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DOR DE

REVISÃO DA LITERATURA

ORIGEM NÃO
ODONTOGÊNICA
Turma ODO1AT-BOH

Professora Kelma
Bom-Despacho, 2022
Introdução

A dor de dente é um sintoma muito comum, mas tem muitas causas diferentes.
Portanto, os clínicos que tratam a dor orofacial devem ter uma compreensão
DOR DE ORIGEM NÃO ODONTOGÊNICA

completa de suas manifestações clínicas. A dor orofacial é de longe a razão mais


comum pela qual os pacientes procuram tratamento. Dentes e estruturas intraorais
são frequentemente as principais fontes de dor orofacial. A dor odontogênica,
também comumente chamada de dor de dente, tem origem no dente, na polpa ou na
estrutura periodontal. A dor oral não odontogênica pode se originar de estruturas
intraorais, como gengiva e mucosa bucal.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Existem muitas causas possíveis de dores de dente não odontogênicas. Esta
condição pode ser dividida em diferentes grupos com base na doença subjacente.

Dor Miofascial Relacionada aos Dentes


Dor de Dente Neuropática
Dor de Dente Idiopática
Dor de Dente Neurovascular
Dor Sinusal Referida aos Dentes
Dor de Dente Psicogênica (ou Dor de Dente de Origem Psicossocial)
DOR MIOFASCIAL
Relacionada aos dentes

Sensação de dor de dente provocada


pela inflamação de músculos da
mastigação e músculos temporais. No
entanto, na dor miofascial, o dente em
si não está associado à dor.
DOR MIOFASCIAL
Referida aos dentes

Causas:
Uso extensivo do músculo e estresse emocional exacerbado

Diagnóstico:
Palpação dos músculos
DOR MIOFASCIAL
Referida aos dentes

exodontia e endodontia
37%

Diagnosticado corretamente
63%

Como distinguir as duas dores?


DOR MIOFASCIAL
Referida aos dentes

Tratamento

Terapêutica medicamentosa: ibuprofeno, ciclobenzaprina, amtriptilina e relaxantes


musculares
Reabilitação: incluir exercícios de alongamento muscular, massagem, correções posturais..
entre outros.
Medidas coadjuvantes : diminuir a consistência da dieta alimentar, automassagem,
compressas quente e fria e ter o sono regulado.
DOR DE DENTE
NEUROPÁTICA
Processo de dor causado não pelo dente
em si, mas por sua inervação.
NEURALGIA DO TRIGÊMEO
V3 Ramo Mandobular - Relato de caso

CASO CLÍNICO
O QUE É A
NEURALGIA DO
TRIGÊMEO ?
NEURALGIA DO TRIGÊMEO
V3 Ramo Mandobular - Relato de caso

Paciente A.J.P. gênero masculino, 52 anos, comerciante, caucasiano,


procurou a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá,

CASO CLÍNICO
queixando-se de dor súbita, intensidade forte, em choque na mandíbula
do lado esquerdo, iniciando-se com uma fisgada no segundo pré-molar
inferior (35) e difundindo-se para o ramo da mandíbula do mesmo lado. O
quadro iniciou havia seis meses, com eventos álgidos que ocorriam por
qualquer toque no local ou mesmo de forma espontânea. A duração média
de cada episódio era 4 min, na forma de múltiplas fisgadas.
NEURALGIA DO TRIGÊMEO
V3 Ramo Mandobular - Relato de caso

Não foi encontrada nenhuma condição relevante na história médica. Na


história dentária, foi relatada a busca por um clínico geral, logo no início

CASO CLÍNICO
dos eventos, que perante o quadro conduziu a endodontia no dente 35,
não resultando em melhora, sendo então sugerido ao paciente a extração
do elemento, momento no qual ele procurou a clínica da universidade.

Na inspeção clínica e radiográfica odontológica não se constatou qualquer


alteração patológica de cunho endodôntico ou periodontal no elemento
em questão que incitasse a dor. O bloqueio anestésico do nervo alveolar
inferior esquerdo cessou completamente o quadro doloroso.
NEURALGIA DO TRIGÊMEO
Considerações sobre o caso

A primeira opção terapêutica deve ser através de fármacos


anticonvulsivantes ou antidepressivos, como a carbamazepina.

CASO CLÍNICO
O diagnóstico dessa condição é essencialmente clínico, sendo os
exames complementares necessários para o descarte de patologias
secundárias como tumores ou outras patologias que possam causar a
neuralgia.

Neuralgia do trigêmeo é uma das dores mais severas e intensas que


uma pessoa pode vir a sentir na vida.
NEURALGIA DO TRIGÊMEO
Considerações sobre o caso

As áreas de dor são aquelas de distribuição das divisões do nervo


trigêmeo.

CASO CLÍNICO
A neuralgia nos ramos v2 e v3 são mais comuns, sendo frequente no
lado direto, embora no caso relatado a queixa foi na região do
elemento 35.

O tratamento cirúrgico é indicado quando a terapia farmacológica


falha, o paciente não consegue adaptar-se aos efeitos colaterais ou se
alguma lesão central é encontrada.
DOR DE DENTE
IDIOPÁTICA
Possui relação com algo que pode estar
irritando a região ou casos de bruxismos
em que os pacientes trincam os dentes
dormindo. Esses fatores tem como
resultadado uma região dolorida.
DOR DE DENTE
NEUROVASCULAR
Há casos em que o dente é pouco
vascularizado, ou seja, o sangue não
chega de maneira efetiva e completa
nessa região. A dor pode ter relação com
isso.
DOR SINUSAL
Relacionada aos dentes

A sinusite (inflamação da mucosa dos


seios da face) também pode ser a
causadora da dor de dente. Isso
acontece pois os maxilares e os seios da
face estão próximos e e, contato com os
dentes, e em casos em que a sinusite é
muito profunda, pode irritar o assoalho
do osso e também as raízes do dente.
DOR CARDÍACA
Relacionada aos dentes

É uma causa mais rara de dor de dente


não-odontogênica. Geralmente, dores
reflexas podem surgir do coração e,
pelo excesso de estímulos dolorosos
podem estimular outras fibras
nervosas de outras áreas, como na
região de mandíbula inicialmente e
depois de maxila.
DOR CARDÍACA
Relacionada aos dentes

Patologias relacionadas
Infarto
Dores nos dentes e mandíbula podem estar relacionados ao infarto, é
muito comum pacientes relatar dores dores na região da mandíbula e
até da maxila como consequências de dores que surgem inicialmente no
tórax, ombro e braço esquerdos.
Angina Pectoris
É um tipo de dor que o paciente sente no peito, braço ou nuca e que
aparece em situações de esforço físico, emoções fortes ou mesmo sem
uma causa aparente. A angina esta diretamente relacionada aos dentes
pois o paciente apresenta dores na face, nos dentes e na ATM.
DOR CARDÍACA
Relacionada aos dentes

Tratamento

É de extrema importância buscar ajuda de um


profissional, para que se possa identificar se a origem da
dor é dentaria ou cardíaca.
DOR DE DENTE
PSICOGÊNICA
Com o próprio nome pode-se imaginar
que é uma dor criada pela mente do
paciente, podendo o estresse ser uma
possível causa.

Também é uma condição rara e diz


respeito aos casos em que as condições
mentais são “transportadas” para o
dente, de forma psicológica.
DOR DE DENTE PSICOGÊNICA

Diagnóstico e Tratamento:

Uma vez estabelecido o diagnóstico


adequado, o tratamento bem sucedido é
bastante previsível.

Os componentes essenciais do processo de


diagnóstico são o histórico de dor do
paciente e a descrição ou reação aos testes
diagnósticos. Se a dor fosse puramente um
fenômeno sensorial, o diagnóstico seria
bastante simples.

A paciente E. P. S., 30 anos, gênero feminino, casada, mãe de dois filhos,


procurou a Clínica de Desordens Tempo- romandibulares da Faculdade de
Odontologia de Araraquara - UNESP em busca de tratamento para suas duas
queixas:

CASO CLÍNICO
a queixa principal era de dor de cabeça na região temporal, que se estendia por
toda a cabeça até o pescoço (Queixa 1), e a segunda queixa era de dor na face,
na região de ramo da mandíbula (Queixa 2), ambas ocorrendo bilateralmente
(Figuras 1 e 2).
O exame clínico teve início pela anamnese, durante a qual a paciente relatou o
uso regular de analgésicos variados (Dipirona, Paracetamol, Diclofenaco Sódico),
em média, duas vezes ao dia, sem prescrição médica, e uma história médica de
gastrite nervosa.
A de cabeça na região temporal bilateral (Queixa 1) foi descrita pela paciente como
sendo depressiva, de intensidade 10 (intensidade máxima) expressa em uma escala
numérica de 0 a 10, com duração que variava de 2 a 24 horas, e com freqüência de seis
vezes por semana. Essa intensidade é subjetiva, dada pela paciente quando foi
perguntada sobre que nota daria para sua dor, sendo 0 (zero) uma condição de ausência
de dor e 10 (dez) a pior dor imaginável.
Fatores como tensão e estresse atuavam como agravantes da condição, e medicação

CASO CLÍNICO
analgésica atenuava a dor. A paciente havia-se submetido a tratamento com
neurologista previamente, entretanto sem sucesso.
Quanto à Queixa 2, dor na face na região de ramo da mandíbula bilateral, as
características eram: dor depressiva e de ferroada, intensidade 10 (intensidade máxima),
com duração de 1 hora e freqüência de seis vezes por semana. As atividades funcionais
agravavam a dor, enquanto repouso e massagem atenuavam-na. Ambas as queixas
tinham duração de aproximadamente 15 anos.
Ainda durante a anamnese, foram encontradas algumas condições que poderiam atuar
como fatores contribuintes: presença de bruxismo do sono e vigília; labiofagia; onicofa-
gia; qualidade de sono ruim, visto que sua postura ao dormir era de decúbito ventral,
ainda relatando que despertava diversas vezes durante a noite; apenas uma refeição
durante o dia; e relato positivo para estresse, ansiedade e depressão.

No exame físico, durante a palpação muscular, os músculos masseter, temporal anterior, temporal
médio, esterno- clidomastóideo e trapézio, sempre bilateralmente, apresentavam-se doloridos.
Foram encontrados “trigger-points” em pontos variados da musculatura: masseter médio
esquerdo, temporal anterior direito e esquerdo, esternoclidomastóideo médio direito e esquerdo e
no trapézio, também nos lados direito e esquerdo.
As articulações temporomandibulares (ATMs) apresentaram sintomatologia dolorosa quando

CASO CLÍNICO
palpadas lateral e pós-condilarmente, além de ter sido constatada a presença de estalidos
articulares em ambas as ATMs.
Após realizarmos a anamnese e o exame físico completo, chegamos ao diagnóstico final de:
1) cefaléia tipo tensional crônica;
2) dor miofascial;
3) dor muscular local;
4) deslocamento do disco com redução; e 5) retrodiscite/capsulite.
Diante desse quadro clínico, o plano de tratamento proposto foi:
1) aconselhamento;
2) fisioterapia;
3) farmacoterapia;
4) injeção no “trigger-points”; e
5) confecção de placa oclusal miorrelaxante.

Ao realizar essa pesquisa concluímos que o


conhecimento e a compreensão do grupo de CONCLUSÃO
distúrbios que se enquadram no diagnóstico
diferencial odontológico não odontogênico é
fundamental na tentativa de implementar
cuidados odontológicos mais conservadores e
previsíveis e melhores resultados. Vale ressaltar
também durante o prontuário, no caso de
doenças crônicas, a importância de perguntar ao
paciente quais medicamentos ele está ou está
tomando em seu histórico médico. Essas
iniciativas evitarão procedimentos
desnecessários como endodontia, cirurgia
endodôntica, extrações dentárias, reações
adversas causadas por intoxicações ou
interações medicamentosas e atrasos no
tratamento de pacientes com dores crônicas,
malignas ou não.
Erika Graciano
Fernanda Campos
Isabela Maria
izadora Ribas
INTEGRANTES

Leticia Campos
Luana Lorena
Manoel Alves
Mateus Luiz
Marcela Pereira
Melissa Nayure
Sabrina Alves

1. DIAS VALÉRIA. (2015). Diagnóstico identifica dor neuropática com mais precisão.
Agência usp de notícias. Disponível em http://www.usp.br/agen/?p=212710
2. Acesso 20 de novembro de 2022.
3. Arruda, J. A. A., Silva, L. V. O., Moreno, A., Mesquita, R. A., & Callou, G. (2018).
Odontalgia não odontogênica: levantamento e revisão da literatura atual. ARCHIVES OF
REFERÊNCIAS

HEALTH INVESTIGATION, 6(12). https://doi.org/10.21270/archi.v6i12.2280


4. Gomes, Cristina Manuela Ferreira. “Dor dentária não odontogénica.” Medicina dentaria,
2015, p. 72. Medicina Dentaria, file:///C:/Users/sabri/Downloads/PPG_22124.pdf.
Accessed 02 Novembro 2022.
5. willianrezende.com.br/ Dor de dente não odontológica: saiba mais. 2022, Disponível
em: https://www.willianrezende.com.br/dor-de-dente-nao-odontogenica/ Acesso em 19
de novembro 2022
6. POLUHA , Rodrigo Lorenzi; SILVA, Rafael dos Santos. Neuralgia do Trigêmeo - V3:
Relato de Caso. Revista Uningá, ISSN: 2318-0579, v. 45, p. 40-42, 13 ago. 2015.
Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20150924_075940.pdf.
Acesso em: 5 nov. 2022.

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