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Resumo - Cães e Gatos II
Resumo - Cães e Gatos II
Dermatopatias Parasitárias
Demodicose ● Diagnóstico: parasitológico de raspado cutâneo ou
Sarna demodécica causada pelo Demodex canis/injai; impressão em fita adesiva (no lugar da lâmina de
É mais comum em cães jovens (3m – 1 ano); bisturi).
Em cães adultos, pode ocorrer em função do uso de #SP: em Sharpeis, a indicação é sempre de biópsia
corticóide, HAC, tumores e hipotireoidismo; cutânea pela dificuldade de encontrar o ácaro.
● Tratamento
Pode ser dividida em:
- Localizada: enfermidade benigna (com remissão Pode haver remissão espontânea em animais jovens;
espontânea em 6-8 sem), de 3-5 áreas de alopecia na Deve-se comprovar a doença para fazer o uso de
cabeça e extremidades de membros, com ausência medicamentos imunosupressores.
de prurido; - Castração;
- Generalizada: mais de 5 lesões, havendo dermatite - Controle da infecção bacteriana secundária;
crônica com alopecia, eritema, descamação, crostas e ⟶ Xampu antibacteriano- peróxido de benzoíla (pois
piodermite secundária, com prurido. Pode haver limpa bem o folículo piloso). Se houver pouca foliculite,
também pododermatite e linfadenomegalia; pode-se optar pela Clorexidina;
⟶ Antimicrobiano sistêmico DEPENDENDO do grau
● Padrão lesional: cabeça, pescoço e membros; da lesão: amoxicilina com ácido clavulânico ou
cefalosporinas por 3 semanas;
⟶ A classe Isoxazoline possui ação inseticida e
parasiticida por 12 semanas. São o Advocate; Acaricidas sistêmicos:
⟶ Amitraz -> FDA: Solução 0,025-0,05%, a cada 7- ⟶ Ivermectina: 0,2-0,4 mg/kg, 2 a 3 doses
14 dias. Há cura em 60-80% dos casos. Duração do semanal/quinzenal;
tratamento: 6 sem – 6m. Efeito adverso: sedação/72h. ⟶ Selamectina: 2 a 3 doses quinzenais.
Cuidados: idade mínima de 3 meses;
⟶ Ivermectina: sem aprovação do FDA, PO, SID/10-18 Sarna Otodécica
semanas – mas NÃO O IVOMEC; Sarna causada pelo Otodectes cynotis.
⟶ Moxidectina: sem aprovação do FDAPO, 3-7
meses spot on**; ● Tratamento:
⟶ Doramectina; Acaricidas tópicos:
⟶ Milbemicina oxima: sem aprovação do FDA a cada ⟶ Fipronil 2 gotas solução 10% (filhotes).
24 horas, PO;
Acaricidas sistêmicos:
Em caso de exame negativo: suspende-se tratamento. ⟶ Ivermectina;
Se houverem 3 raspados negativos, o paciente está ⟶ Selamectina;
de alta clínica; ⟶ Moxidectina.
Em caso de exame positivo: tratar por mais 30 dias.
O animal é considerado curado quando está há 1 ano
sem tratamento e sem recidivas.
Piolhos
Trichodectes, Felicola e Linognathus.
● Diagnóstico:
São classificadas em:
- Reflexo oto-podal: 80% casos; Piodermite superficial: podem se apresentar na forma
- EPP (40-60%) – raspado da orelha, cabeça e axila. de impetigo, piodermite mucocutânea ou foliculite
bacteriana superficial.
● Tratamento: deve ser realizado na suspeita por ter
um diagnóstico difícil, tanto nos contactantes, quanto Piodermite de superfície: causando dermatite
no ambiente. piotraumática ou intertrigo. Piodermite profunda: causa
uma foliculite/furunculose profunda.
Acaricidas tópicos:
● Sinais Clínicos
⟶ Amitraz;
⟶ Fipronil (filhotes); - Presença de pústulas
- Pápulas
Acaricidas sistêmicos: - Vesículas
⟶ Isoxazoline; - Alopecia
⟶ Ivermectina: 0,2-0,4 mg/kg, 7-14 dias/4-6 sem; - Crostas
⟶ Selamectina: 6-12 mg/kg, 14 dias/ 3 aplicações; -Colarinho epidérmico
⟶ Moxidectina spot on/ inj. 0,2 mg/kg, 7 dias/ 3-6 - Erosão
sem. - Foliculite
- Furunculose
- Celulite.
Sarna Notoédrica – Escabiose do Gato:
Sarna causada pelo Notoedres cati. ● Diagnóstico:
- Citologia;
● Diagnóstico: EPP.
- Cultura e atb.
● Tratamento:
● Tratamento:
Acaricidas tópicos:
Terapia empírica ATB 2x/dia:
⟶ Amitraz (2ml/l).
⟶ Cefalexina: 30 mg/kg;
⟶ Amoxi + clavulanato: 15 mg/kg;
⟶ Clindamicina: 11 mg/kg; Tratamento tópico:
Dermatopatias Fúngicas
Malassezia
Pode causar dermatopatia ou otopatia. No tratamento de gatos de convivem com outros
Causada pela Malassezia pachydermatis, é uma animais, deve-se fazer cultura fungica de todos os
dermatopatia relevante principalmente em cães. animais, fazer a separação deles. O tratamento de
portadores deve ser tópico, e o de dermatopatas de
● SinaisClínicos: lesões descamativas, eritematosas ou ser tópico + sistêmico.
hiperpigmentadas. Podem também apresentar essa
dermatite em locais untuosos, como interdígito e Dermatite Atópica Canina
pregas cutâneas. É uma dermatopatia alérgica, pruriginosa, inflamatória,
de predisposição genética, com sinais clínicos
● Tratamento: característicos, associada à IgE direcionada, na maioria
Fungicidas tópicos – 3 em 3 dias: das vezes, a alérgenos ambientais.
⟶ Xampus: miconazol 2% + clorexidine 3% OU Predisposição genética e alterações na barreira
cetoconazol 2-3%. cutânea:
⟶ Creme, gel ou loção: imidazóis: cetoconazole, - Mutação do gene codificador da filagrina;
miconazole, clotrimazole e tiabendazole. - Composição lipídica do estrato córneo (deficiência de
ceramidas);
Dermatofitose - Perda de água transepidérmica, transepidermal water
Pode ser causada por Microsporum canis ou loss-TEWL;
Trichophyton mentagrophites.
São micoses superficiais. Infecções secundárias: hiperreagem a bactérias e
malassezia, por exemplo.
● SinaisClínicos:
- Lesão anular; Alérgenos ambientais:
- SEM prurido; - Dermatophagoides pteronyssinus;
- Configuração variável; - Dermatophagoides farinae.
- Rarefação ou alopecia com descamação; Trofoalérgenos: alergia alimentar.
- Pode causar (raramente) o Kerion, que é uma Inicia com a exposição -> sensibilização -> liberação
protuberância preenchida por pus. de citocinas -> ativação da enzima Jak com proc.
Inflamatório -> estimulação da coceira -> danos à
● Localização: cabeça e membros. epiderme.
* Diagnóstico: Ocorre em animais de 1-3 anos de idade.
- Luz de Wood; Predisposição:
- Cultura fúngica. -Genética;
-Racial: West highland terrir, Boxer, Pastor Alemão,
● Tratamento:
Bulldog, Golden, Shih-Tzu, Lhasa e Labrador.
- Isolamento, tosa, identificação de portadores, uso de
● Sinais Clínicos:
anti-fúngicos tópicos, uso de anti-fúngicos sistêmicos e
higiene ambiental com hipoclorito de sódio 1:10. -Prurido sine materia (sem lesão – sazonal/perene);
- Eritema e pápulas;
Fungicidas tópicos: igual a Malassezia. - Pode ser localizado ou generalizado;
- Regiões: extremidade distal de membros, face,
Agentes anti-fúngicos – 6 semanas: abdome, pavilhão auricular e áreas de flexura;
⟶ Imidazole -> Cetoconazole: aumenta absorção - Pode ocorrer lambedura dos membros (discromia
com alimento, a metabolização é hepática. Dose: 5-10 ferruginosa) e atrito da face contra o chão;
mg/kg, SID. Efeitos adversos: anorexia, náusea e - Otite externa em 86% dos casos;
vômito. É embriotóxico e teratogênico em ratos. - Conjuntivite, epífora e blefaroespasmo (rinite).
⟶ Triazoles -> Itraconazole: absorção aumenta com
● Diagnóstico:
alimento (gordura). Dose: 5 mg/kg, SID.
Embriotoxicidade e terapias de pulso. Critérios de Fravot (2010) – pelo menos 5:
- Início antes dos 3a;
- Em cães que vivem dentro casa; - Liquenificação e hiperpigmentação;
- Característica corticosensível;
- Prurido sine matéria; ● Localização: região dorso-lombar (76%), cauda e
- Afeta patas anteriores; região inguinal.
- Afeta orelhas; Em gatos, o pescoço é comum.
- Não afeta margem das orelhas; OBS: é preciso que uma pulga pique o animal a cada
-. Não afeta área dorsolombar. 5-7 dias para que a hipersensibilidade ocorra no animal
suscetível.
Diagnósticos diferenciais;
- Testes in vitro ou in vivo. ● Tratamento:
- Não tem cura, mas melhora de 50-80%. Indicação inicial de 15-15 dias.
- As pulgas tem efeito somatório. ⟶ Fipronil;
⟶ Acetamiprina- Dropline;
● Tratamento: ⟶ Imidacloprida- Advantage;
DAC Aguda: terapia tópica ⟶ Fluralaner- Bravecto;
⟶ Banhos com ceramidas + ácidos graxos; ⟶ Spinosad- Comfotis e Trifexis;
⟶ Spray aceponato de hidrocortisona; terapia ⟶ Selamectina- Revolution;
sistêmica ⟶ Nitempiran- Capstar.
⟶ Prednisona 1 mg/kg.
DAC Crônica: terapia tópica Hipersensibilidade Alimentar (HA)
⟶ Xampus: aspecto pele e pelos; É a hipersensibilidade a 1 ou mais componentes da dieta
⟶ Spray aceponato de hidrocortisona; (ocorre pela IgE).
⟶ Tacrolimus 0,1% pomada. 25% dos animais atópicos tem HA.
Terapia sistêmica ● SinaisClínicos:
⟶ AH: hidroxizine (2 mg/kg BID); Lesão primária: pápulas e eritema;
⟶ Ácidos graxos; Lesão secundária: piodermite, colaretes epidérmicos,
⟶ Prednisona: 1 mg/kg, SID/ 15 dias → 0,5 mg/kg, seborreia e hiperpigmentação;
SID/ 15 dias → 0,5 mg/kg, 48h* → 0,5 mg/kg, 72h.
⟶ Ciclosporina: 5 mg/kg, SID/ 2 meses → suspender ● Localização:face, orelhas, patas, axilas e região
1 dia sem/2sem. → 4x/semana. inguinal;
Otite externa em 80% dos casos.
Exclusão de alérgenos: pó e ácaros de pó, fungos e
bolores, pólen. ● Tratamento:
Dieta de eliminação (6 a 8 semanas):
⟶ Imunoterapia: ⟶ Caseira: proteína “nova” (cordeiro, coelho, salmão)
- ↑ limiar de tolerância do animal a alérgenos e arroz/batata (1:2 a 1:4);
específicos; Comercial: Hill`s e Royal canin.
- Doses múltiplas crescentes de alérgenos com ⟶ Dieta de provocação: ração antiga pra fechar
resposta do organismo que produz ac. Específicos; diagnóstico – deve haver prurido em 7-14 dias.
- Eficácia: 60-80% dos cães; Também pode ser feita com ingredientes
- Resposta clínica: 6 a 8 meses. selecionados quando houver suspeita.
Doenças Micóticas
Esporotricose ⟶ Itraconazol solução (melhor do que cápsulas para
Causada pelo fungo Sporothrix schenckii. gatos):
Fungo dimórfico: leveduras na forma infectante e -1,25-1,5 mg/kg PO q 24h por 2 meses ou mais;
miceliano no ambiente. OBS: essa solução refere-se ao produto vendido dessa
Vive normalmente no solo rico em humus e cascas de forma, e não ao p.a. manipulado.
árvores. ⟶ Monitorar função hepática (ALT) mensalmente.
Infecta soluções de continuidade. É inoculado por ⟶ Geralmente ↑ após 60 dias de tratamento.
espinhos, arranhaduras e lascas de madeira. ⟶ Sinais adversos mais comuns: anorexia e vômitos.
Ocorre mais em cães de caça e gatos errantes Nesses casos, parar de administrar, reduzir a dose pela
(machos). metade e dar BID depois dos sinais terem
desaparecido.
● SinaisClínicos: ⟶ Anti-secretores reduzem esses sinais, mas
Forma cutânea: mais comum em gatos. Nódulos também a eficácia da terapia.
múltiplos (mais cabeça, pescoço e base da cauda) que ⟶ Fluconazole: 10 mg/kg PO q 24h por 80 semanas;
ulceram ou não. Exsudato purulento, crostas e pode ⟶ Terbinafina: 30 mg/kg PO q 24 h por 2 meses ou
haver hiperqueratose. Pode haver extensa necrose, mais (eficácia de 5,9% ou 7,4% quando associada ao
expondo músculos e ossos. itraconazol);
⟶ Iodeto de potássio (solução hipersaturada): gatos:
Forma cutaneolinfática: nódulos distais num membro. 10-20 mg/kg PO com alimento q 12-24h / 2 meses ou
A infecção ascende pelos vasos linfáticos e aparecem mais. Cães 40 mg/kg PO c/ alimento q 8h;
nódulos secundários que podem ulcerar e drenar pus.
Linfadenomegalia regional. ● Observar efeitos de iodismo:
- Gatos: depressão, vômito, anorexia, fasciculações,
Forma disseminada: pacientes imunocomprometidos hipotermia, colapso cardiovascular. Interromper o
com vários órgãos envolvidos. tratamento e não retornar.
Causa uma reação inflamatória piogranulomatosa - Cães: pelagem ressecada, escamas (caspas),
nodular a difusa. secreção oculonasal, vômito, depressão, colapso.
A lesão inicia-se na derme e avança profundamente Interromper por 1 semana e, em casos de sintomas
até a musculatura. leves, retornar com mesma dose. Em caso de
sintomas graves, considerar outro tratamento.
● Diagnóstico: ● Profilaxia:
Ferimentos que não cicatrizam e irresponsivos à Castração de gatos machos (para evitar que fujam);
antibioticoterapia; Limpeza do pátio de debris vegetais e acúmulo de
húmus;
-Citologia: exsudato corado com PAS (periodic acid Isolar animais doentes;
Schiff) ou GMS (metenamina prata de Gomori). Esse Manter as garras aparadas.
método evidencia leveduras pleomórficas em gatos;
- Cultura: exsudato ou biópsia profunda; ● Saúde Pública:
- Histopatologia; É uma zoonose;
- DFA (imunofluorescência direta); A contaminação humana a partir de gatos é mais fácil
- Inoculação em testículo de camundongo. do que a partir de cães;
Usar luvas ao contato com os exsudatos;
● Tratamento: Lavar a pele com soluções de iodo-povidine ou
A resolução da doença é em aprox. 3 meses. clorexidine.
O tratamento deve ser continuado por mais 4
semanas após a cura clínica. Criptococose
⟶ Itraconazole cápsulas: Causada por Cryptococcus neoformans e C. gattii. É
- Dose tradicional (pode não resultar em melhora, mas um fungo saprofítico, leveduriforme, com cápsula
é menos tóxica): 5-10 mg/kg PO q 12-24 h por 2 meses espessa (essa cápsula pode não estar presente em
ou mais; formas livres).
- Dose elevada (cura nos pacientes onde a dose Está presente em fezes e debris de pombos (viável
tradicional não apresentou resultados, mas com mais por até 2 anos). O C. gattii está associado a eucalipto.
efeitos colaterais e tóxicos): 8,3 – 27,7 mg/kg PO q A ave não fica doente devido à alta temperatura
12-24 horas por 6 meses ou mais; corporal.
OBS: sempre tem que ser dado com alimento, de A principal rota de infecção é aerógena em áreas
preferência ácido como molho ou suco de tomate. com pombos.
Estabelece-se no trato respiratório superior e ● Tratamento:
dissemina-se para o resto do organismo. ⟶ Anfotericina B (cão): 0,25 - 0,5 mg/kg EV bolus
A cápsula inibe fagocitose e defesa celular- mediada. em dextrose 5% 3x/semana até dose cumulativa de
A imunodepressão predispõe à doença. 4 – 10 mg/kg;
⟶ Anfotericina B (gato): 0,1 - 0,5 mg/kg EV bolus em
● Lesões: dextrose 5% 3x/semana até dose cumulativa de 4 –
Gatos: lesão granulomatosa nasal, pulmonar, meningite, 10 mg/kg;
neurite periférica, coriorretinite piogranulomatosa. ⟶ Flucitosina (cão): 50 - 75 mg/kg PO q 8h / 1 – 12
meses;
● Granulomas renais (30%). ⟶ Flucitosina (gato): 30 mg/kg PO q 6h; 50 mg/kg q
Cães: meningoencefalite, neurite periférica, 8h; 75 mg/kg q 12h / 1 - 12 meses;
coriorretinite piogranulomatosa. 50% têm lesões ⟶ Cetoconazole (cão): 5 - 15 mg/kg PO q 12 h / 3 –
pulmonares. 5 meses;
⟶ Cetoconazole (gato): 5-10 mg/kg q 12h ou 10-20
● Sinais Clínicos: mg/kg q 24h PO / 3 - 10 meses;
Gatos: ⟶ Itraconazole (cão): 5-10 mg/kg q 12h ou 20 mg/kg
- É a micose sistêmica mais comum. q 24h PO / 3 - 10 meses;
- Mais comum sinais resp. sup.: espirros, fungadas, ⟶ Itraconazole (gato): 50 mg/dia / gato < 3,2 kg PO
secreção mucopurulenta a hemorrágica unilateral ou ou 100 mg/dia/gato > 3,2 kg PO;
bilateral. Em até 70% dos casos pólipos nasais podem ⟶ Fluconazole: 5 - 10 mg/kg PO q 12-24h / 4-5
aparecer na narina; meses;
- Deformidade nasal; A flucitosina deve ser associada a outra terapia, pois
- Lesões ulcerativas e proliferativas na cavidade oral; o fungo desenvolve resistência em tratamentos
- 40% cursam com lesões cutâneas: nódulos firmes prolongados.
ou flutuantes que podem ulcerar; Normalmente, o tratamento dura de 3 meses a 1 ano.
- Prurido ausente ou leve; A avaliação do teste sorológico de antígeno capsular
- Linfadenomegalia regional; deve ser feita a cada 2 meses até 6 meses após o
- Sinais neurológicos variados; término do trat. Continuar com o trat por 2 meses
-Sinais oculares: cegueira, pupilas dilatas não além do teste ficar não reagente; se os títulos ficarem
responsivas à luz, coriorretinite e panoftalmite. baixos, continuar o trat. por pelo menos 3 meses após
baixar os títulos e a resolução dos sinais clínicos.
Cães: Depois, se os títulos aumentarem significativamente,
- Afeta mais o SNC (meningoencefalomielite) e os retomar a terapia. Em pacientes com infecção SNC, a
olhos; manutenção é vitalícia.
- Nistagmo, convulsões, lateralização de cabeça,
paresia a paraplegia ou tetraplegia, paralisia facial, andar ● Profilaxia:
em círculos; Deve-se evitar concentrações de pombos e suas
- Coriorretinite granulomatosa exsudativa, pupilas fezes, especialmente em locais abrigados, sombrios e
dilatadas, uveíte anterior; úmidos;
- Úlceras cutâneas, língua, nariz, gengivas;
- Febre em 25%; Importante limpar as áreas onde ficam os pombos
- Raramente: tosse seca, claudicação, vômitos, com uma solução de 40 g/L de cal hidratada + 1,5 g/L
descarga nasal serosa ou hemorrágica e de NaOH.
linfadenomegalia periférica.
● Diagnóstico:
● Saúde Pública:
Citologia de exsudatos, liquor, aspirados de tecidos ou
humor vítreo/aquoso: pesquisa do fungo com sua Os animais de estimação mamíferos não transmitem
grande cápsula por Wright, Giemsa, Gram tinta da Índia. diretamente aos humanos, pois os fungos não
aerossolizam destes. Porém recomenda-se cautela.
- Sorologia: detecção de antígeno capsular por Ambos os animais e os humanos contraem mais a
aglutinação de látex. Feito em soro, urina ou liquor. doença das fezes dos pombos.
Endocrinologia Clínica
● Glândulas estudadas: Dosagens Hormonais e Teste de Função
-Encéfalo: representando o eixo-hipotálamo-hipófise, Endócrina:
meio de controle de várias glândulas. Tipos de Avaliação Endócrina:
- Pâncreas: produz insulina e glucagon. - Testes dinâmicos (supressão – indicado quando a
- Adrenal: produz vários hormônios, dentre eles, glândula tem excesso de prod. hormonal ou
cortisol e aldosterona. estimulação – baixa prod. hormonal). São realizados
- Tireóide: produzindo as tironinas T3/T4. com coleta de sangue.
- Provas funcionais: medidas seriadas (coleta-se sangue
● Bioquímica dos Hormônios: para dosagem hormonal durante um certo período)
Da molécula mais simples a mais complexa: ou medidas pareadas (coleta-se sangue para dosagem
- Hormônios Peptídicos: catecolaminas, serotoninas, hormonal e do metabólito envolvido).
T3/T4, TRH, ACTH, glucagon, insulina, GH, PTH, FSH,
LH e TSH.
- Hormônios Esteroides: cortoesteróides, esteroides Doencas Tireoidianas
gonadais e vitamina D.
A quantidade de AA em cada cadeia pode dificultar o ● Tireóide:
de imagem). - RX simples/contrastado
- Endoscopia
●Tratamento - Biópsia.
⟶ Diminuição da acidez gástrica (Omeprazol - BID)
●Tratamento: é difícil. Procedimento cirúrgico pode ● Nos linfomas, é possível fazer só a quimio.
causar ruptura, a menos que seja lesão pequena e
benigna. Hiperplasia Pilórica Benigna
Aumento de volume no piloro que causa uma
Doenças Gástricas diminuição do seu tamanho, causando um retardo no
- Gastrite aguda; esvaziamento gástrico.
- Gastrite crônica;
- Hipertrofia muscular pilórica benigna; ● Sinais clínicos: vômito persistente em animais jovens
- Corpos estranhos gástricos; e perda de peso.
- Ulceração/erosão gastrointestinal;
- Neoplasia gástrica. - Raças Predispostas: cães braquicefálicos.
● Se for só uma lesão primária, o tratamento é Alguns pacientes devem fazer refeições frequentes e
sintomático de 2-3 dias. Se não houver melhora clínica, em pouca quantidade, e um pró-cinético.
faz-se exames como endoscopia. O tratamento geral
faz referência ao regulador de pH, pró cinético, Corpo Estranho Gástrico
protetor de mucosa e anti-emético (Serenia mais Qualquer coisa ingerida pelo animal que não pode ser
usado, mas também pode usar Ondansetrona ou Plasil). digerida ou que são digeridas muito lentamente.
● Sinasclínicos: hematêmese, perda de peso, anorexia ● Diagnóstico: depende do histórico completo pela
– mas geralmente são assintomáticos até a doença relação com fármacos, hemograma e bioquímicos,
estar bem desenvolvida. endoscopia.
●Tratamento ●Tratamento
⟶ Cirúrgico ⟶ Sintomático (omeprazol, pró-cinetico, protetor de
⟶ Quimioterapia. mucosa e anti-emético).
Doenças Intestinais
Enterite Aguda Obstrução linfática que causa dilatação e ruptura dos
Alterações genéticas e raciais: lácteos instestinais, com derramamento de conteúdo
- Boxer e Bulldog: colite histiocítica ulcerativa e E. Coli. linfático.
- Pastor alemão: diarreia responsiva a atb e doenças - Raças Predispostas: Yorkshire e Rotweiller.
intestinais crônicas.
● Sinais clínicos: diarreia crônica, perda de peso
Influência da dieta: importante, ascite e vômitos.
- Associação entre dieta e raça: setter irlandês e
gliadina. ● Diagnóstico
- Deficiência de cobalamina em sharpei. - Biópsia.
- Por isso, indica-se rações intestinas (com mais fibras), -Nos exames, podem ser encontrado hipoalbuminemia,
rações hipoalergênicas ou rações low fat (com baixo hipocolesterolemia ou hipocalcemia.
teor de gordura).
Quando o paciente tem uma diarreia muito extrema, ●Tratamento
deve-se fazer um bioquímico completo pra descartar ⟶ Ração low fat (base)
outras doenças que causam diarreia aguda de causas ⟶ Corticoide
secundárias. ⟶ ATB
Linfangiectasia
Doencas Hepatobiliares
Funções: exames bioquímicos são muito importantes. Se estiver
O fígado possui alta capacidade de reserva funcional, diminuída, ocorre alteração de produção.
portanto, os sinais clínicos nem sempre são aparentes.
Alta capacidade de regeneração. ●SinaisClínicos: anorexia, depressão, letargia, perda de
Relação direta com as toxinas, pois aqui que são peso, estatura corporal baixa, pelame fraco, náusea,
metabolizadas. vômito, diarreia, desidratação, poliúria e polidipsia. Os
Responsável pela síntese de albumina, por isso, os sinais mas específicos (não patognomônicos) são
aumento de vol. abdominal (pode estar normal,
aumentado global, aumentado em região específica ou -Outros exames: hemograma (anemia arregenerativa,
diminuído), presença de efusão (ascite, ruptura de shunt), colesterol (colestase grave ou cirrose), glicemia
tumor hepático c/ conteúdo sanguinolento), presença (hipoglicemia), eletrólitos (hipocalcemia, alcalose
de organomegalia, hipotonia muscular, icterícia, metabólica).
bilirrubina, fezes acólicas, encefalopatia hepática (andar
em círculos, convulsões, head pressing) e ● Diagnóstico:
coagulopatias (produção dos fatores de coag. no - Histórico e sinais clínicos;
fígado, que faz com que percam a produção na - Urinálise;
totalidade). - Perfil bioquímico;
- RX/US;
Hepatomegalia Generalizada - Hemograma;
- Neoplasia metastática; - Testes de função hepática;
- Colangite em felinos; - Citologia e biópsia hepáticas.
- Obstrução aguda do ducto biliar;
- Hepatotoxicidade aguda;
- Lipidose; Hepatite Aguda
- ICD; Relacionado com intoxicações, infecciosas
● Tratamento contínuo com anticonvulsivante. (principalmente leptospirose), metabólicas ou
farmacológicas.
Hepatomegalia focal/assimétrica: Pode levar a uma IH Fulminante.
- Neoplasia metastática; É uma alteração súbita, que pode se mostrar grave.
- Hiperplasia nodular; Risco de desenvolver CID.
- Doença hepática crônica; Menos comum que a crônica.As causas nem sempre
- Abcessos; são identificáveis. O que influencia nisso realmente é o
- Cistos. histórico do animal.
Ou é fulminante, ou o paciente se recupera sem
Micro-Hepatia: nenhuma lesão permanente.
- Doença hepática crônica;
- Desvio portossistêmico congênito. ● Sinais clínicos: anorexia, vômito, polidipsia,
- Primeiramente, avalia-se tamanho do fígado para desidratação, encefalopatia hepática, icterícia, petéquia,
iniciar um direcionamento. hematêmese e melena.
Doenças Pancreáticas
Pancreatite Aguda Sintomas agudos: anorexia, desidratação, letargia, algia
Predisposição: terriers, Cocker, gatos de pelo curto e abdominal, icterícia e vômitos (raro).
cães idosos. Sintomas crônicos: letargia, perda de peso,
Fatores de risco: obesidade, isquemia, HAC, fármacos, desidratação e perda de apetite.
trauma ou DII.
Pancreatite Crônica
● Sinais clínicos: desidratação, anorexia, vômitos e Relacionada com insuficiência pancreática exócrina.
fraqueza. Posição de prece por dor abdominal. Perda de peso apesar de comer muito bem.
Atrofia das cél. Acinares pancreáticas.
● Diagnóstico Raças predispostas: pastor alemão e schnauzer.
- US padrão ouro, mas também pode ser feito RX Muitas vezes relacionado à desbiose.
- Biópsia (pouco comum).
● Sinais clínicos: diarreia crônica do ID, polifagia, perda
●Tratamento de peso crônica, coprofagia e esteatorréia.
⟶ Fluidoterapia
⟶ Nutrição ● Diagnóstico: tripsinogênio (TLI) – padrão ouro. Em
⟶ Analgesia último caso, teste de desafio dos triglicerídeos.
⟶ Anti-emético.
●Tratamento
Em felinos: todos os sexos, raças e idade. ⟶ Suplementação enzimática pro resto da vida
Normalmente por trauma, drogas, infecções, parasitas ⟶ ATB se houver desbiose
e doenças como lipidose ou colangiohepatite. ⟶ Dieta com baixo teor de gordura (low fat).
Otites
A otite é a inflamação do canal auricular externo largura do canal devido ao espessamento das dobras,
resultando em hiperplasia das glândulas ceruminosas, podendo resultar em calcificação da cartilagem
aumento de produção de cerúmen, fibrose resultante auricular.
do espessamento da derme e epiderme, redução da
Essa é a doença mais comum do canal auditivo prejudicam muito a eficácia de antibacterianos
externo, podendo atingir a concha acústica. aminoglicosídeos (gentamicina e neomicina).
Podem ocorrer uni ou bilateralmente e ser
caracterizadas quanto à evolução clínica em aguda ou Se houver suspeita da ruptura de tímpano, usar
crônica. aminoglicosídeo tópico pode desencadear um grave
quadro de ototoxicidade, com síndrome vestibular
É muito mais fácil perfurar o tímpano de gato com (geralmente reversível, mas às vezes, sequelar) ou
um swab, pela diferença no comprimento e angulação surdez permanente.
dos condutos auditivos dos cães.
As orelhas saudáveis só devem ser limpas onde Na otite crônica é obrigatório o bacteriológico com
alcança o dedo, com algodão ou gaze com antibiograma (se a otite for bilateral, fazer de cada
ceruminolítico. conduto) e micológico. Também deve-se fazer
tratamento tópico + sistêmico antibacteriano (se
Não é indicado arrancar pelos do conduto de orelhas houver etiologia bacteriana - geralmente tem, mesmo
saudáveis por ser porta de entrada para cocos que não sendo a causa inicial). O tratamento será longo
habitam normalmente o local. Orelhas doentes podem (semanas) e muitas vezes precisará de manutenção
requerer limpezas mais frequentes e controle dos vitalícia (limpeza periódica - a periodicidade depende
pelos com cortes (evitar arrancamentos). Tosar a de cada caso: pode ser duas a uma vez por semana
parte interna da pina ajuda muito na prevenção de a uma vez cada 2 semanas), com cereuminolítico e
recidivas por deixar as orelhas pendulares mais aplicação tópica do produto antibacteriano/antifúngico.
arejadas. Muitas vezes para sempre.
Abcessos e Flegmões
Conceitos evoluem para abscesso, ainda mais quando tratados
-Abcesso: inflamações purulentas, geralmente sépticas, precocemente.
com delimitação clara capsular, mais frequentemente
no tecido subcutâneo (mas pode ocorrer em outros ● Formação da cápsula: o processo purulento vai
tecidos). sendo rodeado de fibroblastos que produzem uma
cápsula de tecido fibroso que sequestra e delimita o
Etiologia: inflamação purulenta, séptica (etiologia foco infeccioso. É o abscesso. No início, a delimitação
bacteriana ou fúngica, geralmente) ou não (abscessos não é muito clara, pois há bastante inflamação e
estéreis), delimitada por uma cápsula fibrosa. edema em volta.
-Flegmão: inflamações purulentas, geralmente ● Organização: o abscesso vai ficando cada vez mais
sépticas, sem delimitação clara, mais frequentemente delimitado pela cápsula fibrosa e destaca-se o aumento
no tecido subcutâneo (mas pode ocorrer em outros de volume semelhante a tumor. Por ação enzimática
tecidos). interna, a cápsula vai adelgaçando e ele vai ficando
cada vez mais “flutuante”, macio ao toque. A
Etiologia: inoculação de patógenos por mordidas, sensibilidade dolorosa costuma reduzir nessa etapa. À
corpos estranhos penetrantes, injeções ou idiopáticos. punção, revela pus.
Parvovirose Canina
Conceitos: Vírus sem envelope, com material genético de DNA –
Segunda virose mais importante dos cães. isso é importante porque os vírus envelopados são
Causada pelo Parvovirus canino (CPV 2). mais frágeis.
Por isso, o CPV 2 é considerado um dos vírus mais rapidamente deslocado pro IG, sem dar tempo de ser
resistentes. digerido.
O CPV 1 é considerado um vírus minúsculo dos cães,
não é patológico. Os pacientes com parvo podem ter uma copatogenia
Existem 3 grupos: CPV 2 A, CPV 2 B (mais comum bacteriana pelas enterobacterianas. São essas que
no brasil) e CPV 2 C. normalmente levam o animal à morte.
Muitos cães podem apresentar parvo sem
Patogenia: períodos de incubação de 3-4 dias. hematoquezia visível a olho nu. Isso acontece nos cães
Sua eliminação é chamada de explosão. O animal que possuem a imunidade parcial. Quanto mais intensa
elimina o vírus nas fezes 2 dias antes de apresentar a hematoquezia, mais difícil o tratamento.
os sinais clínicos. Apesar de ser uma eliminação curta,
a contaminação é muito grande. Favorecem surtos: estresse, superpopulação (a
Uma fonte de infecção frequente é o consultório: associação dos dois primeiros costuma ocorrer nas
então, até mesmo o termômetro e balança devem feiras de filhotes), doença pré-existentes e o fato de
ser desinfetados. não mamar o colostro.
Essa desinfecção em termômetros deve ocorrer por
no mínimo 30min de contato. Pode ser feito com ● Sinais Clínicos:
álcool. - Febre;
- Vômitos – sem presença de sangue;
OBS: soluções com hipoclorito devem ser utilizadas na - Anorexia total;
hora. - Adipsia;
- Prostração;
-Raças predispostas: canídeos domésticos e silvestres. - Desidratação;
Nas raças predispostas, o prognóstico não é favorável. - Fraqueza;
Ex: pitbull, chihuahua, labrador, Golden, rotweiller (é a - Depressão;
mais suscetível). - Letargia;
A maioria dos casos de parvovirose ocorre dentro do - Anorexia.
primeiro ano do animal, mas pode ocorrer depois
dessa fase. OBS 1: Podem haver sinais neurológicos mas devido à
A clostridiose intestinal pode ser confundida com hipoglicemia e/ou hemorragia intracraniana pela
parvo, mas acomete mais animais adultos.Depois que o CID.Também pode se dever à sepse e desequilíbrios
animal se recupera, ele não tem outro eletrolíticos ácido-básicos.
episódio da doença.
OBS 2: Nunca se utiliza água com pressão pra lavar
● Patogenia: boxes de isolamento, pois as partículas do vírus se
Geralmente fecal-oral. Causa uma doença sistêmica, espalham pelo canil e outras animais as aspiram.
atacando o sistema linfático e a M.O vermelha.
O vírus penetra pela boca, se multiplica nos linfonodos, OBS 3: Cães acometidos podem desenvolver
linfa, faz uma viremia e chega até o sistema intussuscepção intestinal em qualquer momento da
gastrointestinal. doença. Isso intensifica os vômitos.
A forma neonatal pode ocorrer quando o animal
contrai o parvovírus no útero, ou em filhotes com OBS 3: Os animais podem apresentar CID, que muitas
menos de 8 semanas. Essa forma congênita causa vezes leva o animal a óbito.
lesões no coração do animal, causando morte súbita
ou demonstrando sinais cardíacos muito cedo. Os linfonodos normalmente estarão com o córtex
As moscas representam um papel importante na hemorrágicos. O baço sangra, o timo necrosa.
disseminação ambiental do vírus, ao pousarem em
fezes contaminadas. Os cães podem carrear o vírus Quando um animal morre de parvovirose, é
napelagem por longos períodos. importante fraturar um osso pra analisar a medula, pois
ela estará hemorrágica e liquefeita.
Quando as cél. tem uma taxa mitótica alta, o vírus as
necrosa. Mas nem sempre essas células morrem. O Porém, o diagnóstico é feito microscopicamente.
ataque do vírus ocorre na cripta do intestino, mas
ataca todo o vilo, destruindo-o. Por isso, é comum Importante fazer reposição de líquido – a hidratação
causar hematoquezia nos animais. Essa hematoquezia deve ser checada todos os dias. O fluido de escolha é
é de origem do ID – pois como a capacidade absortiva o ringer lactato, via IV ou intra óssea em último caso –
do ID fica praticamente anulada, esse sangue é no fêmur, com cloreto de potássio acrescentado.
Sempre verificar glicemia, pois é comum que os ● Tratamento:
filhotes apresentem hipoglicemia. ⟶ Inicia-se imediatamente e prossegue até a
cessação dos vômitos e diarreia.
● Diagnóstico: ⟶ Fluidoterapia.
-Pode haver linfopenia e leucopenia no hemograma. ⟶ Antibioticoterapia - parenteral:
- A linfopenia pode chegar a diminuição absoluta. - Metronidazol;
- São os leucócitos que mais se reduzem no - Amoxicilina com clavulanato;
hemograma. Pode haver neutropenia com desvio à - Ampicilina.
esquerda degenerativo e aparecimento de neutrófilos ⟶ Anti-emético:
com corpúsculos de inclusão tóxicos. - Maropitant;
- O vírus só é detectado se estiver sendo eliminado - Se necessário, pode ser associado com
nas fezes. Pode haver falso negativo, mas nunca falso Ondansetrona ou Metoclopramida.
positivo. ⟶ Anti-secretor - IV:
- O hematócrito pode estar elevado em função da - Omeprazol (é o mais potente);
desidratação – falsa elevação. - Pode ser substituído por Ranitidina.
- Redução súbita no plaquetograma em animais com ⟶ Espasmolítico:
CID. - Se houver dor abdominal;
- Ele precisará de transfusão de sangue ou plasma. - Escopolamina.
- US Abdominal: espessamento intestinal, aumento do ⟶ Transfusão de sangue – em casos de CID;
peristaltismo, conteúdo líquido ou gasoso nas alças – ⟶ Probiótico – na fase de convalescença.
mas não tem muita relevância. OBS: não se faz mais jejum. Se estimula a alimentação
- PCR. desse animal. Rações como Recovery é boa. A
- Além disso, podem ser feitos exames como presença de alimento no intestino reduz a invasão
microscopia eletrônica, hemaglutinação fecal, bacteriana pra circulação.
isolamento viral, aglutinação de látex e ELISA.
- Na sorologia, também podem ser feitos testes de OBS 2: se o animal for a óbito, indica-se o tutor a não
inibição de hemaglutinação (altos títulos de até 1:10.240), adquirir cães filhotes de 6-8 meses. Se adquirir, o
vírus-neutralização, imunofluorescência e calendário vacinal deve estar completo.
radioimunoensaio.
Panleucopenia Felina
Conceitos: Os sobreviventes desenvolvem altas taxas de
É a “parvovirose felina”. imunoglobulinas, aproximadamente 7 dias pós-
Atinge mais filhotes, mas pode atingir gatos adultos infecção, baixando a viremia.
com FIV/FELV. Nestes, a maior infeção é no tecido A endotoxemia por bactérias Gram – com ou sem
linfático, medula óssea e criptas da mucosa intestinal. bacteremia é comum, e pode acarretar em CID.
Coronavirose
Conceitos: 100%, por isso, os surtos em ninhadas são muito
Atinge o trato digestório dos cães e gatos. comuns.
Causado por coronavírus entérico felino e canino.
Seu material genético de RNA multifragmentado. Isso ● Sinais Clínicos:
aumenta a taxa de mutabilidade do vírus. - Gastroenterite de início súbito, normalmente em
filhotes;
Nos gatos, o coronavírus entérico pode sofrer - Diarreia;
mutação durante a infecção e causar PIF. - Vômitos;
- Desidratação em casos agravados;
No coronavírus, os enterócitos do meio do vilo que - A recuperação espontânea dá-se em 8-10 dias.
são necrosados. Por causa disso, o topo do vilo
também morre – então o animal perde da metade pra ● Diagnóstico:
cima do vilo. São produzidas uma intensa inflamação e - Sorológico ou “teste rápido”.
hipersecreção. Porém, normalmente é uma doença
benigna por se limitar somente ao trato gastrointestinal. ● Tratamento:
⟶ Somente sintomático.
É um vírus envelopado, portanto, é um vírus frágil. ⟶Não se utiliza antibioticoterapia após o diagnóstico.
Mas em condições ideais, podem sobreviver por até 7
semanas nas fezes secas. Porém, qualquer sabão e ● Prevenção: vacinação, porém seu grau de eficácia é
desinfetante o mata. muito baixo. Então, o animal pode contrair igual porém
O envelope é um elemento que facilita a infecção do em um quadro mais brando. Não existe vacina pra
vírus na célula, e não pra protege-lo. gatos.
É altamente difusível na população: transmissão é
Rotavirose
Conceitos: É o principal agente viral de enterites em humanos e
Geralmente acomete animais que ainda estão em bovinos.
mamando. O vírus infecta o topo dos vilos intestinais (enterócitos
É muito resistente. maduros), atrofiando-os.
Seu curso é muito rápido. O diagnóstico não é possível.
Desconfia-se da doença em surtos de gastroenterite O tratamento é sintomático.
nesses animais que ainda mamam.
Potencial zoonótico.
Papilomatose Viral
Conceitos: É um vírus oncogênico, causando neoplasia benigna
É causada pelo Papiloma Vírus. nos cães.
Vírus de DNA sem envelope – portanto, bem O vírus infecta as células basais do estrato germinativo,
resistente. e há uma resposta mitótica exacerbada nos locais de
infecção, gerando acantose e hiperqueratose.
- A transmissão é pela saliva que leva partículas virais.
Forma oral: animais com menos de dois anos de idade. Os tumores são bem característicos, de aspecto
- Formam-se verrugas na mucosa oral. O período de rugoso, podendo ser pedunculados, ter consistência
incubação é de 8 semanas normalmente. firme e podem se destacar com facilidade.
- Primeiramente o vírus provoca uma pequena
hiperplasia da mucosa, para posteriormente formarem- ● Sinais
Clínicos:
se as verrugas. Formação de verrugas;
- Sua base pode ser ampla ou estreita. O animal pode tentar coçar a língua.
- Sua defesa é pelos Linfócitos Tc.
- Quando o papiloma for machucado, a imunidade ● Diagnóstico:
celular é ativada e ocorre a cura espontânea.
- Geralmente visual porque a lesão é inconfundível.
Forma cutânea: qualquer idade. - Mas pode ser feito histopatologia, onde serão
- Não tem cura espontânea. encontrados corpúsculos de inclusão.
Salmonelose
Conceitos: antibioticoterapia prolongada, especialmente ampicilina
Pode cursar com leucopenia, pois muitos leucócitos para cães. Pode inclusive prolongar o curso da doença.
saem na diarreia.
Geralmente é um habitante transitório do intestino. Grande parte das bactérias é destruída pelo pH
estomacal.
Pode se multiplicar no intestino ou em alimentos com
substrato proteico (carne, ovos), mas podem se O estresse pode reativar a eliminação:
disseminar sistemicamente para outros órgãos. imunossupressão, gastroenterites virais, etc.
É zoonose.
● Sinais Clínicos:
É resistente apesar de não formar esporos. Os - Diarreia aquosa, geralmente sem sangue e
desinfetantes devem estar em contato por 1h com o abundante.
ambiente. - Cólicas – espasmos na musculatura do intestino.
- Vômitos podem ocorrer, e gatos hipersalivam devido
Costumam habitar água contaminada por esgoto e ao vômito persistente..
permanecem por longos períodos em peixes e
moluscos, em seus tratos digestivos, mesmo por ● Diagnóstico:
bastante tempo após não haver mais detecção das -Episódios de gastroenterite melhorando e piorando.
bactérias na água. - Suspeita quando o animal tem acesso à alimentos
que possam ter salmonelose.
Também infectam mais produtos cárneos crus. Em - Urocultura de swab retal ou de fezes.
ordem decrescente: carne de suíno, bovino, peru e - Grande potencial zoonótico.
cavalo.
● Tratamento:
Animais de menos de um ano são mais suscetíveis. ⟶ Sintomático por serem auto limitantes.
Neonatos podem adquirir a infecção de secreções ⟶ Não é necessário o uso de ATB pela bactéria ser
maternas. Quando a transmissão é “in utero” há empurrada no intestino, mas pode ser feito.
abortos ou neonatos fracos e doentes. ⟶ Em casos de mais animais no ambiente, todos
devem ser tratados com antibioticoterapia de curta
Fatores que desequilibram a flora entérica facilitam o duração.
estabelecimento da salmonelose, como
⟶ Em caso de doença aguda sem sinais sistêmicos:
soluções poliônicas parenterais; glicose hipertônica para
diminuir a perda de fluido pela diarréia.
⟶ A transfusão de plasma pode ser feita em casos
de hipoalbuminemia e endotoxemia (pelo menos 250
ml).
⟶ Resistem a desinfetantes comuns.
⟶ Os animais podem eliminar a bactéria pelas fezes
(via mais importante), por via oral e conjuntival. Gatos,
pelo hábito de se lamber, podem contaminar o pelo. O
maior risco de contaminação é para pacientes
imunodeficientes.