerais

Os revestimentos são camadas aplicadas sobre paredes, tetos e pisos que devem ser
executados de modo que sejam compatíveis com a natureza e a função do respetivo suporte,
concedam uma superfície sem defeitos, com resistência mecânica satisfatória, coeso e
aderente, resistente às intempéries e com durabilidade compatível ao custo da sua
manutenção e reparação. (Flores-Colen, et al.)

Neste capítulo ira ser tratado o revestimento de paredes interiores, cuja as principais
exigências funcionais são a regularização e acabamento das superfícies, impermeabilidade e
decoração, executados em ligantes minerais com base de cimento e cal que conjuntamente
denomina-se argamassa. Quando se utiliza a argamassa para conferir revestimento à um
parâmetro, o revestimento designa-se Reboco. (Flores-Colen, et al.)

A argamassa é um material de construção, com propriedades de aderência e endurecimento,


obtidos a partir da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia)
e água, podendo conter ainda aditivos e adições minerais. (Carasek, 2010)

A argamassa de reboco é constituída por três camadas executados na mesma ordem de


apresentação: chapisco, emboço e camada de acabamento. A 1ª serve para conferir aderência
à base do suporte, normalmente executado com 3 a 5 mm de espessura. A 2ª entra para a
regularização e impermeabilidade do revestimento, executado com 10 a 15 mm de espessura.
A 3ª e última camada, também denominada de reboco, é a que confere o efeito decorativo
do revestimento, reforça a impermeabilidade e a resistência ao choque, sendo acabada com
10 a 15 mm de espessura. (Flores-Colen, et al.)
5.4.4.2 Acompanhamento e descrição da execução de revestimentos em rebocos na
empreitada

Ao longo da empreitada, foi-me possível acompanha a execução de rebocos tanto no edifício


A como no edifício B e que devido a natureza diferente dos edifícios, como referido
anteriormente, o processo construtivo dos rebocos diferenciou-se no que diz respeito ao tipo
de argamassa utilizado.

No edifício A, sendo este um edifício antigo, técnicas modernas não seriam compatíveis com
o sistema construtivo que fora utilizado inicialmente. Para além disso, o edifício apresentava
focos de humidade resultantes da ineficácia da capacidade das superfícies em permitir a
transpiração da humidade entre compartimentos. A solução para estes dois problemas passou
por realizar uma serie de testes de tipos de argamassas que se adequariam ao suporte antigo
e permitisse a permeabilidade ao vapor de água. Foi então aprovado uma argamassa de base
Cal hidráulica e areia no traço 3:1. O uso da argamassa de cal hidráulica em rebocos
apresenta as seguintes vantagens para o nosso contexto de uso:

 Apresenta boa aderência a superfície de suporte e acompanhamento do


comportamento da parede face às mudanças de temperatura;
 O calor de hidratação é baixo e liberta-se lentamente fazendo com que a evaporação
da água seja lenta evitando assim o aparecimento de fissuras;
 Permeabilidade ao vapor de água, repondo ao ambiente o vapor de água quando o
tempo está mais quente;
 Maior compatibilidade com suportes de alvenaria de tijolo ou pedra, como é o nosso
caso onde as paredes estruturais do edifício A são todas feitas em alvenaria de pedra
natural;

No edifício B, dado a ser uma construção de raiz, utilizou-se o processo construtivo mais
usual, nomeadamente a da argamassa com base em cimento e areia à um traço 3:1,
respeitando a espessura imposta pelo caderno de encargos de 20 mm. (Silva, 2008)

Processo construtivo do revestimento em argamassa de reboco

Pelo acompanhamento dessa atividade em obra, descrevo abaixo o processo de execução do


reboco de uma parede:
1. Inicia-se por limpar a superfície de suporte, retirando quaisquer partes soltas e
salientes;
2. Para melhor aderência da argamassa, humidifica-se a seguir toda a parede com água;
3. Executam-se mestras espaçadas 2 m umas das outras. Estas mestras consistem em
pequenos pontos onde faz-se inicialmente a verificação da verticalidade da parede e
assegura-se a espessura desejada que no nosso caso é de 20 mm. São normalmente
executados como pedaços de mosaico ou azulejo;
4. Aplica-se linhas ortogonais de chapisco nas direções das mestras e deixa-se
‘enxutar”1;
5. Com o auxílio de uma régua de alumínio, retira-se o excesso de argamassa nas linhas
das mestras, ficando assegurado a espessura de 20 mm. O ato de passar a régua para
retirar o excesso denomina-se sarrafar;
6. Em seguida executa-se o chapisco em toda a parede em questão. Deixa-se enxutar;
7. Com a régua de alumínio, retira-se o excesso de massa entre os pontos das mestras.
Passa-se a régua tanto na vertical como na horizontal;
8. Utiliza-se a colher de pedreiro para preencher os espaços com falta de argamassa
(execução da última camada). Pressiona-se a argamassa com a mesma colher de
forma melhor a aderência ao suporte;
9. Com uma desempenadeira, uniformiza-se parede conferindo-se assim o aspeto
desejado;
10. Quaisquer defeitos são corrigidos com aplicação de argamassa com a colher e
uniformização novamente com a desempenadeira.

Durante a execução de reboco, é usual a recolha de argamassa que cai no chão para
reaproveitamento do material.

Afim de evitar-se a fissuração do reboco, é recomendável que seja executado pelo menos 7
dias depois da execução da parede nova.

Em zona onde há descontinuidades de materiais como por exemplo na transição entre


alvenaria e estruturas de betão de armado, deve-se utilizar uma armadura de rede de fibra de
vidro incorporada na camada de base. Esta confere ao reboco resistência à tração e melhor
aderência da argamassa na zona de transição, evitando-se assim a fissuração e empolamento
do reboco resultante do comportamento diferente dos dois materiais.
1
Enxutar – ato de deixar a argamassa ganhar um pouco de presa e cura de modo melhorar a aderência e
facilitar o sarrafar.

Fig.5.19 – Execução de revestimento em reboco

Execução de revestimento reboco polido

Ainda dentro da execução de revestimentos de paredes em argamassas de reboco, foi feito


durante a empreitada uma variante do reboco dito normal nas paredes das casas de banho do
edifício B e no Café do edifício A. Trata-se de um reboco denominado de reboco polido que
consiste na execução de um reboco normal cujo a camada de acabamento é finalizada com
uma pasta de cimento, aplicado somente com a face da colher de pedreiro.

O método construtivo do reboco polido segue as seguintes diretrizes:

1. Executa-se todos os procedimentos de um reboco normal até à face de execução da


camada de acabamento (reboco);
2. Deixa-se enxutar o reboco;
3. Aplica-se com a colher de pedreiro uma pasta de cimento. Deve-se utilizar sempre
a face inferior da colher e, com movimentos suaves de vaivém, alisar o reboco de
modo a resultar numa superfície lisa ao toque;

A principal diferença entre o reboco polido e o normal é a textura do da superfície resultante.


Enquanto que no primeiro a superfície é lisa, já no segundo é areado. Este de revestimento
é considerado um revestimento já acabado, podendo ser considerado o produto final
dependendo do estipulado no projeto.
Durante a execução de grandes panos de paredes, é crucial que se mantenha sempre o mesmo
traço de execução e o tipo cimento, pois caso se alterem esses dois fatores certo será que as
paredes ficarão com tonalidades de diferentes nalgumas áreas, criando uma sensação que se
fizeram remendos nas paredes.

Abaixo, fotos da execução de reboco polido nas paredes do café do edifício A:

Fig.5.20 – Execução de reboco Polido café do edifício A

5.4.5 Execução de pavimentos em betão afagado

Presente no caderno de encargos estava a execução de 1000 m2 de pavimento em betão


afagado que consiste num “tapete” de betão constituído por cimento, areia e brita de
granulometria pequena, aplicado sobre a laje do piso. A sua espessura não deve ser inferior
à 5 cm e a utilização de armadura é obrigatória a partir do momento que tenha painéis com
área igual ou superior 6 m2 de modo a evitarem a ocorrência de fissuras em demasia.
(www.homify.pt)

O projeto vinha com algumas especificações sobre as quais deveríamos seguir risca,
nomeadamente:

 Espessura do piso fixado em 5 cm;


 O acabamento deveria ser liso e sem imperfeições;
 As juntas entre os painéis deveriam se apresentar sem lombos resultantes das
transições;
 No piso, deveria ser aplicado uma malha quadrada de aço A500 diâmetro 6 mm e
espaçamento 15 cm;
O traço utilizado pela SGL, e aprovado pela Fiscalização, foi 1:2:4 utilizando cimento
Portland 32,5NR, areia fina e brita nº 1.

Foi definido pelo G. Projetistas que os painéis padrões deveriam ter dimensões em planta de
2.32x2.63 m, resultante em 6.10 m2 por painel. Para a execução das juntas e delineamento
dos painéis, recorreu-se a divisão por tubos galvanizados, soldados à malha prevista.

Processo de execução dos pisos em betão polido:

1. No piso em questão, executa-se toda a malha quadrada em aço A500 diâmetro 6 mm;
2. Com tubos galvanizados, forma-se um perímetro para execução de dois painéis, com
vértices oposto;
3. Enche-se os painéis com betão. Um pedreiro, com auxílio de uma régua, regulariza
a superfície apoiando-se nos tubos galvanizados como mestras;
4. Deixa-se enxutar por cerca de 15 minutos;
5. Pulveriza-se cimento em pó sobre a superfície e com a colher de pedreiro, em
movimentos circulares, vai-se afagando o betão de forma a ficar com o aspeto polido;
6. No dia seguinte, para evitar fissuras, cobre os painéis com uma manta geotêxtil
humedecida com água;
7. Retira-se a estrutura de tubos galvanizados e repete-se o processo para os restantes
dois paneis de forma a formar um quadrante com 4 painéis.

Abaixo, pode-se encontrar uma sequência de fotos ilustrando o processo descrito acima:
Fig. 5.21 - Armação de malha (à esquerda); Colocação de estrutura tubos (à direita)

Fig.5.22 -Enchimento primeiros painéis (à esquerda); Retirada de estrutura tubos (à direita)

Fig.5.23. -Enchimento segundos painéis (à esquerda); Quadrante finalizado (à direita)

5.5 Elaboração de relatórios fotográficos semanais dos trabalhos em andamento

É muito comum que empresas tenham sua sede um ponto do país e operem obras em outros
pontos, o que é o caso da empresa SGL. Tem sua sede na ilha do Sal e é a partir daí que
controlou obra em São Vicente.

O Diretor Técnico gerencia e controla os andamentos via internet. Afim de melhor poder
acompanhar a obra à distância, foi-me encarregado que registra-se, em fotos, todos os
trabalhos em andamento. Realizava relatórios com base nessas fotos e semanalmente
enviava ao Eng.º Bruno para sua análise e comentários. Reuniões e decisões entre os
membros da Direção de Obra eram tomadas sobre estes relatórios, nomeadamente:

 Controlo e previsão de mão-de-obra;


 Notificação e agendamento de aprovisionamento de materiais;
 Pontos de situação do andamento do plano de trabalhos;
 Processo construtivo dos trabalhos

O relatório era feito com recurso ao software Microsoft Office PowerPoint, apresentado
conforme imagem abaixo:

Fig.5.24 - Diapositivo 1 de um relatório fotográfico

Nele era apresentado sempre com as seguintes informações:

 Identificação da obra;
 Indicação da semana e do ano;
 O período de dias a que se refere o relatório;
 Data de envio do relatório;

5.6 Contratação de subempreiteiros

5.6.1 Enquadramento

A subempreitada é um contrato por meio da qual o Empreiteiro transfere a outrem


(subempreiteiro) total ou parcial obrigação de realizar uma obra (Virtual, 2021). A
responsabilidade do Empreiteiro para com a obra e para com o Dono de Obra fica igual ao
estipulado no contrato celebrado entre as partes sendo que a única mudança que ocorre nesta
situação é que algumas atividades especificas não serão executadas diretamente pelo
Empreiteiro, mas sim por uma outra entidade sob a coordenação do Empreiteiro.
A nível de relações na obra, o subempreiteiro não tem nenhuma relação com o Dono de
Obra, não devendo a esta nenhuma responsabilidade. Quaisquer assuntos de obra,
responderá somente à entidade que o contratou, no caso, o Empreiteiro.

Todo o trabalho do subempreiteiro é coordenado pelo Empreiteiro através de mapas de


quantidades, que devem estar presentes no contrato celebrado, e planos de trabalhos
entregues por este de forma a enquadrar o subempreiteiro nos prazos já estabelecidos com o
Dono de Obra.

O Empreiteiro com a responsabilidade jurídica da segurança de todos os trabalhadores


presentes nos estaleiros de obra onde se inclui os pertencentes aos subempreiteiros pelo que
fazer um controlo diário em obra sobre o uso de EPIs e mensalmente acerca do Seguro
Obrigatório de Acidentes de Trabalho (SOAT) como exposto no decreto de Lei nº 50.

5.6.1.1 Vantagens e desvantagens da contratação de subempreiteiros

É usual no nosso mercado recorrer à subempreiteiros para realização de algumas pois oferece
ao Empreiteiro diversas vantagens, porém algumas desvantagens também como se pode ver
no quadro abaixo. (Mendes)

vantagens Desvantagens
Melhoria da flexibilidade na celebração dos Dívidas dos subempreiteiros relacionadas
contratos de trabalho, bem como a redução de com encargos sociais quando estes não honram
encargos sociais, como o INPS ou SOAT as suas responsabilidades para com os seus
quando se recorre à subempreiteiro de mão-de- colabores.
obra além de redução do número de
trabalhadores próprios do Empreiteiro.

Aumento da produtividade devido ao fato que Não cumprimento dos prazos. Ocorre
normalmente os subempreiteiros são geralmente quando o subempreiteiro não tem
especializados em determinadas atividades pelo condições para dar vazão aos trabalhos
que a repetição de tarefas, continuidade no assumidos de acordo com o plano de trabalho do
trabalho e uma aprendizagem contínua, resulta Empreiteiro
numa maior produtividade por parte das
subempreitadas em
relação à empregabilidade de mão de obra
própria por parte do Empreiteiro.
Melhoria da qualidade nos produtos e Má qualidade dos trabalhos executados, em
serviços permitida através do processo de situações que o subempreiteiro não tem
seleção criterioso dos subempreiteiros capacidade técnica suficiente para trabalhos em
especializados para cada área e que garantem questão.
uma qualidade nos serviços prestados.
Diminuição da mão de obra própria e Mão de obra insuficiente e pouco qualificada.
equipamentos subutilizados devido ao fato
que os subempreiteiros além de terem seu
próprio pessoal, em regra, têm também os seus
próprios equipamentos sendo que os custos de
manutenção e gastos destes não são imputados
aos Empreiteiro.
Redução dos custos devido a fixação destes nas Falta de documentos por parte dos
subempreitadas na altura da celebração do subempreiteiros; falta de documentos dos
contrato fechando assim a possibilidade de trabalhadores dos subempreiteiros
sobrecusto na manutenção dos trabalhos.
Redução dos prazos quando há um bom
planeamento das atividades e tendo os
subempreiteiros todas condições de trabalho
necessários tais como pagamentos em dia e
informações do projeto.

Tabela 5.2 – Vantagens e Desvantagens contratação Subempreiteiros

As existências dessas desvantagens ocorrem sempre que:

 A escolha dos subempreiteiros não ocorre de forma criteriosa e cuidada;


 A fiscalização da parte dos trabalhos executados por parte do Empreiteiro não é
realizada ou é feita de forma deficiente;
 O Empreiteiro não garante todas as condições aos subempreiteiros para que realizem
os trabalhos.
5.6.1.2 Etapas que ocorrem na subcontratação de atividades

A subcontratação de trabalhos, como já foi dito acima, é um processo que deve ser muito
criterioso e cuidado e, para que tal aconteça, o Empreiteiro deve seguir as seguintes etapas
(Mendes):

 Analise das atividades a subempreitar, onde se contempla a definição dos


trabalhos a serem subempreitados, o enquadramento destes no plano de trabalho, os
custos secos previstos e mão-de-obra necessária;
 Solicitação de propostas de possíveis subempreiteiros após o Empreiteiro
pesquisar, no mercado local ou internacional, empresas capacitadas para os trabalhos
em questão. Nesta fase, os mapas de quantidades devem ser disponibilizados aos
candidatos.
 Escolha do subempreiteiro. Analisam-se as propostas, estabelecem-se e mapas
comparativos e verificam qual subempreiteiro oferece as melhores condições para a
realização da subempreitada. A escolha não deve ser feita só a nível financeiro, mas
também quanto à capacidade técnica, prazo de execução e garantias.
 Acompanhamento dos trabalhos realizados pelos subempreiteiros, onde o
Empreiteiro deve averiguar se os subempreiteiros está a cumprir com os planos de
segurança, se os prazos estão sendo cumpridos, a qualidade dos trabalhos executados;
 Receção dos trabalhos, onde o Empreiteiro e os subempreiteiros fazem vistorias aos
trabalhos terminados e se tudo estiver conforme, faz-se uma receção provisoria dos
trabalhos ficando o Empreiteiro com uma garantia financeira do subempreiteiro até
a ser feito a receção provisoria pelo Dono de Obra ao Empreiteiro.
5.6.2 Exemplo de contratação de subempreiteiro pela Empreiteiro na obra CNAD

Na empreitada de Reabilitação e Ampliação do CNAD, uma das atividades selecionada pela


Direção de Obra para ser realizada através de um subempreiteiro foi a Eletrotecnia, tanto
para o edifício A como para o B, onde se recorreu a empresas locais para solicitação de
propostas.

A subempreitada de Eletrotecnia englobou tanto o fornecimento como a aplicação dos


materiais pelo subempreiteiro, onde este teve que ter a capacidade técnica e os equipamentos
necessários para execução dos trabalhos com a qualidade pretendida.
A seleção do subempreiteiro para a Eletrotecnia do CNAD passou pelos seguintes
procedimentos:

Preparação de mapa de quantidades

Retirou-se do mapa de quantidades geral, fornecido ao Empreiteiro, a parcela correspondente


à Eletrotecnia, onde especifica-se a descrição dos trabalhos, a unidade em que se baseava e
as quantidades previstas.

Com recurso ao Microsoft Excel, cria-se um ficheiro com todas estas informações. Deve-se
ter em atenção a não adição dos custos secos previstos pois isso comprometeria possíveis
margens de negociação de preços com os subempreiteiros pois este saberia quais os preços
o Empreiteiros estimou parou os trabalhos.

5.7 Elaboração de autos de faturação dos subempreiteiros

No fim de um certo período de tempo, acordado entre o Empreiteiro e o Subempreiteiro, é


avaliado as quantidades de trabalhos executados pelo segundo em relação à obra, de forma
a proceder aos pagamentos das respetivas atividades executadas.

No âmbito desta obra, foi estabelecido que o período de execução para faturação acordado
seria mensal, ou seja, 30 dias, sendo que no final de cada mês de trabalho era quantificada
cada atividade executada por cada Subempreiteiro e que estivesse definido no seu caderno
de subempreitada.

A minha função como Diretor Adjunto era proceder com a medição dos trabalhos
efetivamente executados e emitir um documento, denominado de Auto de Faturação,
baseado no caderno de trabalhos acordado com os subempreiteiros, com os preços fixados,
sobre o qual era elaborado uma fatura com o valor final resultante.

Uma vez elaborado todos os autos de cada subempreiteiro, tinha que elaborar um documento
resumo compilando todos os custos de subempreitadas referentes ao mês de trabalho em
questão. Enviava então este resumo ao Departamento Financeiro da SGL, com as respetivas
Faturas e Autos de forma a serem processados.

A empresa SGL, sendo uma empresa organizada, define um prazo de entrega de autos de
faturação de cada obra ativa. Esta regra permite que o Departamento Financeiro tenha tempo
para organizar a tesouraria da Empresa e preparar uma data especifica para o pagamento das
faturas.

5.8 Controlo e aprovisionamento de materiais

O aprovisionamento refere-se, no âmbito de uma obra, à compra de materiais de construção


à aplicar na realização de cada atividade. A execução de uma obra dentro do plano de
trabalhos elaborado a partir do projeto de execução só é possível com um controlo constante
e preventivo dos materiais necessários à cada atividade. Esta ação é de suma importância
pois influencia diretamente o ritmo e andamento dos trabalhos.

5.8.1 Designação e quantificação dos materiais de obra

Para se aprovisionar um material para a obra, primeiro devemos ter em mente duas
interrogativas: “QUAIS?” e “QUANTOS?”, ou seja, devemos saber quais os materiais que
iremos necessitar e a quantidade dos mesmos.

Designação dos materiais

Para melhor entendimento, dividi a designação dos materiais em 4 grandes grupos:

 Tosco: os matérias utilizados nos trabalhos de estruturas e revestimento em


argamassa tais com aços, cimento areia e brita;
 Acabamento: utilizados na fase de acabamento de obra, mas sem que sejam
especialidade, tais como tintas, materiais cerâmicos
 Elétricos: refere-se à todos os materiais de elétricos desde pré-instalação aos
aparelhos
 Hidráulicos e hidrossanitario: refere-se a todos os materiais de canalização e
equipamentos hidráulicos

Em norma, todos os materiais afetos à obra deverão estar designados no caderno de encargos
que faz parte do projeto de execução. Aspetos como características e especificações do
material projetados têm que presentes no C.E., caso contrário, o Empreiteiro poderá solicitar
o esclarecimento quanto ao material deve utilizar numa dada atividade ou mesmo propor um
material cuja a aprovação deve passar pela fiscalização, como veremos no capítulo a seguir.

Quantificação dos materiais


Tal como acontece com a designação dos materiais, no projeto de execução normalmente
vem incluído o mapa de quantidades de obra. Este mapa expõe as quantidades necessárias
de uma forma geral, sem especificar os materiais que compõem uma atividade, como
podemos ver no quadro exemplo abaixo, referente à quantidade piso polido que foi
executado no edifício B:

Art. Designação UN Quantidade

5 PAVIMENTOS

5.1 Execução de Pavimento em Betão Polido com 5cm m2 986,70


de espessura, com aditivos necessários para evitar
fissuras, a ser executado em todos os pisos.

Tabela 5.3 – Quadro de quantidade de pavimento em betão polido no edifício B

Como podemos, apenas especifica a metragem, no caso m2, de piso polido a executar. É
trabalho do Empreiteiro calcular a quantidade de todos os materiais necessários para
elaboração desta metragem especificada no quadro de quantidades disponibilizado no
projeto de execução. Nomeadamente à esta atividade: água, areia, brita e cimento.

Esta regra se aplica a todas as atividades da obra. Nas especialidades, deve-se ter especial
atenção aos inúmeros acessórios presentes nos seus referentes, como por exemplo
abraçadeira, curvas, tubos e cola PVC nos metros de tubagem. Estes detalhes podem ter
pouca expressão à nível de valores monetários, mas acarretam pontos fulcrais no ritmo de
trabalho. Ao não contemplar estes aspetos, corremos o risco de na altura de iniciar o dado
trabalho, perdermos horas de trabalho a espera de materiais que não foram contemplados no
aprovisionamento.

Estando os materiais definidos e as suas quantidades estabelecidas no mapa de quantidades,


a pedido do meu tutor, procedi com a elaboração de um mapa de aprovisionamento
especificada de acordo com o nosso Plano de Trabalho em vigor.

Foi preciso efetuar o cálculo dos materiais específico com base no rendimento de uso em
cada atividade. A abaixo, um exemplo de calculo da quantidade de material para execução
de reboco nas paredes do Piso 0 do edifício B:
 Execução do cálculo dos materiais a utilizar na argamassa para reboco de paredes,
estipulado no C.E. à traço 1:4. Utilizando as tabelas técnicas de José Paz Branco,
para 1 m3 de argamassa para reboco utiliza-se 320 𝑘𝑔 de cimento e 1,07 𝑚3 de areia.

Cálculo do cimento:

Á𝑟𝑒𝑎 = 254,4 𝑚 (𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑝𝑎 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 0,02 𝑚

𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = á𝑟𝑒𝑎 × 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 × 320 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 254,4 × 0,02 × 320 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1628,8 𝑘𝑔

O cálculo é análogo para a areia:

𝐴𝑟𝑒𝑖𝑎 = 254,4 × 0,02 × 1,07 𝑚 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 5,44 𝑚

Sendo o cimento vendido em sacos de 50 𝑘𝑔, então têm-se que a quantidade total de
cimento necessário para executar todo o reboco do Piso 0 é de 33 sacos para um total
de 5,44 𝑚3 de areia.

Materiais como aço para estrutura, o cálculo é feito em conformidade com o mapas de
armaduras projetadas para o edifício.

No anexo E, encontra-se o quadro de aprovisionamento dos materiais de tosco elaborado


durante o estágio. O quadro adapta-se ao Plano de trabalho estipulado e ao rendimento dos
trabalhos permitindo apresentar as datas que cada material deverá ser aprovisionado e entrar
em obra.

Quanto às especialidades, foram confiadas à subempreiteiros que, seguindo o projeto de


execução e os mapas de quantidades, elaboraram os próprios aprovisionamentos ficando eu
com a responsabilidade de averiguar se o aprovisionado estava de acordo com o projeto e
aprovado.

5.8.2 Processo de aprovisionamento de materiais da obra CNAD


Para que o aprovisionamento ocorra sem constrangimentos de tempo e capital, é necessário
que a Direção de Obra esteja em sintonia com o departamento financeiro da empresa. O
quadro de aprovisionamento, permite prever quando os materiais de tosco serão necessários
e qual o valor que se deve disponibilizar para a a essa compra. Com antecedência, o
Empreiteiro consegue preparar a logística da compra dos materiais e assegurar com que
estejam disponíveis na altura necessária.

Dado que a SGL detinha outras obras além do CNAD, foi estabelecido internamente que
todas as frentes de obra solicitassem o aprovisionamento de materiais sempre às quintas-
feiras como forma solicitação controlada.

A solicitação é sempre feita por email, dirigida ao responsável de aprovisionamento, o Sr.


Júlio Carvalho, em conhecimento do Diretor Técnico, o Eng.º Bruno, e a Diretora Financeira,
Sra. Maria Gomes. O aprovisionamento deve ser aprovado pelo Eng.º Bruno para que se
efetue.

No corpo do email, deve-se ter as seguintes informações:

 Obra em questão;
 Material a aprovisionar;
 Quantidade a aprovisionar;
 Finalidade;
 Fornecedor;

O Sr. Júlio então trata de pedir uma cotação ao fornecedor para que a Sra. Maria efectue o
pagamento. O levantamento dos materiais e sua respetiva colocação em obra fica a cargo do
alvorado. No anexo F, encontra-se um email exemplo de um aprovisionamento de material
e forma que está estrutura o sistema de aprovisionamento.

6 Conclusões e Resultados

A execução deste estagio, que culminou na realização do presente relatório, possibilitou a


consolidação e pratica de alguns dos conteúdos abordados ao longo da minha licenciatura
em Engenharia Civil, dado que a metodologia de ensino praticado nas universidades passam
por abordar situações meramente teóricas e controladas diferente do contexto de obra, onde
estamos sujeitos ao relacionamento com outras pessoas, situações de pressão e imprevistos
diversos, e que moldam a forma como trabalhamos e adquirimos experiencia.

Durante o estágio, conseguir alcançar alguns resultados que se refletem na minha evolução
como Engenheiro Civil, das quais destaco:

 Capacidade de analisar e ler um projeto como um todo, tendo em conta a


compatibilização de todas as especialidades;
 Aquisição de novas ferramentas/conhecimento que auxiliam no processo de direção
de obra;
 Aprendizagem in loco das técnicas e tecnologias de construção civil
 Melhorar a minha capacidade de relacionamento interpessoal com as diversas
pessoas que compõem uma obra, desde o relacionamento com o Dono de Obra ao
relacionamento com o servente de obra;
 Desenvolvimento da capacidade de planear o timing de entrada dos recursos em
obra, prevenindo assim atrasos em obra devido a falta de equipamentos, mão-de-
obra ou materiais;
 Conhecimento do processo produtivo de uma empresa de construção além obra,
nomeadamente o departamento financeiro e administrativo;
 Criação de uma rede de contatos profissionais desde dos fornecedores,
subempreiteiros, técnicos e clientes, abrindo assim oportunidades e entrada no
mercado de trabalho;

A direção da obra CNAD é um marco no meu caminho como engenheiro civil, pois assinala
o início do meu percurso como Diretor de Obra, função a qual pretendo continuar pois
acredito ser a parte mais importante do processo execução de uma obra/investimento devido
ao fato ser a culminação física de todo um processo que começou num Estudo Prévio e
consequente Elaboração do Projeto.
7 Referências Bibliográficas

 Carasek, H. (2010). Materiais de Construção Civil e Principios de CIência e


Engenharia de Materiais (Vol. 2). (G. C. Isaia, Ed.) São Paulo, Brasil: IBRACON.

 Comité Técnico CEN/TC 104 "Betão e produtos para betão". (s.d.). NP EN 12350-
2.

 Estrutural, G. (2023). Obtido de SELECTA - Soluções em Blocos:


http://www.grupoestrutural.com.br/selecta/guia-tecnico/

 Flores-Colen, I., Ruivo, S., Teixeira, P., Neto, N., Silvestre, J., & Fernandes, C. (s.d.).
Revestimento de Paredes. Obtido em 23 de Maio de 2021, de
https://pt.scribd.com/document/629644119/21-Revestimentos-de-Paredes-22a-a-
24a-Aulas-Teoricas

 Mendes, D. J. (s.d.). Construção de edifícios preparação inicial de obra. 30. Obtido


em 18 de Setembro de 2020, de http://hdl.handle.net/10216/66374

 Nº72, B. (2015). Decreto de Lei Nº50, Artigo Nº127, Alinea 3.

 Santos, R. C. (2012). ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO DE VÁRIAS ETAPAS


NOS CANTEIROS . Relatorio de Estagio. Obtido em 22 de julho de 2020, de
https://www.academia.edu/40121724/RELAT%C3%93RIO_DE_EST%C3%81GI
O_ACOMPANHAMENTO_DA_EXECU%C3%87%C3%83O_DE_V%C3%81RI
AS_ETAPAS_NOS_CANTEIROS_DE_OBRAS_DOS_EDIF%C3%8DCIOS_MO
NTPELLIER_E_MONTPARNASSE_RONALDO_CORDEIRO_DOS_SANTOS

 Santos, T. V. (Julho de 2012). Proposta para a elaboração de um Plano de Inspeção


e ENsaio para Projetos de Redes Prediais. Obtido em 25 de Abril de 2021

 SEC- Test Lab Instruments (I) Pvt, Ltd. (18 de Abril de 2019). Obtido de
civillabequipmentmanufacturer.com:
https://civillabequipmentmanufacturer.com/slump-cone-test-apparatus-suppliers/
 SGL - Sociedade de Construção, S.A. . (s.d.). Obtido de Web site daeSGL - Sociedade
de Construção, S.A. : http://www.sgl.cv

 Silva, P. M. (Outubro de 2008). Argamasssa Rebocos Tradicionais. Obtido em 3 de


Julho de 2021, de
https://www.researchgate.net/publication/282248003_Argamassas_Rebocos_tradici
onais

 Virtual, N. E. (2021). Empreitada e Subempreitada. Obtido em 2021, de Jusbrasil.br:


https://www.jusbrasil.com.br/artigos/empreitada-e-subempreitada/1255524650

 www.homify.pt. (s.d.). Obtido em 11 de Julho de 2021, de Homify:


https://www.homify.pt/livros_de_ideias/4705544/pisos-de-cimento-segredos-para-
um-piso-de-cimento-polido-perfeito
Anexos
Anexo A – Pedido de Esclarecimento
Anexo B – Resultados Teste Compressão Laje Piso 2
Anexo C – PIE-FIE
Anexo D – Plano de betonagem laje piso 4
Anexo E – Quadro de aprovisionamento de materiais edifício B
Anexo F – Email de Pedido de Aprovisionamento de Materiais

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