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A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência
cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da  escola um pedaço  de lua,
todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo.
Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara  de Siá Elpídia e queriam formar
um tapete voador para  transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico.
Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
– Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006.
1 – O título do conto leva o leitor a crer que

a) um personagem do texto não consegue mentir.

b) um personagem do texto mente às vezes.

c) um personagem não consegue ser verdadeiro.

d) um personagem do texto é irônico.

2 – Após ler o texto, é possível inferir  que


a) o menino era mesmo mentiroso, pois em nenhum momento dizia coisas que correspondiam à realidade.
b) o menino era sempre verdadeiro, inclusive de acordo com a opinião de sua mãe e do Dr. Epaminondas.
c) o menino era mentiroso em alguns momentos. Sendo assim, era difícil que alguém acreditasse nele.
d) o menino não mentia, apenas utilizava sua imaginação, sonhava, criava histórias e personagens.
 “A Ilha Perdida”

Na fazenda do padrinho, perto de Taubaté, onde Vera e Lúcia gostavam de passar as férias, corre o rio Paraíba. Rio
imenso, silencioso e de águas barrentas. Ao atravessar a fazenda ele fazia uma grande curva para a direita e desaparecia atrás da
mata.
Mas, subindo-se ao morro mais alto da fazenda, tornava-se a avistá-lo a uns dois quilômetros de distância e nesse lugar,
bem no meio do rio, via-se uma ilha que na fazenda chamavam de Ilha Perdida.  Solitária e verdejante parecia mesmo perdida entre
as águas volumosas.
Quico e Oscar, os dois filhos do padrinho, ficavam horas inteiras sentados no alto do morro e conversando a respeito da ilha.
Quem viveria lá? Seria habitada? Teria algum bicho escondido na mata? Assim à distância, parecia cheia de mistérios, sob as copas
altíssimas das árvores; e as árvores eram tão juntas umas das outras, que davam a impressão de que não se poderia caminhar entre
elas.
Oscar suspirava e dizia:
— Se algum dia eu puder ver a ilha de perto, vou mesmo.
Quico perguntava:
— Não tem medo? E se tiver alguma onça morando lá? — Onça? Não pode ter. Como é que onça vai parar lá no meio do rio? 
— Nadando. Ouvi dizer que onça nada muito bem. Oscar respondia, pensativo: 
— Pode ser. Todos os bichos sabem nadar, só a gente precisa aprender; mas eu queria ver o que há  na ilha. Falam tanta coisa... 
E ficavam olhando a ilha perdida. Se falavam com o pai, este prometia: 
— Quando forem mais velhos, faremos uma excursão à ilha. Arranjaremos canoas apropriadas e iremos até lá. Os dois meninos
chegavam muitas vezes a sonhar com a ilha.
DUPRÉ, Maria José. A Ilha Perdida.  39. ed. - São Paulo: Ática, 2000  p.7

1 -  No trecho  “ Na fazenda do padrinho, perto de Taubaté, onde Vera e Lúcia gostavam de passar as férias,
corre o rio Paraíba. Rio imenso, silencioso e de águas barrentas. Ao atravessar a fazenda ele fazia uma
grande curva para a direita e desaparecia atrás da mata.
    Mas, subindo-se ao morro mais alto da fazenda, tornava-se a avistá-LO...” o pronome lo em destaque
refere-se a que outra palavra no texto

a) padrinho.
b) rio Paraíba.
c) morro.
d) bicho escondido.

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