Você está na página 1de 9

HELOYSA VELOSO FERNANDES

Integrais
ou quando o intervalo de integração é infinito
(tem o comprimento infinito) ... A gente diz
que a integral é imprópria.
Observação: Se alguma das duas

Impróprias
propriedades definidas não for cumprida
(pode ser uma ou ambas) então a integral é
imprópria.

Capítulo 8.7 Limites Infinitos de


Integração
D e f i n i ç ã o : Integrais com limites
Até agora, as integrais definidas
infinitos de integração são integrais
tiveram que exibir duas propriedades.
impróprias do tipo 1. Ou seja, quando o
Integral definida é quando os intervalos de intervalo é infinito.
integração são finitos e quando o valor da integral,
Se f(x) é contínua em ¿, então
no intervalo calculado, é finito.
∞ b
A primeira, que o domínio de ∫ f ( x ) dx=blim ∫ f ( x ) dx
integração [a , b]seja finito. A segunda, que a a →∞ a

imagem do integrando seja finita nesse


domínio.
Se f(x) é contínua em ¿, então
Na prática, podem surgir problemas
b b
que impeçam o cumprimento de uma ou
ambas as condições. ∫ f ( x ) dx= lim ∫ f ( x ) dx
a →−∞ a
−∞

Fator importante para o surgimento de uma


integral imprópria!
Se f(x) é contínua em (−∞,+ ∞), então
Em qualquer um dos casos, as
∞ c ∞
integrais recebem o nome de impróprias e
são calculadas como limites.
∫ f ( x ) dx= ∫ f ( x ) dx+∫ f ( x ) dx
−∞ −∞ c

Para as integrais impróprias iremos Onde c é qualquer número real.


considerar casos em que o intervalo de
integração não é limitado (intervalos do tipo: Observação:
¿ ¿ e (−∞,+ ∞)) e casos em que a função vai Você poderia pensar: “Ah, é só botar
± ∞ dentro do intervalo de integração. −b e b , e mandar b para infinito”.
Também vamos considerar integrais MAS aí você teria um problema.
de funções que não são contínuas, ou seja, Porque é como se você estivesse calculando
funções que dentro do intervalo de de forma simétrica (de – b até b ), e isso pode
integração, a função tem uma gerar erro.
descontinuidade que vai para mais infinito ou
para menos infinito. O que você tem que fazer é separar a
integral dada em duas.
Você faz a integral de −∞ até qualquer
RESUMO número (geralmente coloca-se de −∞ até
zero, pois facilita as contas) mais (+) a
Então, nesses casos, quando a função
integral do número escolhido até + ∞.
não é contínua, ou seja, quando a função vai
para infinito dentro do intervalo de integração

1
HELOYSA VELOSO FERNANDES

Dessa forma, você fica com duas


integrais impróprias.
Em todos os casos, se o limite for
finito, dizemos que a integral imprópria
converge e que o limite é o valor da integral
imprópria.
Quando b → ∞, o limite da área é
Se o limite não existe, dizemos que a
integral imprópria diverge.
Observação 2:
Se f é uma função não negativa, ou
seja, se f ≥ 0 no intervalo de integração,
qualquer uma das integrais pode ser
interpretada como uma área.
Se f é positiva, então a integral é a
Assim, a integral imprópria converge e
área... Abaixo da linha do gráfico de f(x) e
a área tem o valor finito 1.
acima do eixo x.
Se f é negativa, a integral da menos (-)
a área entre o gráfico de f(x) e o eixo x. Exemplo 2
Se f muda de sinal, sabemos que a Calcule
integral da área é a área onde f é positiva – a

área onde f é negativa.
∫ 1+1x 2 dx
Se f ≥ 0 e a integral imprópria diverge, −∞

ou seja, o limite não existe, dizemos que a


área sob a curva é infinita.

Exemplo 1
A área sob a curva y=(ln x) / x 3 de x=1
a x=∞ é finita? Se sim, qual é o seu valor?

De acordo com a definição, podemos


escolher c=0 e escrever

Determinamos a área sob a curva de Em seguida, calculamos cada integral


x=1 a x=b e examinamos o limite quando imprópria do lado direito da equação citada.
x → ∞ . Se o limite é finito, nós o
interpretamos como a área sob a curva. A
área de 1 a b é

2
HELOYSA VELOSO FERNANDES

Assim,

Assim, Porque

1
Como 2
>0, a integral imprópria pode ser Portanto, a integral converge para o
1+ x
1
interpretada como a área (finita) sob a curva valor se p>1 e diverge se p<1.
p−1
e acima do eixo x.
Se p = 1, a integral também diverge:

Caso Especial de
Integral
Integral

∫ x1p dx
1

1
A função y= é a fronteira entre as
x
integrais impróprias convergentes e
1 RESUMO
divergentes com integrandos de forma y= p .
x
Como mostra o exemplo a seguir, a integral
imprópria converge se p>1 e diverge se
p ≤1.
Essa foto está em destaque porque
isso é um resultado que é para ser usado. É
um exemplo, mas que é um resultado.
Exemplo 3
Sempre que você tiver a integral de
Para que valores de p a integral ∞
abaixo converge? ∫ dx
xp
∞ 1

∫ dxp Você pode usar direto.


1 x

Quando a integral converge, qual é o


seu valor? Integrados com Assíntotas
Se p ≠1, Verticais
Outro tipo de integral imprópria surge
quando o integrando tem uma assíntota
vertical – uma descontinuidade infinita – em
3
HELOYSA VELOSO FERNANDES

um limite de integração ou em algum ponto


entre os limites de integração.
Se o integrando f for positivo ao longo
1
do intervalo de integração, podemos Portanto, a área sob a curva y= de
interpretar novamente a integral imprópria √x
como a área sob o gráfico de f e acima do 0 a 1 é finita, e é definida como sendo
eixo x entre os limites de integração.

Exemplo 1
Considere a região que está sob a Definição de Integrados com
1
curva y= de x=0 a x=1 no primeiro Assíntotas Verticais
√x
quadrante. As integrais impróprias do tipo 2 são
as integrais onde a função é descontínua.
Ou seja, são as integrais de funções
que se tornam infinitas em um ponto dentro
do intervalo de integração.
Se f(x) é contínua em ¿e descontínua
em a, então

Integra-se de um número maior do que a até b, ou


seja, c, maior do que a, até b.
Depois faz-se o limite da integral, com c tendendo
Apesar do intervalo ser finito, a função a a.
é descontínua. Ou seja, não é o intervalo que
Como pegamos um número maior do que a, o c
é infinito, é a função que está indo para
está indo para a pela direita.
infinito dentro do intervalo de integração.
Quando isso ocorre, a integral não
está bem definida e ela se torna imprópria. 2. Se f(x) é contínua em [a, b) e
Porque só podíamos integrar, até agora, uma descontínua em b, então
função contínua, e essa função não é
contínua.
Então, como eu faço para definir essa
integral? Integra-se de a até um número menor do que b .
Primeiro, determinamos a área da Ou seja, um c, menor do que b.
porção de a até 1. Depois faz-se o limite da integral, com c tendendo
a b.
Como pegamos um número menor do que b, o c
está indo para b pela esquerda.
Então, determinamos o limite dessa
+¿¿
área quando a → 0 :

4
HELOYSA VELOSO FERNANDES

3. Se f(x) é descontínua em e, onde


a< c< b, e contínua em ¿ U ¿, então

Ela é descontinua no número entre a e b,


ou seja, c. Então, você tem que separar essa
integral em duas.
Você deve fazer a integral de a até c + a
integral de c até b, e depois calcula-se as integrais
usando as regras 1 e 2.
Em todos os casos, se o limite é finito,
dizemos que a integral imprópria converge e Exemplo 5
que o limite é o valor da integral imprópria.
Calcule
Se o limite não existe, dizemos que a
3
integral imprópria diverge. dx
∫ 2
0
Na Parte 3 da definição, a integral do (x −1) 3
lado esquerdo da equação converge se
ambas as integrais do lado direito O integrando tem uma assíntota
convergem; caso contrário, ela diverge. vertical em x=1e é contínuo em ¿ e ¿.

Exemplo 4
Investigue a convergência de
1
1
∫ 1−x dx
0

O integrando f (x)=1/(1−x ) é contínuo


em ¿, mas descontínuo em x=1 e se torna
infinito quando x → 1−¿¿ .
Calculamos a integral como sendo Assim, de acordo com a Parte 3 da
definição dada anteriormente,

O limite é infinito, então a integral Em seguida, calculamos cada integral


diverge. imprópria do lado direito dessa equação.

5
HELOYSA VELOSO FERNANDES

Voltando à integral imprópria, temos

Concluímos que

Calculando o limite

Exemplo pela regra de L’Hôpital, temos

Para calcular a integral



x +3
∫ ( x −1)(x 2
+1)
dx
2

Primeiro, resolvemos a integral


indefinida usando frações parciais.

Aonde,
Temos,

Logo,

Multiplicando por (x−1)( x 2+1), temos

x +3= A ( x 2 +1 ) + ( Bx+C )( x−1 ) =A ( x 2+1 ) + B ( x 2−x ) +C ( x−1)


Assim, temos o sistema
Testes para Convergência e
Divergência
Quando não podemos resolver uma
integral imprópria diretamente, tentamos
De (I), B=− A . Substituindo em (II),
determinar se ela converge ou diverge.
temos
Se a integral diverge, é o fim da
história.
(III)+(IV), nos dá 2 A=4 ↔ A=2. De Se ela converge, podemos usar
onde, B=−2 e C=−1. métodos numéricos para aproximar seu
valor.
Dessa forma,
6
HELOYSA VELOSO FERNANDES

Os principais testes para convergência Teste da Comparação


e divergência são o teste da comparação
direta e o teste da comparação no limite. Direta
Sejam f e g contínuas em ¿ com
0 ≤ f (x )≤ g( x ) para qualquer x ≥ a . Então,
Exemplo 6

A integral ∫ e
2
−x
dx converge?
1

Por definição,
Demonstração
Temos que

Não podemos calcular a última integral


diretamente. Mas sabemos que
Dessa forma,

É uma função crescente de b.


De onde segue o resultado.
Portanto, quando b → ∞, das duas uma: ou
ela se torna infinita, ou tem um limite finito.
Porém, para qualquer valor de x ≥ 1, temos
2

e ≤e .
−x −x Exemplo 7
Determine se as integrais impróprias
convergem ou divergem.

a) Observe que

Dessa forma, Donde, para x ∈ ¿, temos

Logo, Como

converge para algum valor finito. converge. Pelo Teste da comparação


2 direta, temos que
A comparação entre e− x e e− x nesse
exemplo é um caso particular do teste a
seguir.

também converge.
7
HELOYSA VELOSO FERNANDES

b) Observe que, para x ∈ ¿, temos onde 0< L<1, então

Como x é positivo, é maior do que


1 Ou ambas são convergentes ou
zero, é maior do que zero. ambas são divergentes.
x
Assim, “Por que esse teste é melhor do que o
anterior?”
Porque, no anterior, se eu comparar com a
maior e a maior divergir, eu não saberei nada. Se
Como eu comparar com a menor e a menor converge, eu
não sei nada.
Aqui não temos esse problema.
Deu um número, não importa... O que
diverge. Pelo Teste da comparação acontecer com a integral da função g vai acontecer
direta, temos que com a integral da função f.
O número deve ser maior que 0 e não
pode ser infinito.

também diverge.
Exemplo 8
Mostre que

Observação
Observação: Veja que, se ao invés de
( – ) em √ x 2−0,1 ≤ √ x 2=x fosse um (+¿ ), essa Converge em comparação com
desigualdade seria o contrário.
1 1
Assim, a desigualdade em x ≤ 2
√ x −0,1
ficaria ao contrário, então essa última fração Calcule e compare os valores das
ficaria menor do que a primeira (que diverge). duas integrais.

Resultando assim, em nenhuma As funções f (x)=1/x 2 e g(x )=1/(1+ x 2 )


informação, ou seja, o teste da comparação são positivas e contínuas em ¿. Além disso,
direta não nos daria nada.

Teste de Comparação no
Limite
Um limite positivo finito.
Sejam f e g funções positivas e
contínuas em ¿ . Se

8
HELOYSA VELOSO FERNANDES

Como

converge. Pelo Teste de comparação


no limite,

Como

também converge.
“Para onde?” Não faço nem ideia, só sei
converge. Pelo Teste de comparação
que converge para um número (que não tem nada
no limite,
a ver com e−1). Só sabemos que ela converge.

também converge.
Mas isso não significa que está última
integral converge para 1! Ela converge para um
número menor ou igual a 1.
Porém,

Ou seja, os valores das integrais são


diferentes.

Exemplo 9
Mostre que

converge.
1 3
As funções f ( x )= x e
g ( x )= x são
e e +5
positivas e contínuas em ¿. Além disso,

Um limite positivo finito.

Você também pode gostar