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DENVER II

teste de triagem do
desenvolvimento

Aula 3 - Instruções gerais para


aplicação e preparação do material

Instrutora:
Sara Bonates Ramos
CRP 01/19038
bonates.psi@gmail.com
INSTRUÇÕES GERAIS
Ponto importante: É importante que o profissional esteja
familiarizado com o teste antes de começar a aplicá-lo em
pacientes. Após estar bem habituado, ainda é importante que o
profissional constantemente reveja as instruções e revise as
particularidades do teste.

Interação com a criança e o cuidador


O teste deve ser realizado com um cuidador presente, sendo
que bebês e mesmo crianças mais novas podem permanecer
no colo do cuidador. 

Dica: Se tiver um espaço infantil no seu ambiente de trabalho,


pode-se avaliar os bebês sob um tatame devidamente
higienizado.

Para crianças mais velhas: atentar sobre a altura da mesa, de


forma que a criança se sente confortável e possa descansar os
braços e também alcançar objetos que serão colocados sobre
esta.
O objetivo é incentivar ao máximo que a criança expresse suas
atividades, seguindo os comandos com naturalidade.

Podemos também chamar de rapport, ou estabelecimento de


vínculo, essa relação que buscamos com o paciente e seu
cuidador. É importantíssimo, uma vez que diminui possíveis
tensões e ansiedades no momento da testagem, o que
colabora com a análise do desempenho real da criança
durante o procedimento.
INSTRUÇÕES GERAIS
A criança deve estar confortável, portanto:

É melhor que esteja vestida, com roupa adequada para o clima.

Sapatos que possam limitar a criança durante a testagem


devem ser retirados antes de começarem.

Pode-se colocar um cobertor ou almofada no colo do cuidador,


caso a criança fique muito baixa e isso prejudique sua posição
em relação à mesa.

Pode ser interessante ter no ambiente de trabalho uma mesa


com altura ajustável ou conjunto de mesa e cadeiras para
crianças.

Dica!
Sempre averigue, antes de começar, se a iluminação da sala
está ideal (nem muito forte nem baixa) e se a temperatura está
agradável. Você pode perguntar ao cuidador e à criança se
preferem que ligue ou desligue o ar condicionado, por
exemplo.

Cuidados como oferecer água, chá, biscoitos, etc e perguntar sobre


a temperatura contribuem para tornar o ambiente confortável e
fortalecer o vínculo, além de ajudar (bastante) na avaliação em si.
INSTRUÇÕES GERAIS
No manual, somos orientados a questionar quando a
criança nasceu e se nasceu prematura, antes de começar a
aplicação.
Eu, pessoalmente, gosto e recomendo que se faça uma
anamnese apenas com os pais ou responsável, em sessão
separada e inicial. Nessa sessão inicial com anamnese, pode-se
incluir os questionamentos sobre o nascimento da criança e
explicar sobre a testagem.

Sempre explique para os pais ou responsável sobre os


objetivos da testagem, deixando claro que não se trata de um
teste de QI e não é esperado que a criança "acerte" ou "passe"
em todos os itens.

A ordem de apresentação dos itens não é rígida, portanto


pode-se aplicar conforme sentir que é o melhor momento,
sendo possível observar alguns itens antes de chegar neles de
fato, e assim anotar suas observações e o desempenho da
criança.

A criança pode chegar apreensiva ou tímida. Para deixá-la a


vontade, pode-se colocar um item chamativo/tentador sobre a
mesa para que ela manipule, por exemplo, o chocalho ou a
boneca com a mamadeira. Enquanto a criança observa o
ambiente e se habitua, o profissional pode perguntar para os
pais os itens relatáveis da área Pessoal-Social.

A criança realizar essa tarefa livre, inclusive, é considerado


parte da avaliação. Por isso é importante estar também
atento ao comportamento da criança desde esse
momento.
INSTRUÇÕES GERAIS
Apesar do teste não exigir uma sequência rígida, ele foi
construído com o objetivo de ordenar atividades de forma a
facilitar a colaboração da criança.

Para iniciar, primeiro nos deparamos com as tarefas que


podem ser relatados pelos pais. Por último, avaliamos o motor
grosso, uma vez que é melhor que a criança já esteja à vontade,
o que requer um tempo.

Tarefas que são mais fáceis devem ser aplicadas primeiro e o


desempenho elogiado, mesmo em caso de falha.

Itens que usam o mesmo material (por exemplo, os cubos)


podem ser aplicados consecutivamente, assim se economiza
tempo e evita que a criança perca o interesse pelo material em
outro momento.

A organização é super importante!


O ideal é que ao iniciar a avaliação, somente os itens
necessários estejam em cima da mesa, para evitar distrações. A
bolsa/caixa com os demais itens também devem estar longe da
vista da criança, para evitar que o desempenho em uma tarefa
seja prejudicado pelo foco estar nos outros materiais.

No caso de bebês, administrar de uma vez todos os itens que


requerem que o neném esteja deitado.

Independente da idade, em cada área iniciamos com os


itens que ficam completamente à esquerda da linha de
idade e continuamos rumo à direita.
INSTRUÇÕES GERAIS
INSTRUÇÕES GERAIS
E aplicamos TUDO?
Isso vai depender da idade da criança e das habilidades da
mesma. Pode variar a depender o tempo disponível para o
teste e do objetivo (identificar atrasos ou pontos fortes em uma
área específica). 

Dica!
Caso você observe que uma criança pode ir além do esperado
para sua idade, é possível instigá-la a realizar alguma atividade
além, porém é preciso CUIDADO! O profissional deve usar o
bom senso para não forçar a criança além de seu limite ou
deixá-la com a sensação de fracasso.

Para determinar atrasos:


Aplicar pelo menos 3 itens mais próximos da linha de idade,
3 itens totalmente à esquerda no protocolo e os itens de
intersecção da linha.
Se a criança falha, se recusa ou não existe a possibilidade de
avaliar os itens do passo 1, administra-se os itens à esquerda
até que a criança passe em 3 itens consecutivos.

Para determinar pontos fortes:


Aplicar pelo menos 3 itens mais próximos da linha de idade,
3 itens totalmente à esquerda no protocolo e os itens de
intersecção da linha.
Continue a administrar os itens à direita, para além da linha
de idade, até que a criança falhe em 3 itens consecutivos.
INSTRUÇÕES GERAIS
Atenção!
No caso de falha, pode ser dada à criança 3 oportunidades,
para verificar se em alguma ela passa. Mais do que 3 tentativas
pode ensinar a criança ou frustrá-la ao perceber a falha e
sentir-se pressionada, então apenas 3 são possíveis.

Avaliação de Comportamento
É anotada após completar o teste, mas é feita durante todo ele.
Bem intuitiva, você vai utilizar a escala de pontuação fornecida,
no canto inferior direito do protocolo.
Sempre perguntar ao cuidador se o desempenho da criança foi
típico de outras vezes.

A criança pode estar doente, cansada, com fome ou


chateada...e tudo isso influencia no seu desempenho. Nesses
casos, o teste pode ser reagendado. 

Dica!
Por isso é interessante a sessão de anamnese apenas com
os pais ou responsáveis. Assim pode-se dar a orientação de
que se a criança não estiver bem, podem reagendar, sem
problemas.
Por hoje é só, pessoal!

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total; conforme lei 9.610/98 (sobreDireitos
Autorais). Plágio é crime com pena
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