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Balcão de Justiça Federal

TERMO DE PEDIDO
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE FEIRA DE SANTANA
AO JUÍZO FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBCEÇÃO JUDICIÁRIA
DE FEIRA DE SANTANA, ESTADO DA BAHIA

FRANCISCA ARAÚJO GERARDI, brasileira, divorciada, RG nº 04.593.674-08 SSP-BA,


CPF nº 051.921.115-44, residente e domiciliada na Rua Oyama Figueredo, 52, Bairro
Tomba, CEP 44064490 em Feira de Santana-Ba, e-mail araujoufrb@outlook.com e
telefone (75)981592988/ Por meio da sua advogada (procuração em anexo), vem a juízo,
com base no artigo 203 da Constituição Federal, e do artigo 20, da Lei nº 8.742/93 , vem
respeitosamente à presença de V. Exa. Propor a presente:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO


PORTADOR DE DEFICIÊNCIA- BPC/ LOAS

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Em desfavor do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL (INSS), Autarquia Federal,


pessoa jurídica de Direito Público, na pessoa do representante legal, inscrito no CNPJ
29.979.036/0001, na pessoa do seu representante legal, com sede na Rua Dr. Macário Cerqueira,
nº 313, Bairro Muchila, Feira de Santana – Ba, CEP: 44005-000 pelos fatos e fundamentos que
a seguir aduz.

I.DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, a requerente solicita os benefícios da Gratuidade da Justiça em


virtude do artigo 5º, LXXIV,da CRFB/88 e nos artigos 98 e 99, do CPP, não possuir
condições de arcar com despesas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família, conforme demostram os documentos
em anexo.

II. DA TUTELA DE URGÊNCIA


Desde logo, registre-se o cuidado a pretensão autoral de requerimento com
natureza alimentar, a qual com base na comprovação dos pressupostos dos artigos
294 e 300 do CPC, pretende obter provimento favorável, já em primeira instância,
por meio de pedido de tutela de urgência.
O Código de Processo Civil de 2015 mantém a possibilidade do pedido de tutela de
urgência como espécie de antecipação dos efeitos da tutela ligada a probabilidade
que envolve a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo, sendo aqui requerida aquela de natureza satisfativa.
Artigo 300: “a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo. [...]

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§2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justifica tiva
prévia.”

Nessa situação, além da evidente existência de teses jurisprudenciais e inúmeros


dispositivos legais que deixam evidente o pleito autoral. Está tudo relatado e comprovado
por documentação: a) Laudos e exames médicos atestando o quadro clínico grave e
incurável; b) cópia do comunicado de decisão negativa do INSS; c) declaração de
hipossuficiência contestando o seu estado de miserabilidade; d) CAD.
Dessa forma, entende-se que a parte autora atende aos requisitos esperados para a
concessão da medida antecipatória, pelo que se busca, antes da decisão do mérito em si,
a ordem judicial para que o benefício seja concedido desde logo, visto que a negativa de
sua solicitação foi equivocada e necessita deste sustento para as suas necessidades
urgentes com natureza alimentar

III. DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL


Com fulcro no entendimento de que o requerimento da parte autora na concessão
do auxílio emergencial trata-se de um benefício pretendido pela Lei 13.982/2020 e
regulamentado pelo Decreto 10.316/2020, destinando-se aos hipossuficientes, em
caráter temporário enquanto durar a situação de vulnerabilidade provocada pela
pandemia do COVID, então, resta identificado o seu caráter assistencial, fixando
assim de que trata-se de procedimento de competência do Juizado Especial
Federal, tanto para processamento quanto para o julgamento da causa. Sendo o
artigo 109, §3º da Constituição Federal dispõe que, aos juízes federais compete
processar e julgar quando a lei autorizar que as causas de competência da Justiça
Federal em que as causas de competência da Justiça Federal em que foram parte
instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na
justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara
federal.

IV. DOS FATOS

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A requerente deu entrada no Benefício de Prestação Continuada no dia 18/02/2019


após seu benefício ter sido suspenso devido a uma irregularidade no seu cadastro
do CAD ÚNICO, quando erroneamente constou como membro da família do seu ex-
marido.
Ela solicitou atendimento para requerer o Benefício de Prestação Continuada a
Pessoa Idosa, agendaram para o dia 25/02/2019, com endereço no Bairro Mochila
de Feira de Santana nas dependências das instalações do INSS. Nessa, a
requerente entregou a documentação necessária, quais sejam: cópia da Certidão de
Casamento averbada, Cad Único e documentos pessoais que foram exigidos, e
ficou aguardando o resultado do processo. Logo após, recebeu uma mensagem via
SMS, informando que foram atribuídas exigências administrativas em seu pedido de
benefício, instruindo-a à acessar o processo pelo MEU INSS ou ligar para a Central
pelo número 135 e acompanhar os próximos passos.
O INSS solicitou a entrega de um termo de separação de fato, que foi anexada no
site “Meu INSS”, (consta em anexo). Mas o site não gerou comprovante de
recebimento desse documento, nem tampouco a entrega dos documentos feitos
diretamente no INSS, não foi gerado qualquer protocolo ficando a autora
impossibilitada de comprovar que já havia entregado a documentação solicitada.
Informaram que seu benefício foi negado nesse texto: “EXIGÊNCIAS NÃO
ATENDIDAS E FALTA DE INSCRIÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DOS DADOS DO
CADASTRO ÚNICO.”
Contrariando ao que informaram-na, TODAS AS EXIGÊNCIAS FORAM
DEVIDAMENTE ENTREGUES, e seguem anexas.
Diante destas provas produzidas, a autora preenche todos os requisitos que
autorizam a concessão do benefício requerido, a renda mensal familiar é precária,
não sendo suficiente para garantir a manutenção dela e nem dos seus, visto que
ganha apenas R $200,00 (duzentos reais) mensais, com a venda de salgados. A
requerente não concluiu sequer o ensino médio, e na sua idade as chances de
conseguir algum emprego são escassas, visto que não é comum desenvolver
alguma atividade laborativa aos 75 anos de idade, ela ainda possui problemas de
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saúde e necessita de auxílio para todas as suas despesas, motivo pelo qual não
pode deixar de receber o benefício que lhe é de direito para ajudar na manutenção
do seu próprio sustento e de sua família.
Ela também faz uso contínuo de medicamentos fornecidos pelo Posto de Saúde.
Fica registrado que a requerente reside sozinha em imóvel de herança, tem
dificuldades para se manter e pagar suas despesas pessoais, tem recorrido todos os
meses a familiares e amigos para ajudá-la com os custos de suas despesas
pessoais.

V- FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O benefício de Assistência Social encontra-se previsto no inciso V do artigo 203 da


Constituição Federal de 1988, e está regulamento no artigo 20 da Lei de Organização da
Assistência Social – lei nº 8.742/ de 07 de dezembro de 1993.

A referida lei estabelece que o benefício assistencial será devido às seguintes pessoa e
cumpridas as seguintes exigências:

• À Pessoa Idosa - IDOSO: que deverá comprovar possuir 65 anos de idade (desde
01/01/2004, de acordo com o artigo 34, c/c artigo 118 do Estatuto do Idoso – Lei
10.741/2003) ou mais, que não recebe nenhum benefício previdenciário, ou de outro
regime de previdência e que a renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ do salário
mínimo vigente.

Conforme exposto no artigo 203,V, da Constituição Federal demonstra que :

“A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuição à seguridade social, e
tem por objetivos:
V -  a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.”

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Segundo o artigo 20 supracitado da Lei 8.742/93, aborda que:

”O benefício de prestação continuada é a garantia


de um salário-mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco)
anos ou mais que comprovem não possuir meios
de prover a própria manutenção nem de tê-la
provida por sua família.”

Nessa mesma circunstância, temos o artigo 34, da Lei 10.741/2003:

“ Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco)


anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua
família, é assegurado o benefício mensal de 1
(um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica
da Assistência Social – Loas.”

Assim, é importante destacar que a autora preenche todos as condições legais, pois , é
idosa com mais de 75 (setenta e cinco anos) e não obtendo a condição de prover sua
subsistência , sendo assim, não restando dúvidas sobre o seu direito.
VI- DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, requer:
A) A citação do INSS, em razão do exposto no art.° 239 e seguintes do Novo Código de
Processo Civil, na pessoa de seu representante legal para, querendo, apresentar defesa e
acompanhar a presente ação, sob pena dos efeitos da revelia;
B) Que seja julgado procedente o pedido de condenação da autarquia por dano moral,
com base na responsabilidade objetiva do Estado e na inadequação do indeferimento do
pleito, visto que TODOS os requisitos para a concessão do benefício estavam no
momento do pedido administrativo.

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C) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa do seu


representante legal, para que responda a presente demanda, no prazo legal, sob pena de
revelia;

D)requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,
notadamente a documental.

Por fim, pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos.

VALOR DA CAUSA

Nestes termos, pede deferimento.

Feira de Santana, 17 de setembro de 2021.

Alline Rodrigues Cunha


Advogada Supervisora do Setor
de Atermação da SSJ de FSA

Nome dos Estagiários


Acadêmico(a) de Direito

Alunas: Ana Carolina de Melo Silva e

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